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Cronologia da Aromaterapia

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aromaterapia/17357

MEDICINA-ALTERNATIVA

Na Babilônia foram encontradas placas de barros do ano 3000 a.C, que descreviam sobre a utilização de
ervas. A Farmácia babilônica era extensa, tinha a descrição de 1.400 plantas. Porém a prática da medicina
naquela época era muito precária. Heródoto, historiador grego, dá dicas de que era o costume deitar os
pacientes nas ruas e pedir opiniões as pessoas que passavam.

Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers comprou um volumoso rolo de papiro. Após ter decifrado a
introdução, Ebers foi surpreendido pela seguinte frase: «Aqui começa o livro relativo à preparação dos
remédios para todas as partes do corpo humano.»

Viria a provar-se ser aquele escrito o primeiro tratado médico egípcio conhecido. Compunha-se de uma
parte relativa ao tratamento das doenças internas e de uma longa e impressionante lista de medicamentos.

Atualmente, pode afirmar-se que, 2000 anos antes do aparecimento dos primeiros médicos gregos, já existia
uma medicina egípcia, organizada como conjunto de conhecimentos e de práticas distintas das crenças
religiosas. Duas das receitas incluídas no papiro de Georg Ebers são, efetivamente, consideradas como
remontando à 6ª dinastia, ou seja, cerca de 24 séculos antes do nascimento de Cristo.

[...]

Dentre as plantas mais utilizadas pelos Egípcios, é indispensável citar o zimbro, as coloquíntidas, a
romãzeira, a semente do linho, o funcho, o bordo, o cardamomo, os cominhos, o alho, a folha de sene, o lírio
e o rícino. Um baixo-relevo proveniente de Akhetaton ostenta uma planta medicinal que posteriormente
desempenharia um papel fundamental na farmacopeia da Idade Média: a mandrágora.

Os Egípcios conheciam também as propriedades analgésicas da dormideira, utilizada, segundo eles, na


preparação do «remédio contra as crises anormalmente prolongadas».
Mais notável ainda é o conhecimento progressivamente adquirido das regras de dosagem específicas para
cada droga; prática que se ampliou ao fabrico e à administração de todos os remédios, podendo afirmar-se
que assim nasceu à receita médica e a respectiva posologia.

Estes conhecimentos médicos iniciados no antigo Egito divulgaram-se nomeadamente na Mesopotâmia. Em


1924, o Dr. Reginald Campbell Thompson, do Museu Britânico, conseguiu identificar 250 vegetais,
minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas os médicos babilônios haviam utilizado,
especialmente a beladona, administrada contra os espasmos, a tosse e a asma; os pergaminhos da
Mesopotâmia mencionam ainda o cânhamo indiano, ao qual se reconhecem propriedades analgésicas e que
se receita para a bronquite, o reumatismo e a insônia.

O nome de Cleópatra é lendário e importante para a História da Aromaterapia, estando ligado à perfumaria.
Cleópatra foi à última das rainhas egípcias, apesar de não ter puro sangue egípcio. Era mais grega que
egípcia, reinou sobre um império moribundo – a força de sua personalidade foi suficiente para subjugar Júlio
César, bem como Marco Antônio. Já disseram que sua beleza não era tão notável. A sedução que exerceu
sobre Marco Antônio foi conseguida com seu uso liberal de perfumes. Há registros de que, em dada ocasião,
usou unguentos no valor de 400 denários - caríssimo, apenas para suavizar e perfumar suas mãos. Há
histórias de Cleópatra embeber as velas de seu navio com o óleo essencial de jasmim e todas as vezes que
cruzava o Nilo, todos sabiam que era ela, pois a reconheciam pelo seu perfume.

Também encontramos notas de faraós que usavam os ornamentos nas cabeças em formato de cone, contendo
os óleos que gotejavam pouco a pouco por seus cabelos aromatizando-os e produzindo uma grande atração e
poder sobre as pessoas.

Após a morte de Cleópatra, em 30 a.C o Egito se tornou uma província romana. Os romanos eram ainda
mais liberais no uso de perfume que os gregos. Seus perfumes eram acondicionados em garrafas
“unguentaria”, geralmente feitas de alabastro, ônix ou vidro e usadas para banhos – os banhos romanos. Os
perfumistas romanos unguentarii eram numerosos e ocuparam um trecho específico de uma rua da cidade, a
vicus thuraricus no Velabrum. Em Cápua, cidade notável por seu luxo ocupava toda uma rua. Usavam-se
três tipos de perfume: “Ladysmata” – unguentos sólidos, stymmata - óleos essenciais, e diaspasmata –
perfumes em pó.
Na Índia, a aromaterapia como parte da medicina ayurvédica, remonta aos tempos dos Vedas, uma coleção
de hinos datando aproximadamente 1500 a.C. Nessa época, os médicos indianos desenvolveram técnicas
cirúrgicas e criaram diagnósticos avançados. O tratamento, entretanto, era feito com ervas aromáticas e
fitoterápicas. O livro sagrado da Medicina Ayurveda, o Atharva Veda, inclui mais de 1000 ervas medicinais,
muitas das quais continuam sendo utilizadas até hoje.

A princípio eram os Gregos, e mais tarde, por seu intermédio os Romanos, os herdeiros dos conhecimentos
egípcios, desenvolvendo-os até um elevado nível. Aristóteles, espírito universal, estudou história natural e
botânica; Hipócrates, frequentemente considerado «o pai da medicina», reuniu com os seus discípulos a
totalidade dos conhecimentos médicos do seu tempo no conjunto de tratados conhecidos pelo nome de
Corpus Hippocraticum: para cada enfermidade descreve o remédio vegetal e o tratamento correspondente.

Catão, o Antigo, no século II a.C., mencionou no seu tratado De Re Rustica cento e vinte plantas medicinais
que cultivava no seu próprio jardim.
No início da era cristã, Dioscórides inventariou no seu tratado De Materia Medica mais de 500 drogas de
origem vegetal, mineral e animal. À semelhança dos seus predecessores, esforçou-se por ter em conta o
maravilhoso e separar o racional do irracional. Esta preocupação científica nem sempre foi seguida por
Plínio, o Antigo, cuja monumental História Natural contém por vezes descrições de algum modo fantasistas.

Finalmente, o grego Galeno, cuja influência foi tão duradoura como a de Hipócrates, ligou o seu nome
especialmente ao que ainda se denomina a «escola galênica» ou «farmácia galênica». Efetivamente,
distingue-se o emprego das plantas «ao natural»; ou seja, sob a forma de pós, das «preparações galênicas»,
em que solventes como o álcool, a água ou o vinagre servem para concentrar os componentes ativos da
droga, os quais serão utilizados para preparar unguentos, emplastros e outras formas galênicas.

O longo período que se seguiu no Ocidente, à queda do Império Romano, designado universalmente por
Idade Média, não foi exatamente uma época caracterizada por progressos científicos. Os domínios da
ciência, da magia e da feitiçaria tendem frequentemente a confundir-se; drogas como o meimendro-negro, a
beladona e a mandrágora serão consideradas como plantas de origem diabólica.

Assim, Joana D’Arc será acusada de ter «atormentado os Ingleses pela força e virtude mágica de uma raiz de
mandrágora escondida sob a armadura».
Contudo, não é possível acreditar que na Idade Média se perderam completamente os conhecimentos
adquiridos durante os milênios precedentes. Os monges, em razão aos seus conhecimentos do latim e do
grego, foram os detentores do saber da Antiguidade; grande número de mosteiros vangloriava-se dos seus
«jardins dos simples», onde cresciam as plantas utilizadas para o tratamento dos doentes. Ainda atualmente
se conserva a memória de Santa Hildegarda, a «santa curandeira», cujos tratados, conhecidos pelo nome de
Physica, além de resumirem os conhecimentos antigos, trazem à luz, pela primeira vez, as virtudes de
algumas plantas como a pilosela ou a arnica. No entanto, a medicina da Idade Média foi, sobretudo,
dominada pela Escola de Salerno; os eruditos que ali trabalhavam deram a conhecer, por intermédio de
sábios (como Avicena, Avenzoar e Ibn-el-Beithar) e dos textos árabes, grande número de obras da medicina
grega. Rogério de Salerno, no início do século XII, contribuiu para os consideráveis progressos da medicina
do seu tempo.

Foi, no entanto, no Renascimento, com a valorização da experimentação e da observação direta e com o


surto das grandes viagens para as Índias e as Américas, que se originou o período de progresso no
conhecimento das plantas e das suas virtudes.

No início do século XVI, o médico suíço Paracelso tentou descobrir a «alma», a «quinta-essência» dos
vegetais, de onde irradiam as suas virtudes terapêuticas.

Não dispondo, evidentemente, dos meios de análise que mais tarde seriam oferecidos pela tecnologia
moderna, tenta aproximar as virtudes das plantas das suas propriedades morfológicas, da sua forma e cor: é a
chamada «teoria dos sinais». O italiano Pier Andrea Mattioli, seu contemporâneo, comenta a obra de
Dioscórides, descobrindo as propriedades do castanheiro-da-índia, da salsaparrilha-da-europa e descreve 100
novas espécies.

Surgem os jardins botânicos: em 1544, Luca Ghini, professor em Bolonha, funda o de Pisa; em 1590,
Veneza confia a Cortuso o de Pádua. Olivier de Serres reforma a agricultura francesa no reinado de
Henrique IV, criando também, na sua propriedade de Pradel, em Vivarais, um admirável jardim de plantas
medicinais, imitado algum tempo depois por Luís XIII, que funda em Paris o Jardim do Rei, predecessor do
atual Museu Nacional de História Natural.

O desenvolvimento das rotas marítimas, abertas a partir do final do século XV, coloca efetivamente a
Europa no centro do Mundo. Os produtos dos países longínquos abundam e, entre eles, as plantas
provenientes de outros territórios. Os conquistadores testaram em si mesmos as propriedades medicinais de
muitas das plantas, suportando a experiência das propriedades mortais do curare; a casca de quina é utilizada
para fazer baixar a temperatura nas febres palúdicas muito antes de se ter conhecimento de como extrairia
dela a quinina.
A América transmitiu aos europeus o conhecimento das virtudes anestésicas e estimulantes da folha de coca.

No período compreendido entre os anos de 1800 e 1900, aumentam os cientistas que sintetizam mais e mais
compostos químicos. Começa novamente o declínio de tratamentos ou terapias com plantas que só voltam a
serem utilizadas em meados do ano de 1911.

No ano de 1920 René-Maurice Gattefosse, Ph. D., químico francês especialista na área de cosmética, cria o
termo aromaterapia. Enquanto trabalhava em seu laboratório, ele sofreu um acidente que resultou em uma
queimadura de terceiro grau em sua mão e antebraço. Ele mergulhou seu braço em uma tina contendo óleo
de lavanda, crendo que era água. Para sua surpresa, a dor da queimadura rapidamente diminuiu e durante um
curto espaço de tempo, com o contínuo emprego do óleo de lavanda, a queimadura cicatrizou
completamente sem a presença de qualquer tipo de cicatriz. Assim, como químico, Gattefosse dedicou-se a
análise do óleo essencial de lavanda e descobriu que ele continha uma série de substâncias químicas de
extraordinárias propriedades terapêuticas.

Posteriormente, baseado nas pesquisas de Gattefosse, um médico francês, o Dr. Jean Valnet, desenvolveu o
primeiro sistema de terapia por intermédio dos óleos essenciais. Durante a segunda guerra mundial, serviu
como médico na frente armada francesa nas muralhas da China, tratando das vítimas. Em uma ocasião, ficou
sem antibióticos e tentou a administração dos óleos essenciais. Para espanto de Valnet, os óleos essenciais
possuíam um poderoso efeito em reduzir e parar com os processos infecciosos. Devido ao nascimento de
uma nova forma de terapia, que não possuía ainda uma denominação clara e que fazia uso dos "aromas"
presentes nos óleos essenciais para tratar corpo e mente. Gattefosse criou o termo aromaterapia, termo que
em pouco tempo passou a ser utilizado em tratamentos com aromas por todo o mundo.

Além de criar o termo que denominou o uso terapêutico de óleos essenciais, Gatefosse escreveu o primeiro
livro sobre o assunto que recebeu o mesmo nome. Atualmente a aromaterapia é uma forma de tratamento
reconhecida em diferentes países e pela Organização Mundial da Saúde.

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