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Paper científico Trabalho de Conclusão de

Curso – PedagogiaPED – módulo 52/2021


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FORMAÇÃO DOCENTE PARA O SÉCULO XXI:


UM NOVO PROFESSOR PARA UMA NOVA REALIDADE

JEOVANA DA SILVA MUZY1

RESUMO

O presente estudo traz uma análise da relação da sociedade atual e o papel do novo
pedagogo visto que as mudanças sociais estão sendo impulsionadas a todo
momento pelo uso da tecnologia. Não só o papel do pedagogo mudou, o do aluno
também, não foi uma simples mudança, mas uma grande evolução que foi
influenciada por toda a história das evoluções e revoluções em todas as áreas
humanas.

Palavras-chave: Educação. Construtivismo. Respeito. Criança.

1 INTRODUÇÃO

Desde o início do século XXI vimos uma evolução muito rápida da tecnologia,
as últimas gerações têm nascido com tablets e celulares em suas mãos. A cada dia
são lançados novos jogos, novas versões de sistemas operacionais, novos
computadores, novos videogames, novos brinquedos, tudo isso com a tecnologia
cada vez mais avançada.
A nossa sociedade exige do sistema educacional uma constante inovação, no
final das contas, estamos preparando as próximas gerações para uma sociedade
que tem como princípios a informação e a inovação. Formaremos uma população
que é crítica, que análise, que formula hipóteses e soluções, que é flexível, capaz de
se adaptar e que tem uma formação global.
Inicialmente, a escola era um local de transmissão de informações, onde,
especialmente as classes mais infortunadas iam buscar por informações que na
época eram sinônimos de conhecimento, essas pessoas não tinham outras opções
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Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário de Maringá –
UNICESUMAR, polo de Curitiba - PR (PED-módulo 52/2021).
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se não a escola para buscar tais informações, sendo assim, essa escola cumpria
com as necessidades daquela época. Hoje, estas escolas se tornaram antigórias,
afinal, quem é que precisa de uma escola que transmite informações se somos
bombardeados com elas a todo instante?
Nos últimos anos, as metodologias socioconstrutivistas têm sido implantadas
em nossas escolas, estas demandam recursos que vão além de um professor
transmissor de informações e uma lousa. Como continuaremos a implantar esse
sistema sem uma estrutura básica e formação adequada dos nossos professores?
Nas escolas públicas faltam recursos básicos como papel e giz, diferente de escolas
particulares que usam tablets e computadores no cotidiano da escola.
Se a escola mudou, como ficou o professor no meio disso? Quais são as
características exigidas nesse novo contexto histórico e tecnológico? Antes, bastava
abrir os livros explicar o conteúdo, corrigir os exercícios e aplicar as provas, hoje
isso é o suficiente para garantirmos a formação de nossas crianças? A escola
mudou sim, mas precisamos analisar até que ponto essa mudança ocorreu, afinal,
se ela já tivesse evoluído o suficiente não ainda estaríamos enfrentando problemas
do século passado.

2 A ESCOLA NO AGORA

A maioria das crianças, mesmo que de escolas públicas, têm acesso a


internet e em sala de aula mal tem um projetor. Para essas crianças, nascidas nessa
última era, é ilógico se pensar em usar um dicionário ou uma enciclopédia para
pesquisas ao invés de pesquisar no Google, ou até mesmo usar um aparelho DVD
ao invés de assistir no YouTube.

A escola brasileira, especialmente a escola pública, não poderá


ainda desfazer-se de um papel provedor de informação. Entretanto,
aos poucos, pode ir se tornando cada vez mais uma estrutura
possibilitadora de atribuição de significados da informação,
propiciando aos alunos os meios de buscá-la, analisá-la, para dar a
ela significado pessoal (LIBÂNEO, 2015, p. 31).

Cabe aos professores o papel de mediadores do saber, afinal, as crianças já


chegam a escola com um vasto conhecimento e acesso às informações, mas, sem
saber como pesquisar, filtrar as informações, usá-las como ferramentas de trabalho,
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podemos usar a tecnologia como nossa aliada, aproveitando as ferramentas que nos
estão disponíveis.
Cada dia vemos menos as crianças se movimentando e mais entretidas em
eletrônicos, apesar dessas ferramentas serem essenciais para tarefas básicas do
nosso cotidiano, como aquecer as nossas refeições, como é caso do micro-ondas,
as crianças ainda precisam ser crianças, ao brincar a criança desenvolve
habilidades que lhe servirão como alicerce para o desenvolvimento futuro, ao
promover a oportunidade de brincar garantimos à criança a experimentação de
diversas áreas, o desenvolvimento da criatividade e até mesmo o autoconhecimento.
Masetto (2015, p. 783) afirma que “A interdisciplinaridade é uma área
fundamental que está sustentando e apoiando a integração de duas ou mais áreas
de conhecimento”, se analisarmos em nossas rotinas, utilizamos dos conteúdos de
maneira integrada e contextualizada então por que não ensinarmos da mesma
forma? Ao contextualizarmos qualquer ação à realidade do aluno, aproximamos e
transformamos algo que, muitas vezes seria irreal e abstrato em uma comparação a
alguma vivência dele.
Este pode ser nosso ponto de partida para nossas aulas, o alunado e sua
realidade social. Muitas vezes temos dificuldades em fazer com que se interessem
pela aula, porém nos esquecemos de fazer com que eles façam parte da aula, que
façam parte do todo. A construção coletiva é muito mais significativa a todas as
partes, afinal, de que adianta cobrar de A até Z se a criança se interessou somente
pelo F e entendeu até o C?
O ato de ensinar, como uma forma de alimentar com o saber, é um ato de
difusão de conhecimento (COSME, 2017). Como será que as crianças estão sendo
nutridas? Ao respeitarmos as características sociais das crianças, lhes ensinamos
que elas têm o poder de escolha, que são ouvidas e respeitadas, que suas histórias
importam e valem a pena serem contadas.

Como todos sabemos, a forma como está organizado o currículo


escolar, a forma como o espaço e o tempo são geridos na Escola, os
métodos de ensino, os sistemas de avaliação dos alunos, os
Programas, as Metas Curriculares e mesmo e formação de docentes
sofreram alterações cosméticas, mas não se alteraram assim tanto
na sua géneses em relação ao passado (XAVIER, 2015, p. 29).
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A organização de nossas escolas mudou consideravelmente ao longo do


tempo, mas, continua segregando a sociedade, continua sendo punitiva e
desrespeitosa com as origens e realidades de nossas crianças. Antigamente as
escolas tinham como principal papel a transmissão de informações, o que se tornou
obsoleto visto que a encontramos em todo lugar, hoje, a escola valoriza o processo
da aprendizagem (MASETTO, 2015).
Sobre o construtivismo, Libâneo (2012, p.42) nos traz a seguinte reflexão:

Se quisermos, pois, que o professor trabalhe numa abordagem


socioconstrutivista e que planeje e promova na sala de aula
situações em que o aluno estruture suas ideias, analise seus próprios
processos de pensamento (acertos e erros), expresse seus
pensamentos, resolva problemas, numa palavra, faça pensar, é
necessário que seu processo de formação tenha essas
características. Parece claro que às inovações introduzidas no
ensino das crianças e jovens correspondam mudanças na formação
inicial e continuada de professores.

Os pedagogos são os formadores de todas as profissões e mesmo assim são


menosprezados com baixos salários e falta de estrutura básica de trabalho. Nas
universidades, o curso de Pedagogia fica entre os menos concorridos e com menor
nota de corte. O governo não investe em formação continuada aos profissionais da
educação, não dá provisão de materiais básicos para o funcionamento das escolas,
não valoriza quem se interessa pela área.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação deve aproximar as crianças da escola, do conhecimento, se as


respeitarmos como indivíduos elas farão parte do processo de forma natural.
Devemos aproximar o conhecimento de cada criança, construindo os saberes juntos
a elas e desenvolvendo habilidades de formas diferentes, sendo flexíveis e
adaptáveis de acordo com o que as crianças demandam.
Afinal do processo educacional, almejamos que os discentes atinjam os
conhecimentos sistematizados, mas além disso, almejamos que eles se formem
como cidadãos críticos. Devemos continuar lutando por uma educação
emancipadora pois só através da educação seremos capazes de libertar e acabar
com a segregação das classes. Devemos cobrar medidas que resolvam os
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problemas atuais, como a valorização da Licenciatura, valorização dos profissionais,


escolas equipadas com as ferramentas necessárias para educarmos na era digital,
utilizando da tecnologia em nosso cotidiano.

REFERÊNCIAS

COSME, A. Escolas e professores no séc XXI: exigências, desafios, compromissos e


respostas. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 17, n. 53, p. 757-776, 2017.

LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências


educacionais e profissão docente. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

MASETTO, M. T. Desafios para a docência no Ensino Superior na


contemporaneidade. In: CAVALCANTE, M. M. D.; SALES, J. A. M. de; FARIAS, I.
M. S. de F.; LIMA, M. do S. L. (org.). Didática e prática de ensino: diálogos sobre a
escola e formação de professores e a sociedade. Fortaleza: EdUECE, 2015. v. 4,
p. 779-795.

XAVIER, L. G. Para além da didática: desafios da escola e do professor do século


XXI. Exerdra: Didática do Português: Investigação e Prática, Coimbra, Portugal,
n. 1, p. 26-36, 2015.

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