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Romanos 15.1-13
Ora, nós que somos fortes na fé temos de suportar as debilidades dos fracos e não agradar
a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.
Porque também Cristo não agradou a si mesmo; pelo contrário, como está escrito: “Os
insultos dos que te insultavam caíram sobre mim.” Pois tudo o que no passado foi escrito,
para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das
Escrituras, tenhamos esperança. Ora, o Deus da paciência e da consolação lhes conceda
o mesmo modo de pensar de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, para que
vocês, unânimes e a uma só voz, glorifiquem o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, acolham uns aos outros, como também Cristo acolheu vocês para a glória de
Deus. Pois digo que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de
Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais e para que os gentios
glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia, como está escrito: “Por isso, eu te
glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome.” E também diz: “Alegrem-
se, ó gentios, com o povo de Deus.” E ainda: “Louvem o Senhor, todos vocês, gentios, e
todos os povos o louvem.” Também Isaías diz: “Virá a raiz de Jessé, aquele que se levanta
para governar os gentios; nele os gentios esperarão.” E o Deus da esperança encha vocês
de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que sejam ricos de esperança no poder do
Espírito Santo.
Introdução:
- Bunyan escreve este livro enquanto estava prisão sobre o crime de pregar o
evangelho na Inglaterra. Bunyan fazia parte do movimento que ficou conhecido na
história da igreja Movimento dos Puritanos. Movimento este que visava restaurar a pureza
espiritual da até então corrompida igreja Anglicana.
- Seus amigos a parentes o chamam de louco e ele decide sozinho sair da cidade rumo a
cidade Celestial, onde encontraria alivio do seu fardo e salvação. Então Cristão segue
como um peregrino rumo a cidade Celestial.
- Bunyan de forma maestral mostra como é a caminha cristã aqui na terra. Estamos numa
peregrinação rumo a Jerusalém celestial.
-Mas, o que a história de Bunyan tem a ver com o texto que lemos? Tem tudo a ver.
- Veja, alguém certa vez disse que “Depois da comunhão com Deus, não existe
comunhão semelhante à dos santos”.
- À medida que fazemos a longa e difícil jornada para casa, Deus usa esta
“comunhão”, esse companheirismo cristão, para incentivar os desanimados,
restabelecer os instáveis, desafiar os desatentos, animar os aflitos, orientar os
confusos, revigorar os exaustos e proclamar a sua Palavra.
- Apesar de muitas vezes ser difícil manter a comunhão, isto não altera a realidade
da bênção que jorra do verdadeiro companheirismo cristão.
- A bíblica constantemente nos faz lembrar do nosso chamado para nos esforçarmos
“diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.3).
- Vejamos como edificar a igreja através o acolhimento, ensino e propagação da
Palavra.
- Veja, “nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar
a si mesmos.”.
- Note que Paulo se coloca no grupo dos crentes fortes, mas não no intuito de gabar
disto, mas para incentivar os leitores da carta a serem imitadores de Cristo tal como
ele é.
- “Nós que somos fortes”, a palavra que Paulo usa aqui, tem um sentido de alguém que é
capaz de suportar calamidades, sofrimentos com coragem e paciência ou alguém que
é firme nas virtudes cristãs ou forte na alma.
- Paulo então se dirige aqueles que conseguem viver uma vida cristã firme nas suas
convicções. Porém, esta força não é razão de se gabar ou de menosprezar o mais
fraco.
- Paulo segue dizendo que os fortes devem “suportar” as debilidades dos fracos.
- Primeiro, a palavra “devemos” tem sentido de uma boa vontade devida, ou seja, é
uma obrigação pessoal para com algo. Por exemplo, no seu trabalho, você tem o
dever de tratar a bem a todos.
- Então, para o forte é algo que ele sabe que tem que fazer e deve fazer. E o que é
isto que ele deve fazer de boa vontade? Suportar a debilidade dos fracos.
- A palavra que Paulo usa para suportar, não deve ser entendida no sentido de
“tolerar”, ou seja, eu como forte tenho que tolerar tudo do meu irmão mais fraco.
Não. O sentido aqui é de pegar com as mãos, carregar, apoiar, colocar sobre si
mesmo. Então o forte tem o dever de ajudar o mais fraco na caminhada.
- Mas é ajudar ele a ficar do jeito que está? Não. Mas ajudando eles na sua
debilidade.
- Paulo quer deixar claro que o amor cristão não é egocêntrico, mas, como HDL diz,
“outrocentrico”. Ele não visa os próprios interesses, mas busca o interesse do
próximo.
- Então, Paulo ensina que o conhecimento e a maturidade espiritual dos crentes fortes
não devem leva-los à uma conduta arrogante para com o crente mais fraco. Antes,
o crente forte precisa de boa vontade suportar a debilidade do fraco.
-Veja, pegando o contexto do capitulo 14, Paulo está dizendo que os crentes fortes
não devem agradar a si mesmos, comendo e bebendo publicamente, sabendo que
isso irá causa tropeço aos crentes mais fracos. Antes, os crentes fortes, devem buscar
a edificação dos mais fracos.
- Então, o crente fraco também não pode abusar deste principio para fazer com o
que o outro ceda aos seus caprichos.
- Esse agradar que Paulo fala é que manterá a paz de consciência que seria
perturbada e destruída pela conduta dos mais fortes.
- Agora, note que Paulo vai dizer que devemos agradar o próximo no que é bom para
a edificação. Significa que deve haver um crescimento mutuo de sabedoria cristã,
piedade e maturidade.
- Então veja que a edificação da igreja acontece quando crentes fortes ajudam os
crentes fracos a serem edificados a crescerem na fé. E quando os crentes fracos se
dispõem em aprender e crescer junto com os fortes na fé.
- Note que Paulo não está exortando que os fracos na fé deverão ser fracos na fé a
vida toda.
- Note que não somente Paulo, mas Pedro também, sempre exorta o crescimento na
fé, nunca você verá alguma exortação para que fique estagnado naquilo ali. E esse
crescimento se dá por meio desta edificação, onde os mais fortes suportam a
debilidade do mais fraco para que aja edificação mutua entre eles.
- Então Paulo evoca o exemplo de cristo para exortar os seus leitores (v.3)
- E porque Paulo vai usar o exemplo de Cristo para exortar os fortes a suportarem
os fracos?
- Bom, é fácil de responder, visto que somos pecadores, nossa tendencia é achar tudo
isto um peso, um fardo muito complicado de levar. Alguém poderia dizer: Mas Paulo,
porque eu tenho que suportar o mais fraco a ponto até de tolher a minha liberdade
em certos momentos?
- Então, Paulo lança luz sobre o altruísmo de Cristo, que nunca buscou o interesse
próprio, mas os dos outros.
- Note que Paulo faz seus leitores olhar para a vida de Jesus nos evangelhos. Talvez
alguns tenham até sido testemunhas oculares de Jesus.
- O que Paulo está dizendo é o seguinte, olhe, pode parecer duro e difícil suportar o
mais fraco na fé e buscar agrada-lo, porém, temos um exemplo supremo, Jesus
Cristo. Sendo assim, como discípulos deles e como mais fortes na fé, precisamos
seguir seus passos neste tipo de conduta.
- Eis aqui uma boa diferença entre um discípulo e um mero seguir de Cristo.
- Isto é um princípio valido para vários outros momentos da nossa caminha cristã, tomar
Cristo como modelo.
- O amor a Cristo e a sua igreja deve superar nossa vontade de agradar a nós mesmo.
- Paulo quer mostra que, assim como Cristo não se esquivou dos golpes, injurias e
humilhação, tudo isto para mostrar o zelo pela honra de Deus e o cumprir a vontade
do Pai, assim nós, os fortes, não devemos no esquivar do dever de suportar os fracos
na fé para edificação do corpo de Cristo.
- Agora, note mais uma vez que em nenhum momento Cristo exorta que as pessoas
permaneçam do jeito que estão. É preciso amadurecer e crescer na fé.
- Paulo agora busca apoio nas Escrituras para sustentar sua exortação.
- Aqui Paulo elenca a razão destes ensinos. Veja, “Tudo quando, outrora, foi escrito
para o nosso ensino foi escrito”.
- Note que na carta aos Romanos, Paulo com muita frequência recorre às Escrituras.
E que Escrituras? Antigo Testamento. Ele demonstra aqui que o AT tinha o proposito
de fornecer a instrução necessária para o cumprimento da fé.
- Este ensino dado pelas Escrituras tem como finalidade promover perseverança
(paciência) e consolo. E onde enxergamos isto no AT? Através da relação de Deus
com o povo.
- Note a construção: Irmãos mais fortes devem suportar os mais fracos; por que?
Para que estes não se entristeçam na fé com alguma conduta dos mais fortes. Certo
Paulo, mas qual o fim disto? Para que aja a edificação mutua, onde ambos são
edificados e crescem na fé. Certo Paulo, mas você sabe que isto nem sempre é fácil,
e aí, qual o exemplo que devo tomar como base de como fazer isto? O exemplo de
Jesus. Certo, e onde podemos sustentar essa afirmação? Nas Escrituras, elas têm por
finalidade prover a instrução necessária para se viver de forma a edificar uns aos
outros. Certo, e o que a instrução das Escrituras me levam a construir? Paciência e
consolo. Para que paciência e consolo? Para que tenhamos esperança. Esperança no
que Paulo? Na volta de Cristo que virá buscar a sua igreja.
- Veja, o apóstolo assevera que a paciência e o consolo são os meios para atingirmos
um alvo mais final, ou seja, a esperança. Neste caso, a esperança deve ser entendida
como algo que o crente cultiva.
- Não pode haver o exercício da esperança, a menos que esta seja dirigida a um objeto,
aquilo que se espera. Porém, “ter esperança” significa viver na prática da esperança
(cf. At 24.15; Ef 2.12; 1 Ts 4.13; 1 Jo 3.3).
- Note como a edificação da igreja e dos crentes é construída, através do amor mutuo,
altruísmo, tomando o exemplo de Cristo e meditando nas Escrituras.
- Veja, Paulo chama seus leitores a olharem para Deus e seu trato para conosco.
Diante dele todos nós somos fracos, e ainda assim ele é paciente com as nossas
fraquezas e nos consola em meio a elas. Sendo assim, este sentimento que deriva do
Pai, que foi vivido pelo Filho deve ser aplicado na vida da sua Igreja. E fazemos isto
com base no ensino da sua Palavra.
- Mas, esse apelo é apenas para os crentes mais fracos se sentirem bem? Ou para
simplesmente tolher os fortes? Não!
- Verso 6 Paulo expressa o proposito disto tudo, glorificar a Deus. Edificar a Igreja
e glorificar Deus. Uma igreja edificada é uma igreja que vive para a glória de Deus.
Lembra-se que Jesus fala que a união do povo de Deus é a prova de somos do Pai e
assim o mundo irá crer na nossa mensagem.
- Agora Paulo não somente foca em um grupo especifico, mas em ambos. A mesma
exortação agora ganha abrangência para forte e fracos.
- Paulo vai dizer, “acolhei-vos”, verbo proslambano, que significa tomar como
companheiro, receber em casa, acolher em amizade. Crentes fortes e crentes fracos
são chamados a se acolherem mutuamente, em confiança e amor.
- A base para isto é que Cristo também nos acolheu para a glória de Deus.
- O contra ponto que Paulo faz aqui é o seguinte: Se cristo nos acolheu, sendo nós fracos
e pecadores, porque nós então iremos rejeitar a comunhão com aqueles que Cristo
recebeu?
- Verso 8 e 9 Paulo explica isto na prática. Ele vai falar da relação de que agora não
há nem judeu nem gentio, todos são um só povo, circuncidados no coração.
- Paulo conclui a parte exortativa da sua carta, mostrando que devemos acolher uns
aos outros na igreja, porque o próprio Senhor e cabeça da igreja se tornou servo
para salvar tanto judeus como gentios.
- John Stott diz que Paulo desliza quase imperceptivelmente da unidade dos fracos e
fortes por meio de Cristo para a unidade dos judeus e gentios por intermédio desse
mesmo Cristo. Em ambos os casos a unidade visa a adoração, a fim de que eles
glorifiquem a Deus juntos (15.9). Paulo afirma que o ministério de Cristo com os
judeus deu-se “por amor à verdade de Deus”, no propósito de demonstrar a sua
fidelidade às promessas da aliança, enquanto o seu ministério com os gentios foi
devido “à sua misericórdia”, uma misericórdia sem aliança.
- Paulo então encerra com uma breve oração. Paulo entende que de Deus é que procede
uma vida abundante, que essa vida abundante é alegria e paz, que obtemos ao crer
na sua Palavra, pois é resultado da fé, cujo o proposito é nos encher das virtudes
celestiais, está é a maior riqueza da igreja e que para podermos viver precisamos do
poder do Espirito Santo.
Conclusão
- Apesar de ser impossível destruir nossa unidade, ela pode, com facilidade, ser
atrapalhada; daí a advertência de Paulo: “esforçando-vos diligentemente por preservar a
unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.3).
- “... acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14). A.
W. Pink comenta: “O amor fraterno é uma plantinha delicada que requer muita atenção:
se não for cuidada e regada, logo ela murcha”.
- William Perkins explica: “Onde o Espírito de Deus opera a paz na consciência para com
Deus em Cristo, ali o mesmo Espírito leva o indivíduo a buscar paz com todos os homens;
bem como estabelecer a paz entre aqueles que se encontram em desarmonia”.
- Quando temos algum problema no nosso corpo, todo ele sofre. A mesma coisa
ocorre no corpo de Cristo quando uma parte não funciona de forma apropriada.