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Divisão de Engenharia

CURSO: ENGENHARIA DE MINAS

Cadeira: Geologia Estrutural

Turma: B

Nível: 2˚ Ano

Curso: Diurno

VEIO COMO ESTRUTURA GEOLÓGICA

Tete

2022
Discentes:

Arsénio João Chichongue

Beauty Inocêncio Camilo

Edmilson Aguinalda Maluça

Donald Custodio Novele

Gabriel Julião Mate

Manuel Mariano Da Costa

Ricardo Macave Júnior

Tinache Anold Chiburubu

Vasco Filimone Chiboleca

Zaqueu Inoque Macheque

VEIO COMO ESTRUTURA GEOLÓGICA

Trabalho de carácter investigativo,


como parte da avaliação da cadeira de
Geologia Estrutural, para a o curso de
engenharia de Minas. Tendo como
moderador: Gilberto Goba

Tete

2022
Índice

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

2. OBJECTIVOS ......................................................................................................................... 2

2.1. Geral ................................................................................................................................. 2

2.2. Específicos ....................................................................................................................... 2

3. VEIOS COMO ESTRUTURAS GEOLÓGICAS ................................................................... 3

3.1. Generalidades ................................................................................................................... 3

4. PROCESSO DE FORMAÇÃO DE VEIOS ............................................................................ 5

4.1. Processo de formação de Veios em Rochas Ígneas.......................................................... 5

4.2. Processo de formação de Veios em Rochas Sedimentares .............................................. 5

4.3. Formação de Veios de minerais depositados por acção de gases e vapores .................... 6

5. CLASSIFICAÇÃO DE VEIOS ............................................................................................... 6

5.1. Morfologia macroscópica ................................................................................................. 6

5.2. Morfologia microscópica ................................................................................................. 7

5.3. Morfologia do crescimento .............................................................................................. 7

5.3.1. Crescimento sintaxial ................................................................................................ 8

5.3.2. Crescimento antitaxial .............................................................................................. 8

6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS RELAÇÕES GEOMÉTRICAS ENTRE OS VEIOS E A


ROCHA ENCAIXANTE ................................................................................................................ 9

7. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS VEIOS ........................................................................ 9

8. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 10

9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 11


1. INTRODUÇÃO

Os veios ocorrem em muitas formas, são compostas de muitos minerais diferentes e ocorrem em
todos os níveis da crosta e do manto da Terra. Sua morfologia, petrologia e química são valiosa
fonte de informação em uma série de disciplinas geológicas. A associação de muitos minérios
depósitos (principalmente ouro) com veios os torna ainda mais relevantes para a geologia. Isto é
portanto, não é surpreendente que as veias tenham sido estudadas extensivamente. No entanto, a
formação de veias ainda não é totalmente compreendido. Um aspecto surpreendente das veias é
que ninguém foi capaz de simular com sucesso e consistentemente a formação de uma variedade
de tipos de veias - não na realidade rochas, nem em análogos de rock

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2. OBJECTIVOS
2.1.Geral
 Falar dos Veios como Estruturas Geológicas.
2.2.Específicos
 Descrever os processos de formação de veios;
 Descrever o processo de formação de veios em rochas ígneas, sedimentares e através da
acção de gases vapores;
 Classificar os veios massivos e fibrosos;
 Identificar a classificação morfológica dos veios;
 Falar da classificação dos veios tendo em conta a rocha encaixante;
 Falar da importância do estudo de veios

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3. VEIOS COMO ESTRUTURAS GEOLÓGICAS
3.1.Generalidades

Em geologia, um veio é um corpo distinto em forma de folha de minerais cristalizados dentro de


uma rocha. Os veios se formam quando os constituintes minerais transportados por uma solução
aquosa dentro do maciço rochoso são depositados através da precipitação. O fluxo hidráulico
envolvido é geralmente devido à circulação hidrotermal.

As veias são classicamente consideradas como sendo as do corpo e não as veias das rochas e as
artérias fracturas planares nas rochas, com o crescimento do cristal ocorrendo normal às paredes
da cavidade e o cristal projectando-se no espaço aberto. Este é certamente o método para a
formação de algumas veias. No entanto, é raro em geologia que um espaço aberto significativo
permaneça aberto em grandes volumes de rocha, especialmente vários quilómetros abaixo da
superfície. Assim, existem dois mecanismos principais considerados prováveis para a formação
de veios: preenchimento de espaço aberto e crescimento de fissuras.

Os veios são fracturas dilatadas preenchidas com fibras de cristal orientadas ou depósitos
minerais não orientados (normalmente quartzo, calcita ou carbonatos). Os veios ocorrem em
rochas de todos os tipos e graus metamórficos com espessura de menos de um milímetro a vários
metros. Sua morfologia, petrologia e química são uma fonte valiosa de informações em uma
variedade de disciplinas geológicas. A associação de muitos depósitos de minério
(principalmente ouro) com veios os torna ainda mais relevantes para a geologia.

O desenvolvimento dos veios está associada à circulação de fluidos nas rochas, tanto para
transporte de material quanto para propagação e abertura do veio. O papel dos fluidos na
formação e crescimento das veias é relativamente complexo. A pressão do fluido pode flutuar em
ciclos de aumento de pressão, levando a fracturas e abertura de veios, e subsequente queda de
pressão devido à drenagem durante a qual a deposição mineral geralmente ocorre. Algumas
veias, no entanto, mostram evidências de alta pressão de fluido persistente durante o crescimento
mineral. O material depositado em um veio pode ser transportado de fora para o local de
dilatação em um sistema aberto ao longo de redes de fracturas, através do espaço poroso ou ao
longo dos contornos de grão. Este processo é comumente referido como advecção e pode causar
alterações na composição química e isotópica de um veio e sua rocha de parede. O material

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depositado nos veios também pode ser derivado da rocha da parede circundante em um sistema
fechado, por exemplo, por dissolução e precipitação de quartzo ou calcita. Neste caso, o material
pode ser transportado em um fluido circulante, ou em um fluido estacionário por difusão.

Os veios geralmente precisam de pressão hidráulica em excesso da pressão hidrostática (para


formar fracturas hidráulicas ou brechas de hidrofractura) ou precisam de espaços abertos ou
fracturas, o que requer um plano de extensão dentro do maciço rochoso.

Em todos os casos, excepto na brecha, portanto, um veio mede o plano de extensão dentro do
maciço rochoso, com um erro considerável. A medição de veias suficientes formará
estatisticamente um plano de extensão principal.

Em regimes de compressão com deformação dúctil, isso pode, por sua vez, fornecer informações
sobre as tensões activas no momento da formação do veio. Em regimes extensionalmente
deformantes, as veias ocorrem aproximadamente normais ao eixo de extensão.

Figura 1: Um veio de quartzo, proeminente da rocha resistida circundante em Cape Jervis, Sul da Austrália. (Fonte:
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Quartz_vein_cape_jervis.jpg)

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4. PROCESSO DE FORMAÇÃO DE VEIOS

O desenvolvimento de veios está associado à circulação de fluidos nas rochas, tanto para
transporte de material quanto para propagação e abertura do filão. O papel dos fluidos na
formação e crescimento das veias é relativamente complexo. A pressão do fluido pode flutuar em
ciclos de aumento de pressão, levando à fractura e abertura da veia, e subsequente queda da
pressão devido à drenagem durante a qual ocorre comummente a deposição de minerais.
Algumas veias, no entanto, mostram evidências de alta pressão de fluido persistente durante o
crescimento mineral. O material depositado em uma veia pode ser transportado para o local de
dilatação de fora em um sistema aberto ao longo de redes de fractura, através do espaço de poro
ou ao longo dos limites de grão. Este processo é comummente referido como advecção e pode
causar alterações na composição química e isotópica de uma veia e de sua parede rochosa. O
material depositado em veios também pode ser derivado da rocha da parede circundante em um
sistema fechado, e por dissolução e precipitação de quartzo ou calcita. Neste caso, o material
pode ser transportado em um fluido circulante, ou em um fluido estacionário por difusão.

Veios formam-se quando constituintes de minerais transportados por uma solução aquosa são
depositados no interior do maciço rochoso por meio de precipitação (minerais ou argilas). O
fluxo hidráulico envolvido geralmente é devido a circulação hidrotermal.

Os veios sendo massas rochosas que preenchem pequenas fracturas em outras rochas. Estes
podem originar- se de várias maneiras e apresentam uma grande variedade de forma e estrutura.
Podem se classificar em três grupos: veios de rochas ígneas, veios de rochas sedimentares e veios
de minerais depositados pelos gases ou vapores.

4.1.Processo de formação de Veios em Rochas Ígneas

Os veios em rochas ígneas são praticamente os mesmos que os diques, no entanto a diferença é
que os diques são estreitos, normalmente com paredes estreitas e percorrem distâncias
consideráveis, enquanto veios são irregulares, descontínuos e de forma limitada.

4.2.Processo de formação de Veios em Rochas Sedimentares

Os veios em rochas sedimentares não são comuns e têm pouca importância. Ocorrem quando as
fracturas são preenchidas por sedimentos.

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4.3.Formação de Veios de minerais depositados por acção de gases e vapores

Os veios de minerais depositados pela água ou pelos gases, são de maior importância porque
incluem um grande número de depósitos minerais e formam-se quando as fracturas são
preenchidas por depósitos de solução a partir de vapor de água ou gases.

Os minerais podem se depositar nas fracturas, por um processo de sublimação. Onde os minerais
são formados directamente da cristalização de um vapor, como também da interacção entre
vapores destes com as rochas dos condutos por onde passam e os voláteis contidos nos magmas
concentram-se nas fases residuais e quando os magmas chegam próximo ou na superfície
terrestre, as fases voláteis tendem a escapar, aspecto que ocorre nas erupções vulcânicas e aí
podem se depositar minerais.

Processo hidrotermal a partir de soluções de origem profunda resultantes de transformações


metamórficas ou de cristalizações magmáticas que normalmente contêm significativas
quantidades de material dissolvido, e quando essas soluções esfriam ou a pressão diminui,
formam-se minerais hidrometais, depositando-se em forma de veios ou filões.

5. CLASSIFICAÇÃO DE VEIOS

A terminologia para veios que está actualmente em uso é derivada principalmente de Ramsay &
Huber (1983) e Passchier & Trouw (1996). Os termos para a descrição dos veios podem ser
agrupados em três categorias:

 Morfologia macroscópica.
 Morfologia microscópica.
 Morfologia do crescimento.

5.1.Morfologia macroscópica

Os termos relativos à morfologia macroscópica, ou seja, a forma das nervuras, são os bem
definidos. Em linhas gerais, e pode-se dividir os veios em duas categorias:

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i. Franjas de pressão: são os veios que se formam nos dois lados de baixa pressão de
objectos duros, geralmente minérios, mas também outros objectos, como o caule
crinóide.
ii. Veios gerais: com formas que não são definidas primariamente por um objecto
relativamente duro, mas por fracturas ou outros factores.

5.2.Morfologia microscópica

A morfologia microscópica refere-se à textura ou à forma e disposição dos cristais dentro de um


veio. Pode-se distinguir quatro categorias primárias: 1. Cristais em blocos; 2. Cristais em blocos
alongados; 3. Cristais fibrosos; 4. Cristais esticados.

i. Textura em bloco: Uma textura em bloco é uma textura na qual os grãos são
aproximadamente equidimensionais e orientados aleatoriamente.
ii. Textura em bloco alongada: Os cristais em uma textura em bloco alongada (Fisher &
Brantley 1992) são tipicamente moderadamente alongados e os eixos longos dos cristais
são alinhados.
iii. Textura fibrosa: Em uma textura fibrosa, os grãos em forma de bastão podem atingir
uma relação comprimento/largura muito maior do que em texturas alongadas em blocos.
Como em uma textura alongada em blocos, os eixos longos dos grãos são alinhados.
iv. Cristais esticados: a principal distinção entre as texturas anteriores e os cristais esticados
é que nos cristais esticados, o crescimento adicional ocorreu dentro dos grãos (nas
superfícies dos semi-grãos), com o espaço para novo crescimento fornecido por (micro)
fracturas que cortam os grãos.

5.3.Morfologia do crescimento

Refere-se à localização dos locais de crescimento progressivo na veia, o que determina a


direcção do crescimento dos cristais formadores da veia. São identificados três tipos de direcção
de crescimento dos cristais de veio em relação à rocha da parede, mas o grupo irá falar de dois
mais importantes, que são:

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5.3.1. Crescimento sintaxial

Crescimento sintaxial (para dentro): As fibras crescem a partir da parede em continuidade


óptica com grãos minerais da mesma composição na rocha hospedeira. O crescimento fibroso
pode ocorrer no vazio alargado de ambos os lados na mesma taxa; este processo pode ser
referido como crescimento bitaxial. As fibras que se estendem de paredes opostas se encontram
em uma sutura medial onde há uma descontinuidade estrutural e óptica. O plano medial é o plano
de fratura onde a separação das fibras é continuamente selada por novo material adicionado em
ambos os lados da sutura medial durante sucessivas fissuras. As veias sintaxiais são comumente
assimétricas, ou seja, com uma linha mediana descentralizada, e em casos extremos crescem
apenas de um lado da veia. Tais veias unitaxiais não possuem uma linha mediana.

Figura 2: Desenvolvimento da veia Unitaxial. Uma mudança no movimento relativo das rochas da parede (setas) pode causar
a curvatura das fibras em crescimento nos veios. Modificado de Passchier (2005).

5.3.2. Crescimento antitaxial

Crescimento antitaxial (para fora): Alguns veios são preenchidos pelo crescimento de um
mineral que não é o principal constituinte da rocha da parede, por exemplo, um veio de calcita
em quartzito. Nesses casos, o crescimento geralmente ocorre ao longo do contacto de grãos ou
fibras alongadas e a rocha da parede, ou seja, em ambos os lados do material no veio. Uma linha
mediana fraca definida por pequenos grãos ou fragmentos equidimensionais da rocha da parede
está normalmente presente no centro do agregado fibroso, indicando o local inicial de nucleação
do enchimento do veio. Este tipo de crescimento em direcção à rocha da parede é denominado
crescimento antitaxial, e os veios são chamados de veios antitaxial. O material em veias

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antitaxiais geralmente consiste em fibras em vez de cristais alongados, e as veias são comumente
simétricas. As fibras simples nas nervuras antitaxiais podem ser contínuas ao longo da linha
mediana, em contraste com os grãos alongados ou fibras nas nervuras sintáticas.

Figura 3 Desenvolvimento da veia antitaxial. Uma mudança no movimento relativo das rochas da parede (setas) pode causar
a curvatura das fibras em crescimento nos veios. Modificado de Passchier (2005)

6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS RELAÇÕES GEOMÉTRICAS ENTRE OS VEIOS


E A ROCHA ENCAIXANTE
 Concordantes, quando se apresentam interestratificados ou concordantes com a
xistosidade.
 Discordantes, quando cortam os planos de estratificação ou de xistosidade das rochas
encaixantes.

7. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS VEIOS

Por várias razões os veios são geralmente usados para o estudo de deformações locais e
regionais: registam o grau de evolução das deformações; as inclusões fluidas registam as
condições de temperatura e pressão do tempo em o veio se formou; em adição os veios têm uma
substancial importância económica visto que a maior parte dos depósitos minerais são
encontrados em veios.

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8. CONCLUSÃO

Veios são fracturas que são preenchidas por depósitos minerais. E Por várias razões os veios são
geralmente usados para o estudo de deformações locais e regionais: registam o grau de evolução
das deformações; as inclusões fluidais registam as condições de temperatura e pressão do tempo
em o veio se formou; em adição os veios têm uma substancial importância económica visto que a
maior parte dos depósitos minerais são encontrados em veios.

Todos os minerais depositados em veios ou outros corpos de minério ocupam espaço


previamente preenchido por outro material, seja gasoso, líquido ou sólido. Os minerais são
depositados em aberturas preenchidas com gás ou líquido, onde tais espaços estão disponíveis,
mas acredita-se que apenas espaços abertos muito pequenos existam nas profundidades onde a
maioria dos depósitos de minério foi formada.

À medida que as evidências se acumulam, torna-se cada vez mais certo que a formação de
depósitos de minério é essencialmente um processo de concentração ordenada e progressiva
através da acção de mineralizadores, e que os diferentes tipos de depósitos se devem em grande
parte à diferença nos magmas originais.

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9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Bons, PD (2000). A formação de veias e suas microestruturas. Journal of the Virtual Explorer, 2,
12.

Bons, PD, Elburg, MA, & Gomez-Rivas, E. (2012). Uma revisão da formação de veios
tectônicos e suas microestruturas. Jornal de Geologia Estrutural, 43, 33-62.

Bucher, K., & Grapes, R. (2011). Petrogênese de rochas metamórficas. Springer Science &
Business Media.

Fossen, H. (2016). Geologia Estrutural. Cambridge University Press.

Howie, RA, Zussman, J., & Deer, W. (1992). Uma introdução aos minerais formadores de rocha
(p. 696). Longman.

Passchier, Cees W., Trouw, Rudolph A. J: Microtectonics (2005).

Philpotts, A., & Ague, J. (2009). Princípios de petrologia ígnea e metamórfica. Cambridge
University Press.

Shelley, D. (1993). Rochas ígneas e metamórficas ao microscópio: classificação, texturas,


microestruturas e orientações minerais preferenciais.

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