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APRESENTAÇÃO
Antes de falarmos sobre a criação deste material, vejamos o que nos diz o eminente gramático Evanildo Bechara, na apresentação da
coleção “Na ponta da Língua”:
Há duas maneiras de aprender qualquer coisa: uma, leve, suave, com informações corretas mas superficiais, que, pela
incompletude da lição, não indo aos assuntos a ela correlatos, acaba sendo insuficiente para permitir a fixação da aprendizagem.
É um método que pode agradar, e até divertir o leitor menos exigente; mas não lhe garante o sucesso do conhecimento.
A segunda maneira é aquela que procura dar um passo à frente da resposta breve e imediata: estabelece relações entre a
dúvida apresentada e outros assuntos afins, de modo que, aprofundando um pouco mais a lição, amplia o conhecimento e garante
sua permanência, porque não se contenta em ficar na superfície dos problemas e das dúvidas.
Falamos em superfície, e a palavra nos sugere agora uma comparação entre as duas maneiras de aprender das quais
vimos tratando. A primeira ensina a pessoa, no mar de dúvidas, a manter-se à superfície; não afunda, mas não sai do lugar. A
segunda, além de permitir à pessoa permanecer à superfície, ensina-lhe a dar braçadas, ir mais além. Assim, pela primeira
maneira, a pessoa boia; pela segunda, nadando, avança e chega a seu destino.
APRESENTAÇÃO
Analisando, decifrando e buscando entender a mente do estudante (lembrando-me, inclusive, das dificuldades
que eu mesmo tinha com a linguagem na época de colégio e, com base nos meus atuais estudos de hipnoterapia,
psicologia e PNL, investigando como o meu próprio pensamento se modelava), pude perceber algumas falsas crenças
comuns à maioria dos que estudam a língua portuguesa para concursos ou vestibulares.
Essas falsas crenças acabam impedindo o aluno de alcançar a profundidade do estudo, saindo da sua
estrutura superficial. São essas falsas crenças que levam o estudante a passar anos a fio debruçado sobre uma
gramática e, na hora de produzir um texto, falar “eu sei o que eu quero dizer, mas não consigo passar para o papel”.
São essas falsas crenças que levam o candidato a dizer que “nessa prova não caiu nada de gramática, foi só análise de
texto... mas sempre vou mal quando é questão de texto”.
Pensando nisso tudo, separei 3 dessas principais falsas crenças para ajudar você a mudar a sua visão do estudo
da Gramática. Talvez (e provavelmente) isso vá contra aquilo que você sempre viu na época de escola (e até lhe
rendia boas notas), mas acredite: é isso que faz com que você não consiga lidar com as questões das provas ou sinta
dificuldades em se expressar verbalmente na redação.
Infelizmente, não somos habituados, no colégio, a valorizar a sequência gradativa dos assuntos: a matéria
do primeiro bimestre não pode aparecer na prova do segundo, a do segundo não aparece na prova do
terceiro, e por aí vai... no entanto, quando falamos em linguagem, os assuntos estão intrinsecamente
ligados.
Suponha, agora, que você resolva estudar romeno (admitindo, claro, que você nunca tenha estudado
esse idioma): assim que você terminar o primeiro semestre do seu curso, pode rasgar o material didático
e comemorar, pois você não precisará mais daquilo, afinal, você passou para o segundo módulo. E assim
vai: a cada módulo avançado, você pode esquecer todas as lições anteriores! Creio que você deva estar
pensando: “claro que não, se eu for estudar uma língua estrangeira, só conseguirei avançar para os
módulos avançados se dominar os iniciais!”
A maioria das dúvidas de Sintaxe, por exemplo, são consequências de falhas conceituais da Morfologia.
Não digo falhas meramente de “classificação” (veja o próximo item), mas o desconhecimento da sua
aplicação. E assim vai: brechas na Morfologia levam a dúvidas na estrutura sintática, dúvidas na
estrutura sintática geram confusões no entendimento de concordância... e segue-se a bagunça
sequencial!
Agora você já sabe: comece o filme do começo. Se você dominar, por exemplo, a diferença entre
um artigo, uma preposição e um pronome oblíquo, eu garanto (GARANTO!) que saberá se ocorre
ou não crase em qualquer (QUALQUER!) situação. Sem precisar de “regra” nenhuma!
Aliás, esse papo sobre o entendimento da estrutura nos leva direto à segunda lição...
Só para exemplificar, vamos ver três “inhos” famosos da “macetologia” (RÉU CONFESSO: eu mesmo desaprendi gramática
assim quando estava no Ensino Médio. Eu passei por toda essa enganação barata e pela surpresa de descobrir que o
problema não era comigo! Entendo perfeitamente você...)
É mesmo?
a) “Comi batata.” – “Comi o quê? Batata.” Legal, “batata” é Objeto Direto.
c) “Sou concurseiro.” – “Sou o quê? Concurseiro.” Legal, “concurseiro” é... Predicativo do Sujeito??
Exemplos:
a) Eu não sei por que as pessoas agem assim. E aí? Você seria capaz de explicar os
b) Sem dizer por quê, as pessoas agem assim. quatro exemplos ao lado utilizando
c) Você agiu assim porque estava estressado? somente o
d) Não há porquê para se agir assim... “bizu milagroso”?
Viu só, Caco? Português tem mais exceção do que regra! Qualquer milagre da macetologia é
Você falou as regras e já deu um monte de exceção! Como seguido de uma manipulação de
eu decoro tudo isso??? exemplos: selecionam-se situações nas
A resposta é simples! Você não vai decorar exceções. quais o “-inho” dá certo e, se alguém
Aliás, nem regras, porque elas NÃO EXISTEM dessa maneira! ousar pensar com a própria cabeça, terá
Falar isso é como falar que toda fruta é verde! de se contentar com um “ah... aí é
Vá à causa, ao início, ao entendimento da estrutura. exceção”.
O que faz com que essa sentença seja de uma maneira, e a
outra seja diferente? Qual o sentido? O que a sentença Decora-se uma tabela
significa? descontextualizada e, se em um texto
Entenda a causa, e todo o resto será somente aparecer de modo diferente do que eu
consequência. Lembra-se da ideia de “ver o filme do decorei... opa, já entrei na próxima
começo”? Pois é... o estudante que fica decorando macetes lição!
é aquele cara que chega atrasado ao cinema e quer que a
pessoa ao lado “explique rapidinho o que aconteceu”.
Você pode explicar para mim o que significa a frase “tem um cachorro no jardim”?
b) Ao chegar, você trouxe sua filha de três anos, que adora animais.
Enquanto ainda estamos na sala, cumprimentando-nos, sua filha
corre até o quintal e volta, toda animada: “tem um cachorro no
jardim!”
Se, no início, você arriscou uma definição, tenho certeza de que agora pensou: “depende do contexto”.
A função da linguagem Em aula, quando um Outras vezes, preciso desse contexto para saber
é, antes de tudo, aluno tem dúvida, em que situação ele está considerando aquilo. Se eu
comunicar, e, como comumente peço-lhe ouvir a estrutura geradora de dúvida, imaginar, para
vimos, a comunicação que crie um contexto mim, uma sentença com ela e responder “sim” ou “não”,
depende do contexto. O em que aquela estarei respondendo apenas parcialmente, pois não sei
que aquela sentença, construção estaria como o aluno contextualizou aquilo na hora da dúvida.
aquela conjunção, aplicada. Normalmente, Imagine então dar uma “regra suprema geral universal
aquela preposição ou ao fazê-lo, ele mesmo já que se aplicará a toda e qualquer situação”? Qualquer
aquele tempo verbal se dá conta da validade tentativa disso será falha...
significam? Não sei! Em ou não daquela
qual contexto eles construção.
estão?
Esqueça nomes. Esqueça a tabela da Sua vida continuaria tranquila agora, se eu lhe
página 171 do “guia prático de macetologia dissesse que o primeiro “como”, por indicar uma
para concurseiros”... simplesmente leia a comparação, é uma “conjunção comparativa”. E, se o
sentença e veja a diferença de sentido entre os segundo “como” indica uma causa, ele será uma
“comos”. Mesmo que lhe fuja o nome conjunção... causal! Isso mesmo!
“técnico”, pense: o que o primeiro “como” está
indicando? E o segundo? Que sentido eles
têm?
O que eles indicam? Que sentido eles têm? Não estou perguntando se você se lembra dos nomes, estou pedindo que veja o que eles
significam. Só isso.
O primeiro mostra um problema, uma oposição, certo? Diremos que ele indica uma “adversidade”.
E o segundo? Mostra também uma oposição, um problema, uma adversidade? Ela ser esforçada é uma ideia contrária a ela ser
inteligente? Hm... parece que não. Jurema é inteligente e também é esforçada. Temos uma adição de informação, e não uma
adversidade, certo?
Muito bem. No primeiro caso, o “mas” é uma conjunção adversativa; no segundo, uma conjunção aditiva.
- Caco, espera aí! Mas na tabela que eu tenho não consta o “mas” como aditivo...
- E daí? No texto, as duas aplicações estão com o mesmo sentido?
- Não, mas...
- Então pronto. Quem manda no sentido? O texto ou a sua tabela?
Estudar a linguagem é muito, muito mais do que decorar tabelas, é entender a sua
amplitude, considerar-lhe o contexto de utilização nos processos de leitura e utilizá-la
como ferramenta para expressar-se com precisão nos processos de produção oral e
escrita.
Desse modo, vemos que a linguagem é, Essa aplicação, essa prática verbal oral e escrita, no
antes de tudo, uma ferramenta para a entanto, depende inteiramente do conhecimento técnico do
expressão. Decorar tabelas e macetes, código e nele se fundamenta e se fortalece. Quanto mais
fragmentando o conhecimento e tratando conhecemos as possibilidades gramaticais, dando braçadas,
as supostas “regras” como um ser indo mais além, mais dominamos as suas aplicações, assim
absoluto, independentemente do contexto como um operário se aperfeiçoa em sua atividade à medida
de sua produção, sem focar na sua que conhece as ferramentas que sua profissão lhe dispõe.
aplicação textual é como ter um carro com
as melhores peças e deixá-lo sem motor:
não adianta ter um carro bom, se ele não
anda, não cumpre sua função; não adianta
ter a teoria, se ela não cumpre sua função
prática. Termino esse nosso bate-papo, então, com
estas considerações de Mattoso Câmara Jr:
Bom, essa é uma história que passa por um professor MUITO RUIM, um aluno que não entendia
NADA, textos teatrais, Dostoievsky, Drummond, Cordel de Fogo Encantado, Linguística, Programação
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Caco Penna