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Continuando com este conceito, Coll (1994) sustenta que a estrutura cognitiva
de uma pessoa é a que decide a respeito dos significados do material novo e de
sua aquisição e retenção. No processo de aprendizagem significativa integra-se
a nova informação aos esquemas de conhecimento do sujeito que aprende. A
aprendizagem significativa será mais eficaz que a memorística porque será
retida por mais tempo, facilita novas aprendizagens relacionadas e mais bem
integradas com outros conhecimentos. Com o tempo persistem as ideias
fundamentais mais além do esquecimento de detalhes e estarão disponíveis com
mais facilidade para sua aplicação.
Assim, Ausubel propõe dois eixos de análise: por um lado, o tipo de
aprendizagem que o estudante realiza, quer dizer, <i>"os processos mediante
os quais codifica, transforma e retém a informação, e iria da aprendizagem
meramente memorística ou repetitiva à aprendizagem plenamente significativa...
(Pozo, 1994, p. 210) e, por outro lado, encontra-se a estratégia de instrução
planejada para promover a aprendizagem, na qual se contempla desde o ensino
puramente receptivo até o ensino baseado exclusivamente na descoberta
espontânea por parte do estudante.
A aprendizagem significativa é produto da interação entre uma informação nova
e a estrutura cognitiva pré-existente. Neste sentido, Ausubel et al (1978, p. 38)
aportam que "<i>o resultado da interação que tem lugar entre o novo material
que será aprendido e a estrutura cognitiva existente é uma assimilação entre os
velhos e os novos significados, para formar uma estrutura cognitiva mais
altamente diferenciada</i>". Os significados são sempre uma construção
individual, a aprendizagem supõe uma reestruturação da própria estrutura
cognitiva. Pozo (1994, p. 216) considera que esta situação não é incompatível
com a colocação de Ausubel de que a maior parte dos significados se recebe,
não se descobre, já que "<i>de fato, a aprendizagem significativa é a via pela
qual as pessoas assimilam a cultura que as rodeia... Uma ideia fortemente
vigotskiana que faz da teoria de Ausubel complemento instrucional adequado
como marco teórico geral de Vygotsky.
A aprendizagem significativa obtém-se quando se assimila com algum conceito
já existente na estrutura cognitiva do sujeito, a nova informação recebida pelo
aluno está vinculada aos aspectos relevantes e pré-existentes em sua estrutura
cognitiva, o produto final supõe uma modificação, tanto das novas ideias
aprendidas como dos conhecimentos já existentes. Na hora de trabalhar em TIC,
define-se como marco referencial a noção de aprendizagem significativa e as
condições que promovem a obtenção do mesmo. O papel-chave é cumprido pelo
estudante no processo de construção de aprendizagem, que deve manifestar
uma disposição significativa para o mesmo, uma atitude ativa marcada pelos
fatores de atenção e motivação. Mas afirma-se que "interesse por aprender" não
é somente uma responsabilidade do estudante, também é função do docente
criar as condições para que o estudante consiga comprometer-se em seu
processo de aprendizagem e decida realizar o esforço que o mesmo implica. É
fundamental, então, o papel dos professores, dos materiais didáticos como
agentes facilitadores ou mediadores do processo de aprendizagem.
2.3. Princípios psicopedagógicos derivados das abordagens construtivistas
A partir do desenvolvimento das diferentes abordagens do construtivismo
recuperam-se, a modo de síntese, os principais contributos que se consideram
como válidos para analisar situações de aprendizagem no contexto educativo e
as condições que favoreceriam a aprendizagem significativa. Consideram-se
como marco de referência para esta síntese os princípios psicopedagógicos
sociais da aprendizagem assinaladas por Coll (1992) e os contributos de Onrubia
(2007).
1. Nível de desenvolvimento: as exigências educativas escolares estão
condicionadas pelo nível do desenvolvimento operatório do aluno. É
necessário considerar o nível de desenvolvimento que os estudantes têm
em um momento dado, como requisito para novas aprendizagens.
2. Zona de desenvolvimento próximo: a diferença entre o que o aluno é
capaz de fazer e aprender por si só (desenvolvimento real) e o que é
capaz de fazer e aprender com o concurso de outras pessoas,
observando-as, imitando-as, seguindo suas instruções ou colaborando
com elas (nível de desenvolvimento potencial), é o que Vygotsky
denomina zona de desenvolvimento próximo. Levanta-se aqui a
necessidade de complementar o princípio anterior com este princípio e
resgatar a incidência que o ensino tem. A ação educativa deve partir do
nível de desenvolvimento do criança, não para acomodar-se a ele, mas
sim para fazê-lo progredir através de sua zona de desenvolvimento para
novas zonas de desenvolvimento real.
3. Esquemas de conhecimento e conhecimentos prévios:a estrutura
cognitiva do aluno está configurada como um conjunto interconectado de
esquemas de conhecimento que pôde construir em suas experiências
prévias de aprendizagem. Estes esquemas vão se modificando,
atualizando segundo as diferentes experiências e reestruturações que
realiza. Estes esquemas, como representações de conhecimento que o
aluno tem, são o ponto de partida de novas aprendizagens.
4. Aprendizagens significativas:a educação escolar deve assegurar a
realização de aprendizagens significativas quando se estabelece uma
relação profunda e substantiva entre os conteúdos novos e os
conhecimentos prévios e se supera a relação de caráter superficial,
arbitrária e memorística mecânica. Para que a aprendizagem seja
significativa, devem cumprir-se seguintes condições:
Para terminar, Area Moreira (2008, p. 50) completa este olhar com a definição
de dez considerações em torno de ações para desenhar salas de aula virtuais
que promovam aprendizagens significativas
1. Criar espaços para que os estudantes falem e se comuniquem
permanentemente (fórum, chats, e-mail...).
2. Expor tarefas que exijam a atividade intelectual do aluno como ler,
escrever, analisar, procurar, refletir.
3. Combinar tarefas individuais (ensaios, diários, <i>blogs</i>) com tarefas
coletivas (<i>wikis</i>, glossários
4. Oferecer calendário detalhado com as tarefas do curso
5. Incorporar guias e recursos para a realização autônoma das atividades
6. Estimular a motivação e participação do alunato
7. Incorporar documentos de consulta sobre o conteúdo de diversos
formatos
8. Manter, de forma periódica, boletim de notícias do professor
9. Estabelecer publicamente critérios de avaliação
10. Oferecer tutorização e <i>feedback</i> contínuo entre o professor e cada
aluno sobre os resultados da avaliação.
Tarefa de reflexão 2.1.
A seguir, propõem-se duas tarefas muito simples, com o objetivo de que possa
assumir os principais conceitos sobre o tema, assim como sua aplicação a seu
papel docente em alguma instituição educativa
1. Realize um quadro comparativo no qual se expliquem as principais
contribuições do construtivismo ao ensino. Para isso, a modo de exemplo, pode
escrever o autor no eixo horizontal do quadro e as contribuições no eixo vertical
do mesmo
2. Realize um ensaio ou diário pessoal sobre as tarefas individuais e
coletivas que realiza, tanto como professor como conjuntamente com seus
alunos e alunas. Reflita sobre o papel que realizam as TIC em suas sessões de
aula e se a utilização destas veem de uma abordagem construtivista.
Consulte no campus virtual os comentários sobre esta tarefa que se encontram
no tópico de "Avaliação" da disciplina.
2.6. Conclusão
A concepção construtivista mostra a aprendizagem escolar como o resultado de
um complexo processo de intercâmbios funcionais que se estabelecem entre
três elementos: a atividade mental construtiva do aluno que aprende, o conteúdo
objeto da aprendizagem e o professor que ajuda o aluno a construir significados
e atribuir sentido ao que aprende.
Os princípios psicopedagógicos recuperam-se como síntese dos contributos das
abordagens construtivistas para entender e analisar os processos de
aprendizagem:
1. Nível de desenvolvimento: as experiências educativas escolares estão
condicionadas pelo nível de desenvolvimento operatório do aluno.
2. Zona de desenvolvimento próximo: a partir deste conceito-chave,
recupera-se a incidência que o ensino tem em propostas desenhadas em TIC.
3. Aprendizagem significativa: quando se estabelece um relação profunda e
substantiva entre os conteúdos novos e seus conhecimentos prévios. Presta-se
atenção especial às condições requeridas para a aprendizagem significativa.
4. A aquisição de estratégias cognitivas é base para a obtenção de
aprendizagens.
5. A modificação dos esquemas de conhecimento do aluno é o objetivo da
educação.
6. A interação social deve constituir o marco da aprendizagem construtiva,
entendida esta como uma atividade interpessoal
7. Reflexão sobre a própria aprendizagem e autorregulação das mesmas.
De igual modo, definiu-se a aprendizagem em ambientes virtuais com TIC onde
se concebe o estudante como sujeito ativo de sua própria aprendizagem. A
aprendizagem em ambientes virtuais de aprendizagem implica que o estudante
não realize uma reprodução do material que o ambiente lhe propõe para
aprender, pelo contrário, implica, por sua parte, uma reelaboração desse
conteúdo a partir de sua estrutura cognitiva A significatividade lógica pode
garantir-se desde o desenho dos materiais de aprendizagem, em troca, a
significatividade psicológica só pode promover-se através de boas formas de
ajuda ou mediação, que permite que esses materiais sejam adaptados ao próprio
processo de aprendizagem dos alunos.
O ponto de partida serão os conhecimentos prévios que possui, suas motivações
e interesses e, no caso específico do uso de materiais virtuais, além disso influirá
o conhecimento, experiência do manejo e uso dos mesmos. Levantam-se certas
potencialidades que as TIC fornecem para o desenvolvimento de aprendizagem
nos ambientes virtuais de aprendizagem: formalismos, interatividade,
dinamismo, multimídia e hipermídia. Por último, definem-se princípios
psicopedagógicos que derivam em sugestões para a construção de ambientes
virtuais construtivistas e para a elaboração dos materiais didáticos multimídia
para o trabalho nestes ambientes.
Capítulo 3 .- O behaviorismo
Capítulo 3 - O behaviorismo
3.1. Introdução
Neste capítulo, trataremos de realizar uma compilação sobre a teoria da
aprendizagem behaviorista. Esta teoria amplamente difundida teve seu apogeu
em princípios do século XX, embora na atualidade continue vigente em muitos
campos da ciência. Sua premissa fundamental radica na mudança, mediante
condicionamento, que se pode realizar do comportamento e, portanto, da
aprendizagem, por isso se estuda o condicionamento tanto clássico como
operante.
Nesta mesma linha, não podíamos esquecer-nos da aprendizagem social de
Albert Bandura. Para finalizar, exporemos como o enfoque que caracteriza estas
teorias deu lugar, nas tecnologias da informação e da comunicação, ao ensino
programado. Dentro deste estudaremos seu conceito e seu programa.
O outro pioneiro foi Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Fez parte do Colégio
Hamilton, em Nova Iorque, com a intenção de converter-se em escritor. Concluiu
que tinha poucas experiências e que lhe faltava uma forte perspectiva pessoal
com a qual escrever. Começou a interessar-se pelos comportamentos e ações
das pessoas quando viu que não tinha talento como escritor. Decidiu abandonar
a literatura e passar a ser estudante de psicologia na Universidade de Harvard,
onde se graduou e doutorou. Chegou a fazer parte desta instituição como
pesquisador em 1936, para logo passar a desenvolver sua atividade docente na
Universidade de Minnesota e depois na Universidade de Indiana, antes de voltar
para Harvard como professor em 1948, onde exerceria o resto de sua vida. Oito
anos antes de sua morte recebeu a primeira menção por uma vida contribuindo
para a psicologia pela <i>American Psychological Association
Mais ou menos ao mesmo tempo em que Ivan Pavlov trabalhava com os cães
que salivavam, o psicólogo americano Edward Lee Thorndike observava gatos
famintos para determinar como resolviam problemas. Thorndike introduzia gatos
famintos em caixas de problemas, jaulas das quais os animais podiam escapar
executando atos simples como puxar uma corda, pressionar uma alavanca ou
ficar sobre uma plataforma. Como incentivo para solucionar o problema,
colocava-se comida fora e perto da jaula, onde pudesse ser vista e farejada.
Thorndike observava com atenção como numerosos gatos aprendiam a sair de
diversas caixas. Afirmava que todos os animais, incluindo as pessoas, resolviam
problemas por meio da aprendizagem de tentativa e erro; ao princípio a criatura
ensaia várias respostas instintivamente. As condutas bem-sucedidas se
tornavam mais frequentes, supõe-se que pelo prazer do êxito. Ao mesmo tempo,
os atos fracassados serão eliminados, porque não produzem o efeito desejado.
Em outras palavras, o prazer das consequências constitui uma influência-chave
na aprendizagem; esta ideia é conhecida como lei do efeito