Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APRENDENDO EM COMUNIDADE
Lea Cristina Borges dos Santos¹
Joice Maria Lamb²
RESUMO
Com o objetivo de encontrar nossos estudantes no contexto de pandemia, entendemos
que era necessário libertar o conhecimento e a aprendizagem das amarras tradicionais
da escola presencial (restrições de idade, ano escolar, turma, professor) e também
incluir todas as pessoas no processo de #aprenderecompartilhar. Assim foi construída a
proposta das AULAS PÚBLICAS VIRTUAIS: aprendendo em comunidade. Um projeto
no qual os professores e alunos escolhiam assuntos de seu interesse e produziam em
grupo uma aula para ser transmitida ao vivo Facebook\Youtube. Também organizavam
arquivos com links para que a comunidade pudesse aprofundar o tema na sua casa.
Todo o projeto era direcionado para nossos estudantes, mas poderia atingir a todos
que tivessem o desejo de aprender, porque entendíamos que, principalmente nesse
momento de pandemia, precisávamos aprender e compartilhar, fortalecendo os
vínculos na escola com a comunidade. As reuniões de preparação eram realizadas
através do google meet, respeitando a orientação no momento de “fique em casa”.
Todos os envolvidos puderam crescer durante a realização desse projeto. Todos
aprendiam sobre os conteúdos explorados nas aulas. Quem produzia, independente
de ser estudante ou professor, desenvolvia uma postura protagonista e ampliava o
seu potencial criativo. Defender suas ideias e aceitar sugestões de outros também
foram habilidades desenvolvidas pelos participantes. Somente no ano de 2020 foram
produzidas 25 aulas.
1 Segundo o Jornal O Globo, o texto “A escola”, atribuído a Paulo Freire, é deF autoria desconhecida. De acordo com o
Instituto Paulo Freire, o educador leu esse texto em público e, a partir daí, a informação equivocada começou a se espalhar.
05/02/2009 Informação em https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/correcao-texto-escola-atribuido-paulo-freire-de-autor-
desconhecido-3180500
2 Entendemos por educação bancária, a comparação que Freire faz do aluno com o banco, no qual depositamos o conhecimento. O
banco apenas recebe e enriquece com esses depósitos.
ABSTRACT
With the aim of meeting our students in the context of a pandemic, we understood that
it was necessary to free knowledge and learning from the traditional shackles of face-
to-face school (age restrictions, school year, class, teacher) and also include all people
in the process of # learn and share. This is how the proposal of the VIRTUAL PUBLIC
CLASSES was built: learning in community. A project in which teachers and students
chose subjects of their interest and produced, in a group, a class to be broadcast live
on Facebook\Youtube. They also organized files with links so that the community could
delve deeper into the topic at home. The entire project was aimed at our students,
but it could reach everyone who had the desire to learn, because we understood that,
especially in this moment of pandemic, we needed to learn and share, strengthening
ties at school with the community. Preparation meetings were held through google
meet, respecting the orientation at the time of “stay at home”. All those involved were
able to grow during the realization of this project. Everyone learned about the contents
explored in the classes. Whoever produced, regardless of being a student or teacher,
developed a protagonist attitude and expanded their creative potential. Defending
your ideas and accepting suggestions from others were also skills developed by the
participants. In 2020 alone, 25 classes were produced.
APRENDER EM COMUNIDADE
Empregar todo tempo disponível em uma única coisa é algo problemático. Entretanto, a
questão mais importante quanto ao tempo diante das telas não diz respeito à quantidade,
e sim à qualidade. Há muitas maneiras de interagir com as telas, e não faz sentido tratar
todas elas como se fossem iguais. O tempo gasto em um jogo violento é diferente do tempo
gasto enviando mensagens para amigos que, por sua vez, é diferente do tempo gasto com
uma pesquisa para uma trabalho da escola, que é diferente do tempo gasto na criação de
um projeto de Scratch. (RESNICK, 2020, p. 23)
de formação continuada.
Essa proposta permitiu um ambiente de aprendizagem inclusivo e interativo.
Os estudantes acessaram as aulas ao vivo ou gravadas junto com suas famílias
ou sozinhos/as. Outras pessoas que estavam na página da escola no momento da
transmissão (e não eram da escola) também podiam assistir. As aulas contaram com a
participação ao vivo ou gravada de pessoas da comunidade, estudantes, professores
e especialistas em algum tema. Essas participações aconteciam ao vivo ou em vídeos
gravados anteriormente. As conversas que ocorriam nos comentários da Live eram
lidas pelos apresentadores e aconteciam brincadeiras ou quiz nos quais os assistentes
podiam participar. Os participantes das aulas chamavam amigos e familiares para
assistir e sentiam-se valorizados e felizes com a repercussão.
Algumas situações ficaram marcadas pelos professores e são lembradas por
quase todos os envolvidos, como a aula 17 sobre dinossauros. Um aluno de apenas 10
anos de idade, que sempre estudou muito sobre dinossauros, entrou ao vivo logo após
um professor dar suas explicações. Ao discordar de uma informação dada pelo professor,
o estudante, gentilmente, pede desculpas e expõem sua opinião, argumentando com
segurança e muita pesquisa as informações que trazia. Os comentários explodiram no
facebook, gerando muitos elogios e felicitações ao estudante.
Na vinheta de abertura, apresentada a cada aula, como em um programa de
televisão, lembrava, a cada encontro, que podemos aprender brincando, conversando,
ouvindo, sozinho, em comunidade, aprender ensinando. Também explicava para todos
que pretendiam assistir que aula pública, em tempos normais, sem pandemia, é aquela
aula apresentada em praças, embaixo de uma árvore, a qual qualquer pessoa pode
assistir, mesmo não sendo aluno daquele professor. Assim como a proposta da aula,
a abertura foi feita com a participação de alunos, professores, pais de alunos e\ou
familiares.
Outro momento muito lembrado e comentado era a participação da Bisa, uma
personagem criada pela professora de matemática A professora se caracterizava como
uma senhora idosa e gravava vídeos trazendo informações empíricas e científicas de
forma criativa e bem humorada, gerando comoção de estudantes, ex-alunos e colegas
professores.
APRENDIZAGEM E CRIATIVIDADE
Pessoas que arriscam. Que fazem .Que criam coisas. Elas são os estudantes X, os
pensadores criativos. Elas foram a força motriz das mudanças econômicas, tecnológicas,
políticas e culturais ao longo da história. hoje, todos precisam arriscar, fazer e criar coisas;
não necessariamente para mudar o rumo da história, mas suas próprias vidas. (RESNICK,
2020, p. 31)
fora da escola. As aulas públicas virtuais permitem que a escola esteja dentro da casa
de cada um, levando um conteúdo de qualidade produzido pelos nossos estudantes e
seus professores para responder às suas perguntas e as suas curiosidades.
Por fim, esse projeto pode, além de contribuir para formação dos professores,
auxiliar na discussão sobre metodologias ativas, visto que utilizamos o conhecimento
de forma crítica e criativa, estimulando a convivência harmoniosa diante da
diversidade. Essa experiência valorizou o conhecimento prévio e a leitura de mundo
dos estudantes, contemplou tecnologias e reflexões sobre estar na sociedade,
valorizando a aprendizagem em um momento não formal.
REFERÊNCIAS
São os professores, neste trabalho coletivo, é que irão definir que TIPO
de conteúdo seria interessante ser oferecido. Até agora temos apenas algumas
ideias porque esperamos sempre a CRIATIVIDADE de todos para poder crescer.
7. Os organizadores da AULA é que irão dar a palavra final, tanto na LIVE, quanto no
conteúdo sugerido pelos colegas.
8. O grupo de gestão define a data de apresentação de cada Live.
ATENÇÃO: Cada pessoa não deve fazer uma fala de mais de 5 minutos. Ou um vídeo
com mais de 5 minutos, para que a live fique dinâmica. Pode falar dos materiais que
estarão na sala de aula.