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Mas foi somente no fim da década de 1990 que tudo foi reunido,
sistematizado e narrado de forma cronológica e detalhada pelo então
estudante Michelson Borges. O que era apenas um requisito acadêmico
para se obter o diploma universitário tornou-se uma radiografia do
desenvolvimento da Igreja no País.
Dois anos e meio depois de formado, fui chamado para trabalhar como
editor na Casa Publicadora Brasileira (CPB). Aí tive acesso a mais
informações nos arquivos da editora, conheci outros pesquisadores
do adventismo, como Edegardo Max Wuttke, e enriqueci o conteúdo da
obra. O livro acabou sendo publicado pela CPB, no ano 2000, com o selo
comemorativo dos 100 anos da editora.
Após duas décadas desde que o livro foi publicado pela primeira vez, o
que essa edição traz de novo?
Nessas duas décadas, pude viajar para vários lugares que eu não conhecia,
em três continentes, e fazer pesquisas in loco. Com a disponibilização
digital de acervos como o da Review and Herald e outros, ficou muito mais
fácil pesquisar. Além disso, trabalhos acadêmicos como as dissertações de
mestrado dos pastores Marcelo Mendes de Melo Moura
e Edegar Link foram muitos úteis, no sentido de revisar e corrigir certas
informações. O pastor Link fez um excelente trabalho ao unir as pontas
soltas das histórias alemã e brasileira, no que diz respeito aos primórdios
do adventismo em nosso País. Emir Schmitt foi outro pesquisador que me
ajudou a aprofundar a história dos Hort.
Ao longo dos anos, livro tem auxiliado crianças e adolescentes a
compreender a dimensão e relevância do trabalho dos primeiros
missionários (Foto: Mikhael Borges)Outra novidade foi a inserção de um
quadro com perguntas no fim de cada capítulo, intitulado “Exemplo dos
pioneiros”. O objetivo é fazer um resumo e destacar os pontos mais
importantes do capítulo, além de promover discussão ou reflexão sobre o
legado dos pioneiros. Posso dizer que a segunda edição revista e
atualizada de A Chegada do Adventismo ao Brasil está muito mais precisa,
enriquecida com detalhes novos, mas sem perder a carga emocional e
motivacional que sempre caracterizou essa obra que, entre os livros que
escrevi, é o meu preferido.
Guilherme Stein Jr. foi o nosso John Andrews. Jovem tremendamente culto,
leu o livro O Grande Conflito em alemão e aceitou a mensagem adventista,
abrindo mão de uma promissora carreira de empresário para se dedicar à
obra adventista como colportor, professor, diretor de escola e editor. Diz-
se que ele conhecia 40 idiomas, tendo se tornado o pioneiro do
criacionismo no Brasil.
Então, percebendo que poderia ser uma intervenção divina, deixou que o
animal seguisse para onde queria. Depois de mais algum tempo de
viagem, chegaram a uma casa no meio do mato. O pastor bateu na porta,
identificou-se e foi informado pela família de que eles estavam orando
fazia dois anos pela visita de um ministro adventista. Graf ficou alguns dias
com aqueles colonos, estudaram a Bíblia e todos foram batizados!
Essa pergunta me faz pensar nos três lugares mais especiais que visitei
durante minhas pesquisas – três cemitérios. O cemitério de Battle Creek,
em Michigan, nos Estados Unidos, contém os túmulos de muitos pioneiros
norte-americanos, como o casal Tiago e Ellen White. Um lugar inspirador
que transpira esperança.