Você está na página 1de 76

FORMAÇÃO COMPLETA EM FITOTERAPIA E PLANTAS MEDICINAIS

PORTAL PROSPERIDADE
A utilização da natureza e das plantas para finalidades terapêuticas é tão antiga quanto a civilização
humana e, por muito tempo, produtos minerais, de plantas e animais foram fundamentais para a
área da saúde. Recorrer às virtudes curativas de certos vegetais trata-se de uma das primeiras
manifestações do antiquíssimo esforço do homem de compreender e utilizar a natureza para
amenizar ou curar seus sofrimentos ocasionados pela doença.

Historicamente, as plantas medicinais são importantes como fitoterápicos e nos processos de


descoberta de novos fármacos, sendo que a maior contribuição nesse sentido provém do reino
vegetal. O termo fitoterapia foi dado à terapêutica que utiliza os medicamentos cujos constituintes
ativos são plantas ou derivados vegetais, e que tem a sua origem no conhecimento e no uso popular,
e as plantas utilizadas para esse fim são tradicionalmente denominadas de plantas medicinais.

Ao longo da história, o homem sempre buscou a superação dos seus males. Inúmeras etapas
marcaram a evolução da arte de curar. Porém, é difícil delimitá-las com exatidão, uma vez que a
arte de curar esteve, por muito tempo, associada às práticas mágicas, místicas e ritualísticas. Em
todas estas etapas, as práticas de cura utilizaram a s plantas medicinais.

Inicialmente, o homem se preocupou com o alívio imediato dos sintomas das doenças,
principalmente a dor e, posteriormente, se dedicou ao entendimento do funcionamento do
organismo, na saúde e na doença. E para curá-lo, utilizava-se daquilo que a natureza oferecia, com
destaque para a utilização das plantas.

Desde tempos remotos nossos ancestrais distantes observavam e apreciavam a diversidade do


mundo das plantas, e a necessidade de sobrevivência fazia deles aplicados estudiosos da flora.
Graças a isso, diferentes civilizações acabaram por desenvolver, juntamente com a cultura das
plantas para fins alimentares, a pesquisa das plantas com propriedades terapêuticas e místicas
durante milênios.

As mais diversas civilizações acreditavam, cada uma a seu modo, que algumas plantas poderiam ter
poderes mágicos, que uma vez dominados trariam alívio para a fome, as doenças e a infelicidade.
Muitas espécies foram, e ainda são, usadas em diversos rituais de magia, e o efeito alucinógeno
causado por algumas delas quando ingeridas, fez com que os homens se utilizassem delas em rituais
religiosos, atribuindo-lhes o poder de colocá-los em contato direto com seus deuses.

Todo esse conhecimento referente ao mundo vegetal e suas propriedades, foi inicialmente
transmitido pela tradição oral, por muitas e muitas gerações. Mais tarde, com o aparecimento da
escrita, esse conhecimento passou a ser registrado e guardado como um tesouro precioso e muito
desse conhecimento é usado até os dias de hoje..

Na antiguidade, acreditava-se na magia do reino vegetal e isto podia ser descoberto e usado através
do conhecimento empírico das plantas. Essa crença foi apropriada pela alquimia e pelo ocultismo
que atribuíam às plantas um campo astral capaz de interferir no corpo físico e espiritual que oscilava
do bem ao mal, do amor ao ódio , da saúde à doença, da vida à morte. Esse entendimento foi
transmitido de geração a geração e até hoje, em algumas religiões, tanto orientais quanto ocidentais,
acredita-se no poder mágico das plantas, a ponto de algumas delas serem consideradas plantas
sagradas, das quais se faz preparações que são capazes de provocar um estado de transe que
reportam seus usuários a entidades espirituais. Em nossa cultura, podemos citar a ayuasca.

Usadas com finalidades místicas ou não, ao longo do tempo, as plantas adquiriram respeitabilidade
em todas a s civilizações pela demonstração do seu potencial terapêutico no processo saúde-doença,
bem como de suas propriedades tóxicas.

Para termos uma visão do progresso do conhecimento humano em relação às plantas medicinais, é
necessário retornar ao tempo e conhecer as contribuições dadas pelas diferentes civilizações.

Em escavações arqueológicas no Iraque, em um cemitério datado de mais de 60 mil anos, foram


encontradas evidências da utilização e plantas que até hoje figuram na medicina popular, entre elas a
Althea, espécie da família das Malváceas, indicada no tratamento de inflamações da pele.

Na verdade, as plantas foram a primeira fonte onde se buscou recurso para a intervenção no
adoecimento humano . A Bíblia faz referência ao uso de alho, poejo, cominho, menta, urtiga, entre
outras.

Em outras escavações próximas aos rios Tigre e Eufrates, foram encontradas placas de barro de 4.000
a.C com inscrições do povo Sumério indicando a utilização de plantas como tomilho, ópio, alcaçuz e
mostarda, como remédios. Os Babilônios ampliaram a lista dos Sumérios adicionando o açafrão,
coentro, canela, alho entre outras ervas.
O Papiro de Ebers é um dos tratados médicos mais antigos e importantes que se conhece, tendo sido
escrito no Egito Antigo datado de cerca de 1.500 anos antes de Cristo. Contém mais de 700 fórmulas
e prescrições com produtos naturais, principalmente as plantas, entre elas alho, rícino, mirra, aloe,
linho, tomilho, cannabis, funcho, açafrão, entre outros. Contém também uma descrição precisa do
sistema circulatório. Os egípcios mostram o grau de compreensão do o corpo humano, a sua
estrutura, o trabalho dos vasos sanguíneos e do coração, anatomia e fisiologia, e conhecimentos de
toxicologia.

Dos egípcios também vêm os primeiros registros das regras de dosagem específicas na administração
de cada droga, nascendo aí a receita médica e a respectiva posologia. Eles ainda empregavam várias
plantas aromáticas no embalsamento de cadáveres. Deram grande contribuição à Fitoterapia pelo
uso que faziam das plantas, não apenas para curar as doenças, ma s também para embalsamar os
corpos e para os rituais religiosos. O bulbo da cebola era tido como um símbolo do universo e era
consagrada à deusa mãe Ísis. Os egípcios usavam muitas preparações com plantas que
apresentavam propriedades aromáticas, anti-sépticas e cosméticas, além de cu ltivarem plantas
purgativas, diuréticas, vermífugas, etc.

Já os assírios cultivavam várias plantas que serviam de matéria-prima para a preparação de tinturas,
ungüentos, águas aromáticas, ao passo que os hebreus usavam as plantas que cultivavam para a
realização de suas cerimônias e oferendas, a exemplo da mirra.

Na Roma antiga, o alho era utilizado para espantar os maus espíritos e os soldados da Grécia antiga
levavam alho em bolsas nos seus gorros para se protegerem da bruxaria e das desgraças.

Também milenar é a utilização das plantas medicinais na China. Um dos mais antigos registros desse
uso é a farmacopeia chinesa conhecida como Pen Tsao, escrita pelo lendário imperador Shen Nung.
Nesta obra está descrito todo o conhecimento sobre as plantas medicinais da época e entre as
muitas plantas mencionadas encontram-se o linho, a papoula e o ginseng. Na China, existem relatos
de cu ra com plantas, desde 3000 a.C. Por isto, a China é considerada o berço do uso das plantas com
propriedades medicinais. Na literatura, é citado que o imperador Shen Nung, considerado o
Hipócrates chinês, estudou e relatou, no livro d as ervas, o poder terapêutico e tóxico de mais de 300
espécies de plantas.

A Índia também se mostra rica em relação à utilização de condimentos e especiarias, empregados


desde os tempos remotos em dietas alimentares e para o tratamento e prevenção de doenças. No
tempo do rei Asoka (273 a 232 a.C.) os enfermeiros eram obrigados a ter um conhecimento
aprofundado da arte culinária e do preparo de medicamentos.

Da Grécia antiga vem a contribuição de Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, que
juntamente com seus discípulos reuniu os conhecimentos médicos de seu tempo em um conjunto de
tratados conhecido como Corpus Hippocaticum, onde descreve os remédios vegetais e o tratamento
correspondente a cada enfermidade citada. Depois veio Aristóteles, catalogando as propriedades das
diferentes plantas medicinais conhecidas, e Teofrasto que com seu tratado “Investigação das
plantas”, deixa descrições botânicas muito precisas, acompanhadas de indicações sobre efeitos
tóxicos e propriedades curativas.
O longo período da Idade Média, não foi promissor para o ocidente, pois ocorreu uma pausa, ou até
mesmo um retrocesso na da Arte de Curar, uma vez que os conhecimentos da ciência, da magia e da
feitiçaria tendem a confundir-se influenciados pela religião. Contudo grande parte do conhecimento
até então, foi preservado pelos monges devido aos seus conhecimentos do latim e do grego, na
transcrição de alguns documentos antigos.

Com a queda do império rom ano, ocorreu o descrédito do conhecimento médico porque este já não
era capaz de atender à demanda das patologias existentes. Neste período, a guarda e a reprodução
de escritos relacionados à medicina foram confinadas nos mosteiros, que passaram a funcionar
como depositários dos conhecimentos médicos. Era comum, nestes locais, a existência de grandes
jardins medicinais.
A igreja que já exercia um grande poder com relação à questão espiritual passou a ser detentora de
poder sobre o corpo físico, pois eram os religiosos os responsáveis pelas transcrições dos registros. A
população, no entanto, encontrava-se totalmente desprovida de cuidados e por si só passou a
desenvolver práticas de cura. É dentro desse contexto que surge a medicina popular, permeada de
práticas mágicas exercidas por curandeiros, bruxos, viajantes e a população em geral.

Na Idade Média, há o redimensionamento dos saberes popular e erudito acerca das plantas. Neste
período ganhou prestígio a teoria das assinaturas. Por ela, acreditava-se que a cura se encontrava na
natureza cabendo ao homem a decodificação dos sinais. Por exemplo, para tratar uma patologia que
acometia os rins usava-se as plantas que tinham o formato de feijão, que é o formato dos rins. Para
enfermidades no cérebro, plantas com formato de nozes, etc. O principal indício seria a semelhança
da forma e da cor da planta , ou de suas partes, com os órgãos acometidos pelas doenças. E foi assim
que se deu a descoberta do potencial terapêutico das plantas medicinais. A princípio, de forma
intuitiva e, posteriormente, através da experimentação sistemática.

Como exemplo do processo intuitivo e experimental, utilizado pelo homem nos primórdios das
civilizações, temos a fábula que diz que um pastor todos os dias levava as suas cabras para o pasto.
Enquanto pastoreava, ele observava que os animais comiam os frutos de umas das plantas que ali se
encontravam e que, após algum tempo, elas ficavam completamente eufóricas a correr pelos
campos. Então, ele resolveu consumir esses frutos e assim fazendo, conseguia se manter acordado e
fazer suas orações. Posteriormente, passou-se a torrar os frutos desta planta, para transformá-lo em
pó, usando -o na preparação de um chá, que se tornou mundialmente usado. Assim, segundo a
tradição descobriu-se o uso do café.

Fora do mundo cristão, a cultura Islã descobre as obras médicas dos gregos. Traduzindo essas obras,
os árabes fizeram muitos aperfeiçoamentos com base na própria experiência, adicionando várias
plantas na farmacopeia clássica como a cânfora, o açafrão e o espinafre.

A partir do Renascimento, com a valorização da experimentação, a renovação do espírito científico, e


com o surto das grandes viagens para as Índias e para a América,surge um novo período de
progresso no conhecimento acerca das plantas medicinais e de suas aplicações.
Se fizermos uma retrospectiva desde os primeiros escritos, podemos dizer que foi uma longa
caminhada, e que no momento atual continuam as descobertas, agora com maior grau de
conhecimento, porém um fato é certo: o conhecimento a respeito das plantas medicinais percorreu
um longo percurso, mas ainda não está próximo do fim.
A grandiosidade da biodiversidade brasileira é de tamanha complexidade que ainda nos tempos
atuais não é conhecida integralmente, estimando-se em mais de dois milhões de espécies distintas
de plantas, animais e microorganismos, o que coloca o Brasil como detentor da maior diversidade
biológica do mundo. Apesar disso e de toda a diversidade de espécies existentes, o potencial de uso
de plantas como fonte de novos medicamentos é ainda pouco explorado.

Entre as 400 mil espécies de plantas estimadas no mundo, apenas uma pequena percentagem tem
sido investigada com relação às suas propriedades fitoquímicas e farmacológicas, nas quais, em
muitos casos, existem apenas estudos preliminares. Em relação ao uso médico, estima-se que apenas
5 mil espécies foram estudadas. No Brasil, com cerca de 50 mil espécies de plantas, há relatos de
investigação de cerca de 0,4% da flora local, apenas.

No Brasil, a história da utilização das plantas medicinais começa a ser relatada com a chegada dos
europeus, quando estes por meio do convívio com os indígenas, tomaram conhecimento sobre a
utilização dos vegetais locais para o tratamento e cura de suas enfermidades. Nessas populações, o
conhecimento sobre o uso das ervas acontecia por intermédio dos pajés, sendo transmitidos de
geração em geração.

Há registros de que os primeiros médicos portugueses que vieram para cá, diante da escassez na
colônia de remédios empregados na Europa, muito cedo foram obrigados a perceber a importância
dos remédios de origem vegetal utilizados pelos povos indígenas. Os viajantes sempre se abasteciam
deles antes de excursionar por regiões pouco conhecidas.

Os conhecimentos tradicionais foram prontamente absorvidos pelos europeus que passaram a viver
no país, que diante da escassez de remédios que eram usados na Europa, perceberam a importância
das plantas utilizadas pelos indígenas como medicamentos.
A primeira descrição sobre plantas medicinais no Brasil foi feita em 1587 por Gabriel Soares de Souza
no chamado Tratado Descritivo do Brasil, que descrevia todos os produtos medicinais utilizados pelos
índios como "as árvores e ervas da virtude”. Esses novos conhecimentos sobre a flora local
fundiram-se com os trazidos da Europa, pelos portugueses, juntamente com os conhecimentos da
medicina da época e os medicamentos que seriam indispensáveis à Colônia, porém insuficientes.

Além da assimilação dos conhecimentos indígenas, e dos europeus, as colaborações trazidas pelos
escravos africanos, representaram papel importante para o surgimento de uma medicina popular
rica e original. Muitas das plantas trazidas da África, que originalmente eram utilizadas em rituais
religiosos, foram também utilizadas no tratamento de doenças. Com a contribuição dos africanos,
estabelece-se os principais alicerces influentes da tradição no uso de plantas medicinais do Brasil:
Indígena, Europeia e Africana.

Dentro da biodiversidade brasileira, alguns exemplos importantes de plantas medicinais são:

- Ilex paraguariensis (mate)

De sabor agradável e com inúmeros benefícios à saúde, o Chá Mate Verde feito a partir da infusão da
Ilex paraguariensis, possui muitos componentes bioativos, como os ácidos fenólicos, que possuem
propriedades antioxidantes. Dentre os ácidos presentes na planta do mate, chamamos a atenção
para o ácido clorogênico, responsável pela inibição a atividade da glicose-6-fosfatase hepática, e
reduz a oxidação do LDL e do colesterol ruim, além de atuar diretamente no metabolismo da glicose.
Os antioxidantes têm como função principal proteger as células sadias do organismo de doenças em
que os radicais livres estão implicados. Nas folhas do mate, podemos encontrar também as
metilxantinas (cafeína e teobromina), que possuem propriedades estimulantes do sistema nervoso
central e das atividades musculares, renais e cardíacas, já que possuem a característica de acelerar o
metabolismo, induzindo os mecanismos de termogênese, saciedade e oxidação de gorduras,
aumentando com isso, o consumo de oxigênio pelos tecidos. Além desses compostos, as folhas do
mate possuem também, elementos inorgânicos, como potássio, zinco, ferro, magnésio, cálcio, cobre
e cromo que podem ser identificados na infusão da referida planta, sendo o manganês o mais
abundante dos minerais. As vitaminas A, C, E, vitaminas do complexo B e alguns aminoácidos
também são encontrados em pequenas quantidades nas folhas da Ilex paraguariensis, podendo
variar de acordo com a espécie da planta, idade das folhas, clima e solo.

- Spilanthes acmella (jambu)

Planta cultivada na região norte do país, onde é utilizada como condimento culinário amazônico,
principalmente para ao preparar o famoso “molho-de-tucupi”. As folhas e a inflorescência são
empregadas na medicina caseira na região norte do país, para tratamento de males da boca e
garganta, além de tuberculose e litíase pulmonar. As folhas e flores quando mastigadas dão uma
sensação de formigamento nos lábios e na língua devido sua ação anestésica local, sendo por isso
usada para dor-de-dente como anestésico e como estimulante do apetite. O chá das folhas e da
inflorescência é empregado também, contra anemia, escorbuto, dispepsia e como estimulante da
atividade estomáquica. A substância responsável pela ação anestésica na mucosa bucal é uma
isobutilamida denominada espilantol. Na sua composição química, além de espilantol, são citados a
espilantina, afinina, colina e fitosterina.

- Myroxylon balsamum (bálsamo de Tolu)

O Bálsamo-de-tolu (Myroxylon balsamum; Toluifera balsamum) é uma árvore da família das


leguminosas, cuja subfamília é a papilionoidea. Sua ocorrência vai do México à Amazônia e ao Norte
da Argentina, sendo cultivada ou explorada pela madeira dura e resistente e para a produção do
bálsamo-de-tolu, uma resina, semifluida ou quase sólida, marrom-avermelhada ou
marrom-amarelada, aromática, obtida por lesão da árvore, muito utilizada em perfumaria,
confeitaria e na fabricação de gomas de mascar, bem como ingrediente e veículo expectorante, em
veterinária e farmácia.

- Paullinia cupana (guaraná)

O guaraná é rico em substâncias funcionais, dentre elas a cafeína, a teobromina, a teofilina entre
outras. Alguns efeitos atribuídos ao consumo de guaraná é de que ele é afrodisíaco, tem ação tônica,
adstringente, febrífugo, diurético e serve para o cansaço físico e mental, imunoestimulante,
antioxidante, combate a obesidade e melhora a pressão sanguínea etc. A teofilina e a teobromina
têm efeito bronco protetor, ação imunomoduladora e anti-inflamatória, retardando o processo de
envelhecimento e inibindo a deposição de colesterol nas artérias, permitindo melhor irrigação
sanguínea em todo organismo. O consumo do guaraná aumenta o gasto calórico diário e diminui o
apetite, por manter estáveis os níveis de glicose no sangue, combatendo assim, a obesidade. É rico
em catequina que é uma substância que combate os radicais livres, tendo efeito antioxidante,
prevenindo o envelhecimento.

- Psidium guajava (goiabeira)

Em etnofarmacologia é usada para diarréias na infância. O chá, em bochechos e gargarejos, é usado


para inflamações da boca e da garganta ou em lavagens de úlceras e na leucorréia. As folhas têm
óleo volátil rico em sesquiterpenos, entre eles o bisaboleno, além do dietoximetano e dietoxietano
que dão o aroma dos frutos. O principal componente do óleo das sementes é o ácido linoleico. O
extrato aquoso do "olho" (broto) da goiabeira tem intensa atividade contra Salmonella, Serratia e
Staphylococcus, grandes responsáveis pelas diarréias de origem microbiana. A atividade é mais forte
na variedade de polpa vermelha, e mais fraca nas folhas adultas e casca.

- Tabebuia sp. (ipê roxo)

O pau d'arco ou ipê-roxo é uma planta incorporada à farmacopeia de dezenas de tribos


sul-americanas e andinas, há milhares de anos. "Ipê", inclusive é uma palavra de origem tupi, que
significa ‘árvore cascuda’, da sua utilização indígena inclusive sobreveio o nome "pau d'arco", de seu
uso para fabricação desta arma, o arco e flecha. Sua utilização popular no Brasil envolve o uso banho
chás das folhas, o decocto da entrecasca (caule e cascas) e garrafadas com indicações que incluem
gripes, bronquite, sinusite, impetigo, úlceras sifilíticas e blenorrágicas, tratamento local de cervicite e
cervico-vaginite, controle da anemia (anti anêmica), cistite (diurético), "sangue grosso", calmante,
alivio das inflamações de ouvido, dor no corpo (anti-reumática), picada de cobra, afta, gastrite,
verminoses, diarreia, e câncer (leucemia, tumores).

- Uncaria tomentosa (unha-de-gato)

A unha de gato é uma planta medicinal cujo nome científico é Uncaria tomentosa que possui
propriedades diuréticas, antioxidantes, imunoestimulantes e depuradora, podendo ser utilizada para
auxiliar no tratamento de infecções, inflamações e para melhorar a atividade do sistema imune. Essa
planta cresce em forma de cipó formando arbustos trepadores e possui folhas verdes claras com
espinhos levemente curvados, caule de cor marrom avermelhado e creme, podendo armazenar água
em seu interior para suprir suas próprias necessidades. A unha de gato pode ser consumida em
forma de chá da casca, da raiz ou da folha, ou em forma de comprimido, podendo ser encontrada em
lojas de produtos naturais.

- Copaifera sp.(copaíba).

O óleo é a principal utilização da copaíba. Esse óleo é extraído do tronco e para ser retirado é
necessário furar o tronco até o cerne, parte interna do tronco formada por células mortas em que
não ocorre o transporte de água. Esse óleo extraído da copaíba é utilizado para cosméticos, mas sua
utilização foi fortalecida e consagrada com a indústria fitoterápica. O óleo apresenta características
antibióticas, anti-inflamatórias, antissépticas e ajuda na cicatrização. Por isso é muito usado de
maneira caseira para cura de pequenas lesões na pele e doenças de garganta e pulmão. Além do seu
uso em cosméticos e fitoterápicos, o óleo pode ser usado como combustível para motores e para
fabricação de tintas e vernizes. As propriedades medicinais da planta foram comprovadas e
registradas em 1972 na agência norte-americana Food and Drug Administration.

O conhecimento sobre as plantas medicinais brasileiras, ao longo dos anos, foi sistematizado em
vários trabalhos realizados por diversos cientistas estrangeiros que aqui vieram e publicados em
vários compêndios. Destaca-se a Flora Fluminensis escrita por frei Veloso (1747-1811). Porém o
trabalho mais significativo desta época foi o livro Systema Materiae Medicae Vegetabilis Brasiliensis
publicado em 1843 por Von Martius, relatando as virtudes medicinais das plantas. Esta pode ser
considerada a primeira publicação sobre este assunto no Brasil.

O uso das plantas medicinais no Brasil foi muito significativo até o início do século XX. Com o início da
industrialização e a consequente migração do campo para a cidade, o conhecimento tradicional e
popular passou a ficar em segundo plano nas regiões mais urbanizadas, além do acesso mais fácil a
medicamentos sintéticos, fator esse que também apresentou grande influência em outros países em
processo de urbanização.
Atualmente, cerca de 82% da população brasileira utiliza produtos à base de plantas medicinais nos
seus cuidados com a saúde, seja pelo conhecimento tradicional na medicina tradicional indígena,
quilombola, entre outros povos e comunidades tradicionais, seja pelo uso popular na medicina
popular, de transmissão oral entre gerações, ou nos sistemas oficiais de saúde, orientada pelos
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.

Isso se deve a vários fatores, dentre os quais é possível destacar as novas linhas de pesquisas nas
universidades, buscando bases mais sólidas para a validação científica do uso de plantas medicinais,
a crise econômica e o alto custo dos medicamentos industrializados, bem como, o difícil acesso da
população à assistência médica. Observa-se também uma crescente tendência dos consumidores de
utilizar medicamentos mais naturais.

O controle dos produtos à base de ervas medicinais é feito pela Anvisa e pelas Vigilâncias Sanitárias
Municipais e Estaduais. Já a prescrição dos medicamentos fitoterápicos fica a cargo dos profissionais
de saúde, ponto importante de se ressaltar, visto que eles podem causar reações adversas como
intoxicação, irritação, inchaços e até sintomas mais graves se não forem prescritos e consumidos
corretamente.

A institucionalização das abordagens voltadas à medicina tradicional no Brasil se iniciou na década de


1980, após a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Atento ao programa das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a
viabilidade do uso da fitoterapia como um dos métodos alternativos de tratamento de doenças, de
modo a possibilitar o alcance da população, especialmente a mais pobre, o país através do Ministério
da Saúde introduziu no SUS o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos em 2008, dois
anos após a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)
através da Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006, que abriu espaço aos tratamentos de medicina
complementar.

O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos tem por objetivo “garantir à população
brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso
sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”.

Em fevereiro de 2009, o Ministério da Saúde divulgou a Relação Nacional de Plantas Medicinais de


Interesse ao SUS, na qual estão presentes 71 espécies vegetais usadas pela sabedoria popular e com
ação cientificamente comprovada.
Fonte: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/junho/06/renisus.pdf

Com a divulgação dessa lista, o Ministério da Saúde visa orientar estudos e pesquisas que possam
subsidiar a elaboração de fitoterápicos para disponibilizar à população por intermédio do SUS.

Atualmente o SUS já oferece 12 fitoterápicos. São eles: Alcachofra, Aroeira, Babosa, Cascara Sagrada,
Espinheira Santa, Garra do diabo, Guaco, Hortelã, Isoflavona de soja, Plantago habitual, Salgueiro e
Unha de gato. Eles são ofertados na forma de xaropes, pomadas, comprimidos. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2009).

O SUS oferta à população, com recursos de União, Estados e Municípios, doze medicamentos
fitoterápicos. Eles constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e são
indicados, por exemplo, para uso ginecológico, tratamento de queimaduras, auxiliares terapêuticos
de gastrite e úlcera, além de medicamentos com indicação para artrite e osteoartrite.

Segundo o portal do Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de práticas


integrativas e complementares no sistema público.

A tabela a seguir apresenta os doze fitoterápicos disponibilizados com suas respectivas indicações.
É indispensável o acesso seguro e racional à utilização de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Reconhecendo essa imprescindibilidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
publicou no ano de 2011 a Farmacopeia Brasileira de Fitoterápicos, onde são relatados diversas
plantas com seus princípios ativos e respectivas formas de preparo, tendo sido lançada a sua 2a
edição agora no início de 2021.

Com base no acima mencionado, acredita-se que, se por um tempo o uso de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos ficou esquecido, e que existe atualmente uma tendência ao resgate de suas utilizações.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define as plantas medicinais como espécies vegetais que
apresentam, em sua composição, substâncias com ação terapêutica ou que podem atuar como
precursores na síntese de medicamentos. Assim, são utilizadas para tratar sintomas ou prevenir
doenças.

Por outro lado, o fitoterápico é o resultado da transformação das propriedades de uma erva
medicinal em medicamento. Ou seja, ao invés de utilizar a planta in natura, a fitoterapia fornece
produtos farmacêuticos, como comprimidos, extratos, óleos e cremes, por exemplo.
O processo de industrialização desses compostos elimina a contaminação por micro-organismos e
também padroniza a quantidade e a forma do medicamento, o que possibilita maior segurança de
uso. Por isso, todos os fitoterápicos industrializados são regularizados pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de serem disponibilizados no mercado.

As plantas medicinais e fitoterápicos são importantes para uma infinidade de situações, entre elas
auxílio no tratamento de infecções e inflamações, alívio de dores e controle da pressão arterial.

Conhecer o que é produzido pelas plantas e quais são os compostos que as torna possuidoras de
efeito medicinal é fundamental para o uso terapêutico.

De modo geral as plantas apresentam diversas substâncias, que nelas tem função sinergética, ou
seja, estas substâncias produzidas e assimiladas têm a função de nutri-la e protegê-la durante seu
período de vida e podem ser encontradas em todas as partes do vegetal: raiz, caule, ramos, folhas,
flores, sementes e ou frutos. São produtos do metabolismo secundário das plantas, e são os
compostos ativos, que são produzidos de maneira diversa de acordo com o local e o cultivo da
planta, entre outros fatores.

Muitas destas substâncias produzidas através do metabolismo secundário das plantas podem ter
ação no organismo humano e, se utilizadas de maneira correta, atuam como medicamento, seja ele
preventivo, paliativo ou curativo. Estas substâncias são chamadas de princípios ativos e, embora uma
planta apresente mais de um princípio ativo, geralmente, um grupo determina sua ação principal.
Assim, uma planta considerada medicinal, mesmo possuindo diversas propriedades, sempre
apresentará um princípio ativo e uma propriedade uma que se sobressai às demais.

É necessário ressaltar que fatores internos e externos podem afetar a concentração dos princípios
ativos da planta. O estágio de desenvolvimento ou as diferenças que ocorrem entre as variedades
são exemplos de fatores internos. Entre os fatores externos podem ser citados o tipo de solo e as
variações ambientais como a temperatura, incidência de luz, altitude e taxa de umidade.

Os princípios ativos são classificados de acordo com as classes de substâncias que os constituem.

Na tabela a seguir estão listados os principais princípios ativos com funções medicinais dos vegetais e
informações a respeito de cada um:
Uma das características dos seres vivos é a presença de atividade metabólica. O metabolismo nada
mais é do que o conjunto de reações químicas que ocorrem no interior das células. No caso das
células vegetais, o metabolismo costuma ser dividido em primário e secundário.

Entende-se por metabolismo primário o conjunto de processos metabólicos que desempenham uma
função essencial no vegetal, tais como a fotossíntese, a respiração e o transporte de solutos. Os
compostos envolvidos no metabolismo primário possuem uma distribuição universal nas plantas.
Esse é o caso dos aminoácidos, dos nucleotídeos, dos lipídios, carboidratos e da clorofila. Em
contrapartida, o metabolismo secundário origina compostos que não possuem uma distribuição
universal, pois não são necessários para todas as plantas. Como conseqüência prática, esses
compostos podem ser utilizados em estudos taxonômicos (quimiosistemática).

Embora o metabolismo secundário nem sempre seja necessário para que uma planta complete seu
ciclo de vida, ele desempenha um papel importante na interação das plantas com o meio ambiente.

Um dos principais componentes do meio externo cuja interação é mediada por compostos do
metabolismo secundário são os fatores bióticos. Desse modo, produtos secundários possuem um
papel contra a herbivoria, ataque de patógenos, competição entre plantas e atração de organismos
benéficos como polinizadores, dispersores de semente e microorganismos simbiontes. Contudo,
produtos secundários também possuem ação protetora em relação a estresses abióticos, como
aqueles associados com mudanças de temperatura, conteúdo de água, níveis de luz, exposição a UV
e deficiência de nutrientes minerais.

Atualmente, sabe-se que muitos produtos do metabolismo secundário têm funções ecológicas
importantes nos vegetais:
• Eles protegem as plantas contra os herbívoros e contra a infecção por microrganismos patogênicos;
• Eles agem como atrativos (odor, cor ou sabor) para animais polinizadores e dispersores de
sementes;
• Eles atuam como agentes na competição planta-planta e nas simbioses plantas-microrganismos.

A capacidade de competição e sobrevivência das plantas é, portanto, profundamente afetada pelas


funções ecológicas dos seus metabólitos secundários. O metabolismo secundário é também
relevante na agricultura. Os mesmos compostos que aumentam o desempenho reprodutivo das
plantas, ao agirem na defesa contra fungos, bactérias e herbívoros, podem também torná-las
indesejáveis para alimentação dos seres humanos.

Existem três grandes grupos de metabólitos secundários: terpenos, compostos fenólicos e alcalóides.
Os terpenos são feitos a partir do ácido mevalônico (no citoplasma) ou do piruvato e 3-fosfoglicerato
(no cloroplasto). Os compostos fenólicos são derivados do ácido chiquímico ou ácido mevalônico. Por
fim, os alcalóides são derivados de aminoácidos aromáticos (triptofano, tirosina), os quais são
derivados do ácido chiquímico, e também de aminoácidos alifáticos (ornitina, lisina).
A escolha de espécies vegetais para uso com finalidades medicinais pode ser baseada no seu uso
tradicional por sociedades tradicionais, no conteúdo químico e na toxicidade, na seleção ao acaso ou
pela combinação de vários critérios.

Etnobotânica / etnofarmacologia = áreas de estudo e pesquisa que contribuem para o conhecimento


das espécies utilizadas pelos saberes ancestrais. São valiosas ferramentas para a definição de
espécies a serem estudadas.

Uma das estratégias mais comuns é o estudo da medicina tradicional e/ou popular em diferentes
culturas, conhecida como etnofarmacologia. Estratégias de busca de medicamentos com base nessa
linha de atuação têm sido aplicadas no tratamento de diferentes doenças

A abordagem das plantas medicinais que são utilizadas por comunidades tradicionais e muitas vezes
sendo essa sabedoria ancestral transmitida pela tradição oral, pode ser útil utilizar esse
conhecimento na elaboração de estudos farmacológicos, fitoquímicos e agronômicos sobre elas,
evitando perdas econômicas e de tempo e demonstrando que é possível planejar a pesquisa a partir
do conhecimento tradicional sobre plantas medicinais, consagrado pelo uso contínuo nas sociedades
tradicionais.

Além das informações sobre as propriedades terapêuticas, é extremamente importante que se tenha
a certeza sobre a identificação da planta que se pretende usar, pois não são raras as confusões e
descontentamentos que ocorrem quando da sua utilização incorreta, em função de seu nome
popular que pode variar de acordo com a localidade em questão.

Sabemos que são raras as plantas medicinais que apresentam apenas um único nome popular, ou até
mesmo poucos sinônimos. A maioria delas recebe muitas denominações variando muito de uma
região para outra; ou até mesmo dentro da mesma comunidade em diferentes residências.
Como exemplo temos o Capim-limão, que apesar de ser uma planta de origem asiática, no Brasil
adaptou-se facilmente, e recebe diversos nomes: capim santo, erva cidreira, chá de estrada, cidrão,
capim cidrão, cidreira, erva cidreira de folha estreita, cidró e capim cidreira. No entanto, essas
variações nominais, podem gerar grandes transtornos pessoais como intoxicações e comerciais na
compra e venda da planta errada.

Para que esse tipo de situação não venha a ocorrer, é importante que a identificação das plantas
medicinais seja feita pelo seu nome científico, o qual é compreendido como sendo o nome oficial de
cada espécie de ser vivo, em qualquer lugar do mundo.

Esse nome científico obedece a regras de nomenclatura: deve ser binominal, escrito em latim,
sublinhado ou itálico.

Desta forma, o Capim limão, que foi anteriormente mencionado, como popularmente é conhecido,
recebe o nome científico de Cymbopogon citratus, em qualquer lugar do planeta, não havendo desse
modo nenhum tipo de incorreção provocada pelos seus diversos nomes populares.

Pela legislação dos fitoterápicos, é obrigatório colocar o nome científico das espécies de vegetais nos
rótulos dos medicamentos industrializados, ou das estruturas a serem comercializadas naturais ou
desidratadas (secas) quando comercializadas dessa forma.

Para saber qual é o nome cientifico da planta em questão, o pesquisador deve coletar amostra das
flores, pois são elas que servem para a identificação da espécie, uma vez que as demais partes
podem parecer-se muito umas com as outras, acrescido de folhas, frutos, sementes quando possível,
e preparar uma exsicata. A identificação da planta é feita através da comparação da mesma com uma
espécie já classificada. As espécies que já possuem classificação definida, são encontradas em
coleções denominadas herbários, disponibilizadas nos herbários de instituições de pesquisa ou
universidades, destinados à exposição e à pesquisa, ou então através da literatura científica
especializada.
Para garantir que os princípios ativos, ou seja, a eficácia terapêutica de uma planta medicinal, não se
degradem é necessário um processo de manejo adequado assegurando a correta sequência de
manipulação desde o plantio, até a chegada do produto nas mãos de quem vai usá-lo.

Para o cultivo das plantas medicinais devemos inicialmente escolher um local adequado para o
plantio, levando em consideração as necessidades de cada espécie (tipo de solo, luminosidade,
umidade) além de o ambiente estar num local adequado, distante de possíveis poluições como
esgotos, vias de transportes, regiões de industriais.
Propagação de plantas

São as práticas pelas quais se permite perpetuar e multiplicar as espécies em geral, com o objetivo
de manter ou aumentar o número de indivíduos de uma dada espécie.

Formas de propagação

Sexuada (uso da semente) e assexuada (uso de estruturas vegetais).

Propagação sexuada

Coleta de sementes - as sementes devem ser colhidas quando estiverem completamente formadas e
secas, tendo-se o cuidado de coletá-las em sacos de papel para serem beneficiadas posteriormente.
Em algumas espécies, por exemplo, pode haver liberação das sementes e dos frutos quando do seu
amadurecimento, neste caso a colheita deve ser feita antes desse ponto (trata-se de um mecanismo
de adaptação da planta para sua disseminação).

Armazenamento - antes de armazenar as sementes realizar o beneficiamento, que consiste em


separar as sementes das impurezas, por meio de peneiras ou outros recursos.

● Manter temperatura e umidade adequadas.


● Acondicionar em sacos de papel permeável ou material impermeável selado.
● A temperatura de 4,5° a 5°C parece é ao armazenamento da maioria das espécies.

Dormência - as sementes são ditas dormentes quando, mesmo em condições adequadas para
germinar, não germinam.

Causa: impermeabilidade do tegumento (superfície ou casca da semente), a água e,ou os gases,


como também, pela imaturidade do embrião.

Fazer a escarificação: romper de alguma forma o tegumento.

Como? lixar, cortar, etc., sem danificar o embrião, de modo que a água entre na semente e seja
desencadeado o processo de germinação.

Escolha das espécies

A maioria das espécies medicinais se adapta bem às condições de clima tropical e subtropical.

Horto medicinal - cultivo de várias espécies, servindo para várias funções.

Horta medicinal - cultivo de plantas medicinais em função das doenças mais comuns da comunidade
Locais de semeadura

Sementeira - normalmente é constituída de um simples canteiro com 1 m de largura por, no máximo


5 m de comprimento, situado em local não-sombreado.

A semeadura é feita em sulcos transversais ou a lanço, no maior comprimento do canteiro,


distanciado entre si de 10 a 15 cm.

A profundidade depende do tamanho da semente: no máximo 1 cm para a grande maioria.

Há casos em que as sementes são simplesmente colocadas sobre o solo e comprimidas levemente,
como as que necessitam de luz para germinar (camomila e erva-de-santa-maria). As sementes são
cobertas por fina camada de substrato.

Semeio direto

O semeio direto pode ser feito no local definitivo ou em recipientes diversos: vasos, sacos plásticos,
cestos, etc.

Vasos - próprios para exposições, cultivos em casa e quaisquer atividades que exijam transporte e
maior permanência das plantas;

Copos plásticos - mesmo uso anterior; torna-se caro quando adquirido especificamente para esse
fim e podem ficar quebradiços, quando sob o sol.

O semeio direto nos recipientes é muito utilizado para espécies arbóreas e, nesse caso, utilizam-se
sacos plásticos de maior capacidade.

Substratos usados na sementeira e para enchimento dos recipientes

Sementeira:

● A sementeira deve ter um substrato leve e fértil.


● Usar areia lavada e esterco de curral ou outros adubos orgânicos.
● A areia tem a função de oferecer melhor aspecto físico (aeração e drenagem) aos solos
argilosos.
● Quanto mais argiloso o solo mais areia deve ser adicionada.
● A quantidade de adubo orgânico a ser aplicado varia de acordo com o tipo de esterco ou
outro composto orgânico disponível.
● Para o esterco bovino aplica-se 5 kg/m2 de sementeira e para os compostos orgânicos, a
dosagem de 3 a 6 kg/m2 .
● Material orgânico deve estar bem decomposto para que não ocorram problemas com as
sementes.
● Usar terra retirada de barranco, em lugar do solo do local.
● Nos casos em que ocorram muitas plantas invasoras o substrato utilizado para recipiente
deve ser menos fértil.

Transplante

É a retirada das mudas da sementeira ou recipiente para serem transplantadas no canteiro ou cova.

É uma operação que necessita de certos cuidados:

● Para facilitar a adaptação da muda no local definitivo, a irrigação deve ser suspensa um dia
antes do plantio para “endurecimento” das mudas, ou seja, para facilitar a adaptação da
muda ao local definitivo.
● O transplante deve ser feito nas horas mais frescas do dia.
● Irrigar logo após o transplante.
● Colocar a cobertura morta no pé da planta.
● Não esquecer de retirar os recipientes plásticos.
● Plantar a muda na mesma altura em que se encontrava na sementeira ou no recipiente.
Propagação assexuada

Tipo de multiplicação em que as plantas originadas são iguais à planta-mãe, da qual se retiram as
partes para multiplicar.

Vantagens e desvantagens da propagação assexuada

Vantagens:

● Permite a manutenção do valor agronômico de uma cultivar ou clone.


● Redução do período produtivo.
● Maior uniformidade fenológica, bem como uma resposta idêntica dos fatores ambientais.
● Permite a combinação de clones, principalmente quando se usa a enxertia.

Desvantagens:

● Possibilita a transmissão de doenças, especialmente as causadas por vírus e bactérias.


● Pode ocorrer ao longo do tempo, uma mutação das gemas, podendo ser gerado um clone
diferenciado e de menor qualidade que a planta matriz.
● A ausência da variabilidade gerada no clone pode levar a problemas na futura área de
produção, aumentando o risco de danos em todas as plantas por problemas climáticos e
fitossanitários.
Estaquia ou propagação vegetativa artificial

São retiradas partes da planta-mãe, denominadas estacas. Este material é submetido ao


enraizamento para, posteriormente, ser plantado em recipientes ou diretamente no local definitivo.

● É utilizado quando as plantas não produzem sementes num determinado local.


● Quando se deseja ter material com características da planta matriz.
● As plantas propagadas por estacas têm, geralmente, menor longevidade que as propagada
por sementes.
● Apresentam redução na fase juvenil, produzindo em pouco tempo flores e frutos, embora
possam estar com tamanho reduzido.
● As raízes são pouco profundas.

Tipo de estacas

Há três tipos de estacas: de folhas, de caule e de raízes.

Estacas de folhas - são utilizadas para plantas que apresentam folhas carnosas, como a
folhada-fortuna, que são destacadas da planta-matriz e deixadas sobre a areia úmidas ou
parcialmente enterradas, com o pecíolo para baixo, até a formação da parte aérea e sistema
radicular.

Estacas de raiz - podem ser utilizadas para plantas como o confrei, ou para a espinheira-santa, que
são também colocadas em leito de areia para a formação da parte aérea.

Estacas de caule - são as mais usadas nas plantas medicinais. São classificadas de acordo com a
maior ou menor quantidade de lenho:

● Lenhosas: erva-cidreira.
● Semilenhosas: alecrim.
● Herbáceas: manjericão.
Uma mesma planta pode apresentar os três tipos de estacas.

As estacas de caule precisam ter, fundamentalmente, folhas ou pelo menos gemas para o
enraizamento. Deve apresentar dois nós no mínimo, um no ápice e outro na base.

Cuidados na coleta das estacas

● A planta-matriz deve ter bom aspecto sem sintomas de doenças ou subnutrição (plantas
raquíticas).
● Coletar de preferência nas horas mais frescas, para evitar grandes perdas de água até o
momento do plantio.
● As estacas semilenhosas e herbáceas devem apresentar folhas. Recomenda-se deixar
somente as folhas da parte superior. O corte da estaca é feito imediatamente abaixo de um
nó, na base. Quando as folhas forem muito grandes devem ser cortadas no meio, no sentido
transversal à nervura principal, para diminuir a transpiração.
● Estacas herbáceas devem vir sempre que possível com o talão (parte da haste da planta com
material rígido - lenho), facilitando o pegamento. Destacá-las com a mão, não cortar.
● As estacas devem ter, normalmente de 7 a 15 cm de comprimento.

Enraizamento

Para estacas herbáceas e semilenhosas, o enraizamento é feito à sombra, nos diversos substratos, ou
sob o sol pleno, quando houver proteção contra a perda de umidade. Dois terços da estaca deve ser
enterrada. Uma estaca de 15 cm de comprimento deverá ter pelo menos 10 cm enterrados no leito
de areia.

Substrato para enraizamento

Um bom substrato deve preencher os seguintes requisitos da melhor forma possível: conservar a
umidade, permitir aeração e dar sustentação a raiz.

Transplante

Após o enraizamento, que geralmente leva de 1 a 5 semanas, faz-se o transplante das mudas para o
local definitivo ou para os recipientes.

As raízes devem ser bem formadas, um bom indicativo são o aparecimento e a ramificação de
brotações, que podem, às vezes, surgir sem que as raízes se formem, principalmente, em estacas
lenhosas.

Logo em seguida ao transplante, é importante que se irrigue, para melhor acomodação do solo junto
às raízes e proporcionar agregação do solo junto às raízes e rápida recuperação das mudas.
Propagação vegetativa natural

Este tipo de propagação se dá por dois métodos:

Método de divisão

Consiste em dividir a parte da planta mecanicamente, e multiplicar em tamanhos adequados para


propagação.

Método de separação

Desmembramento das partes se dá por processo natural ou manual.

Bulbos - os bulbos são separados e plantados diretamente no local definitivo ou em leitos de areia,
para melhor desenvolvimento.

Rizomas - os rizomas podem ser divididos ou separados, dependendo do caso

Filhotes e rebentos - algumas plantas, como a babosa e a sacaca, emitem filhotes ou rebentos a
partir da base do caule, os quais são separados e plantados normalmente.

Divisão de touceiras - esta divisão, que pode estar compreendida nos três tipos anteriores, consiste
na separação ou divisão de touceiras de uma planta em mudas, sendo estas colocadas em leito de
areia ou plantada diretamente no local.
Ex.: capim-limão.
Local

O local a ser escolhido para implantação de uma horta medicinal deverá ter água disponível em
abundância e de boa qualidade, distante de esgotos, fossas e chiqueiros, e ser ainda exposto ao sol,
principalmente pela manhã. Deve ser próximo da casa da pessoa encarregada de cuidar da horta.

Solo

O solo deve ser leve e fértil para que as raízes tenham facilidade de penetrar e desenvolver.

Tendo disponibilidade é bom fazer a análise do solo, principalmente em se tratando de horta


comercial.

Quanto ao aspecto físico do solo, pode ser melhorado, no seu preparo, com a adição de
incorporando no mesmo esterco e/ou composto orgânico que fornecerão nutrientes, ajudando a
reter a umidade.

A correção do solo pode ser feita com calcário, além da adubação com um produto natural que é o
húmus

Certas espécies exigem solos úmidos como é o caso do chápeu-de-couro, cana-de-macaco, etc.
Outras já gostam de terrenos areno-argilosos, com umidade controlada, como cará, bardana,
alecrim, etc.
Preparo do solo

Primeiramente faz-se uma limpeza geral da área, em seguida revolve-se o solo com enxadão, pá reta
ou arado (mecanizado ou tração animal).

A declividade da área é um fator de grande importância, para planejamento da distribuição das


espécies e a formação dos canteiros a fim de evitar a erosão.

Como exemplo, podemos citar o plantio de capim-limão em curva de nível onde o mesmo
transforma-se numa faixa de retenção. Os canteiros e covas por sua vez também devem obedecer a
formação das sementeiras, sua confecção em curva de nível.

Inicia-se a formação das sementeiras e canteiros, com as seguintes dimensões: 1 a 1,2 metros de
largura x 0,2 metros de altura.

Nas sementeiras, a terra deve ser bem fofa, e as sementes podem ser cobertas com areia bem fina
ou terra peneirada.

As covas que serão feitas para plantio das espécies, devem ter 30 cm de largura x 30 cm de
comprimento x 30 cm de profundidade.

Adubação

Dentre os fatores que podem interferir na composição química de uma planta, a nutrição é um dos
fatores que merece mais destaque.

Os adubos nitrogenados têm papel importante no aumento de volume da colheita em plantas das
quais se aproveitam as folhas e as inflorescências, e as adubações fosfatadas e potássicas são
particularmente importantes para as partes subterrâneas (rizomas, raízes, bulbos, etc.)

A aplicação do N (nitrogênio) durante o período de pico de crescimento resulta em melhor utilização


de N aplicado e conseqüentemente melhora o rendimento ou a produtividade da espécie. A
aplicação parcelada de N é mais eficiente, pois é muito propenso a ser perdido no solo por lixiviação,
volatilização e desnitrificação. Ex.: plantas que respondem bem a adubação nitrogenada: beladona,
losna, alfavaca, alfazema, melissa, orégano, arruda.

É recomendável realizar a fosfatagem, com fosfatos naturais para corrigir a deficiência de fósforo
típica dos solos na Região Norte.

Uma adubação equilibrada é a chave para a obtenção de plantas mais resistentes a pragas e doenças
também com maiores teores de fármacos, sem comprometer a produção de massa verde.

Para fazer a correção básica do solo recomenda-se usar 150 g de calcário/m2 /canteiro.
O esterco de bovino é colocado na proporção de 6 a 101/m2 /canteiro e esterco de galinha de 2 3
litros/m2 /canteiro, estes devem estar totalmente curtidos.

Pode-se acrescentar 2 litros de humus/m2 /canteiro.

Em covas deve-se colocar ¼ das dosagens recomendadas/m2 para cada canteiro.

Nas sementeiras a adubação é a mesma dos canteiros.

Covas

São utilizadas para espécies arbustivas, trepadeiras e arbóreas.

Dimensões – 30 cm x 30 cm x 30 cm.

Espaçamentos - 3 m entre plantas e 4 m entre linhas, sendo este espaçamento variável em função do
crescimento da planta.

Canteiros

As plantas medicinais, em sua maioria, são de ciclo curto e podem ser tratadas como hortaliças.

Os canteiros são de 1 m2 de largura e comprimento variável, mantendo-se uma distância de 60 cm


entre eles, para facilitar a movimentação. Em terrenos inclinados, os canteiros devem obedecer às
curvas de nível.

O espaçamento utilizado normalmente é de: 20 cm entre plantas e 30 cm entre sulco, para espécies
de porte baixo; 35 cm entre plantas e 50 cm entre linhas, para plantas mais altas; usar 50 cm entre
plantas e 70 cm entre linhas, para plantas que chegam a 2 m de altura.

Os canteiros são normalmente utilizados para plantas herbáceas de pequeno porte e anuais.

Sulcos

São feitos para espécies onde se utiliza a divisão de touceiras ou rizomas na propagação, ou mesmo
para algumas espécies plantadas em covas.

Cobertura morta

É recomendada a utilização da cobertura morta como casca de arroz, capim seco, casca de café, etc.
Essa prática melhora a retenção de águas, retarda ou impede o surgimento de invasoras, evita a
exposição direta do solo à radiação solar e ao impacto das chuvas. Além de reduzir o contato da
folhagem da planta diretamente com o solo, em alguns casos.

A cobertura morta promove maior conservação de água no solo, influenciando na sua variação de
temperatura. Com sua decomposição, vai incorporar mais matéria orgânica ao ambiente.
As espécies medicinais normalmente apresentam alta resistência ao ataque de doenças e pragas,
mas, por algum desequilíbrio, este pode ocorrer em níveis prejudiciais. Num ambiente equilibrado,
com plantas bem nutridas, a possibilidade de ataque diminui.

O uso de produtos químicos (agrotóxicos) é condenado para o cultivo de espécies medicinais. Isto se
justifica pela ausência de produtos registrados para estas espécies, conforme exigência legal, e pelas
alterações que tais produtos podem ocasionar nos princípios ativos. Tais alterações vão desde a
permanência de resíduos tóxicos sobre as plantas até a veiculação de metais pesados como o cádmio
e o chumbo. Se para os alimentos já se buscam alternativas para evitar o uso de produtos tóxicos,
para a produção de fitoterápicos a atenção deve ser redobrada.

Principais pragas e doenças que atacam espécies medicinais.


Pragas Doenças

Ácaros Fungos

Besouros Bactérias

Cochonilhas Vírus

Formigas

Lagartas

Percevejo

Pulgões

Lesma

Nematóides
Controle de pragas e doenças

Medidas gerais

● Seleção de área de cultivo.


● Manejo do solo.
● Rotação de culturas.
● Plantio na época correta.
● Usar sementes, mudas e estacas de plantas sadias.
● Plantio no espaçamento adequado.
● Consorciação.

Uma área grande de plantas da mesma espécie pode facilitar o surgimento e rápido desenvolvimento
de pragas e doenças específicas. A consorciação de duas ou mais espécies reduz este risco. É
necessário, entretanto, fazer um planejamento desta consorciação por causa dos efeitos alelopáticos
(ação de uma espécie sobre o desenvolvimento da outra). Quando não há informações sobre o efeito
da consorciação ela deve ser testada primeiro em uma pequena área.

Abaixo segue alguns exemplos de associações benéficas e associações que devem ser evitadas.

● Alfavaca - seu cheiro repele moscas e mosquitos. Não devem ser plantadas perto da arruda.
● Funcho - em geral não se dá bem com nenhuma outra planta.
● Cravo-de-defuntos - protege as lavouras dos nematóides. Aparentemente não é prejudicial a
nenhuma outra planta.
● Hortelã - seu cheiro repele lepidópteros tipo borboleta-da-couve podendo ser plantada
como bordadura de lavoura. Exige atenção pois se alastra com facilidade.
● Manjerona - melhora o aroma das plantas.
● Alecrim - mantém afastados a borboleta-da-couve e a mosca-da-cenoura. É planta
companheira da sálvia.
● Catinga-de-mulata - seu aroma forte mantém afastados os insetos voadores. pode ser
plantada em toda área.
● Tomilho - seu aroma mantém afastada a borboleta-da-couve.
● Losna - como bordadura, mantém os animais fora da lavoura, mas sua vizinhança não faz
bem a nenhuma outra planta.
● Mil-folhas - planta-se com bordadura perto de ervas aromáticas (aumenta a produção de
óleos essenciais).
● Arnica brasileira - inibe a germinação de sementes de plantas daninhas.
Estratégia para MIP (Manejo Integrado de Pragas)

● Uso de variedades resistentes.


● Rotação de culturas.
● Destruição de restos culturais.
● Aração do solo para expor larvas, pupas e insetos adultos de solo, aos raios solares.
● Adubação
● Alteração da época de plantio e/ou colheita evitando os picos populacionais da praga.
● Poda ou desbaste de ramos atacados por brocas
● Irrigação ou drenagem para redução de população de pragas.
● Cultura armadilha – variedades susceptíveis na mesma área.
● Destruição de hospedeiros alternativos (plantas vizinhas que sirvam de alimento e/ou abrigo.
● Destruição manual.
● Uso de barreiras com vegetais e/ou mesmo sulcos no solo.
● Uso de armadilhas.
● Liberação, proteção e fomento dos inimigos naturais.
● Feromônios.
● Quarentena.
● Medidas obrigatórias de controle - destruição de restos de cultura.
● Produtos químicos - somente em casos emergenciais.

Uso de plantas no controle de pragas de plantas medicinais

Os vegetais, incluindo as plantas medicinais, têm propriedades fitofarmacológicas, com


características que podem ser aproveitadas para o controle alternativo de pragas.

Entre as plantas aromáticas e medicinais, atualmente conhecidas pela ação inseticidas estão as
plantas da família Piperaceae, entre elas está a “Piper decurrens”, e as espécies Pimpinella anisum
(anis), Eucalyptus globulus (eucalipto), Tanacetum vulgare (catinga de mulata), Allium sativum (alho),
Ruta graveolens (arruda), Mentha pulegium (poejo) Rosmarinus officinalis (alecrim), Salvia officinalis
(sálvia), etc.

Utilização de extratos

Para escolher e manusear uma receita de preparo caseiro alternativo no manejo de pragas observe
os seguintes cuidados:

● Verifique a espécie de praga e se o ataque na planta é intenso.


● Para fazer uma receita verificar o tempo de preparo e a disponibilidade dos ingredientes.
● Se não houver receita específica, escolher alternativas que não prejudiquem a popularidade
de seu produto medicinal.
● Utilize, se possível, espalhante adesivo. Ele pode substituir a água nas receitas que não
possuam sabão em sua formulação.
● Nunca misture duas ou mais receitas na mesma aplicação.
● Utilize equipamentos de proteção e siga outros cuidados gerais, como não fumar, não comer,
não beber durante a aplicação do inseticida.
● Não abuse das receitas alternativas, elas podem perder seu efeito pelo uso indiscriminado.
● Não jogue fora ou em qualquer lugar, os concentrados. Evite a contaminação do meio
ambiente.
● Manter fora do alcance das crianças e animais.
● Anote toda e qualquer praga nova que conseguiu controlar e a receita utilizada.
● Procure alternar as receitas aplicadas para uma mesma praga.

Medidas específicas para controle de pragas

Macerado de samambaia - colocar 500 gramas de folhas frescas ou 100 gramas de folhas secas em
um litro de água por dia. Ferver meia hora. Para aplicação, diluir um litro deste macerado em dez
litros de água. Controla ácaros, cochonilhas e pulgões.

Macerado curtido de urtiga - colocar 500 gramas de folhas frescas ou 100 gramas de secas em um
litro de água e deixar dois dias. Para aplicação diluir em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas
ou no solo. Controla pulgões e lagartas (aplicado no solo).

Macerado de fumo - picar 10 cm de fumo de corda e colocar em um litro de água por dia em
recipiente não-metálico com tampa. Diluir em 10 litros de água e pulverizar as plantas. Controla
cochonilhas, lagartas e pulgões.

Mistura de álcool e fumo - coloque 10 cm de fumo picado em uma tijela e cubar com álcool
misturado com um pouco de água. Quando o fumo absorver o álcool, coloque mais álcool misturado
com um pouco de água e deixe 15 dias de molho, tampando a tijela, para que a nicotina seja retirada
do fumo. Coloque o líquido em uma garrafa com tampa e, na hora de usar, misture com sabão ralado
e água nas seguintes proporções: 1 copo de mistura de água e fumo, 250 gramas de sabão ralado e
10 litros de água. Controla pulgões.

Misturas de querosene, sabão e macerado de fumo - aquecer 10 litros de água, 20 colheres de


sobremesa de querosene e 3 colheres de sopa de sabão em pó biodegradável. Deixe esfriar e
adicione 1 litro do macerado de fumo. Pulverize sobre as plantas. Controla cochonilhas com carapaça
e ácaros.

Mistura de sabão, macerado de fumo com enxofre - misturar em 10 litros de água morna, meia
barra de sabão, um litro do macerado de fumo e 1 kg de enxofre. Deixar esfriar e pulverizar sobre as
plantas. Controla ácaros.

Cravo-de-defuntos - quando plantado nas bordaduras impede o aparecimento de nematóides nas


plantas cultivadas.

Tajujá, taiuiá ou melancia-brava - é uma planta trepadeira cujas folhas são bem parecidas com as da
melancia. A raiz é semelhante à da mandioca. Apanha-se esta raiz, corta-se em pedaços de 10 cm e
distribui-se na lavoura. A seiva ou líquido existente na raiz atrai insetos, fazendo com que estes não
ataquem a planta cultivada. Deve ser renovada regularmente. Controla besouros (“vaquinha”).

Purungo ou cabaça - também é uma planta trepadeira. Suas folhas são parecidas com as de abóbora.
Quando o fruto está maduro (seco) é usada para cuia de chimarrão. Quando está verde, o fruto
cortado ao meio atrai insetos, devendo ser espalhado na lavoura, como o tajujá. Controla besouros
(“patriota”).

Soro de leite - quando pulverizado sobre as plantas, resseca e mata ácaros.

Armadilha luminosa - colocar uma lanterna de querosene acesa a partir das setes horas da noite no
meio da lavoura e deixar até de madrugada, principalmente nos meses de novembro a fevereiro. As
mariposas são atraídas pela luz e batem no vidro da lanterna, caindo num saco de estopa aberto que
é colocado logo abaixo. No dia seguinte matar as mariposas. Controla mariposas, especialmente a
mariposa-oriental (broca-dos-ponteiros) que ataca os pomares.

Saco de aniagem - umedecê-lo com um pouco de leite e colocar na lavoura em vários locais. No dia
seguinte pegar as lesmas que estão aderidas ao saco e matá-las.

Solução de água e sabão - colocar 50 gramas de sabão caseiro em 5 litros de água quente. Após
esfriar, aplicar com o pulverizador. Controla pulgões, cochonilhas e lagartas.

Infusão de losna - derramar um litro de água fervente sobre 300 gramas de folhas secas e deixar em
infusão por 10 minutos. Diluir em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas. Controla lagartas e
lesmas.

Cerveja - a cerveja atrai lesmas. Fazer armadilhas com latas de azeite, tirando a tampa e
enterrando-as com a abertura no nível do solo. Colocar um pouco de cerveja misturada com sal. As
lesmas caem na lata atraídas pela cerveja e morrem desidratadas pelo sal. Controla lesmas.

Pimenta vermelha - pimenta vermelha bem socada, misturada com bastante água e um pouco de
sabão em pó ou líquido pulverizado sobre as plantas, age como repelente de insetos.

Outras plantas também podem ser utilizadas como inseticidas, entre as quais se destacam:

Piretro - é obtido de algumas plantas do gênero Chrysanthemum, da família Asteraceae, com o qual
se faz um inseticida contra pulgões, lagartas e vaquinhas. É obtido fazendo-se a maceração das
flores. Sua ação pode ser aumentada (ação sinergística) com uso da sesamina, produto obtido do
extrato de gergelim (Sesamum indicum), da família Pedaliaceae.

Ponto importante

Para a maioria das plantas medicinais deve ser evitada a monocultura, isto é, o plantio de uma só
espécie extensivamente.
Recorre-se à associação entre plantas, inclusive com olerícolas, nas quais não se empreguem
produtos químicos. A associação ou consorciação entre plantas de espécies diferentes deve ser uma
prática constante, sempre procurando associar as plantas companheiras como: sálvia e alecrim,
catinga-de-mulata, cravo, calêndula, etc. (repele insetos)

A manjerona e mil-folhas parecem estimular a produção de óleos essenciais em outras plantas


aromáticas

Há plantas que têm um certo antagonismo entre si, como os manjericões, a arruda, o funcho, que
devem ficar afastados da maioria das plantas.

A losna que produz absintina, um poderoso aleloquímico que prejudica o crescimento de outras
espécies, inclusive medicinais.

As associações corretas diminuem a incidência de pragas e até mesmo doenças em algumas


espécies.
Determinação do ponto de colheita

O primeiro aspecto a ser observado na produção de plantas medicinais com qualidade é a colheita
no momento certo.

Nas espécies medicinais a produção de substâncias com atividades terapêuticas apresentam alta
variabilidade. O ponto de colheita varia de acordo com o órgão da planta, estágio de
desenvolvimento e época do ano e hora do dia.

A distribuição das substâncias ativas numa planta pode ser bem irregular.

Alguns grupos de substância localizam-se preferencialmente em partes específicas:

● Os flavonóides, de maneira geral, estão mais concentrados na parte aérea da planta.

● Na camomila, o camazuleno e outras substâncias estão mais concentrados nas flores.

É necessário conhecer que parte deve ser colhida para que se possa estabelecer o ponto ideal.

O estágio de desenvolvimento é muito importante para que se determine o ponto da colheita,


principalmente, em plantas perenes e anuais de ciclo longo, em que a máxima concentração é
atingida a partir de certa idade e, ou fase do desenvolvimento.

Exemplos:

● Jaborandi - apresenta baixo teor de pilocarpina (alcalóide) quando jovem.


● Alecrim - apresenta maior teor de óleos essenciais após a floração, sendo uma das exceções
entre as plantas medicinais de um modo geral.

A concentração de princípios ativos durante o dia pode variar muito. Os alcalóides e óleos essenciais
concentram-se mais pela manhã, e os glicosídeos, à tarde.

Além de identificar bem a planta, e com isso ter segurança do material que está sendo colhido, é
preciso também se atentar a variação da concentração dos princípios ativos na planta, que seguem
critérios de luminosidade (período do dia/noite), tempo (sol/chuva) e das estações do ano. Estes
fatores são determinantes para as épocas de colheita, mas de modo geral colhem-se as diferentes
partes da planta em momentos diferentes:

- folhas: devem ser colhidas na forma adulta e nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde;
- flores: devem ser colhidas no início da floração e pela manhã;
- sementes: quando estiverem totalmente maduras;
- raízes: devem ser colhidas preferencialmente no outono quando se concentram as reservas para o
inverno;
- as cascas:; As cascas são colhidas quando a planta atinge a plenitude de seu crescimento, ao fim de
ciclo anual ou antes da floração (nas perenes). Nos arbustos as cascas são separadas no outono, e
nas árvores, na primavera. Devem ser coletadas antes do início de sua rebrota, após o inverno

É importante conhecer qual é a parte da casca que interessa, pois no sabugueiro a casca apresenta
diversas camadas, cada uma com propriedades terapêuticas diferentes: a primeira é resolutiva e a
segunda, purgativa.

Na quinas, os alcalóides responsáveis pelo seu poder curativo estão presentes em somente uma
camada da casca, não se disseminando para as outras.

A colheita de plantas medicinais em determinado ponto tem o objetivo de obter-se o máximo teor
de princípio ativo. No entanto, na maioria das vezes nada impede que as plantas sejam colhidas
antes ou depois do ponto para uso imediato. O problema vai ser a redução do valor terapêutico em
alguns casos ou a predominância de princípios tóxicos, como é no confrei.

Recomendações de colheita
Parte Colhida Ponto de Colheita

Casca e entrecasca Quando da floração

Flores No início da floração

Frutos e Sementes Quando maduros

Raízes Quando a planta estiver adulta

Talos e Folhas Antes do florescimento


Operação de colheita

Uma vez atingindo o ponto de colheita, esta deve ser realizada com o tempo seco, de preferência
pela manhã. Não se recomenda, executá-la com água sobre as partes, por exemplo, com o orvalho
da manhã.

As ferramentas de colheita variam de acordo com a parte colhida:

Para as flores e hastes utiliza-se tesoura de poda. Algumas flores são colhidas com tesouras, outras,
como a camomila, são colhidas manualmente.

Para raízes e partes subterrâneas são utilizados pás, enxadas e enxadões.

O material colhido é colocado em recipientes como cestos e caixas.

Deve-se ter cuidado de não amontoá-los ou amassá-los, pois isso pode acelerar a degradação e
perda da qualidade.

Deve-se evitar a colheita de plantas doentes, com manchas, fora do padrão, com terra, poeira, órgãos
deformados ou outros defeitos.

Durante o processo de colheita, evitar a incidência direta de raios solares sobre as partes colhidas,
principalmente folhas e flores. No caso de raízes, pode-se deixar por algum tempo ao sol.

Controle de qualidade

Para o controle de qualidade devem ser anotados os seguintes dados: momento da colheita,
condução da lavoura, local, produtor, condições de secagem, etc. Imediatamente após a colheita o
material deve ser encaminhado para a secagem.
Secagem: “A secagem é a maneira consagrada pelo tempo de se conservarem as ervas”. Quando as
plantas não são utilizadas frescas, devemos fazer a secagem adequada para armazená-las com suas
propriedades e livrá-las de contaminações. Este processo pode ser feito de forma natural ou artificial.

A forma natural, que é a mais comum deve ser feita na sombra, em local bem ventilado, porém limpo
e seco. Podem ficar amarrados em ramos e pendurados em varais ou espalhados sobre tampões;
preferencialmente devem ser cobertos com papel para proteger da luz (destrói a cor e sabor) e
poeira.

A forma artificial é feita em estufas com temperaturas entre 30º e 65º, dependendo do tipo de
cultura. Geralmente é utilizada para grande quantidade de plantas em escala comercial.

A secagem dura de 2 a 15 dias, dependendo da parte da planta a ser secada e da técnica usada.

Secagem

O consumo de plantas medicinais frescas garante uma ação mais eficaz dos poderes curativos nelas
presentes, embora isso nem sempre seja possível, o que torna a secagem um método de
conservação eficaz quando bem conduzido.

O beneficiamento das plantas medicinais engloba vários processos.

O órgão vegetal, seja ele folhas, flor, raiz ou casca, quando recém-colhido apresenta elevado teor de
umidade e substratos, que concorre para que a ação enzimática seja aumentada.
A secagem, em virtude da evaporação de água contida nas células e nos tecidos das plantas, reduz o
peso do material. Por essa razão promove aumento percentual de princípios ativos em relação ao
peso do material.

Órgão vegetal e percentagem da redução do peso após a secagem.

Órgão Vegetal Redução do Peso (em %)

Folhas 20-75

Casca 40-65

Gemas 62

Lenho de árvore 30-70

Raízes 25-80

Flores em geral 15-80

Flor de Camomila 66

Flor de Borragem 90

Estas percentagens variam com a idade da planta e com as condições de umidade do meio.

Cuidados que antecedem a secagem

Procedimento básico antes de submeter as plantas à secagem, para se conseguir um produto de boa
qualidade:

● Não se recomenda lavar as plantas antes da secagem, exceto no caso de determinados


rizomas e raízes, que devem ser lavados.
● Deve-se separar as plantas de espécies diferentes.
● As plantas colhidas e transportadas ao local de secagem não devem receber raios solares.
● Antes de submeter as plantas à secagem deve-se fazer a eliminação de elementos estranhos
(terra, pedras, outras plantas, etc.) e partes que estejam em condições indesejáveis (sujas,
descoloridas ou manchadas, danificadas).
● As plantas colhidas inteiras devem ter cada parte (folha, flor, caule, raiz, sementes, frutos)
seca em separado e conservada depois em recipientes individuais.
● Quando as raízes são volumosas podem ser cortadas em pedaços ou fatias para facilitar a
secagem.
● Para secar as folhas, a melhor maneira é conservá-las com seus talos, pois isto preserva sua
qualidade, previne danificações e facilita o manuseio.
Armazenamento: Após a secagem, o material deve ser armazenado em embalagens escuras como
papel pardo, vidros escuros, pequenas caixas de papelão e bem fechadas, evitando a luz, o pó, o
calor e insetos.

As embalagens devem ser etiquetadas indicando o nome da planta e a data de colheita, pois o prazo
de validade varia de seis meses a um ano.
O uso de plantas medicinais é amplamente utilizado pela sociedade na prevenção e tratamento de
doenças, porém da mesma forma que os modernos medicamentos possuem algum risco associado
ao seu consumo, as plantas medicinais e os fitoterápicos também podem apresentar propriedades
tóxicas que justificam muito cuidado no preparo e utilização.

O fato de uma planta ser natural, não lhe exime dos riscos, podendo causar graves enfermidades
logo após o seu uso ou a longo prazo, podendo até mesmo causar a morte. As enfermidades
manifestam-se em afecções da pele e mucosas, problemas respiratórios, cardiovasculares,
gastrointestinais, neurológicos entre outros.

As reações colaterais podem estar relacionadas à exposição de um ou mais componentes químicos


da planta, no processo obtenção dos princípios ativos, ou ainda na forma de consumo, pois não são
raros os casos em que se emprega somente uma parte da planta com fins medicinais, enquanto as
outras partes podem ser consideradas tóxicas. O cuidado na identificação precisa do material a ser
utilizado e a rigorosidade das dosagens prescritas, também podem evitar uma série de problemas.

Pode-se destacar alguns casos clássicos relatados na literatura, como o uso do confrei, que possui
ação anti inflamatória e cicatrizante e foi bastante utilizado como remédio, mas por conter certos
alcalóides tóxicos ocasionou o aparecimento de tumores malignos no fígado, nos brônquios e na
bexiga, dos seu consumidores e hoje seu uso interno foi suspenso.

A arruda, com função vermífuga e emenagoga, pode provocar vômitos, gastroenterites, salivações,
edema na língua e, principalmente, hemorragias em mulheres grávidas, podendo levar ao aborto.
Outro caso bastante mencionado é da buchinha, popularmente usada para a sinusite, a planta tem
forte efeito hemorrágico e é usada como abortivo.
Vários grupos de substâncias tóxicas podem ser encontradas nas plantas. A tabela a seguir evidencia
alguns deles, assim como seus efeitos e exemplos de plantas onde são encontrados:

A importância de estudar a toxicidade das plantas medicinais, não está só nos riscos que elas
apresentam, mas também nos benefícios que elas podem proporcionar quando usadas
adequadamente. É notório que muitos dos componentes químicos empregados na farmacologia, são
elaborados a partir desses mesmos componentes tóxicos, como é o caso da dedaleira em que sua
substância denominada digitalina, é a base de muitos medicamentos cardiotônicos, prescritos para
auxiliar no tratamento de insuficiência cardíaca.

Paracelso, também conhecido como o fundador da homeopatia, já media e ministrava doses das
substâncias que dava para seus pacientes dizendo: “ Se um veneno é veneno ou não, depende só da
dose”. Sua filosofia foi sintetizada da seguinte forma: “o muito mata, o pouco cura”.
As plantas medicinais podem ser utilizadas em preparações diversas para serem ingeridas, ou seja,
de uso interno, ou para uso sobre o corpo (pele, mucosas) dito neste caso, de uso externo. Assim, as
formas de preparar estes compostos, também são muitas e normalmente variam de acordo com a
parte da planta a ser utilizada e a função do preparo.

Tisana ou Chá: nome genérico de chás, usado desde antiguidade. Existem duas formas de preparar
os chás:

1.Infusão: É o modo tradicional de preparo dos chás. Deve-se picar a parte da planta indicada,(mais
comum com folhas frescas e flores ) colocar num recipiente e adicionar água fervente. Tampar e
deixar em repouso por 5 a 10 minutos. Depois coar para ser tomado.
É indicado para folhas, flores, inflorescências e frutos que contenham substâncias ativas
voláteis.Ferver a água e, em seguida, desligar o fogo. 2. Adicionar esta água sobre a planta fresca ou
seca. 3. Tampar e deixar por 10 a 20 minutos em repouso. 4. Coar em seguida. Os infusos devem ser
usados no dia em que forem preparados, ou seja, no máximo em 24 horas.

2. Decocção (COZIMENTO): Prepare-se colocando a planta na água fria e leve à fervura. O tempo de
fervura pode variar de 10 a 15 minutos dependendo da consistência da planta. Deixar repousar
alguns minutos e coar. Esse método é indicado quando se utilizam partes duras como cascas, raízes e
sementes
É indicado para as partes de plantas com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules,
sementes e folhas coriáceas. Colocar a planta medicinal fresca ou seca em uma vasilha adequada
junto com água fria. 2. Levar a mistura ao fogo e ferver em fogo brando por 5 a 20 minutos (ou outro
tempo, de acordo com a recomendação). 3. Retirar do fogo e deixar em repouso por 20 a 30
minutos. 4. Coar em seguida.Os decoctos devem ser usados no dia em que forem preparados, ou
seja, no máximo em 24 horas.
A decocção normalmente é utilizada para ervas não aromáticas (que contém princípios estáveis ao
calor) e para as drogas vegetais constituídas por sementes, raízes, cascas e outras partes da planta na
quantidade prescrita de água fervente. Coar e espremer a erva com um pedaço de pano de ou
coador. O decocto deve ser utilizado no mesmo dia de seu preparo.
Os chás devem ser preparados de preferência, em doses individuais para serem usados logo em
seguida. Quando, porém, as doses são muito frequentes, podem ser preparadas em quantidade
maior, para o consumo no mesmo dia. Neste caso, além do cuidado de usar todo o material muito
bem limpo, deve-se manter o recipiente com o chá bem fechado e guardado na geladeira e não
usá-lo mais no dia seguinte, quando se prepara nova quantidade se for necessário.
Os recipientes a serem utilizados devem ser preferencialmente de vidro, porcelana ou esmaltados,
para não alterarem os princípios ativos da planta.
É a preparação que consiste no contato da droga vegetal com água, à temperatura ambiente, por
tempo determinado para cada droga vegetal. Esse método é indicado para drogas vegetais que
possuam substâncias que se degradam com o aquecimento. Preparação (realizada a frio) que
consiste em colocar a parte da planta medicinal dentro de um recipiente contendo álcool, óleo, água
ou outro líquido. Folhas, flores e outras partes tenras ficam macerando por 18 a 24 horas. Plantas
onde há possibilidade de fermentações não devem ser preparadas desta forma. O recipiente
permanece em lugar fresco, protegido da luz solar direta, podendo ser agitado periodicamente.
Findo o tempo previsto, filtra-se o líquido e pode-se acrescentar uma quantidade de diluente (água
por exemplo), se achar necessário para obter um volume final desejado.Limpar a planta. 2. Fazer pó
grosseiro ou picar as plantas em pedaços pequenos. 3. Colocar as plantas em uma vasilha de aço ou
vidro e adicionar seis vezes água em relação ao peso da planta. 4. Deixar em repouso pelo período
determinado de acordo com a planta utilizada. 5. Coar. 6. Utilizar em seguida ou até no máximo em
24 horas. Deve ser utilizada em 24 horas após o preparo, no máximo

Cataplasma: são feitas com plantas picadas ou esmagadas e misturadas com água ou leite e farinhas.
A mistura é aquecida e aplicada ainda quente sobre a área afetada. Costumeiramente, é utilizado
para o tratamento de dores reumáticas, inflamações da pele, ulcerações, feridas, furúnculos,
contusões e entorses.
É o processo no qual se aplica um preparado quente ou frio de plantas medicinais, geralmente com a
finalidade de reduzir uma inflamação e/ou dor local. São obtidas por diversas formas:
• Amassar as ervas frescas e bem limpas, aplicar diretamente sobre a parte afetada ou envolvidas em
pano fino ou gaze.
• As ervas secas podem ser reduzidas a pó, misturadas em água, chás ou outras preparações
aplicadas envoltas em pano fino sobre as partes afetadas.
• Pode-se ainda utilizar farinha de mandioca ou fubá de milho e água, geralmente quente, com a
planta fresca ou seca triturada. Plantas frescas ao natural podem ser aplicadas diretamente sobre as
partes doloridas e inflamadas.
Plantas secas em trouxinhas de pano, frias ou quentes, conforme o caso. Usa-se para cãibras,
neuralgias, dor de ouvido etc.
Em forma de pasta: socar as plantas frescas formando uma massa que se coloca diretamente sobre o
local dolorido, ou embrulhado em pano. Quando não se tem plantas frescas, podem-se usar as secas.
Nesse caso, prepara-se uma decocção ou infusão, acrescenta-se farinha enquanto quente até formar
uma pasta e coloca-se num pano limpo e aplica-se sobre a região afetada. Devem ser preparados na
hora da utilização

Maceração: É uma preparação que requer longa imersão, pois coloca a planta amassada ou picada
na água fria. Cobre-se o recipiente e deixe-se repousar em lugar fresco por um período maior de
tempo que pode chegar a um dia, para depois ser utilizado.

Compressas: São feitas com o preparo de tisanas ou o sumo da própria planta embebida em panos,
gaze ou algodão e aplicados sobre o local afetado. Podem ser aplicadas quentes ou frias.
é uma preparação de uso local (tópico) que atua pela penetração dos princípios ativos através da
pele. Utilizam-se panos, chumaços de algodão ou gaze embebidos em um infuso concentrado,
decocto, sumo ou tintura da planta dissolvida em água. A compressa pode ser quente ou fria. É uma
forma de tratamento que consiste em colocar, sobre o lugar lesionado, um pano ou gaze limpo e
umedecido com um infuso ou decocto frio ou aquecido, dependendo da indicação de uso. Preparar o
suco ou chá, por infusão ou decocção, da planta desejada. 2. Mergulhar um pano limpo ou pedaço
de algodão nesse líquido. Aplicar a compressa quente ou fria sobre o local indicado, renovando
frequentemente. 4. O tempo de aplicação deve ser de 5 a 20 minutos, dependendo da atividade da
planta utilizada e da gravidade da inflamação. Deve ser preparada na hora da utilização.
Outra forma é molhar a ponta de uma toalha e colocar no local afetado, cobrindo com a outra ponta
da toalha seca, para conservar o calor.
Banhos: os banhos de ervas são usados desde a antiguidade tanto para fins curativos como
embelezadores. Esses banhos sempre auxiliam no processo de restabelecimento de afecções da pele.
Faz-se uma infusão ou decocção (veja a seguir) mais concentrada que dever ser coada e misturada na
água do banho. Outra maneira indicada é colocar as ervas em um saco de pano firme e deixar
boiando na água do banho. Os banhos podem ser parciais ou de corpo inteiro, e são normalmente
indicados 1 vez por dia. Preparar o chá, por decocção ou infusão das plantas. 2. Deixar a infusão ou
decocção em repouso por 20 a 40 minutos. 3. Filtrar e utilizar em quantidade suficiente para cobrir a
parte afetada. 4. Os banhos devem durar cerca de 20 minutos. São sempre de uso externo e devem
ser preparados na hora da utilização.

Bochechos e gargarejos: consiste em lavar a boca, a garganta e a faringe com chás de plantas com
finalidade de desinfetar e acalmar as dores. Não pode ser engolido.
É a agitação de infuso, decocto ou macerado na boca fazendo movimentos da bochecha, não
devendo ser engolido o líquido ao final.
GARGAREJO: usado para combater afecções da garganta, amigdalite e mau hálito. Faz-se uma infusão
concentrada e gargarejar quantas vezes for necessário. Ex.: Sálvia (mau hálito), tanchagem, malva e
romã (amigdalite e afecções na boca).É a agitação de infuso, decocto ou macerado na garganta pelo
ar que se expele da laringe, não devendo ser engolido o líquido ao final.

Inalação: São empregadas com a finalidade de aproveitar o vapor terapêutico de plantas aromáticas
como eucalipto e alecrim quando lançados em água quente. Fazem-se inalações para desobstruir os
seios nasais e vias respiratórias superiores. No entanto, deve-se tomar muito cuidado por causa do
risco de queimaduras.
esta preparação utiliza a combinação do vapor de água quente com aroma das substâncias voláteis
das plantas aromáticas, é normalmente recomendada para problemas do aparelho respiratório.
Colocar a erva a ser usada numa vasilha com água fervente, na proporção de uma colher de sopa da
erva fresca ou seca em ½ litro d’água, aspirar lentamente (contar até 3 durante a inspiração até 3
quando expelir o ar), prosseguindo assim ritmicamente por 15 minutos. O recipiente pode ser
mantido no fogo para haver contínua produção de vapor. Usa-se um funil de cartolina (ou outro
papel duro); ou ainda uma toalha sobre os ombros, a cabeça e a vasilha, para facilitar a inalação do
vapor. No caso de crianças deve-se ter muito cuidado, pois há riscos de queimaduras, pela água
quente e pelo vapor, por isso é recomendado o uso de equipamentos elétricos especiais para este
fim.

Emplastros: são preparações que possuem uma grande força aderente, destinadas ao uso externo,
pois contém resinas e, às vezes, ceras. Podem ser impregnadas com substâncias medicamentosas
como extratos, pós e macerados e colocadas diretamente no local lesionado.

Elixires: são líquidos hidroalcóolicos, adocicados, adicionados de extratos macerados ou de chás


obtidos por infusão ou decocção, destinados ao uso oral.
Xaropes: É obtido misturando certos sucos, decoctos ou macerados com açúcar e levados para
cocção. Deve ser preparado com cuidado, não deixando elevar a temperatura superior a 80º C.
Depois de pronto, acondicionar em recipientes de vidro e bem fechado. Muitas plantas são
conhecidas pelos seus efeitos peitorais, e usadas contra a tosse, a bronquite, e outras afecções das
vias respiratórias, na forma de xaropes. Prepara-se quente ou frio e toma-se às colheradas conforme
indicação.
Os xaropes são utilizados normalmente nos casos de tosses, dores de garganta e bronquite. Na sua
preparação, faz-se inicialmente uma calda com açúcar cristal rapadura, na proporção de 1,5 a 2
xícaras de açúcar ou rapadura ralada. A mistura é levada ao fogo e, em poucos minutos há completa
dissolução e a calda estará pronta, com maior ou menor consistência, conforme desejado, então são
adicionadas as plantas, preferencialmente frescas e picadas. Coloca-se em fogo baixo e mexe-se por
3 a 5 minutos, findos os quais o xarope é coado e guardado em frasco de vidro. Se desejar, adicione
apenas o suco da planta ou a decocção ou infusão frios.
O xarope pode ser preparado com tinturas, neste caso adiciona-se 1 parte de tintura para 3 partes da
mesma calda com açúcar ou rapadura. As decocções podem ainda servir de base para o xarope,
neste caso adiciona-se o açúcar diretamente nas mesmas, podendo submeter a leve aquecimento
para facilitar a dissolução do açúcar. A quantidade de plantas a ser adicionada em cada xarope é
variável segundo a espécie vegetal. O xarope pode ser guardado por até 15 dias na geladeira, mas se
forem observados sinais de fermentação, ele deve ser descartado. No caso dos xaropes preparados
com tinturas, de própolis no xarope serve como conservante, além de auxílio terapêutico.
Obviamente, os xaropes, devido à grande quantidade de açúcar, não devem ser usados por
diabéticos.
Tinturas: Preparam-se por dissolução em álcool a 70, 80, 85º G.L.com vegetais secos e triturados.
Geralmente numa proporção de uma parte de vegetal para cinco de álcool. Após o tempo necessário
para a maceração da tintura, o composto deve ser filtrado.
maneira mais simples de conservar por longo período os princípios ativos de muitas plantas
medicinais. Deixam-se macerar 250 g da planta fresca picada em 500ml de álcool a 80%, 90% por um
período variável entre 8 a 10 dias em local protegido da luz solar, em seguida espremer e filtrar o
composto obtido. No caso de ervas secas, utiliza-se 250 g a 300 g de ervas para um litro de álcool a
70% (7 partes de álcool e 3 de água). Quando possível utilize o álcool de cereais. Conserve sempre ao
abrigo da luz em frasco tampado. Usa-se na forma de gotas dissolvidas em água para uso interno, ou
em pomadas, ungüentos e fricções em uso externo. Os princípios ativos presentes nas tinturas
alcançam rapidamente a circulação sanguínea.

Unguentos e pomadas: consiste em extrair as propriedades das plantas em óleos. Pode servir para
uso interno e externo. A pomada pode ser preparada com o sumo da erva ou chá mais concentrado
misturado com a banha animal, gordura de coco ou vaselina na forma líquida. Pode-se ainda aquecer
as ervas na gordura depois coar e guardar em frascos tampados e, ainda, pode ser adicionada a
tintura à vaselina. Pode-se adicionar um pouco de cera de abelha nas preparações ainda quentes da
pomada. As pomadas permanecem mais tempo sobre a pele, devem ser usadas a frio e renovadas 2
a 3 vezes ao dia.

Óleos - são feitos na impossibilidade de fazer pomadas ou compressas. As ervas secas ou frescas são
colocadas em um frasco transparente com óleo de oliva, girassol ou milho, depois manter o frasco
fechado diretamente sob o sol por 2 a 3 semanas. Filtrar ao final e separar uma possível camada de
água que se formar. Conservar em vidros que o protejam da luz.
Fomentos: é o procedimento que utiliza as folhas das plantas aquecidas, diretamente na pele ou
entre panos, para aliviar dores reumáticas e nevrálgicas.

Linimentos: são preparações farmacêuticas líquidas contendo geralmente óleos ou álcoois


incorporados com plantas específicas, que se destinam à aplicação cutânea por fricção. Emprega-se
para aliviar dores reumáticas, musculares e traumatismos.

Loções: preparado líquido com o qual se aplica na pele ou couro cabeludo nos locais em que houver
irritação. Aplica-se com o auxílio de um algodão. Existem loções aquosas, coloidais e emulsões de
com a solubilidade dos compostos.

Pós ou farinhas: são obtidos por meio de trituração das plantas secas ou apenas de suas partes
ativas. Os pós podem produzir extratos, ser suspensos em água ou misturados com a alimentação.
A planta é seca o suficiente para permitir sua trituração com as mãos, peneirar em frasco bem
fechado. As cascas e raízes devem ser moídas até se transformarem em pó.
Internamente pode ser misturado ao leite ou mel e externamente, é espalhado diretamente sobre o
local ferido ou misturado em óleo, vaselina ou água antes de aplicar. São preparações sob a forma de
pós finos e secos de plantas. Podem ser preparados com folhas, flores, cascas, raízes, sementes e
frutos. Secar a planta até ficar quebradiça.
Submeter as plantas secas à trituração até obter-se pó fino; pode ser em pilão ou em liquidificador.
Peneira-lo com o auxílio de uma peneira fina.
O pó obtido deve ser fino e deve estar completamente seco. Devem ser conservados em frascos de
vidro ou plástico, de preferência escuros e livres de umidade. A validade depende do processo de
preparação. Se bem preparados, os pós podem ser conservados por um período de 12 meses. Se
forem contaminados por insetos ou fungos, devem ser descartados.
Saladas: é a forma mais natural de se empregar uma erva. Usadas ainda frescas, recém-colhidas da
horta, trabalhando na prevenção de doenças, nutrindo, reconstruindo o sangue, desfazendo males
de várias ordens, acalmando, fortalecendo e contribuindo para um bom desenvolvimento do nosso
corpo. Podem-se preparar saladas com as seguintes ervas: dente-de-leão, tanchagem, beldroega,
serralha, mil-em-rama, hortelã, cominho e muitas outras.

Sucos: para uso externo e interno, atuam na restauração, bem-estar e alívio do organismo. É uma
maneira de aproveitar bem todas as propriedades curativas da planta. Os princípios vitais, os
minerais e vitaminas são obtidos de plantas frescas, de preferência recém-colhidas. Obtém-se o suco
através da trituração ou passadas na centrífuga, sendo coados e ingeridos em seguida.
Obtém-se o suco espremendo-se o fruto e o sumo ao triturar uma planta medicinal fresca num pilão
ou em liqüidificadores e centrífugas. O pilão é mais usado para as partes pouco suculentas. Quando a
planta possuir pequena quantidade de líquido, deve-se acrescentar um pouco de água e triturar
novamente após uma hora de repouso, recolhendo então o líquido liberado. Como as anteriores,
esta preparação também deve ser feita no momento do uso.

Caldos: é a maneira de oferecer ao organismo as propriedades curativas das plantas em água quente,
temperada, geralmente com sal. São muito usados nos casos de convalescença, enjoos, debilidade
digestiva por fator nervoso.
ALECRIM

Nome científico: Rosmarinus officinalis L.


Nomes populares: alecrim de cheiro, alecrineiro, alecrinzeiro, erva da alegria e rosmaninho
Parte utilizada: folhas.

Constituintes principais: óleos voláteis (pineno, cineol, eucaliptol, acetato de bornila, cânfora),
diterpenos, ácidos orgânicos, saponinas, alcaloides, taninos.

Indicações
Uso interno: Anti-inflamatório e distúrbios digestivos. Atua no tratamento de fadiga, dores de
cabeça, enxaquecas, má circulação, problemas de concentração e memória, distúrbios respiratórios,
gripe, febre, contusões, artrite, artrose, cistite, menstruação irregular, cólica menstrual, tensão
pré-menstrual (TPM).
Uso externo: Anti-inflamatório e possui ação cicatrizante.
Posologia e forma de preparo
Uso interno: Infusão - 1 colher de sobremesa (2 g) de folhas secas de alecrim para 1 xícara de chá
(150 mL) de água. A infusão deve ser tomada, ainda morna, de 2 a 4 vezes ao dia.
Uso externo: Infusão - 30 a 50 g da planta para 1 L de água. Utilizar morno. Realizar compressa ou
banho.

Cuidados: Em doses elevadas pode causar irritação gastrointestinal. Evitar o consumo à noite, pois
pode prejudicar o sono. É contraindicado em caso de gravidez, histórico de convulsões,
gastroenterite.

BABOSA

Nome científico: Aloe vera (L.) Burm. f.


Nome popular: Aloé, aloe gel, babosa medicinal, caraguatá.
Parte utilizada: Mucilagem das folhas.

Constituintes principais: mucilagem (polissacarídeos), antraquinonas (barbaloína e aloína), saponinas


esteroidais, ácidos orgânicos, flavonóides, ácido salicílico, vitaminas e minerais. Carboidratos:
glucomananos, mananos e outros polissacarídeos (arabinose, galactose e xilose). Enzimas (oxidase,
amilase, catalase, oxidase).

Indicações
Uso externo: Cicatrizante, anti-inflamatório, analgésico, emoliente e antisséptico. Para lesões de pele
secundárias a queimaduras térmicas ou químicas (primeiro e segundo graus) e físicas (radioterapia),
dermatites (periostomia e outras), eczemas, psoríase, queda de cabelo por seborreia, acne vulgar,
celulite e erisipela. Observa-se alívio da dor em queimaduras

Posologia e forma de preparo


Uso externo: Cataplasma - Retire uma folha pela base. Cortar a outra extremidade e deixar em pé
com a base para baixo por duas horas, para escoar o líquido amarelado e de odor forte. Lavar em
água corrente, descascar sem deixar a parte verde no gel. Picar o gel e bater em liquidificador
previamente higienizado por cerca de 40 segundos para manter a consistência do gel. Como a folha é
formada por 95% de água, se bater muito a consistência ficará líquida. Deixar em repouso por 15
minutos para que a espuma que se forma diminua. Aplicá-lo diretamente sobre a lesão de 2 a 3 vezes
ao dia. Cubra a lesão com gaze e mantenha ocluído até a próxima troca. Compressa - uma folha
grande é aberta ao meio e colocada sobre uma porção de algodão ou gaze para captar a mucilagem,
em seguida aplica-se sobre a pele. Aplicar na área afetada 1 a 3 vezes ao dia. Manter a lesão ocluída
com a compressa.

Cuidados: Usar com cautela quando concomitante a antibióticos.

BOLDO

Nome científico: Plectranthus barbatus (Andrews)


Nomes populares: boldo-brasileiro, boldo-nacional, falso-boldo, boldo-africano,
Parte utilizada: folhas

Constituintes principais: Diterpenóides, barbatol, barbatusina, cariocal, óleo volátil (guaieno,


fenchona e outros), ferruginol.

Indicações
Uso interno: Estimulante do fígado, da digestão e do apetite, atua na melhora da azia.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 1 a 3 colheres de chá (1 a 3 g) de folhas secas para 1 xicara de chá (150 mL) de
água. Acima de 12 anos tomar 150 mL do infuso, logo após o preparo, 2 a 3 vezes ao dia. Maceração -
amassar ou picar 1 a 2 folhas frescas para 1 xicara de chá (150 mL) de água fria e deixar repousar por
alguns minutos, 2 a 3 vezes ao dia.

Cuidados: Não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, crianças e portadores de obstrução das
vias biliares ou cálculos biliares (pedra na vesícula). Não usar no caso de tratamento com
metronidazol ou dissulfiram, medicamentos depressores do sistema nervoso central (SNC) e
anti-hipertensivos. Doses acima das recomendadas e utilizadas por um período maior do que o
recomendado podem causar irritação gástrica.
CALÊNDULA

Nome científico: Calendula officinalis L.


Nomes populares: flor de ouro, malmequer, cravo de defunto, verrucária, maravilha, margarida
dourada.
Parte utilizada: inflorescências

Constituintes principais: flavonóides, óleos voláteis (carvona, geranil, mentona, isomentona,


cariofileno), saponinas, ácidos orgânicos, polissacarídeos e betacaroteno.

Indicações
Uso interno: Digestório e imunoestimulante.
Uso externo: Cicatrizante e anti-inflamatório nas feridas. Em bochecho ou gargarejo, utilizar para
gengivite e estomatites.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 1 a 2 colheres de chá (1 a 2 g) de inflorescências secas para 1 xícara de chá
(150 mL) de água, 2 vezes ao dia.
Uso externo: Infusão – 1 a 2 colheres de chá (1 a 2 g) de inflorescências secas para 1 xícara de chá
(150 mL) de água. Utilizar em banho, compressa na área afetada ou sob a forma de bochecho ou
gargarejo, 3 vezes ao dia.

Cuidados: Contraindicado o uso interno durante a gravidez e lactação.

CAPIM LIMÃO
Nome científico: Cymbopogon citratus (DC.) Stapf
Nomes populares: capim-cheiroso, erva-cidreira, capim-limão, capim-cidreira.
Parte utilizada: folhas.

Constituintes principais: óleos voláteis (mirceno, citral, geranial, neural, citronelal, citronelol), ácidos
orgânicos e flavonoides.

Indicações
Uso interno: Antiespasmódico (do sistema digestório), problemas respiratórios (expectorante e
descongestionante) e sedativo leve.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão – 1 a 3 colheres de chá (1 a 3 g) de planta seca para 1 xícara de chá (150 mL) de
água. Acima de 12 anos: tomar 150 mL do infuso, após amornar, duas a três vezes ao dia. Para
problemas respiratórios utilizar o chá da planta fresca na mesma quantidade.

Cuidados: Pode potencializar o efeito de medicamentos sedativos. Contraindicado o uso interno


durante a gravidez

CARQUEJA

Nome científico: Baccharis trimera (Less.) DC.


Nomes populares: Carqueja-do-mato, carqueja-amarga, bacanta.
Parte utilizada: Partes aéreas.

Constituintes principais: Contém lactonas diterpênicas e sesquiterpênicas, flavonoides (hispidulina,


cirsimaritina, eupatorina e apigenina), óleo essencial de carquejol, alfa e beta cadineno, calameno e
eudesmol, terpenóides (ácido oleanólico), taninos e saponinas.

Indicações
Uso interno: Auxilia no tratamento das doenças digestivas em geral e dos distúrbios hepáticos.
Também possui ação diurética e depurativa, antiinflamatória para dores articulares, sendo indicado
para casos de gota.
Uso externo: Dor de garganta.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 2,5 g de planta seca para uma xícara de chá (150 mL) de água. Acima de 12
anos tomar 150 mL do infuso, logo após o preparo, 2 a 3 vezes ao dia.
Uso externo: Infusão - 2,5 g de planta seca para uma xícara de chá (150 mL) de água. Utilizar em
forma de gargarejo, 2 a 3 vezes ao dia.

Cuidados: Não utilizar em gestantes e lactantes. Em dose excessiva pode provocar contrações
uterinas. O uso pode causar hipotensão. Evitar o uso concomitante com medicamentos para
hipertensão e diabetes.
CÚRCUMA

Nome científico: Curcuma longa L.


Nomes populares: açafroa, açafrão-da-terra, batatinha amarela, gengibre amarelo, açafrão-da-índia.
Parte utilizada: rizomas.

Constituintes principais: curcuminoides, óleos voláteis (turmerona, zingibereno, bisaboleno,


curcumenol, curlona, felandreno), ácido caprílico, polissacarídeos, resina, amido.

Indicações
Uso interno: Ação digestória, antimicrobiana e anti-inflamatória.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 1,5 g de rizoma picado para 1 xícara de chá (150 mL), 2 vezes ao dia.

Cuidados: O uso é contraindicado para pessoas com cálculos biliares, obstrução dos ductos biliares e
úlcera gastroduodenal. Não utilizar em caso de tratamento com anticoagulantes.
ERVA-BALEEIRA

Nome científico: Varronia curassavica (Jacq)


Nomes populares: Erva-baleeira
Parte utilizada: Folhas.

Constituintes principais: Flavonoides (artemetina); terpenóides, óleos essenciais; (alfa-pineno,


betafelandreno, acetato de citronelol, beta-elemento, transcariofileno, alfa-humocileno), mucilagem,
sais minerais.

Indicações
Uso interno e externo: Inflamações e dores em articulações, tendões e músculos; no reumatismo,
artrite e nas contusões.
Uso externo: Auxiliar na cicatrização de úlceras e feridas.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 1,5 g de folhas secas para uma xícara de chá (150 mL) de água. Acima de 12
anos tomar 2 a 3 vezes ao dia.
Uso externo: Infusão - 1,5 g de folhas secas para uma xícara de chá (150 mL) de água. Realizar
compressas 3 vezes ao dia. Cataplasma - com as folhas frescas, 3 vezes ao dia.

Cuidados: Nas quantidades corretas é uma planta bastante segura e de baixíssima toxicidade. Deve
ser evitada por gestantes e lactantes.
ERVA CIDREIRA BRASILEIRA / LIPPIA

Nome científico: Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Briton & P. Wilson


Nomes populares: cidreira-de-rama, falsa-melissa, erva-cidreira-de-arbusto.
Parte utilizada: partes aéreas.

Constituintes principais: Contém óleos voláteis (geranial, neral, β-carofileno, linalol, limoneno e
citral, mirceno), taninos, flavonoides e iridóides.

Indicações
Uso interno: Antiespasmódica (cólicas uterinas e intestinais), analgésica, antidispéptico, ansiolítico e
sedativo leve (calmante e insônia), hipotensora leve, antigripal, expectorante e auxiliar em dor de
cabeça. Auxilia em TPM, síndrome do climatério, síndrome do intestino irritável e diarreias.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 1 a 3 colheres de chá (1 a 3 g) de partes aéreas secas para 1 xícara de chá (150
mL) de água. De 3 a 7 anos tomar 35 mL do infuso 3 a 4 vezes ao dia. De 7 a 12 anos 75 mL do infuso
2 a 3 vezes dia. Acima de 12 anos tomar 150 mL do infuso 2 a 4 vezes ao dia. Acima de 70 anos tomar
75 mL do infuso 2 a 3 vezes dia.

Cuidados: evitar o uso durante a gravidez, lactação em caso de hipotensão. Pode aumentar a
toxicidade de paracetamol se usado concomitantemente. Doses acima da recomendada podem
causar irritação gástrica, bradicardia e hipotensão.

Observação: Deve-se diferenciar das plantas: Cymbopogum citratus e Melissa officinalis, que
também são conhecidas popularmente como cidreira.
ESPINHEIRA SANTA

Nome científico: Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reissek


Nomes populares: cancerosa, cancrosa, cancorosa-de-sete-espinhos, maiteno, espinheira-divina,
erva-santa.
Parte utilizada: folhas.

Constituintes principais: taninos (marcador), terpenos (maitenina e outros), flavonóides,


leucoantocianidinas, mucilagens, traços de minerais.

Indicações
Uso interno: Gastrites, úlceras gástrica e duodenal, atividade anti-inflamatória. Apresenta efeito
adstringente, aumenta a barreira de mucosa no estômago, diminui a secreção de ácido clorídrico.
Efetiva contra Helicobacter pylori. Cicatrizante, levemente diurética e laxativa. Antisséptica,
reduzindo a formação de gases (carminativa).

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão – 1 colher de sopa (3 g) das folhas secas para uma xícara de chá (150 mL) de
água, 3 a 4 vezes ao dia (1 hora após as refeições e 1 hora antes de deitar-se). Tempo de tratamento
proposto em torno de 28 dias.

Cuidados: Contraindicado o uso durante a gravidez, por lactantes (reduz a secreção láctea) e por
crianças menores de 6 anos. Pode haver interação medicamentosa com antibióticos e barbitúricos.
Em alguns casos foram observados: boca seca e gosto estranho na boca.

FUNCHO
Nome científico: Foeniculum vulgare Mill.
Nomes populares: funcho, erva-doce
Parte utilizada: frutos(sementes) e folhas.

Constituintes principais: óleos voláteis (anetol, fenchona, eugenol, limoneno, canfeno), flavonoides,
compostos fenólicos, constituintes estrogênicos, fitoesteróis.

Indicações
Uso interno: Frutos (sementes): ação antiespasmódica (cólicas digestivas e menstruais),
hepatoprotetora, carminativa (flatulência), antimicrobiana e expectorante (tosse e bronquite).
Estimula o apetite, facilita a lactação (estimula o leite materno), descongestionante das vias aéreas
superiores. Folhas: digestiva, sedativa, cicatrizante e antisséptica.

Posologia e forma de preparo

Uso interno: Infusão - 1 colher de sopa (3 g) de frutos secos (sementes) em uma xícara de chá (150
mL) de água. Tomar 2 a 3 vezes ao dia.

Cuidados: aumenta o fluxo menstrual. Evitar nos casos de hiperandrogenismo e hiperestrogenismo e


uso por gestantes. Observação: Diferenciar da planta Pimpinella anisum (chamada de anis e erva
doce) e da Foeniculum vulgare var. dulce (chamada erva-doce-de-cabeça) que é usada na culinária.

GENGIBRE

Nome científico: Zingiber officinale Roscoe


Nomes populares: Mangarataia, Ginger.
Parte utilizada: Rizoma.

Constituintes principais: óleos voláteis (citral, zingibereno, bisaboleno), óleo resina (gingerol,
shogaol), carboidratos, lipídeos e ácidos orgânicos.

Indicações
Uso interno: Carminativa (combate gases intestinais), antiemética, digestiva, combate
arteriosclerose, ação antioxidante, antisséptico e anti-inflamatório para problemas respiratórios
(expectorante e dor de garganta) e casos de cinetose (enjoo por movimento em carros, aviões e
barcos).
Uso externo: Inflamações de boca e garganta.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão ou decocção - 0,5 g a 1,0 g do rizoma (picado para decocção ou ralado para
infusão) para 1 xícara de chá (150 mL) de água. Após o procedimento, tanto na infusão, quanto na
decocção, deixar o recipiente tampado por no mínimo 10 minutos. Tomar 2 a 4 vezes ao dia.
Uso externo: Infusão ou decocção - 0,5 a 1,0 g do rizoma (picado para decocção ou ralado para
infusão) para 1 xícara de chá (150 mL) de água. Após o procedimento, tanto na infusão, quanto na
decocção, deixar o recipiente tampado por no mínimo 10 minutos. Realizar bochecho ou gargarejo 2
a 4 vezes ao dia.

Cuidados: Não utilizar em gravidez e lactação em doses maiores que 1 colher de café por dia (0,5 g).
Não utilizar para crianças menores de 6 anos. Contraindicado seu uso para pessoas com úlcera
péptica, colite, doença hepática, cálculo biliar, hipertensão arterial ou concomitante com
anticoagulantes
GOIABEIRA

Nome científico: Psidium guajava L.


Nomes populares: goiabeira, guajava, guayaba, guava.
Partes utilizadas: folhas, cascas, frutos.

Constituintes principais: Folhas: taninos, óleos voláteis (cariofileno, nerolidiol), flavonoides, ácidos
(ursólico, catecólico, elágico) e triterpenóides. Casca: taninos. Frutos: ácidos orgânicos (ácido
ascórbico), polifenóis, taninos, saponinas, pectinas.

Indicações
Uso interno: Folhas, cascas e frutos verdes possuem ação antidiarreica e antioxidante; frutos
maduros possuem ação espasmolítica (diminui cólicas intestinais) e digestória.
Uso externo: Folhas, cascas e frutos verdes possuem atividade antimicrobiana e antiinflamatória para
feridas e gargarejos.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 3 a 4 brotos (cada um possui em torno de 2-3 folhas jovens) em 1 xícara de chá
(150 mL) de água, tampar e após amornar tomar 50 mL para casos de diarreia não infecciosa.
Observar. Se necessário, administrar mais 50 mL após 4 horas.
Uso externo: Decocção - 10 folhas fervidas para 1 litro de água, por 2 ou 3 minutos. Para feridas:
esfriar e deixar em contato com as feridas (banho ou compressa) por 20 minutos (mínimo), utilizar 1
a 2 vezes ao dia. Para gargarejo: utilizar 2 a 3 vezes ao dia.

Cuidados: O uso interno é contraindicado para grávidas, lactantes, crianças de 3 anos e não deve ser
utilizado por mais de 30 dias ou em caso de diarreia infecciosa. O uso externo não deve ser utilizado
por grávidas e lactantes com lesões extensas e graves.

GUACO

Nome científico: Mikania laevigata Sch. Bip. Ex Baker


Nomes populares: guaco-de -cheiro
Parte utilizada: folhas.

Constituintes principais: Cumarina (ativo principal), ácidos cafeoilquínicos (clorogênico e


dicafeoilquinico), terpenos (ácido caurenóico).

Indicações
Uso interno: Expectorante, broncodilatador. Posologia e forma de preparo Uso interno: Infusão - 1
colher de sopa (3 g) de folhas secas para 1 xícara de chá (150 mL) de água. Acima de 12 anos: 2 vezes
ao dia, logo após o preparo. Xarope caseiro - 20 folhas frescas picadas para 1 xícara de chá (150 mL)
de água e 1 e ½ xícara de chá (255 g) de açúcar. Cozinhar em calor brando as folhas em água, sempre
tampado, por 5 minutos, até perceber o odor adocicado de cumarina. Coar e acrescentar o açúcar
até dissolver, se necessário, aquecer brandamente (60 a 80° C). Acondicionar em recipiente
higienizado, de preferência em vidro âmbar. Armazenar em geladeira ou em local fresco e ao abrigo
da luz. Esta preparação não pode ser usada por mais de 7 dias e deve-se verificar frequentemente se
o xarope não fermentou (azedou). Crianças de 3 a 6 anos: tomar 1 colher de chá (5 mL), 2 vezes ao
dia. Crianças de 7 a 12 anos: tomar uma colher de sobremesa (10 mL), 3 vezes ao dia. Acima de 12
anos: tomar uma colher de sopa (15 mL), 3 vezes ao dia. Agitar antes de usar.

Atenção: contraindicado a pacientes portadores de Diabetes mellitus, gestantes, lactantes e crianças


menores de dois anos e em caso de tratamento com anticoagulantes.
Cuidados: Não utilizar em caso de tratamento com anticoagulante. A utilização pode interferir na
coagulação sanguínea. Doses acima das recomendadas podem provocar vômitos e diarreia.

HORTELÃ

Nome científico: Menta x villosa Huds


Nome popular: hortelã rasteira, hortelã comum
Partes utilizadas: folhas

Constituintes principais: óleos voláteis (mentol, carvona, cineol, limoleno), taninos e flavonoides.

Indicações
Uso interno: auxiliar da digestão, tratamento de parasitoses intestinais e diarreias causadas por
ameba e giardíase (Giardia lamblia).
Uso externo: no tratamento de tricomoníase (Trichomonas vaginalis )

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 1 colher de sopa (3 g) de folhas frescas ou 1 colher de chá (1 g) de folhas secas
para 1 xícara de chá (150 mL) de água. O chá deve ser tomado de 2 a 4 vezes ao dia. Pó vegetal - para
tratamento de parasitoses intestinais e diarreias causadas por ameba e giardíase (Giardia lamblia).
Crianças de 5 a 13 anos: ¼ de uma colher de café (100-150 mg) do pó, 3 vezes ao dia durante 5 dias.
Acima de 13 anos: ½ colher de café (200-300 mg) do pó, 3 vezes ao dia durante 5 dias. Em ambos os
casos, o tratamento deve ser repetido após 10 dias.
Uso externo: Infusão - 1 colher de sopa (3 g) de folhas frescas ou 1 colher de chá (1 g) de folhas secas
para 1 xícara de chá (150 mL) de água. Fazer banho de assento diariamente durante 1 a 2 semanas.
Deve ser associado com o uso interno.

Cuidados: lembrar que existem muitas espécies conhecidas popularmente como hortelã.
MELISSA

Nome científico: Melissa officinalis L.


Nomes populares: Melissa, cidreira e erva-cidreira.
Parte utilizada: partes aéreas.

Constituintes principais: óleos voláteis (citral, citronelal, citronelol, linalol, geraniol, neral, etc),
taninos, flavonoides e ácidos fenólicos.

Indicações
Uso interno: Antiespasmódico, digestivo, ansiolítico e sedativo leve.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão – 1 colher de sopa (1 a 4 g) das partes aéreas secas para 1 xícara de chá (150
mL) de água. Acima de 12 anos: tomar 2 a 3 vezes ao dia.

Cuidados: Não deve ser utilizado nos casos de hipotireoidismo e por mulheres grávidas e lactantes;
utilizar cuidadosamente em pessoas com hipotensão arterial.

PITANGUEIRA

Nome científico: Eugenia uniflora L.


Nomes populares: pitanga, cereja do Suriname, nangapiri.
Parte utilizada: folhas.

Constituintes principais: taninos, flavonóides, óleos voláteis (eugenol) e ácidos fenólicos.


Indicações
Uso interno: antioxidante, diurética, digestiva, antidiarreica.
Uso externo: atividade antimicrobiana para feridas e gargarejos.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão - 10 g de folhas secas para 1 litro de água, tomar 2 a 3 xícaras de chá (150 mL)
ao dia, após as refeições.
Uso externo: Decocção - 10 folhas para 1 litro de água. Para feridas: esfriar e deixar em contato com
as feridas (banho ou compressa) por 20 minutos (mínimo), utilizar 1 a 2 vezes ao dia. Para gargarejo:
utilizar 2 a 3 vezes ao dia.

Cuidados: O uso interno é contraindicado para grávidas, lactantes, crianças de 3 anos e não deve ser
utilizado por mais de 30 dias. O uso externo não deve ser utilizado por grávidas e lactantes com
lesões extensas e graves.

SALVIA

Nome científico: Salvia officinalis L.


Nomes populares: sálvia, salva, salva-das-boticas.
Parte utilizada: folhas.

Componentes principais: taninos tipo catequina (condensados), ácidos fenólicos, flavonoides, óleos
essenciais (tujona, cânfora, cineol, humuleno, alfa-pineno), diterpenóides amargos, triterpenoides,
mucilagem e resina.

Indicações
Uso interno: Anti-Séptica, infecções das vias respiratórias, tosse, rouquidão e estomatite, faringite e
aftas. Dispepsias, anti-inflamatória, antioxidante e estrogênica, indicada na síndrome do climatério,
irregularidades menstruais e supressão da lactação. Estimula o apetite e estudos comprovam
melhorar a memória em idosos.
Uso externo: Anti-Séptica, infecções das vias respiratórias, tosse, rouquidão e estomatite, faringite e
aftas. Cicatrizante, anti-inflamatória e diminui a transpiração (indicada em sudorese de extremidades
e enfermidades que causam sudorese) e salivação excessiva.

Posologia e forma de preparo


Uso interno: Infusão -1 colher de sopa (3 g) de folhas para 1 xícara de chá (150 mL) de água. Acima
de 12 anos: tomar 2 a 3 vezes ao dia, após as refeições.
Uso externo: Infusão – 1 colher de sopa (3 g) de folhas para 1 xícara de chá (150 mL) de água, após
higienização aplicar a compressa no local afetado ou realizar bochecho, 3 vezes ao dia.

Cuidados: Segura em doses terapêuticas. Em doses acima da recomendada pode causar convulsões
pela presença de tujona e cânfora, pode potencializar efeitos sedativos (barbitúricos e
benzodiazepínicos) e interferir na atividade associada a hipoglicemiantes e anticonvulsivantes. Evitar
o uso na gravidez, lactação, insuficiência renal, epilepsia e tumores estrógeno–dependentes. Pode
causar irritação tópica em pacientes sensíveis.
LEMBRETES ÚTEIS ANTES DE FINALIZAR

Atenção ao comprar ou usar plantas medicinais

Evite automedicação, mesmo com plantas medicinais. Se necessário use em sintomas comuns, pouco
intensos e de natureza passageira;

O preparo correto de chás, xaropes e cozidos são importantes para extrair as substâncias ativas que
estão nas plantas;

É errado pensar que “chazinho, se não faz bem, mal não fará”;

Utilize somente plantas medicinais conhecidas e de preferência com recomendação de um


profissional;

Evitar o uso de plantas medicinais sem indicação médica durante a gestação ou em crianças menores
de 6 meses;

Chás de plantas medicinais também podem apresentar efeitos indesejados se não forem utilizados
na forma e quantidade recomendada;

Evitar o uso de vasilha de alumínio;

Utilizar sempre água limpa ou filtrada;

O chá deve ser preparado e consumido no mesmo dia, preferencialmente em doses únicas. Quando
armazenado pode entrar em processo de fermentação, mesmo na geladeira;

Evite comprar ou usar as plantas expostas ao sol, à poluição, mofadas ou sujas;

Tome o preparado de duas a três vezes ao dia ou de acordo com a recomendação de um profissional;

Utilize somente plantas identificadas. Plantas que possuem o mesmo nome popular podem tratar
doenças diferentes;
Crianças e idosos são mais suscetíveis a intoxicações;

Em caso de piora ou efeitos indesejados procurar o serviço de saúde mais próximo.

ATENÇÃO: “A diferença entre um remédio e um veneno está na quantidade que é utilizada”.

Ana Pellegrìno
Terapeuta Floral
Engenheira Agrônoma
Dra. em Biologia Vegetal na área de Fisiologia
de Plantas Medicinais
@anappellegrino
@portalprosperidadeoficial

Você também pode gostar