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HISTÓRIA DA AROMATERAPIA

Nos tempos primórdios, as ervas eram tratadas de maneira empírica e


os conhecimentos eram passados verbalmente pelas mulheres, de mãe para
filha, ao longo de milhares de anos. A vocação feminina para os cuidados da
casa, colheita das ervas e geração e manutenção da prole, facilitou a
transmissão do conhecimento e aprimoramento de técnicas para a prevenção
de doenças dentro do lar.
A Aromaterapia faz parte dos mais antigos métodos de cura. Foi
constatado o uso dos óleos aromáticos no embalsamamento de múmias
datando 6000 a.C; junto ao esqueleto havia vasilhas com folhas e plantas
medicinais. Porém, os primeiros registros só apareceram por volta de 3000 a.C,
quando foi criado o alfabeto Sumério.
Acredita-se que a história da Aromaterapia começou com a queima de
madeiras, folhas, gravetos e eucaliptos perfumados na Antigüidade. Esta
prática provavelmente apareceu a partir da descoberta de que algumas
fogueiras, como as feitas de cipreste e cedro, perfumavam o ar quando eram
queimadas. Na verdade, a nossa palavra moderna perfume deriva do latim per
fumum, que significa "através da fumaça". O incenso não foi, portanto, a única
utilização de fragrância nos tempos antigos. Em algum ponto entre os anos
7000 e 4000 a.C, as tribos neolíticas aprenderam que as gorduras dos animais,
quando eram aquecidas, absorviam as propriedades aromáticas e curativas
das plantas. Talvez folhas ou flores perfumadas tenham caído acidentalmente
na gordura enquanto a carne estava sendo preparada na fogueira. A
informação obtida nesse acidente levou a outras descobertas: as plantas
davam sabor à comida, ajudavam a curar ferimentos e suavizavam a pele seca
de forma bem melhor que a gordura sem fragrância. Essas gorduras
perfumadas, as precursoras das nossas modernas loções para massagem e
para o corpo, perfumavam quem as usava, protegiam a pele e os cabelos das
intempéries do tempo e dos insetos e relaxavam músculos doloridos. Elas
também afetavam a energia e as emoções das pessoas.
Podemos dizer que a Aromaterapia trabalha nosso corpo de maneira
natural e holística. Os óleos essenciais atuam no corpo restaurando nossas
energias curativas e proporcionando o balanceamento entre corpo, mente e
espírito.
A fumaça ou a fumigação foi provavelmente um dos usos mais antigos
das plantas aromáticas com efeitos alucinógenos, estimulantes ou calmantes.
Gradualmente esses conhecimentos foram passados geração a geração, até
chegar aos dias de hoje.

CRONOLOGIA DA AROMATERAPIA:

Na Babilônia foram encontradas placas de barros do ano 3000a.C, que


descreviam sobre a utilização de ervas. A Farmácia babilônica era extensa,
tinha a descrição de 1.400 plantas. Porém a prática da medicina naquela época
era muito precária. Heródoto, historiador grego, dá dicas de que era o costume
deitar os pacientes nas ruas e pedir opiniões as pessoas que passavam.
Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers comprou um volumoso rolo
de papiro. Após ter decifrado a introdução, Ebers foi surpreendido pela
seguinte frase: «Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para
todas as partes do corpo humano.»
Viria a provar-se ser aquele escrito o primeiro tratado médico egípcio
conhecido. Compunha-se de uma parte relativa ao tratamento das doenças
internas e de uma longa e impressionante lista de medicamentos.
Atualmente, pode afirmar-se que, 2000 anos antes do aparecimento dos
primeiros médicos gregos, já existia uma medicina egípcia, organizada como
conjunto de conhecimentos e de práticas distintas das crenças religiosas. Duas
das receitas incluídas no papiro de Georg Ebers são, efetivamente,
consideradas como remontando à 6ª dinastia, ou seja, há cerca de 24 séculos
antes do nascimento de Cristo.
Aproximadamente na mesma época, o Templo de Edfu desenvolveu
uma escola de medicina e mantinha um importante jardim de plantas
medicinais.
Dentre as plantas mais utilizadas pelos Egípcios, é indispensável citar o
zimbro, as coloquíntidas, a romãzeira, a semente do linho, o funcho, o bordo, o
cardamomo, os cominhos, o alho, a folha de sene, o lírio e o rícino. Um baixo-
relevo proveniente de Akhetaton ostenta uma planta medicinal que
posteriormente desempenharia um papel fundamental na farmacopéia da Idade
Média: a mandrágora.
Os Egípcios conheciam também as propriedades analgésicas da
dormideira, utilizada, segundo eles, na preparação do «remédio contra as
crises anormalmente prolongadas».
Mais notável ainda é o conhecimento progressivamente adquirido das
regras de dosagem específicas para cada droga; prática que se ampliou ao
fabrico e à administração de todos os remédios, podendo afirmar-se que assim
nasceu à receita médica e a respectiva posologia.
Estes conhecimentos médicos iniciados no antigo Egito divulgaram-se
nomeadamente na Mesopotâmia. Em 1924, o Dr. Reginald Campbell
Thompson, do Museu Britânico, conseguiu identificar 250 vegetais, minerais e
substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas os médicos babilônios haviam
utilizado, especialmente a beladona, administrada contra os espasmos, a tosse
e a asma; os pergaminhos da Mesopotâmia mencionam ainda o cânhamo
indiano, ao qual se reconhecem propriedades analgésicas e que se receita
para a bronquite, o reumatismo e a insônia.
O nome de Cleópatra é lendário e importante para a História da
Aromaterapia e está inextricavelmente ligado à perfumaria. Cleópatra foi à
última das rainhas egípcias, apesar de não ter puro sangue egípcio. Ela, mais
grega que egípcia, reinou sobre um império moribundo – a força de sua
personalidade foi suficiente para subjugar Júlio César, bem como Marco
Antônio. Já disseram que sua beleza não era tão notável. A sedução que
exerceu sobre Marco Antônio foi conseguida com seu uso liberal de perfumes.
Há registros de que, em dada ocasião, usou ungüentos no valor de 400
denários - caríssimo, apenas para suavizar e perfumar suas mãos. Há histórias
de Cleópatra embeber as velas de seu navio com o óleo essencial de jasmim e
todas as vezes que cruzava o Nilo, todos sabiam que era ela, pois a
reconheciam pelo seu perfume.
Também encontramos notas de faraós que usavam os ornamentos nas
cabeças em formato de cone, contendo os óleos que gotejavam pouco a pouco
por seus cabelos aromatizando-os e produzindo uma grande atração e poder
sobre as pessoas.
Após a morte de Cleópatra, em 30 a.C o Egito se tornou uma província
romana. Os romanos eram ainda mais liberais no uso de perfume que os
gregos. Seus perfumes eram acondicionados em garrafas “unguentaria”,
geralmente feitas de alabastro, ônix ou vidro e usadas para banhos – os
banhos romanos. Os perfumistas romanos unguentarii eram numerosos e
ocuparam um trecho específico de uma rua da cidade, a vicus thuraricus no
Velabrum. Em Cápua, cidade notável por seu luxo ocupava toda uma rua.
Usavam-se três tipos de perfume: “Ladysmata” – ungüentos sólidos, stymmata
- óleos essenciais, e diaspasmata – perfumes em pó.
Na Índia, a aromaterapia como parte da medicina ayurvédica, remonta
aos tempos dos Vedas, uma coleção de hinos datando aproximadamente
1500a.C. Nessa época, os médicos indianos desenvolveram técnicas cirúrgicas
e criaram diagnósticos avançados. O tratamento, entretanto, era feito com
ervas aromáticas e fitoterápicas. O livro sagrado da Medicina Ayurveda, o
Atharva Veda, inclui mais de 1000 ervas medicinais, muitas das quais
continuam sendo utilizadas até hoje.
A princípio eram os Gregos, e mais tarde, por seu intermédio os
Romanos, os herdeiros dos conhecimentos egípcios, desenvolvendo-os até um
elevado nível. Aristóteles, espírito universal, estudou história natural e botânica;
Hipócrates, freqüentemente considerado «o pai da medicina», reuniu com os
seus discípulos a totalidade dos conhecimentos médicos do seu tempo no
conjunto de tratados conhecidos pelo nome de Corpus Hippocraticum: para
cada enfermidade descreve o remédio vegetal e o tratamento correspondente.
Catão, o Antigo, no século II a.C., mencionou no seu tratado De Re
Rustica cento e vinte plantas medicinais que cultivava no seu próprio jardim.
No início da era cristã, Dioscórides inventariou no seu tratado De Materia
Medica mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral e animal. À semelhança
dos seus predecessores, esforçou-se por ter em conta o maravilhoso e separar
o racional do irracional. Esta preocupação científica nem sempre foi seguida
por Plínio, o Antigo, cuja monumental História Natural contém por vezes
descrições de algum modo fantasistas.
Finalmente, o grego Galeno, cuja influência foi tão duradoura como a de
Hipócrates, ligou o seu nome especialmente ao que ainda se denomina a
«escola galênica» ou «farmácia galênica». Efetivamente, distingue-se o
emprego das plantas «ao natural»; ou seja, sob a forma de pós, das
«preparações galênicas», em que solventes como o álcool, a água ou o vinagre
servem para concentrar os componentes ativos da droga, os quais serão
utilizados para preparar ungüentos, emplastros e outras formas galênicas.
O longo período que se seguiu no Ocidente, à queda do Império
Romano, designado universalmente por Idade Média, não foi exatamente uma
época caracterizada por progressos científicos. Os domínios da ciência, da
magia e da feitiçaria tendem freqüentemente a confundir- se; drogas como o
meimendro-negro, a beladona e a mandrágora serão consideradas como
plantas de origem diabólica.
Assim, Joana D’Arc será acusada de ter «atormentado os Ingleses pela
força e virtude mágica de uma raiz de mandrágora escondida sob a armadura».
Contudo, não é possível acreditar que na Idade Média se perderam
completamente os conhecimentos adquiridos durante os milênios precedentes.
Os monges, devido aos seus conhecimentos do latim e do grego, foram os
detentores do saber da Antiguidade; grande número de mosteiros vangloriava-
se dos seus «jardins dos simples», onde cresciam as plantas utilizadas para o
tratamento dos doentes. Ainda atualmente se conserva a memória de Santa
Hildegarda, a «santa curandeira», cujos tratados, conhecidos pelo nome de
Physica, além de resumirem os conhecimentos antigos, trazem à luz, pela
primeira vez, as virtudes de algumas plantas como a pilosela ou a arnica. No
entanto, a medicina da Idade Média foi, sobretudo, dominada pela Escola de
Salerno; os eruditos que ali trabalhavam deram a conhecer, por intermédio de
sábios (como Avicena, Avenzoar e Ibn-el-Beithar) e dos textos árabes, grande
número de obras da medicina grega. Rogério de Salerno, no início do século
XII, contribuiu para os consideráveis progressos da medicina do seu tempo.
Foi, no entanto, no Renascimento, com a valorização da experimentação
e da observação direta e com o surto das grandes viagens para as Índias e as
Américas, que se originou o período de progresso no conhecimento das
plantas e das suas virtudes.
No início do século XVI, o médico suíço Paracelso tentou descobrir a
«alma», a «quinta- essência» dos vegetais, de onde irradiam as suas virtudes
terapêuticas.
Não dispondo, evidentemente, dos meios de análise que mais tarde
seriam oferecidos pela tecnologia moderna, tenta aproximar as virtudes das
plantas das suas propriedades morfológicas, da sua forma e cor: é a chamada
«teoria dos sinais». O italiano Pier Andrea Mattioli, seu contemporâneo,
comenta a obra de Dioscórides e descobre as propriedades do castanheiro-da-
índia e da salsaparrilha-da-europa e descreve 100 novas espécies.
Surgem os jardins botânicos: em 1544, Luca Ghini, professor em
Bolonha, funda o de Pisa; em 1590, Veneza confia a Cortuso o de Pádua.
Olivier de Serres reforma a agricultura francesa no reinado de Henrique IV,
criando também, na sua propriedade de Pradel, em Vivarais, um admirável
jardim de plantas medicinais, imitado algum tempo depois por Luís XIII, que
funda em Paris o Jardim do Rei, predecessor do atual Museu Nacional de
História Natural.
O desenvolvimento das rotas marítimas, abertas a partir do final do
século XV, coloca efetivamente a Europa no centro do Mundo. Os produtos dos
países longínquos abundam e, entre eles, as plantas provenientes de outros
territórios. Os conquistadores testaram em si mesmos as propriedades
medicinais de muitas das plantas, suportando a experiência das propriedades
mortais do curare; a casca de quina é utilizada para fazer baixar a temperatura
nas febres palúdicas muito antes de se ter conhecimento de como dela extrair
a quinina.
A América transmitiu aos europeus o conhecimento das virtudes
anestésicas e estimulantes da folha de coca.
No período compreendido entre os anos de 1800 e 1900, aumentam os
cientistas que sintetizam mais e mais compostos químicos. Começa novamente
o declínio de tratamentos ou terapias com plantas que só voltam a serem
utilizadas em meados do ano de 1914.
No ano de 1920 René-Maurice Gattefosse, Ph. D., químico francês
especialista na área de cosmética, cria o termo aromaterapia. Enquanto
trabalhava em seu laboratório, ele sofreu um acidente que resultou em uma
queimadura de terceiro grau em sua mão e antebraço. Ele mergulhou seu
braço em uma tina contendo óleo de lavanda, crendo que era água. Para sua
surpresa, a dor da queimadura rapidamente diminuiu e durante um curto
espaço de tempo, com o contínuo emprego do óleo de lavanda, a queimadura
cicatrizou completamente sem a presença de qualquer tipo de cicatriz.
Assim, como químico, Gattefosse dedicou-se a análise do óleo essencial
de lavanda e descobriu que ele continha uma série de substâncias químicas de
extraordinárias propriedades terapêuticas.
Posteriormente, baseado nas pesquisas de Gattefosse, um médico
francês, o Dr. Jean Valnet, desenvolveu o primeiro sistema de terapia através
dos óleos essenciais. Durante a segunda guerra mundial, serviu como médico
na frente armada francesa nas muralhas da China, tratando das vítimas. Em
uma ocasião, ficou sem antibióticos e tentou a administração dos óleos
essenciais. Para espanto de Valnet, os óleos essenciais possuíam um
poderoso efeito em reduzir e parar com os processos infecciosos.
Devido ao nascimento de uma nova forma de terapia, que não possuía
ainda uma denominação clara e que fazia uso dos "aromas" presentes nos
óleos essenciais para tratar corpo e mente. Gattefosse criou o termo
aromaterapia, termo que em pouco tempo passou a ser utilizado em
tratamentos com aromas por todo o mundo.
Além de criar o termo que denominou o uso terapêutico de óleos
essenciais, Gatefosse escreveu o primeiro livro sobre o assunto que recebeu o
mesmo nome. Atualmente a aromaterapia é uma forma de tratamento
reconhecida em diferentes países e pela Organização Mundial da Saúde.

O AROMA

Aroma – termo de origem latina; odor, olor, perfume agradável; cheiro;


essência odorífera.
Aromaterapia – ramo da fitoterapia - novo termo para ciência dos
aromas: Aromalogia
(1989)

Aromacologia – é uma ciência em desenvolvimento que promovera a


integração entre áreas diversas. Tais como, a neurofisiologia, a química, a
farmácia, a cosmetologia, a psicologia, entre outras. Pretende inter-relacionar
os aromas e seus efeitos psicofisiológicos.
Nada é mais marcante do que um aroma: ele pode ser inesperado, pode
ser marcante, fugaz, e mesmo assim marcar para sempre um instante de vida!
Os odores explodem suavemente em nossa memória, como minas
poderosas, escondidas sob a massa espessa de muitos anos de experiência.
Basta percebermos um aroma para que lembranças aflorem e emoções sejam
sentidas.

A RESPIRAÇÃO E O AROMA

A respiração é formada por pares: inspiração e expiração. Ao nascer


inspiramos pela primeira vez e ao morrermos expiramos pela última vez. Ao
longo da vida, cada respiração faz com que o ar passe pelo olfato.
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela
contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O
diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa
torácica, com conseqüente redução da pressão interna (em relação à externa),
forçando o ar a entrar nos pulmões.
As moléculas aromáticas flutuam até a câmara olfatória situada na parte
mais alta do nariz, atrás da região entre as duas sobrancelhas; entram em
contato com os receptores presentes no epitélio olfatório, que conduzem essas
informações até o cérebro, até o sistema límbico (tálamo e hipotálamo) onde
estão os sentimentos, as memórias, as emoções e as reações aprendidas e
arquivadas.
Quando as mensagens aromáticas atingem o sistema límbico, são
processadas instantânea e intuitivamente. Por isso os aromas têm grande
efeito, pois agem nos centros cerebrais, provocando reações emocionais ou
físicas.
De uma forma sutil, afetam os sentimentos relaxando ou revigorando,
excitando ou ajudando a afastar o stress.

O OLFATO

O olfato humano é pouco desenvolvido se comparado ao de outros


mamíferos. O epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células
sensoriais, cada qual com seis pêlos sensoriais (um cachorro tem mais de 100
milhões de células sensoriais, cada qual com pelo menos 100 pêlos
sensoriais). Os receptores olfativos são neurônios genuínos, com receptores
próprios que penetram no sistema nervoso central.
A cavidade nasal, que começa a partir das janelas do nariz, está situada
em cima da boca e debaixo da caixa craniana. Contêm os órgãos do sentido do
olfato e é forrada por um epitélio secretor de muco.
Ao circular pela cavidade nasal, o ar se purifica, umedece e esquenta.
O órgão olfativo é a mucosa que forra a parte superior das fossas nasais
- chamada mucosa olfativa ou amarela, para distingui-la da vermelha - que
cobre a parte inferior.
A mucosa vermelha é dessa cor por ser muito rica em vasos sangüíneos
e contêm glândulas que secretam muco o que mantém úmida a região. Se os
capilares se dilatam e o muco é secretado em excesso, o nariz fica obstruído,
sintoma característico do resfriado.
A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo
olfativo. Os dendritos das células olfativas possuem prolongamentos sensíveis
(pêlos olfativos), que ficam mergulhados na camada de muco que recobre as
cavidades nasais. Os produtos voláteis ou de gases perfumados ou ainda de
substâncias lipossolúveis que se desprendem das diversas substâncias, ao
serem inspirados, entram nas fossas nasais e se dissolvem no muco que
impregna a mucosa amarela, atingindo os prolongamentos sensoriais.

Dessa forma, geram impulsos nervosos, que são conduzidos até o corpo
celular das células olfativas, de onde atingem os axônios, que se comunica
com o bulbo olfativo. Os axônios se agrupam de 10-100 e penetram no osso
etmóide para chegar ao bulbo olfatório, onde convergem para formar estruturas
sinápticas chamadas glomérulos. Estas se conectam em grupos que
convergem para as células mitrais. Fisiologicamente essa convergência
aumenta a sensibilidade olfatória que é enviada ao Sistema Nervoso Central
(SNC), onde o processo de sinalização é interpretado e decodificado.
Aceitam-se a hipótese de que existem alguns tipos básicos de células do
olfato, cada uma com receptores para um tipo de odor. Os milhares de tipos
diferentes de cheiros que uma pessoa consegue distinguir resultariam da
integração de impulsos gerados por uns cinqüenta estímulos básicos, no
máximo. A integração desses estímulos seria feita numa região localizada em
áreas laterais do córtex cerebral, que constituem o centro olfativo.

Imagens: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed.


Interamericana,1981.

A mucosa olfativa é tão sensível que poucas moléculas são suficientes


para estimulá-la, produzindo a sensação de odor. A sensação será tanto mais
intensa quanto maior a quantidade de receptores estimulados, o que depende
da concentração da substância odorífera no ar.
O olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto
mastigamos, sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro. Do ponto de vista
adaptativo, o olfato tem uma nítida vantagem em relação ao paladar: não
necessita do contato direto com o objeto percebido para que haja a excitação,
conferindo maior segurança e menor exposição a estímulos lesivos.
O olfato, como a visão, possui uma enorme capacidade adaptativa. No
início da exposição a um odor muito forte, a sensação olfativa pode ser
bastante forte também, mas, após um minuto, aproximadamente, o odor será
quase imperceptível.
Porém, ao contrário da visão, capaz de perceber um grande número de
cores ao mesmo tempo, o sistema olfativo detecta a sensação de um único
odor de cada vez. Contudo, um odor percebido pode ser a combinação de
vários outros diferentes.
Se tanto um odor pútrido quanto um aroma doce estão presentes no ar,
o dominante será aquele que for mais intenso, ou, se ambos forem da mesma
intensidade, a sensação olfativa será entre doce e pútrida.
O olfato é 10 mil vezes mais sensível que o paladar.

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