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INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL EDUARDO MONDLANE -IICEM

Departamento de Qualificações Industriais


CONSTRUÇÃO CIVIL-II Semestre –Nível III
Módulo: Efetuar Analise de Materiais Granulares

Formadores: : Engº Edson Comar & Engº Francisco Chichava

Inhambane-2021
EFECTUAR ANÁLISES DE MATERIAIS
GRANULARES
Efectuar análises de materiais granulados

Elementos de Competência: Justificar a necessidade da análise

a) Reconhecer os tipos de materiais granulados.


b) Identificar o contexto de uso dos materiais
granulados.
c) Identificar o uso futuro dos materiais granulados.
d) Explicar a utilidade dos principais ensaios:
Critérios de  Classificação visual,
Desempenho  sedimentometria,
 Massa volumétrica,
 Densidade,
 Consistência,
 Compactação (Proctor, CBR),
 permeabilidade,
 sensibilidade.
Materiais Granulares
A granulação é o processo pelo qual partículas de pó muito finas se aderem entre si
para a formação de uma partícula maior, que na realidade são multi-partículas
denominadas de grânulos.

Para Construção Civil são materiais granulares, sem forma e volume definidos, de
dimensões e propriedades estabelecidas para uso em obras de engenharia civil, tais
como, a pedra britada, o cascalho e as areias naturais ou obtidas por moagem de
rocha, além das argilas e dos substitutivos como resíduos inertes .
Propriedades Gerais dos Materiais
• Um determinado material é conhecido e identificado por suas propriedades e por
seu comportamento perante agentes exteriores. Bauer (2008) define algumas
das principais propriedades dos materiais dentre as quais podemos citar as mais
importantes ao nosso estudo é:

Extensão:

• A propriedade que possuem os corpos de ocupar um lugar no espaço.

Massa:

• A quantidade de matéria e é constante para o mesmo corpo, esteja onde estiver.


Propriedades Gerais dos Materiais
Peso:

• Definido como a força com que a massa é atraída para o centro da Terra varia de local para local

Volume:

• O espaço que ocupa determinada quantidade de matéria.

Massa específica:

• A relação entre sua massa e seu volume.

• Peso específico:

• A relação entre seu peso e seu volume.


Propriedades Gerais dos Materiais
Densidade:

• A relação entre sua massa e a massa do mesmo volume de água destilada a


4ºC.

Porosidade:

• A propriedade que tem a matéria de não ser contínua, havendo espaços entre as
massas.

Dureza:

• Definida como a resistência que os corpos opõem ao serem riscados.


Propriedades Gerais dos Materiais
Tenacidade:

• A resistência que o material opõem ao choque ou percurssão.

Maleabilidade ou Plasticidade:

• A capacidade que têm os corpos de se adelgaçarem até formarem lâminas sem,


no entanto, se romperem.

Ductibilidade:

• A capacidade que têm os corpos de se reduzirem a fios sem se romperem.


Propriedades Gerais dos Materiais
Durabilidade:

• A capacidade que os corpos apresentam de permanecerem inalterados com o


tempo.

Desgaste:

• A perda de qualidades ou de dimensões com o uso contínuo.

Elasticidade:

• A tendência que os corpos apresentam de retornar à forma primitiva pós a


aplicação de um esforço.
Esforços Mecânicos
• Os materiais de construção estão constantemente submetidos a
solicitações como cargas, peso próprio, açao do vento, entre outros, que
chamamos de esforços. Dependendo da forma como os esforços se
aplicam a um corpo, recebe uma donominação. Os principais esforços
aos quais os materias podem ser submetidos são:
Esforços Mecânicos
• Compressão: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário que
leva direção em que está aplicado.

• Tração: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário que leva o


objeto a sofrer um alongamento na direção em que o esforço é aplicado. a
um “encurtamento” do objeto na
Esforços Mecânicos
• Flexão: esforço que provoca uma deformação na direção perpendicular
ao qual e aplicado.

• Torção: esforço aplicado no sentido da rotação do material.

• Cisalhamento: esforço que provoca a ruptura por cisalhamento.


Noções de geologia
• A geologia é a ciência que estuda a origem, os processos de formação, a
estrutura e a composição da crosta terrestre. Uma parte da geologia
estuda os processos de formação das rochas, os quais, em sua maioria,
são resultado do embate das forças da natureza que podem ser
provenientes da dinâmica interna ou externa da Terra.
Rochas na Engenharia
Independente da área de aplicação, cada rocha tem características próprias
que influenciam no seu comportamento. Entre as principais podemos citar:

• Composição mineralógica: refere-se aos minerais que compõem cada


rocha.

• Textura: é o modo como os minerais estão distribuídos.

• Estrutura: refere-se à homogeneidade ou heterogeneidade dos cristas


constituintes.
Minerais
• Os minerais são definidos como substâncias sólidas, naturais, inorgânicas
e homogêneas, que possuem composição química definida e estrutura
atômica característica. São compostos químicos resultantes da
associação de átomos de dois ou mais elementos.
Caulinita
• É o principal componente de argilas. Sua massa específica é de 2,6 e sua
dureza é de 1.
Minerais
Feldspato
• É o material mais abundante na natureza. Apresenta-se nas cores branca,
cinza, rosa e avermelhada. Possui massa específica entre 2,55 e 2,76 e a
dureza é de aproximadamente 6. Está presente na constituição de rochas
ígneas (granito), sedimentares (arenito) e metamórficas (gnaisses).
Quartzo
• É um dos minerais mais comuns na natureza. Possui as cores incolor,
leitosa e cinza, Sua dureza é 7 e a massa específica é de 2,65. Está
presente na composição das rochas ígneas (granito), sedimentares
(arenito) e metamórficas (quartzitos, gnaisses).
Minerais
Mica
• Possui composição química complexa. Possui dureza de 2 a 3 na escala
Mohs.
Calcita
• Mineral solúvel em meio ácido. Apresenta cores incolor e branca. Tem
massa específica de 2,7 e dureza 3. Está presente nas rochas
sedimentares (calcáreo) e metamórficas (mármores).
Dolomita
• Mineral menos solúvel em meio ácido que a calcita. Apresenta cor branca
e dureza de 3,5. Compõe as rochas sedimentares (calcáreos dolomíticos)
e metamórficas (mármores dolomíticos).
Formação e Classificação das Rochas
• Uma rocha é definida como um corpo sólido natural, resultante de um
processo geológico determinado, formado por agregados de um ou mais
minerais arranjados, segundo condições de temperatura e pressão
existentes durante sua formação.

De acordo com o processo de formação, podemos classificar as rochas em:


• Rochas Ígneas
• Rochas Sedimentares
• Rochas Metamórficas
Rochas Ígneas ou Magmáticas
• Resultam da solidificação do magma. Quando formadas em profundidade (dentro da
crosta) são chamadas de rochas plutônicas ou intrusivas e neste caso são formadas por
uma estrutura cristalina e apresentam textura de graduação grossa. Caso sejam
formadas na superfície terrestre pelo extravasamento de lava por condutos vulcânicos
são chamadas de rochas vulcânicas ou extrusivas e são caracterizadas por uma
estrutura que pode ser vítrea ou cristalina e apresentam textura com graduação fina.

• Como exemplos desse tipo de rochas, podemos citar os granitos, basaltos, dioritos, entre
outras.
Rochas sedimentares
• São resultantes da consolidação de sedimentos, ou seja, formam-se a
partir de partículas minerais provenientes da desagregação e transporte
de rochas pré-existentes. Geralmente são rochas mais brandas, isto é,
com menor resistência mecânica. Constituem uma camada relativamente
fina (aproximadamente 0,8 km de espessura) da crosta terrestre, que
recobre as rochas ígneas e metamórficas.

• Como exemplos de rochas sedimentares podemos citar: arenitos,


calcários, carvão, entre outras.
Rochas Metamórficas
Resultam de outras rochas pré-existentes que, no decorrer dos processos
geológicos, sofreram mudanças mineralógicas, químicas e estruturais, que
provocaram a instabilidade dos minerais, os quais tendem a se transformar
e rearranjar sob novas condições.

• Como exemplos de rochas metamórficas podemos citar: gnaisses,


quartzitos, mármores, ardósias, entre outras.
Granitos

O Granito é uma rocha ígnea que, devido a


seu processo de formação, é classificada
como uma rocha plutônica. É composto
principalmente de quartzo, feldspato e
minerais ferro-magnesianos e as
tonalidades de cor variam de cinza a
rosa/avermelhada.
Basaltos

O basalto é classificado como uma rocha ígnea


vulcânica. Dentre as rochas que ocorrem em forma
de derrame pode ser considerado dos mais
abundantes. As cores variam de cinza-escura a
preta, com tonalidades
avermelhadas/amarronzadas, devido a
óxidos/hidróxidos de ferro gerados por alteração
intempérica.
Dioritos

O diorito é uma rocha ígnea com características


físico-mecânicas e usos semelhantes aos granitos,
conforme mostra a figura B.5, sendo chamados de
granitos pretos. Diferem dos granitos na
composição mineralógica, mas são utilizados para
os mesmos fins, tendo larga aplicação como rocha
ornamental em arte mortuária.
Arenitos

O arenito é uma rocha sedimentar


constituída principalmente por grãos de
sílica ou quartzo. São utilizados
principalmente em revestimentos de pisos e
paredes e são muito empregados na
confecção de mosaicos. Dependendo da
composição podem apresentar razoável
resistência ao risco.
Cálcarios e dolomitos

São rochas sedimentares carbonáticas compostas


por mais de 50% de materiais carbonáticos (calcita
ou dolomita). A principal aplicação na construção
civil é como matéria-prima para a indústria
cimenteira, de cal, vidreira, siderúrgica e como
corretor de solos. Alguns dolomitos podem ser
utilizados como brita e agregado para concreto por
serem mais duros que os calcáreos.
Ardósia

A ardósia é uma rocha metamórfica, originada a


partir do metamorfismo do siltito que é uma rocha
sedimentar. Como características cabem destacar a
boa resistência mecânica e as propriedades de
material isolante térmico.
Como material de construção é utilizada como
rocha ornamental em coberturas de casas, pisos,
tampos e bancadas.
Os quartzitos são rochas metamórficas que
resultam do metamorfismo dos arenitos.
São rochas duras, com alta resistência à
britagem e ao corte, resistentes a alterações
intempéricas e hidrotermais, formadas por
quartzo recristalizado. Apresentam-se nas
cores branca, vermelha e com tons de
amarelo.
Mármores

O mármore é uma rocha metamórfica que contém mais


de 50 % de minerais carbonáticos (calcita e dolomita),
formados a partir do metamorfismo de rochas
sedimentares calcíticas ou dolomíticas. Apresenta
granulação variada e cores branca (conforme a figura
B.10), rosada, cinzenta e esverdeada.
São utilizados principalmente como rocha ornamental em
ambientes interiores, podendo ser aplicados em pisos e
paredes, lavatórios, lareiras, mesas, balcões, tampos e
outros detalhes.
Gnaisses

A gnaisse é uma rocha metamórfica


composta principalmente de quartzo
e feldspato. Derivam de rochas
graníticas e possuem granulometria
média a grossa. São rochas de
elevada resistência e apropriadas
para a maioria dos propósitos da
engenharia.
AGREGADOS
Os agregados são materiais granulares, sem forma e volume definidos.

Ocupam de 60 a 80% do volume total do concreto, portanto sua qualidade é de grande


importa
As características dos agregados que mais se destacam para a fabricação
do concreto são:
• porosidade,
• composição granulométrica,
• absorção de água,
• forma e textura superficial das partículas,
• resistência à compressão,
• módulo de elasticidadencia para a qualidade final do mesmo.
Classificação dos agregados
Quanto à origem

Quanto ao Massa Unitária

Quanto a dimensão das partículas-Granulometria


Quanto à origem
• Naturais: são os agregados que não sofreram nenhum processo de
beneficiamento, sendo encontrado na natureza já na forma particulada e
com dimensões aplicáveis a produção de produtos da construção, como
argamassas e concretos. Ex.: areia de rio e seixos.

• Artificiais: são os agregados que sofreram algum processo de


beneficiamento por processos industriais, como por exemplo, britagem.
Ex.: britas, argilas expandidas, escória granulada de alto forno
Quanto ao Massa Unitária

• Agregados leves: são os agregados com massa unitária inferior a 1120 kg/m3, sua
aplicação principal é na produção de concretos leves, essa menor massa é devido a sua
microestrutura celular e altamente porosa

• Agregados normais: são os agregados com massa unitária entre 1500 e 1800 kg/m3,
sua principal aplicação é na produção de concretos convencionais.

• Agregados pesados: são os agregados com massa unitária superior a 1800 kg/m3, sua
aplicação principal é na produção de concretos pesados, utilizados para blindagens de
radiação.
Quanto às dimensões

• Agregado graúdo: seixo rolado, brita (esses fragmentos são


retidos na peneira com abertura de 4,8 mm).

• Agregado miúdo: pó de pedra, areia (esses fragmentos


passam na peneira com 4,8 mm de abertura).
Agregados miúdos
• Areias -Obtidas da desagregação de rochas apresentando-se com grãos
de tamanhos variados.
• Podem ser classificadas, pela granulometria, em: areia grossa, média e
fina.
• Deve ser sempre isenta de sais, óleos, graxas, materiais orgânicos, barro,
detritos e outros.
• Podem ser usadas as retiradas de rio e ou do solo (jazida).
• Não devem ser usadas a areia de praia (por conter sal) e a areia com
matéria orgânica, que provocam trincas nas argamassas e prejudicam a
ação química do cimento.
Classificação (Série de Taylor) areia
• Grossa: areia que passa em malha de 4,8 mm e ficam retidas na de 1,2
mm (alvenaria de pedra);

• Média: passa na peneira de 1,2 mm e fica retida na de 0,3 mm. (alvenaria


de tijolo e nos emboços).

• Finas: passa na peneira de 0,3 mm (reboco de paredes e teto).


Procedência das Areias
Dos Rios: mais puras, portanto as preferidas;

Do Mar: só podem ser usadas, depois de bem lavadas em água doce, ou


expostas às intempéries em camadas finas, de modo a perder os sais
componentes.

De Minas: encontram-se à superfície da terra em camadas, em filões ou em


covas, quando expurgadas de certas impurezas, torna-se melhor que a de
rio.
Agregado grosso ou graúdo:
• Agregados Grossos são todos os materiais granulosos de diâmetro superior a 4,8 mm. Os
principais agregados grossos são: seixos rolados, pedras britadas, argilas expandidas,
escórias, etc.

BRITAS

• Provêm da desagregação das rochas em britadores e que após passar em peneiras


selecionadoras são classificadas de acordo com sua dimensão média, variável de 4,8 a 76
mm.

• São normalmente utilizadas para a confecção de concretos, podendo ser obtidas de pedras
graníticas e ou calcárias. Britas calcárias apresentam menor dureza e normalmente menor
preço.
Classificação das Britas
Qualidades exigidas das britas:
• Limpeza: ausência de matéria orgânica, argila, sais, etc.;

• Resistência: no mínimo possuírem a mesma resistência à compressão


requerida do concreto;

• Durabilidade: resistir às intempéries e às condições adversas;

• Serem angulosas ou pontiagudas: para melhor aderência


Ensaios
Granulometria
A Granulometria ou Análise Granulométrica dos solos é um estudo da distribuição das dimensões
dos grãos de um solo. Ou seja, é a determinação das dimensões das partículas do agregado e de
suas respectivas porcentagens de ocorrência.
O principal objetivo é conhecer a distribuição granulométrica do agregado e representá-la através de
uma curva. Possibilitando assim a determinação geral de suas características físicas.
• A análise granulométrica pode ser realizada:
• Por peneiramento, quando temos solos granulares como as areias e os pedregulhos;
• Por sedimentação, no caso de solos argilosos;
• Pela combinação de ambos os processos;
• Por difração de laser;
• Por imagem (fotografia e software de análise granulométrica)
Ensaio de compactação
Ensaio de compactação tem como objetivo oferecer um efetivo controle
da qualidade de todos os solos que foram compactados. Também
conhecido como Ensaio Normal de Proctor ou AASHTO (American
Association of State Highway Officials), entendê-lo permite a conclusão de
um trabalho no solo de alta qualidade e segurança
A compactação é um processo que visa melhorar as propriedades do
solo através da redução dos seus vazios pela aplicação de pressão,
impacto ou vibração. Além disso, esse processo torna o maciço mais
homogêneo. Esta operação resulta no aumento do peso específico
aparente do solo.
Ensaios de consistencia
Conhecido também como Limites de Atterberg, estes ensaios permitem
determinar os limites de consistência do solo. O termo consistência é usado
para descrever um estado físico, isto é, o grau de ligação entre as
partículas das substâncias. Quando aplicado aos solos finos ou coesivos, a
consistência está ligada à quantidade de água existente no solo, ou seja, ao
teor de umidade.
• Como exemplo:

Uma argila amolece quando se adiciona água, e se a quantidade


acrescentada for excessiva, forma-se uma lama que se comporta como um
líquido viscoso com resistência ao cisalhamento praticamente nula. Nesse
cenário diz-se que a argila está no estado líquido.
• Se a água for gradualmente reduzida, num processo lento de secagem, a
argila começa a oferecer alguma resistência a deformações, podendo ser
facilmente moldada sem variação de volume, mantendo sua nova forma
sem aparecer trincas. Este é o estado plástico.
• Com uma posterior perda de água por evaporação, a argila sofre uma diminuição de
volume e aumenta sua rigidez, até que se torna quebradiça; este é o estado semi-
sólido.

• Prosseguindo a secagem, a argila continua a se contrair e atinge um volume


mínimo. Além deste ponto, a secagem não mais provocará uma diminuição de
volume; o ar começa a entrar nos poros da argila, dando a ela uma tonalidade mais
clara e o solo torna-se aos poucos mais duro; este é o estado sólido.

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