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Esta
igreja possui uma Escola de Artes e esporadicamente os alunos e alunas da escola
realizam a liturgia, supervisionados pelos pastores e pastora da igreja.
Primeiramente veremos, resumidamente, as etapas técnicas que foram utilizadas
para a preparação desta liturgia.
1 – A pastora ou pastor que irá proclamar a Palavra informa o texto bíblico que será
transmitido à comunidade. Neste caso, o texto está em Isaías 47.9-10, mas
especialmente no versículo 9: “Em todo lugar por onde esse rio passar, haverá todo
tipo de animais e de peixes. O rio fará com que as águas do mar Morto fiquem boas e
ele trará vida por onde passar.”
2 – Algumas palavras e o contexto do texto são transmitidos ao grupo que elaborará a
liturgia. Em nosso texto, as palavras principais encontradas foram: água, Espírito (este
texto utiliza a imagem da água para falar do Espírito Santo), vida, transformação.
3 – A partir destas palavras-guia, os textos bíblicos e as músicas são escolhidas para a
liturgia.
4 – Desenvolvemos uma liturgia tradicional, com todas as características da liturgia
reformada. Contudo, o formato como esta liturgia foi executada foi diverso, considerando
que ela aconteceu na IPI de Botucatu, onde há uma Escola de Artes e onde um longo
caminho foi percorrido para que chegássemos a resultados que representassem a
comunidade e incluíssem os diversos dons existentes ali.
5 – Grifamos as palavras que aparecem nos textos bíblicos e nas músicas que têm relação
com as palavras-guia e/ou com o momento litúrgico.
Símbolos e ambientação:
Na nave do templo construímos uma ambientação utilizando jarros com água
e velas (para iluminar os jarros).
Colocamos, também na nave do templo, tecidos azuis e flores, simbolizando
uma corrente de águas e a vida que nasce no caminho por onde o rio de
Deus passa.
Durante a homilia o pregador da noite contextualizou o texto (exílio
babilônico) e, também, explicou que á água é um dos símbolos utilizados para
se referir ao Espírito. Por onde esta água (Espírito) passa tudo é
transformado. Agora esta água (Espírito) está dentro de nós. Isto significa que
nós somos portadores desta transformação, ou seja, o Espírito age em nós e
por meio de nós. Sendo assim, ao final do culto, durante o envio, os tecidos
que estavam na nave do templo foram esticados até a saída da igreja,
simbolizando o rio que sai do templo. As pessoas, para saírem do templo,
pisaram sobre este tecido, simbolizando um mergulhar no rio do Espírito.
Saíram “encharcadas”, molhando com essas águas todos os caminhos por
onde passaram.
Durante a confissão de pecados criamos um meio de fazer com que todas as
pessoas tivessem contato real com a água (tocando e bebendo). Escolhemos
este momento (confissão) aproveitando o significado de purificação e
transformação que a água tem na Bíblia.
Utilizamos diversas modalidades artísticas em nossa liturgia por se tratar de
um culto realizado pelos alunos e alunas da Escola de Artes e por ser uma
igreja habituada a isto. Cada liturgista e cada pastor e pastora pode procurar
meios de envolver a comunidade na liturgia, aproveitando os dons e talentos
diversos do povo de Deus. Cuidado para não julgar a realidade de uma igreja
a partir da realidade da igreja da qual você faz parte: o que pode ser estranho
para você, pode ser comum em outra realidade. O que temos que observar é
se a liturgia é reformada ou não e se o foco da liturgia é a Palavra ou não. E
cuidado para não julgar partindo de seu gosto pessoal.