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Evidências da origem subterrânea de cavernas rochosas, fendas cobertas e cânions cheios de pedras (Broumov

Highland, Czechia)

Artigo no International Journal of Speleology (edição italiana) · setembro de 2018

DOI: 10.5038/1827-806X.47.3.2209

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3 autores:

Filip Duszyÿski Kacper Jancewicz

Universidade de Wroclaw Universidade de Wroclaw

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Piotr Migon

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Jornal Internacional de Espeleologia 47 (3) 343-359 Tampa, FL (EUA) setembro de 2018

Disponível online em Scholarcommons.usf.edu/ ijs

Jornal Internacional de Espeleologia

Jornal Oficial da União Internacional de Espeleologia

Evidências para a origem subterrânea de cavernas rochosas,

fendas cobertas e cânions cheios de pedras (Broumov Highland, Czechia)
Filip Duszyÿski, Kacper Jancewicz e Piotr Migoÿ*
Instituto de Geografia e Desenvolvimento Regional, Universidade de Wrocÿaw, pl. Uniwersytecki 1, 50-137 Wroclaw, Polônia

Resumo: A encosta de uma cuesta de arenito no Broumov Highland (Czechia) é cortada por uma complexa rede de cânions.
Longas seções de cânions têm preenchimentos de rochas espessas que são difíceis de conciliar com a simples
queda de rochas e o cenário de desenvolvimento de talus. Cavernas rochosas ocorrem dentro desses
preenchimentos e suas partes mais baixas são drenadas por riachos que evacuam material arenoso fino e solto
produzido pelo intemperismo e erosão mecânica. Esses preenchimentos de rochas são explicados em grande
parte como feições residuais in situ, deixadas após a desintegração seletiva subsuperficial do maciço rochoso,
principalmente guiada por juntas, e remoção de grãos pela água subterrânea. A evacuação de finos deixa vazios
nos quais os blocos sobrejacentes desaparecem, mas os vazios podem ser espaçosos o suficiente (principalmente
porque os blocos de rocha são muito grandes) para se conectar a cavernas penetráveis. Resultados de um
processo análogo podem ser observados ao longo das paredes do cânion, onde compartimentos de arenito mais
densamente unidos se desenvolvem em fendas cobertas. Evidência adicional para um papel importante dos
processos de subsuperfície é fornecida por depressões fechadas nas áreas intercanyon.
É oferecido um modelo de evolução do cânion, alternativo aos modelos existentes que implicam erosão superficial
fluvial ou recuo devido ao esgotamento de nascentes. Sua aplicabilidade é limitada pela espessura de um pacote
de arenito, mas a origem de cânions de algumas dezenas de metros de profundidade (até 100 m ou mais) pode
ser explicada.

Palavras-chave: Arenito, grutas não cársticas, canyons, geomorfologia, Sudetes

Recebido em 27 de maio de 2018; Revisado em 27 de agosto de 2018; Aceito em 27 de agosto de 2018

Citação: Duszyÿski F., Jancewicz K. e Migoÿ P., 2018. Evidências da origem subterrânea de cavernas rochosas, fendas
cobertas e cânions cheios de pedras (Broumov Highland, Czechia). Jornal Internacional de Espeleologia, 47 (3),
343-359. Tampa, FL (EUA) ISSN 0392-6672 https://doi.org/10.5038/1827-806X.47.3.2209

INTRODUÇÃO uma tarefa de particular interesse parece ser uma

investigação se a dissolução da rocha é o único mecanismo
Vazios subterrâneos devido à dissolução de rochas, que pode iniciar e guiar a evolução dos vazios subterrâneos
características de colapso nos vazios e cânions estreitos e suas manifestações superficiais. Nesse contexto,
estão entre as características cársticas distintas, tipificando Bruthans et al. (2012a, b) defendeu a remoção subsuperficial
muitas áreas cársticas no mundo. Há muito considerados de areia solta ao longo de zonas de fratura em profundidade
endêmicos de rochas calcárias e de gesso altamente para explicar a origem de fendas estreitas em cidades
solúveis, eles são cada vez mais reconhecidos também rochosas (ver também Migoÿ et al., 2017), enquanto
em rochas siliciosas, principalmente em arenitos Duszyÿski et al. (2016) apontou um papel importante da
evacuação
regularmente unidos (Wray, 1997; Young et al., 2009; Wray & Sauro, 2017). de areia de dentro da massa de arenito
No entanto, sua origem de dissolução, embora comprovada articulada na indução de inclinação, flacidez e colapsos do bloco.
sem dúvida em alguns locais, não é necessariamente Neste artigo, continuamos esta linha de pesquisa,
aplicável a todos os exemplos do mundo real. Assim, investigando a geomorfologia da rede de cânions que
enquanto o conceito de carste silicático ganhou tipifica a encosta posterior de uma proeminente escarpa
reconhecimento internacional (Ford & Williams, 2007), o de cuesta de arenito das Terras Altas de Broumov (norte
termo um tanto vago e mal definido de pseudokarst da República Tcheca) (Fig. 1). De fato, a área, também
(Eberhard & Sharples, 2013) ainda está em uso. Apesar da conhecida por seus numerosos afloramentos rochosos
ambigüidade, concorda-se que é particularmente pertinente pitorescos e cavernas aparentemente não cársticas, há
para feições geomórficas, tanto superficiais quanto muito é apresentada como um terreno pseudocarst
subterrâneas, semelhantes às das áreas cársticas "clássico" (Vítek, 1979; Demek et al., 2006), embora
propriamente ditas, mas de origem diferente. O desafio é investigações mais informadas sobre quase faltavam os
mecanismos
identificar processos em funcionamento, responsáveis pelo surgimento dessasdos processos formativos.
características e trabalho de reconhecimento

*piotr.migon@uwr.edu.pl Os direitos do autor são protegidos por Creative Commons Attribution

NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0).
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344
Fig. 1. Área de estudo. As falésias de Broumov são a parte frontal de uma cuesta de extensão NW-SE.
lançou algumas dúvidas se os cânions, muitos pedregulhos
preenchidos a ponto de inacessíveis, podem ser simplesmente
explicados como produtos de erosão fluvial e colapsos de
encostas rochosas sozinhos. Portanto, uma pesquisa mais
sistemática foi tentada e uma hipótese alternativa testada. Esta
hipótese afirmou que algumas seções dos cânions devem sua
origem à remoção inicialmente subterrânea de areia e
subseqüente subsidência das massas rochosas sobrejacentes
em vazios emergentes.
Esta pesquisa orientada por hipóteses está refletida na
estrutura desta contribuição. Em primeiro lugar, o contexto é
definido através da revisão da literatura sobre a origem das
duas formas de relevo mais características da área, ou seja,
cavernas rochosas e cânions. Segue-se uma apresentação
mais detalhada da área de estudo e dos métodos utilizados,
incluindo as suas limitações. A parte principal do papel
Jornal Internacional de Espeleologia, 47(3), 343-359. Tampa, FL (EUA) setembro
Duszyÿski et al.
começa com a apresentação de duas formas de relevo distintas
encontradas dentro dos cânions - cavernas rochosas e fendas
tributárias para os cânions principais e, em seguida, concentra-
se em recursos maiores - os próprios cânions e sua diversidade.
Essa abordagem é adotada para ser correspondida pela seção
de discussão, na qual aumentamos nossa interpretação de
formas de relevo menores para maiores.
Observações suplementares vêm de áreas inter-canyon. Este
campo e evidências baseadas em DEM nos permitem discutir
a validade de nossa hipótese alternativa e propor um modelo
evolutivo para testes adicionais. Desta forma, embora os dados
de campo tenham sido coletados em uma área específica, o
modelo pode ser de maior relevância e aplicação, contribuindo
para o melhor entendimento das peculiaridades da geomorfologia
do arenito.
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Origem subterrânea de cânions cheios de pedras em terrenos de arenito
REVISÃO DA LITERATURA
Cavernas de Boulder – origem à luz da
literatura existente
Enquanto grandes e amplos espaços abertos sob rochas
salientes singulares, geralmente denominados abrigos
rochosos, não são considerados cavernas, vazios
interconectados entre muitas rochas, grandes o suficiente para
serem penetráveis por humanos, são frequentemente incluídos
em classificações de cavernas não cársticas (por exemplo,
Vítek , 1980). A abordagem mais abrangente foi oferecida por
Bella (2011), que distinguiu um grupo de 'cavernas devido ao
acúmulo de blocos rochosos caídos e deslizados e
pedregulhos' (tradução nossa). Esta descrição é consistente
com a suposição de que as cavernas de boulder são sinônimos
de cavernas de talus, o que implica que sua origem está ligada
à entrega de matacões do talude superior devido a movimentos
de massa e sua deposição desordenada.
Esta interpretação de cavernas rochosas está amplamente
presente na volumosa literatura tcheca sobre cavernas não
cársticas em terrenos de arenito, incluindo Broumov Highland
(Vítek, 1979, 1980). Tanto as cavernas diretamente sob os
penhascos rochosos quanto as mais distantes, no fundo dos
vales, foram explicadas dessa maneira. No entanto, Bella
(2011) também observou que essas cavernas podem ser
ampliadas devido à remoção da fração fina por córregos que
correm no fundo do vale, sob os matacões. Este cenário
também foi reconhecido por Striebel (1995, p. 48) que, ao lado
de 'cavernas rochosas' de quedas de rochas, distinguiu
'cavernas rochosas de erosão' e as explicou da seguinte forma:
'Se um deslizamento de rocha ocorrer dentro de um estreito
desfiladeiro, o riacho é primeiro bloqueado por pedras. Ele
erode essas rochas ao encontrar um novo caminho e forma
cavidades e cavernas que transportam água. De alguma forma
semelhante em origem, parece ser 'cavernas do
purgatório' (Halliday, 2004) – um termo aparentemente
endêmico para uso nos Estados Unidos e não muito presente
na literatura internacional. Eles são apresentados como equivalentes comprimento
No entanto, nem todas as cavernas de rocha podem ser
equiparadas a cavernas de talus, entendidas como
geneticamente ligadas a falhas de encostas rochosas. Sjöberg
(1987) levantou a hipótese de que grandes sistemas de
cavernas dentro de afloramentos quebrados de rochas
subterrâneas na Suécia foram produzidos por terremotos de
alta magnitude que acompanharam a ascensão isostática pós-
glacial da Escandinávia. Nos granitos, conhecidos por estarem
sujeitos a intemperismo profundo seletivo, prevê-se uma
história bifásica mais complexa de algumas cavernas rochosas
(eg, Shaw, 1980; Striebel, 1995, 2008; Vidal Romaní &
Vaqueiro Rodrigues, 2006; Eszterhás, 2009) . Na primeira
fase, ocorre a separação do maciço rochoso em compartimentos
sólidos (núcleos) e regolito arenoso-cascalho solto (grus). Isso
é seguido pela remoção de grus por água corrente e perda de
massa rasa, de modo que os vazios entre os pedregulhos
residuais se abram. Em situações específicas, o comprimento
cumulativo de câmaras interligadas pode atingir algumas
dezenas de metros (Striebel, 2008).
Canyons – caminhos da evolução
Canyons – vales verticais com dezenas a centenas de
metros de profundidade – pertencem às características mais
distintas dos terrenos de arenito (Young & Young, 1992).
Considerando que a presença e morfologia
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Embora essas formas sejam geralmente controladas pelos
padrões de descontinuidades (Gregory, 1950), sua gênese e
caminhos evolutivos parecem muito mais complicados.
As idéias apresentadas até agora foram baseadas
principalmente no estudo de formas espetaculares de relevo
que tipificam a paisagem do planalto do Colorado (por exemplo,
Laity & Malin, 1985; Howard & Kochel, 1988; Laity, 1988). Um
crescente interesse no tema na década de 1980 resultou em
um conceito do papel dominante do fluxo de águas subterrâneas
e erosão por infiltração (Laity & Malin, 1985; Laity, 1988).
Assim, onde o arenito é altamente permeável e bem unido e o
mergulho dos estratos é inferior a 4° (uma situação comum no
Arenito Navajo do Planalto do Colorado), os fenômenos
relacionados à infiltração tornam-se o mecanismo fundamental
da evolução das redes de cânions. Em tal situação geológica,
a água percola facilmente através do arenito até atingir uma
camada impermeável. No contato litológico a água flui
horizontalmente, com o gradiente hidrológico, emergindo
finalmente na face da arriba como uma 'zona de infiltração'. O
intemperismo acentuado na parte inferior da parede rochosa
leva ao desenvolvimento de alcovas profundas (por exemplo,
Campbell, 1973). No ponto crítico, uma saliência desmorona e
a cabeça do vale recua.
O coluvião se desintegra rapidamente em areia solta à medida
que o arenito perde sua firmeza durante o impacto (por
exemplo, Schumm & Chorley, 1966; Laity, 1988). Esse material
fragmentado é facilmente removido por processos erosivos e
ação do vento, de modo que o cânion não fique soterrado. As
características típicas da morfologia do cânion devido ao
sapamento são enormes cabeças anfiteatros alinhadas com
paredes verticais de rocha, lados de vale muito íngremes, que
são retos em planta mostrando claro ajuste às juntas verticais,
bem como paralelismo distinto de afluentes subsequentes (por
exemplo, Gregory, 1917; Leigos, 1988). O desenvolvimento de
cânions devido ao fluxo de águas subterrâneas é considerado
composto de duas fases. A princípio, os cânions aumentam de
a 'cavernas noquando
fundo doa cabeça do vale está recuando
desfiladeiro'.
ativamente.
Mais tarde, o cânion se alarga por desmoronamentos dos
lados do vale quando a área de captação se torna muito
pequena para recarregar efetivamente o sistema de águas
subterrâneas (Laity, 1988).
Embora os desfiladeiros de erosão tenham ganhado o maior
interesse científico, eles devem ser percebidos como
características erosivas raras em vez de típicas em arenito
(Young & Young, 1992). De facto, os canyons são normalmente
desenvolvidos pela erosão fluvial que actua predominantemente
ao longo das superfícies das descontinuidades, levando ao
seu alargamento por colapsos sucessivos das vertentes dos
vales (Young & Young, 1992). A morfologia resultante é
totalmente diferente daquela que é o efeito dos processos das
águas subterrâneas. Os cânions erosivos podem ser muito
mais abertos (Young & Young, 1992) ou caracterizados por
canais longos e estreitos, como os afluentes ocidentais do rio
Escalante (Planalto Colorado) descritos por Laity & Malin
(1985).
Neste último caso, a razão para a predominância do
escoamento superficial sobre o esgotamento das águas
subterrâneas é possivelmente o maior mergulho dos estratos
(Laity, 1988). Acredita-se que outra característica típica do
planalto do Colorado - 'canyons de ranhuras' muito estreitos -
seja o resultado da erosão do fluxo ao longo das juntas nas localidades,
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346 Duszyÿski et al.
arenito não é muito bem cimentado, mas forte o suficiente para formar com Hájkova rokle e Hruškova rokle como as principais artérias, cada
paredes verticais. uma recebendo muitas calhas e fendas tributárias curtas e dividindo-
É preciso sublinhar que na literatura mais recente, acredita-se que se em vários ramos nas partes das cabeceiras.
a distinção entre a gênese de canyons por sabotagem e erosão de
riachos não seja tão clara. Por exemplo, Lamb et al. (2006) mostraram
que o recuo dos cânions com cabeça de anfiteatro pode não ser o
único resultado da erosão por infiltração, mas a erosão da piscina
também pode desempenhar um papel importante.

ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo está localizada no norte da República Tcheca, na

parte central da cordilheira dos Sudetos que constitui a borda nordeste
do Maciço da Boêmia e atravessa a fronteira Tcheca/Polonesa (Fig. 1).

Geograficamente, encontra-se na extensão do Broumov Highland

(Broumovská vrchovina, em tcheco). Geologicamente, esta parte dos
Sudetos é um grande cavado intramontano preenchido por espessas
sucessões de rochas sedimentares do Permiano, Triássico Inferior e
Cretáceo Superior, depositadas em ambiente terrestre (Permiano –
Triássico) e marinho (Cretáceo).

A sucessão Cretácea consiste em leitos alternados de arenitos e

argilitos/margas, os primeiros ocorrendo em pacotes com mais de 100
m de espessura (Tásler et al., 1979). Os arenitos são predominantemente
quartzosos, de granulação média a grossa, com pequena mistura de
feldspato parcialmente intemperizado e cimento caulinítico.

Juntas ortogonais regulares e a presença de estratificação cruzada

em grande escala são feições características dos arenitos Turonianos
Médios que são de particular interesse neste artigo.
Os arenitos do Turoniano Médio afloram na parte oriental do Planalto
de Broumov e, aparentemente, muito mais resistentes ao intemperismo
e à erosão do que os leitos subjacentes do Permiano, Triássico e
Cretáceo, eles formam uma escarpa de cuesta proeminente conhecida
como Penhascos de Broumov (Broumovské stÿny). A cuesta tem
extensão NW-SE, acompanhando o encontro dos leitos Turonianos
Médios, com a vertente frontal voltada para NE e a vertente posterior
inclinada para SW. A inclinação dos estratos é de 10 a 25°, enquanto
a inclinação geral do backslope nos interflúvios é de cerca de 5°.
A espessura do caprock arenito é c. 80 m e a altura dos precipícios
rochosos na frente da cuesta atinge 40–50 m. O padrão de junção é
muito regular, com duas direções principais sendo 40–45° e 130–135°
(Stejskal et al., 2012). As primeiras são claramente refletidas na
topografia, delineando aletas rochosas que se projetam das laterais
dos cânions e depressões alongadas na encosta posterior da cuesta,
enquanto as últimas coincidem parcialmente com o alinhamento dos
cânions principais (Fig. 2).
A encosta posterior da cuesta é dissecada por uma rede de cânions,
organizados em dois sistemas principais distintos (Fig. 3). O sistema
norte de Hlavÿovský potok inclui o vale do tronco que corre de leste a
oeste, portanto diagonal à inclinação geral da encosta posterior das
falésias de Broumov, três grandes cânions tributários: Kováÿova rokle
(checo rokle = desfiladeiro, cânion), Písková rokle e Nemecká rokle, e
vários vales menores.
Fig. 2. Aletas alternadas de arenito e depressões lineares perpendiculares ao eixo
do cânion, delineadas por juntas de tendência NW-SE, são características da
encosta posterior da cuesta. A) vista aérea (o quadrado vermelho mostra a
localização das feições mostradas na Fig. B) (Fonte da imagem: © Google Earth);
B) lado leste do desfiladeiro de Kováÿova.
FONTE DE DADOS E MÉTODOS
Este estudo é baseado em pesquisa de campo e documental,
usando modelo digital de terreno (DTM) de alta resolução. Apesar da
resolução nominalmente alta dos DTMs, eles falharam em capturar
detalhes geomorfológicos dos cânions e interflúvios (veja abaixo), e o
trabalho de campo foi necessário. Envolveu o reconhecimento e
mapeamento do relevo dentro dos cânions principais e tributários,
penetração de fendas laterais e verificação de modelos de terreno
retornados por DTMs.
É importante sublinhar que o labirinto de cânions na encosta da cuesta
está todo dentro da vegetação florestal, localmente tão espessa e
densa que não é penetrável. Além disso, no fundo dos vales, as
árvores e a vegetação rasteira crescem diretamente sobre rochas
grandes (geralmente >5 m de comprimento/altura), caoticamente
distribuídas, ocultando detalhes geomórficos da vista. Em vários
lugares, razões de segurança impediram visitas a certas partes dos
desfiladeiros. Assim, não foi possível uma cobertura terrestre completa
da área.
A análise morfométrica foi realizada usando DTM tcheco baseado
em LiDAR de resolução de 1 m – modelo Digitální reliéfu ÿeské
republiky 5 generace (DMR 5G) e software SAGA-GIS 6.3.0 (Conrad
et al., 2015). Incluiu o cálculo do Índice de Proteção Morfométrica
(MPI), que é equivalente ao parâmetro de abertura positiva (Yokoyama
et al., 2002) e Índice de Rugosidade do Terreno (TRI) (Riley et al.,
1999). O parâmetro MPI, que considera o relevo relativo no

O sistema sul é menos regularmente organizado,

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Origem subterrânea de cânions cheios de pedras em terrenos de arenito
Fig. 3. Rede de Canyons na encosta posterior da cuesta Broumov Cliffs. Perfis longitudinais e transversais de cânions selecionados
são mostrados na Fig. 9. O retângulo verde indica a posição da Figura 11.
ao redor de uma célula, analisando o ângulo vertical entre os pontos,
foi usado para identificar seções de desfiladeiro profundamente incisas
e estreitas (portanto, protegidas) (algumas seções das quais eram
impossíveis de acessar).
O trabalho de mesa também incluiu o delineamento semiautomático
de pisos de desfiladeiros selecionados, o que foi obtido usando o
critério de altura máxima local 1,5 m acima das linhas de fluxo teóricas.
Como resultado, foi possível apresentar a variabilidade espacial da
rugosidade do piso, representada pelos valores de TRI. TRI é expresso
como a soma da mudança de elevação entre a célula central e seus
oito vizinhos e assumimos que preenchimentos de rochas podem dar
assinaturas específicas, diferentes daquelas para pisos aluviais planos
ou seções estreitas delimitadas por paredes rochosas. O modelo
também ajudou a reconhecer depressões fechadas de vários tamanhos
e profundidades.
CAVERNAS NO CHÃO DO VALE -
OCORRÊNCIA E CARACTERÍSTICAS
Cavernas de pedregulhos (talus) foram relatadas em vários lugares
no Broumov Highland e duas maiores cavernas desse tipo estão
localizadas no fundo do vale (Kopecký, 1990), embora nenhuma na
área específica do cânion relatada neste estudo. A gruta de Teplická,
a poucos quilômetros a oeste da cidade de Teplice nad Metují (ver Fig.
1), tem 1.065 m de comprimento total e é descrita da seguinte forma:
“É um complexo de passagens estreitas alternadas com câmaras mais
espaçosas cercadas por enormes (max. 10 m de tamanho) blocos de
arenito cobrindo o fundo do vale original em uma espessura de no
máx. 25 m. O fundo da caverna é um canal de riacho ativo ou um canal
de água de inundação com depósitos fluviais arenosos e detritos
rochosos. Em alguns lugares, os corredores das cavernas são formados
em dois ou três níveis, um acima do outro”
(Kopecký & Jenka, 2013, p. 9). Ocupa uma seção do fundo do vale c.
250 metros de comprimento. Outra caverna considerável, a Caverna
Pod Luciferem, dentro da escarpa frontal da cuesta de Broumov Cliffs,
ao sul da área do cânion, tem 400 m de comprimento e tem um fundo
de vale.
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também. Kopecký & Jenka (2013, p. 11) observaram que “o riacho
subterrâneo flui através do fundo de uma caverna rochosa, mas
ocasionalmente desaparece, afundando em areia, detritos e taludes
grosseiros”. Nenhum comentário específico sobre a origem das duas
cavernas foi oferecido, além da afirmação geral de que ambas se
originaram em “talus em blocos”, sem especificar a origem do talus.
Embora o levantamento sistemático de espaços subterrâneos não
fizesse parte deste estudo, cavernas rochosas foram freqüentemente
encontradas durante o mapeamento geomorfológico dos cânions de
encosta posterior.
A caverna mais conhecida deste tipo é Kovárna no Kováÿova Gorge.
É composto por uma grande câmara, c. 10 x 8 m de dimensões e mais
de 5 m de altura, com fendas cegas irradiando da câmara. A cobertura
é constituída por altas torres de arenito, inclinadas para o vale e
encostadas umas às outras (Fig. 4A).
A câmara da caverna está localizada exatamente no eixo do desfiladeiro
e o riacho passa por ela, desaparecendo no chão arenoso. Indo a
jusante, no entanto, é preciso subir um degrau de alguns metros de
altura, para que não haja um declive consistente a jusante do chão da
caverna.
Uma caverna de rocha muito menor, mas morfologicamente semelhante,
está localizada no eixo do desfiladeiro de Písková. Este também é
drenado por um riacho, que desce sobre um degrau rochoso de 3 m
de altura sob o teto de vários grandes blocos rochosos.
Na rede de cânions do sul, dois sistemas de cavernas rochosas
bastante grandes e penetráveis ocorrem no fundo do desfiladeiro de
Hruškova (Fig. 4B). O superior está quase imediatamente a jusante de
uma cabeça distinta da seção do cânion e consiste em uma série de
câmaras e passagens em vários níveis com o comprimento total de
algumas dezenas de metros. O inferior está localizado na seção
intermediária do desfiladeiro e, embora menor, também representa um
labirinto de vazios em diferentes níveis.
Outra grande caverna de pedra está localizada no desfiladeiro tributário
do desfiladeiro de Hájkova. O sistema de câmaras permite a penetração
até ao fundo do canhão, que se encontra coberto por extensos lençóis
de areia, depositados por uma pequena ribeira que corre por baixo dos
matacões. o
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348 Duszyÿski et al.
largura (1–15 m) e inclinação. Algumas delas
fornecem fácil conexão e acesso às superfícies
inter-canyon, outras estão repletas de pedras,
enquanto outras terminam em paredes verticais
de rocha (Fig. 5A-C).

De particular interesse neste estudo são as

passagens mais estreitas (<5 m de largura), que
chamamos de fendas. Eles são de dois tipos:
contínuos e abertos para as superfícies inter-
canyon, e cegos. Além disso, as ranhuras de
cada tipo podem ser cobertas ou não. As paredes
traseiras das ranhuras cegas fornecem evidências
de que essas características lineares são de fato
controladas por juntas bem espaçadas, enquanto
as paredes laterais seguem as superfícies das
juntas, mostrando localmente crostas superficiais
ferruginosas. As coberturas, por sua vez, também
são de dois tipos (Fig. 5D-F). Eles podem consistir
em rocha saliente sólida e isso acontece quando
algumas juntas verticais terminam na direção
Fig. 4. Exemplos de cavernas. A) Kovárna no desfiladeiro de Kováÿova, devido à inclinação de uma torre rochosa; B) ascendente e o compartimento de rocha
parte da entrada de uma caverna rochosa na parte superior do desfiladeiro de Hruškova; C) aberturas de cavernas
sobrejacente é simplesmente mais maciço. Em
dentro da rocha maciça preenchem a seção intermediária do desfiladeiro de Kováÿova.
outros casos, os telhados são formados por
A caverna mais impressionante, quase inteiramente sob uma enorme pedras soltas presas entre as paredes laterais. Tais pedregulhos
pedra, estende-se por uma distância de mais de 10 m. podem ser singulares ou ocorrer em pilhas, empilhadas umas sobre as
outras.
É provável que o número de cavernas rochosas no fundo do
desfiladeiro seja maior, mas sua penetração nem sempre foi possível. Slots com telhado foram encontrados em vários lugares no cânion
Por exemplo, na parte inferior do desfiladeiro de Kováÿova foi possível de Broumov Cliffs. Exemplos instrutivos
identificar uma entrada para uma câmara aparentemente grande a
partir de uma passarela através do preenchimento rochoso até a
caverna Marianská e para vários outros sistemas da trilha lateral do
vale (Fig. 4C).

SLOTS – COBERTOS E
SEM TELHADO

Os desfiladeiros de encosta dos penhascos

de Broumov não têm bordas retas, amplamente
paralelas à extensão de um desfiladeiro. Em vez
disso, os lados do cânion são modelados em
cristas estreitas alternadas (aletas) projetando-
se no cânion e nas depressões intermediárias
(Fig. 2). Esse padrão repetitivo reflete um forte
controle estrutural e a presença de um conjunto
distinto de juntas NW-SE, perpendiculares ou
diagonais ao ataque dos cânions. O exame de
campo revela que o espaçamento das juntas
dentro desse conjunto não é uniforme, mas varia
de menos de 1 m a mais de 10 m. Esta última
explica a ocorrência de compartimentos maciços
(baluartes), rematados por paredes verticais com
mais de 30 m de altura. Faixas mais densamente
unidas são preferencialmente intemperizadas e
erodidas, transformando-se em depressões de
diferentes Fig. 5. Diversidade geomorfológica das fendas perpendiculares aos cânions. A) slot aberto e vazio; B) ranhura
preenchida com pedregulho; C) fenda cega (note-se a pequena dimensão dos compartimentos rochosos no
final da fenda, face à maciez das paredes); D) fenda coberta por rocha maciça, evidenciada pela continuidade
da estratificação cruzada; E) fenda coberta por um pedregulho que penetrou na fenda (observe a orientação
vertical dos planos de estratificação); F) fenda coberta por pedras soltas.

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Origem subterrânea de cânions cheios de pedras em terrenos de arenito
ocorrem nas cabeceiras da Garganta de Nemecká, em sua seção leste
(Fig. 6). Perto um do outro, três recursos de slot estão presentes. O
acesso ao desfiladeiro é fornecido por c. Depressão com 150 m de
comprimento, que a meio da descida se transforma numa fenda de 30
m, com um degrau de pedra de 2,5 m no fundo e uma cobertura feita
de alguns grandes blocos de rocha (A na Fig. 6; também Fig. 5F). Mais
abaixo, uma passagem paralela de 7 m de comprimento entra no
penhasco de arenito e continua como uma fenda estreita e intransitável
sob o teto de um compartimento de arenito mais maciço (B). Finalmente,
ligeiramente a montante, encontra-se uma fenda parcialmente coberta
de 12 m de comprimento que
Fig. 6. Esquema de localização de um grupo de fendas na parte superior da Garganta de Nemecká. Códigos de letras A–D explicados no texto. Observe
que a escala é aproximada.
CÂNIONS DE ENCAIXE
Diversidade geomórfica
Os cânions incisos na encosta posterior da cuesta de Broumov Cliffs
são muito diversos em termos de comprimento, perfil longitudinal,
padrão geométrico, características da seção transversal (largura,
profundidade, inclinação do declive), inventários de relevo e hierarquia
(Fig. 2, 8). Existem padrões relativamente simples (desfiladeiro de
Kováÿova) e redes compostas com múltiplos desfiladeiros tributários
(desfiladeiro de Lišÿí), indicando que a história da rede deve ter sido
bastante complexa. Parece significativo que os desfiladeiros do norte
não parecem ser decapitados na borda da cuesta, em contraste com
os sistemas de Hájkova Gorge e Lišÿí Gorge. A profundidade dos
cânions varia de 20 m nas cabeceiras a mais de 50 m nas partes mais
baixas. Cada canyon é drenado por um riacho, mas as formas de
relevo do canal são pouco desenvolvidas, as descargas são
invariavelmente muito baixas e os fluxos bastante lentos, exceto
imediatamente a jusante
Jornal Internacional de Espeleologia, 47(3), 343-359. Tampa, FL (EUA) setembro
349
termina cego (C). Uma grande caverna rochosa no fundo do desfiladeiro
(D) complementa o inventário no local (Fig. 7). No mesmo desfiladeiro,
uma das mais longas fendas cobertas, c. 50 m de comprimento, ocorre
perto de sua saída, no lado direito do vale, bem acima do fundo do
vale. Outra localidade para ver fendas com telhado de pedra é a seção
inferior do desfiladeiro de Hájkova, especialmente sua encosta leste.
Pedregulhos arredondados são suspensos em diferentes alturas acima
do piso do slot, de menos de 1 m (forçando assim a rastejar por baixo
deles) até 3-4 m de altura. Ambos os slots abertos e cegos estão
presentes.
de cachoeiras. O fluxo alterna entre ser visível na superfície e escondido
abaixo das rochas.
Os perfis longitudinais dos cânions são muito irregulares, com
degraus distintos (knickpoints). Eles são particularmente evidentes na
parte superior do sistema norte, onde separam as seções superiores
bastante suaves das seções intermediárias e inferiores mais íngremes
e irregulares. A altura desses degraus chega a 10 m e correspondem
a paredões rochosos verticais atravessando os cânions, com quedas
d'água (Fig. 9). Em contraste, no sistema sul, os degraus mais distintos,
novamente com cachoeiras, separam os desfiladeiros tributários do
desfiladeiro de Hájkova e do desfiladeiro de Lišÿí do desfiladeiro de
Hruškova. Um knickpoint distinto está presente no próprio desfiladeiro
de Hruškova (com 600 m de comprimento), marcando a transição de
uma depressão rasa a montante para a seção profunda e cheia de
pedras a jusante.
Os perfis transversais também são variáveis, tanto dentro de um
desfiladeiro quanto se forem comparados desfiladeiros adjacentes (Fig. 9).
No desfiladeiro Kováÿova pode-se distinguir entre
Machine Translated by Google
350
Fig. 7. Interior da caverna rochosa na parte superior da Garganta
Nemecká (D na Fig. 6). Observe um fluxo ativo no fundo da câmara.
seções de piso largo na extremidade superior e inferior e seções em
forma de V entre elas (Fig. 9A). Os últimos correspondem ao perfil
longo irregular e ao preenchimento espesso de pedras do vale (ver a
próxima seção). O Nemecká
Gorge, por sua vez, é bastante consistente em forma de V ao longo de
seu comprimento (Fig. 9C). A presença de trechos de piso plano e
mais em forma de V a montante também é evidente no desfiladeiro de
Hájkova (Fig. 9E). O desfiladeiro de Lišÿí e seus desfiladeiros laterais
são predominantemente em forma de V (Fig. 9D).
Fig. 8. Características geomorfológicas selecionadas dos cânions de vertente posterior.
solo, e grande tamanho de vazios entre eles é dificilmente compatível
com os efeitos da queda de rocha em rocha de resistência intacta
bastante moderada. Infelizmente, o mapeamento de campo detalhado
de preenchimentos de rochas não foi possível devido a questões de
segurança e visibilidade restrita em fundos de cânions densamente
arborizados, mas penetrações de partes marginais dessas seções
revelaram certas características. Os pedregulhos têm de 1 a 2 a 8 a 10
m de comprimento, com compartimentos gigantes ocasionais com
mais de 15 m de comprimento. Os vazios entre eles têm pelo menos 2
a 3 m de altura, geralmente interconectados para formar cavernas
labirínticas descritas anteriormente. A espessura do preenchimento
pode ser estimada na faixa
Jornal Internacional de Espeleologia, 47(3), 343-359. Tampa, FL (EUA) setembro
Duszyÿski et al.
No entanto, o trabalho de campo revelou que o significado real das
seções transversais em forma de V é diferente do que se poderia
esperar. Eles não indicam redução significativa do leito rochoso
ocorrendo de mãos dadas com processos de rebaixamento de taludes.
Essas seções de vale são caracterizadas por preenchimentos maciços
de rochas no fundo do vale e nas encostas mais baixas, com
afloramentos rochosos verticais (paredes, barbatanas) apenas na
encosta superior.
Seções preenchidas por pedregulhos e suas assinaturas
geomorfométricas As seções preenchidas por pedregulhos dos
cânions são os componentes mais intrigantes da morfologia dos
cânions e atenção especial foi dada a elas. Embora se possa preferir
uma explicação simples de que os preenchimentos são produtos
cumulativos de numerosas quedas de rochas das paredes do
desfiladeiro, esse cenário não é muito provável.
Quedas ocasionais de rochas podem ter ocorrido, conforme atestado
por cicatrizes raras e arcos cegos, mas, em geral, as paredes rochosas
do desfiladeiro carecem de evidências generalizadas de falhas nas
encostas rochosas. Os arenitos nessas localidades tendem a se
desintegrar grão por grão, enquanto grandes massas rochosas
mostram tombamento para trás em vez de para frente.
Além disso, os pedregulhos que fazem os aterros geralmente são
bastante arredondados, sem fraturas esperadas pelo impacto no
de poucos a mais de 10 m, estendendo-se pelas encostas. O fluxo do
córrego é geralmente observado na parte inferior do aterro.
Além das observações de campo, o DTM de alta resolução nos
permitiu extrair algumas assinaturas específicas dessas seções.
Conforme indicado na subseção anterior, os preenchimentos de boulder
correspondem às partes mais irregulares dos perfis longitudinais do
cânion e seções transversais em forma de V. Eles são bem visíveis
nos gráficos que mostram a mudança a jusante do Índice de Proteção
Morfométrica (MPI), que atinge valores numéricos altos, até 1, e -
acima de tudo - mostra variabilidade considerável
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Origem subterrânea de cânions cheios de pedras em terrenos de arenito 351

(acima de 0,4) em distâncias muito curtas (Fig. 9).
Finalmente, o intervalo do Índice de Rugosidade Topográfica (TRI)
entre 0,5 e 1,5 corresponde bastante bem à ocorrência conhecida de
preenchimentos de matacões (Fig. 10).
Estas duas linhas de informação são a base para mostrar a
distribuição dos preenchimentos de matacões nos cânions (Fig. 8).
Eles ocupam aproximadamente 35 por cento do comprimento do
Kováÿova Gorge, 16 por cento do
Písková Gorge comprimento, 70 por cento do Nemecká
Comprimento do desfiladeiro, 20 por cento do comprimento do
desfiladeiro de Hájkova (apenas a seção a jusante da confluência das
ravinas nascente é considerada) e 23 por cento do comprimento do
desfiladeiro de Hruškova. Somente no desfiladeiro Lišÿí a porcentagem
de seção cheia de pedras é insignificante.
Esses números indicam que a presença de preenchimentos de rochas
é uma característica significativa dos cânions.

Fig. 9. Perfis longitudinais e transversais de cânions de vertente posterior comparados com a variabilidade do Índice de Proteção Morfométrica (ver Fig. 3 para localizações e texto
para explicação). A) Desfiladeiro de Kováÿova; B) Desfiladeiro de Písková; C) Garganta de Nemecká; D) Desfiladeiro de Lišÿí; E) Desfiladeiro de Hájkova; F) Desfiladeiro de Hruškova.
As barras verdes indicam seções do fundo do desfiladeiro com preenchimentos de pedras grossas.

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352
GEOMORFOLOGIA DO INTER-CÂNYON
ÁREAS
Embora partes consideráveis das áreas inter-canyon
mostrem relevo subjugado, quase plano (Fig. 2), essas
superfícies também apresentam morfologia diversa. Isso é
melhor visto nas proximidades dos cânions, onde as aletas
continuam como corcundas progressivamente mais baixas
de arenito exposto até que se fundam completamente com
a superfície circundante. Da mesma forma, as depressões
Duszyÿski et al.
tornam-se mais rasos em relação às aletas (que mantêm a
altitude mais ou menos uniforme da superfície superior) e
eventualmente desaparecem também. Em locais específicos,
como entre as partes das cabeceiras dos desfiladeiros de
Kováÿova e Písková, ondulações e depressões continuam
ao longo do divisor de águas local. Passagens estreitas
guiadas por juntas permitem atravessar esses labirintos de
elevações e cavidades. Em contraste, grandes áreas entre
o desfiladeiro de Hájkova e o desfiladeiro de Lišÿí mostram
relevo insignificante.

Fig. 10. Variabilidade do Índice de Rugosidade do Terreno ao longo do comprimento dos pisos do desfiladeiro. Os valores de TRI na faixa
de 0,5 a 1,5 correspondem à presença de preenchimentos de pedras.

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Origem subterrânea de cânions cheios de pedras em terrenos de arenito
Mais informações sobre a geomorfologia das áreas inter-canyon são
oferecidas pelo mapa que mostra a presença de depressões fechadas,
geradas a partir do DTM de alta resolução (Fig. 11). Duas observações
principais são oferecidas.
Primeiro, pisos de muitas fendas laterais e passagens abrigam
depressões fechadas, ocorrendo ocasionalmente uma após a outra.
Embora a verificação de campo tenha indicado que algumas dessas
cavidades não são realmente fechadas e que existem passagens
estreitas conectando-se ao cânion principal (por exemplo, Fig. 11, local
A), as dimensões dessas depressões excedem em muito a largura de
uma fenda de conexão muito estreita. Isso sugere que a conectividade
de superfície entre as áreas de interflúvio e os cânions principais é
limitada, o
Fig. 11. Depressões fechadas na área inter-canyon entre o desfiladeiro de Hájkova e o desfiladeiro de Hruškova. Veja o texto
para explicação de 'A' e 'B'.
DISCUSSÃO – RUMO A UM EVOLUCIONÁRIO
MODELO DE CANYONS RECHEADOS DE ROCHAS
hipótese de queda de rocha
Duas observações importantes emergem da apresentação dos dados.
Em primeiro lugar, os preenchimentos rochosos são partes distintas e
significativas do sistema de cânions dentro da encosta posterior da
cuesta, não contabilizados em relatórios anteriores da área. Eles não
apenas se destacam por suas dimensões espaciais, mas propomos que
transmitam uma mensagem importante sobre a evolução do sistema.
Em segundo lugar, as cavernas rochosas não podem ser explicadas
com sucesso sem considerar seu contexto geomórfico e configuração,
portanto, a evolução de aterros e cavernas está intimamente ligada.
A literatura existente parece explicar os pedregulhos dentro dos
cânions e outros tipos de vales de maneira bastante simples, como
produtos de rochas que caem das paredes do cânion. Da mesma forma,
as cavernas de boulder são quase universalmente equiparadas a
cavernas de talus, e o modelo de origem devido à remoção seletiva de
finos, desenvolvido para cavernas de granito,
Jornal Internacional de Espeleologia, 47(3), 343-359. Tampa, FL (EUA) setembro
353
as cavidades são sumidouros eficazes e a transferência relativamente
pequena de água e sedimentos continua por terra, através da fenda
estreita. Em segundo lugar, em vários lugares em interflúvios rasos (~ 1
m de profundidade) ocorrem cavidades. No campo podem ser
ocasionalmente identificados através de encharcamento ou vegetação
pantanosa. Podem ocorrer de forma irregular, mas em certos locais
formam um padrão de grade, revelando ajuste às descontinuidades do
leito rochoso (Fig. 11, sítio B). De uma perspectiva hidrológica, eles são
sumidouros em superfícies aparentemente planas de divisão de água.
Menos regular é a distribuição de depressões fechadas entre as seções
inferiores dos desfiladeiros de Kováÿova, Písková e Nemecká.
não foi realmente transferido para arenitos. De fato, a revisão da
volumosa literatura sobre o pseudocarste de arenito não revelou
informações sobre a origem das cavernas rochosas, exceto devido ao
movimento de massa (ver Vítek, 1980; Bella, 2011). Aceitando a origem
da queda de rochas para acumulações de rochas no vale, o seguinte
cenário está implícito. Um desfiladeiro é cortado por processos fluviais e
depois alargado para produzir um piso plano e revestir faces rochosas.
A queda de rochas deste último, induzida por quaisquer gatilhos, fornece
pedregulhos ao fundo do cânion e produz taludes que podem
ocasionalmente preencher todo o fundo do cânion. Piccini (1995) e
Piccini & Mecchia (2009) invocaram a queda de rochas como um
processo essencial que contribui para a origem de poços profundos em
quartzito nas montanhas tepui na Venezuela. Em seu modelo, cavidades
subterrâneas produzidas por infiltrações e tubulações crescem para
cima através de colapsos sucessivos do telhado, como testemunhado
por acúmulos de pedras nos pisos dos poços. Os poços podem então
se estender lateralmente, seguindo juntas principais, para se combinarem
na rede de desfiladeiros perto das bordas do tepui.
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354
Colapsos subseqüentes de torres de quartzito intermediárias
produzem preenchimentos de rochas no chão do cânion.
No entanto, embora não negligencie a ocorrência de quedas e
deslizamentos ocasionais de rochas nos desfiladeiros dos
penhascos de Broumov, não parece provável que falhas catastróficas
nas encostas rochosas sejam responsáveis pelos preenchimentos
generalizados de rochas. As razões para questionar o cenário de
queda de rochas são as seguintes: • Preenchimentos de rochas,
embora generalizados, tendem a ocorrer em certas seções dos
desfiladeiros, em vez de serem distribuídos aleatoriamente ao
longo do comprimento do desfiladeiro. Isso é mais
impressionante no desfiladeiro de Kováÿova, que pode ser
dividido em três seções, sendo a do meio um preenchimento
contínuo de pedras com 550 m de comprimento; • existem
seções de cânions que possuem um extenso preenchimento
de rochas e ainda não possuem paredes rochosas de revestimento
contínuo. A parte média-alta do desfiladeiro de Hájkova é um
exemplo;
• em alguns desfiladeiros, por exemplo no Hruškova
Desfiladeiro próximo à confluência com o desfiladeiro Lišÿí,
ocorre talude evidente no ângulo de repouso, mas este está
preso aos lados do cânion e não cobre o piso plano;
• A queda de rochas de penhascos de arenito geralmente resulta
em desintegração considerável de rochas após o impacto,
consequência da resistência intacta apenas moderada do
arenito (por exemplo, Schumm & Chorley, 1966; Goudie et al.,
2002; Migoÿ et al., 2005).
Há poucas evidências de que isso aconteceu aqui.
Os pedregulhos que fazem o preenchimento são monolíticos e
Fig. 12. Modelo de desenvolvimento de fendas cobertas devido ao intemperismo preferencial de compartimentos de arenito mais densamente unidos e
remoção de produtos de intemperismo no subsolo.
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Duszyÿski et al.
arredondado, com poucas fraturas dissecantes. O movimento
de blocos de rocha e pedregulhos, se ocorresse, provavelmente
seria lento; • as cicatrizes de queda de rocha nas paredes do
cânion são pouco frequentes e as arestas vivas são esporádicas.
Formas redondas são muito mais comuns.
Consequentemente, a origem da queda de rocha para cavernas
dentro do preenchimento de rocha também não parece relevante.
Grandes vazios e redes labirínticas de câmaras e corredores não
são esperados em rochas moderadamente fortes (como é o arenito
local), se os pedregulhos caírem após falhas maciças e instantâneas.
Portanto, pode-se questionar uma suposição presente em
publicações voltadas para as próprias cavernas (Vítek, 1980;
Kopecký, 1990; Kopecký & Jenka, 2013) de que são cavernas de
talus devido à queda de rochas. Curiosamente, a presença de um
riacho ativo nos andares inferiores da caverna, embora relatada,
não foi considerada uma parte importante da história evolutiva.
Origem subsuperficial
Os fatos e considerações acima apresentados levam à proposta
de um cenário alternativo que parece mais aplicável à situação de
campo. A esse respeito, fendas estreitas dentro das bordas dos
cânions parecem particularmente úteis, fornecendo evidências
indiretas do que pode ter acontecido com a massa rochosa de
arenito no atual fundo do vale e, portanto, qual pode ser a origem
provável de extensos preenchimentos de rochas dentro dos
cânions . Portanto, primeiro consideramos o provável caminho
evolutivo das fendas cobertas (Fig. 12).
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Origem subterrânea de cânions cheios de pedras em terrenos de arenito
A presença de slots é estruturalmente controlada. Eles se
desenvolveram dentro de zonas de junção vertical muito densa e,
menos frequentemente, horizontal que não continua dentro dos
compartimentos de arenito vizinhos (ver Fig. 5A, C). As seções de
arenito densamente intersectadas por descontinuidades foram
conseqüentemente as zonas de fluxo preferencial de águas
subterrâneas. O arenito infiltrado pela água meteórica erodiu o material
ao longo das superfícies das juntas, grão por grão. É possível que o
desprendimento de minerais individuais tenha sido precedido pela
deterioração química dos contatos de cimento e grãos devido a uma
longa reação com a água. Tal fenômeno, conhecido como arenização,
foi descrito em vários artigos que lidam com a evolução de arenito de
quartzo e terrenos de quartzito (por exemplo, Martini, 1979; Jennings,
1983; Wray, 1997; Wray & Sauro, 2017).
A remoção subterrânea de detritos arenosos levou à formação de
lençóis de areia e cones nas saídas das fendas. Tais acumulações são
comuns na base de fendas e fissuras verticais atualmente em
desenvolvimento (Fig. 13) e foram recentemente descritas sob as
paredes rochosas das vizinhas Montanhas Stoÿowe (Duszyÿski et al.,
2016). A consequência da erosão subsuperficial é a desintegração in
situ da massa rochosa de arenito, que, uma vez sólida, se divide em
blocos e pedregulhos de várias dimensões. A erosão contínua leva à
completa desintegração dos menores compartimentos e o material
restante se reduz a vazios emergentes, ocupando posições cada vez
mais baixas em um slot em evolução. Após um longo (mas
indeterminado) período de tempo a fenda fica quase vazia, com
pedregulhos singulares em seu fundo e os maiores empilhados entre
as paredes laterais. Partes mais maciças de arenito geralmente formam
telhados das fendas, testemunhando o desenvolvimento de tais formas
por baixo (Fig. 5D). Ocasionais quedas de rochas do telhado e
desprendimento de lajes de paredes verticais cementadas contribuem
para o alargamento das ranhuras, mas a importância desses processos
parece secundária.
Este cenário é semelhante ao proposto por Piccini (1995) em relação
aos poços profundos nas montanhas de mesa quartzítica na Venezuela,
embora existam duas diferenças. Em primeiro lugar, Piccini (1995)
enfatiza o papel do colapso do telhado em vazios em expansão,
enquanto o afundamento gradual e a flacidez são propostos aqui.
Segundo,
Fig. 13. Um exemplo de deposição recente de areia próximo à saída de uma zona de fratura
evoluindo para uma ranhura (caderno de campo para escala).
Jornal Internacional de Espeleologia, 47(3), 343-359. Tampa, FL (EUA) setembro
355
os eixos são recursos singulares, talvez localizados nas principais
interseções das juntas, enquanto os slots são recursos lineares.
Tendo isso em mente, reconsideramos agora o provável caminho
evolutivo de formas de relevo maiores – os próprios cânions (Fig. 14).
Se os pedregulhos que preenchem o fundo do cânion não são de
origem de queda de rocha, como foi explicado anteriormente, e o
escoamento superficial é insignificante na área, outros mecanismos
devem estar envolvidos.
Parece razoável sugerir o seguinte cenário.
As zonas dos actuais canyons foram sujeitas a um fluxo preferencial
de águas subterrâneas. Eles podem estar relacionados a alguns
controles estruturais ou padrões topográficos iniciais, mas nenhuma
resposta firme pode ser fornecida agora. A água da chuva estava se
infiltrando pelo arenito, levando a um aumento do desgaste e erosão
ao longo das superfícies das juntas e degradação da estrutura interna
da rocha. Até certo ponto, este é um processo de auto-reforço,
conforme explicado pelo conceito de instabilidade de infiltração reativa
(Ortoleva et al., 1987).
Com o tempo, o fluxo aumenta, o desgaste acelera e os vazios
(fraturas, planos de estratificação) aumentam, concentrando a erosão
ao longo de caminhos específicos. O arenito torna-se cada vez mais
desintegrado e os compartimentos menos resistentes transformam-se
em areia solta, removida por pequenos riachos que correm em
profundidade. A remoção contínua de material por baixo e o
consequente afundamento de compartimentos de arenito maiores
explicam a origem de extensas redes de vazios e passagens entre os
blocos. O conceito assume, portanto, que o desenvolvimento dos
cânions não está relacionado à incisão de riachos e sucessivos
colapsos de blocos das encostas dos vales. O material que preenche
os pisos do cânion deve ser considerado como um remanescente in
situ de massas rochosas de arenito que foram sujeitas a intensa
drenagem subterrânea e, portanto, tornaram-se intensamente
desintegradas. A posição atual das rochas no fundo do cânion –
dezenas de metros abaixo das bordas das paredes laterais do vale –
indica quão eficaz deve ter sido o processo.
A legitimidade do modelo apresentado é suportada por duas outras
linhas de evidência. Em primeiro lugar, as áreas inter-canyon abundam
com depressões fechadas (Fig. 11). A presença deles indica que deve
haver outra maneira de drenar a área além do escoamento superficial.
O fluxo subterrâneo parece ser a única alternativa razoável. A água
proveniente das áreas inter-canyon provavelmente abastece o sistema
de canyons. Em segundo lugar, os canyons na área de estudo
perdem localmente a sua continuidade e este é o caso da parte
superior do rokle de Hruškova. A parte superior do cânion é um
vale bem desenvolvido que após c. 350 m da cabeça se funde com
as superfícies circundantes. Nenhuma forma de vale pode ser
seguida nos próximos 200 m e então o cânion aparece novamente,
começando com uma cabeça de vale distinta, com uma nascente.
Se o escoamento superficial fosse o mecanismo formador do
cânion, tal fenômeno não seria possível. A drenagem subterrânea
é a explicação viável.
O desenvolvimento do modelo acima não implica que todos os
cânions ou suas seções evoluíram dessa forma. Longas seções
do fundo do desfiladeiro têm preenchimentos de rochas
insignificantes (Fig. 8, 9). Em vez disso, o
Machine Translated by Google
356 Duszyÿski et al.
evidências são apresentadas para apoiar a afirmação de que a evolução
dos cânions em terrenos de arenito pode ser complexa e vários cenários
de desenvolvimento podem ser aplicáveis em lugares diferentes. Da
mesma forma, não se trata de negar o papel dos movimentos de massa
episódicos das encostas dos vales, como quedas ou desmoronamentos.
Eles certamente contribuem para a evolução dos cânions no Broumov
Highland, mas as evidências de campo sugerem que seu papel geomórfico
é menor.
O modelo aqui apresentado é uma alternativa a dois conceitos de
evolução de cânions presentes na literatura.
Não inclui o papel crucial da incisão do rio nem
isso implica o recuo da cabeça do cânion devido ao esgotamento das
águas subterrâneas. A comparação com o último caso é particularmente
interessante porque prova que a ação do fluxo de água subterrânea pode
suportar tanto o desenvolvimento catastrófico quanto não catastrófico de
cânions. A zona de infiltração nas paredes traseiras do desfiladeiro do
platô do Colorado causa colapsos episódicos (por exemplo, Laity & Malin,
1985; Laity, 1988), enquanto no Broumov Highland a água subterrânea
leva à lenta decomposição do arenito e à remoção de resíduos. Na
verdade, nenhum dos cânions termina com um corte distinto na cabeça.

Fig. 14. Modelo conceitual de aprofundamento do cânion e alargamento lateral devido à remoção subsuperficial de material
fino e flacidez/subsidência de compartimentos mais maciços em vazios emergentes.

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Origem subterrânea de cânions cheios de pedras em terrenos de arenito
CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS
Há evidências crescentes em todo o mundo de que os processos de
subsuperfície desempenham um papel importante na evolução
geomórfica de terrenos de arenito (Young et al., 2009; Bruthans et al.,
2012b; Wray & Sauro, 2017). Tanto a dissolução quanto a desintegração/
remoção mecânica de finos podem estar envolvidas, respondendo por
uma ampla gama de formas de relevo. No entanto, em relação às
morfologias subterrâneas, o foco foi principalmente em grandes poços
e sistemas de cavernas, como os presentes nas mesas de quartzito de
Gran Sabana, Venezuela (Piccini, 1995; Piccini & Mecchia, 2009;
Sauro, 2014) ou aqueles geneticamente relacionados a movimentos
de massa ( Margielewski & Urban, 2003, 2017; Lenart et al., 2014). As
cavernas rochosas foram relativamente negligenciadas e geralmente
explicadas como subproduto do acúmulo de tálus. Neste artigo, usamos
extensas evidências de campo de uma rede de cânions escavada em
uma encosta de cuesta de arenito para desenvolver uma hipótese de
origem complexa de preenchimentos maciços de rochas dentro dos
cânions. A desintegração do maciço rochoso subterrâneo e a remoção
seletiva de grãos pela água subterrânea são os principais componentes
do cenário evolutivo. Preenchimentos de rochas espessas são
explicados como características residuais, em vez de produtos da
queda de rochas das paredes do desfiladeiro. A remoção seletiva de
finos deixa vazios nos quais os blocos sobrejacentes desaparecem,
mas os vazios podem ser suficientemente espaçosos (principalmente
porque os blocos de rocha são muito grandes) para se conectarem a
cavernas penetráveis. Seguindo Bruthans et al. (2012a), a remoção de
material por baixo pode ser facilmente demonstrada para fendas
abertas e cegas incisadas nas paredes do cânion, mas afirmamos que
esse caminho de evolução pode ser ampliado para as principais formas
de relevo na área – os cânions. Desta forma, é oferecido um modelo
de evolução do cânion, alternativo aos modelos existentes que implicam
erosão superficial fluvial ou recuo devido ao esgotamento de nascentes.
Sua aplicabilidade é limitada pela espessura de um pacote de rocha e
distância vertical ao nível de base local, que controlam a eficácia do
fluxo de águas subterrâneas. Assim, no Planalto de Broumov, a origem
de cânions com algumas dezenas de metros de profundidade (até 100
m ou mais) pode ser explicada desta forma, mas em áreas com pacotes
de arenito mais espessos e relevo mais local, cânions mais profundos
podem possivelmente se desenvolver de acordo com este cenário.
O modelo requer mais testes e refinamento, tanto na área de estudo
quanto em outros lugares. Primeiro, somos incapazes de abordar o
tempo e as taxas dos processos envolvidos e, portanto, enquadrar a
escala de tempo da evolução do cânion. Uma complicação adicional é
imposta pelas grandes mudanças ambientais que ocorreram no
Broumov Highland durante o Quaternário. Por exemplo, pode-se supor
que os processos de subsuperfície foram significativamente reduzidos
durante os intervalos frios do Pleistoceno, quando o permafrost ocorreu
e pode ter selado as rotas de drenagem do subsolo.
Em segundo lugar, os estudos hidroquímicos das águas dos riachos
que drenam os cânions podem lançar alguma luz sobre a eficácia da
dissolução da sílica nas condições contemporâneas, ajudando a
restringir o tempo da evolução do relevo. Em terceiro lugar, um novo
olhar para cânions cheios de pedras em outros lugares seria um
exercício valioso, pois, como
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demonstrado neste artigo, a hipótese de queda de rocha não é
necessariamente universalmente aplicável.
RECONHECIMENTOS
Esta pesquisa foi financiada pelo fundo estatutário disponível no
Instituto de Geografia e Desenvolvimento Regional, Universidade de
Wrocÿaw (no. 1015/S) (para KJ e PM) e pelo projeto de pesquisa no.
0420/2277/17 (para DF). À data desta investigação, Filip Duszyÿski
era beneficiário da bolsa de doutoramento ETIUDA do National Science
Centre, Polónia (n.º 2017/24/T/ST10/00101). Somos muito gratos ao
Dr. Petr Kuna, da Área Protegida de Broumovsko, pela ajuda e apoio
oferecidos a nós durante o trabalho de campo. Francesco Sauro e dois
revisores anônimos são agradecidos pelos comentários construtivos
oferecidos na primeira versão deste artigo.
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