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INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL EDUARDO MONDLANE

INHAMBANE

DEPARTAMENTO DE QUALIFICAÇÕES INDUSTRIAIS

CONSTRUÇÃO CIVIL IV-NIVEL

MODULO: RESOLVER PROBLEMAS DE MATEMÁTICA LIGADOS À TOPOGRAFIA

ENGO FRANCISCO CHICHAVA

I´BANE-2022
RESOLVER PROBLEMAS DE MATEMÁTICA LIGADOS À TOPOGRAFIA

Descrição da UnidadedeCompetência:
• No final desta unidade de competência o candidato(a) deverá ser capaz de resolver problemas de
matemática ligados à topografia e à Engenharia Civil usando a Trigonometria.

Evidência requerida ao final da competência


O candidato(a) deve demonstrar, durante a realização de uma actividade contextualizada ou caso de estudo
(individual ou em equipa), que é capaz de:
- Utilizar funções e equações trigonométricas em topografia para calcular ângulos, comprimentos e
superficies;
- Resolver problemas de matemática, relacionados à topografia.
ELEMENTOS DE COMPETÊNCIA

1. Examinar os elementos de uma situação problemática

2. Dividir uma superfície em triângulos.

3. Calcular os ângulos, os lados e as superfícies.

4. Apresentar os resultados e justificar a abordagem de resolução de problemas.


TÓPICOS A SEREM ABORDADOS
• Introdução a Topografia • Revisão da Trigonometria
• Definição, objetivo, campo de aplicação. • Relações trigonométricas

• Teoria dos erros em topografia • Teorema de Pitágoras


• Lei dos senos e Cossenos
• Unidade de medidas
• Rumos e Azimutes
• Conversão de unidades (Grau, Grados,
• Conversão Rumo-Azimutes
Sexagesimal)
• Deflexões
• Escalas • Ângulos horários
TOPOGRAFIA

A palavra TOPOGRAFIA é de origem grega, onde TOPOS em grego, significa lugar e GRAPHEN
significa descrição.
 Topografia é a ciência que estuda todos os acidentes geográficos definindo a sua situação e
localização na terra.

• O autor DOMINGUES, 1979 define Topografia como uma ciência que significa “descrição exata e
minuciosa de um determinado lugar”.
TOPOGRAFIA

•A Topografia pode ser entendida como parte da Geodesia, ciência


que tem por objetivo determinar a forma e dimensões da Terra. 
•Geodesia (do grego daiein , dividir) é uma ciência que tem por
finalidade a determinação da forma da terra e o levantamento de
glebas tão grandes que não permitem o desprezo da curvatura da
terra.
OBJETIVO DA TOPOGRAFIA

• “A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição


relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a
curvatura resultante da esfericidade terrestre” ESPARTEL (1987).

• O objetivo principal é efetuar o levantamento (executar medições de ângulos,


distâncias e desníveis) que permita representar uma porção da superfície
terrestre em uma escala adequada.
APLICAÇÕES DA TOPOGRAFIA

Os conhecimentos da topografia são utilizados nas mais diversas áreas, como por exemplo:
• Engenharia Civil – Locação de obras, projeto geométrico de estradas;
• Agronomia - Planejamento agropecuário, conservação de solos;
• Arquitetura - Planejamento de obras, planejamento paisagístico, de parques;
• Engenharia Ambiental – Planejamento de sistemas de esgoto, drenagem;
• Engenharia Florestal - Planejamento florestal, inventário;
• Zootecnia - Avaliação e divisão de áreas de pastagem.
DIVISÃO DA TOPOGRAFIA

Classicamente a Topografia é dividida em Topometria e Topologia. 

A Topologia tem por objetivo o estudo das formas exteriores do terreno e das leis
que regem o seu modelado.

A Topometria estuda os processos clássicos de medição de distâncias, ângulos e


desníveis, cujo objetivo é a determinação de posições relativas de pontos. Pode
ser dividida em planimetria e altimetria.
CONT.

Na Planimetria, as medidas, tanto lineares como angulares, são efetuadas em planos


horizontais, obtendo-se ângulos e distâncias horizontais.

A altimetria estuda e estabelece os procedimentos e métodos de medida de distâncias


verticais ou diferenças de nível, incluindo-se a medida de ângulos verticais. A operação
topográfica que visa o levantamento de dados altimétricos é o nivelamento.

NB: Os trabalhos da altimetria juntado a planimetria dão origem às plantas planialtimétricas.


A altimetria isoladamente da origem ao perfil.
EQUIPAMENTOS
TOPOGRÁFICOS
SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA

• Devido às irregularidades da superfície terrestre, utilizam-se modelos para


a sua representação, mais simples, regulares e geométricos e que mais se
aproximam da forma real para efetuar os cálculos. Cada um destes
modelos tem a sua aplicação, e quanto mais complexa a figura empregada
para a representação da Terra, mais complexos serão os cálculos sobre esta
superfície.
MODELOS TERRESTRES UTILIZADOS EM TOPOGRAFIA

• MODELO ESFÉRICO

• MODELO ELIPSOIDAL

• MODELO GEOIDAL

• MODELO PLANO
MODELO ESFÉRICO

• Terra é representada como uma esfera


• Linha dos Pólos ou Eixo da Terra: é a reta que une o pólo Norte ao
pólo Sul e em torno do qual a Terra gira. (Movimento de Rotação)
• Equador: é o círculo máximo da Terra, cujo plano é normal à linha dos
pólos.
• Paralelos: são os círculos cujos planos são paralelos ao plano do
equador. Os Paralelos mais importantes são: Trópico de Capricórnio (φ
= 23°23'S) e Trópico de Câncer (φ = 23°23’N).
• Meridianos: são as seções elípticas cujos planos contém a linha dos
pólos e que são normais aos paralelos.
MODELO ELIPSOIDAL

• É o mais usual de todos os modelos que serão apresentados. Nele, a Terra


é representada por uma superfície gerada a partir de um elipsóide de
revolução, com deformações relativamente maiores que o modelo geoidal.
MODELO GEOIDAL

• O modelo geoidal é o que mais se aproxima da forma da Terra. É definido teoricamente


como sendo o nível médio dos mares em repouso, prolongado através dos continentes.
Não é uma superfície regular e é de difícil tratamento matemático. Na figura são
representados de forma esquemática a superfície física da Terra, o elipsóide e o geóide.
MODELO PLANO

• Considera a porção da Terra em estudo com sendo plana. É a simplificação


utilizada pela Topografia. Esta aproximação é válida dentro de certos
limites e facilita bastante os cálculos topográficos. Face aos erros
decorrentes destas simplificações, este plano tem suas dimensões
limitadas.
TEORIA DOS ERROS EM TOPOGRAFIA

• Segundo (Correa, Iran. C. S.) 5, todas as observações topográficas se reduzem na medida


de uma distância, de um ângulo ou de uma diferença de nível as quais podem ser afetadas
de erros ocasionados pelos aparelhos, pelas condições exteriores e pelo observador.

• Procura-se eliminar algumas das causas dos erros e reduzir os valores dos que restam,
mas como não é possível fazê-los desaparecer completamente, torna-se necessário
calcular o valor mais provável da grandeza, o qual é obtido através dos resultados das
observações efetuadas.
CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO

Para representar a superfície da Terra são efetuadas medidas de grandezas como direções, distâncias e
desníveis. Estas observações inevitavelmente estarão afetadas por erros.
As fontes de erro poderão ser:
• Condições ambientais: causados pelas variações das condições ambientais, como vento,
temperatura, etc. Exemplo: variação do comprimento de uma trena com a variação da temperatura.
• Instrumentais: causados por problemas como a imperfeição na construção de equipamento ou
ajuste do mesmo.
• Pessoais : causados por falhas humanas, como falta de atenção ao executar uma medição, cansaço,
etc.
CONT.

Os erros, causados por estes três elementos apresentados anteriormente, poderão ser
classificados em:

• Erros grosseiros

• Erros sistemáticos

• Erros aleatórios
ERROS GROSSEIROS

• Causados por engano na medição, leitura errada nos instrumentos, identificação de alvo, etc.,
normalmente relacionados com a desatenção do observador ou uma falha no equipamento. Cabe ao
observador cercar-se de cuidados para evitar a sua ocorrência ou detectar a sua presença. A
repetição de leituras é uma forma de evitar erros grosseiros.

Alguns exemplos de erros grosseiros:

• anotar 196 ao invés de 169;

• engano na contagem de lances durante a medição de uma distância com trena.


ERROS SISTEMÁTICOS

São aqueles erros cuja magnitude e sinal algébrico podem ser determinados, seguindo leis
matemáticas ou físicas. Pelo fato de serem produzidos por causas conhecidas podem ser evitados
através de técnicas particulares de observação ou mesmo eliminados mediante a aplicação de
fórmulas específicas. São erros que se acumulam ao longo do trabalho.

Exemplo de erros sistemáticos, que podem ser corrigidos através de fórmulas específicas:

• efeito da temperatura e pressão na medição de distâncias com medidor eletrônico de distância;

• correção do efeito de dilatação de uma trena em função da temperatura.


ERROS ACIDENTAIS OU ALEATÓRIOS

• São aqueles que permanecem após os erros anteriores terem sido eliminados.
São erros que não seguem nenhum tipo de lei e ora ocorrem num sentido ora
noutro, tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande.

• De acordo com GEMAEL (1991, p.63), quando o tamanho de uma amostra é


elevado, os erros acidentais apresentam uma distribuição de frequência que
muito se aproxima da distribuição normal.
REVISÃO MATEMÁTICA
UNIDADES DE MEDIDA

• MEDIDA DE COMPRIMENTO (METRO)


• Medida Angular
• RADIANO
• UNIDADE SEXAGESIMAL (Grau)
• UNIDADE DECIMAL (Grado)
SEXAGESIMAL

• No Brasil e em outros países , o sistema adotado é o sexagesimal, no qual a


circunferência está dividida em 360 partes iguais, sendo cada parte de 1° (um
grau, que constitui a unidade do sistema sexagesimal). Cada grau está dividido
em 60 partes iguais, onde cada parte corresponde a um ângulo de 1’ (um minuto).

• Cada minuto está dividido em 60 partes iguais, sendo que cada parte corresponde
a um ângulo de 1” (um segundo).
CENTESIMAL (GRADO)

• Na unidade centesimal, a circunferência está dividida em 400 partes


iguais, cada parte correspondendo a 1g (um grado). Cada grado está
dividido em 100 partes iguais, cada parte corresponde a 1 centígrado, 1
centésimo de grados ou 1 minuto centesimal. Cada centígrado está
dividido em 100 partes iguais, onde cada parte corresponde a 1
decimiligrado ou milésimos de grado.
RADIANO

• Um radiano é o ângulo central que subentende um arco


de circunferência de comprimento igual ao raio da
mesma. É uma unidade suplementar do SI para ângulos
planos.
CONVERSÃO DE MEDIDAS

•Exemplos

•Exercícios
NOÇÃO DE ESCALA
• Na execução de trabalhos topográficos podem-se encontrar alguns problemas relativos à
escala, apesar de simples, se considera conveniente ressaltar.

• Escala corresponde à relação constante entre as distâncias medidas no terreno (objeto – o)


e sua representação no papel (imagem – i ).

• Ela pode se apresentar na forma de fração ou de proporção: 1/100 ou 1:100, sendo esta
última à preferida.
MODOS DE EXPRESSAR AS ESCALA
Escala Numérica
• Apresenta-se na forma fracionária, possuindo um numerador e um denominador, ou seja/,
um título.
MODOS DE EXPRESSAR AS ESCALA

Escala Gráfica
• Mostra a proporção entre as dimensões reais e as do mapa através de um gráfico (figura
1.6).

Vantagens da escala gráfica:


(a) obtenção rápida e direta de medidas sobre mapas.
(b) cópias reduzidas ou ampliadas por processos fotocopiadores.
EXERCÍCIOS

1. Num projeto desenhado na escala 1/50 a altura de um prédio mede


20cm. Qual a verdadeira grandeza dessa altura?
2. Uma rua está desenhada com 14mm de largura e mede 28m. Qual a
escala do desenho?
3. A distância entre dois pontos, medidas sobre uma planta é de 55cm. Para
uma escala igual a 1/250, qual será o valor real desta distância em m?
AULA-II

• Revisão da trigonometria
TRIGONOMETRIA
A palavra trigonometria  vem do grego  trigōnon, que significa triângulo, mais
metron, que significa medida.

De modo simples, podemos dizer que a trigonometria é o ramo da Matemática que


estuda as razões entre as medidas de dois lados de um triângulo retângulo,
tomando como referência os possíveis valores de um dos seus ângulos agudos.
ALGUMAS APLICAÇÕES DA TRIGONOMETRIA
RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
EXEMPLO

20 β
12
α
C
16 A
TEOREMA DE PITÁGORAS

• O Teorema de Pitágoras relaciona o comprimento dos lados do triângulo


retângulo. Essa figura geométrica é formada por um ângulo interno de 90°,
chamado de ângulo reto.
• a2 = b2 + c2
EXEMPLO:
• Se um triângulo retângulo apresenta 3 cm e 4 cm como medidas dos catetos,
qual a hipotenusa desse triângulo?
EXERCÍCIOS
1. Determine a medida de um cateto que faz parte de um triângulo retângulo,
cuja hipotenusa é 20 cm e o outro cateto mede 16 cm.

2. Comprovar se um triângulo é retângulo


Um triângulo apresenta os lados com medidas 5 cm, 12 cm e 13 cm. Como
saber se é um triângulo retângulo? Para provar que um triângulo retângulo é
verdadeiro as medidas dos seus lados devem obedecer ao Teorema de
Pitágoras.
RESULUÇÃO
• Resulução do numero 2 • Resulução do numero 2
TEOREMA DE TALES

• Um feixe de retas paralelas, intersectado por duas transversais, determina, sobre essas
transversais segmentos proporcionais
• "A intersecção de um feixe de retas paralelas por duas retas transversais forma segmentos
proporcionais."
FÓRMULA DO TEOREMA DE TALES

• Para compreender melhor o teorema


de tales, observe a figura abaixo:
• Na figura acima as retas transversais u
e v interceptam as retas paralelas r, s
e t. Os pontos pertencentes na reta u
são: A, B e C; e na reta v, os pontos: D,
E e F. Logo, de acordo com o Teorema
de Tales
  Lê-se: AB está para BC, assim como DE está para EF
EXEMPLO
• determine a medida de x indicada na imagem.
TEOREMA DE TALES NOS TRIÂNGULOS

• O teorema de Tales também é aplicado


em situações que envolvem triângulos.
Veja abaixo um exemplo em que se
aplica o teorema
De acordo com a semelhança de triângulos
 podemos afirmar que: o triângulo ABC é
semelhante ao triângulo AED. É
representado da seguinte forma:
Δ ABC ~ Δ AED
EXEMPLO

Determine a medida x indicada na imagem.


EXERCÍCIOS
• Determine a X, Y, W, e Z
SOLUÇÃO:
Teorema ou Lei dos Senos

A lei dos senos pode ser


utilizada em qualquer
triângulo. No caso de
triângulos retângulos, basta
considerar sen 90° = 1.
Teorema ou Lei dos Cossenos

A Lei dos Cossenos é geralmente usada, quando são conhecidas as medidas de


dois lados e o ângulo formado por eles.
EXEMPLO

DETERMIN
E O LADO
AC
EXEMPLOS

DETERMINE OS ANGULOS
INTERNOS, USANDO A LEI DOS
SENOS E COSSENOS.

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