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CURSO A ARTE E O OFÍCIO DA PREGAÇÃO/PROF.

IRANILDO ELOI/ AD VALO VELHO 2001

DO PÚLPITO AO OUVINTE: CONSELHOS PRÁTICOS PARA O PREGADOR (A)

Introdução:

Do que depende o sucesso ou o fracasso de uma pregação? O que faz um sermão velejar ou afundar
em águas turvas? Os especialistas na arte da homilética nos apresentariam diversos fatores
determinantes de uma boa ou má pregação.

Não existe uma formula mágica para um bom desempenho no púlpito. Fujamos das receitas prontas.
Além de todos os requisitos homiléticos que lhes apresentei até agora, estou certo que há alguns
passos importantes que podem ajudar pregadores iniciantes/ou não, no exercício da pregação.

Humildemente compartilho aqui alguns conselhos práticos desse jovem pregador (não tão jovem
assim), que pela Graça divina o chamou para o ministério da pregação ainda muito jovem, aos 15
anos, e que acumulou um pouco de experiência, não pela perspicácia, mas pela vivência e por
intermédio de muitos erros dos quais Deus permitiu que, através deles, muitas lições fossem
aprendidas e compartilhadas com outros.

Os conselhos oferecidos aqui abrangem os três momentos da pregação:

1. ANTES DO PÚLPITO
2. AO ASSOMAR O PÚLPITO
3. APÓS O PÚLPITO

I – ANTES DO PÚLPITO

1. Antes de tudo, a percepção da chamada divina.

Essa deve ser a consciência primeira e essencial de todo pregador. O pregador precisa ser, antes de
tudo, alguém que se percebe chamado por Deus assim como o apóstolo Paulo (Rm.1.1)

2. Cultive uma vida de oração

Não pode haver dúvidas quanto a isso, os maiores pregadores de que temos notícia na historia do
Cristianismo foram homens que agonizavam em oração: João Crisostomo, Agostinho, Jonh Wesley,
Jonh Knox, Jonh Hus, Grandes esforços são dedicados na horizontalidade do nosso ministério:
cursos, leituras, graduações, pós-graduações, técnicas, aperfeiçoamentos etc. No entanto, pouco ou
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quase nada de nosso tempo e recursos são concentrados na verticalidade ministerial – uma vida de
oração.

David Larsem: “Não estaremos preparados enquanto não orarmos”

Para Jesus, está a sós com o Pai era mais importante que o sucesso de seu ministério – Lc. 5.15-17

Os apóstolos entenderam que oração e o ministério da palavra eram duas realidades inseparáveis –
At. 6.4, sendo que a oração é tarefa primeira.

3. Não busque construir seu ministério a parte da família

É comum encontrarmos pregadores vivendo duas realidades bem distintas uma da outra. De um lado
um ministério público bem sucedido e conhecido, por outro uma vida familiar e afetiva fragmentada e
desestruturada. Por trás de pregadores admirados e requisitados, aplaudidos e ovacionados, sofrem
esposas mal-amadas e filhos carentes.

É comum olharmos para tais pregadores com performances admiráveis na tribuna, olhamos somente
o desempenho e os resultados do ministério e nos distanciamos dos vínculos, da intimidade, dos
afetos e da relacionalidade desses pregadores. Muitos deles a fim de galgar carreira ministerial
deixam para trás um rastro de destruição no cônjuge e nos filhos. Nem um sucesso justifica o fracasso
da família.

4. Antes da teologia, da doutrina, cuide de você mesmo

O pregador, para ser um eficiente canal da mensagem de Deus, deve dar atenção cuidadosa para si
mesmo. Paulo recomendava a Timóteo – 1 Tm. 4.16

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás,
tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.

Cuidar da saúde, emoções etc. A boa saúde está intimamente relacionada a boa disposição, a
perspectiva otimista, ao raciocínio claro, e à vitalidade física.

5. Busque referenciais que lhe inspire e lhe motive à excelência


Quem são seus referenciais de pregação? Eles dizem muito sobre seu conceito de pregação e onde
você pretende chegar. Timóteo foi excelente, teve um ministério profícuo e abençoador, isso que
porque teve como referencial ninguém menos que o apóstolo Paulo.

6. Cuide da profundidade de sua espiritualidade, e deixe que Deus cuide da extensão de seu ministério.

Vejo pregadores desesperados por ver seus ministérios acontecer a qualquer custo. Investem em
marketing, publicidade, relações públicas. Tudo pra verem sua “carreira ministerial deslancharem”.
Almejam serem conhecidos. Querem o tão esperado sucesso ministerial.

Esquecem que visibilidade ministerial não é sinônimo de sucesso; e nem anonimato sinônimo de
fracasso. Nossa prioridade deveria ser cuidar da profundidade de nossa espiritualidade, e se Deus
desejar, ele fará o nosso ministério extenso.
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7. Dedique-se ao estudo, à leitura e à pesquisa continuado

Falo do Livro de Deus escrito aos homens ( a Bíblia) e falo de todos os bons livros escritos pelos
homens aos homens

Não dar pra viver sem livros. Paulo também pensava assim (2Tm. 4.13). Portanto, invista em boa
leitura, gaste tempo de qualidade lendo. Desconfio de pregadores que afirmam não gostar de livros.

II. AO ASSOMAR O PULPITO

1. Dependa do Espírito Santo

O pregador que adquiriu habilidades homiléticas e prática no exercício da pregação ao longo dos anos
corre o risco de pensar que pode prescindir do Espírito Santo. É a tragédia do prossionalismo

É o Espírito que dar vida, calor e unção às palavras que são pronunciadas no púlpito. Sem o Espírito
Santo, nossos sermões , por mais bem elaborados que sejam, serão mortos. E. M. Bounds escreveu
que homens mortos tiram de si sermões mortos, e sermões mortos matam”.

Atos 1.8 - O Espírito Santo é o agente capacitador das testemunhas do evangelho

Lucas 24.49 – o Revestimento de poder é a força que nos impulsiona á pregar

O Espírito Santo se relaciona na terefa da pregação em 4 aspectos:

1. Nos ajuda na preparação – ele nos guia a toda verdade


2. Ele nos dar coragem – o que conferiu ousadia a Pedro no dia de pentecoste?
3. É ele quem nos guia na apresentação – Embora tendo um sermão elaborado, é o espírito quem nos
dirige
4. É ele quem convence (Jo.16.9). Nossos argumentos mais sofisticados, nossa retórica mais encantadora
não podem convencer o homem de seus pecados, só o Espírito Santo é capaz.

2. Cuidado com a aparência

Atenção com a higiene pessoal e vestuário. Evitar roupas espalhafatosas que distraia a atenção do
ouvinte.

3. Seja objetivo, verdadeiro e simpático em suas palavras iniciais

Agradecimentos exagerados
Contar testemunhos
Cantar hino
Vá direto ao assunto

4. Leia o texto de forma clara, com entusiasmo e vida


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Nossa pregação nasce do texto. O texto á a fonte e autoridade do pregador. Se não houver
compreensão do texto, certamente não haver compreensão da mensagem a ser comunicada. Isso
significa lê-lo dando atenção às acentuações e pontuações.

5. Domine seu esboço

Alguns pregadores optaram por pregar sem o uso de esboço. Esta é a forma ideal quando o esboço está estiver
preparado e, de tão estudado, esteja memorizado, dispensando assim seu uso no púlpito.

Outros pregam sem esboço porque não pesquisaram ou porque não tem qualquer esboço. Usando o esboço, é
ideal que o pregador o domine

6. Cuidado com o uso da voz


 Procure conhecer sua voz
 Não tente substituir sua voz
 Trabalhe sua voz

7. Esteja atento ao tempo

Quanto tempo terei? Essa é uma questão relativa. O tempo de um sermão é relativo por
algumas razões:

1. Depende de igreja para igreja.

2. Depende da capacidade do pregador: Esdras (Ne. 8.2,3), Paulo (At. 20.7)

3. Depende do Espírito.

8. Evite comparar-se com outros pregadores, nem pra mais, nem pra menos – Rm.12.3
9. Seja autêntico - sendo você mesmo – 1 Sm.17.31
10. Livre-se da tentação de ser agradável a todos, Jesus não conseguiu (Jo.6.60) (a parábola do
velho e do jumento)
11. Lembre-se que nem todos os dias serão brilhantes –Lc. 5.1-11
12. Não dependa de resultados – A parábola do semeador -Mt. 13.3-9

I. APÓS O PÚLPITO

Maturidade para lidar com os elogios e críticas. Não dependa dos elogios e nem se desmotive por causa das
críticas

Na medida de suas forças e possibilidades, seja coerente com sua mensagem.


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