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Línguas indígenas 1
Denny Moore
1. Contexto histórico
A população indígena que atualmente vive no Brasil foi muito maior
no passado, com uma multiplicidade de sociedades e línguas. Segundo
Roosevelt (1994), a cerâmica mais antiga no Novo Mundo (6000-8000 anos
no passado) foi encontrada no Rio Amazonas, na planície aluvial na qual
populações densas moravam na época do primeiro contato europeu. Outras
regiões do Brasil, tais como o planalto central, o N ardeste semiárido e a
região meridional, eram igualmente habitadas por consideráveis populações
indígenas, muitas das quais foram destruídas ou absorvidas.
O contato europeu começou com a chegada da esquadra liderada
por Pedro Álvares Cabral em 1500. Ele encontrou alguns Tupinambás na
costa leste do Brasil. A imigração europeia foi relativamente limitada nos
dois primeiros séculos. O homem europeu frequentemente tinha esposas
indígenas e uma classe de mestiços foi produzida, fato que foi importante
no processo de colonização. Durante esse processo, um grande número
de nativos foi realojado e obrigado a aprender a língua do mestiço, Língua
Geral ou Nheengatú (Nhengatu), uma língua Tupí-Guaraní originalmente
falada na costa que foi modificada por efeitos do substrato e empréstimos
do português. Vários dialetos do Nheengatú ainda persistem na Amazônia.
Com a expulsão dos jesuítas em meados do século XVIII, o Estado assu-
miu o controle da maioria das comunidades do povo nativo transferido
às reduções. Nesse período a população já sofria um declínio devido às
doenças ocidentais.
217
As regiões do Brasil que foram ocupadas por mais tempo têm o menor
número de sociedades indígenas e menos línguas nativas, especialmente o
Leste brasileiro, onde poucos grupos indígenas ainda falam suas línguas.
Rodrigues (1993) estima que 75% das línguas indígenas foram extintas du-
rante os últimos 500 anos. A sobrevivência de grupos nativos está em maior
número em áreas remotas, especialmente na Amazônia, onde o contato
com a sociedade nacional foi mais recente e menos intenso. Ainda há grupos
nativos que vivem fora do contato com o mundo de fora. É comum grupos
recém-contata dos ainda perderem dois terços de suas populações devido a
doenças ocidentais - uma perda desnecessária, já que as doenças responsá-
veis por essas perdas de vida e língua são tratáveis e podem ser prevenidas.
5. Troncos linguísticos
9. Línguas isoladas
Sete línguas não são conhecidas como sendo afiliadas com outras.
Dessas, Aikanã, Kanoê e Kwazá estão situadas na mesma região, no sul de
Rondônia. A língua dos Irántxe (lrântxe) e dos Mynky é falada próxima às
Tabela 1
Tronc o Macro-Jê · '
(Continua)
Unidade Diale tos, No.
linguística Grupos Falantes População Transmissão Estud os Urgen te
Familia Boróro
Borór o 500-900? 1392 varia 2
Familia Guató
Guató
5 [40] 344 baixa 2
Familia Jabútí
Djeor omitx í
(Jabuti) 30? 165 baixa 1 !
Arika pú
2 29 sem 1 !
FamiliaJê
Akwé n Xakriabá O? 7665 sem !
Xavánte maior ia 13 .303 alta 2
Xerénte maior ia 2560 alta 2
Apinayé maioria? 1525 alta? 2
Kaingáng Kaing ángdo 18.500·
Paran á 19.000 3 total
Kaingáng
Centr al 25000 total
Kaing ángdo
Sudoe ste
Tabela 2
TroncoTupí
(Continua)
Tabela 3
Família Aruák (Maipure)
(Continua)
Tabela 4
Família Karíb
Tabela 6
Família Tukáno
Unidade Dialetos, (Continua)
linguística No.
Grupos Falantes População Transmissão
Arapáso Estudos Urgente
O? 569
Bará (W aim ajã) o
todos? 21
Barasána o
todos? 34
De sán a o
pró x. Siriáno
500-600 2204
Yurutí (Jurití) me d 1
pró x. Tu yú ka
O? O? [50?]
'<.arapanã
tod os? 63
o
Tabela 7
Família Arawá
Tabela 8
Família Katukína
Tabela 10
Família Nambi kwára
Tabela 11
Família Txapakúra (Chapakura)
Tabela 12
Família Yanom ámi
Tabela 14
Línguas Isoladas
Tabela 15
Línguas Crioulas
Referências
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lo genét ico entre los grupo s linguísticos
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