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KERBES, Zenaide Ines Schmitz. Conhecendo São Carlos.

São Carlos: Gráfica Editora Porto Novo,


2004. 260p.

Livro físico disponível na biblioteca, leitura em março/2023.

As entrevistas foram realizadas na língua alemã, pois se não fossem realizadas nesta fala, com
certeza, sua obtenção teria sido deficitária, já que a grande maioria dos sujeitos não sabe se
expressar em outra língua. Dessa forma, teve-se a oportunidade de perceber a língua
enquanto forma principal de identificação desta coletividade. Sendo assim, buscou-se
transcrever as falas na língua alemã para permitir seu “encanto” e originalidade dialética. (p.
12) Apresentação.

2.7 POVOAMENTO DAS COMUNIDADES

A primeira igrejinha de São João foi construída em 1932 pelos próprios colonos, a área foi
doada pela Companhia Territorial Sul Brasil. Esse espalho não serviu apenas para as
celebrações os cultos, foi também utilizado como escola servindo na alfabetização das
crianças. Recebeu a denominação Schulkapelle, Escola-Igreja, e o ensino era ministrado em
língua alemã. Como esta igrejinha estava em condições precárias, sentiu-se necessidade de
construir uma outra, muito maior, já que agora a comunidade havia crescido. Assim, com o
apoio de toda a comunidade, foi possível, em 1951, construir uma capela muito bonita,
servindo para as celebrações religiosas e para a catequese. (p42-3)

2.7.3 Linha Massing

A família Sander fez a doação da estátua da padroeira da comunidade “Nossa Senhora de


Fátima”, a qual fora abençoado pelo Pe. Jacó e, após esse acontecimento, todos os finais de
semana, as famílias se reuniam para fazer seu culto religioso, em língua alemã. P. 60

2.7.13 Centro Aguinhas

Além da migração gaúcha para São Carlos que estava em seu auge, ocorreu o interesse da
Companhia em tazer colonos estrangeiros. As terras da Companhia foram visitadas pelo
Comissariado de emigração da Alemanha. Em 1930, após tal visita, a Alemanha enviou 1.200
agricultores teuto-russos. Dos 1200 imigrantes, aproximadamente 240 pessoas de religião
católica passaram a se estabelecer na Linha Aguinhas, em São Carlos. A Companhia separou
devidamente os imigrantes teuto-russos protestantes e os teuto-russos católicos. Para Linha
Aguinhas vao fixaram-se os imigrantes teuto-russos católicos e, na colônia de Palmitos, os
teuto-russos de origem protestante. P. 89

Ainda sobre os teuto-russos, a autora cita as dificuldades: “desconhecimento da mata e do tipo


de relevo”

“As primeiras celebrações na comunidade eram realizadas na casa dos moradores e consistia
na reza do terço, ladainhas, leitura e explicação do evangelho e cantos, tudo isso feito em
alemão, uma vez que não sabiam outro idioma. P.95

4. EDUCAÇÃO SÃOCARLENSE

4.1 Histórico da EEB Cardeal Arcoverde

O assistencialismo de Nereu Ramos, governador a partir de 1935 e interventor entre os anos


de 1937 e 1945, deu grande importância à escola. Medidas foram tomadas para tornar a
escola obrigatória e frequência escolar, como a “quitação escolar” e a proibição do ensino
domiciliar. A quitação escolar previa que a população catarinense, para ser admitida ou
poromivida em serviço publico, para ter contrato com o estado ou receber dinheiro publilco,
deveria, obter, junto à escola mais próxima de sua residência, um atestado de que seus filhos
frequentavam a escola oficial.

A partir de 1938, investiu no projeto de Nacionalização do Sistema Escolar Catarinense,


quando se concretizaram medidas como a proibição do uso da língua estrangeira nos
estabelecimentos escolares e a criação da Superintendencia Geral das Escolas Particulares e
Nacionalização do Ensino. Também obrigou todos os professores de escolas privadas
apresentarem, no prazo de cinco semanas, um exame de Língua Portuguesa. Os não aprovados
deveriam ser afastados. Como no interior do Estado, em especial na colônias alemãs, a maioria
das escolas eram particulares, e o ensino era ministrado em alemão, fez-se necessário uma
radical mudança.

A ligação da igreja com o ensino trazia bons resultados. A primeira escola a funcionar passou a
ser dirigida e ministrada por Nicolau Schoenberger. Sua sede era a própria igreja.
Schoenberger exerceu o magistério durante a década de 1930. Tipico das colônias alemãs,
falar a língua alemã era garantir e manter a identidade cultural. O período de nacionalização
em São Carlos trouxe tristeza e insatisfação para as pessoas, pois,em sua maioria, não
entendiam nada em Língua Portuguesa. As músicas que cantavam eram em alemão, as missas
e as aulas eram ministradas na língua alemã.

Assim, a preocupação do Estado era com as regiões onde existiam as colônias germânicas. Essa
preocupação em fazer valer a legislação, houve a orientação e a fiscalização nas escolas, para
garantir a nacionalização do ensino, era um processo deficnete no oeste catarinense.

Confome discurso exposta no Jornal “A voz de Chapecó”:

São Carlos e digna e merecedora de possuir casas escolares, para a


necessária alfabetização dos nossos patrociozinhos, homens de
amanhã. Esta vila é aquela onde impera em sua maior parte a
população teuta, onde a falta de casas escolares, vem facilitando a
continuidade da linguaem seus antecedentes, com graves danos para
a própria infância, ao município, Estado e Patria..

Esses discursos demonstram uma inoperância do próprio Estado, no sentido de efetivar a


nacionalização do ensino. Porém, cabe destacar que mesmo a fiscalização do estado não
estando presente, muitos sujeitos da própria coletividade abraçaram a ausa da nacionalização
(p. 144-5)

4.3 HISTORICO DA EEBA PROFESSOR MARIO XAVIER DOS SANTOS

A primeira igrejinha de São João foi também a primeira escola da comunidade, foi construída
em 1932, pelos próprios colonos. A área foi doada pela Companhia Territorial Sul Brasil. Esse
espaço não serviu apenas para as celebrações dos cultos, foi também utilizado como escola,
servindo na alfabetização de crianças. Recebeu o denominação Schulkapelle, Escola- Igreja, e o
ensino era ministrado em língua alemã.(p. 167)

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