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ESCOLA DO FUTURO

ÍNDICE

Introdução Os caminhos
Por que Conceitos identificados para uma
estamos aqui? educação centrada no aluno

Momento Em prática
O momento da Como aplicar os
educação no conceitos na sua escola?
Brasil
Introdução
Nos últimos anos, muito se
tem discutido sobre o futuro
da educação. Quais são os
melhores caminhos
educacionais? Como será a
Escola do Futuro? Por que é
importante um ensino
centralizado no aluno?

Este estudo tem como


objetivo trazer alguns
conceitos importantes para o
tema e instigar possíveis
aplicações dentro das
escolas.
O momento
ONDE ESTAMOS?

NATIVOS FALTA DE
DIGITAIS INTERESSE

ENSINO
ENGESSADO
Novos alunos Realidade atual

Mesmos padrões
NATIVOS DIGITAIS

NOVOS ALUNOS
Como o próprio nome sugere, os Nativos Digitais
cresceram imersos na tecnologia. A conexão é algo
essencial e permeia todas as esferas de suas vidas: social,
educacional e pessoal. Cresceram com uma visão diferente
do mundo dos adultos, onde o acesso à informação e o
espaço para a opinião estão a apenas um clique.

AS CRIANÇAS F5
A tecnologia influencia na forma como as crianças
consomem conteúdo e aprendizado.
FULLTIME (informação o tempo todo)
FEED (acesso a conteúdos de diferentes fontes) ATUALMENTE O BRASIL POSSUI MAIS DE 20 MILHÕES DE “NATIVOS
FILTRO (selecionam naturalmente o que é interessante) DIGITAIS”, A 4ª MAIOR POPULAÇÃO DO MUNDO
FOCO (se aprofundam no que gostam) União Internacional das Telecomunicações - ONU

FLEXIBILIDADE (recomeçam o tempo todo esse processo)

Fonte: Pesquisa Riologia (2014)


“NOSSOS ALUNOS MUDARAM
RADICALMENTE. OS
ESTUDANTES DE HOJE NÃO
SÃO MAIS AS PESSOAS PARA
QUEM O NOSSO SISTEMA
EDUCACIONAL FOI PENSADO.”
Marc Prensky
ENSINO ENGESSADO “A ESCOLA CONTINUA MUITO TRADICIONAL, ENGESSADA
DIANTE DA VIDA MUTANTE DO ADOLESCENTE
CONTEMPÔRANEO.”
Luis Márcio Barbosa, diretor-geral do Colégio Equipe,

MESMOS PADRÕES
O modelo tradicional de ensino vai contra o excesso de
informação consumido pelos alunos de hoje. Trata-se de
um modelo centrado no professor, onde a figura do mestre
é detentora de toda e qualquer verdade. Os jovens não
estão se identificando mais com esse método de ensino e
se afastando das escolas.

DESAFIO: CURRÍCULO INCHADO


Ainda este ano, o MEC vai disponibilizar um documento
com novo currículo para as escolas a fim de orientar sobre
o conteúdo a ser aprendido em cada ano, porém muitos
professores reclamam do inchaço do currículo e de
matérias que atrapalham mais que ajudam. Já do ponto de 77% dos professores brasileiros afirmaram
vista dos alunos, o currículo atual já está inchado e com que nunca observam as aulas de outros
professores
matérias desinteressantes, principalmente para o Ensino
Médio.
42% dos professores brasileiros afirmaram
que nunca lecionaram para a turma com ajuda de
Fonte: MEC (2016). Revista Época (2013), Pesquisa Talis (2013) outros colegas
“A ESCOLA DO SÉCULO XXI É COMANDADA POR
PROFESSORES DO SÉCULO XX COM ESTRUTURA
DO SÉCULO XIX.”
José Pacheco
FALTA DE INTERESSE

REALIDADE ATUAL
O que encontramos em salas de aulas espalhadas por todo
o país são alunos desmotivados e desinteressados pelo
conteúdo ensinado. Em se tratando de Nativos Digitais,
quando eles não se sentem engajados ou não entendem, a
distração aparece e eles voltam para os celulares, onde
dominam a linguagem.

DISTÂNCIA ABISSAL
Outro ponto importante que tem afastado os alunos da sala
de aula é a distância abissal entre o conteúdo das
disciplinas e a realidade que eles vivem. Atualmente, 84,4%
dos estudantes entre 15 e 19 usam o celular para estudar e
as escolas ainda enfrentam problemas para fazer uma Os professores brasileiros ficam em média
integração do conteúdo com a tecnologia.
20% do tempo da aula tentando controlar os
alunos para passar o conteúdo

Fonte: Revista Época (2013), Livro “Teaching Digital Natives”, Pesquisa Talis (2013)
"MUITOS DOS MEUS ALUNOS QUE NÃO SE
CONCENTRAM EM SALA SÃO CAPAZES DE
PASSAR HORAS VIDRADOS EM FILMES OU
VIDEOGAMES.”
Marc Presky .
Os caminhos
Enquanto isso, algumas
escolas pelo país e pelo
mundo têm investido em um
novo modelo de aprendizado.
Um modelo mais
personalizado e individual,
que respeita as limitações e
os interesses de cada um dos
alunos.

O modelo educacional
centrado no aluno.
O MODELO
Desenvolvido pelo psicólogo Carl Rogers, o modelo de aprendizado centralizado no aluno é alcançado quando o professor,
na posição de facilitador, cria uma relação mais democrática com o aluno, demonstrando maior interesse individual e
facilitando o processo de aprendizagem.

Motivação extrínseca x Motivação intrínseca


A motivação é o catalisador do aprendizado. A motivação extrínseca é a que procedo do exterior da tarefa, ou seja, aprender
algo porque o resultado lhe dará acesso a algo depois. Essa é a motivação que os alunos encontram no ensino tradicional,
estudam e leem para passar no vestibular, por exemplo.

No modelo centrado no aluno, a motivação é intrínseca, ou seja, o estudo por si só estimula o indivíduo a continuar
aprendendo porque é uma tarefa prazerosa.
“OUTRA INTENÇÃO MAIS AMPLA DO MEU
TRABALHO É O FATO DE DESEJAR AUXILIAR O
DESENVOLVIMENTO DE NOSSO MAIS
PRECIOSO RECURSO NATURAL - AS MENTES
E OS CORAÇÕES DE NOSSAS CRIANÇAS E
JOVENS. SÃO A SUA CURIOSIDADE, A SUA
AVIDEZ POR APRENDER, A SUA CAPACIDADE
DE EFETUAR ESCOLHAS DIFÍCEIS E
COMPLEXAS QUE DECIDIRÃO O FUTURO DO
NOSSO MUNDO.
Carl Rogers
OS 3 CONCEITOS
Várias escolas, tanto no Brasil quanto no mundo, estão desenvolvendo conceitos para se aproximarem mais desse
modelo de ensino. Alguns já são extremos de sucesso enquanto outros estão começando com pequenas mudanças, mas
todos caminhando para uma escola do futuro, onde os alunos aprendam a aprender.

SUSTENTABILIDADE HORIZONTALIDADE TECNOLOGIA


DISRUPTIVA
SUSTENTABILIDADE
A educação contemporânea deve vir de
um reflexo da sociedade atual e de tudo
que nos rodeia. Pensando nisso, algumas
escolas estão adotando o conceito de
sustentabilidade dentro de suas grades
curriculares.

Através do contato direto com o meio


ambiente, os alunos começam a enxergar
o mundo de outra forma, não apenas um
lugar onde eles estão, mas onde eles
pertencem.

Esse conceito acaba trazendo para a


escola uma visão de aprendizado mais
holístico e natural, em que as demais
disciplinas são lecionadas através do
contato com o meio ambiente.
“AS CRIANÇAS PRECISAM INICIAR ESSE PROCESSO
DE INTERAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE DESDE CEDO.
NÃO BASTA FALAR E ENSINAR APENAS COM OS
LIVROS. A NATUREZA ENSINA.”
Lucia Legan, autora do livro A Escola Sustentável
PERMACULTURA
“NÃO PRECISAMOS EDUCAR MAIS NOSSOS ALUNOS.
PRECISAMOS EDUCÁ-LOS DE OUTRO JEITO.”
INTEGRAÇÃO E AÇÃO Planeta Sustentável, Editora Abril
As escolas que escolhem o conceito da sustentabilidade
para trazer uma centralização do aluno utilizam os
preceitos da permacultura. Nela, os alunos aprendem
desde cedo a dinâmica da natureza, retirando o que ela
oferece e retornando o excesso. É um modo de
aprendizado onde os alunos se sentem parte e agem a
partir do que estão vendo.

NA SALA DE AULA
As práticas da permacultura são adotadas dentro das salas
de aula trazendo inúmeros benefícios para o ambiente
escolar. Atividades interdisciplinares e projetos educativos
transformam a escola em uma entidade solidária. Em um
ambiente comunitário, professores e alunos criam uma
relação colaborativa, fugindo do modelo centralizador
tradicional. Escolas sustentáveis costumam interagir com o
ambiente e junto com a arquitetura impactam no
rendimento dos alunos.

Fonte: A Escola Sustentável, Lúcia Legan


GREEN SCHOOL
Bali
A Green School é uma das escolas mais visitadas do
mundo inteiro. Toda construída por bambus e
caminhando para a certificação de 100% sustentável, a
escola procura integrar os conteúdos acadêmicos
tradicionais à aprendizagem ambiental e experiencial,
baseada em práticas sustentáveis e centrada no
aprendizado individual do aluno.

Em 2015, os alunos Ensino Fundamental I aprenderam


sobre o ciclo do arroz na cultura balinesa. Pouco antes
do fim de semestre, todas as classes plantaram campos
de arroz na escola. Esse projeto envolveu diferentes
disciplinas como biologia, geografia e história.
“Em todas as aulas há habilidades essenciais e conteúdos cobertos.
A diferença é que, sempre que possível, damos às crianças a
oportunidade de aprender em seu próprio ritmo.”
(Ben Macrory)
ISLANDWOOD
Seattle
Inspirados pelas brincadeiras e
explorações das crianças da região,
Debbi e Paul Brainerd criaram a
Islandwood, uma escola no meio da
floresta. A escola foi desenhada para
oferecer experiências e inspirar a
gestão ambiental e comunitária, além de
utilizar a pesquisa científica, a
tecnologia e as artes para ajudar os
estudantes a descobrir as conexões
naturais.
“ Vislumbramos um futuro em que todas as pessoas se veem como aprendizes
ao longo da vida e compartilhamos um vínculo extraordinário de
administração para o ambiente, para as suas comunidades e para o outro .”
(Paul Brainerd)
HORIZONTALIDADE
A mudança do sistema tradicional para
algumas escolas vem através da
horizontalidade. Um conceito que prevê
quebrar todas as estruturas tradicionais,
inclusive a organização das turmas e
formas de avaliação. Um conjunto de
práticas educativas alternativas.

Essas escolas acreditam na liberdade


responsável, a qual permite que cada
aluno crie autonomia para aprender
conteúdos do seu interesse e no seu
tempo.

Esse conceito traz para as escolas uma


organização mais democrática de ensino,
com novas formas de organização que
impactam diretamente a vida dos alunos
e professores.
“URGE BUSCAR UMA ESCOLA DE CONHECIMENTO E
ABANDONAR UM ENSINO MERAMENTE TRANSMISSIVO,
FOMENTAR A ORGANIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO E A
APRENDIZAGEM DO USO DO CONHECIMENTO”
José Pacheco
DEMOCRACIA RESPONSÁVEL

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL
Nessas escolas, não há sala de aula nem turmas ou séries. Os alunos se
organizam através de grupos de interesse onde todos trabalham com todos.
Nenhum grupo de alunos é aluno só de um professor e nem um professor é
só professor de um seleto grupo. Todos aprendem com todos. Para isso a
sala de aula se transforma em grandes espaços de trabalho, permitindo que
os alunos vivam com autoconfiança e comportamento comunal
responsável.

" A ESCOLA DEVERIA SE ASSEMELHAR MUITO MAIS A UM PARQUE DE DIVERSÕES, UM


LUGAR PRAZEROSO. A ESCOLA HOJE SE PARECE MUITO MAIS COM UMA FÁBRICA (...) SE
A GENTE NÃO MUDAR O JEITO DE ENSINAR, NÃO ADIANTA. NÃO É QUESTÃO DE VERBA, É
QUESTÃO DE MUDAR EFETIVAMENTE, ROMPER, QUEBRAR A GRADE CURRICULAR,
QUEBRAR AS PAREDES QUE ESTÃO DENTRO DA ESCOLA (...) HOJE AS CRIANÇAS TÊM UM
CURRÍULO QUE METADE DAS INFORMAÇÕES SÃO INÚTEIS. OU ENTÃO ELE APRENDE
GRAMÁTICA, MAS NÃO APRENDE A GOSTAR DE LER. O ALUNO FINGE QUE APRENDEU, O
PROFESSOR FINGE QUE ENSINOU, A ESCOLA FINGE QUE EXISTE, O ESTADO FINGE QUE
PAGA E NÓS ESTAMOS PENSANDO QUE ESSA EDUCAÇÃO FORMA. ELA FINGE QUE FORMA.
Tião Rocha, educador
ESCOLA DA PONTE
Santo Tirso
Pioneira no sistema educacional alternativo, a Escola
da Ponte tem como modelo de projeto o “Fazer a
Ponte”. O modelo visa a formação de pessoas
autônomas, responsáveis, solidárias, mais cultas e
democraticamente comprometidas na construção de
um destino coletivo.

O método de aprendizado é através da investigação


autônoma. Lá os alunos aprendem a ler “frases
inteiras”, assim a leitura é feita por vontade própria,
de decodificar a mensagem.

A escola disponibilizou um grande mural no qual os


estudantes podem escrever se precisam de ajuda e
no que precisam. De “ensino violão” a “não entendi
como se soma”, tudo é permitido – e feito pelos
próprios alunos, que aprendem, desde sempre, a
acessar seus pares, sem medo de julgamento ou
“As crianças que sabem ensinam as crianças que não sabem. Isso não é exceção. É a rotina do dia
gozação. a dia. A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de
solidariedade. Mais que aprender saberes, as crianças estão a aprender valores. ”

Fonte: Escola Ponte, Revista Época (Rubem Alves)


GENTE (Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais)
Rio de Janeiro
Localizado na Rocinha, uma das maiores favelas do Rio de
Janeiro, está o GENTE, uma escola sem fronteiras. A ideia do
projeto é usar as novas tecnologias para colocar o aluno no
centro do processo de aprendizagem, fazendo uso de projetos
transdisciplinares, sem que os estudantes sejam agrupados em
turmas, séries ou salas de aula tradicionais.

A autonomia é altamente encorajada entre os estudantes para


que possam desenvolver sua aprendizagem. O papel do
professor também se transformou, ele atua como mentor,
oferecendo orientação dentro da sua área de conhecimento,
“Percebemos que o diferencial do GENTE é que conhecemos os alunos mas também expandindo-a para outras de forma colaborativa
e interdisciplinar.
pelo nome, buscando diálogo frequente com suas famílias e histórias,
envolvendo a todos nesse processo. Dessa forma, toda a equipe tem o
mesmo compromisso, descobrindo talentos e estimulando o
crescimento e amadurecimento desse aluno e do seu projeto de vida”
(Marcela Oliveira, professora) Fonte: O Globo, Unesco
TECNOLOGIA
DISRUPTIVA
Como vimos anteriormente, a tecnologia
permeia todos os campos da vida dos
estudantes. E, portanto, para muitas
escolas, é imprescindível o aprendizado
através de softwares e aparelhos.

Ao utilizar uma linguagem a que os


jovens já estão habituados, o conceito
facilita o aprendizado e evoca um
interesse maior dentro de cada
conteúdo.

Para o conceito atingir as expectativas, é


necessário que a tecnologia seja aplicada
de forma disruptiva, quebrando padrões
e repensando seu papel dentro do
ambiente escolar.
REALIDADE DA TECNOLOGIA NAS ESCOLAS
Nos últimos anos, as escolas foram invadidas por computadores e tablets. No Brasil, há uma máquina para cada grupo de
seis alunos e nos países mais desenvolvidos a média é de um computador por dupla, mas ainda não se consegue medir com
exatidão os efeitos em larga escala de toda essa tecnologia na sala de aula.

Em 2007, o governo do Peru realizou um dos maiores programas de distribuição de notebooks para crianças e jovens no
mundo emergente. Mais de 850 000 computadores foram instalados em escolas de todo o país, mas, depois de cinco anos,
um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostrou que os alunos que receberam os equipamentos não
tiveram nenhuma melhoria em leitura ou matemática.

Esses são exemplos práticos de quando a tecnologia entra nas escolas apenas como mais uma ferramenta, algo para
reproduzir o sistema de ensino tradicional, ela não influencia no aprendizado dos alunos.

“ O MOTIVO PARA DECEPCIONANTE RESULTADO É QUE AS ESCOLAS


USARAM OS COMPUTADORES DE FORMA MAIS PREVISÍVEL,
PERFEITAMENTE LÓGICA, E SE A META FOR TRANSFORMAR A
APRENDIZAGEM, PERFEITAMENTE ERRADA. “
Clayton M. Christensen
TECNOLOGIA TRIVIAL x TECNOLOGIA PODEROSA

{
Para o educador Marc Prensky, a tecnologia pode estar envolvida na educação de duas formas,
uma "trivial" e a outra "poderosa". Na aplicação trivial a tecnologia faz as coisas que sempre
fizemos em novas formas. Nós sempre escrevemos, agora temos um blog ou usamos teclado. São
chamadas de triviais não por não serem importantes, mas por terem funções que já realizávamos
antes.

A tecnologia poderosa envolve coisas que não podíamos fazer. As chamadas de voz por IP, os
tweets, as impressões 3D, a inteligência artificial, os jogos, as simulações, a personalização de
conteúdo e a robótica são formas de como a tecnologia pode entrar na sala de aula de forma
disruptiva. Esses softwares acolhem diferentes ritmos de aprendizagem e alguns deles até
permitem aos alunos optarem por diferentes caminhos para aprenderem.

Fonte: Portal Terra; Livro “Inovação na Sala de Aula - Como a Inovação Disruptiva Muda a Forma de Aprender
“ O FOCO DA EDUCAÇÃO DEVERIA ESTAR NOS ‘VERBOS’ E NÃO
NOS ‘SUBSTANTIVOS’. QUESTIONAMOS SE AS CRIANÇAS
DEVERIAM USAR POWERPOINT, A WIKIPEDIA EM AULA. MAS
ISSO SÃO ‘SUBSTANTIVOS’. O QUE REALMENTE QUEREMOS SÃO
OS ‘VERBOS’: APRENDER, APRESENTAR, LER.”
Marc Presky .

FLIPPED CLASSROM

SALA DE AULA COLABORATIVA


As salas de aula invertidas quebram a dinâmica tradicional em parceria
com a tecnologia, Nesse modelo, os professores gravam vídeos de até 10
minutos sobre determinado assunto e os alunos assistem de casa ou em
algum tempo fora da sala de aula. O vídeo permite que eles pausem,
revejam e acelerem, tornando o aprendizado mais personalizado, cada um
aprende no seu ritmo. Já em sala de aula, o professor passa exercícios para
colocar em prática o que foi aprendido.

INVERSÃO DO TEMPO, COM MAIS TEMPO


Essa dinâmica permite que os alunos tenham mais tempo
de troca com os professores, eles perguntam mais e têm a
chance de mostrar para os professores exatamente onde
estão com dúvidas. Professores e alunos acabam criando
um ambiente extremamente propício para troca.
KHAN ACADEMY
Com o lema “Você pode aprender tudo”, a Khan Academy tem
crescido cada vez mais dentro das escolas. Professores e alunos
utilizam a plataforma como impulsionadora do aprendizado. A
ideia surgiu depois que Salma Khan, fundador da empresa,
começou a gravar aulas de matemática para a sua prima no
Youtube. O retorno foi tão impressionante que ele resolveu
apostar no modelo de ensino e hoje tem mais de 4.000 vídeos
gratuitos de temas variados.

Dentro da plataforma, existem vários exercícios sobre


determinado conteúdo que funcionam como uma espécie de
avaliação, onde o professor pode acompanhar o aprendizado
individual de cada um dos seus alunos. Assim, o espaço de sala
de aula vira em local de debate, onde todos se sentem à
“Os professores estão usando tecnologia para humanizar a sala de aula. vontade para falar ou tirar dúvidas.
Eles pegam uma situação fundamentalmente desumanizada e sem
interação e a transformam num espaço de troca”
(Salma Khan)
Fonte: BBC. Época, Por Vir
ORESTAD GYMNASIUM
Copenhague
Inaugurada em 2005, a escola une dois conceitos em
seu modelo de aprendizado: tecnologia disruptiva e
horizontalidade. O projeto da escola, desde a sua
planta, foi totalmente pensado para viabilizar o
conceito de “escola do futuro”, Algumas salas são
tradicionais, mas a maior parte do espaço foi
projetado para áreas de convívio social e trocas.

Tudo isso com muita tecnologia. Lá, nenhum aluno


tem caderno e tudo é feito digitalmente. Plataformas
de ensino são extremamente valorizadas para cada
área da aprendizagem. Através delas, os professores
mantêm o acompanhamento de suas turmas e
principalmente de cada um dos seus alunos. O
resultado? Apesar de ser uma escola municipal, onde
a maioria dos pais dos alunos não são graduados, as
turmas tem um resultado acima da média nacional
“Nosso maior objetivo é ser uma escola que testa diferentes formas de ensinamentos.
do país.
Exploramos o ambiente e as tecnologias para incentivar nossos professores”
(Site Orestad Gymnasium)
Fonte: Revista Época, 3xn Site, Orestad Gymnasium
As possibilidades para traçar
uma escola do futuro são
milhares.

Tecnologia, espaço físico,


avaliação, sustentabilidade,
acompanhamento
individual, coletividade e
interdisciplinaridade são
exemplos para serem
aplicados no dia a dia do
ambiente educacional que
transformam o ensino cada
vez mais centrado no aluno.
Em prática
COMO TRANSFORMAR A SUA ESCOLA PARA O
FUTURO?
Algumas ideias para colocar em prática para um amanhã mais próximo
SUSTENTABILIDADE
Projetos ambientais
Explorar a cidade
Uma das formas mais práticas de iniciar o conceito de
Para implementar o conceito da sustentabilidade dentro da escola,
sustentabilidade é criando pequenos projetos ambientais. Uma
ela não precisa ser enorme ou ter uma floresta. A cidade também
competição de reciclagem que envolva todas as turmas durante todo
é um campo de aprendizado pelos quais os alunos estão sempre
o ano é um começo. Dependendo do engajamento, a competição pode
transitando e muitas vezes sem se dar conta. Que tal visitar os
se tornar uma competição entre toda a escola, os alunos assim que
jardins de um museu? Ou propor uma aula de ciência e geografia
entram na escola seriam designados a uma “casa” (“casa do vidro/
juntas em um parque estimulando as equipes a identificarem o
casa do papel, etc) e passariam a vida escolar dentro dessa mesma
maior número de espécies, tirando fotos e construindo até um
casa. Um Harry Potter da reciclagem. Sem dúvida, seria um
perfil no Instagram da flora da cidade ?
verdadeiro diferencial da escola.

Maior noção do corpo e da alma


Colocar a mão na massa
Um dos conceitos da permacultura é a noção do ser humano,
Para se sentirem parte, os alunos precisam colocar a mão na massa.
tanto físico quanto espiritual. Quanto mais conhecemos a nós
Hortas e laboratórios de ciências são oportunidades de fazer com que
mesmos, mais temos consciência de nosso potencial de
o aluno se aproxime do meio ambiente. E que tal um jardim? Algumas
aprendizado e interesse. Atividades como workshops com
espécies da nossa flora podem trazer para as aulas de ciência,
psicólogas ou aulões de meditação, podem ser caminhos para
geografia e até mesmo português (imagine uma leitura de “O Jardim
fazer os alunos a se interessarem mais pelo autoconhecimento.
Secreto” em um ambiente produzido pelos alunos?) mais ritmo e
dinamismo.
HORIZONTALIDADE
Responsabilidade autônoma

A responsabilidade é um dos valores principais do conceito de


horizontalidade. Fazer com que os alunos se sintam mais livres
dentro de sala aumenta o engajamento e o interesse. Pequenos
passos, como na aula de português deixá-los escolher os livros que
Espaços e horários interdisciplinares
serão lidos de acordo com os interesses de cada um ou até mesmo
organizar debates com temas atuais como se fosse um conselho da A organização do espaço da sala de aula tem bastante impacto no
ONU podem ser formas de aproximar a realidade para a sala de aula. conceito de horizontalidade. Uma sala de aula com várias carteiras
é menos receptiva à criatividade e à coletividade do que um
espaço mais aberto para diálogo e trabalhos em grupos. Que tal
Humanizando o aprendizado: dúvidas fazem parte uma vez por mês professores de disciplinas diferentes
organizarem aulões em uma sala mais arejada estimulando a
A vergonha de não saber para alguns alunos é tão grande que acaba participação ativa dos alunos? Que tal um debate sobre um livro
travando o desenvolvimento deles. Humanizar o problema e mostrar lido em sala sobre algum momento histórico em parceria com o
que todos passam por dificuldades e que isso faz parte do processo professor de História e um filme que retrate a mesma época?
aproxima muito não só os alunos dos seus professores, como também
de toda comunidade escolar. O “Mural das Dúvidas” é uma opção
para fazer com que os alunos vejam desde cedo que “falhar” e ter
“dúvidas” é normal e que tem sempre alguém para ajudar as vezes de
uma outra maneira que funcione mais para aquele aluno.
TECNOLOGIA DISRUPTIVA
Redes Sociais dentro da sala
Plataformas digitais e ensino individual
Os nativos digitais passam a maior parte do tempo dentro das redes sociais.
E por que no lugar de puni-las não aproveitar o recurso de cada uma dentro
As plataformas digitais, nas suas mais diversas áreas de atuação,
de sala de aula? Uma interpretação de texto não precisa ser sempre em
trazem benefícios tanto para o aluno quanto para os professores.
formato de redação, que tal instigar os alunos a fazerem um perfil para cada
Os alunos passam a se sentir mais engajados, pois conseguem
personagem do livro e contarem a história através do feed? Ou então juntar
passar mais tempo de um universo deles e os professores
a turma para fazer uma conta no Instagram sobre algum período da história?
conseguem acompanhar o aprendizado de cada um dos seus
As possibilidades são enormes e a chance de engajamento também quando
alunos individualmente, traçando um perfil muito característico.
trazemos a realidades dos alunos para a sala de aula.

A leitura por exemplo, costuma ser uma questão em muitas


Gamification e a competição saudável escolas. A Árvore de Livros, uma plataforma de leitura digital,
permite que os alunos não apenas leiam online, mas também que
Outro conceito importante dentro da tecnologia é a gamificação. Os jovens os professores tenham relatórios completos dos índices de leitura,
se engajam bastante com jogos e tudo que envolve esse universo. A febre do da qualidade, do tempo dedicado, do mapa de interesses de cada
Pokémon Go, por exemplo, poderia ser uma grande oportunidade de um dos seus alunos. Uma ferramenta digital e colaborativa (onde
envolver temas em sala de aula. Variedade de espécies, pontos turísticos e tanto alunos e professores podem interagir) que permite uma
momentos históricos da cidade, etc. Alguns recursos do RPG também visão individual de cada um, ajudando na criação de uma cultura
podem ser utilizados dentro de sala para estimular o compartilhamento, a educativa centrada no aluno.
competição saudável e a disciplina.
O ANO LETIVO
DE 2017
ESTÁ LOGO ALI.
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