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Universidade Rovuma
Extensão - Cabo delgado
2023
José Miguel Muipita
Universidade Rovuma
Extensão - Cabo delgado
2023
Conteúdo
1. Introdução.....................................................................................................................................1
2. Problematização...........................................................................................................................2
3. Delimitação do Projecto...............................................................................................................3
4. Justificativa/Motivações...............................................................................................................3
3. Objectivos:....................................................................................................................................4
Específicos:........................................................................................................................................4
4. Fundamentação Teórica...............................................................................................................5
4.1. As Línguas no Mundo............................................................................................................5
4.2. Contexto de Línguas Africanas...............................................................................................9
4.3. Contexto Sociopolítico de Moçambique............................................................................11
4.4. Contexto de Educação Bilingue em Moçambique................................................................11
5. Metodologia.................................................................................................................................14
6.1 Técnicas de recolha de dados.....................................................................................................15
6.2 Métodos e técnicas de trabalho...................................................................................................16
6.3 Sujeitos de pesquisa................................................................................................................17
6. Cronograma de actividades.......................................................................................................17
7. Orçamento do projecto..............................................................................................................18
8. Bibliografia.................................................................................................................................18
1.
2. Introdução
1
3. PROBLEMATIZAÇÃO
E o Ensino Bilingue está a ser implementado pela primeira vez neste ano de 2024 em 30
escolas, entre escolas primárias e básicas do Posto Administrativo Sede, Emeeto sendo o
dialecto (L1) usado no ensino. Sabe-se que o ensino bilingue teminúmeras vantagens
como:obtenção de melhores resultados nas habilidades de leitura e escrita, os alunos
participam activamente nas aulas, quando comparado pelo modelo monolingue (EEEB, 2020-
2029, p. 05).
Por isso, os alunos do ensino bilingue são superiores em relação aos do monolingue quando
colocados em testes nas disciplinas de Matemática e Português. E na perspectiva
sociocultural, “o Ensino Bilingue é importanteao contribuir para o reconhecimento e
promoção do multilinguismo e pluriculturalismo em Moçambique condimentos importantes
para o projecto de construção de uma nação assente no princípio da unidade na diversidade”
(Ngungaetal, 2010 citados na EEEB, 2020-2029, p, 06).
Outrossim, os alunos bilingue da ao aluno a liberdade de aprender, por um lado e por outro,
ao professor dá a liberdade de ensinar. Ademais, este modelo de ensino e inclusivo, apesar de
reconhecermos que nos centros urbanos há alunos que possuem o Portugues como L1 e que
podem também, certamente, estarem excluídas ao se usar o Emakhuwa, nosso caso, como
língua de instrução.
Mesmo com esta larga importância do modelo bilingue, o MINEDH tem como um dos
desafios de“os professores e as professoras dominarem as habilidades de ouvir, falar, ler e
escrever em língua moçambicana, meio de ensino, aspectos culturais desta língua bem como
as estratégias de ensino” (Chimbutane, 2011 citado em EEEB, p. 06). Este desafio e reforçada
com a ideia de que se nos agradarmos com os resultados actuais do ensino bilingue, podemos
estar em risco de declinar o gráfico dos resultados Chambo etal, (2020, p. 33).
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Portanto, é neste contexto que surge o este tema: Ensino Bilingue: prática pedagógica para o
desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita na 1ª classe - caso das escolas primárias
de Mucuvango e Básica de Mepelia, distrito de Marrupa, província de Niassa. Assim, o
estudo tem como questão de partida:No Ensino Bilingue Como são adquiridas as habilidades
da aprendizagem da leitura e escrita pelos alunos da 1ª classe das escolas primárias de
Mucuvago e a escola Básica de Mepelia, distrito de Marrupa?
3. DELIMITAÇÃO DO PROJECTO
O estudo sobre: Ensino Bilingue: Prática pedagógica para o desenvolvimento das habilidades
de leitura e escrita na 1ª classe vai decorrer em duas escolas. Uma acontecera na escola
primária de Mucuvango situada a 15 km da vila municipal de Marrupa. E o outro local de
estudo será na escola básica de Mepelia que situa dentro do raio municipal, a 5 km do SDEJT-
Marrupa. Escolha dessas escolas, não só tomou-se em consideração níveis diferentes, como
também questões relacionadas com centro urbano, caso da escola básica de Mepelia e rural
para a escola primária de Mucuvango com intuito de aferir como os professores conduzem o
ensino bilinguee que metodologias adoptam para os alunos da 1ª classe adquirirem as
habilidades de leitura e escrita.
4. JUSTIFICATIVA/MOTIVAÇÕES
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Este tema é da actualidade por se enquadrar na terceira estratégia das sete constantes na
Estratégia de Expansão de Ensino Bilingue (EEEB) definido pelo Ministério de Educação no
período de 2020 a 2029. Ao desenvolvermos este trabalho esperamos que seja mais uma
ferramenta de trabalho para os futuros estudos na especialidade. O estudo tem um carácter
prospectivo na medida em que o método de investigação a realizar será junto dos membros de
uma comunidade.
Outrossim, estaremos a contribuir para a busca de respostas do desafio, por um lado e por
outro contribuirá para encontrar mecanismos para melhorar o processo de ensino bilingue do
país e em particular das escolas destacadas no estudo quando os professores forem a usar
estratégias adequadas que porá o aluno a adquirir competências esperadas por vários actores
da educação.
Para efeito, o professorbilingue estará desafiado a ser criativo em sala de aula. Entretanto, o
estudo será um grande contributo para a melhoria de vida da sociedade moçambicana na
medida em que contribuirá para elevar, cada vez mais, o gráfico de aproveitamento positivo
de alunos bilingue em relação aos monolingues como mostram alguns estudos. Ademais
desenvolveroperações matemáticas e aprender a língua materna em L1 satisfaz ao próprio
aluno, encarregados de educação, as autoridades de educação e sociedade em geral.
4. Objectivos:
Específicos:
a) Identificar os métodos usados em salas de aulas pelos professores de ensino bilingue para
desenvolvimento das operações matemáticas e aprendizagem da língua materna(emakhuwa)
dos alunos da 1ª classe;
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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este trabalho segue o padrão de Chambo, etal (2020), Patel (2006), Aleixoetal (2021) e
Bigodinho (2021). De acordo com Freire (citado em Chambo, 2020), a educação é uma
“prática para a liberdade” que objectiva melhorar as condições dos seres humanos.
De acordo com Chambo etal(2020, p.12),a Declaração de Incheon e Marco de Acção para a
Implementação do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (UNESCO 2015), no
parágrafo 32, refere que “Em contextos multilingues, […] e tendo em consideração[…],
políticas nacionais[…], deveriam ser incentivados o ensino e a aprendizagem na língua
materna.” Porque “as crianças aprendem melhor quando as suas línguas familiares são parte
primordial do sistema educativo”Chambo etal(2020, p.13).
A vitalidade das línguas africanas ainda é grande, mas a médio e longo prazo a diversidade
linguística e cultural do continente pode ficar comprometida” (Chambo etal, 2020, p.23).
Por isso, Chambo etal consideraa educação“baluarte” para a sobrevivência desses idiomas.
Numa situação sociolinguística multilingue em que o mundo com destaque para os países
africanos, “a educação bilingue torna-se numa perspectiva pedagógica primordial, tanto pelas
vantagens do uso de duas (ou mais) línguas de ensino para a aprendizagem e manutenção
presente e futura das línguas”.
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Grosjean (1992),Romaine (1995), García (2009) e Edwards (2013) citados em Bigodinho,
(2021), definem o bilinguismo como sendo a habilidade de falar duas ou mais línguas. E
Baker, (2001) citado em Bigodinho, (2020,p.14) educação bilingue é a inclusão de ambas as
línguas [da criança] no currículo de ensino.Este último conceito se adequa ao entendimento
dos linguistas de Moçambique, como pode se ler:
Refere não haver motivos que justifiquem a exclusão das línguas autóctones nos processos de
ensino-aprendizagem e “urge introduzir uma mudança radical nos sistemas educativos por
forma a contribuir para a melhoria das condições de vida da população”(Chamboetal,2020,
p.12). Chambo etal dizem que desde a infância, o uso das línguas bantu deve ser promovido
no seio familiar e do sistema da educação para facilitar a aquisição de novos saberes.
O modelo subtractivo usado no período colonial nos países lusófonos e francófonos para
conferir o estatuto de assimilado a alguns africanos. Este modelo consistia na interdição de
uso de línguas nacionais (L1) dos alunos para usar a língua português (L2) como meio de
aprendizagem. Este modelo de ensino terminou em 2004 com a introdução do ensino bilingue
em Moçambique (Romaine, 2001 citado em Aleixoet al,2021, p/22).
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Porem, Baker, 2001 (citado em Bigodinho, 2021, p. 15), na sua classificação, denominou
deste modelo de fraco: segregacionista,por colocar num ambiente escolar e falada a língua
maioritária no caso de Moçambique a língua portuguesa em detrimento da sua língua materna
com o objectivo de assimilar língua e cultura de ensino ao invés das suas origens.
Neste modelo a criança não é permitida, de qualquer das formas aceder os contextos
escolares da língua da maioria, assim forçando apartheid entre a língua oficial e a materna.
O modelo transitivo é usado pelos países Anglófonos (Inglaterra, EUA, Austrália, Canada)
desde década 70 e “consiste em usar a L12 para trazer a criança ao nível de proficiência capaz
de compreender as matérias em L2” (Heugh, 2011 citado em Aleixoetal, p.22).
Neste modelo existem duas variantes, dependendo da flexibilidade: modelo de saída precoce
e saída tardia. O primeiro caracteriza-se por estar preparado a fluência em língua oficial
portuguesa. Durante o processo de ensino e aprendizagem, os alunos usam a L1 como meio de
ensino, entretanto a L2 ocorre como uma disciplina e gradualmente transitará como meio de
ensino.
O segundo modelo: saída tardia utiliza a língua materna como o meio de instrução e até aos
cinco ou seis anos, a L2 passa a ser meio de instrução (Heugh, 2011; Ouane&Glanz, 2011
(citados em Aleixo etal, 2020, p.22). Das duas variantes do modelo de transição descritos,
Moçambique adoptou variante de saída precoce porque durante o processo de ensino, os
alunos desde a 1ª classe usam as línguas maternas como meio de instrução enquanto a língua
portuguesa ocorre como uma disciplina e a partir da 4ª classe, a língua portuguesa é usada
como meio de instrução. Portanto, na 1ª, 2ª e 3ª classe, o ensino da leitura e escrita e a
disciplina de Matemática acontece em língua materna. O ensino da oralidade ocorre na 2ª
classe e, na 3ª classe, os alunos iniciam a leitura e escrita ainda em língua materna.
Entretanto, o modelo transitivo apresenta a vantagem de criar condições para uma melhor
aprendizagem da L2 (português), mas note-se que agrega grande desvantagem na medida em
que rompe o desenvolvimento da L1 das crianças com a adopção da L2 como meio de
instrução a partir da 5 classe do ensino primário (Aleixoetal, 2020, p.23).
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Deste modo Baker 2001 (citado em Bigodinho, 2021, p.15) aponta o modelo de transição
como fraco e justifica que prevê a criança aprender na sua língua materna até certo nível de
proficiência que lhe permita ter a educação convencional na língua maioritária do
país.Bigodinho diz que este modelo tem o objectivo de assimilação, mas que resulta em um
monolinguismo relativo. E conclui que as crianças instruídas nestes modelos (segregacionista
e transicional) apresentam uma fluência reduzida na língua estrangeira.
Modelo aditivo consiste no ensino de duas línguas ou mais, inicia com o processo de ensino
aprendizagem em L1do aluno como meio de ensino e de pois na L2 como disciplina, quando a
L2 passa para meio de ensino, a L1 mantem no processo como disciplina. Este modelo
permite que o aluno alcance nível de proficiência nas duas línguas. (Aleixo etal, 2020, p.23).
Similarmente, Baker, (2001) e García, (2009) citado em Bigodinho,( 2021, p.16) destaca três
modelos fortes: de imersão, de manutenção de língua de herança e o modelo dual. Destes
destacamos o modelo dual caracterizar-se por equilíbrio na utilização das línguas e número de
falante de cada língua em sala de aulas, isto e, as duas línguas coexistem na mesma turma de
forma equitativa e harmoniosa.
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A avaliar a classificação sobre os modelos de ensino bilingue nos apresentados, estamos
alinhados com Romaine (1995) que adverte que, o mesmo modelo pode ser denominado de
diferentes maneiras ou um termo pode ser descrito em diferentes programas. Este estudo
identifica-se, por questões de opção, com a tipificação de modelos de (Ouane&Glanz
2011citados em Aleixo etal, 2021, p.22)
De acordo com Chambo etal, (2020, p.15), em África, […] 16% da população mundial (1.300
milhões de pessoas)fala de cerca de 2000 línguas diferentes. Por outro lado, “não há nenhum
país em África que seja estritamente monolingue.” Não obstante, há registo de línguas faladas
por 90% da população como e o caso de Kirundi, no Burundi, e Kinyarwanda, no Ruanda.
Comummente, em países africanos fala-se dezenas de línguas (Chambo etal, 2020) No
continenteexiste duas grandes famílias de línguas:
Nãohá registo exacto de línguas do povo bantu por causa da dificuldade que se tem em definir
o que uma língua ou variedade da mesma língua, (Marten 2020 citado em Chambo, (2020,
p.17).
Conforme Chambo,etal(2020, p.18), “as línguas bantu partilham formas lexicais semelhantes
e alguns aspectos estruturais da fonologia (tom) para marcar distinções lexicais e
gramaticais”.Uma outra característica das línguas bantu é de apresentar consoantes e grupos
consonânticospróprias como: consoantes nasalizadas, ejectivas, labializadas raras em línguas
não africanas. Os sons que mais se evidenciam nas línguas bantu são os cliques que advém de
língua ou lábio sem dos pulmões.Esses cliques pertencem as consoantes das línguaskhoisan e
que se estenderam às Tsonga, Zulo,Hhosa e até ao Sul de Moçambique, Changana e Rhonga.
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Uma outra característica mais evidente na gramática das línguas bantu é o sistema de classes
nominais em que os nomes se organizam com base nos prefixos nominais e a complexidade
dos verbos ao se encontrarem adicionados as marcas do sujeito, de tempo, de objecto e
extensões verbais.
No geral, as línguas bantu apresentam 20 classes nominais diferentes e muitas delas tem
classes reduzidas. Uma facto peculiar e de que os prefixos nominais em línguas bantu, para
além de referir-se a pessoas, plantas, animais, objectos e abstracções, flexionam em numero
(singulare plural), p.e. enama 'animal' [CL7],inama; 'animais'[CL8] e nunca ocorre a oposição
da flexão em género feminino vs masculino como se nota em línguas europeias (mulher vs
marido).
Uma das características principais das línguas bantu é a complexa estrutura morfológica dos
verbos que admitem inserir “prefixos com a classe ou pessoa e número do sujeito e,
opcionalmente, do objecto, prefixos de tempo e de negação, e extensões sufixais que
expressam diversos tipos de relações sintáctico-semânticas (causativa, aplicativa, passiva…)”
(Chambo etal, 2020, p.19).
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línguas segundas pelo/ as habitantes dessas mesmas regiões que não a têm como línguas
primeiras”.
Moçambique situa-se na costa oriental da África Austral. A leste e banhado pelo oceano
indico, a norte faz fronteira com a Tanzânia; a Noroeste com o Malawi e Zâmbia; a oeste com
Zimbabwe; e a Sudoeste, com a Swazilândia e África do Sul. Possui uma extensão de 799.380
km2 com uma população de cerca de 26. 899. 105 Habitantes, maioritariamente falante de 20
línguas de origem bantu para além das de origemeuropeia, asiática e do médio oriente. Atéao
momento actual, o português é a língua oficial e de unidade nacional do país adoptado durante
a preparação e o decurso da luta de libertação nacional (1962-1975).
Ao longo de muito tempo, a língua portuguesa foi a única de ensino num contexto em que a
grande maioria tinha LB como materna, o que reflectiu no ensino, com altas taxas de baixo
aproveitamento pedagógico e desistências (Nhampoca,2016, pp83-89)
De acordo com Chambo etal (2020, p. 29) “O uso das Línguas Moçambicanas no SNE foi
antecedido pelo Relatório do I Seminário sobre a Padronização da Ortografia de Línguas
Moçambicanas de 1989, desenvolvido pelo Núcleo de Estudo de Línguas Moçambicanas
(NELIMO).”
Desta experiência:
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“96% das alfabetizadas no programa Sena – Português estava satisfeito com a experiência
de alfabetização de mulheres em Línguas Moçambicanas.” Os inquiridos consideraram que,
para além de garantir a leitura e escrita em Sena, esta alfabetização tinha facilitado a
aprendizagem do Português (Benson 1997).
De acordo com Nhampoca, (2016), o ensino bilingue em Moçambique foi introduzido no ano
de 2002 a fim de resolver o problema de muitas reprovações, desistências e pressão da
sociedade que viam o ensino bilingue como solução dos problemas da educação do país.
O anseio sobre a introdução deste modelo de ensino prende-se com o facto de muitos
moçambicanos serem bilingues e usarem preferencialmente as línguas bantu em relação ao
Português e essas línguas autóctones para o estado são “patrimoniais” (CRM,2018, p. 9).
Assim, o EEEBM após revisão do programa adoptado em 2003 sofreu algumas revisões
quanto a transição da língua materna para língua portuguesa, que acontecia na 4ª classe, assim
como a redução de 7ª para 6ª classe e, de 03 ciclos para 02 no ensino primário ocorre a
passagem progressiva e por disciplina:
(ii) L1 como meio de ensino e transição gradual (II ciclo: 4ª à 6ª classe): 4ª classe: Ensino
de Ciências Naturais em L1; Ensino de Ciências Sociais em L1; Ensino de Língua
Materna;Ensino de Educação Visual e Ofícios em L1;Ensino de Educação Física em
L2; Transição de L1 à L2 no ensino da Matemática a partir da 4ª classe(Chambo etal,
2020,pp. 31-32).
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5ª classe: Ensino de Ciências Sociais em L1; Ensino de Língua Materna; Ensino de
Educação Visual e Ofícios em L1; Ensino de Educação Física em L2; Ensino de
Matemática em L2; Ensino de Português; Transição de L1 à L2 no ensino de Ciências
Naturais(Chambo etal, 2020,pp. 31-32).
Outrossim, a L2 podendo ser administrada aos alunos que dominem a sua L1. E dados do INE
(2019) indicam que cerca de 81.1% da população usa línguas maternas na vida quotidiana. A
população em idade escolar [primária] (5 a 9 anos) é estimada em 4.450.647,e numero
bastante reduzido (15.3%) fala Português como Língua materna e 26,6% fala português como
L2 (INE 2019, citado em Chambo, 2020).
Entretanto, “a educação bilingue não visa apenas promover as habilidades dos alunos e das
alunas em L1 mas também desenvolver, progressivamente, as habilidades linguísticas em L2
e a aprendizagem de conteúdos curriculares nas duas línguas” (Chambo etal, 2020, p. 33).
6. Metodologia
Para melhor levar a fim o estudo sobre Ensino bilingue: prática pedagógica para o
desenvolvimento da leitura e escrita na 1ª classe - caso das escolas primárias de Mucuvango e
Básica de Mepelia, distrito de Marrupa, província de Niassa. A pesquisaterá uma
abordagemqualitativana qual o pesquisador utiliza os métodos qualitativos buscando explicar
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o porquê das coisas, exprimindo o que convém (Deslauriers, 1991, p. 58 citado em Gerhardt&
Silveira (2009).
A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser
quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais
(Gerhardt& Silveira 2009).
Para Minayo, (2001) citado em Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa qualitativa trabalha
com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenómenos que não
podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
Quanto aos objectivos a pesquisa éexploratóriaporque este tipo de pesquisa proporciona maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Este tipo de pesquisa
envolve levantamento bibliográfico, isto é, busca de informações nas diversas enciclopédias
disponíveis quer em formato físico, quer em versão electrónica (busca na internet); entrevistas
que faremos aos professores e formadores do ensino bilingue porque acreditamos que tem
experiência e práticas com o problema a pesquisar (GIL, 2007 citado em Gerhardt& Silveira
(2009). Quanto aos procedimentos a pesquisa éde campo que secaracteriza, para além da
pesquisa bibliográfica, pela colecta de dados junto das pessoas com recurso a pesquisa
participante.(FONSECA, 2002 citado em Gerhardt& Silveira 2009).
Das quais a observação participante foi introduzida nas ciências sociais pelos antropólogos no
estudo das chamadas sociedades primitivas. Esta ocorre pelo contacto directo do
pesquisadorcom o fenómeno observado para obtenção de informações sobre a realidade dos
actores sociais em seus próprios contextos (Gerardth& Silveira, 2009).
E neste contexto que faremos assistência das aulas nas turmas com o modelo de ensino
bilingue para de perto vivenciarmos as práticas pedagógicas: métodos e estratégias usadas
pelos professores e como e que os alunos desenvolvem as habilidades de leitura e escrita.
Uma outra técnica de recolha de dados a usar é aentrevista que prevê as situações de
entrevistador que busca informações do entrevistado (fornecedor de conhecimentos que detém
sobre um certo facto).
Nos propomos usar esta técnica de recolha de dados para busca de informações a partir de 10
participantes entre professores do ensino bilingue, formadores regionais, províncias e
distritais do ensino bilingue que trabalham no distrito de Marrupa.
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6.3 Sujeitos de pesquisa
O estudo científico conta com um grupo alvo a ser estudado. E todo oestudo científico
enfrenta indecisões na definição da população (estudo qualitativo) ou da amostra
(quantitativo). Assim, observar toda a população alvo do estudo, seria difícil para a colecta de
dados devido da distância, custos, tempo, entre outros, consequentemente para chegar às
conclusões do estudo também tornaria difícil (Macalane, 2023).É por este motivo que o
sujeito da pesquisa é representativo na medida em que observaremos todos os professores e
alunos. E a técnicas de análise de dado escolhido é de conteúdoUniverso – população alvo.
7. Cronograma de actividades
8. Orçamento do projecto
Total……………………………………………………………...................... 165.350,00M
9. Bibliografia
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Gerhardt, T. E. & Silveira, D. T. (2009). Métodos de Pesquisa. 1 Edição. Universidade
Aberta do Brasil – UAB/UFRGS.
Patel, S.A. (2006) Olhares sobre a Educaçãobilingue e seus professores em uma região de
Moçambique. UNICAMP Instituto de Estudos da Linguagem, CAMPINAS.
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