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1 QUESTÃO

A seguir, apresenta-se um artigo que relata uma experiência educativa inovadora no Brasil.
Relacione seu conteúdo com as ideias desenvolvidas neste capítulo em torno das bases do
ensino orientado ao desenvolvimento de “aprendizagens para a vida”. Especificamente, reflita
sobre as questões seguintes:
a. Explique a diferença entre a forma como se adquire o conhecimento na escola tradicional e
na escola que se descreve no artigo.
b. Identifique algumas estratégias de aprendizagem comentadas neste capítulo que estão
presentes na experiência educativa que relata o artigo.
c. Que implicações podem ter as atividades desenvolvidas nesta escola no desenvolvimento de
competências para aprender?
Uma experiência piloto se converte em modelo de educação ecológica
J. Arias, Rio de Janeiro - ELPAIS.com Internacional, 25/01/2011.
Brasil ensaia a alfabetização com flores e poesia
A escola municipal Hermann Müller, situada em uma área rural de Joinville, no Estado
brasileiro de Santa Catarina, converteu-se em modelo de educação ecológica, com uma
experiência piloto para alfabetizar através da natureza. No centro, são utilizados métodos
revolucionários que ninguém se atreve a criticar, porque os alunos obtêm altas pontuações
nos índices de compreensão de leitura e escrita.
A jovem diretora da escola, Silvane Aparecida da Silva, soube conjugar, com êxito, educação
infantil e meio ambiente com um método para alfabetizar as crianças, de procedência
campesina, com flores e poesia.
Em um jardim plantado e cultivado pelos alunos, sob a direção profissional de peritos
jardineiros, cada letra corresponde a uma flor. E, em cada canteiro de flores, os professores
penduram um poema. Este Jardim Encantado está construído com materiais procedentes de
demolições. O alfabeto das flores é um caminho de pedra que desemboca em uma miniatura
da casa de Monet. As crianças aprendem matemática com a construção de uma zona para
cultivar orquídeas, que devolvem à natureza quando chegam a seu estado adulto. Também
cultivam flores e cuidam do pomar, cujos frutos vão diretamente para a cozinha da escola.
Quando Aparecida ocupou o cargo de diretora da escola rural, em 2003, o centro estava
desprestigiado, com apenas 20 alunos desmotivados que não conseguiam aprender a escrever
nem seu próprio nome. Hoje, a escola está abarrotada e os alunos estudam todas as disciplinas
através da natureza, que aprendem a amar, respeitar e desfrutar.
Este projeto inovador, que recebeu o apoio da Secretaria de Educação, tem o objetivo, como
confirmou a diretora da escola a EL PAÍS, de alfabetizar “em um clima de educação ambiental,
conduzindo aos alunos à observação, à contemplação e ao respeito pela natureza,
experimentando e interiorizando sua preservação”.
Para os professores, a finalidade desta escola piloto é “promover projetos e vivências através
de uma aprendizagem dirigida à ecologia, à cultura e à afetividade”.
Aparecida se emociona quando conta a transformação das crianças pobres, chegadas do
campo, ante a união de natureza e poesia. “É incrível como as crianças entendem a poesia e
conseguem transformar suas vidas com ela. Melhor que os adultos. Não lhes dá medo as
imagens e metáforas mais ousadas. Quando leem, por exemplo, o verso “aqui plantaremos
árvores e sombras”: para eles, plantar também sombras é algo normal. Sua fantasia trabalha
melhor que a dos adultos, a quem a poesia costuma criar medo, porque perturba suas
seguranças. Às crianças, não. Elas estão sempre abertas ao paradoxo e ao inesperado”.
Uma particularidade e genialidade da escola do Joinville é a cumplicidade dos alunos com seus
pais e familiares, gente do campo. Aparecida conta como as crianças, com seu amor pelos
pássaros como símbolos de liberdade, conseguem convencer seus pais de que abram as
gaiolas para deixar livres os pássaros e de que abandonem a caça, entregando as armas e
armadilhas à escola.
“As crianças, quando entendem e amam o lugar em que nascem, ao crescerem, tornam-se
cidadãos comprometidos com o lugar de suas raízes”, afirmam os professores.
Entre jardins, pomares e pássaros em liberdade, os alunos refletem uma alegria difícil de
encontrar nas severas escolas formais. Uma experiência digna de reflexão na complexa busca
de novas formas de ensinar.

R=

A Escola tradicional teve a sua origem no século XVIII, a partir do


Iluminismo. Com o objetivo principal de universalizar o acesso do indivíduo ao
conhecimento, onde possui um modelo firmado e certa resistência em aceitar
inovações.
As escolas que adotam essa linha tradicional acreditam que a formação de
um aluno crítico e criativo depende justamente da bagagem de informação
adquirida e do domínio dos conhecimentos consolidados repassados e
transmitidos pelo professor para o aluno.
Não há liberdade e espaço para o aluno atuar, agir ou reagir de forma
individual. Não há atividades práticas que permitem o aluno fazer perguntas,
criar e construir. Geralmente, as aulas são demonstrativas, com muita teoria e
exercícios sistematizados para a memorização.
O processo educativo e a prática ficam inteiramente ao poder do professor
que tem o papel de fazer a transmissão do conhecimento e informações,
mantendo sua postura de mestre e saber se portar diante o aluno mero
elementos passivos em sala de aula (como o aluno é considerado na escola
tradicional).
As avaliações são periódicas, por meio de provas, e medem a quantidade
de informação e conhecimento que o aluno conseguiu absorver mediante a
transmissão de conhecimento pois como diz na tese da escola tradicional (o
professor é o transmissor do conhecimento).
São escolas que preparam seus alunos para o vestibular desde o início do
currículo escolar e enfatizam que não há como formar um aluno questionador
sem uma base sólida, rígida e normativa de informação.
Na educação do artigo que nos mostra uma escola que desenvolve suas
atividades através do método de ensino ecológico, onde seu meio de repassar
conhecimento vem da preocupação, e um novo olhar que devemos ter como o
Meio ambiente, onde podemos falar de uma tendência: um modelo de ensino
que está sendo cada dia mais usado.
Quem sai de cena a metodologia tradicional que é o ensino focado no
excesso de conteúdo, com matérias distantes da realidade concreta, no qual o
professor expõe conceitos para todos ao mesmo tempo e os estudantes são
obrigados a decorar para passar nas provas, já que a nota é um instrumento de
controle.
E hoje, nos momentos atuais quem vem tomando força na metodologia de
ensino é o modelo ecológico, onde as escolas têm buscado cada vez mais um
método que dedica tempo à formação de qualidade. Em vez de dar tantos
conteúdos, o foco é preparar para a vida. Por isso, questões de cidadania e
ética fazem parte do currículo.
Mais do que decorar coisas, o objetivo é aprender, ensinar a pensar. Esse
método não é massificador, e sim personalizado, respeitando os ritmos dos
estudantes e o jeito de aprender de cada um. 
Quando uma escola, como esse do artigo proposto, onde sua proposta é
atender o aluno de forma personalizada, a ideia é potencializar os talentos da
criança e do jovem, de forma global, (compreender, dimensão afetiva e física,).
As Escolas com suas bases no método educativo inovador ecológica são
definidas como aquelas que mantêm relação equilibrada com o meio ambiente,
e que compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias
apropriadas, de modo a garantir qualidade de vida às presentes e futuras
gerações.
A educação ambiental possibilita repensar práticas sociais e o papel dos
professores como mediadores e transmissores de um conhecimento
necessário para que os alunos adquiram uma compreensão essencial do
meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e soluções e
da importância da responsabilidade.
É o importante papel da sustentabilidade é o desenvolvimento
sustentável porque a cada dia mais os problemas ambientais estão afetando a
qualidade de vida do homem. ...
E essa teoria se aplica em práticas concretas, como por exemplo:
 Atividades que estimulem a autonomia, por exemplo, não só mandando
o aluno fazer coisas, mas envolvendo-o na organização e planejamento
de trabalhos e pesquisas, para que os estudantes exerçam a iniciativa e
a liberdade de escolha, onde ele possa expor suas e suas frustações.
 Propor atividades em que os estudantes possam exercitar a sua
capacidade de comunicação e expressão, num processo de abertura e
compreensão para os demais.
 Instigar o interesse dos estudando para com a escola, e o corpo docente
em conhecer de perto seus estudantes e suas famílias: quem são, o que
pensam, o que fazem, o que esperam, como é a sua vida, para assim ter
um outro ponto de vista de seus alunos, antes de fazer julgamentos e
afirmações.
 Elaboração de um plano de desenvolvimento para a turma, com
observações, respeito pela natureza, experimentos, preservação,
orientação e compreensão do temo proposto.
 Avaliação personalizada, adaptada às possibilidades e ao ritmo do
estudante.
 Oferta de atividades comuns a todos e outras opcionais.
 Cuidar o desperdício.
 Economizar energia elétrica, água.
 Reduzir o uso de papel.
 Incentivar o uso racional dos insumos.
 Implantar coletores seletivos. ...
 Promover atividades a céu aberto.
 Oferecer espaços sustentáveis.
 Cultivar uma horta coletiva.
 Dinâmicas.
2QUESTÃO
Para exercitar os conteúdos trabalhados neste capítulo, propomos valorar o programa
Vamos ler em pares, uma inovadora proposta educativa orientada ao fomento do
desenvolvimento da competência de leitura em alunos de escola primária. Em primeiro
lugar, apresenta-se uma breve Resenha do projeto e, a seguir, um exemplo de uma Folha
de atividade, metodologia básica que utilizam em suas atividades.
O exercício de reflexão consiste em valorar esta proposta educativa para o
desenvolvimento da competência de leitura. Nas valorações que realize, destaque aqueles
aspectos trabalhados neste capítulo que aparecem aplicados nesta proposta.
Resenha do projeto
O programa Vamos ler em pares tenta criar situações de compreensão leitora autênticas,
ao estilo de PISA, apresentando textos reais. Estes textos são selecionados com três
critérios: variedade de formatos, complexidade adequada à idade e conteúdos
potencialmente interessantes com unidade de significado. Apresentam-se em “Folhas de
leitura” estruturadas em três itens: o prévio, antes de ler, no qual se formulam perguntas
que ajudem a explorar as características do texto; a fazer hipóteses ou predições do
conteúdo e a ativar os conhecimentos prévios. Durante o primeiro item, de leitura
propriamente dita, o aluno tutor e o tutorado seguirão o método de leitura em par PPP
(Pausa, Pista, Ponderação). Seguidamente, no segundo tempo, fomenta-se a
compreensão. Neste item, depois de ler, colocam-se perguntas ou atividades de
compreensão leitora com formatos variados, que incluem tanto atividades de compreensão
literal como outras que estimulam a interpretação e a reflexão. Por último, as atividades
complementares (optativas) permitirão ajustar o tempo à diversidade de ritmos de trabalho
de cada par.
O programa se realiza durante doze semanas, realizando duas sessões semanais de 30
minutos. O primeiro quarto de hora se dedica fundamentalmente à leitura e no segundo
quarto se trabalha a compreensão. Nos últimos minutos da sessão se trabalha a leitura
expressiva. Quinzenalmente se termina com uma pauta de avaliação do par sobre o
processo de trabalho, tanto em aspectos de leitura e compreensão, como da própria ação
do tutor, para introduzir propostas de melhoria para a seguinte quinzena.
Exemplo de folha de leitura
1. O texto base
Animais abandonados1
A quem não lhe agradaria ter em sua casa um cachorrinho ou qualquer outro animal de
estimação?
Quem não tem um familiar ou um amigo que tenha em sua casa um inseto? E mais, não
ouviram alguma vez falar de gente que convive com serpentes, iguanas ou algum outro
animal exótico?
Efetivamente, hoje em dia é difícil não saber de alguém que não tenha um animal em sua
casa.
Muitas vezes, com motivo de um aniversário ou aproveitado as festas natalinas, dão-se de
presente animais que, no princípio, têm muita graça, depois, à medida que vão crescendo,
convertem-se em um estorvo que não é, em nada, um ser estimado. E este fato é até mais
grave no verão, sobretudo na hora de fazer alguma viagem. Resultado: aquele bichinho
que quisemos tanto acaba sendo abandonado.
E é que o fato de levar um animal, seja qual seja, para casa, deve ser uma ação muito
meditada, porque implica uma grande responsabilidade. Temos que estar bem informados
(não comprem nunca animais em perigo de extinção) e temos que ser conscientes que
todo o ser vivo tem necessidades: devemos lhe dar de comer, temos que levá-lo a
passear, temos que limpá-lo e temos que levá-lo com frequência ao veterinário. Além
disso, no caso de um animal exótico, pode ter requisitos frequentemente desconhecidos.
Tudo isto custa dinheiro, requer tempo e vontade de fazer o que o animal necessita. E isto,
especialmente no verão, é difícil. Pensem em um slogan que se tornou famoso e reflitam:
“Ele nunca o faria”.(Se desejam aprofundar sobre este tema, recomendo que visitem a
Web da coordenadora de entidades protetoras de animais onde encontrarão a legislação
vigente, as entidades que fazem parte, inclusive poderão adotar um animal abandonado
http://faada.org/enlaces-5/).
2. Antes de ler
Lendo o título do artigo, podem avançar do que nos falará o texto? Vocês têm um animal
doméstico em casa? Qual? Como o conseguiram? Faz muito tempo?
3. Depois de ler
a. Acertaram no tema do artigo? Coincide com o que tinham comentado antes de ler o
texto?
b. Segundo o autor do texto, em que época do ano se abandonam mais animais?
c. Sublinhem os animais que saem no texto e classifiquem-nos em animais domésticos
habituais ou animais exóticos.
d. Sabem o que quer dizer animais em perigo de extinção?
e. Quais são as quatro grandes necessidades que têm os animais domésticos que se
descrevem no texto? Lembram-se de alguma mais?
f. Qual é a ideia central do artigo?
g. Estão de acordo?
h. Podem explicar o significado do slogan “nós não o faríamos”?
4. Atividades complementares
a. Visitem a página Web que sugere o autor e averiguem qual é o processo para adotar
um animal abandonado.
b. Pensem sobre o que aprenderam com esta leitura e escrevam dois ou três slogans mais
para evitar o abandono de animais domésticos.

3 QUESTÃO
Para exercitar os conteúdos aprendidos neste capítulo, propomos a realização de um
exercício de aplicação. Trata-se de avaliar um exercício de escrita cooperativa, elaborado
para estudantes de bachillerato. Leia atentamente esta elaboração e reflita sobre as
questões seguintes:
a. Mencione alguns princípios da aprendizagem cooperativa que se tiveram em conta na
elaboração deste exercício.
b. Comente alguns indicadores dos mecanismos psicológicos da aprendizagem
cooperativa que se poderiam observar durante a realização deste exercício cooperativo
(interdependência positiva, construção de significados e relações psicossociais).
c. Esboce algumas ações que se supõe que os estudantes realizarão em cada uma das
quatro fases do exercício cooperativo (Fase de início, Fase de intercâmbio, Fase de
negociação e Fase de aplicação).
Orientação do exercício de escrita colaborativa
Suponham que são equipe de quatro profissionais da saúde que foi convidada por um
periódico estudantil e que se lhes solicita escrever um artigo de opinião. O tema sugerido
está relacionado com o uso das células-tronco que se obtêm dos embriões humanos,
como uma opção terapêutica para tratar doenças até agora incuráveis.
ecomendamo-lhes criar um único documento de trabalho no qual poderão escrever e
melhorar suas ideias. Por este motivo, para realizar esta tarefa vamos criar um espaço
Wiki, seguindo as orientações que aparecem nesta Web
http://aulablog21.wikispaces.com/tallerwikispaces2. Uma vez criado o
espaço para o trabalho cooperativo, recordem que, para poder escrever um bom artigo,
devem seguir os passos seguintes:
1. Planejar o texto: nesta primeira fase, devem conseguir uns primeiros acordos sobre
como trabalhar, oferecer as primeiras ideias sobre o conteúdo do artigo que deverão
escrever. Para isso:
- Realizem um brainstorm e ampliem estas ideias através de uma busca de informação na
Internet.
- Avaliem a utilidade da informação que encontraram para argumentar suas opiniões.
- Concretizem as melhores ideias avaliadas em um esquema inicial que deverá incluir o
artigo que escreverão em sua equipe.
- Comecem a desenvolver cada uma das ideias esboçadas no esquema com a
colaboração de toda a equipe.
2. Produção do texto: nesta fase se elaborará o artigo.
- Inicialmente cada membro do grupo se pode encarregar de desenvolver uma ideia,
escrevendo uma parte do texto.
- Quando todos tenham realizado seus contributos, avaliem se é necessário ampliar ou
reduzir alguma parte, se há que reordenar alguma ideia, etc.
- É muito importante que todas as ideias fiquem relacionadas, por isso se deve escrever
sobre um único documento, de maneira que cada vez que alguém escreva tenha em conta
o que têm escrito outros colegas do grupo e procure manter a unidade do texto.
- Durante todo o processo também podem oferecer opiniões e sugestões sobre a parte
trabalhada por alguns de seus colegas, sempre de maneira construtiva.
3. Revisão e edição: esta é o passo final e é muito importante para garantir a qualidade de
seu produto que atentem no seguinte:
- Que o texto seja coerente e que esteja suficientemente coeso.
- Que não existam incorreções gramaticais nem falhas ortográficas.
- Que se tenham atendido os requisitos formais na edição do texto.
Para recordar estes aspectos, recomendamos repassar algumas orientações sobre
Coerência e Coesão dos textos nesta página Web http://www.escolares.net/lenguaje-y-
comunicacion/la-coherencia-y-la-cohesion/
Recordem que o prazo para entregar o trabalho é dentro de duas semanas. Se tiverem
alguma dúvida, podem pôr-se em contato com a professora através de seu correio
eletrônico.

4 QUESTÃO
Como exercício reflexivo deste tema, em coerência com os conteúdos que abordamos,
propomos justamente avaliar um exercício de avaliação.
Trata-se de analisar a atividade de avaliação final de uma disciplina através da leitura de
um comentário escrito pela docente, que deve ser uma reflexão na ação.
Leia atentamente este comentário e o anexo onde se descreve a avaliação a que faz
referência a docente. A seguir, responda às questões seguintes:
“Um exercício de avaliação que teve como objetivo promover a autorregulação”
Pessoalmente, em minha experiência docente com estudantes de magistério, tento ser
coerente com os princípios da aprendizagem ativa e criativa também na hora da avaliação.
Na prática, encontro-me com resistências iniciais de todo tipo, porque fica claro que este
tipo de avaliação supõe maior esforço. No entanto, com o tempo, converteu-se em uma
alternativa preferível também para meus estudantes. Recentemente, optei por modificar a
prova final, historicamente muito formalizada, porque minha disciplina tem caráter
conceitual e se supõe que os estudantes devam demonstrar, ao final do curso, domínio do
temário, coisa que é fácil de avaliar, inclusive através de um teste de múltipla escolha, a
que me nego por princípio. Assim, optei por apresentar uma tarefa que exigisse um estudo
exaustivo do conteúdo, mas de maneira crítica e construtiva, que consistiu na realização
de um texto didático, do tipo manual da disciplina. Propus a meus estudantes que se
convertessem em autores de seu próprio livro (manual para a disciplina), empregando,
para isso, os recursos da imprensa ou de uma editorial (ver detalhes na pauta que contém
as orientações).
O tempo previsto para executar este trabalho foi de um mês, nas vésperas do
encerramento do primeiro semestre do curso. Durante este tempo, estimulou-se a troca de
opiniões e se realizaram tutorias para resolver dúvidas e para clarificar os critérios que
guiaram a realização do trabalho. Sua elaboração substituiu o exame final da disciplina.
Os resultados foram excelentes. Apesar da flexibilidade que se ofereceu, a maioria dos
estudantes optou por cobrir todos os campos na elaboração de seu trabalho e, de forma
geral, conseguiram fazê-lo satisfatoriamente. Por trás desta atitude pode estar uma
motivação positiva pelo trabalho e, por conseguinte, maior compromisso com a
aprendizagem.
No momento de entrega do “projeto editorial”, pediu-se aos estudantes uma reflexão por
escrito sobre a experiência de aprendizagem. A seguir, mostram-se reflexões que fizeram
alguns estudantes a respeito:
“A princípio me senti um pouco desconcertada, pois tinha que encontrar um equilíbrio entre
a síntese e a profundidade. Para mim, era um esforço não incluir todo, procurar o
essencial em cada ponto e sintetizá-lo em poucas linhas. A tarefa possibilitou-me organizar
a informação que encontrava e meus próprios apontamentos. Procurei em várias fontes
(livros, revistas, em internet...) referências que me ajudassem a esclarecer questões que
não tinha esclarecido até o momento ou que, realizando o resumo, se me apresentavam
como “lacunas”. O melhor desta experiência é que terei um manual de referência para
estudar estes temas em meu futuro trabalho como professora, possibilitando a procura de
informação para enfrentar algumas problemáticas educativas que encontraremos na
prática docente e, também, para ter minha ideia global do que aprendi neste curso”.
Fragmento das reflexões finais de uma estudante.
CAMPOS DO PROJETO CARÁTER CRITÉRIO PARA A REALIZAÇÃO VALOR
Obrigatóri Alusivo ao conteúdo, sugestivo,
1. Definir um título. contemporâneo... 1 pto.
o
Alusiva ao conteúdo, simbólica, original,
2. Definir capa. Opcional atrativa. 0.5 pto.

Argumentos, conotações, exortações,


etc., com
3. Esboçar prólogo. Opcional ênfase em propósitos-chave da 0.5 pto.
aprendizagem
desta matéria.

4. Tabela de conteúdo Obrigatóri Exaustividade, ordem lógica.


Níveis de profundidade. 3 ptos.
(índice). o
5. Resumos ao final de cada
Integrar e remarcar conteúdos-chave da
item
unidade, capítulo ou item (afirmações,
(esquemas, quadros Obrigatóri conclusões...).
sinóticos, 2 ptos.
o Assinalar nexos lógicos e importância
quadros de textos, mapas
prática.
conceituais, etc.).
Imagens, gráficos, etc (indicar copy
6. Ilustrações. Opcional right, se 0,5 pto.
houver).
Adequação ao conteúdo.
7. Ampliação do conteúdo:
Qualidade da aprendizagem que
resumo,
promove. 1,5
exercícios, perguntas, casos Opcional
Possibilidade de comprovar o ptos.
ao
conhecimento
final de cada capítulo, etc.
(soluções).
8. Referência para ampliar
(livros, Obrigatóri Atualidade das referências.
Diversidade de fontes. 1 pto.
artigos de revistas, Web). o

10
Classificação global
ptos.
CLASSIFICAÇÃO CRITÉRIO
Não realiza a tarefa, realiza superficialmente e/ou faltam alguns dos
INSUFICIENTE
campos
(entre 0 e 4.9).
obrigatórios.
APROVADO Realizar corretamente todos os campos obrigatórios.
(entre 5 e 6.9
pontos).
NOTÁVEL Realizar corretamente os campos obrigatórios e ao menos 2 dos
(entre 7 e 8.9 campos
pontos). opcionais, um deles o prólogo ou os exercícios complementares.
Originalidade e profundidade na realização dos campos obrigatórios.
EXCELENTE
O
(entre 9 e 10 pontos).
projeto inclui todos os campos.

a. Que características deste exercício coincidem com a abordagem da avaliação


autêntica?
b. Onde e quando a avaliação autêntica se originou?
c. Na década de 1980, após o relatório A Nation at Risk (Uma nação em
risco), os legisladores estaduais se apressaram para elevar os padrões
curriculares e aumentar a responsabilidade das escolas e distritos. Um
resultado dessas reformas em todo o país foi um aumento acentuado no
número de alunos que fazem as avaliações nacionais exigidas. No final
da década de 1980 e início de 1990, os progressistas* da época,
como Deborah Meier, Grant Wiggins, Fred Newmann, Linda Darling
Hammond e Ted Sizer procuraram fazer com que as escolas exigissem
mais do intelecto dos alunos em tarefas, atividades e avaliações.
d. Meier, Sizer e outros, por exemplo, criaram e organizaram escolas com
professores que incentivavam os alunos a não apenas pensar sobre o
conteúdo e as habilidades que aprenderam, de maneira que iam muito
além do que os itens de múltipla escolha em uma avaliação nacional
capturariam, mas também a demonstrar aos outros por meio de
atividades práticas e exercícios o que aprenderam, e aplicar esse
aprendizado ao mundo em que vivem.
e. As “avaliações autênticas” se tornaram reformas educacionais
mencionadas com frequência. A frase “avaliação de desempenho”
também foi usada com o mesmo sentido de “avaliação autêntica”.
f. Que problemas a avaliação autêntica pretendia resolver?
g. Vindo na esteira do aumento das avaliações nacionais e do
estreitamento do currículo para as matérias testadas – aprendizado de
leitura e matemática, especialmente em escolas pobres e de minorias,
passamos a cobrir apenas o conteúdo abordado nas avaliações e
realizar atividades repetitivas. Essas avaliações medem a aprendizagem
do aluno de forma muito limitada e compreendem pouco o desempenho.
h. No entanto, os formuladores de políticas educacionais consideraram que
esses testes são precisos na hora de avaliar o aprendizado dos alunos.
Por último, essas crianças ficaram cada vez mais desestimuladas e
chegaram a adotar uma postura passiva, sem envolvimento. 
i. Vendo todo esse retrocesso, os defensores de reformas educacionais
viram a avaliação autêntica (agora sem aspas, mesmo) como uma forma
de retornar o ensino e a aprendizagem às suas raízes progressistas,
envolvendo os alunos por meio da conexão de conteúdo e habilidades
com tarefas do mundo real e aumentando assim a participação dos
alunos no processo de aprendizagem.
j. Como é a avaliação autêntica nas salas de aula?
k. Não consegui encontrar projetos de alunos ou uma aula de um professor
que trabalhasse com a avaliação autêntica. De toda forma, pode ser que
eles existam. O que eu encontrei depois de muitas pesquisas foram
videoclipes de escolas comprometidas com uma avaliação autêntica e
uma professora da terceira série descrevendo o que ela fez com alunos
em aulas que envolvem Linguagem. 
l. Fiquei surpreso com a escassez de fontes que descrevem o que
realmente ocorre nas salas de aula. Planejar e aplicar atividades de
avaliação autênticas em sala de aula exige muito trabalho dos
professores. É verdade que é necessário todo o trabalho de ensino no
começo, mas a avaliação pode ser usada depois com frequência.
m. Existem atalhos, é claro, para criar essas avaliações e pensar em
tarefas para os alunos fazerem. No entanto, gastamos muito tempo para
encontrar a atividade certa e que acompanhe exatamente os objetivos
de aprendizagem que o professor busca avaliar. Peço desculpas aos
leitores por não ter esses exemplos.**
n. Talvez eu tenha procurado nos lugares errados ou não tenha sido
persistente o suficiente. 
o. A avaliação autêntica funcionou?
p. Aqui está o dilema em que os campeões da avaliação autêntica se
encontram. Se “trabalho” significa eficácia em determinar se os alunos
aprenderam o conteúdo e as habilidades exigidas e se tiveram um
desempenho satisfatório nas avaliações estaduais obrigatórias, em que
grau a avaliação autêntica ajudou no resultado? Vou simplificar.
q. Um professor de sala de aula ou o diretor de escola comprometidos com
uma avaliação autêntica, por meio de exercícios e portfólios de seus
alunos, considera as pontuações em avaliações nacionais padronizadas
como prova de aprendizagem? Ou o professor, a escola ou as
secretarias de educação projetam suas próprias medidas para
determinar o nível de aprendizado dos alunos? Ou ambos importam?
r. As respostas a essas perguntas apresentam uma contradição, uma vez
que os testes estaduais e nacionais são medidas limitadas da
aprendizagem do aluno de conteúdos e habilidades. Esses testes falham
em compreender as habilidades críticas adquiridas ao avaliar tarefas
distintas de forma autêntica. A resposta à outra pergunta é “sim”, o que
significa um enorme investimento de tempo dos professores e outros,
um cálculo que professores e gestores têm que fazer, dada às outras
demandas dos professores durante o dia escolar.
s. Quando o estado de Vermont, por exemplo, adotou portfólios como uma
avaliação autêntica em vez de avaliações nacionais, pesquisadores
refletiram se os portfólios forneciam dados suficientes e precisos sobre o
desempenho dos alunos. Eles concluíram que os dados que coletaram
tinham menos qualidade do que os resultados das avaliações nacionais
tradicionais.
t. O que aconteceu com a avaliação autêntica?
u. Como muitas novidades progressistas no repertório de professores ao
longo das décadas, a empolgação em torno das avaliações autênticas
no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 diminuiu. A ideia de
professores e escolas projetarem atividades de avaliação que captam se
os alunos conseguem aplicar o que aprenderam, é claro, continua a
aparecer nas aulas de muitos professores nas 100.000 escolas dos
EUA. Os professores frequentemente combinavam formas tradicionais e
progressistas de ensino e aprendizagem ao longo das décadas. Mas o
impulsionamento e o alvoroço em torno da avaliação autêntica
desapareceram. Em 2020, as avaliações nacionais seguem em primeiro
lugar na hora de avaliar o aprendizado dos alunos.
v.

w. * Eu uso a palavra Progressista para descrever a avaliação autêntica,


uma vez que visa o princípio da criança aprender fazendo e envolvendo
a atenção e a participação do aluno em tarefas do mundo real. Esses
eram os objetivos dos progressistas pedagógicos do início do século XX
e dos educadores atuais comprometidos com o ensino e a
aprendizagem construtivistas .

b. Que aspectos da elaboração do exercício podem contribuir para a aprendizagem


reflexiva?

5 QUESTÃO
ATENÇÃO: ESTA PERGUNTA É DE CARÁTER OBRIGATÓRIO, CASO NÃO SEJA
RESPONDIDA NÃO SERÁ POSSÍVEL ACESSAR O EXAME

Avalie quão estimulantes foram os exercícios para promover a reflexão e a aprendizagem


nesta disciplina.
Estabeleça uma pontuação, em uma escala de 1 a 5, onde 1 seria o valor mínimo (nada
estimulantes) e 5 o valor máximo (muito estimulantes).
Selecione uma opção de resposta:
a. 1 - Nada estimulantes
b. 2
c. 3
d. 4

e. 5 - Muito estimulantes

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