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TEOLOGIA PASTORAL

O que é Teologia Pastoral?


É o estudo teológico sobre o ministério cristão abordando específica e
detalhadamente o dom de pastor: sua chamada, vida e ministério.
Teologicamente falando, poderíamos dividir a Teologia em seis perspectivas
diferentes:

1. Teologia Exegética – procura estudar e interpretar os livros da Bíblia por


meio da exegese.

2. Teologia Histórica – descreve a história do desenvolvimento da


interpretação doutrinária.

3. Teologia Dogmática – é o estudo das verdades fundamentais da fé como


se nos apresentam nos credos e confissões da Igreja.

4. Teologia Bíblica – traça o progresso da verdade por meio dos diversos


livros da Bíblia.
Ex.: Expiação em Levíticos, Efésios, Hebreus, o que Cristo, Paulo e Pedro
dizem a respeito etc.

5. Teologia Sistemática – estuda as doutrinas principais da Bíblia de forma


ordenada, tópica e sistemática.

6. Teologia Prática – abrange os cursos de Homilética, Organização e


Administração Eclesiástica, Liturgia, Educação Cristã e Missões.
A Teologia Pastoral ou do ministério cristão seria enquadrada no ramo da
Teologia Prática, apesar de podermos abordá-la em várias perspectivas diferentes
(holística), dando maior relevância a perspectiva bíblica e prática.

O CHAMADO MINISTERIAL

O chamado ministerial tem origem no próprio Deus que chama homens para o
exercício das mais distintas tarefas em sua obra, e, como Ele é soberano em seus
desígnios, então, não existe um método definido para a chamada divina ao
ministério pastoral. Existe, sim, o método divino, soberano e poderoso.
Jesus afirmou em João 15.16: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi
para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o
que pedirem em meu nome”.
E em João 20.21: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco;
assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”.
A Bíblia registra a chamada de vários servos de Deus, e, por uma questão
didática apenas, queremos abordar alguns exemplos aqui.

A Chamada com o Método direto:

 Noé – Gn 6.13
 Abraão – Gn 12.1
 Moisés – Êxodo 3.10
 Samuel – I Sm 3.20
 Isaias – Is 6.9
 Os Apóstolos – Mc 1.17; Mt 4.18-22; Jo 1.35-42
 Paulo – At 26.19

Chamados de modo indireto:

 José – Gn 37:5-10 (Sonhos)


 Josué – Nm 27:18; Nm 27:15-23; Dt 1:38; 3:21; 31:7-8.
 Timóteo – At 16:21

Razões da chamada divina ao ministério:

 Declarar que o ministério, nunca foi uma profissão no antigo Testamento.


 A garantia que a chamada divina faz o servo do Senhor superar obstáculos
considerados, pelo homem comum, insuperáveis ou além de qualquer
possibilidade humana.
 A chamada é acompanhada da missão.

O MINISTÉRIO DA PALAVRA

A pregação continua sendo uma das maiores exigências do ministério


pastoral.
No exercício da pregação, o pastor é o profeta de Deus, aquele que
representa o seu Senhor diante do povo, e o povo diante do seu Senhor. Seu lugar
no púlpito não pode ser substituído por nenhum outro pregador. Por ser o dirigente
da Igreja e aquele que conhece as necessidades do rebanho, ele mesmo deve servir
o alimento que as ovelhas necessitam.
O pastor que se descuida do ministério da pregação ou que não gosta de
pregar, exercerá um ministério pastoral mudo em sua Igreja. Todavia, o pastor não
deve usar o tempo de meia hora ou mais disponível à pregação, para desabafos,
demonstrar frustrações pessoais ou insultar os membros da igreja. Deve ter cuidado
para que a proclamação do Evangelho não se converta em uma oportunidade para
ele tratar de problemas pessoais.
A pregação deve ser o bálsamo que cura os ouvintes. Portanto, deve ser
terapêutica em sua recepção e aplicação. A finalidade divina é que ela edifique e
console o povo de Deus. Os bons pregadores não ferem com o sermão. Pelo
contrário, eles curam as feridas dos ouvintes.
Mas há ocasiões em que a pregação necessita ser também um chicote usado
como exortação. Porém, o pastor jamais a deverá empregar de maneira negativa.
Até o uso do chicote pode se transformar em algo positivo. O pastor deve fazer uso
da exortativa para criar consciência, corrigir, admoestar e consolar.
Mas é necessário estarmos atentos para o fato de existirem crentes
“masoquistas”, que se deleitam com o castigo e a dor que os pregadores lhes
podem infligir. Quanto mais rigorosamente pregar o pastor ou o pregador convidado,
mais eles gostarão da pregação. E existem também os pregadores que se sentem
satisfeitos quando castigam a congregação.

COMPORTAMENTOS QUE PODEM CAUSAR UMA DEFICIÊNCIA NA


PREGAÇÃO.
 Não ter o hábito da leitura;
 Não ler bons livros;
 Não conhecer a homilética, (A arte de pregar) estudar sermões ou biografias
de outros pregadores.
 Ser preguiçoso na leitura sistemática da Bíblia.
 Não ter o hábito de separar um dia da semana para preparar suas pregações.
Seria recomendável que eles na segunda-feira mesmo, começassem
meditando na mensagem que pregarão no domingo, e continuassem assim
durante toda a semana.
 Não dedicam um tempo para o enriquecimento da sua cultura teológica. O
ministro do Evangelho deve ser um estudante durante toda a sua vida. Uma
boa formação teológica ajuda no desenvolvimento de um ministério eficaz. Os
cursos de homilética motivam o pregador a corrigir-se e a superar-se.
 Não dar à pregação a importância que ela merece. Para eles, orar, reunir-se
com os irmãos e fazer visitas pastorais é mais importante que a pregação. O
certo é que tudo isso é importante, mais a pregação é essencial. A mais
importante avaliação que uma Igreja evangélica pode fazer de um aspirante
ao púlpito é ouvindo a sua pregação.
 Ser contrário a toda preparação homilética. Julgando que a homilética é um
produto humano, intelectual, algo que o pregador inventa, sendo a homilética
uma ferramenta que ajuda o pregador a organizar, preparar e entregar uma
mensagem que Deus lhe deu, de maneira que o sermão alcance eficazmente
o ouvinte.
 Ser inimigo dos esboços, anotações, demonstrando assim, a sua
incapacidade homilética. Atacam o emprego dos esboços porque não sabem
preparar um esboço, ou porque necessitam da disciplina para investir
algumas horas, às vezes dias ou semanas, em colaboração com o Espírito
Santo, na preparação da mensagem divina que receberam de Deus.

Muitas ideias ou pensamentos recebidos pelo pregador podem ser sementes


de sermões poderosos. Deus dá as mensagens aos pregadores por intermédio de
meios simples, normais e naturais. O pregador deve estar sempre à espera de
mensagens.
Muitos pregadores não gostam de pregar. Na vida, existem muitas coisas
desagradáveis que temos de fazer.

Nenhum pastor gosta de trabalhar no orçamento de sua Igreja. Porém, ele se


vê diante da necessidade de prepará-lo em colaboração com uma comissão de
finanças. Da mesma forma, pregar é um requisito pastoral. Aquele que não gosta de
pregar, que se dedique, então, a ser um bom membro da Igreja, e não um mal
pastor.

A homilética é uma arte que requer muita destreza. Fazer um esboço ou


preparar notas para pregar é uma capacidade que nem todos os pregadores
possuem. Mas graças a Deus hoje em dia podem ser encontrados nas livrarias
muitos livros de esboços. Esses livros serão de muita ajuda para pregadores que,
por falta de experiência ou tempo, não podem preparar seus próprios esboços. É
necessário salientar que, ao empregar um esboço preparado por outro, o pregador
deve colocar nele seu toque pessoal. Deve adaptá-lo ao seu estilo, acrescentando
ou eliminando algo. Os títulos, muitas vezes, podem ser substituídos por outros do
agrado do pregador.
O fato de o pregador não dominar a arte da homilética não o desobriga de
pregar com certa organização.
O pastor que não souber nem entender a técnica de preparar um esboço
bíblico, ou expor por escrito a estrutura do sermão, não deve desanimar.

O PREPARO PASTORAL

Sendo a Igreja composta de indivíduos, é evidente que o seu êxito depende


estritamente das atitudes assumidas pelo indivíduo que o compõe. Principalmente
do seu Pastor como o líder.
É preciso um claro entendimento entre as pessoas, principalmente no que se
refere ao trato do intelecto, esclarecendo-se, então, as palavras sobre o seu real
significado ou ainda a terminologia mais utilizada no grupo. Difíceis conflitos surgem
entre indivíduos que, em demoradas discussões, interpretam os significados
diferentes à mesma palavra ou termo. Assim, também a preocupação com o ponto
de vista psicossocial e o ponto de vista administrativo.

O PASTOR COMO CONSELHEIRO

Na sociedade moderna existe muita procura de conselheiros educativos,


matrimoniais, financeiros, legais, estudantis e clínicos. Até para tomar certas
decisões é necessário a orientação de alguns conselheiros.
O aconselhamento é um amplo campo e oferece ao pastor oportunidades únicas. As
razões pelas quais
muitos evangélicos procuram seus pastores em busca de conselho são:
 Não se paga pelas consultas. Os pastores aconselham e orientam sabendo
que isso faz parte do seu ministério espiritual. Esta função não é trabalho
remunerado, e sim um serviço que ele presta.
 O pastor é um representante de Deus que inspira confiança. Ele aconselha
com ética. A ele vêm os amigos e irmãos na fé para derramar suas lágrimas.
 Entre o pastor e os membros da Igreja existem fortes laços de amizade. O
pastor é o amigo de todos; é amado e estimado pelos membros que se
sentem seguros ao entrar em seu gabinete pastoral.
 O pastor aplica seus conselhos dentro de um contexto cristão. Seu manual de
aconselhamento e terapia é a Bíblia; ele aconselha iluminado pelo Espírito
Santo.

O pastor conselheiro pode oferecer seus serviços em muitas situações e de várias


maneiras. Geralmente ele é solicitado para aconselhar em situações pré-
matrimoniais, matrimoniais em casos de falecimento e em reuniões de jovens.

QUALIDADES PASTORAIS

A imagem do pastor diante do rebanho revela o nível de sua liderança. Ser


um bom dirigente não é fácil. Isso pode ser determinado pela própria pessoa.
Qualidades de um dirigente:
 Líder. Alguém já disse que para uma pessoa ser líder necessita ter
seguidores. Portanto, o líder é a pessoa que convence os outros de que
podem confiar nela, segui-la, e que sabe o que diz e faz. Todo líder genuíno
influencia nas aptidões (capacidades) e atitudes (motivações) dos demais.
 Organizador. Todo bom dirigente é um líder que organiza. Nenhuma
organização alcançará seus objetivos se não tiver hierarquia. O pastor
dirigente deve ser o primeiro elo dessa cadeia de poder ou hierarquia. Ele
permanecerá sempre atento para que todos os departamentos da Igreja
estejam devidamente organizados.
 Supervisor. A organização sem a supervisão não consegue nada.
Supervisionar significa avaliar e cuidar para que as coisas sejam feitas como
foram propostas.
 Um bom dirigente está disposto a avaliar seu trabalho. Não é um
perfeccionista, mas busca sempre o melhor. Está disposto a escutar a crítica
construtiva e positiva dos demais.
 O fracasso de muitos está baseado no fato de eles quererem fazer tudo e ser
tudo. Acreditam que, sem ele, nada se conseguirá. Isto é um erro. Na vinha
do Senhor existe trabalho para todos. Um líder aprende a dar o sinal para que
o povo marche. É melhor delegar responsabilidades aos outros e passar a
supervisionar essas responsabilidades, do que tomar tudo para si e
finalmente perceber que não é capaz de dar conta de tão grande
Responsabilidade.

Administrador
1. O termo bíblico para Administração
O termo significa “administração de uma casa”.

No Antigo Testamento o termo está centrado ao redor do oficio do mordomo


de uma casa e ainda a um administrador de palácios. As ocorrências deste termo
são poucas.
Encontramos, também, no Novo Testamento, referência ao termo
administração: em Lucas 16:1-17 na parábola do mordomo injusto. Lucas usa a
palavra intercambiavelmente em outro lugar “escravo, servo”, mas o significado é
mais provável a alguém que administra uma casa.
O apóstolo Paulo usa a palavra adaptando para a tarefa apostólica dele. A
comunidade de Deus, as pessoas de Deus são a casa dEle que Ele constrói pelo
trabalho desses que Ele chamou à tarefa, Deus delega e confia o cargo de
despenseiro e mordomos da casa. Eles não são chamados para olhar seus próprios
negócios domésticos. O pastor possui funções essenciais que, quando bem
realizadas, evidenciam qualidades de um bom administrador e um bom mordomo da
causa do Senhor.

2. Modelo de Administração de Jesus


Tenha um plano – Jesus tinha um plano e obedeceu a ele fielmente.
Esteja preparado – Jesus ensina-nos eficientemente a respeito do preparo,
tanto por meio de seu próprio exemplo como de seu ensino.
Escolha seus próprios colaboradores – Jesus, cuidadosamente, escolheu
seus discípulos e fez isso de maneira atenciosa. Um dos doze o traiu, mas quem de
nós teria a capacidade de escolher o empregado certo onze vezes em cada doze?
Para preencher um cargo-chave, elimine todos os obstáculos.
Ensine – O ensino foi marco da sua administração.
Dirija-se a cada um em particular – Jesus investia tempo com a formação e
preparo dos seus liderados.
Não negocie com os princípios inegociáveis – Jesus investiu tempo
ensinando o modo certo, insistia na maneira correta.
Cuide de sua programação – Jesus era extremamente organizado.
Enfrente a corrupção imediatamente – Jesus foi enérgico com os que
estavam fazendo da casa de Deus de casa de negócio e covil de salteadores. Ele
sabia o que estava acontecendo. Ele viu. Analise os fatos e, em seguida, aja! Não
adie sua ação.
Acabe com o problema, acabe com o mal pela raiz e vá em frente.
Deixe tudo e descanse – Jesus demonstrou a necessidade de reservar tempo a
sós para orar e refletir. Identificamos Jesus valorizando o horário de dormir. Havia
algumas ocasiões em que todos os discípulos estavam acordados, mas Jesus
dormia.
Teste seu pessoal – Jesus investiu no treinamento do seu grupo.
Pratique boas relações públicas – obtenha um bom apoio logístico.
Exerça a humildade – Jesus nobremente servia aos liderados, nem por isso
perdeu sua autoridade.
Seja agradecido.
Cuidado com os bajuladores.
Desencoraje a competição por posição.
Avalie os resultados – elogie, quando necessário, mas mostre que sabe
onde quer chegar.
Motive seus liderados – reserve momentos para estarem em
confraternização. Relacionamento era forte na liderança de Jesus.
Conheças as famílias de sua Igreja – Jesus mostrou interesse por famílias.
Curou a sogra de Pedro, repousou em casa de Zaqueu, esteve com Mateus,
hospedou-se em casa de Marta, Maria e Lázaro. Sorriu e chorou com eles.
Estabeleça prioridades – percebemos que Ele tinha tempo para tudo.

A PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO PASTORAL

 Preparação espiritual – o pastor não pode ser neófito, deve ter maturidade
espiritual e um caráter tratado por Deus – I Tm 5:22; Tt 1:5; Mt 4:19-20.
 Preparação teológica – mesmo os obreiros leigos devem ser treinados
adequadamente para manejar bem as Escrituras, tendo conhecimento básico
dos fundamentos de fé cristã e princípios de liderança para o exercício de um
ministério equilibrado com embasamento bíblico – II Tm 2:15; Jo 5:39; Mt
22:29; Tito 2:7. Os obreiros que têm oportunidade de fazer um curso teológico
devem esmerar-se na leitura, na pesquisa e na reflexão para aprofundarem
no conhecimento e na graça de Deus: Não devem tratar a Teologia apenas
como uma disciplina acadêmica, mas como uma ciência divina fundamental
para nossa formação ministerial. Sl 139:6; Cl 2:2-3; I Tm 4:14-16; II Pd 3:18;
Sl 119:105.
 Preparação intelectual – é importante, para o pastor que deseja alcançar a
Igreja de Cristo e os perdidos, um conhecimento geral de assuntos que dizem
respeito ao homem moderno: seus problemas, crises, necessidades e
anseios existenciais. A leitura de bons livros, jornais, enciclopédias,
almanaque etc. Se possível cursos que habilitem o pastor tecnicamente a
exercer sua função como: Administração, Psicologia, Pedagogia etc.
A VIDA DEVOCIONAL DO PASTOR

 Meditação na Palavra – esse é um princípio indispensável e fundamental.


Josué 1:8; Sl119:99. Deve ser um prazer, não uma obrigação religiosa. O
ativismo, a preguiça, a falta de disciplina levará o pastor ao relaxamento e a
secura espiritual por falta de meditação.
 Oração e Jejum – os grandes homens de Deus na história de Israel, na
história da Igreja e na história de missões, foram homens que cultivaram uma
vida profunda de oração e dedicaram-se ao jejum sistematicamente para se
humilharem, buscarem a Deus de todo coração e confrontarem os poderes
das trevas como também mortificarem sua natureza depravada. Sl 55:17; Dn
6:10; Pv 8:17; Gn 32:24-30; I Sm 15:10-11; Tg 5:17-18; Nm 1:4; Sl 5:1-3; At
6:3; 13:1-2; I Tm 2:1; I Sm 12:23; Sl 69:9-13; 109:24; Ester 4:15; Dn 9:3; At
14:23.
Vigília de oração também deve ser um princípio encarnado no ministério pastoral
– Lc 6:12; I Sm 15:10-11; I Ts 3:10; II Co 12:27. Os grandes avivamentos em Israel e
na história da Igreja são precedidos de muita oração, jejum e vigílias – II Cr 7:14; At
1:14.

O SUSTENTO PASTORAL

No Antigo Testamento
 Deus fez uma aliança com Arão e seus filhos, chamando-os para o
sacerdócio, e com os levitas para servirem no Tabernáculo e prometeu supri-
los com dignidade – Nm 18:1-7, 11-20, 21-24; Dt 18:1-8.
 Não teriam campos para plantar ou criar animais, apenas pequenas
propriedades para morarem e cuidarem dos animais entregues pelo povo
como dízimo e ofertas – Nm 35:1-8; Js 21. Deviam dedicar-se inteiramente ao
sagrado ministério.
 Em Israel, quando povo deixava de trazer seus dízimos e ofertas, então os
levitas e sacerdotes deixavam o altar do Senhor e partiam em busca de
trabalho em outras tribos – I Cr 31:4-11; Nm 13:10.

No Novo Testamento
A perfeita vontade de Deus é que seus ministros se dediquem inteiramente ao
ministério e vivam do ministério – II Tm 2:4; I Co 9:7-14. O sustento pastoral é ordem
divina na nova aliança, sob o pacto da graça – I Co 9:14; Gl 6:6; I Tm 5:17,18; II Co
11:8 (por inferência).
Há dois extremos que não devem servir de modelo para o sustento pastoral.
 As Igrejas e os ministérios que podem remunerar bem seus pastores e
explorarem o serviço sacerdotal, maltratando e oprimindo o pastor e sua
família, privando-os de uma situação financeira condigna.
 Pastores que exploram suas Igrejas, exigindo um alto padrão de vida,
administrando egoística e ambiciosamente as finanças da Igreja cujo dinheiro
é sagrado; e, deixando de ajudar os pobres, as viúvas e os órfãos, os
deficientes físicos e a obra missionária.
O pastor poderá trabalhar profissionalmente se quiser, porém o ideal é que
consagre todo seu tempo ao ministério com disciplina e santidade, pois o “pastorado
é um emprego atraente para homens preguiçosos”
– Jaime Kemp.
REMUNERAÇÃO PASTORAL

O direito que tem o pastor ao seu salário


Há quem argumente que o ministro não deve receber ordenado porque Jesus disse:
“De graça recebestes, de graça dai”. (Mt 10:8).
Querer aplicar essa passagem contra o sustento pastoral é, além de torcer o sentido
da Palavra, sentido dessas palavras de Jesus referia-se aos dons gratuitos de Deus que
Pedro disse a Simão, quando este entendeu que podia comprar o dom do Espírito Santo. “O
teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança com
dinheiro. (At 8:20)”.
Há ainda quem argumente que Paulo, o apóstolo que maior trabalho evangélico fez,
para extensão do Reino de Deus, trabalhou com suas próprias mãos para ausentar-se;
nunca recebendo ordenado de Igreja alguma e há quem cite as seguintes passagens: “Vós
mesmos sabeis que para o que me era necessário e aos que estão comigo, estas mãos me
serviram (At 20:34). “Porém, eu de nenhuma destas coisas usei e não escrevi isto para que
assim se faça comigo, porque melhor me fora morrer do que alguém fazer vã esta minha
glória. Porque, se anuncio o Evangelho não tenho de que me gloriar, pois, me é imposta
esta obrigação: e ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho”. (1 Co 9:15, 16). “Nem de
graça comemos o pão de nenhum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para
não sermos pesados a nenhum de vós”. (2 Ts 3:8).
Efetivamente, Paulo não recebia ordenado de Igreja alguma, se bem que algumas
vezes recebeu auxílio monetário de alguns irmãos, como ele mesmo declara nestes textos:
“Porque os irmãos que vieram da Macedônia supriram a minha necessidade”. (2 Co 11: 9).
“Quando parti da Macedônia, nenhuma Igreja se comunicou comigo em razão de dar e
receber, se vós somente. Porque vós me mandastes duas vezes ainda a Tessalônica o que
me era necessário”. (2 Ts 4:16).
Paulo escreve para mostrar o direito que o ministro da Palavra de Deus tem ao seu
sustento: “Quem jamais milita a sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu
fruto? Ou quem apascenta o gado e não bebe do seu leite? Digo eu isto segundo os
homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na Lei de Moisés está escrito. Porque
o que lavra deve lavrar com esperança e o que trilha deve trilhar com esperança de ser
participantes. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós
recolhamos as coisas carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, porque não
mais justamente nós? Mas nós não usamos deste poder. Antes suportamos tudo, para não
pormos impedimento algum ao Evangelho de Cristo”.
“Não sabeis vós que os que administram as coisas sagradas comem do sagrado? E
os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o
Senhor aos que anunciam o Evangelho que vivam do Evangelho”. (1 Co 9:7-14).
Na epístola a Timóteo 5:17-18, o mesmo apóstolo mostra o direito que o ministro tem
ao seu salário: “Os anciãos que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada
honra, principalmente os que trabalham na Palavra e na doutrina. Porque diz a Escritura:
“Não ligais a boca ao boi que debulha. Digno é o obreiro do seu salário”.
Se lermos Gálatas 6:6 encontramos ainda o mesmo argumento de Paulo e o que é instruído
na Palavra reparta de todos os bens com o que o instruiu.
Não resta a menor dúvida que o ministro da Palavra de Deus tem direito de ser
sustentado pelo povo a quem ele instrui. Nesse sentido, argumenta o apóstolo muito bem,
quando diz: “Se vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as
carnais? Assim ordenou o Senhor aos que anunciam o Evangelho. (1 Co 9:11-14)”.
Deve ter sido uma grande vergonha para os Coríntios quando Paulo lhes escreveu:
“Outras Igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário e quando estava
presente convosco e tinha necessidade, a ninguém fui pesado, porque os irmãos da
Macedônia supriram a minha necessidade. E em tudo me guardei e guardarei de vos ser
pesado e ainda me guardarei.” (2 Co 11:8-9).

COMO SE DÁ O SUSTENTO PASTORAL


O ministro deve ganhar de forma a poder ter uma vida independente, sem ser
forçado a tomar dinheiro emprestado para satisfazer os compromissos urgentes da vida. Ele
precisa manter a sua vida com decência, até mesmo para a honra da Causa que representa.
Cada crente deve tomar parte na manutenção do seu pastor – o rico segundo a sua
riqueza; o pobre segundo a sua pobreza.
Na antiga dispensação, Deus determinou um meio prático para o sustento do
ministro, de forma que o rico e o pobre tinham de contribuir na exata proporção de seus
recursos. Esse meio foi o dízimo, como se vê em Lv 27:30-32. “Também todas as dízimas
do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do Senhor, no tocante a todas as
dízimas de vacas e ovelhas, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo do
Senhor”.
Os levitas não tinham herança, para que se pudessem ocupar exclusivamente do
trabalho de Deus, e, por isso, recebiam os dízimos que lhes eram oferecidos pelos israelitas:
“E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu
ministério que administra, o ministério da congregação... e no meio dos filhos de Israel
nenhuma herança herdarão.” (Nm 18:21-23).
Se cada crente entregasse o dízimo, não haveria falta para o sustento pastoral em
nenhuma Igreja Evangélica, podendo ainda as Igrejas aumentar o número do seus
pregadores. É claro que o dízimo não tem apenas a função de remunerar os obreiros.
De onde o ministro deverá receber o seu salário, da Igreja e de subscrições
promovidas para esse fim?
Da Igreja, evitando ainda que ele tenha maior consideração para com aquele que dá
a maior parte do seu salário, com receio de lhe ser cortada uma parte de seus vencimentos.
O fato de o pastor ser pago diretamente pela Igreja dá-lhe completa liberdade de agir
para com todos os membros igualmente.

O PASTOR E O SEU TEMPO

É de fundamental importância que o pastor use seu tempo adequadamente com


sabedoria e santidade – Ef 5:14-17; Pv 24:30-34.
No século em que vivemos, é necessário um planejamento diário semanal, mensal e
anual de Atividades, compromissos, folgas e férias para um melhor aproveitamento do
tempo e das oportunidades.
Moisés considerava o tempo tão precioso, que orava no sentido de aprender a contá-
lo dia a dia, e não ano a ano (Sl 90:12).

Alguns inimigos da má administração do tempo:


 Ativismo – Lc 10:38-42.
 Falta de planejamento, alvos e ideias – Lc 14:28-32.
 Preguiça e acomodação – Pv 6:6-11.
 Relaxamento nos compromissos – Rm 12:11.
 Compromissos assumidos fora da vontade de Deus – Pv 3:5-6.

Prioridades do uso do tempo


 Devocional – por meio da leitura da Palavra, oração e a adoração.
 Família – esposa e filhos
 Ministério
 Compras pessoais
 Lazer

COMPROMISSOS AGENDADOS

São tarefas realizadas por um líder eclesiástico:


 as inúmeras e cobradas visitas pastorais nos lares;
 reuniões com os obreiros;
 reuniões para discussões sobre os planos de trabalho;
 tempo para a família;
 quatro ou cinco sermões semanais;
 estudos bíblicos, cada um com uma média de duas a três horas de preparação;
 o boletim semanal;
 compromissos para falar em outras Igrejas;
 casamentos, funerais;
 colocar em dia a leitura;
 visitas aos hospitais, algumas prioritárias (especialmente os idoso) etc.

Existe uma grande diferença entre estar ocupado e ser produtivo, pois existem
muitas pessoas se esgotando de trabalhar e não conseguem progresso algum, enquanto
outros, com menos esforço, atingem seus objetivos e são bem sucedidos.
Muitas vezes para alcançarmos o sucesso, somos levados a sacrificar nossa família,
o lazer e, às vezes, até a saúde.
Normalmente, usa-se a palavra workaholic, expressão americana que teve origem na
palavra alcoholic (alcoólatra), que denota uma pessoa viciada em trabalho.

Características de um workaholic no ministério pastoral:


 Trabalha mais que onze horas.
 Almoça trabalhando.
 Não tira férias de vinte dias, há três anos.
 Encontra-se perpetuamente insatisfeito.
 Acha que trabalha mais que os outros.
 Fala ao telefone mais de uma hora por dia (13% do dia).
 Avalia as pessoas pelo seu aspecto profissional e, depois, pelo pessoal.

Sintomas prováveis de um workaholic:


 Ambiente tenso no lar.
 Sensação de fracasso pessoal.
 Dificuldades financeiras.
 Exigência de um padrão de vida sempre superior, ou melhor.

Para vencermos o título de workalolic, necessitamos nos organizarmos melhor em


relação ao tempo e, dessa forma, conhecer os tipos de “ladrões ou desperdiçadores de
tempo”, e como podemos resolvê-los.
Mas o que significa Tempo, segundo Jeremiah Burroughs:
Esteja certo de seu chamado para todo empreendimento que você tiver à frente. Mesmo que seja o
menor empreendimento, esteja certo de seu chamado. Então, com o que for que se encontrar, você
pode aquietar seu coração com isto: eu sei que onde Deus gostaria que eu estivesse. Nada no
mundo aquietará o coração tanto quanto isto: quando me encontro com alguma cruz, eu sei que
estou onde Deus gostaria que eu estivesse, em meu lugar e em meu chamado: estou no trabalho que
Deus estabeleceu para mim.
Segundo Efésios 5:16, devemos caminhar “remindo o tempo” e “fazendo o melhor de
cada oportunidade”.
Assim como a nossa vida pertence a Deus, nosso tempo também Lhe pertence.
Deus nos permite usar nosso tempo para ganharmos o nosso sustento, nosso descanso,
para recreio e todas as demais atividades da vida.
No entanto, Deus exige de nós para o Seu serviço um dia em sete, onde a guarda do
domingo não é coisa facultativa.

Mitos sobre administração do tempo


 Quem administra o tempo, torna-se escravo do relógio.
A verdade: quem administra o tempo coloca-o sob controle, torna-se senhor dele, e
quem não o administra torna-se escravo dele.
 A gente só produz mesmo, ou então só trabalha melhor, sob pressão.
A verdade: a pressão serve para racionalizar a preguiça, a indecisão, a tendência à
procrastinação, mas quem se prepara ao longo do tempo, com calma e sem pressões, colhe
frutos melhores.
 Administrar o tempo é algo que se aplica apenas à vida profissional.
A verdade: em nossa vida pessoal e familiar, existem muitas coisas que são
deixadas de
lado por falta da administração de nosso tempo.
 Ter tempo é questão de querer ter tempo.
A verdade: não basta somente querer ter tempo para ter tempo, mas é preciso
também querer o meio indispensável de obter mais tempo – e esse meio é a administração
do tempo.

O tempo desperdiçado
Quem desperdiça o tempo prejudica a si mesmo, a sociedade, a Igreja, o meio em
que vive, o seu próximo e a sua família.

Maneiras de esbanjar o tempo precioso que Deus nos entrega:


 Falta de planejamento.
 Telefonemas.
 Distrações.
 Visitas inesperadas.
 Tarefas inacabadas ou falta de disciplina no cumprimento da agenda.
 Falta de definição clara de objetivos na execução das tarefas.
 Falta de delegação ou centralização de poder.
 Excesso de compromissos.
 Incapacidade de dizer “não”.
 Menosprezo de prioridades e cobranças em certas atividades.
 Cobrança incompleta e descontínua.
 Fragmentação e superficialidade.
 Excesso de reuniões (algumas desnecessárias) e burocracia interna.
 Indefinição de prioridades.
 Má utilização dos recursos (telefone, fax, computador, internet).
 Mesa entulhada ou desorganização pessoal.
 Arquivamento ineficiente.
 Procrastinação.
 Conversas fúteis e inúteis (I Co 15:33; Pv 20:19).
 Leituras sem proveito (Tm 4:13; Sl 119:18).
 Atividades não essenciais: tempo demasiado em passeios, brinquedos, jogos e
outras atividades sociais.
 Matando o tempo: sem fazer nada de útil e produtivo.

Otimização do tempo
Seguem algumas sugestões para atitudes e comportamentos para otimização de
nosso tempo.

 »» Planejamento – cada hora dedicada em planejamento eficaz poupa três ou


quatro horas na concretização.
 »» Organização – manter as coisas em ordem e em dia.
 »» Delegação – considerada a chave da administração eficaz, pois atribui tarefas
para outras pessoas, liberando o tempo para tarefas mais importantes (At 6).

Benefícios da delegação:
 facilita o trabalho do pastor;
 aumenta a produtividade;
 dá oportunidade a outros de desenvolver a capacidade de liderança;
 dá ao líder mais tempo de desenvolver sua vida espiritual;
 permite ao líder se dedicar mais no ministério da oração e da Palavra.
 Telefone – usado para minimizar deslocamentos desnecessários.
 Comunicação – a linguagem simples, concisa e isenta de ambiguidade assegura
uma a boa compreensão e evita mal-entendidos.
 Tomada de decisões – deve ser precisa e baseada em informações seguras.
 Concentração – deve buscar-se um tempo mínimo anterior à ação.

Soluções práticas para a economia do tempo


 Estabeleça metas: anuais, mensais, semanais e diárias.
 Programe suas tarefas e atividades da semana e do dia, em função dessas metas.
 Faça as coisas em ordem de prioridade.
 Saiba onde seu tempo é realmente empregado.
 Estabeleça data e hora para início e fim de cada atividade.
 Elimine desperdiçadores de tempo.
 Utilize uma agenda ou um calendário de reuniões.
 Crie uma lista de afazeres.
 Organize as tarefas.
 Organize seu acesso com rapidez de informações usadas com frequência.

Outras recomendações para o bom uso do tempo


 Seja Metódico – o indivíduo que tem métodos vive duas vezes mais.
 Seja Pontual – a pontualidade faz parte da mordomia do tempo.
 Seja Equilibrado – dar tempo às coisas na proporção do seu valor.
 Sirva – o tempo mais bem empregado é aquele que gastamos em favor de outrem.

Dicas para a realização de reuniões criativas


 Só convoque uma reunião quando totalmente indispensável.
 Estabeleça os objetivos.
 Elabore uma pauta, fixando tempo para cada assunto.
 Coloque só as pessoas às quais o assunto interessa.
 Mantenha o rumo da discussão.
 Sintetize as conclusões.
 Faça o acompanhamento de todas as decisões tomadas.

Critérios de classificação das tarefas e compromissos.


São aspectos primordiais para evitarmos os desperdícios de tempo, pois existem
tarefas importantes e não urgentes; importantes e urgentes; nem importantes e nem
urgentes.
Tabela: Critérios de Classificação:
URGENTE NÃO URGENTE
IMPORTANTE
 Crises maiores.
 Pressão dos projetos.
 Limite crítico no projeto.
 Emergências familiares.
 Desastres naturais.
 Preparação.
 Planejamento.
 Prevenção de crises.
 Criando relacionamento.
 Manutenção.
NÃO IMPORTANTE
 Interrupções.
 Alguns e-mails e telefonemas.
 Algumas reuniões.
 Pressão nos projetos devido à proximidade dos prazos.
 Dia a dia.
Conforme Gn 5:22, a Bíblia afirma que Enoque “...viveu trezentos anos...” , sem
desperdícios, mas investiu tempo para andar com Deus.

O pastor como servo


O Evangelho de Marcos, há muitos séculos, vem sendo chamado popularmente de
Evangelho do servo. Com efeito, os quatro Evangelhos propõem-se apresentar uma visão
panorâmica da pessoa, obra e grandeza de Jesus Cristo. É particularmente importante o
fato de que Jesus Cristo, o Bem Amado Filho de Deus e Salvador do mundo, se permita ser
chamado de servo. Ele não veio a este mundo para ser servido, mas servir e dar sua vida
em resgate de muitos. Ao mesmo tempo em que Pedro proclamou, no Dia de Pentecoste o
senhorio de Jesus Cristo (Deus o fez Senhor e Cristo, At 2:36), a Bíblia dedica todo um
capítulo (Is 42) a consideração do ministério de Jesus Cristo, “O Servo do Senhor”.

Isaías 42
Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha
alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios.
Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade
trará justiça.
Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas
aguardarão a sua lei.
Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e
a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que
andam nela.
Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te
darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.
Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que
jazem em trevas.
Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei,
nem o meu louvor às imagens de escultura.
Eis que as primeiras coisas já se cumpriram, e as novas eu vos anuncio, e, antes
que venham à luz, vo-las faço ouvir.
Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra;
vós os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele; vós, ilhas, e seus habitantes.
Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as aldeias que Quedar habita;
exultem os que habitam nas rochas, e clamem do cume dos montes.
Deem a glória ao SENHOR, e anunciem o seu louvor nas ilhas.
O SENHOR sairá como poderoso, como homem de guerra despertará o zelo;
clamará, e fará grande ruído, e prevalecerá contra seus inimigos.

O verdadeiro pastor há de ser, primeiramente, um verdadeiro servo. Para ser líder ou


senhor, é necessário, em primeiro lugar, disposição para aprender obedecer, a ser servo.
Deus disse a Isaac que Abraão havia sido seu servo, (Gn 26:24). Eis uma razão porque o
Pai da fé pode ser chamado amigo de Deus (Is 41:8b). A vida tumultuada de Jacó permitiu-
lhe aprender sérias lições da parte de Deus. Jacó a princípio não deu importância a uma
vida de obediência, no entanto, quando os anos de aventura se passaram, ele amadureceu
e começou a servir a Deus mais fielmente, pelo que Deus também o chamou de seu servo
(Is 41:8a). A primeira mensagem que encontramos no livro de Josué (Js 1:1) é a menção de
Moisés, servo do Senhor. O povo queria atravessar o Jordão, precisava santificar-se e
obedecer plenamente a Deus e Deus lhes deu Moisés como modelo de obediência e
serviço.
Eli perdeu os privilégios espirituais, mas quando Deus começou a chamar Samuel,
ele ensinou uma verdade da qual Samuel jamais se esqueceu. Eli disse a Samuel que
quando Deus o chamasse, ele deveria atender, dizendo: “Fala, Senhor, porque teu servo
ouve”. O grande líder Samuel foi primeiro um grande servo. Deus deu ordens expressas a
Natã a respeito do templo, a fim de que ele as transmitisse a “Davi, meu servo”. Ao
apascentar as ovelhas no deserto distante da casa de seu pai e da comunhão de seus
irmãos, Davi foi recebendo a comunicação espiritual de Deus que se tornou seu Senhor por
toda a vida (Sl 23:6).
Outros homens que a Bíblia menciona como servo de Deus: Elias (2 Rs 9:36); Jonas
(2 Rs 14:25); Ezequias (2 Cr 32:16); Jó (Jó 1:8); Isaías (Is 20:3); Daniel (Dn 6:20); Zorobabel
(Ag 2:23); Simeão (Lc 2:19); Pedro (2 Pd 1:1) etc.
Quando Paulo estava na cidade de Corinto e enviou uma epístola por Febe à Igreja
na cidade de Roma, esta foi a sua identificação: “Paulo, servo de Jesus Cristo...” Esta
maneira de apresentar-se identificava o verdadeiro espírito do homem de Deus. Quando o
pastor se esconde no senhorio de Jesus, Deus mesmo o exalta como quer.
Comparando os textos de Efésios 6:5-8 e Colossenses 3:22-25, tomamos um
paralelo do servo comum e encontramos algumas recomendações que se adaptam aquele
que milita ao ministério do Evangelho.
 O servo deve obedecer a seu Senhor (Ef 6:5; Cl 3:33)
 O servo deve ter consciência de suas funções (Ef 6:5b; Cl 3:22b).
 O servo deve procurar agradar seu Senhor (Ef 6:6; Cl 3:23).
 O servo deve ter confiança na recompensa de seu Senhor (Ef 6:9; 2 Co 5:10).
Existem várias palavras gregas que se traduzem por servo em língua portuguesa as
principais são as seguintes: oiketes – um empregado doméstico, um serviçal do lar; doulos –
um escravo, que não tem direitos legais, é possuído por seu senhor; huperetes – um
subordinado, pessoa que recebe missões inferiores; diakonos – um servente, atendente,
ministro.
Pensar em Teologia Pastoral é refletir também na necessidade da humildade na vida
do obreiro, para que sirva bem e seja aceito todo o seu trabalho pelo Senhor. Um dia cada
ministro do Evangelho encerrará sua tarefa aqui na Terra. Terá sido aprovado? (Rm 16:
10a) “Se o faço de boa mente, terei prêmio” (1 Co 9:17). Deus nos ajude a todos, para que
recebamos porção multiplicada de Sua graça e de Seu poder, a fim de realizarmos a Obra
que nos está proposta e alcancemos o fim da jornada, para o encontro final com o Rei.

O pastor e sua preparação ministerial


 Preparação espiritual – o pastor não pode ser neófito, deve ter maturidade espiritual
e um caráter tratado por Deus – I Tm 5:22; Tt 1:5; Mt 4:19-20.
 Preparação teológica – mesmo os obreiros leigos devem ser treinados
adequadamente para manejar bem as Escrituras, tendo conhecimento básico dos
fundamentos de fé cristã e princípios de liderança para o exercício de um ministério
equilibrado com embasamento bíblico – II Tm 2:15; Jo 5:39; Mt 22:29; Tito 2:7. Os
obreiros que têm oportunidade de fazer um curso teológico devem esmerar-se na
leitura, na pesquisa e na reflexão para aprofundarem no conhecimento e na graça de
Deus: Não devem tratar a Teologia apenas como uma disciplina acadêmica, mas
como uma ciência divina fundamental para nossa formação ministerial. Sl 139:6; Cl
2:2-3; I Tm 4:14-16; II Pd 3:18; Sl 119:105.
 Preparação intelectual – é importante, para o pastor que deseja alcançar a Igreja de
Cristo e os perdidos, um conhecimento geral de assuntos que dizem respeito ao
homem moderno: seus problemas, crises, necessidades e anseios existenciais. A
leitura de bons livros, jornais, enciclopédias, almanaque etc. Se possível cursos que
habilitem o pastor tecnicamente a exercer sua função como: Administração,
Psicologia, Pedagogia etc.
O pastor e sua vida devocional
 Meditação na Palavra – esse é um princípio indispensável e fundamental. Josué 1:8;
Sl 119:99. Deve ser um prazer, não uma obrigação religiosa. O ativismo, a preguiça,
a falta de disciplina levará o pastor ao relaxamento e a secura espiritual por falta de
meditação.
 Oração e Jejum – os grandes homens de Deus na história de Israel, na história da
Igreja e na história de missões, foram homens que cultivaram uma vida profunda de
oração e dedicaram-se ao jejum sistematicamente para se humilharem, buscarem a
Deus de todo coração e confrontarem os poderes das trevas como também
mortificarem sua natureza depravada. Sl 55:17; Dn 6:10; Pv 8:17; Gn 32:24-30; I Sm
15:10-11; Tg 5:17-18; Nm 1:4; Sl 5:1-3; At 6:3; 13:1-2; I Tm 2:1; I Sm 12:23; Sl 69:9-
13; 109:24; Ester 4:15; Dn 9:3; At 14:23. Vigília de oração também deve ser um
princípio encarnado no ministério pastoral – Lc 6:12; I Sm 15:10-11; I Ts 3:10; II Co
12:27. Os grandes avivamentos em Israel e na história da Igreja são precedidos de
muita oração, jejum e vigílias – II Cr 7:14; At 1:14.

“A oração é o nervo delgado que move o músculo da onipotência.”


(J. Edwin Hartill)
“A maneira mais correta de orar é continuar orando.”
(John Hyde)

O sustento Pastoral
O pastor e seu sustento
No Antigo Testamento
 Deus fez uma aliança com Arão e seus filhos, chamando-os para o sacerdócio, e
com os levitas para servirem no Tabernáculo e prometeu supri-los com dignidade –
Nm 18:1-7, 11-20, 21-24; Dt 18:1-8.
 Não teriam campos para plantar ou criar animais, apenas pequenas propriedades
para morarem e cuidarem dos animais entregues pelo povo como dízimo e ofertas –
Nm 35:1-8; Js 21. Deviam dedicar-se inteiramente ao sagrado ministério.
 Em Israel, quando povo deixava de trazer seus dízimos e ofertas, então os levitas e
sacerdotes deixavam o altar do Senhor e partiam em busca de trabalho em outras
tribos – I Cr 31:4-11; Nm 13:10.

No Novo Testamento
A perfeita vontade de Deus é que seus ministros se dediquem inteiramente ao
ministério e vivam do ministério – II Tm 2:4; I Co 9:7-14. O sustento pastoral é ordem divina
na nova aliança, sob o pacto da graça – I Co 9:14; Gl 6:6; I Tm 5:17,18; II Co 11:8 (por
inferência).
Há dois extremos que não devem servir de modelo para o sustento pastoral.
 »» As Igrejas e os ministérios que podem remunerar bem seus pastores e
explorarem o serviço sacerdotal, maltratando e oprimindo o pastor e sua família,
privando-os de uma situação financeira condigna.
 »» Pastores que exploram suas Igrejas, exigindo um alto padrão de vida,
administrando egoística e ambiciosamente as finanças da Igreja cujo dinheiro é
sagrado; e, deixando de ajudar os pobres, as viúvas e os órfãos, os deficientes
físicos e a obra missionária.
O pastor poderá trabalhar profissionalmente se quiser, porém o ideal é que consagre
todo seu tempo ao ministério com disciplina e santidade, pois o “pastorado é um emprego
atraente para homens preguiçosos”
– Jaime Kemp.

O direito que tem o pastor ao seu salário


Há quem argumente que o ministro não deve receber ordenado porque Jesus disse:
“De graça recebestes, de graça dai”. (Mt 10:8).
Querer aplicar essa passagem contra o sustento pastoral é, além de torcer o sentido
da Palavra, sentido dessas palavras de Jesus referia-se aos dons gratuitos de Deus que
Pedro disse a Simão, quando este entendeu que podia comprar o dom do Espírito Santo. “O
teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança com
dinheiro. (At 8:20)”.
Há ainda quem argumente que Paulo, o apóstolo que maior trabalho evangélico fez,
para extensão do Reino de Deus, trabalhou com suas próprias mãos para ausentar-se;
nunca recebendo ordenado de Igreja alguma e há quem cite as seguintes passagens: “Vós
mesmos sabeis que para o que me era necessário e aos que estão comigo, estas mãos me
serviram (At 20:34). “Porém, eu de nenhuma destas coisas usei e não escrevi isto para que
assim se faça comigo, porque melhor me fora morrer do que alguém fazer vã esta minha
glória. Porque, se anuncio o Evangelho não tenho de que me gloriar, pois, me é imposta
esta obrigação: e ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho”. (1 Co 9:15, 16). “Nem de
graça comemos o pão de nenhum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para
não sermos pesados a nenhum de vós”. (2 Ts 3:8).
Efetivamente, Paulo não recebia ordenado de Igreja alguma, se bem que algumas
vezes recebeu auxílio monetário de alguns irmãos, como ele mesmo declara nestes textos:
“Porque os irmãos que vieram da Macedônia supriram a minha necessidade”. (2 Co 11: 9).
“Quando parti da Macedônia, nenhuma Igreja se comunicou comigo em razão de dar e
receber, se vós somente. Porque vós me mandastes duas vezes ainda a Tessalônica o que
me era necessário”. (2 Ts 4:16).
Paulo escreve para mostrar o direito que o ministro da Palavra de Deus tem ao seu
sustento: “Quem jamais milita a sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu
fruto? Ou quem apascenta o gado e não bebe do seu leite? Digo eu isto segundo os
homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na Lei de Moisés está escrito. Porque
o que lavra deve lavrar com esperança e o que trilha deve trilhar com esperança de ser
participantes. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós
recolhamos as coisas carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, porque não
mais justamente nós? Mas nós não usamos deste poder. Antes suportamos tudo, para não
pormos impedimento algum ao Evangelho de Cristo”.
“Não sabeis vós que os que administram as coisas sagradas comem do sagrado? E
os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o
Senhor aos que anunciam o Evangelho que vivam do Evangelho”. (1 Co 9:7-14).
Na epístola a Timóteo 5:17-18, o mesmo apóstolo mostra o direito que o ministro tem
ao seu salário:
“Os anciãos que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra,
principalmente os que trabalham na Palavra e na doutrina. Porque diz a Escritura: “Não
ligais a boca ao boi que debulha. Digno é o obreiro do seu salário”.
Se lermos Gálatas 6:6 encontramos ainda o mesmo argumento de Paulo e o que é
instruído na Palavra reparta de todos os bens com o que o instruiu.
“Não resta a menor dúvida que o ministro da Palavra de Deus tem direito de ser
sustentado pelo povo a quem ele instrui. Nesse sentido, argumenta o apóstolo muito bem,
quando diz: “Se vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as
carnais?
Assim ordenou o Senhor aos que anunciam o Evangelho. (1 Co 9:11-14)”.
Deve ter sido uma grande vergonha para os Coríntios quando Paulo lhes escreveu:
“Outras Igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário e quando estava
presente convosco e tinha necessidade, a ninguém fui pesado, porque os irmãos da
Macedônia supriram a minha necessidade.
E em tudo me guardei e guardarei de vos ser pesado e ainda me guardarei.” (2 Co
11:8-9).

De que modo deve ser sustentado o pastor


O ministro deve ganhar de forma a poder ter uma vida independente, sem ser
forçado a tomar dinheiro emprestado para satisfazer os compromissos urgentes da vida. Ele
precisa manter a sua vida com decência, até mesmo para a honra da Causa que representa.
Cada crente deve tomar parte na manutenção do seu pastor – o rico segundo a sua riqueza;
o pobre segundo a sua pobreza.
Na antiga dispensação, Deus determinou um meio prático para o sustento do
ministro, de forma que o rico e o pobre tinham de contribuir na exata proporção de seus
recursos. Esse meio foi o dízimo, como se vê em Lv 27:30-32. “Também todas as dízimas
do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do Senhor, no tocante a todas as
dízimas de vacas e ovelhas, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo do
Senhor”.
Os levitas não tinham herança, para que se pudessem ocupar exclusivamente do
trabalho de Deus, e, por isso, recebiam os dízimos que lhes eram oferecidos pelos israelitas:
“E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu
ministério que administra, o ministério da congregação... e no meio dos filhos de Israel
nenhuma herança herdarão.” (Nm 18:21-23).
Se cada crente entregasse o dízimo, não haveria falta para o sustento pastoral em
nenhuma Igreja Evangélica, podendo ainda as Igrejas aumentar o número do seus
pregadores. É claro que o dízimo não tem apenas a função de remunerar os obreiros.
De onde o ministro deverá receber o seu salário, da Igreja e de subscrições
promovidas para esse fim?
Da Igreja, evitando ainda que ele tenha maior consideração para com aquele que dá
a maior parte do seu salário, com receio de lhe ser cortada uma parte de seus vencimentos.
O fato de o pastor ser pago diretamente pela Igreja dá-lhe completa liberdade de agir para
com todos os membros igualmente.
As vantagens de a igreja sustentar o seu pastor
Além de um grande privilégio, deve ser também um grande ideal da Igreja manter o
seu pastor. Isso, além de ser um grande sinal de vida, dá-lhe verdadeira importância diante
de outras Igrejas e até mesmo diante de uma sociedade culta e inteligente.
Um pastor que é mantido pela Igreja dedica todo seu tempo a ela e serve de grande
animação ao trabalho que lhe está confiado. Muitos trabalhos evangélicos têm
permanecidos fracos, sem o menor sinal de progresso, alguns até tem se acabado,
simplesmente por falta de um pastor que disponha do tempo necessário para visitar o povo,
pregar e, enfim, fazer tudo quanto é necessário para o seu desenvolvimento.
Uma Igreja que mantém o seu pastor sabe dar a maior importância ao seu trabalho e
parece até que o ama mais, pois é uma regra natural e geral que aquilo que nos custa
sacrifício é que sabemos estimar melhor e conservar. Tenhamos como exemplo a fortuna
que é ganha com verdadeiro labor e a que não custa o suor de seu dono. Enquanto aquele
perdura por gerações sucessivas, esta parece que toma asas e voa.
Poderia enumerar muitas outras vantagens, mas, para concluir esta parte, basta
dizer-lhe que a Igreja que sustenta dignamente o seu pastor está garantida para manter o
seu trabalho, pois ele, com os seu espírito descansado das lutas para manutenção da vida
material, consagra-se melhor a Deus para o serviço de sua Igreja.
Há vantagens para o pastor em ser sustentado pela igreja.
Como para a Igreja é um privilégio sustentar o pastor, para este deve ser igualmente
um privilégio ser sustentado por ela, pois isso deve dar-lhe a convicção de que seus
serviços estão sendo apreciados e estimados pela Igreja.
Não é desonroso para um pastor receber salário da Igreja, uma vez que, como diz
Jesus: “digno é o trabalhador do seu alimento”, Mt 10:10. Fica, portanto, estabelecido o
equilíbrio da responsabilidade mútua entre o pastor e a Igreja. A Igreja não lhe paga o
salário como um favor, nem os serviços do pastor podem ser tomados como um favor feito à
Igreja.
Trabalhar é um dever do pastor, portanto, a Igreja lhe paga; pagar é um dever da
Igreja porque o pastor trabalha e consagra assim o seu tempo, a sua pessoa à Igreja.
Como seria uma humilhação para o pastor receber salário sem trabalhar, assim
também deve ser uma humilhação para a Igreja ter o serviço de um pastor sem lhe pagar o
seu salário, salvo se a Igreja é muito pobre. Nesse caso, não se trata de humilhação,
estabelecendo-se em tão a gratidão recíproca.
Quando o pastor recebe seu salário da Igreja, compenetra-se mais de sua
responsabilidade de trabalhar, visto que a ideia de favor tem desaparecido. Ele não trabalha
mais porque lhe pagam os seus serviços, porém, porque a sua responsabilidade torna-se
maior.
O pastor que é pago pela Igreja ficam com o tempo necessário para estudar e com o
seu Espírito descansado para consagrar-se melhor a Deus. Pode ainda gastar mais tempo
em visitar e cuidar de todas as necessidades de seu rebanho.
Concluímos, então, afirmando que o sustento pastoral, além de ser um direito do
pastor é um dever e privilégio da Igreja, é, ainda, uma grande bênção tanto para o pastor
quanto para a Igreja.

Vida social e comunicação


O pastor e sua família
O ministério pastoral começa no lar, com a esposa e os filhos, esse pequeno
rebanho é importantíssimo aos olhos de Deus, da Igreja e da sociedade. Deus ama
profundamente a todos os seres humanos, e a família do pastor também é amada pelo
Senhor da Igreja. Deus tem interesse não só no pastor, mas na sua família. Quando o
Senhor fez uma aliança com Abraão Ele prometeu abençoar “todas as famílias da terra” –
Gn 12:3.
O pastorado é um reflexo direto da vida familiar e deve ser levado a sério, com amor,
abnegação e sobriedade – I Tm 3:4-5; 5:8; I Sm 2:22-25, 27-30.
Há pastores que precisaram abandonar o ministério devido a problemas familiares.
Outros, nas situações mais difíceis e adversas do ministério, têm recebido apoio e ajuda de
sua família e têm conseguido sustentar-se.

Alguns pontos de tensão no lar:


 Falta de atenção e diálogo do pastor com a esposa e os filhos – Dt 6:1-9; Cl 3:18-21;
Amós 3:3.
 Sexo no lar – I Co 7:3-5; Ct 4:1-5,10-15; Hb 13:4.
 Finanças – I Tm 6:7-12.
 Relacionamento com os familiares – Ef 5:31; Hb 12:14-15.15; Rm 12:18.
 Relacionamento com amigos e pessoas da Igreja, ciúmes – I Ts 5:22 (pode ser do
mesmo sexo ou do sexo oposto).
 Pressuposições Teológicas – Ef 4:1-6 (unidade do Espírito pelo vínculo da paz).
 Influência da TV – Mt 6:22-23
 Relaxamento no culto doméstico.
 Falta de cooperação nas tarefas domésticas – Ec 4:9-12; Gl 6:2
 Falta de perdão – Cl 3:13

O pastor e as relações humanas na família


 Psicologia do homem e da mulher – para viver em harmonia com qualquer pessoa
a condição indispensável é conhecê-la bem, a fim de poder sentir como ela sente e
“colocar-se no lugar dela”.
 Namoro e noivado – período para os candidatos se observarem e conhecerem
melhor, pois uma coisa é passear conversando e namorando, outra coisa é enfrentar
as alegrias e decepções de toda uma vida matrimonial.
 Casamento e vida conjugal – é, às vezes, depois de muitas atritos e discussões
que o casal chega a uma situação de harmonia na qual há sacrifícios recíprocos,
mas na qual há também divisão de alegrias; infelizes são os que procuram fazer do
casamento eterna lua de mel; são, geralmente, moças que pensaram encontrar no
noivo o Príncipe Encantado; não poucos são os que, procurando encontrar uma
Cinderela, percebem que só conseguiram uma mulher com qualidades e defeitos. A
verdadeira felicidade consiste em aceitar a realidade e procurar adaptar-se a ele.

O pastor e as relações humanas na igreja


I Tm 4:12 nos diz: “Torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor,
na fé, na pureza”.

Destacaremos quatro pontos importantes na nossa convivência na Igreja.


 Nosso testemunho pessoal – qualquer trabalho sem testemunho não tem nenhum
valor.
 testemunho no comportamento dentro Igreja;
 testemunho no traje – cristãos devem usar roupas em harmonia com o tempo e o
lugar. Suas roupas devem ser de bom gosto e não sujeitas a críticas de moral;
 testemunho na atitude de serviço.
 Nossa atitude para com o Pastor e os oficiais – não podemos esquecer que
somos apenas cooperadores e que o pastor é o líder. Devemos respeitá-lo e aceitar
a sua direção. Não desviar o respeito dos crentes e sua atenção para o nosso
serviço.
 Nossa atitude para com os crentes em geral deve ser esta.
 tratar todos com o mesmo sentimento de respeito e consideração, não fazendo
acepção de pessoas;
 quando visitar os lares, tomar muito cuidado com o fuxico, até em ouvir pode haver
complicações;
 cultivar o amor fraternal para com todos, ajudando sempre os mais necessários.
 Postura na Igreja
 Não devemos conversar, trocar impressões ou falar alto durante a cerimônia
religiosa.
 Aprenda a ser amável com os que visitam sua Igreja.
 Seja receptivo aos novos integrantes ao rol de membros.

O pastor e as relações humanas na sociedade


Não podemos esquecer os preciosos ensinos do Senhor Jesus sobre a nossa
sociedade. Atos l:8 –“Ser- meeis testemunhas”, Mt 5:13-14 – “Vós sois a luz do mundo”.
Na sociedade, devemos agir como testemunhas do Senhor Jesus Cristo, servindo de
sal e iluminando por meio da nossa vida o caminho para o pecador encontrar-se com o
Senhor Jesus.
 Para mantermos boas relações humanas na sociedade, devemos evitar:
 namorar com pessoas descrentes;
 participar de festividades fora do contexto cristão, onde o nosso testemunho vai ficar
obscurecido;
 tomar dinheiro emprestado;
 dar expansão ao nosso gênio na presença de pessoas descrentes;
 comentar problemas de Igreja no meio das pessoas descrentes;
 ferir a religião, zombando dos ensinos errados ou comentando algum erro da vida
dos chefes religiosos.
 Como devemos agir na sociedade:
 Manter sempre equilíbrio no nosso testemunho (no vestir, no andar, no falar).
 Manter boas amizades, com o alvo de sempre guiar os amigos a conhecer o seu
grande amigo – O Senhor Jesus Cristo.
 Participar de eventos cívicos com o cuidado, dando bom testemunho cristão.

Comunicação
Objetivos para uma boa comunicação
 Considere que os atos falam mais alto que as palavras; a comunicação não verbal é
geralmente mais poderosa que a verbal. Evite “mensagem dúbias” em que as
mensagens verbais e não verbais transmitam ideias contraditórias.
 Defina o que é importante e enfatize; defina o que não é importante e tire a ênfase
ou ignore. Evite as críticas.
 Cuidado ao falar: expresse-se de maneira a mostrar respeito pelo valor da outra
pessoa como um ser humano. Evite declarações que comecem com as palavras
“Você nunca...”
 Seja específico e claro em sua comunicação. Evite a indefinição.
 Seja razoável e realista e em suas afirmações. Cuidado com os exageros e
sentenças que comecem com as palavras “Você sempre...”
 Teste todas as suas suposições verbalmente, perguntando se estão corretas. Evite
agir até que tenha feito isto.
 Reconheça que cada acontecimento pode ser visto de vários pontos de vista. Evite
supor que as outras pessoas veem as coisas do mesmo modo que você.
 Reconheça que os membros de sua família e seus amigos o conhecem bem e ao
seu comportamento. Evite a tendência de negar as observações deles sobre você –
especialmente se não estiver certo.
 Identifique que as dissensões podem ser uma forma significativa de comunicação.
Evite os argumentos depreciativos.
 Seja sincero e aberto sobre os seus sentimentos e pontos de vista. Traga à luz todos
os problemas importantes mesmo que tema que isso possa perturbar outra pessoa.
Fale a verdade em amor. Evite o silêncio mal-humorado.
 Preocupe-se mais com o efeito de sua comunicação sobre outros do que com aquilo
que pretendia comunicar. Evite ressentir-se no caso de ser mal compreendido.
 Tenha tato, consideração e cortesia com relação aos outros. Evite tirar proveito dos
sentimentos alheios.
 Faça perguntas e ouça atentamente. Evite pregar ou fazer palestras (na
comunicação).
 Não use de subterfúgios. Procure não cair nas desculpas dadas por outros.
 Identifique o valor do humor e da seriedade. Cuidado com a zombaria destrutiva.

Envolvimento
Para realizar um bom envolvimento, deve-se realizar as seguintes ações.
 »» Mostrar respeito pelos aconselhados.
 »» Compreender as posições sem tomar partido abertamente.
 »» Apoiar as pessoas e dar-lhes esperança, caso sinta liberdade.
 »» Encorajar a comunicação aberta e o interesse mútuo em ouvir.
 »» Encorajar as pessoas a serem específicas.
 »» Identificar as coisas que podem ser mudadas.
 »» Cuidar para impedir que o conflito se agrave e que a comunicação seja
interrompida.
 »» Retomar com frequência a situação e as posições.
 »» Caso a sua mediação não pareça estar dando resultado, encorajar a busca de
ajuda de outros profissionais.

Como impedir as relações interpessoais negativas
 »» Os ensinos bíblicos relativos aos bons relacionamentos.
 »» Um andar diário com Jesus Cristo, oração, estudo das Escrituras, confissão de
pecado e disposição para buscar e seguir a orientação divina.
 »» Compreensão do conflito e prática das táticas que induzem a sua redução.
 »» As diretrizes para a comunicação eficaz.
 »» A redução, o impedimento ou a eliminação de pressões ambientais que produzam
conflito.
Ofícios ministeriais
Bispos, pastores e presbíteros
Da Terminologia: At 20:17,28; Tt 1:5-8; Tm 3:1-7; I Pd 5:1-4.
Bispos – episkopoi, episkopos – supervisores, superintendentes. Em I Pd 2:25 –
bispo no sentido etimológico é de: “alguém que olha por outros”, não denotando
necessariamente um cargo numa estrutura hierárquica. Aqui especificamente aplicado a
Cristo, e ao lado de pastor, significa “guardião”, “aquele que cuida e supervisiona”. Nas
epístolas pastorais, a responsabilidade de um bispo é muito abrangente.
Como líderes cristãos são responsáveis pelas relações externas da Igreja, exercem
ministério de ensino e apascentamento, têm autoridade para disciplinar membros. Presidem
sobre os negócios da Igreja como um pai cuida de sua família e do seu lar.
Presbíteros – (anciãos – At 11:30; 15.2) presbyteroi. Os termos episkopoi e
presbyteroi são parcialmente intercambiáveis – At 20:17 e 28; 11:30 e 15:2; Tt 1:5 e 7; I Tm
3:1 e 5:17.
Pastores e mestres – Segundo Dewey M. Mulholland (s/d, p.92), esses dois termos
referem-se à mesma pessoa uma vez que no original aparece apenas um pronome para os
dois. A gramática grega, portanto, implica que o pastor seja também mestre. O pastor pode
ter talentos para administrar a Igreja ou granjear fundos para a obra de Deus, mas se não é
“apto para ensinar” não tem autorização bíblica de reivindicar o título de “pastor”.
Pastor – poimen. Ef 4:11, é usada 18 vezes no NT. João 10:11 (Hb 13:17 – vigiar).
Apascentadores, guias, líderes, guardião, supervisores.
Em Atos 20:28 – bispo... pastoreardes – I Pd 5:1-2 – Presbíteros... pastoreai. Bispos,
Presbíteros e Pastores são invariavelmente tratados como sendo o mesmo ofício.
Em Atos 20:28 – os presbíteros no verso 17, e os bispos do verso 28 são instruídos a
pastorear (no grego poimano) a Igreja de Deus.
Em I Pd 5:1-2 – Pedro exorta os presbíteros a pastorear o rebanho de Deus
(apascentar na versão Trinitariana).
Em Ef 4:11 – Paulo escreve para a Igreja de Éfeso que Cristo concedeu dons à
Igreja (universal), e entre esses dons está o de pastor (poimen), cujo propósito é aperfeiçoar
os santos e edificar a Igreja.
Portanto, Bispos, Presbíteros e Pastores são termos diversos para o mesmo ofício,
assim como santos e crentes e irmãos são termos diferentes para o mesmo corpo de
cristãos.
Segundo Dr. Russel Shedd, há vários aspectos do pastorado no NT que podem ser
percebidos com os títulos usados para indicar o papel do líder humano da Igreja.
 Pastorear – deve arrebanhar e não espalhar.
 Atender ou cuidar, Bispo – deve reger como participante.
 Ancião ou Presbítero, com ideia de patriarca, pai de família – I Tm 5:17-25, com ideia
de quem é experimentado e tem capacidade de admoestar ou encorajar – I Co 4:14-
21.
 Despenseiro, Administrador, deve ser fiel na sua função (no que não lhe pertence) –
I Co 4:1-5.
 Líder, guia, responsável pelas almas daqueles que os seguem – Hb 13:7-17.

A Igreja e seus dirigentes


a. Presbíteros e Diáconos: as únicas funções na Igreja
 Presbíteros – 1 Tm 3:1-7; Tt 1:5-9.
 Diáconos – 1 Tm 3:8-13.
b. Presbíteros
 Presbítero, ancião ou pastor são as mesmas pessoas – Fp 1:1; At 20:28; 1 Pd 5:2; At
20:17-28; Tt 1:5-7; Ef 4:11; At 20:28; 1 Pd 5:1-2.
 Presbítero é título, supervisão é trabalho.
c. Deveres dos presbíteros
 Alimentar o rebanho – 1 Pd 5:2; Hb 13:7.
 Dirigir a Igreja – 1 Pd 5:1-3; 1 Tm 5:17, 35; Hb 13:17.
d. Pluralidade dos presbíteros
 Obedecê-los.
 Dar-lhes primazia.
 Alguns fazem trabalhos especiais – Hb 13:17; At 20:28; 1 Pd 5.

Deve
 Ser maduro – não neófito.
 Viver em santidade pessoal – Tt 1:8.
 Ser conhecedor das Escrituras Sagradas.
 Apto para ensinar.
 Ser racional
 Trabalhar de boa vontade.

Diáconos
A palavra diácono é tradução da palavra grega diakonos, que é o termo comum que
se traduz por “servo”, quando usado em contextos não eclesiásticos.
Os diáconos são claramente mencionados em Filipenses 1:1: “... a todos os santos em
Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos”. Porém não há detalhes de
sua função, só a indicação de que são diferentes dos pastores. Os diáconos também são
mencionados em 1 Tm 3:8-13 em uma passagem mais extensa:

Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma


só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o
mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente
experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato. Da mesma sorte,
quanto a mulheres [ou “esposas”; a palavra grega pode ter um desses significado], é
necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. O
diácono seja marido de uma só mulher, e governe bem seus filhos e a própria casa. Pois os
que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa
preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus (1Tm 3:8-13).

“Diakono” que significa “servo”. Há várias maneiras e “administração”. Muitas vezes


ela é usada para designar funções e trabalhos relacionados com as atribuições de um
diácono, como, por exemplo, o trabalho dos anjos em Mt 4:11, ou de Jesus Cristo em Mt
20:28, ou o ministério geral da Nova Aliança em 2 Co 3:3.
Observando as referências e citações bíblicas, vamos apresentar alguns versículos
que apontem os requisitos de um verdadeiro diácono:
 Qualificação – At 6:3
 Eleitos – escolha ou seleção pela imposição de mãos.
 Apontado pelo ministério – para se saber quem deve ser escolhido e que trabalho
pode se esperar um diácono, vejamos 1 Tm 3:8-13.

Qualificações
Morais
 não de língua dobre 1 Tm 3:8
 não dado ao vinho 1 Tm 3:8
 não ganancioso 1 Tm 3:8
 irrepreensível 1 Tm 3:10
 submetido a provas (não um neófito) 1Tm 3:10
Domésticas
 marido de uma esposa 1 Tm 3:12
 governe bem sua casa e seus filhos 1 Tm 3:12

A esposa do diácono deve ser:


 séria (reverente)
 não caluniadora ou maldizente
 sóbria
 fiel em tudo

Qualificações espirituais
 cheio do Espírito Santo – At 6:3
 cheio de sabedoria – At 6:3
 sério (reverente) – 1 Tm 3:8
 retendo o ministério da fé em uma consciência pura – 1Tm 3:9

O trabalho dos diáconos


O nome já diz muita coisa acerca do que se espera do diácono, pois define o que
significa “servo”. Está claro em 1 Tm 3:13, que alguns farão bom uso de suas funções
ampliando o campo de seu trabalho conforme está plenamente evidenciado no relato de
Atos 6 e 7 quanto ao diácono Estevão.

 servir, a tônica do significado – “ Servo”.


 governar, como dão a entender suas qualificações em 1 Tm 3:12.
 aliviar os pastores de tarefas materiais, executando-as – At 6:3.

O ministério na Palavra de Deus – 1 Tm 3:13.


Qualificações dos Ministros
Em suas relações com Deus
 a. Fiel – 1 Tm 1:12 – A Bíblia afirma que Deus é fiel, 2 Tm 2:13; A Palavra de Deus é
fiel, 1 Tm 3:1; 2 Tm 2:11; O obreiro deve ser fiel para com Deus, para com a doutrina
que prega, para com a Igreja a que serve e para consigo mesmo. Ap 2:10.
A fidelidade deve ser até a morte.
 b. Irrepreensível – 1 Tm 3:2; Tito 1:6-7; palavra que vem do grego anepiletos, ou
seja, uma conduta perfeita. 1 Co 1:8; 2 Pd 3:14. À medida que o obreiro vai
necessitando ser repreendido, vai igualmente perdendo a sua autoridade de
repreender.
 c. Cuidadoso – Deus puniu severamente os líderes de Israel no tempo do Velho
Testamento pelo pecado de haverem negligenciado seus deveres. A falta de cuidado
levou a nação inteira à ruína.

O cuidado do obreiro é tríplice:


 “tem cuidado da doutrina” (1 Tm 4:16);
 “tem cuidado do rebanho” (At 20:28);
 “tem cuidado de ti mesmo” (1 Tm 4:16).

 d. Conhecimento da Bíblia – O obreiro necessita manejar bem a Palavra da Verdade


(2 Tm 2:15). Como podemos manejar uma arma que desconhecemos? (Tt 1:9). A
recomendação principal de Deus a Josué dizia respeito à Palavra de Deus.
 e. Justo – Além da justificação que tem recebido da parte de Deus (Rm 5:1), o
obreiro necessita de um senso de justiça, para aprender a reger sabiamente a obra
de Deus (Tt 1:8). A Bíblia afirma que toda injustiça é pecado, mas é justo todo aquele
que executa a justiça (1 Jo 3:7).
 f. Santo – Nosso Senhor Jesus Cristo é apresentado na carta aos Hebreus como o
sacerdote SANTO. Os obreiros, que estão ao seu serviço, devem igualmente ser
santos. Santidade fala de separação, consagração e submissão (Tt 1:8).

Em suas relações com o próximo


 Hospitaleiro (1 Tm 3:2) – a palavra que vem do grego “philozenon”, ou seja, amor
aos estrangeiros. Isto fala do senso de amabilidade que o obreiro deve ter para com
todos, não negando a habitação de seu próprio coração, primeiramente, a quantos o
procuram. Em sentido lato, ele deve exercer a hospitalidade, como Abraão (Tt 1:8; 1
Pd 4:9; Rm 12:13).
 Apto para ensinar (1 Tm 3:2) – todos esperam ouvir do obreiro a palavra de ensino,
inspirada por Deus (2 Tm 2:24). Pedro e os demais apóstolos propuseram em seus
corações dedicar-se ao ministério da Palavra e à oração. Se alguém falar, fale
segundo as palavras de Deus (1Pd 4:11).
 Não espancador (1 Tm 3:33) – o pastor que espanca suas ovelhas perderá cedo seu
rebanho. Ele deve ter suficiente inteligência e equilíbrio para saber a ocasião certa
de aplicar a disciplina às ovelhas faltosas, sem, no entanto, necessitar de
espancamento muito semelhante aos tempos da velha inquisição. Em alguns
lugares, a porta da graça para salvação está como que fechada, pois a graça não
concorda uma obra ministerial de sucessivos espancamentos. Ao invés de espancar,
o pastor deve tratar suas ovelhas feridas com bálsamo de Gileade.
 Não contencioso (1 Tm 3:3; Tt 3:2) – o obreiro deve reconhecer o direito que os
membros da Igreja têm de exporem a sua opinião sobre determinado assunto, sem
ser necessário o espírito de contenda. Ao final, ele deve usar a autoridade do
Espírito para ensinar ao rebanho a verdade de Deus.
 Bom testemunho dos que estão de fora – o pastor deve ter uma vida limpa. Ainda
que o verdadeiro modelo seja sempre Cristo e Sua Palavra, certo é que os crentes (e
os ímpios também) acompanham a vida do pastor pelo que este deve estar em
constante oração e severa vigilância para não ser atraído pelos laços do inimigo e
desonrar o sagrado ministério.
 Não iracundo (Tt 1:7)

Em sua vida privada e familiar


 Marido e mulher – o obreiro necessita ser casado e, sendo, deve ser de uma só
mulher. Este princípio monogâmico Jesus estabeleceu em Sua Palavra; reafirmando
o que Deus decretara desde o primeiro casal (1 Tm 3:2; Tt 1:6; Mt 19:5).
 Vigilante (1 Tm 3:2; 1 Pd 5:8).
 Sóbrio – Isto é, moderado, discreto. O ministro deve saber ouvir, saber falar e saber
agir (1 Tm 3:2; 2 Tm 3:5; 1 Ts 5:6-8; 1 Pd 4:7).
 Honesto (1 Tm 3:2) – Deve realizar negócios sempre sadios e com lisura.
 Não dado ao vinho (1 Tm 3:2) – Ao ensinar lições sobre temperança, o ministro deve
também pregar com sua própria vida (Tt 1:7).
 Não cobiçoso de torpe ganância (1 Tm 3:3; Tt 1:7). Isto fala do perigo de desejar
lucros desonestos, excessivos. O obreiro não pode usar de métodos escusos para
auferir vantagens pessoais.
 Ser o exemplo – a vida exemplar do obreiro está descrita em minúcias em 1 Tm
4:12.
 Idôneos (2 Tm 2:2) – há crentes que nunca amadurecem. Os tais não podem ser
conduzidos ao ministério.
 Conserva-te puro (1 Tm 5:22).
 Sofredor (2 Tm 2:3) – o ministro que não está disposto a sofrer, pode fazer o
rebanho sofrer. Faz parte do ministério o sofrimento (2 Tm 3:13)
 Perseverança – o ministro não pode cansar em sua longa estrada. Tem de
perseverar, como homem de Deus, até aos dias finais de sua carreira (2 Tm 3:14).
Quando o combate terminar, ele será recebido pelo Sumo Pastor que na sua vinda
lhe concederá a coroa da Glória e de justiça.
Sejamos fiéis e perseverantes em nosso ministério, pois perto está o Senhor.

Os conflitos no ministério pastoral


Perigos e Tentações
 Acomodação – I Tm 14:14; II Tm 1:6 / Formalismo e relaxamento – Ml 1:5-9; 2:1-9.
 Poder e posição eclesiástica – III Jo 1:9-10; Jo 3:27-30; Mt 23:1-12; Fp 2:21; Mc
10:35-44.
 Profissionalismo – I Co 13:2 “... sem amor NADA serei” principalmente aqueles que
não têm qualificação profissional, cursos técnicos ou superiores, e grau de
escolaridade, ou têm e fazem do ministério mais um emprego ou abraçam o
ministério com uma perspectiva profissional e não sacerdotal.
 Fama, sucesso – Lc 6:26; 16:15b “O que entre os homens é elevado, perante Deus é
abominação” (Jimmy Swaggart).
 Sexo – temor a Deus – I Co 10:23; Gn 39:7-14 (José, mesmo sendo vendido pelos
irmãos e sofrendo como escravo, foi fiel a Deus). II Sm 11 – Davi e a síndrome da
tentação sexual.
 Dinheiro – I Tm 6:10; Jd 1:16; Ap 3:14-17. O dinheiro pode ser uma bênção ou uma
maldição no ministério pastoral, dependendo da motivação e dos critérios com os
quais são usados. O pastor é mordomo do tesouro da casa do Senhor, e como tal
deve administrá-lo com retidão, pureza e muita prudência. Algumas tentações
perigosas para o pastor relacionadas com finanças são estas.

 Canalizar recursos para construção de suntuosas propriedades particulares, em


detrimento das necessidades prediais da Igreja local, das congregações e da obra
social e missionária.
 Aplicações financeiras dos recursos da Igreja na (sua) conta pessoal para usufruir
dos lucros dessa aplicação.
 Emprestar dinheiro da Igreja a juros – Ex 22:25; Dt 23:19-20; Lv 25:35-37
(Sonegação final, usura, extorsão = agiotagem = crime).
 Desviar dinheiro da Igreja para suas necessidades pessoais e familiares (Ef 4:28).
 Manipular os crentes pobres por meio de doações e favores financeiros.
 Supervalorizar os crentes ricos ou de boa situação financeira e/ou tratar os pobres
com indiferença – Tg 2:1.
 Medir o sucesso do seu ministério ou de sua Igreja local pelo orçamento financeiro,
bens móveis e imóveis, valorizando as finanças e os bens de consumo acima das
pessoas, das vidas a serem pastoreadas.
 Desviar recursos levantados em campanhas para outros fins que não sejam os
propostos pela campanha.
 Fazer compras para Igreja, ou despesas acima do seu orçamento, deixando-a com
dívidas sem condições de pagamento, denegrindo a imagem do Evangelho e da
denominação diante dos comerciantes e do comércio. E para sair dessa situação
fazer pressão dolosa sobre o povo de Deus para levantar fundos para se livrar dessa
situação. Passos de fé na área financeira devem ser dados com muito
discernimento, prudência e direção do Espírito para não usarmos o nome de Deus
em vão. (I Jo 3:20-22)

Clericalismo ou sacerdotalismo – A formação de uma casta sacerdotal é perigosa e não


tem fundamento bíblico no NT. O ministério araônico e levítico já foram extintos e na nova
aliança a escolha é soberana e independente da origem familiar – Jo 15:16; I Co 1:27-29.
Também há o perigo do isolamento ou elitização do ministério pastoral, quando se torna
uma classe separada do corpo – I Pe 2:9-10.

Púlpito
 Auto exaltação – Mt 23:12.
 Autossuficiência – II Co 3:5-6.
 Mentir ou exagerar – Ef 4:25; Pv 12:19.
 Pregar o que o povo quer ouvir e não o que o Espírito Santo nos ordena. Ez 2:1-8; II
Tm 4:1-2.
 Exortar sem humildade e misericórdia.
 Manipular emocionalmente – II Co 2:17.
 Desabafar problemas e frustrações.
 Pregar o que não vive – Mt 23:1-3, 27-28.
 Centralização do culto na pessoa do Pastor – Jo 4:22-23.
 Idolatrar o púlpito – I Jo 5:21.

Consequências do pecado de Davi – II Sm 12:9-12:


 Morte do seu filho – II Sm 1:8.
 Amnom comete incesto com Tamar – II Sm 13.
 Absalão mata Amnom – II Sm 13:23-31.
 Absalão se rebela contra Davi – II Sm 15.
 Davi é humilhado publicamente – II Sm 15:14-18.
 Davi é enganado por Ziba e amaldiçoado por Simei – II Sm 16
 Absalão é assassinado por Joabe – II Sm 18:5-18, 33 (Davi caiu em depressão).
 A sedição de Seba – II Sm 20.
 A conspiração de Adonias na velhice de Davi – I Rs 1.

Relações interpessoais
Toda a epístola de Timóteo pode ser estudada e vivida por nós como padrão de
relações interpessoais, especificamente I Timóteo.
Paulo, pai espiritual de Timóteo escreveu para animá-lo e orientá-lo a respeito a
assuntos práticos como a adoração pública, as qualificações dos oficiais da Igreja, e a
confrontação do ensino falso na Igreja. Também instrui Timóteo acerca de ligação com
diversos grupos da Igreja, incluindo as viúvas, os anciãos, os escravos e os mestres falsos.
Pontos-chave da epístola que leva-nos a uma reflexão acerca da postura cristã,
principalmente no ministério:
 A prática da oração por todos os homens – Um só mediador – 2:1-7.
 Proceder conveniente no culto público – 2:8-l5.
 As qualificações dos bispos e dos diáconos – 3:1-13.
 A exortação à fidelidade e à diligência no ministério – 4:6-16.
 Os deveres dos pastores para com várias classes de pessoas – 5:1-16.
 Acerca dos presbíteros – 5:l7-25.
 Dos senhores e dos servos – 6:1-2.
 Os falsos mestres e os perigos da riqueza – 6:3-1.
 Apelo para Timóteo – 6:11-21.

A ética pastoral
Ética é a ciência dos deveres do homem; uma ciência que ensina como proceder na
sociedade.
A ética vem a ser, pois, um código de princípios ou de regras morais que dirigem a conduta,
considerando as ações dos homens com referência à sua justiça ou injustiça, tendência ao
bem ou ao mal.
Conhecer o código de Ética dos obreiros da AICEB.

Apascentando o rebanho
Pregação e ensino
É a parte fundamental no ministério pastoral a pregação e o ensino da Palavra de
Deus. É por meio da pregação e do ensino que a Igreja é edificada, consolada e exortada (I
Co 14:3). É por meio da pregação e do ensino das Escrituras que a fé cristã é preservada e
fortalecida (I Tm 3:16-17; I Pd 2:1-2). A pregação e o ensino devem ser extraídos da própria
Palavra de Deus, pois qualquer desvio desta perspectiva é perigoso (Jr 1:13; Pv 30:5-6; Dt
4:1-2; 12:32 e Mt 22:29). Paulo exorta Timóteo a pregar e a ensinar a Palavra com toda
diligência, pois é esse o método divino de preservar a pureza espiritual e doutrinária de sua
Igreja (II Tm 4:1-4; I Tm 4:1-5,13-16).
A terça parte do ministério de Jesus foi gasta em pregações (Mt 4:23). A grande
comissão descrita em Marcos 16 dá ordens à pregação como forma de conquista do mundo
sem Deus. Precisamos estar bem atentos aos propósitos que movem a nossa pregação,
para evitar os perigos descritos em Filipenses 1:15-17. A pregação do Evangelho movia o
coração do apóstolo Paulo (1 Co 9:16). Mas não basta pregar. É necessário pregar bem.
Pregar bem não significa em princípio pregar com erudição, com eloquência, nos mais
requintados padrões de cultura ou de homilética. Não. Pregar bem, para o Senhor Jesus
significa:
 Pregar o Evangelho – Há muitos que pregam filosofia, cultura, tecnologia, ciência,
gramática, literatura, botânica etc. Somente o Evangelho deve ser pregado pelo
pastor porque ele é o Evangelho de poder, poder de Deus para salvação de todo o
que crê. Nem mesmo um anjo deve ser ouvido, se ele vier a Terra pregar algo que
não seja o Evangelho (Gl 1:8).
 Pregar com poder – Se a pregação não tiver poder, não produzirá resultados
satisfatórios.
Jesus ordenou aos discípulos que ficassem em Jerusalém, a fim de que recebessem
poder.
Somente depois deveriam pregar. Os que insistem em pregar sem poder não se
admirem se não alcançam fruto em seu trabalho. Somente depois que forem ungidos pelo
Espírito (At 10:38).
Jesus começou o seu ministério de pregação (Lc 4:18-19) após essa unção.
 Pregar com simplicidade e paixão – Quando o coração do pastor ou pregador é
apaixonado,
os ouvintes se deixam envolver pela mesma paixão e se constrangem e comovem. Foi
assim no Dia de Pentecostes (At 2:37). A simplicidade ajuda o coração do pregador.
Mensagens muito rebuscadas podem causar sérios transtornos, principalmente
quando pregada a gente simples de modo que nos faz entender que a pregação do
Evangelho é a trombeta que deve dar sonido certo (1 Co 14. 8).
Pregar a Cristo – Pregação que não aponta a Cristo e Sua cruz, o sangue de Cristo,
o sacrifício de Cristo, a ressurreição de Cristo, jamais conduzirão almas a Cristo. Para que o
mundo vá a Cristo, é necessário primeiramente mostrar Cristo ao mundo. O instrumento
dessa demonstração é o Evangelho.
Pregar inspiradamente – A Bíblia é um livro inspirado. Quem usá-la para pregar deve
buscar também inspiração para si. Muitos se inspiram apenas na Bíblia e por isso pregam
vazios e secos. A Bíblia é um livro inspirado e não deve ser ministrada por um pregador
morto.

Para concluir esse tópico, inserimos aqui o pensamento do escritor John D. Wilder:
“O púlpito deverá ser como o trono do pastor. É ele o lugar sagrado. Nenhum outro
lugar envolve maiores responsabilidades do que ele. A ele só deveriam ir homens puros,
diferentes dos do mundo, homens cujas vidas se pautassem de ideias nobres e fossem
dotados de ambição elevada. É que o púlpito pertence a Deus. É o caminho por onde se
levam almas a Deus. Se a mensagem não alcançar o coração do homem, quem mais
poderá fazê-lo?”

Aconselhamento
É mais importante, profundo e valioso do que possamos imaginar. Aconselhamento
não é apenas um conselho sábio ou uma orientação criteriosa, é um processo terapêutico
que pode durar horas, dias, meses e até anos dependendo da gravidade do problema e
suas consequências. É óbvio que a Palavra de Deus é o alicerce, o fundamento, a fonte
infalível para o aconselhamento cristão, porém para os pastores que querem especializar-se
nessa área por sentirem o chamado de Deus, é indispensável que estudem para adquirirem
conhecimentos no campo da Psicologia, Psicanálise e Psiquiatria e discernirem as
pressuposições científicas que vão de encontro à revelação divina, como também
diagnosticarem adequadamente pessoas com problemas dos mais diversos tipos. A unção
do Espírito com o preparo técnico é uma ferramenta preciosa nesse ministério.
Alguns cuidados nessa área:
 Não dar conselhos precipitados ou inconsequentes – Pv 20:5; 19:21.
 Ter um profundo discernimento espiritual – I Co 2:14-16.
»» Ser sensível ao sofrimento, à dor da pessoa que está se aconselhando sem, contudo,
absorver seu problema ou se envolver com ela e vice-versa.
»» Fugir de toda aparência do mal – I Ts 5:22.

»» Pregar com simplicidade e paixão – Quando o coração do pastor ou pregador é


apaixonado, os ouvintes se deixam envolver pela mesma paixão e se constrangem e
comovem. Foi assim no Dia de Pentecostes (At 2:37). A simplicidade ajuda o coração do
pregador.
Mensagens muito rebuscadas podem causar sérios transtornos, principalmente quando
pregada a gente simples de modo que nos faz entender que a pregação do Evangelho é a
trombeta que deve dar sonido certo (1 Co 14. 8).
»» Pregar a Cristo – Pregação que não aponta a Cristo e Sua cruz, o sangue de Cristo, o
sacrifício de Cristo, a ressurreição de Cristo, jamais conduzirão almas a Cristo. Para que o
mundo vá a Cristo, é necessário primeiramente mostrar Cristo ao mundo. O instrumento
dessa demonstração é o Evangelho.
»» Pregar inspiradamente – A Bíblia é um livro inspirado. Quem usá-la para pregar deve
buscar também inspiração para si. Muitos se inspiram apenas na Bíblia e por isso pregam
vazios e secos. A Bíblia é um livro inspirado e não deve ser ministrada por um pregador
morto.

Não vamos dissecar o assunto sobre aconselhamento, pois, o assunto é a temática


de uma outra disciplina.

Visitação
É importante para o pastor visitar os membros da Igreja que pastoreia para uma
aproximação maior com
eles e um conhecimento mais íntimo dos seus problemas (Pv 27:23). É gratificante para o
pastor esse
tipo de ação pastoral, como também para Igreja. No caso de Igrejas grandes, o pastor pode
comissionar
equipes de visitação para fazer esse serviço e prestar-lhe relatório.
Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman:
Se vier a existir uma comunidade no mundo dos indivíduos, só poderá ser (e precisa
sê-lo) uma comunidade tecida em conjunto a partir do compartilhamento e do cuidado
mútuo; uma comunidade de interesse e de responsabilidade em relação aos direitos
iguais de sermos humanos e igual capacidade de agirmos em defesa desses direitos.
(BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2003, p.134).
O termo visitação, devido a sua abrangência, antes de conceituá-lo, devemos entendê-lo
como um
exercício não exclusivo ao âmbito eclesiástico, mas associado ao serviço prestado por
qualquer pessoa
que tenha percepção empática do sofrimento e angustia dos outro.
De acordo com o Dicionário Aurélio (1988, p. 676) visitar, entre outras coisas, significa: Ir ver
alguém em
casa ou em outro lugar onde esteja, por cortesia, dever ou afeição; significa revelar Deus a
alguém em sua
cólera ou em sua graça.
Segundo o Dicionário Houaiss (2009) o termo “visitar”, significa “ir vê (alguém), por cortesia,
dever,
ou afeição; significa revelar Deus a alguém em sua
cólera ou em sua graça.
Segundo o Dicionário Houaiss (2009) o termo “visitar”, significa “ir vê (alguém), por cortesia,
dever,
afeição etc.; ir conhecer, ir rever, ou percorrer com determinada finalidade; ir (o médico)
atender (o
doente) em seu domicílio ou leito hospitalar; percorrer fiscalizando; inspecionar, vistoriar;
manifestar-se
a; aparecer em, assolar, surgir, revelar (Deus) ao homem, fazer visitas mutuamente,
conviver, dar-se com”.
Podemos entender, dessa forma, que o termo visitar pode ser definido como ir ao encontro
de alguém ou
de alguma coisa com objetivos e propósitos bem-definidos.
Segundo a Bíblia Sagrada (1994), visitar os necessitados é a expressão de uma religião
pura e imaculada,
“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas
suas tribulações
e guardar-se da corrupção do mundo” (Ti 1:27).
Jesus Cristo em seu ministério passou a fazer parte da realidade das pessoas, Ele tratou
com pessoas que,
na realidade da época, estavam à margem do convívio social.
Cook afirma: Cristo sai ao nosso encontro no caminho de nosso viver diário. Este caminho –
nossa
realidade – está cheio de poças e de lama; é infestado de ladrões e de opressores. Muitas
vezes, é um
caminho solitário e sumamente aterrador. Por este caminho, multidões de homens e
mulheres arrastam
suas correntes e gemem de dor.
Destacamos entre as classes de marginalizados republicanos, prostitutas, pagãos, enfermos
(leprosos,
cegos, mudos, surdos, paralíticos, coxos), esmoleiros, servos, mulheres e possessosJesus
não hesitava em se aproximar das pessoas, em dirigir-lhes a palavra, em tocá-las, ou ainda
sentar a
mesa com elas.
“E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinado nas sinagogas deles, pregando o
Evangelho do
Reino e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E, vendo as multidões,
teve grande
compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm
pastor”
Jesus nos ensina que não há mal em nos aproximarmos das pessoas independentemente
de suas condições,
assim, Jesus quebra os protocolos impostos pela sociedade da época e prioriza a pessoa.
Jesus reconhecia o pecado e fraqueza das pessoas, mas não se afastava dos pecadores.
Pelo contrário, ele os
procurava e não colocava condições para ter comunhão com eles. [...] Jesus não exigia uma
mudança ética
antes de comunhão com as pessoas. As pessoas têm a necessidade de aproximação, tanto
de se tornarem
próximas, quanto de receber aproximação. É nessa ação de se avizinhar que os
relacionamentos são criados.
Relacionamento e aproximação são ações que quando feitas de forma comprometida têm
como resultado
a comunhão, que num sentido mais amplo toma o aspecto de compartilhar.
Quando Cristo diz Vinde a mim (Mt 11:28), podemos sentir em suas palavras o profundo
senso de
compartilhar – compartilhar a esperança, compartilhar a vida, compartilhar os pesos e as
cargas da vida.
Por mais que nos esforcemos, sempre daremos o segundo passo, o primeiro passo sempre
será de Deus,
“Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.” (I Jo 4:19)
Ao nos conscientizarmos de que o Senhor é o sujeito da ação e que ele é quem nos trás
para perto de si,
estaremos respondendo positivamente ao seu amor incondicional.
Deus visitando
As Escrituras Sagradas mostram-nos que Deus sempre buscou um relacionamento mais
profundo com
o homem.
São incontáveis os exemplos bíblicos em que Deus realiza visitas e se revela pessoalmente
a humanidade.
A Bíblia nos mostra muitos textos em que o próprio Deus ou seus representantes visita o
povo. Podemos
destacar alguns textos bíblicos, entre os vários exemplos do Antigo Testamento, em que
Deus se revela e
se relaciona com o povo por meio da visita.
»» Deus visita Adão e Eva no paraíso; (Gênesis 3:8)
»» Deus visita Nóe; (Gênesis 6:8-13)
»» Deus visita Abraão; (Gênesis 18:1-22)
»» Deus visita Jacó em Betel; (Gênesis 35:1-15)
»» Deus visita Moisés diante da sarça ardente no deserto. (Êxodo 3:2-4)
Jesus visitando
A visitação era uma prática de Jesus em seu ministério e demonstra que devemos imitar o
que Ele deixou
como exemplo.
O Ministério de Jesus desenvolveu-se nos lares. Jesus visita os lares (as famílias em suas
casas). Nas casas
Jesus curava, ensinava, pregava o Evangelho e realizava grandes milagres e maravilhas.
O primeiro milagre de Jesus se deu em um lar, no contexto familiar, quando foi convidado
para um
casamento. (Jo 2:1-12). Em suas visitas, Ele tinha a oportunidade de demonstrar o seu
amor, graça,
compaixão e misericórdia.
Jesus visitou Zaqueu na casa dele e nesta visita, o anfitrião encontrou sentido para sua vida
e aceitou o
convite de salvação. (Lc 19:5)
Jesus visitou a casa de Marta e Maria, irmãs de Lázaro, e trouxe vida num momento de dor
e perda. (Lc 10:38)
Jesus visitou a casa de Pedro e curou a enfermidade de sua sogra. (Mt 8:14-15)
Jesus visitou a casa de Mateus (Levi) e sentou à mesa com ele e seus amigos pecadores,
sem fazer qualquer
exigência ética. (Mc 2:15)
Jesus sabia que em cada cidade ou aldeia estavam ali pessoas “aflitas e exaustas como
ovelhas que não têm
pastor” e sua visita era necessária. (Mt 9:35-36)
Quando lemos o texto do Evangelho de João “E era-lhe necessário passar por Samaria”
(João 4:4), vemos
Jesus indo ao encontro de uma mulher que só pelo fato de ser samaritana era motivo de
desprezo e
desafeto pelos Judeus.
A mulher samaritana como é chamada biblicamente necessitava receber uma visita, ainda
que inesperada,
e foi a partir dessa visita e do diálogo com Jesus que pode refletir sobre a sua condição e
vida.
Jesus tinha percepção das necessidades das pessoas expressa no cuidado que tinha no
trato de assuntos
íntimos e pessoais.
Sua prática também era vivenciada por seus discípulos, na medida em que Jesus visitava,
também ensinava
seus discípulos à prática da visitação.
visitando
No contexto de toda a narrativa bíblica, o livro de Atos dos Apóstolos conta o começo da
história da Igreja
estabelecida por Jesus, onde encontramos o registro de como a grande comissão começou
a ser cumprida.
Os eventos narrados no livro de Atos dos Apóstolos expressam o trabalho realizado pelos
apóstolos e
discípulos de Jesus Cristo, à medida que divulgavam o seu Evangelho.
E, assim, na medida em que cada pessoa ouvia a mensagem de salvação, Deus
acrescentava à Igreja aqueles
que se haviam de salvar, onde cada um passava a fazer parte do Corpo de Cristo, a Igreja.
No coração daqueles homens e mulheres, os primeiros cristãos, pulsavam a esperança de
que Cristo
voltasse muito em breve.
Os primeiros cristãos repartiam todos os bens (At 2:44-45), vendiam suas propriedades e
apresentavam
aos pés dos Apóstolos que distribuíam entre a comunidade.
A comunidade era unida em um só sentimento (perseveravam unânimes) e a Igreja crescia
rapidamente,
pois Deus acrescentava dia a dia.
Com o crescimento da comunidade surgiram necessidades entre os membros da
comunidade e isso
fez com os apóstolos delegassem tarefas a homens devidamente separados a esse ofício.
Quanto mais a
comunidade de fé crescia, mais complexa ficava a estrutura e as necessidades.
Portanto, podemos entender que ninguém se torna cristão sozinho, necessitamos do outro,
do cuidado
mútuo e compartilhamento – Cristianismo é relacionamento.
Relacionamos alguns textos bíblicos que servem de exemplo da práxis da visitação dos
primeiros cristãos.
»» Os primeiros cristãos visitavam de casa em casa (At 5:42).
»» O Apóstolo Pedro visitou Cornélio e anunciou o Evangelho (At 10:1-43).
»» O Apóstolo Paulo e Barnabé visitavam os discípulos, ensinado e pregando a palavra de
cada em casa (At 15:36).
»» Pedro visitou Tabita (Dorcas) em sua casa e a curou (At 9:36-40).
O método de visita de Jesus Cristo
A aproximação
A visita sugere aproximação, contato, relacionamento e comunicação, em que se
estabelecem ou
restabelece relações.
Um dos grandes ensinamentos e exemplo bíblico de aproximação bem-sucedida está
descrita no texto do
Evangelho de Lucas, “a caminhada para Emaús” (Lc 24:13-32).
Se realmente somos imitadores de Jesus (Ef 5:1) devemos entender que Deus está nos
chamando o
conservar o propósito de edificar a sua Igreja.
À medida que prosseguimos na tarefa de edificar a comunidade, cumpre-nos em
caminharmos. No
caminho é que se dão as experiências e contatos, em que passo a passo à comunidade
enxerga que é
preciso caminhar em direção de alguém para poder crescer.
Ensinamentos práticos
A caminhada para Emaús, nos trás grandes ensinamentos, em que Cristo compartilha com
aqueles
discípulos momentos de profundo sofrimento e desolação.
Aprendemos que se temos a possibilidade de consolar o aflito, ela resulta da lembrança
daquilo que
também sofremos um dia, nisso reside nosso poder de compaixão.
O amor ao nosso irmão começa quando aprendemos escutá-lo. (DIETRICH, p. 85, 2009)
Na passagem de Emaús, Jesus preocupou-se em escutar aqueles discípulos, mesmos
tendo ciência de
tudo, Ele demonstrou a preocupação em ouvir.
Diante dessa observação, podemos entender que Deus não nos deu somente a sua
Palavra, mas seus
ouvidos que estão sempre atentos a ouvir nosso clamor.
Ao se aproximar Jesus teve a preocupação de gradativamente obter a confiança daqueles
homens, a
narrativa não diz que estavam desesperados, mas tristes e conversando, talvez buscando
consolar um ao
outro à medida que caminhavam.
Jesus, quando se aproxima, parece que está alheio aos últimos acontecimentos e é
entendido até como
um forasteiro. Mesmo percebendo que naquele momento aqueles homens não enxergavam
nada, Ele dá
espaço para que eles pudessem colocar seus sentimentos para fora.
O sentimento que nutria aqueles homens foi o que Jesus usou como ponto de partida. A
preocupação
era o que é o que aqueles homens sentiam? Jesus começa o diálogo pelas suas realidades
e os motivam a
falarem a partir de suas realidades e relações.
Considera-se que não foram apenas as palavras de Jesus, foram os gestos e o desejo de
compartilhar que
fizeram aqueles homens reconhecerem a Cristo.
Nota-se que, logo depois que aqueles discípulos abriram seus olhos, Jesus desapareceu,
não criou
dependência e agora eles saberiam como andar cheios de fé e esperança.
Nos exemplos de Jesus, encontramos lições de como a comunidade cristã deve utilizar o
visitar, o servir, o
ouvir, o consolar, o buscar e o comunicar como instrumentos para edificação da
comunidade.
Exemplo baseado no texto bíblico Lucas 24:13-32
Quais são os desafios atuais para prática de visitação?

Devem ser visitados principalmente os seguintes membros.


»» Novos convertidos e novos membros recém-chegados.
»» Enfermos.
»» Ausentes a Igreja ou fracos na fé.
»» Desviados.

»» Desempregados.
»» Idosos.
»» Disciplinados.
Cuidados especiais
»» Não sair para visitar acompanhado apenas com uma pessoa do mesmo sexo.
»» Visitar senhoras casadas, viúvas, divorciadas ou solteiras sem a presença da esposa
e/ou
pelo menos duas irmãs maduras que acompanhem o pastor – I Co 9:5.
»» Agendar visita com a pessoa ou família em horário conveniente para elas.
»» Não acostumar a Igreja com visitas excessivas.
»» Não aproveitar a hospitalidade da Igreja para explorar a boa vontade dos irmãos.
Discipulado
Esse princípio foi ordenado pelo Senhor Jesus Cristo à sua Igreja. Ele próprio gastou 3 anos
discipulando
12 homens que revolucionaram o mundo – Lc 6:12-16; Mt 28:18-20. O pastor, para formar
discípulos de
Cristo, tem de ele mesmo ser um discípulo, caso contrário o discipulado não terá efeito (Jo
15:5).
Paulo discipulou Timóteo e o incentivou a fazer discípulos.
Paulo – Timóteo – homens idôneos – outros homens idôneos... (I Tm 2:1-2). A base
do discipulado é o amor a Cristo e à pessoa que se deseja discipular. Exige renúncia,
sacrifício, perseverança, visão, determinação, identificação (Lc 14:25-33; At 19:9-10).
Discipulado não é: Classe de catecúmenos, curso de liderança cristã, evangelismo ou
educação religiosa,
tudo isso pode ser uma iniciação ao discipulado bíblico, todavia o discipulado requer:
»» tempo;
»» dedicação;
»» convivência e exemplo de vida.
O pastor que deseja discipular os membros de sua Igreja deve trabalhar com poucas
pessoas, e, quanto
menos, melhor será o proveito do discipulado nunca deve discipular pessoas do sexo
oposto, seria um
erro fatal, porém irmãs idôneas poderão discipular algumas moças ou mulheres da Igreja.
Ninguém deverá discipular outra pessoa sem que antes seja discipulado primeiro pelo
pastor e por ele
orientado e comissionado para discipular outros. O discipulado reproduz-se com
profundidade e raízes
que perduram e resistem ao tempo, às tentações e às duras provas, pois o alicerce do
discipulado é o
conhecimento pessoal e íntimo com Deus e submissão ao senhorio de Cristo (Fm 1:10-19).
Para um pastor que lidera uma Igreja com base em certo programa tradicional, é mais difícil
desenvolver
uma atividade que requer tanta dedicação. Contudo, é possível tentar e alcançar êxito.
Disciplina
A disciplina faz parte vital da ação pastoral para edificação e santificação da Igreja. É
também um princípio
divino para a Igreja de Cristo (Mt 18:15-19; I Co 5:1-5, 11-15; II Ts 3:6-12; Rm 16:17-18).
Dependendo do
tipo de governo de cada Igreja local a disciplina deve se processar de acordo com os
princípios bíblicos e
a hierarquia eclesiástica da Igreja.
A disciplina é uma benção e uma necessidade na Igreja (At 5:1-11; 2 Ts 3:6-14; Rm.16:17-
18; I Co 5).
Jesus falou sobre a disciplina (Mt 18:15-17).
Deus é um Deus de ordem.
Como o Pai disciplina os seus filhos na família, assim deve haver disciplina na Igreja.
Apesar de a Igreja
não ter condições de obrigar a consciência do membro, ela tem de julgar sobre a
observação dos ensinos
bíblicos e cristãos por parte dos que a ela pertencem (Hb. 12:5-11).
»» Propósito da Disciplina
A disciplina não deve ter um caráter negativo por parte da Igreja, e sim positivo. Seu
caráter é corrigir, restaurar e manter o bom testemunho da Igreja (2 Co 4:7-9 , Gl 6:1,
2 Tm 1:11). O propósito da disciplina é restaurar e conscientizar o faltoso a rever sua
conduta e trazê-lo de volta ao convívio da Igreja.
»» Motivos para Disciplina
›› Conduta desordenada ou desaprovada pela Igreja (2 Ts 3:11-15).
›› Imoralidade (1 Co 5).
›› Contenda – espírito divisionista (Rm 16:17-18; 2 Co 13:1; 1 Tm 3:1 5, 20).
›› Propagação de falsas doutrinas (Tt 3:10-11).
›› Filiação a organizações ou Igrejas incompatíveis com o cristianismo.
»» Categorias de Ofensas: Particulares e Públicas
»» Método e Procedimento na Disciplina
›› Na medida do possível, deve-se tratar o problema entre as pessoas afetadas.
›› Duas ou três testemunhas, modelo de Jesus (Mt 18:15-18).
Não se arrependendo o ofensor, ou se o caso tomar proporções maiores e chegar ao
conhecimento de muitos, deve ser levado ao conhecimento da Igreja. Caso se recuse
humildemente a reconhecer sua falta e a pedir perdão, deve o ofensor ser excluído do rol.
de membros (Mt 18:18 , 2 Ts 13:14 , 1 Co 5:11). Arrependendo-se, que seja perdoado, se
a falta não for tal que exija exclusão imediata.
Se o caso for de flagrante escândalo para a Igreja, ao ser comprovado, deve ser
imediatamente disciplinado ou excluído da Igreja dependendo do caso, tudo porém
com justiça.
»» Como tratar a pessoa sob disciplina
Não devemos tratá-lo como inimigo, e sim com misericórdia (2 Ts 3:15)
Em vez disso, devemos ganhá-lo de novo (Tg 5:19-20). Esta é uma tarefa para pessoas
espirituais, o disciplinado poderá ser posteriormente restaurado, desde que se revele
realmente arrependido.
»» Casos de Defesa extrabíblica: advogado e Justiça comum.
»» Publicidade na Disciplina
›› Não deve ser aplicada em secreto.
›› Toda a Igreja (ou conselho) deve decidir.
›› Sendo público, o culpado sentirá melhor a desaprovação da sua conduta.
›› Ao voltar, tudo deve ser sanado; ninguém tem o direito de trazer à memória os
fatos perdoados.
»» Atitude do pastor ou líder diante do procedimento de disciplina.
›› Deve ministrá-la com espírito de humildade e de amor (Gl. 6:1)
›› Ter a consciência que a disciplina não é um castigo, ela visa a redimir e a restaurar.
›› Não ter espírito de represália ou revanche, dificultando a submissão da pessoa.
»» A disciplina deve ser aplicada imparcialmente
›› O bom pastor dá a vida e deve estar ansioso pela volta da ovelha que se perdeu,
mesmo que seja em outra Igreja.
›› A disciplina nunca deve se transformar em arma nas mãos do pastor ou do dirigente,
como meio de impor a sua própria vontade. Nada há mais reprovável que amedrontar
membros com disciplina. Além do mais, pastor não é ditador, mas, sim, um guia e
exemplo do rebanho (1 Pe 5:1-3)
Alguns critérios gerais
»» É um processo que envolve exortação, repreensão, advertência e finalmente a disciplina
propriamente dita – Mt 18:15-19.
»» O objetivo é duplo – despertar temor de Deus na Igreja e corrigir a pessoa para promover
arrependimento e restauração – Tm 5:20; II Co 2:5-11; Hb 12:4.
»» A pessoa disciplinada deve saber porque foi disciplinada e que tipo de disciplina
ela sofreu.
»» A pessoa disciplinada deve aceitar passivamente a disciplina, – Rm 13:1-7; Hb 12:5-8.
»» O tempo da disciplina deve vigorar até que a pessoa se arrependa e dê sinais de
mudança.
Deve ser acompanhada com oração, visitação, aconselhamento e supervisão sob
autoridade e orientação pastoral para não se sentir superprotegida e rebelar-se contra o
pastor e/ou ministério.
Evangelização
Um dos maiores desafios para a Igreja desta geração é apresentar o Evangelho de forma
compreensível e
inteligível fazendo uso das mais diversas estratégias. O serviço prestado à comunidade no
contexto atual
pode ser realizado com criatividade e diversidade, não obstante tenha a Teologia como
termômetro, ou
seja, toda estratégia deve estar submissa à Teologia e esta deve atender ao caráter da
“Missio Dei”.
A evangelização é fruto de um trabalho pastoral sério, consciente e perseverante, pois a
Igreja tem como
vocação divina anunciar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua
maravilhosa luz” (I Pe 2:9).
Um bom programa evangelístico requer planejamento, estratégias, organização e acima de
tudo muita
oração. Cada um de nós, portanto, deve procurar alguma maneira de incorporar a sabedoria
da estratégia
de Jesus em nosso contexto adequando o método preferido para evangelização. A
variedade está
entretecida na própria estrutura da criação, e qualquer método que Deus tenha resolvido
usar é um bom
método, embora isso não exclua a possibilidade de melhoramento em nossa maneira de
fazer as coisas.
Está na hora de a Igreja brasileira confrontar a situação atual de modo realista e avançar
com ousadia e
força aproveitando sua liberdade fazendo a diferença pelos quatro cantos dessa terra.
“A missão cristã deve orientar-se para a restauração de toda a pessoa e de todas as
pessoas.” (Rene Padilla)
A função principal do ministério pastoral é: »» Edificação da Igreja (Ef 4:12). “edificação” é,
de fato, um antigo vocábulo que incorporou
significações modernas, em virtude da forte analogia com sua etimologia. A tarefa de
“edificação” assume o significado de promover crescimento em sabedoria, graça, virtude
e santidade original: ato de edificar, de construir, de fundar ou criar.
»» Aperfeiçoamento dos santos para o desempenho da obra do ministério (Ef 4:12).
»» Manter a unidade espiritual da Igreja (Ef 4:13).
»» Preservar a pureza e a unidade doutrinária da Igreja (Ef 4:14-15)
»» Apascentar o rebanho de Deus (I Pd 5.1-4).
A essência do ministério interno da Igreja consiste em acompanhar as pessoas desde a
conversão à
maturidade cristã, dando-lhes condições de fazer o mesmo com outro. O ensino visa a
atender às
necessidades dos membros e, desta maneira, fortalecer e edificar a Igreja.
O Crescimento é obra do Deus que também requer a participação da Igreja e de cada
cristão. A nutrição
espiritual foi providenciada pelo próprio Deus: a Bíblia. Ela é o “leite espiritual puro” que dá
crescimento.
Ela ilumina o caminho, guarda contra tentação, purifica do pecado. A Bíblia é toda útil.
Cabe ao pastor as seguintes ações:
»» Edificar a Igreja.
»» Equipar os crentes.
»» Despertá-los.
»» Treiná-los.
»» E enviá-los, acompanhando e supervisionando o trabalho de evangelização.
Isso significa que o pastor não possa evangelizar, nem participar da ação evangelizadora da
Igreja local,
mas que ele deve exercer o pastorado de maneira sábia para não ser escravizado pela
polivalência de
função e pelo ativismo.
A missão do pastor é administrar
Entende-se que é o ato de administrar com competência, dirigir negócios gerenciar; repartir,
servir,
prover, dar; a arte ou prática de realizar uma política no governo, nos negócios ou nos
assuntos públicos.
É razoável considerar ao tentar escrever sobre administração que se trata de um tema
bastante amplo, mas
em todas as definições existem duas palavras-chave: gerenciamento e organização.
Administração é: “o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos
membros da
organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os
objetivos definidos”.
Administração é uma ciência social que está relacionada a todas as atividades que
envolvem planejamento,
organização, direção e controle.
[...] a tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização
e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização,
direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis
da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais adequada à situação.
O Senhor Jesus sempre procurou obter a ajuda de outras pessoas (Jo 2:7; Lc 11:39; Jo
6:12).
A realidade do trabalho do administrador é ajudar as pessoas a crescer, ajudá-las a fazer o
trabalho, em
vez de executá-lo ele mesmo.
A missão principal do administrador é motivar outras pessoas para o trabalho. É ainda
distribuir as
responsabilidades e fazer que todos participem das atividades. O administrador ajuda as
pessoas crescerem
e fazerem o trabalho satisfatoriamente.
A função de garantir que a política e os procedimentos sejam adotados; a constante
supervisão a fim de
que os alvos e os objetivos de curto e longo prazos de um determinado grupo,
departamento, unidade ou
estrutura sejam compreendidos e os planos sejam eficazmente executados para atingir tais
alvos e objetivos.
Administrar implica as seguintes ações.
»» Prever
»» Organizar
»» Comandar
»» Coordenar
»» Controlar
Prever – Preparar-se para o futuro e determinar um curso de ação (Planejamento).
Podemos considerar as seguintes fases do planejamento.
»» Previsão – Predeterminar um curso de ação.
»» Estabelecimento de objetivos
»» Programação
»» Cronograma
»» Orçamentos
»» Procedimentos a serem usados
»» Elaboração de políticas
Organizar – Reunir meios e recursos materiais e humanos necessários ao funcionamento
da estrutura.
Criar, preparar e dispor convenientemente as partes de um organismo.
»» Desenvolvimento da Estrutura da Organização
»» Delegação de Responsabilidade e Competência
»» Estabelecimento de Relações
Comandar – Providenciar o funcionamento da organização. É determinar as providências,
afim de que
toda a organização funcione de acordo com as normas estabelecidas.
»» Tomada de decisão
»» Comunicação
»» Motivação
»» Seleção de Material
»» Desenvolvimento do Pessoal
Coordenar:
»» Manter e supervisionar o funcionamento da organização.
Controlar:
»» submeter a exame e vigilância; fiscalizar; monitorar, gerir, reger.
»» Avaliação e regulagem do trabalho em andamento e acabado.
»» Estabelecimento de padrões de execução.
»» Medição do Desempenho.
»» Avaliação do Desempenho.
»» Correção do Desempenho.
Mary Parker Follet define administração como “a arte de fazer as coisas por meio de
pessoas”.
Nemuel Kessler e Samuel Câmara declaram que a administração é fundamental em toda a
cooperação
organizada incluindo a Igreja; é a ação de dirigir o bom andamento dos propósitos
estabelecidos. Afirmam
eles, em nosso caso, como Igreja, o pastor, presbítero, tem de acompanhar os objetivos
propostos pela
Igreja e transformá-los em ação por meio de planejamento, organização, direção e controle
de inúmeros
esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis, a fim de atingir tais objetivos.
Portanto, administração eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos envolvido no trabalho
e na função
de um líder ou administrador principal de uma Igreja.
O Estudo de administração eclesiástica é relevante para três aspectos da Igreja: os
aspectos espiritual,
social e econômico, tendo como alvo: facilitar os resultados dos trabalhos e simplificando-os.
A administração possui três grandes ramos:
»» Pessoal – Cuida das pessoas que compõe a empresa. Na Igreja esse setor é
representado
pela Secretaria.
»» Financeiro – Analisa a receita e programa as despesas. Na Igreja este papel é
desempenhado pela Tesouraria.
»» Organização e Métodos – Estuda e pesquisa a maneira da empresa operar,
estabelecendo
as sequências mais lógicas e o tempo preciso. Na Igreja, este é o ramo de ação da
Secretaria
de Planejamento.
A missão do pastor é honrar
»» Honrar o ministério que Deus lhe confiou.
»» Honrar o nome de sua Igreja.
»» Honrar os seus antecessores no pastorado.
»» Honrar a palavra que prega, vivendo-a integral e irrepreensivelmente.
Ministério de Louvor
O ministério de louvor e adoração foi oficialmente instituído por Deus por meio de
Davi no Velho
Testamento (I Cr 25:1-6; I Cr 15:16-17).
Os levitas foram separados para o ministério musical a fim de ministrarem adoração e louvor
ao Senhor,
e também conduzirem o povo a uma participação dinâmica no culto judaico.
No culto cristão há uma trilogia básica: Louvor, Oração, Pregação ou ensino da palavra.
Porém há outros elementos que podem e devem fazer parte do culto cristão, como:
Testemunhos de fé,
Edificação, Solos, Duetos, Coral de vozes, Intercessões, Deprecações, Ações de graças (I
Tm 2.1-3).
Há também um aspecto carismático no culto cristão que é uma manifestação espontânea e
autêntica do
Espírito Santo na Igreja (Ef 5:19; I Co 14:26). O louvor no NT também tem seu aspecto
pedagógico que
ministra graça de Deus à Igreja por meio da comunhão compartilhada no momento do culto
(Cl 3:16).
O Pastor deve ministrar à Igreja a importância do culto cristão, seus princípios básicos e a
necessidade de
ordem e decência na liturgia, como também selecionar o ministério de louvor da Igreja local,
para evitar
fogo estranho no altar, e pessoas sem vocação para essa área ou com a vida não
reconciliável para exercer
esse ministério.
A pregação da Bíblia Sagrada e a administração e a supervisão desse ministério é
responsabilidade pastoral,
porém são os membros que irão exercer seus dons e talentos conforme a vocação divina
para a Igreja local.
Quanto à liturgia do culto e o hinário é variável de acordo com a visão e os princípios de
cada Igreja e
denominação e cultura de cada povo.
Alguns conselhos práticos
»» O ministério de louvor da Igreja deve ser acompanhado pelo pastor ou líder por ele
comissionado para preservar a unidade, comunhão e santidade dos membros deste
ministério – Ef 4:1-3.
»» O Pastor deve incentivar o estudo técnico na área musical para aperfeiçoamento dos
membros vocacionados que não tenham experiência técnica.
»» A Igreja local deve ter uma boa iluminação que viabilize o culto cristão e confraternização
dos crentes.
»» O louvor e a adoração não devem ocupar mais de 40% do tempo de culto, para que se
dê oportunidade às demais partes do culto e a ministração da Palavra de Deus que é a
parte mais relevante.
»» O culto é sempre a Deus, para agradá-lo, cultivá-lo, louvá-lo, adorá-lo e glorificá-lo – Jo
4:23-24; Rm 12:1-2; Cl 3:17; I Co 10:31.
Batismo e Ceia
São duas ordenanças bíblicas inegociáveis de serem passivas de execução, e
indispensáveis para a vida
da Igreja.
Foram ordenadas por Cristo e, portanto, nenhuma instituição humana poderá revogá-las ou
depreciá-las
pelo seu valor, santidade e expressão visível de fé cristã.
O Batismo e a Ceia apesar de sua importância como ordenanças de Cristo para a Igreja,
tem sido ponto
de tensão, então, entre muitas denominações e ministérios devido as diferentes
interpretações teológicoexegéticas
e suas implicações práticas.
A importância desses ritos reside, evidentemente, não nos atos e nos elementos materiais
em si, e sim nas
realidades espirituais que simbolizam.
Ceia do Senhor
»» A ordem – I Co 11:23-26; Mt 26:29; Mc 12:14-26; Lc 2:.7-23
»» O significado:
›› É um memorial – I Cl 11:23-26 “... em memória de mim”
›› Consubstanciação (interpretação luterana) – o corpo e o sangue de Cristo misturados
aos elementos.
›› Transubstanciação (interpretação católico-romana) – os elementos transformam-se
no corpo e no sangue de Cristo.
›› Presença mística espiritual (interpretação calvinista).
»» Frequência – “todas às vezes”, dá ideia de repetição sistemática e ordenada, o que para
Igreja Primitiva, parece ter sido semanalmente – At 20:7. Porém, há flexibilidade entre
as diversas instituições e os ministérios de se indicar um dia específico a cada mês
ou semana.
Batismo
»» A ordem – Mc 16:15,16; Mt 28:18-20; At 2:38; 8:12; 2:41.
»» A fórmula – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo – Mt 28:19. Sob a autoridade
do Deus triuno.
»» Elemento – água – At 8:35-38.
»» Modo – imersão e aspersão.
A nova criatura regenerada pela graça de Deus mediante a fé em Cristo e pelo poder e
atuação soberana
do Espírito Santo, torna-se membro do corpo místico de Cristo a Igreja universal invisível.
Ao ser
batizado está obedecendo uma ordem expressa do Senhor Jesus Cristo e expressando
publicamente seu
compromisso como o reino de Deus submetendo-se à vontade do seu Senhor e Salvador.
»» Imersão e Emersão – simboliza a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo. O
batizando identifica-se com Cristo por meio do batismo que descreve a regeneração com
a figura da morte, sepultamento e ressurreição – Rm 6:3-11; Cl 2:12-13. Unidos a Cristo
na semelhança de sua morte e ressurreição. É um ritual realista, em que algo do passado
passa a ser nossa realidade.
»» Aspersão – o batismo com água, simboliza o derramar do Espírito Santo operando a
obra do novo nascimento. Dá-nos a ideia de purificação. Essa ideia de purificação era
a coisa pertinente em todas as tradições da velha aliança (onde as purificações eram
efetuadas pela aspersão do sangue) e também no batismo de João Batista. Sl 51:7; Ez
36:25; Jo 3:25-26. Nesse sentido, o batismo simboliza a limpeza e a purificação espiritual
– At 2:38; 22:16; Tt 3:5; Hb 10:22; I Pe 3:21; Ap 1:5; I Pe 1:2.
Construção de templos,
reformas e administração predial
No NT não temos base bíblica e histórica para abordarmos essa área do ministério pastoral.
A Igreja
Cristã dos primeiros séculos sobreviveu e expandiu-se em meio a uma forte e contínua
perseguição do
Império Romano, por isso a construção e administração de templos e prédios não era tão
comum naquela
época. Porém, nos dias atuais é importante que o pastor se dedique, quando necessário, a
administração
predial, construções e reformas. Ele poderá supervisionar e presidir uma equipe responsável
por essa área
na Igreja local, porém não é conveniente que se omita de participar dessa administração. Há
casos em
que o pastor tem de se envolver diretamente com a obra de reformas e construções de
prédios e templos.
A tarefa é árdua, desgastante, porém acrescentará experiência e maturidade ao pastor no
desempenho do
seu ministério.
Há casos que na diretoria já tenha pastor administrador, que se dedica com mais afinco a
parte
administrativa da Igreja.
Como exemplo bíblico poderíamos citar:
Esdras caps. 3:1-3; 8-13; 6:13-16 – reconstrução do templo de Jerusalém sob a liderança de
Zorobabel e Josué em quatro anos.
Neemias cap. 6:1-19 – reconstrução dos muros de Jerusalém sob a liderança de Neemias
em
52 dias (6:15).
I Reis cap. 6:1-38 – Salomão administra a construção do templo de Jerusalém, que durou 7
anos (6:38). Uma das 7 maravilhas do mundo antigo.
Alguns conselhos práticos
»» Conversar com outros pastores mais experientes antes de iniciar uma obra.
»» Visitar templos de outras Igrejas.
»» Examinar com cuidado os alvos ministeriais de sua comunidade, a fim de elaborar e
executar um projeto que tenha perspectivas para o presente e também para o futuro.
»» O prédio deve ter:
›› funcionalidade em todas as suas dependências;
›› acústica;
›› ventilação;
›› iluminação;
›› conforto sem ostentação;
›› boa divisão de sua área construída;
›› boa localização no bairro onde será construído;
›› se possível área livre;
›› O pastor deve nomear um conselho de patrimônio ou equipe de obras prediais para
administrar essa área do ministério da Igreja e supervisioná-los com o máximo
de prudência.
Como participar de uma reunião
»» Fale francamente – A reunião pertence aos participantes. Diga o que pensa. As ideias
de cada um sobre o assunto valem o que valem as de todos os demais, isto é, são
extremamente importantes.
»» Ouça cuidadosamente o que os outros dizem – Procure compreender os outros,
mesmo que discorde do que estão dizendo. Procure compreender quais os motivos que
os levam a fazer tal ou qual afirmação.
»» Fique sentado durante todo o tempo – Orientador ou participante, nunca fale de pé.
»» Nunca interrompa quem estiver com a palavra – Espere que o outro termine
seu pensamento.
»» Não monopolize a discussão – Fale pouco. Fale coisas que tenham realmente
importância. Se a discussão esmorecer, faça perguntas que despertem novo interesse.
»» Não fuja da discussão – Não fique calado, apático ou indiferente se não entender
alguma
coisa pergunte. Peça exemplos, fatos, casos concretos. Formule suas dúvidas. Procure
analisar o que ouve à luz da sua experiência.
»» Se discorda de alguma coisa – Faça-o com naturalidade sem ênfase com bom humor.
»» Não deixe sua observação para depois – Fale logo que sentir a necessidade de
esclarecer
algum ponto obscuro ou de necessidade contribuir com sua experiência. Não espere que
o líder lhe peça para falar. Se muitas pessoas quiserem falar ao mesmo tempo, levante o
braço e aguarde que o líder lhe dê a palavra.
»» Traga perguntas para reunião – Traga material para o debate. Escreva notas, pontos
que não compreende bem do assunto, artigos de jornal, opiniões com que concorda ou
discorda, afirmações com que concorda ou discorda, afirmações que ouviu no rádio, em
conversa conferência etc.
»» Leve os problemas do grupo para casa – Estude. Reflita sobre eles. A discussão é a
1a
etapa de um longo progresso educacional que deve terminar no íntimo de cada um, pela
reflexão sobre o que foi dito.
»» Saber calar e saber falar – É com a palavra que nos comunicamos com o próximo. Uma
palavra pode agradar, ferir, convencer, estimular, entristecer, instruir, enganar, louvar,
criticar ou aborrecer as pessoas a quem for dirigida. É com a mesma que o trabalhador
se comunicam com os colegas. É por seu intermédio, também, que recebe instruções dos
seus superiores. Quando uma pessoa está numa reunião e o assunto foge completamente
à sua especialidade e, além disso, há técnicos entendidos na matéria em discussão, o
melhor é ouvir para aprender mais, ou então inquirir quando não entendeu algo.

REFRÊNCIAS

BARRIENTOS, Alberto. Trabalho Pastoral. 1. ed. São Paulo: Cristã Unida, 1991. 278 p.
BAXTER, Richard. O Pastor Aprovado. 2. ed. São Paulo: Imprensa da fé, 1996. 200 p.
Bíblia Pentecostal – CPAD.
BÍBLIA SAGRADA, NT. Mateus. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida.
Edição rev. e
atual. São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1994. Cap. 9, versos 35-36.
CARLSON, Raymond e outros. O Pastor Pentecostal. 3. ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das
Assembleias de Deus, 1999.
COOK, Guilherme. Evangelização é Comunicação. Belo Horizonte: Betânia, 1980.
CRABTREE, A. R. A doutrina bíblica do ministério. Juerp, 1991.
GONDIM, Ricardo. Fim do Milênio. Os Perigos e Desafios da Pós-Modernidade na Igreja.
1. ed. São
Paulo: Abba, 1996. 126 p.
GRENZ, S. J. Pós-modernismo. [S.l.]: Vida Nova, 1999.
HANSEN, David. A Arte de Pastorear. 1. ed. São Paulo: Shedd Publicações, 2001. 208 p.
KEMP, Jaime. Pastores em Perigo. 1. ed. São Paulo: Sepal, 1995. 95 p.
PETERSON, Eugene. Um Pastor Segundo o Coração de Deus. 1. ed. Rio de Janeiro:
Textus, 2001. 181 p.
LENSZ, César, K. M. Vocação – uma perspectiva bíblica. [S.l.]: Ultimato, 1997.
MENDES, José Deneval. Teologia Pastoral. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das
Assembleias de Deus.
SHEDD Russel – Bíblia Sagrada.
SILVA, Kittim; De pastor a pastor – como melhorar seu ministério pessoal. [S.l.] Vida
Nova, 1995.
WILDER, John B. O jovem pastor. Casa Publicadora Batista, 1971.
VOIGT, Emílio. Jesus de Nazaré. São Leopoldo: Sinodal/EST, 2008.

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