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FP102 - Aprendizagem estratégica e desenvolvimento profissional

1. A seguir, apresenta-se um artigo que relata uma experiência educativa inovadora no


Brasil. Relacione
seu conteúdo com as ideias desenvolvidas neste capítulo em torno das bases do
ensino orientado ao
desenvolvimento de “aprendizagens para a vida”. Especificamente, reflita sobre as
questões
seguintes:
a. Explique a diferença entre a forma como se adquire o conhecimento na escola
tradicional e na
escola que se descreve no artigo.
b. Identifique algumas estratégias de aprendizagem comentadas neste capítulo que
estão presentes
na experiência educativa que relata o artigo.
c. Que implicações podem ter as atividades desenvolvidas nesta escola no
desenvolvimento de
competências para aprender?
Uma experiência piloto se converte em modelo de educação ecológica
J. Arias, Rio de Janeiro - ELPAIS.com Internacional, 25/01/2011.
Brasil ensaia a alfabetização com flores e poesia
A escola municipal Hermann Müller, situada em uma área rural de Joinville, no Estado
brasileiro de
Santa Catarina, converteu-se em modelo de educação ecológica, com uma experiência
piloto para
alfabetizar através da natureza. No centro, são utilizados métodos revolucionários que
ninguém se
atreve a criticar, porque os alunos obtêm altas pontuações nos índices de
compreensão de leitura e
escrita.
A jovem diretora da escola, Silvane Aparecida da Silva, soube conjugar, com êxito,
educação infantil e
meio ambiente com um método para alfabetizar as crianças, de procedência
campesina, com flores e
poesia.
Em um jardim plantado e cultivado pelos alunos, sob a direção profissional de peritos
jardineiros,
cada letra corresponde a uma flor. E, em cada canteiro de flores, os professores
penduram um
poema. Este Jardim Encantado está construído com materiais procedentes de
demolições. O alfabeto
das flores é um caminho de pedra que desemboca em uma miniatura da casa de
Monet. As crianças
aprendem matemática com a construção de uma zona para cultivar orquídeas, que
devolvem à
natureza quando chegam a seu estado adulto. Também cultivam flores e cuidam do
pomar, cujos
frutos vão diretamente para a cozinha da escola.
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Quando Aparecida ocupou o cargo de diretora da escola rural, em 2003, o centro


estava
desprestigiado, com apenas 20 alunos desmotivados que não conseguiam aprender a
escrever nem
seu próprio nome. Hoje, a escola está abarrotada e os alunos estudam todas as
disciplinas através da
natureza, que aprendem a amar, respeitar e desfrutar.
Este projeto inovador, que recebeu o apoio da Secretaria de Educação, tem o objetivo,
como
confirmou a diretora da escola a EL PAÍS, de alfabetizar “em um clima de educação
ambiental,
conduzindo aos alunos à observação, à contemplação e ao respeito pela natureza,
experimentando e
interiorizando sua preservação”.
Para os professores, a finalidade desta escola piloto é “promover projetos e vivências
através de uma
aprendizagem dirigida à ecologia, à cultura e à afetividade”.
Aparecida se emociona quando conta a transformação das crianças pobres, chegadas
do campo, ante
a união de natureza e poesia. “É incrível como as crianças entendem a poesia e
conseguem
transformar suas vidas com ela. Melhor que os adultos. Não lhes dá medo as imagens
e metáforas
mais ousadas. Quando leem, por exemplo, o verso “aqui plantaremos árvores e
sombras”: para eles,
plantar também sombras é algo normal. Sua fantasia trabalha melhor que a dos
adultos, a quem a
poesia costuma criar medo, porque perturba suas seguranças. Às crianças, não. Elas
estão sempre
abertas ao paradoxo e ao inesperado”.
Uma particularidade e genialidade da escola do Joinville é a cumplicidade dos alunos
com seus pais e
familiares, gente do campo. Aparecida conta como as crianças, com seu amor pelos
pássaros como
símbolos de liberdade, conseguem convencer seus pais de que abram as gaiolas para
deixar livres os
pássaros e de que abandonem a caça, entregando as armas e armadilhas à escola.
“As crianças, quando entendem e amam o lugar em que nascem, ao crescerem,
tornam-se cidadãos
comprometidos com o lugar de suas raízes”, afirmam os professores.
Entre jardins, pomares e pássaros em liberdade, os alunos refletem uma alegria difícil
de encontrar
nas severas escolas formais. Uma experiência digna de reflexão na complexa busca de
novas formas
de ensinar.
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RESPOSTA 1:

O ensino na escola tradicional - a educação tinha em vista o professor para fazer os


alunos venceram a barreira da ignorância, o aluno cresce pelo próprio mérito a partir
do conhecimento do professor obtido pela humanidade e repassado de forma
mecânica onde o professor seria o dono do saber e do conhecimento. Na escola
municipal Hermann Müller, situada em Joinville/SC o ensino é centrado no aluno, com
aprendizagem reflexiva, abrangente e interdisciplinar. O aluno cresce com estímulo e
constrói seu conhecimento o professor faz a mediação do processo de aprendizagem.
As estratégias de ensino utilizam as vivências e o conhecimento real dos alunos, com
reflexão do cuidar do meio ambiente, isto os tornam cidadãos comprometidos com o
lugar de suas raízes e com o meio ambiente: a. Diferenças entre a forma como se
adquire o conhecimento na escola tradicional e na escola que se descreve no artigo. O
fator que distingue um ensino tradicional de um ensino que promove a aprendizagem
é a possibilidade que oferece aos estudantes para explorar o ambiente, para aprender
em interação com outros, resolvendo exercícios e problemas autênticos, próprios de
sua comunidade e de seu entorno. No caso que se analisa, consiste em alfabetizar as
crianças, de procedência campesina, com flores e poesia, deixando de lado as clássicas
metodologias de alfabetização. Atualmente, os sistemas educativos pretendem
conseguir que os alunos adquiram os instrumentos necessários para entender o
mundo em que estão vivendo e para que possam chegar a ser pessoas capazes de
intervir ativamente na sociedade. Neste sentido, enfatizasse a importância de
fortalecer a formação dos estudantes com habilidades, atitudes e estratégias que lhes
permitam desenvolver-se e como aprendizes autônomos, mais que centrar a educação
na transmissão de conhecimentos. Em outras palavras, que aprendam a aprender, e
este é o propósito da professora que protagoniza a experiência que se apresenta. O
ensino está centrado no estudante e seu objetivo é ajudá-lo a construir conhecimentos
e a aprender habilidades básicas para recuperar essa informação de maneira aplicada
e contextualizada. Especificamente, com este tipo de ensino, baseado na
aprendizagem reflexiva e estratégica, promove-se a autonomia e o interesse por
adquirir o conhecimento. Deste modo, será mais fácil conseguir que os estudantes se
responsabilizem com seu processo de aprendizagem, ceder o controle sobre a
atividade cognitiva. É, assim, uma maneira de aprender que supõe que o estudante
seja capaz de planejar, regular e avaliar sua própria aprendizagem. Essencialmente,
que desenvolva competências, que aprenda a aprender e que desfrute do saber:
“Entre jardins, pomares e pássaros em liberdade, os alunos refletem uma alegria difícil
de encontrar nas severas escolas formais”. b. Algumas estratégias de aprendizagem
comentadas neste capítulo que estão presentes na experiência educativa que relata o
artigo. A professora que protagoniza a experiência que nos é descrita, aprendizagem
através das demandas dos exercícios que propõe a seus estudantes, estimula a
utilização de diversas estratégias de aprendizagem. Por exemplo, estratégias
cognitivas que permitem a integração do novo material com o conhecimento prévio.
As crianças, de origem campesina, familiarizadas com o campo e com sua natureza,
aprendem matemática através da observação e da experimentação. Além disso,
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sentem-se estimuladas a comunicar a seus familiares o que aprenderam e são capazes


de transferir seus conhecimentos à comunidade “Cultivam flores e cuidam do pomar,
cujos frutos vão diretamente para a cozinha da escola”. Também é possível pensar na
implementação de estratégias metacognitivas que se relacionam com o planejamento,
o controle e a avaliação que realizam os próprios estudantes quando se enfrentam a
uma tarefa de aprendizagem. Por exemplo, do tipo de pensamento crítico: “Aparecida
conta como as crianças, com seu amor pelos pássaros como símbolos de liberdade,
conseguem convencer seus pais a abrir as gaiolas para deixar livres os pássaros e de
que abandonem a caça, entregando as armas e armadilhas à escola”. E, claro, são
muito evidentes as estratégias afetivo motivacionais, dirigidas ao estabelecimento de
metas, a conseguir que o aluno atribua seus êxitos e/ou fracassos a si mesmo, ao
fortalecimento da autoestima e a desenvolver incentivos na aprendizagem e
estratégias de cooperação, próprias de exercícios de aprendizagem cooperativa e/ou
colaborativa, dirigidas a estimular atitudes de trabalho em grupo e em equipe, o que
inclui, ao menos, compartilhar informação e recursos, ajudar quem o solicita e pedir
ajuda quando necessário. c. Implicações que podem ter as atividades desenvolvidas
nesta escola no desenvolvimento de competências para aprender. Em termos práticos,
pode-se afirmar que aprender a aprender é conseguir que o conhecimento adquirido
pelo estudante seja significativo, de tal maneira que o possa utilizar de forma eficaz e
saiba onde aplicá-lo no momento que o mereça e que seja pertinente para sua vida.
Para desenvolver a competência de aprender a aprender, o professor deve utilizar
estratégias de ensino e proporcionar ao estudante estratégias de aprendizagem que
permitam o desenvolvimento de habilidades necessárias para apropriar-se do
conhecimento de maneira significativa, crítica e criativa. A ideia fundamental que
encerra o propósito de ajudar a que os alunos “aprendam a aprender” consiste em
ajudar os estudantes a aprender a assumir sua própria elaboração de significados.
Aparecida se emociona quando conta a transformação das crianças pobres, chegadas
do campo, ante a união de natureza e poesia. O “aprender a aprender” centra-se na
construção de um tipo de conhecimento específico que alguns autores denominaram
“estratégico” ou “condicional” (París, Lipson eWixson,1983) e na possibilidade de fazer
um uso flexível e funcional dos conhecimentos que o estudante constrói. Para
conseguir este propósito, são necessárias não apenas técnicas e procedimentos
eficientes, mas também querer, saber e poder aprender essas estratégias, precisam-se
de motivos que impulsionem essa necessidade de aprender. Neste sentido, o seguinte
fragmento do artigo é um bom exemplo: “É incrível como as crianças entendem a
poesia e conseguem transformar suas vidas com ela. Melhor que os adultos. Não lhes
dão medo as imagens e metáforas mais ousadas. Quando leem, por exemplo, o verso
“aqui plantaremos árvores e sombras”: para eles, plantar também sombras é algo
normal. Sua fantasia trabalha melhor que a dos adultos, a quem a poesia costuma
criar medo, porque perturba suas seguranças. Às crianças, não. Elas estão sempre
abertas ao paradoxo e ao inesperado”

QUESTÃO 2.
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Para exercitar os conteúdos trabalhados neste capítulo, propomos valorar o programa


Vamos ler
em pares, uma inovadora proposta educativa orientada ao fomento do
desenvolvimento da
competência de leitura em alunos de escola primária. Em primeiro lugar, apresenta-se
uma breve
Resenha do projeto e, a seguir, um exemplo de uma Folha de atividade, metodologia
básica que
utilizam em suas atividades.
O exercício de reflexão consiste em valorar esta proposta educativa para o
desenvolvimento da
competência de leitura. Nas valorações que realize, destaque aqueles aspectos
trabalhados neste
capítulo que aparecem aplicados nesta proposta.
Resenha do projeto
O programa Vamos ler em pares tenta criar situações de compreensão leitora
autênticas, ao
estilo de PISA, apresentando textos reais. Estes textos são selecionados com três
critérios: variedade
de formatos, complexidade adequada à idade e conteúdos potencialmente
interessantes com unidade
de significado. Apresentam-se em “Folhas de leitura” estruturadas em três itens: o
prévio, antes de
ler, no qual se formulam perguntas que ajudem a explorar as características do texto;
a fazer
hipóteses ou predições do conteúdo e a ativar os conhecimentos prévios. Durante o
primeiro item, de
leitura propriamente dita, o aluno tutor e o tutorado seguirão o método de leitura em
par PPP (Pausa,
Pista, Ponderação). Seguidamente, no segundo tempo, fomenta-se a compreensão.
Neste item,
depois de ler, colocam-se perguntas ou atividades de compreensão leitora com
formatos variados,
que incluem tanto atividades de compreensão literal como outras que estimulam a
interpretação e a
reflexão. Por último, as atividades complementares (optativas) permitirão ajustar o
tempo à
diversidade de ritmos de trabalho de cada par.
O programa se realiza durante doze semanas, realizando duas sessões semanais de
30 minutos. O
primeiro quarto de hora se dedica fundamentalmente à leitura e no segundo quarto
se trabalha a
compreensão. Nos últimos minutos da sessão se trabalha a leitura expressiva.
Quinzenalmente se
termina com uma pauta de avaliação do par sobre o processo de trabalho, tanto em
aspectos de
leitura e compreensão, como da própria ação do tutor, para introduzir propostas de
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melhoria para a
seguinte quinzena.
Exemplo de folha de leitura
1. O texto base
Animais abandonados1
A quem não lhe agradaria ter em sua casa um cachorrinho ou qualquer outro animal
de estimação?
Quem não tem um familiar ou um amigo que tenha em sua casa um inseto? E mais,
não ouviram
alguma vez falar de gente que convive com serpentes, iguanas ou algum outro animal
exótico?
Efetivamente, hoje em dia é difícil não saber de alguém que não tenha um animal em
sua casa.
Muitas vezes, com motivo de um aniversário ou aproveitado as festas natalinas, dão-se
de presente
animais que, no princípio, têm muita graça, depois, à medida que vão crescendo,
convertem-se em
um estorvo que não é, em nada, um ser estimado. E este fato é até mais grave no
verão, sobretudo
na hora de fazer alguma viagem. Resultado: aquele bichinho que quisemos tanto
acaba sendo
abandonado.
E é que o fato de levar um animal, seja qual seja, para casa, deve ser uma ação muito
meditada,
porque implica uma grande responsabilidade. Temos que estar bem informados (não
comprem nunca
animais em perigo de extinção) e temos que ser conscientes que todo o ser vivo tem
necessidades:
devemos lhe dar de comer, temos que levá-lo a passear, temos que limpá-lo e temos
que levá-lo com
frequência ao veterinário. Além disso, no caso de um animal exótico, pode ter
requisitos
frequentemente desconhecidos. Tudo isto custa dinheiro, requer tempo e vontade de
fazer o que o
animal necessita. E isto, especialmente no verão, é difícil. Pensem em um slogan que
se tornou
famoso e reflitam: “Ele nunca o faria”.
(Se desejam aprofundar sobre este tema, recomendo que visitem a Web da
coordenadora de
entidades protetoras de animais onde encontrarão a legislação vigente, as entidades
que fazem
parte, inclusive poderão adotar um animal abandonado http://faada.org/enlaces-5/).
2. Antes de ler
Lendo o título do artigo, podem avançar do que nos falará o texto? Vocês têm um
animal doméstico
em casa? Qual? Como o conseguiram? Faz muito tempo?
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3. Depois de ler
a. Acertaram no tema do artigo? Coincide com o que tinham comentado antes de ler o
texto?
b. Segundo o autor do texto, em que época do ano se abandonam mais animais?
c. Sublinhem os animais que saem no texto e classifiquem-nos em animais domésticos
habituais
ou animais exóticos.
d. Sabem o que quer dizer animais em perigo de extinção?
e. Quais são as quatro grandes necessidades que têm os animais domésticos que se
descrevem
no texto? Lembram-se de alguma mais?
f. Qual é a ideia central do artigo?
g. Estão de acordo?
h. Podem explicar o significado do slogan “nós não o faríamos”?
4. Atividades complementares
a. Visitem a página Web que sugere o autor e averiguem qual é o processo para adotar
um
animal abandonado.
b. Pensem sobre o que aprenderam com esta leitura e escrevam dois ou três slogans
mais para
evitar o abandono de animais domésticos.

RESPOSTA 2:

O texto aborda a formação do leitor crítico no processo ensino-aprendizagem que tem


como objetivo a formação sociocultural e intelectual com vistas a integrar a vida social
dos educandos como também, trabalhar a leitura e o trabalho em grupo 4. Atividades
complementares a. Visitem a página Web que sugere o autor e averiguem qual é o
processo para a dotar um animal abandonado. b. Pensem sobre o que aprenderam
com esta leitura e escrevam dois ou três slogans mais para evitar o abandono de
animais domésticos. O texto aborda a formação do leitor crítico no processo ensino-
aprendizagem que tem como objetivo a formação sociocultural e intelectual com vistas
a integrar a vida social dos educandos como também, trabalhar a leitura e o trabalho
em grupo. Na valoração do programa Vamos ler em casal, pode-se constatar a
aplicação de quase todos os aspectos trabalhados no capítulo, uma vez que se trata de
uma experiência educativa cujo propósito é precisamente melhorar a competência de
leitura e escrita. Entre as questões que se podem destacar, cabe mencionar as
seguintes:- Concebe-se um leitor ativo, que constrói o significado do texto em função
de seus conhecimentos prévios e de propósitos da leitura. - Foram consideradas as
duas modificações que recentemente foram definidas como importantes pela OCDE
em relação à definição de competência leitora (a) enfatiza-se a importância da
participação ativa na leitura (aspectos motivacionais) e do envolvimento dos processos
metacognitivos e (b) incorpora-se a leitura de textos eletrônicos. - A participação na
leitura se estimula a partir do envolvimento efetivo na leitura, oferecendo aos alunos
um tema claramente de seu interesse e com interesse social. - Complementa-se a
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leitura do texto com a consulta de informação em página da Internet. Teve-se em


conta que a elaboração desta Web é adequada às competências e aos interesses dos
alunos. - Propõe-se um conjunto de ações para facilitar a compreensão do texto que
converte a leitura em uma atividade comunicativa interativa entre os leitores e o texto
e entre os leitores que realizam conjuntamente a leitura (leem em pares). - A
modalidade de leitura que se implementa transita de um nível primário, com o
objetivo de garantir a definição de conceitos (“dizer o conhecimento”), por ex.: “qual é a
ideia central do artigo?”, para um nível mais complexo (“transformar o conhecimento”),
por ex.: “quais são as quatro grandes necessidades que têm os animais domésticos
que se descrevem no texto? Ocorre-lhes alguma mais?”. – E quanto às estratégias para
aprender a autorregular a leitura, aplicam-se várias, por exemplo: praticar o
autocontrole da compreensão enquanto leem o texto. Por exemplo: “Sublinhem os
animais que saem no texto e classifiquem-nos em animais domésticos habituais ou
animais exóticos”; assim como responder a sucessivas perguntas de compreensão,
receber observações de seu colega e gerar suas próprias perguntas sobre o texto. -
Considerou-se que o desenvolvimento da competência leitora não só conduz ao
domínio de habilidades e conhecimentos para ler bem com a finalidade de aprender,
por exemplo, a proteger e a estimar aos animais domésticos. Concretamente, a
atividade conclui comum convite a aplicar e a criar conhecimento, por ex.: “pensem
sobre o que aprenderam com esta leitura e escrevam dois ou três slogans mais para
evitar o abandono de animais domésticos”. - A implementação desta metodologia
pressupõe seguir os passos do ensino explícito, começando por explicá-lo diretamente
aos estudantes, realizar modelagem, passar à prática guiada, acabando com uma
inovadora aplicação que replica o ensino e a aprendizagem entre pares.

QUESTÃO 3.

Para exercitar os conteúdos aprendidos neste capítulo, propomos a realização de um


exercício de
aplicação. Trata-se de avaliar um exercício de escrita cooperativa, elaborado para
estudantes de
bachillerato. Leia atentamente esta elaboração e reflita sobre as questões seguintes:
a. Mencione alguns princípios da aprendizagem cooperativa que se tiveram em conta
na elaboração
deste exercício.
b. Comente alguns indicadores dos mecanismos psicológicos da aprendizagem
cooperativa que se
poderiam observar durante a realização deste exercício cooperativo (interdependência
positiva,
construção de significados e relações psicossociais).
c. Esboce algumas ações que se supõe que os estudantes realizarão em cada uma das
quatro fases
do exercício cooperativo (Fase de início, Fase de intercâmbio, Fase de negociação e
Fase de
aplicação).
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Orientação do exercício de escrita colaborativa


Suponham que são equipe de quatro profissionais da saúde que foi convidada por um
periódico
estudantil e que se lhes solicita escrever um artigo de opinião. O tema sugerido está
relacionado com
o uso das células-tronco que se obtêm dos embriões humanos, como uma opção
terapêutica para
tratar doenças até agora incuráveis.
ecomendamo-lhes criar um único documento de trabalho no qual poderão escrever e
melhorar suas
ideias. Por este motivo, para realizar esta tarefa vamos criar um espaço Wiki, seguindo
as orientações
que aparecem nesta Web http://aulablog21.wikispaces.com/tallerwikispaces2. Uma
vez criado o
espaço para o trabalho cooperativo, recordem que, para poder escrever um bom
artigo, devem seguir
os passos seguintes:
1. Planejar o texto: nesta primeira fase, devem conseguir uns primeiros acordos sobre
como
trabalhar, oferecer as primeiras ideias sobre o conteúdo do artigo que deverão
escrever. Para isso:
- Realizem um brainstorm e ampliem estas ideias através de uma busca de informação
na Internet.
- Avaliem a utilidade da informação que encontraram para argumentar suas opiniões.
- Concretizem as melhores ideias avaliadas em um esquema inicial que deverá incluir
o artigo que
escreverão em sua equipe.
- Comecem a desenvolver cada uma das ideias esboçadas no esquema com a
colaboração de toda
a equipe.
2. Produção do texto: nesta fase se elaborará o artigo.
- Inicialmente cada membro do grupo se pode encarregar de desenvolver uma ideia,
escrevendo
uma parte do texto.
- Quando todos tenham realizado seus contributos, avaliem se é necessário ampliar ou
reduzir
alguma parte, se há que reordenar alguma ideia, etc.
- É muito importante que todas as ideias fiquem relacionadas, por isso se deve
escrever sobre um
único documento, de maneira que cada vez que alguém escreva tenha em conta o que
têm
escrito outros colegas do grupo e procure manter a unidade do texto.
- Durante todo o processo também podem oferecer opiniões e sugestões sobre a
parte trabalhada
por alguns de seus colegas, sempre de maneira construtiva.
3. Revisão e edição: esta é o passo final e é muito importante para garantir a qualidade
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de seu
produto que atentem no seguinte:
- Que o texto seja coerente e que esteja suficientemente coeso.
- Que não existam incorreções gramaticais nem falhas ortográficas.
- Que se tenham atendido os requisitos formais na edição do texto.
Para recordar estes aspectos, recomendamos repassar algumas orientações sobre
Coerência e
Coesão dos textos nesta página Web http://www.escolares.net/lenguaje-y-
comunicacion/la-coherencia-y-la-cohesion/
Recordem que o prazo para entregar o trabalho é dentro de duas semanas. Se tiverem
alguma
dúvida, podem pôr-se em contato com a professora através de seu correio eletrônico.

RESPOSTA 3:
Os princípios da aprendizagem cooperativa que se tiveram em conta na elaboração
deste exercício o trabalho em equipes. Observam-se indicadores dos mecanismos
psicológicos da aprendizagem cooperativa durante a realização deste exercício
cooperativo é interdependência positiva como resultado da interação, promovendo o
comprometimento dos alunos de modo a reduzir a desatenção, construção de
significados de uma estratégia de aprendizagem e relações psicossociais que reduz a
competição entre alunos. Destacam-se: Fase inicial: formação do grupo de quatro
profissionais, criação do espaço para o trabalho cooperativo -espaço Wiki. Fase de
intercâmbio: Planejar o texto - como trabalhar, oferecer as primeiras ideias sobre o
conteúdo do artigo que deverão escrever. Fase de negociação: Produção do texto -
nesta fase se elaboração do artigo. Fase de aplicação: Revisão e edição 4. A resposta
ao exercício se constrói de maneira colaborada. Interdependência positiva. - Se se
assume responsabilidade individual e se solicita responsabilidade compartilhada. - Se
se organiza o exercício e se se distribui os sub exercícios com propostas concretas, por
exemplo, com a elaboração de um calendário, que contemple a data de início, as
possíveis versões de cada um dos documentos dos membros do grupo, incluídos os
possíveis contributos e a data final do trabalho com uma compilação de todos os
contributos. - Se perguntam, clarificam, etc., as ideias e propostas de como fazer o
trabalho ou os critérios que utilizarão, que têm que trazer para os objetivos propostos
entre todos os membros do grupo e a conseguir o objetivo primordial. Construção de
significados. - Se se expõem ideias, naturalmente necessário em todo trabalho
cooperativo, uma vez que ajuda a unificar critérios. - Se se explicam e/ou se
argumentam as ideias com uma compilação de todas aquelas que incidam no objetivo
final: a elaboração do artigo. - Se se sintetizam as ideias para conseguir aquilo que
todos querem. - Se se colocam dúvidas para esclarecer o conteúdo do artigo. - Se se
justifica ou/e se faz crítica construtiva, porque nem sempre se está de acordo e,
precisamente, a crítica construtiva é muito enriquecedora. Relações psicossociais. - Se
há expressões que favorecem a comunicação e a sinergia. - Se se dá alento,
acrescentando a compreensão (elemento básico em um trabalho cooperativo),
tentando entender os outros. - Se se agradece ou se reconhece os comentários ao
trabalho, ações que contribuirão para que o grupo trabalhe em um ambiente de
harmonia, com o qual aumentará o estado de ânimo positivo e dará como resultado o
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êxito do trabalho. Indicadores para observar a regulação nas diferentes fases do


exercício cooperativo.1. Fase de início: esforço por conseguir um bom clima de
trabalho, estabelecem-se relações sociais; organiza-se o grupo: definem-se funções,
acorda-se um método de trabalho, distribuem-se as tarefas e se assumem
responsabilidades; fixa-se um calendário, etc. 2. Fase de intercâmbio: contributos reais
de cada aluno que têm em conta o objetivo do exercício e as diferentes intervenções
que se realizam. 3. Fase de negociação: análise dos contributos, discussão das ideias
aportadas, reconstrução das ideias, integração coerente. Ou, pelo contrário, juntam-se
as ideias sem analisá-las, aceitam-se sem revisar, a participação se reduz à
confirmação dos contributos dos colegas. 4. Fase de aplicação: avaliação reflexiva e
crítica do processo de escrita colaborativa e da qualidade do documento final (texto
argumentativo).

QUESTÃO 4.

Como exercício reflexivo deste tema, em coerência com os conteúdos que abordamos,
propomos
justamente avaliar um exercício de avaliação.
Trata-se de analisar a atividade de avaliação final de uma disciplina através da leitura
de um
comentário escrito pela docente, que deve ser uma reflexão na ação.
Leia atentamente este comentário e o anexo onde se descreve a avaliação a que faz
referência a
docente. A seguir, responda às questões seguintes:
a. Que características deste exercício coincidem com a abordagem da avaliação
autêntica?
b. Que aspectos da elaboração do exercício podem contribuir para a aprendizagem
reflexiva?
“Um exercício de avaliação que teve como objetivo promover a autorregulação”
Pessoalmente, em minha experiência docente com estudantes de magistério, tento ser
coerente com
os princípios da aprendizagem ativa e criativa também na hora da avaliação. Na
prática, encontro-me
com resistências iniciais de todo tipo, porque fica claro que este tipo de avaliação
supõe maior
esforço. No entanto, com o tempo, converteu-se em uma alternativa preferível
também para meus
estudantes. Recentemente, optei por modificar a prova final, historicamente muito
formalizada,
porque minha disciplina tem caráter conceitual e se supõe que os estudantes devam
demonstrar, ao
final do curso, domínio do temário, coisa que é fácil de avaliar, inclusive através de um
teste de
múltipla escolha, a que me nego por princípio. Assim, optei por apresentar uma tarefa
que exigisse
um estudo exaustivo do conteúdo, mas de maneira crítica e construtiva, que consistiu
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na realização
de um texto didático, do tipo manual da disciplina. Propus a meus estudantes que se
convertessem
em autores de seu próprio livro (manual para a disciplina), empregando, para isso, os
recursos da
imprensa ou de uma editorial (ver detalhes na pauta que contém as orientações).
O tempo previsto para executar este trabalho foi de um mês, nas vésperas do
encerramento do
primeiro semestre do curso. Durante este tempo, estimulou-se a troca de opiniões e
se realizaram
tutorias para resolver dúvidas e para clarificar os critérios que guiaram a realização do
trabalho. Sua
elaboração substituiu o exame final da disciplina.
Os resultados foram excelentes. Apesar da flexibilidade que se ofereceu, a maioria dos
estudantes
optou por cobrir todos os campos na elaboração de seu trabalho e, de forma geral,
conseguiram
fazê-lo satisfatoriamente. Por trás desta atitude pode estar uma motivação positiva
pelo trabalho e,
por conseguinte, maior compromisso com a aprendizagem.
No momento de entrega do “projeto editorial”, pediu-se aos estudantes uma reflexão
por escrito
sobre a experiência de aprendizagem. A seguir, mostram-se reflexões que fizeram
alguns estudantes
a respeito:
“A princípio me senti um pouco desconcertada, pois tinha que encontrar um equilíbrio
entre a
síntese e a profundidade. Para mim, era um esforço não incluir todo, procurar o
essencial em cada
ponto e sintetizá-lo em poucas linhas. A tarefa possibilitou-me organizar a informação
que
encontrava e meus próprios apontamentos. Procurei em várias fontes (livros, revistas,
em
internet...) referências que me ajudassem a esclarecer questões que não tinha
esclarecido até o
momento ou que, realizando o resumo, se me apresentavam como “lacunas”. O
melhor desta
experiência é que terei um manual de referência para estudar estes temas em meu
futuro trabalho
como professora, possibilitando a procura de informação para enfrentar algumas
problemáticas
educativas que encontraremos na prática docente e, também, para ter minha ideia
global do que
aprendi neste curso”.
Fragmento das reflexões finais de uma estudante.

CAMPOS DO PROJETO CARÁTER CRITÉRIO PARA A REALIZAÇÃO VALOR


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Alusivo ao conteúdo, sugestivo,


1. Definir um título. Obrigatório contemporâneo... 1 pto.

Alusiva ao conteúdo, simbólica,


2. Definir capa. Opcional original, 0.5 pto.
atrativa.

Argumentos, conotações, exortações,


etc., com
3. Esboçar prólogo. Opcional ênfase em propósitos-chave da 0.5 pto.
aprendizagem
desta matéria.

4. Tabela de conteúdo Exaustividade, ordem lógica.


Obrigatório Níveis de profundidade. 3 ptos.
(índice).
Integrar e remarcar conteúdos-chave
5. Resumos ao final de cada
da
item
unidade, capítulo ou item
(esquemas, quadros
sinóticos, Obrigatório (afirmações, 2 ptos.
conclusões...).
quadros de textos, mapas
Assinalar nexos lógicos e importância
conceituais, etc.).
prática.

Imagens, gráficos, etc (indicar copy


6. Ilustrações. Opcional right, se 0,5 pto.
houver).

Adequação ao conteúdo.
7. Ampliação do conteúdo:
Qualidade da aprendizagem que
resumo,
promove. 1,5
exercícios, perguntas, casos Opcional
Possibilidade de comprovar o ptos.
ao
conhecimento
final de cada capítulo, etc.
(soluções).

8. Referência para ampliar


Atualidade das referências.
(livros, Obrigatório Diversidade de fontes. 1 pto.
artigos de revistas, Web).

10
Classificação global
ptos.
CLASSIFICAÇÃO CRITÉRIO
Não realiza a tarefa, realiza superficialmente e/ou faltam alguns
INSUFICIENTE
dos campos
(entre 0 e 4.9).
obrigatórios.

APROVADO
(entre 5 e 6.9 Realizar corretamente todos os campos obrigatórios.
pontos).

NOTÁVEL Realizar corretamente os campos obrigatórios e ao menos 2 dos


FP102 - Aprendizagem estratégica e desenvolvimento profissional

(entre 7 e 8.9 campos


pontos). opcionais, um deles o prólogo ou os exercícios complementares.

EXCELENTE Originalidade e profundidade na realização dos campos


(entre 9 e 10 obrigatórios. O
pontos). projeto inclui todos os campos.

RESPOSTA 4:
A avaliação é autêntica quando é examinado o desempenho do aluno em tarefas
intelectuais que valem a pena, neste caso, a tarefa que exigiu um estudo do conteúdo,
mas de maneira crítica e construtiva, que consistiu na construção pelos alunos de um
livro. Os aspectos da elaboração do exercício que contribuíram para a aprendizagem
reflexiva foi a troca de opiniões, tutorias para resolver dúvidas e para clarificar os
critérios que guiaram a realização do trabalho e a reflexão por escrito sobre a
experiência de aprendizagem. elaborar o produto. - Existe a possibilidade de tornar
pública a resposta, por exemplo, publicar os projetos elaborados em um blogue ou em
fórum que suscite o intercâmbio e a valoração. - No guia, definem-se os critérios para
avaliar o trabalho. Estes critérios promovem a autorregulação. - Descrevem-se com
bastante clareza as evidências que podem ser julgadas como relevantes em relação
aos critérios de avaliação que se definem. b. Que aspectos da elaboração do exercício
podem contribuir para a aprendizagem reflexiva? - Estimula-se o esforço e se
reconhecem pequenas conquistas através das tarefas optativas que se propõem (por
ex. inserir imagens, melhorar a edição...). - O produto solicitado “Projeto editorial”,
percebe-se como um desafio profissional. De acordo com os testemunhos dos
estudantes, parece que se aceita com entusiasmo e com responsabilidade. - Embora o
exercício se coloque de maneira individual, não exime a interação social e, de fato,
ocorre entre os estudantes e entre estes e a docente enquanto realizam seu trabalho.
Promove-se o pensamento crítico dos estudantes, solicita-se, explicitamente, analisar a
informação do temário da disciplina desde múltiplas perspectivas e se exige a
avaliação crítica do conhecimento obtido. Por exemplo, elaborar resumos ao final de
cada item, utilizando organizadores gráficos do conteúdo como esquemas, quadros
sinóticos, mapas conceituais, etc.). - Assinalar nexos lógicos e importância prática. - O
produto que se solicita deixa suficiente margem à criatividade. - Avalia-se
especialmente a análise da realidade incentivando a aplicação do conhecimento e a
solução de problemas. Por exemplo, sugere-se incluir perguntas e casos ao final de
cada capítulo. - Finalmente, solicita-se aos estudantes a reflexão sobre o processo de
aprendizagem. Esta circunstância, além de promover ações autorreguladoras ligadas à
fase de valoração, permitiu conhecer diferentes estratégias que implementaram os
estudantes durante a realização do exercício de avaliação. Também se pode supor que
as demandas deste trabalho exigiram auto e regular suas ações, orientá-las para
metas exigentes e ser conscientes do esforço que representa conseguir resultados de
aprendizagem significativa, profunda e transcendente.

5.
QUESTÃO 5:
FP102 - Aprendizagem estratégica e desenvolvimento profissional

ATENÇÃO: ESTA PERGUNTA É DE CARÁTER OBRIGATÓRIO, CASO NÃO SEJA


RESPONDIDA NÃO SERÁ POSSÍVEL ACESSAR O EXAME

Avalie quão estimulantes foram os exercícios para promover a reflexão e a


aprendizagem nesta disciplina.
Estabeleça uma pontuação, em uma escala de 1 a 5, onde 1 seria o valor mínimo (nada
estimulantes) e 5 o valor máximo (muito estimulantes).

Selecione uma opção de resposta:


a. 1 - Nada estimulantes
b. 2
c. 3
d. 4
e. 5 - Muito estimulantes

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