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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

TÚNEIS EM ROCHAS SEDIMENTARES

Augusto Franco de Lima


Gustavo Pereira Viana
Hugo Mouro Leão
Geologia Aplicada à Engenharia Civil

Ouro Preto - MG
Novembro – 2015
Introdução:
As rochas sedimentares são formadas a partir de materiais derivados da
decomposição de outra rocha. Esses materiais, normalmente são levados por
um agente de transporte até uma região mais baixa como vales e depressões.
Com o passar do tempo e a gradual deposição de materiais, o peso das
camadas superiores ou a própria ação química da água subterrânea consolida
esses materiais formando uma rocha sedimentar. Devido a isso as rochas
sedimentares são chamadas exógenas, ou seja, são formadas na superfície do
planeta.
Normalmente, as rochas sedimentares possuem uma durabilidade
menor que as ígneas e as metamórficas, portanto deve-se tomar uma série de
cuidados ao construir sobre esse tipo de rocha.

Os túneis em rochas sedimentares


    Na construção civil, os túneis tem como finalidade permitir a
passagem direta através de obstáculos, como elevações, rios, canais, dentre
outros. Também são usados muitas vezes em barragens como obras auxiliares
que desviam as águas dos rios para que possa ser construído certas estruturas
nos leitos dos rios.
    Geralmente, o traçado, tamanho e forma da seção do túnel são
estabelecidos antes do reconhecimento geológico. Essas escolhas vão variar
de acordo com a necessidade da obra. As características dos túneis urbanos,
por exemplo, vão depender do interesse de tráfego. Já os túneis de condução
de água vão depender das condições hidráulicas do local.
    Prefere-se manter o traçado do túnel de forma mais reta possível, pois
além de reduzir a distância percorrida, pois isso facilita a construção e a
locação. Entretanto, devido à estratificação da rocha (aspecto que as rochas
sedimentares normalmente apresentam após sofrerem os processos
diagenéticos) isso nem sempre é possível, e determinados cortes podem gerar
problemas.
    A figura 1, em seguida, representa alguns túneis com relação à
estratificação da rocha sedimentar:
Figura 1

    O túnel 1, foi feito escavando sempre nas mesmas camadas


horizontais. Devido à ações de flexão, fragmentos da rocha do teto podem se
desprender e desabar o túnel colocando em risco a vida das pessoas que
estão nele.
No túnel 2, a escavação foi feita cortando diferentes camadas
mergulhantes. Esse processo faz com que essas camadas tendam a ficar sem
apoio, podendo ocorrer grandes deslizamentos.
O terceiro representa um bom exemplo de como deve ser feito a
escavação de um túnel numa rocha sedimentar. Observe que, neste caso, o
túnel atravessa várias camadas verticais diferentes, não tirando o apoio das
placas sedimentares.
Os túneis 4 e 6, devido aos ângulos das estratificações, é percebida uma
estabilidade maior dos lados esquerdo e direito, respectivamente. Para corrigir
o problema da estabilidade, faz-se necessário a construção de uma estrutura
de concreto armado de espessura assimétrica.
O túnel 5 foi construído cortando a rocha paralelamente ao seu plano de
estratificação, porém desta vez, diferentemente do primeiro caso, os planos
estão orientados na direção vertical. Essa estrutura torna-se instável pois as
lajes deste tipo de túnel perde o apoio durante a escavação.
Como podemos ver, não é tão simples a construção de um túnel. Para
fazer esse tipo de obra subterrânea, é necessário um estudo aprofundado
sobre geotécnica, a fim de evitar desmoronamentos. Quando feito em rochas
sedimentares, devemos conhecer a estratificação da rocha, com intuito de
fazer cortes de forma favorável para conseguir o máximo de estabilidade
possível.

Referência Bibliográfica:
[1] CHIOSSI, Nivaldo José. Geologia aplicada à engenharia. 2ª Edição.
EDUSP, São Paulo. 195p.
[2] UNICAMP. Elementos de geologia e mecânica dos solos - Rochas
sedimentares. Disponível em:
<http://www.ft.unicamp.br/~mantelli/Gerais/3%20ST%20409%20Rochas
%20Sedimentares%202009.pdf>. Acesso em: 22/11/2015, às 09h20.
[3] UFJF. Aplicações da Geologia em Projetos de Engenharia Civil.
Disponível em:
<http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/togot_Unid01GeologiaAplicada-2006-
2.pdf>. Acesso em 22/11/2015 às 23h30.

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