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CONSELHOS DE UM VELHO PASTOR PARA A CAMINHADA CRISTÃ

Atos 20.17-38

Introdução:

- No livro Entre os Gigantes de Deus, J.I.Packer na introdução fala das gigantescas


árvores sequoias, que são as maiores de Terra. Elas chegam a medir 110 metros de altura
e algumas com mais de 18 metros de circunferência.

- Algumas delas chegam a serem queimadas, mas ainda continuam vivas e crescendo.

- O J.I.Packer usa esta ilustração das sequoias para falar de homens que no passado
levaram uma vida simples, onde o que importava era um crescimento espiritual saudável
e a resistência ao fogo e às tempestades da vida.

- Vocês passaram cerca de 4 anos estudando, lendo obras de vários destes homens. Os
pais da igreja, os puritanos, os teólogos modernos, etc.

- De fato, o ensino teológico formal é de suma importância e validade, caso não fosse
vocês não estariam aqui. O curso de teologia nos oferece preparação teológica, formação
espiritual e orientação para a vida.

- Porém, há coisas que o seminário não ensina. A realidade fora da sala de aula é
totalmente diferente.

- Muitos chegam no seminário achanado que aprenderam tudo. No entanto, o seminário


é apenas o alicerce, não construção inteira.

- Lá fora iremos nos deparar com conflitos de membros, aconselhamentos difíceis, crises
financeiras, crises existências acerca do nosso chamado, entre outras coisas. Só a vida
prática poderá ensinar isto.

- O seminário é só o inicio de um ciclo da vida de um homem ou mulher chamado por


Deus para gastar seus dias para a Sua Glória.

- Isto porque não os seminários que nos chamam, é Deus quem nos chama.
- A realidade é dura. Então depois de uma longa jornada de 4 anos (no mínimo) estudando,
se debruçando nos livros chega-se à reta final, e agora? Quais os conselhos para esta etapa
da vida?

- Imagine o aconteceria se você pudesse se sentar para conversar com um pastor veterano,
que foi um grande teólogo de seu tempo, plantou inúmeras igrejas e poder assim aprender
com seus sucessos e fracassos. Quais conselhos pediria? O que você perguntaria a ele?

- O texto de Atos 20.17-35 nos permite fazer isto com o pastor Paulo.

- Nosso texto é um convite do próprio apostolo Paulo para sentarmos com ele e ouvirmos
seus conselhos de como deveremos seguir a nossa jornada.

- Após 3 anos em Éfeso, plantando a igreja, discipulando, evangelizando, treinando novos


líderes e pastores agora Paulo se despede daqueles irmãos.

- Como disse acima, o texto é convite do próprio apostolo para ouvirmos seus conselhos
finais antes de partir. Agora, imagina, você concluindo o seminário e Paulo agora te
chama para tomar um café, comer um cuscuz com charque e lhe dar uns conselhos.

- Veja o verso 17, “mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja”. Paulo não só gerava
filhos na fé, não só capacitava e preparava líderes, mas também cuidava deles. Vocês hoje
foram preparados para a obra, seja no ensino, seja pastoreando, seja no campo
missionário. Amanhã vocês irão preparar e ajudar outros a se capacitarem.

- Então quando estes homens chegam, Paulo faz uma recapitulação do trabalho feito, fala
sobre o presente e exorta-os para os desafios e perigos do futuro. Em cada momento deste
Paulo nos dá alguns ensinos preciosos.

- Vejamos pelo menos 5 conselhos do velho pastor Paulo.


1. Sejam pastores de si mesmo (v.17-18)

- Paulo começa sua série de conselhos falando do seu exemplo.

- Mas não seria muita pretensão de Paulo usar-se como exemplo?

- Veja o que ele diz: “Vocês bem sabem como me conduzi entre vocês em todo o tempo”.

- Paulo está testemunhando aqui que sua pregação condizia com a sua conduta no meio
daqueles irmãos.

- Antes de cuidar dos outros, precisamos cuidar de nós mesmo. Não só no sentido físico.
Mas principalmente no sentido espiritual.

- Infelizmente, muitos cristãos contradizem seus discursos com suas ações.

- Ser pastor de si mesmo significa que antes de ensinarmos a outros, a falarmos a outros,
a exortarmos a outros, precisamos fazer tudo isto conosco.

- Examine-se pois o homem a si mesmo.

- Veja, nas palavras de Paulo, inspirado pelo Espirito Santo, a sua vida é a base de
sustentação para o seu ministério.

- Vocês acham que o sermão mais difícil é aquele que pregamos frente a igreja, frente ao
professor de homilética, frente a outros colegas? Não. O sermão mais difícil é aquele que
pregamos a nós mesmo.

- Note que Paulo sempre exorta seus leitores e filhos na fé a validarem sua pregação com
a sua conduta.

- Veja, em 2 Timoteo 3.10-14 o que ele diz ao jovem pastor e filho na fé.

- Timoteo, você teve o meu exemplo, você viu meu ensino, minha conduta, proposito é
fé, sendo assim Timoteo, tu, porém, segue no mesmo caminho, o caminho da Palavra. Os
outros podem, mas você não. Você deve torna-se exemplo.

- Para Tito, Paulo escreve a mesma coisa, veja Tito 2.7-8. Seja você mesmo exemplo de
boas obras.

- Desde que você se tornou cristão, o mundo lhe olha diferente, porque sabem que a
mensagem do cristianismo é diferente. As pessoas olham se sua pregação condiz com sua
conduta, com sua postura.
- Precisamos, não só como recém formados em teologia, mas como crentes no geral ter
cuidado para não praticarmos aquilo que condenamos.

- Fazer teologia não é ter uma apólice contra quedas e fracassos espirituais.

- Ser pastor de nós mesmos é temer e tremer diante da santa Palavra de Deus.

- Veja o que Pedro diz na sua primeira carta, 1. Pe 3.15-16.

- Não viver aquilo que pregamos torna nosso pecado muito mais grave e mais danoso.

- Precisamos ter cuidado para não cairmos em descredito.

2. Sirva com humildade em meio a lagrimas e provações (v.19)

- Segundo conselho de Paulo é que o nosso compromisso primário é para com Deus.

- Todos nós estamos a serviço de Deus e do seu Reino. Nosso compromisso é com Ele.
Sendo assim, não devemos servir em busca de projeção pessoal.

- Veja o Paulo diz: Eu servi ao Senhor. Opa, Ao Senhor. Nosso compromisso é


primeiramente um compromisso com o Senhor. Sendo assim, nós não andamos em busca
de aplausos ou tapinhas nas costas.

- A palavra que Paulo usa é a palavra Doulos, escravo. Ou seja, eu fui um escravo fiel ao
Senhor. E como um escravo que era, ele respeitava seu Senhor, pois ele considerava que
fazer menos do que isso seria pecado.

- Ter isto em mente nos ajudar em duas coisas segundo Paulo, andar com humildade e
suporta as perseguições sem nos intimidar.

- Veja, servindo ao Senhor com toda humildade. Cristo deixou para nós o exemplo de
humildade.

- Ele havia aprendido a viver em toda humildade como servo do Senhor (veja Fp 4.12) e
exortava as pessoas a não para olharem meramente para seus próprios interesses, mas
para pro mover os dos outros também (Fp 2.4; e veja Ef 4.2). Agostinho capturou a
importância da humildade ao dizer: Para quem quiser aprender os caminhos do Senhor,
Humildade é a primeira coisa, Humildade é a segunda, Humildade é a terceira.

- Humildade não é exibir atestado de pobreza ou coitadismo.


- Mas, o que é humildade Paulo?

- Aí está uma pergunta de difícil resposta, já que a humildade não pode ser aparente nem
fingida. Ela existe ou não existe. É uma virtude para Deus ver, e não para o homem ver.

- A humildade não é a negação pura e simples de dons, capacitação e virtudes pessoais.


Pelo contrário, é o reconhecimento de que estes dons, capacitação e virtudes vêm de Deus.
Se eles existem em nós, é somente porque Deus existe antes de tudo e quis nos presentear
com eles.

- É o reconhecimento também de que, junto com estes dons, todos temos fraquezas,
latentes ou não, das quais nunca poderemos nos orgulhar.

- Não há como negar: a humildade é uma das virtudes mais difíceis e raras, possível
apenas com o auxílio do próprio Deus e pela zelosa imitação da humildade de Jesus.

- “A prática da humildade é a arte da contenção e privação da soberba e seus semelhantes,


como o orgulho, a vaidade, a autossuficiência e a estima exagerada, aliada à arte de sentir-
se constantemente necessitado de Deus, reconhecendo que só Ele é digno de receber
louvor, honra e glória”.

- Vemos isto na declaração de Paulo em Filipenses 2.5-11

- Fazer a obra de Deus sem humildade é servir a si mesmo.

- Além disto, ter em mente que nosso serviço e compromisso é para com Deus, nos ajuda
suportar as perseguições.

- Segundo, Paulo servia ao senhor com lágrimas.

- Duas vezes em seu discurso Paulo confessa que derramou lágrimas: quando ele foi
perseguido pelos inimigos (v. 19) e quando agonizava sobre os convertidos (v. 31).

- Durante seu ministério, Paulo se entregou completamente ao serviço do Senhor e da


igreja. Ele chorou não por causa dos ferimentos e cicatrizes que ele recebeu como servo
de Cristo. Ele se preocupava pelos membros da igreja quando ele escreveu aos coríntios
para revelar seu grande amor por eles (uma carta que não mais existe; veja 2Co 2.4).
- E ele disse aos filipenses de suas lágrimas quando revelou que muitas pessoas viviam
como inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18).

- Essas lágrimas dão testemunho da grandeza de Paulo.

- A vida cristã é uma vida de alegrias, mas também de lagrimas. Nem sempre seremos
poupados de problemas, lutas, tristezas, decepções, lagrimas pelo pecado, nosso e dos
outros.

- Paulo tinha sua consciência firme de que quem serve Deus com humildade não teme
ameaças nem se intimida frente as perseguições.

3. Anuncie fielmente o Evangelho de Cristo (v.20-21)

- Anunciem fielmente a Palavra de Deus.

- Pode parecer obvio isto, mas numerosos crentes domingueiros não querem ouvir
sermões sobre os céus e o inferno.

- Eles querem ouvir palavras agradáveis sobre o amor de Deus, mas se recusam aceitar a
justiça de Deus. Eles aceitam uma palavra de elogios, mas rejeitam mesmo uma alusão à
condenação.

- Das doutrinas da fé cristã eles escolhem aquelas que lhes são mais agradáveis e
gratificantes. Consequentemente eles se recusam a ouvir as exposições sobre o pecado e
o arrependimento, a descrença e a desobediência, o inferno e a desaprovação.

- Qual é o nosso papel que ministra a Palavra para pessoas que sentem coceira nos ouvidos
(2Tm 4.3)?

- Paulo lembra que somos ministros da Palavra de Deus, não um ministro das pessoas.
Ele ministra a Palavra para as pessoas, mas ele é primeiro um ministro da Palavra.

- Para colocar isso numa linguagem das Escrituras, Deus deu-lhe o dever de tocar a
trombeta para preparar seu povo para a guerra ao pecado (1Co 14.8), mas se a trombeta
falhar em produzir um som claro, ninguém vai se preparar para a batalha, e como
resultado todos serão cativos do pecado.
- A falha em pregar toda a mensagem da salvação é cruel, pois os resultados são destruição
e morte

- Veja que embora enfrentasse perigos, Paulo destemidamente deu aos crentes tudo o que
eles precisavam para o desenvolvimento da sua vida espiritual.

- Note que Paulo não pregou suas próprias ideias, mas a Palavra de Deus.

- Veja “eu não deixei de anunciar (anaggello – trazer notícias, fazer conhecido) nada a
vocês que fosse proveitosa para o crescimento espiritual.

- Paulo pregou arrependimento e fé para todos.

- Paulo exorta aqui que mantenhamos o coração evangelístico. O chamado de Paulo é


para que sejamos missionários. Corremos o risco de sermos meramente acadêmicos em
nossos ensinos e pregações.

- Queremos saber o que diz o no grego e no hebraico, mas não oramos para que aquela
Palavra atinja o coração dos ouvintes com uma flecha.

- Seja fiel a Palavra. Não venda e nem adultere a Palavra.

- Paulo ensinava e pregava em qualquer lugar. Ele ensinava a multidões e ensinava a


pequenos grupos.

4. Viva para a Glória de Deus (v. 24)

- O verso 24 marca o resumo do ministério de Paulo, uma vida para Glória de Deus.

- Paulo tinha convicção de quem o chamou e para que o chamou.

- Sendo assim, Paulo sabia que a sua vida não era sua de fato, mas sim do Senhor. Sendo
do Senhor, ela deveria ser gasta e vivida para Ele.

- E o senso desta verdade que nos dá forças para seguir nas horas difíceis da vida. Como
Cristãos fomos chamados por Cristo para sermos como Pedro diz na sua primeira carta
capitulo 2.9-11.

- Aqui no verso 24 podemos ver Paulo fazendo a seguinte pergunta: Qual missão da tua
vida? Por que você se matriculou no curso de bacharel em teologia? Ou, porque você
atendeu ao chamado de Cristo e se converteu?
- Infelizmente muitos entram no seminário com as motivações erradas. Muitos abraçam
a fé cristã pela motivação errada.

- Paulo está dizendo para nós que seu proposito não prestígio ou fama, seu proposito é
glorificar a Deus. Ele estava pronto para dar a sua vida para a Glória de Deus.

- Isto enchia o coração de Paulo de paixão em falar da graça, do evangelho, da cruz e de


Cristo.

5. Sirva e edifique a Igreja sem avareza e em plena comunhão para com todos
(v. 28-38)

- O conselho final de Paulo é, sirvam, edifiquem a igreja, cuidado com avareza e tenham
plena comunhão com todos.

- Precisamos amar a igreja, pois ela é a noiva de Cristo. Ele à comprou com seu sangue.

- Paulo fala atendei. A palavra atendei significa trazer para perto, ter cuidado.

- Mas com o que Paulo? Com os lobos, os falsos profetas.

- Cuidado com a avareza.

- Tenha comunhão com todos.

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