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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO: ENGENHARIA DE MINAS

NÍVEL: 3ᵒ ANO

TURMA: UNICA, NOTURNO

CADEIRA: MINERAÇÃO ESPECIFICA

TEMA: LAVRA DE DEPOSITOS DE SAIS OU LAVRA POR DISSOLUÇÃO

Discentes:

Faustino Eduardo Khamo

Sérgio António Male

Docente:

MSc: Rodrigues Mário

Tete, Dezembro de 2021


Índice
1.0. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
2.0. OBJECTIVOS............................................................................................................................... 4
2.1. GERAL ......................................................................................................................................... 4
2.2. ESPECÍFICOS .............................................................................................................................. 4
2.3. METODOLOGIAS ....................................................................................................................... 4
3.0. REVISAO BIBLIOGRAFICA ..................................................................................................... 5
3.1. DEPOSITOS SALINOS ............................................................................................................... 5
3.1.1. ALGUNS MINERAIS SALINOS ............................................................................................ 5
3.1.2. HALITA .................................................................................................................................... 5
3.2. POTASSIO ................................................................................................................................... 7
3.2.1. LAVRA DE POTÁSSIO .......................................................................................................... 8
3.2.2. PROCESSAMENTO DE POTASSIO ...................................................................................... 8
3.3. LAVRA POR DISSOLUÇÃO ...................................................................................................... 9
3.3.1. METODOS DE DISSOLICAO .............................................................................................. 12
3.3.2. LAVRA QUIMICA ................................................................................................................ 12
3.3.3. EXTRCÇÃO POR POÇO ....................................................................................................... 14
3.3.4. CONTROLES DA LAVRA POR DISSOLUÇÃO................................................................. 16
4.0. CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 18
5.0. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................................ 19

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1.0.INTRODUÇÃO
Sem levar em conta os custos oriundos da pesquisa geológica, o investimento necessário às
operações de lavra (perfuração, desmonte e transporte) oneram bastante o custo de extracção do
minério. Outrossim, uma vez esse minério haja sido desmontado e transportado, custos
adicionais de cominuição, classificação, concentração e desagúe deveram ser incorporados aos
custos de produção, ao qual acrescentar-se-á ainda, aquele oriundo da recuperação do metal de
interesse o problema torna-se particularmente sério quando o minério apresenta teores bastante
modestos de mineral útil, disseminado em volumes imensos de ganga, ou ainda, mesmo
possuindo teores razoáveis, encontra-se profundamente situado na crosta terrestre, encarecendo
demasiadamente a sua mineração por processos convencionais de lavra.

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2.0.OBJECTIVOS

2.1.GERAL
 Fazer um trabalho com conhecimento solido em torno do tema, Lavra de depositos de
sais ou lavra por dissolução, através de referencial bibliográfico.

2.2.ESPECÍFICOS
 Mencionar alguns sais minerais essenciais para a civilização,
 Conhecer os métodos da lavra em abordagem.
 Explicar duma forma detalhada o funcionamento da lavra por dissolução.

2.3.METODOLOGIAS
Não é de se duvidar que qualquer trabalho investigativo ou científico, deve ter um bom
referencial bibliográfico na manga e umas visitas, ou seja, observação directa em campo, sem
descartar outros meios possíveis e recomendados. Entretanto, para realização deste trabalho,
recorreu-se, não apenas no referencial bibliográfico, mas também a consultas de artigos
publicados na internet, em destaque a plataforma googlescolar.

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3.0.REVISAO BIBLIOGRAFICA

3.1.DEPOSITOS SALINOS
Os sais minerais, um dos minerais mais abundantes na crosta terrestre, ocorre na natureza
somente sob a forma de compostos. Além dos típicos minerais de minério formados por cloretos
e sulfatos, os sais minerais como o exemplo de potássio está presente em numerosos outros: com
teores acima de 10%, em uma centena de minerais e, em muitos mais com valores entre 2% e
10%, (Nascimento e Lapido-Loureiro, 2004). No decorrer do tempo geológico o intemperismo
provoca a sua alteração química, gerando compostos de potássio solúveis que são transportados
pelos rios para o mar e/ ou depositados em bacias fechadas ou interiores.
Desde a Antigüidade que se conhece, empiricamente, a importância dos sais minerais no
metabolismo das plantas, assim como para a civilizacao. Há referências da utilização, como
fertilizantes, de cinzas resultantes da queima de árvores, material contendo uma concentração
expressiva de potássio, desde o século III a.C.

3.1.1. ALGUNS MINERAIS SALINOS

3.1.2. HALITA
O mineral halita, cloreto de sódio (NaCl), tem seu nome mineralógico originário da palavra
latina sal, que deriva do grego antigo alas ou alati no idioma actual. O termo halita, em geral,
refere-se às suas ocorrências naturais, tais como sal de rocha, salgema ou sal fóssil.
O sal, também conhecido como cloreto de sódio (NaCl), é constituído de dois elementos: sódio e
cloro. O sódio é um elemento metálico de cor prata, bastante instável, o qual reage violentamente
na presença de água, enquanto que o cloro é um gás perigoso, que pode ser letal. A combinação
destes dois elementos forma o cloreto de sódio, que é um composto branco essencial à própria
vida humana.

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figura 1: Em A, cristal de halita (NaCl) e, em B, foto de testemunho de sondagem de halita.

Geologicamente, o sal é encontrado na natureza em forma de solução ou em estado sólido. Para a


sua obtenção existem processos específicos de extracção.
Ocorrência em forma de solução - oceanos, lagos, aquíferos subterrâneos e fontes de salmoura
natural.

Oceanos – nestes estão as maiores reservas de sal do mundo. Os oceanos contêm 530 milhões de
km3 de água. Aproximadamente 42% de sal encontram-se dissolvidos. Um km3 de água do mar
contém 93 toneladas de matéria dissolvida, das quais se podem considerar 73 toneladas de
cloreto de sódio. O sal contido nos oceanos vária de 1 a 5%, dependendo da localização, mas em
média pode-se considerar 3,5%.
Lagos – são resultados de acumulação natural de água em depressões topográficas, ou
confinadas por barreiras naturais. As rochas circunvizinhas, com solubilidade distinta, cuja
composição depende da sua origem, ficam expostas à ação do intemperismo e seus sais são
transportados pelas águas superficiais e acumulados nestes ambientes lacustres. Estes lagos
mineralizados podem conter apenas cloreto de sódio ou também outros sais.
Aquíferos subterrâneos – a água subterrânea tem seu grau de salinidade variável, desde uma
água pura até uma solução saturada. São classificadas como conatas e meteóricas. A composição
e a salinidade da água subterrânea podem variar de acordo com as condições ambientais. Clark
(1924) classificou as águas subterrâneas nos seguintes grupos: cloretos, sulfatos, carbonato,
sulfato-carbonato, mistura de (cloreto sulfato, cloreto carbonato, sulfato carbonato, cloreto
sulfato carbonato), silicosas, borato, nitrato, fosfato e ácidas. Podem ocorrer concentrações de 0 a

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254 mg/L. Salmouras com elevadas concentrações de magnésio e bromo, são as fontes de
suprimento destes elementos.
Fontes naturais de salmoura – contacto da água de aquíferos subterrâneos, com depósitos de
sal dispostos em camadas ou domos, promove sua dissolução, e o cloreto de sódio em solução
aflora em surgências naturais ou quando captado por poços.

O sal é também encontrado em depósitos sedimentares, em forma de camadas de espessura


variável. Está associado com outras rochas sedimentares, tais como folhelhos, calcários
calcíferos e dolomíticos, gipsita, anidrita e outros sais evaporíticos. Os depósitos salinos são
encontrados em todos os períodos geológicos, desde o Cambriano até o Terciário, havendo
evidências que indicam também os depósitos no Pré Cambriano. Praticamente são encontrados
em vários países em todo mundo. Alguns depósitos atingem algumas centenas de metros de
espessura, cobrindo áreas de extensão quilométricas; muitas teorias e novas idéias procuram
explicar a gênese da formação desses imensos depósitos.

Figura 2: As duas fases de formação de um domo salino.

3.2.POTASSIO
O potássio está presente em numerosos minerais, a maioria com presença significativa de
potássio na sua rede cristalina, mas apenas um pequeno número deles, constituídos por cloretos
e/ou sulfatos, são considerados de interesse económico devido, principalmente, ao seu conteúdo
em potássio e à sua fácil solubilização. Embora os feldspatos constituam o mais abundante grupo
de minerais da crosta terrestre e a maioria deles apresentem teores elevados de potássio, não são
considerados minerais de minério pela dificuldade de extracção do potássio. De fato, apenas a
silvita (KCl) e a carnalita (KMgCl3.6H2O) são largamente processadas como minerais de
potássio. Outros, menos explotados, são os sulfatos langbeinita (KMg2(SO4)3), polihalita

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(K2MgCa2(SO4)4.2H2O) e kainita (4KCl.4MgSO4.11H2O). A maioria dos minerais contendo
potássio em sua rede cristalina (caso do grupo dos feldspatos e alguns do grupo da mica) são
insolúveis e o processo de dissolução só é possível a partir de forte ataque químico acompanhado
de tratamento térmico. Daí não serem considerados como minerais de minério, para aplicação
como fertilizantes (Nascimento e Lapido-Loureiro, 2004).

3.2.1. LAVRA DE POTÁSSIO


Minérios de potássio em leitos sólidos, a profundidades não maiores que 1400 m, são extraídos
principalmente por métodos convencionais de mineração subterrânea mecanizada. Variações da
técnica do tipo “câmaras e pilares” são comumente usadas (IFA, 2002). Outras técnicas, em
particular a de mineração por dissolução, também podem ser usadas.
Na maioria das minas, o sal de potássio é minerado a partir de depósitos “subhorizontais”.
Geralmente as câmaras são criadas pela remoção do sal e pilares permanecem entre elas para
sustentação (Bauer, 1993).
Atualmente, os minérios potássicos são beneficiados em três principais circuitos de operação: i)
dissolução em meio aquoso e cristalização; ii) flotação e ii) separação eletrostática. O processo
de dissolução/cristalização é um dos mais antigos enquanto que o processo de flotação de sais de
potássio foi introduzido nos Estados Unidos em 1918. A separação eletrostática foi inicialmente
utilizada em larga escala nas usinas da Alemanha, para separação de minerais de minério
complexo.

3.2.2. PROCESSAMENTO DE POTASSIO


As etapas no processamento do minério potássico são geralmente britagem, moagem,
deslamagem, separação selectiva dos minerais e secagem do produto final, seguindo-se as etapas
de compactação ou granulação (Internacional Fertilizing Industry Association, 2002). Um
esquema simplificado é mostrado na Figura 3.
O KCl é separado seletivamente do NaCl no minério silvinítico para produzir basicamente três
granulações de produtos. Isto é levado a efeito a partir das operações de redução de tamanho das
partículas do minério em britadores de impacto e moinhos de barras e, a seguir, o minério
deslamado segue para as unidades de flotação. O cloreto de sódio, constitui o rejeito e, em geral,
é descartado no mar. (ICL FERTILIZERS, 2003).

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Figura 3: Diagrama do processamento do potássio (ICL fertilizer, 2003)

3.3.LAVRA POR DISSOLUÇÃO


Os primeiros registros da utilização deste método de lavra foram encontrados na China por volta
de 250 a.C., onde poços foram perfurados em depósitos profundos de sal. Para injecção e
produção da salmoura eram utilizados tubos de bambu. A base da tecnologia actual teve sua
origem na França, por volta de 858 d.C. Tal método de lavra possibilita que ocorrências de sal
gema situadas em grandes profundidades possam ser extraídas sob a forma de salmoura saturada
em cloreto de sódio, com baixo custo.

Faz-se necessário que se tenha água superficial ou subterrânea (poços) de qualidade, para
possibilitar o seu emprego como solvente. Geralmente, uma mineração que emprega este método
está ligada a uma planta química para produzir soda-cloro ou de barrilha. A salmoura resultante
segue, por duto, para suprir as necessidades deste insumo daquela indústria. Em virtude de tais
processos químicos necessitarem de sal, em forma de salmoura em solução, e não de sal sólido,
não se promove a sua evaporação, o que elevaria substancialmente o custo unitário deste insumo

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mineral. No caso de uso de sal sólido, o sal proveniente de salinas seria mais econômico, mesmo
considerando-se o custo de transporte e algum beneficiamento. A Morton Salt, em Glendale,
Arizona, Estados Unidos, produz salmoura saturada por meio de poços, que posteriormente é
bombeada para painéis de cristalização, tal como nas salinas, e daí se obtém o sal cristalizado,
com custo reduzido e alta produtividade.

Caso o sal fosse extraído por lavra subterrânea convencional, para posterior transferência para a
indústria química, ocorreriam dois problemas: além dos custos de produção elevados, teria que
ser processado para eliminar impurezas, para, depois, já na indústria, ser transformado em
salmoura, se o processo de eletrólise requerer que a alimentação do sal seja nesta forma.

Para acesso ao corpo salino, que poderá ser em camadas ou domos, são perfurados poços
tubulares profundos (Figura 4). Em seguida, cada poço é revestido com tubulação de aço
carbono, da superfície até alguns metros no interior da camada de sal. O espaço existente entre o
diâmetro de perfuração e o revestimento é totalmente cimentado até a superfície. Deste modo,
todos os aqüíferos existentes acima do sal são isolados e protegidos. Em seguida, é descida a
tubulação de produção pelo interior deste revestimento cimentado, sendo posicionada alguns
metros abaixo do mesmo. Finalmente, desce-se uma tubulação de menor diâmetro pelo interior
da tubulação de produção, ficando instalada bem abaixo deste, empregada para a injeção de
água. Tanto a tubulação de produção quanto a de injeção podem ser movimentadas, ficando
presas na superfície, na cabeça do poço que se denomina “árvore de natal”. Nada impede,
contudo, que possa ser invertida a profundidade da injeção e produção/captação, o que modifica
a configuração da cavidade, crescendo mais na parte superior e menos na inferior. Podem-se,
contudo, alternar os dois modos, injeção direta e reversa. Este processo se denomina extração de
sal por dissolução, por poços isolados, mas poderia também ser feito por poços conjugados, onde
se injeta por um poço e recupera-se a salmoura por um ou mais poços que estão interligados.

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Figura 4: Em A, sonda em operação na perfuração de poços (poço M-27D) e em B, a estação de
bombeamento (cortesia Braskem).

Em certas minas toda agua captada dos pocos recebe tratamento, atrvaes de adicao de soda
caustica antes de ser utilizada no processo de dissolucao. Este tratamento tem por finalidade,
elevar o seu pH e atingir a neutralidade.

Este metodo tem o intuito de minimizar a corrosao nas tubulacoes em casos de minas
subterraneas. A agua depois de devidamente tratada possui dois empregos especificos. O
primeiro, sera para a operacao de injeccoes nas minas e o segundo, para atender as necessidade
de processo dfe fabrica.

De salientar que toda agua injectada nas minas, encontra-se com atemperatura ambiente, ou seja,
em torno de 29C. devido o grau geotermico, a agua atinge no interior da cavidade 60C o que
auxilia sobretudo a dissolucao de um determinado sal, em destaque o salgema.

O metod de mineracao por dissolicao eh hoje universalmente aadoptado em todos os casos onde
a jazida apresenta grandes espessuras de halita e se encontra a profundidade entre 500-2000
metros.

Já a lavra subterranea onde se utilizam metodos convencionais, eh indicado quando a jazida se


encontra a uma profundidade de 200-500 metros e as condicoes estruturasis das camadas acima
do corpo evaporito, favorecem a perfuracao de shafts de extrccao e ventilacao. A lavra
subterranea eh em geral executada pelo processo de room and pillars.

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A lavra por dissolução pode também ser considerada uma operação subterrânea, mas foi
preferido menciona-la juntamente com os métodos a céu aberto , porque é feita a partir da
superfície.

3.3.1. METODOS DE DISSOLIÇÃO


Existem dois metodos basicos para o desnvilvimento de cavidade de salmoura e muitas variacoes
destes metodos, dependendo portanto de cirncustancias especificas e particulares de cada jazida.

Um dos metodos emprega minas isoladas, onde a injeccao de agua e a extraccao de sais se
processa atraves da mesma mina. Este metodo eh geralmente utilizado em domos salinos,
podendo tambem ser empregado em jazidas em formas de camadas.

Um outro metodo faz o uso de duas minas interconectadas. Este, practicamente, so eh empregado
em depoisitos salinos dispostos em camadas.

A lavra por dissolução, aplicada para a extracção de minerais solúveis ou fundidos, ou que
podem ser transformados em polpa, usando-se água ou um solvente líquido. Os métodos
utilizados sao a lavra química e a extracção por poço.

3.3.2. LAVRA QUIMICA


A lavra química, ou lavra por solubilização, não é, em si, um método recente, embora, apenas
recentemente haja adquirido o seu carácter de método revolucionário. Assim, já no século XVII,
ao se utilizar do método de lixiviação em montes, estava-se, na verdade, exercendo a lavra por
solubilização do mineral de minério
Mais recentemente, entretanto, Husband -(1998) discutiu as aplicações de lavra qu!mica à
recuperação de Potássio e, Lewis (2000) os problemas de se usar chaminés subterrâneas, abertas
por explosivos nucleares, COJI\0 reatares de lixiviação: Higgins (2000), do grupo de pesquisas
do· "Lawrence Radiation Laboratory", Universidade da California, discutiu aspectos econômicos
e de segurança envolvidos na lavra química de minério de cobre, empregando-se explosivo
nuclear para o fraturamento da rocha, criando ,dessa maneira, a necessária porosidade para a
circulação da solução lixiviante. Neste trabalho · concluiu-se haver uma economia da ordem de
25% a 50% no custo de produção do cobre usando-se este método, Lewis e Brown (2000)
apresentaram resultados de testes de autoclave de suspensões de cobre porfiritico, contendo,
predominantemente, calcopirita, simulando o ambiente interior de uma chaminé subterrânea.

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Gentry. at al., (1998) discutiram a utilização de cavidades· salinas abertas pela lavra química
para armazenagem de propano, butano, gás natural e cloro
Dois são os sistemas de extracção do metal contido no minério. Pode-se inundar uma certa área,
ou volume; e bombeando a solução a partir de um ou mais poços da mina, recuperar o licor
contendo o metal valioso; esse é o sistema empregado pela Kennecott, em Ray, Arizona, numa
mina-piloto, bem como o utilizado pela Anaconda,em Butte, para a recuperação do cobre contido
em velhos "stopes " preenchidos. o segundo sistema é o da percolação do lixiviante por entre o
minério, conforme aplicado na Miami Copper e algumas minas de Urânio americanas.
Nos anos passados, entretanto, o ponto alto da lavra química deu-se a traves da ruptura de um
depósito maciço de cobre oxidado e enriquecido secundariamente, utilizando-se de explosivo
convencional, numa operação conduzida conjuntamente pela Ranchet's Exploration &
Development Company e Dupont de Nemours & Campany em Tucson, Ar i zona.

Entretanto, apesar de todos estes significantes avanços na tecnologia da lavra química, vários
parâmetros influentes na sua eficiência e economia necessitam ser melhor avaliados e definidos.
A circulação do lixiviante por entre à superfície a ser solubilizada é um desses parâmetros,
actualmente, estudos vem sendo conduzidos sobre a taxa de penetração do fluido na rocha
circundante. Além dessa variável, métodos mais satisfatórios de introdução do lixiviante nas
camadas fracturadas do minério precisam ser desenvolvidos, a prevenção da perda da solução
contendo o metal de interesse necessita ser melhor equacionada, conhecendo-se melhor as
propriedades geológicas e mecânicas das rochas existentes na região onde a lavra química será
efetuada, bem como através do desenvolvimento de materiais impermeabilizantes de baixo custo
e fácil aplicação, métodos de controle da contaminação do lixiviante pela água da mina precisam
ser investigados; e, finalmente, métodos de recuperação das soluções saturadas necessitam,
igualmente, ser implementados
Assim, para um projecto racional de uma lavra química deve-se conhecer o seguinte:
1. As propriedades físicas e químicas do minério e encaixante,
2. Propriedades elásticas das rochas envolvidas,
3. Propriedades geológicas das rochas envolvidas,
4. Propriedades dinâmicas das rochas envolvidas,
5. Efeito da água e lixiviante sobre as propriedades do minério e encaixante,

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6. Efeito da temperatura e pressão sobre as propriedades do minério e encaixante,
7. Geologia regional (sistemas de falhas, dobras, etc.).
8. Disponibilidade regional de água e agente lixiviante,
9. Sistema de recuperação do metal a ser empregado (extracção por solvente e
eletrorecuperação, cementação)

Além do emprego de explosivos nucleares e convencionais, há a possibilidade de se utilizar de


processo bastante familiar à indústria petrolífera: a ruptura de camadas pela injecção hidráulica,
o método "hidrafac".
A lavra por solubilização, testada agora em Arizona, Nevada e Rio Grande do Sul, para minérios
de cobre, será sem dúvida grande prova pela qual passará este método no mundo inteiro, estando
o seu futuro solidamente ligado ao sucesso ou ao insucesso dessas operações.

3.3.3. EXTRCÇÃO POR POÇO


A maioria das incrustações observadas em poços tubulares deriva da precipitação de carbonatos
de cálcio e magnésio, a partir da desestabilização dos iões bicarbonato, originados através da
combinação de dióxido de carbono com cálcio e magnésio, que estavam presentes na formação.
Esta incrustação atua de forma mais acentuada nos filtros e pré-filtros, em bombas e também na
formação aquífera mais próxima ao poço, sendo que é nesta zona que ocorre um forte
desequilíbrio das soluções, por variações de temperatura e pressão. O carbonato de cálcio
depositasse antes, por ser mais insolúvel que o magnésio. Quando da remoção das incrustações
formadas por carbonato de cálcio a Empresa tem procurado usar um tratamento químico à base
de ortofosfatos ácidos, contendo inibidores de corrosão, estabilizantes e isento de metais
pesados, aplicado em conjunto com um agente bactericida. Este produto tem a capacidade de
quebrar estas moléculas de carbonato e propiciar que os iões se mantenham solúveis,
possibilitando assim a sua remoção durante o desagúe. Esta operação é realizada com pH na
faixa de 2,0 a 2,4. A variação da concentração de cada um destes agentes produz uma ação
catalítica ou retardadora de desincrustação e de bactericida de alta eficiência, em maior ou menor
intensidade, em função das variações de concentração. É necessário que a desincrustação
química dos poços remova as incrustações internas do poço e que actue também nas do pré-filtro
e da formação, permitindo assim maior liberdade para o conjunto motobomba e
consequentemente melhoria na vazão do poço. O ortofosfato ácido mostrou ser capaz de

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solubilizar os depósitos de carbonato de cálcio com grande velocidade, mantendo o pH baixo e
os iões metálicos solúveis, possibilitando sua rápida remoção.
DOMENICO & SCHWARTZ (1998) citam que os metais são muito mais móveis nas águas
subterrâneas com pH baixo. Para a dosagem deste produto no poço, usa-se normalmente um
cálculo teórico obtido pela multiplicação da espessura média da incrustação observada na
tubulação (Exemplo 2,0 mm) pela área interna dos filtros e assim chega-se a uma idéia da
incrustação (Exemplo 250 kg de carbonato de cálcio). O volume de reagentes a ser aplicado é
calculado a partir da percentagem do volume estático do poço (Exemplo 2,5%), levando-se em
conta, também, a área aberta do pré-filtro em todo o intervalo saturado. O tratamento inicia-se
com a adição de cerca de 40% deste reagente, até se obter o pH na faixa de 2, pois como se sabe,
soluções ácidas possibilitam a manutenção de iões metálicos na forma solúvel, e tendem a
dissolver os carbonatos e as argilas (BOULDING,1995). Faz-se então a homogeneização da
solução dentro do poço e, posteriormente, o poço é deixado em repouso. A medição de pH da
solução e controle das reacções é feita com a água do poço em circulação. Mais reagente é
adicionado, à medida que as reacções de desincrustação vão ocorrendo, assim com a dissolução
dos carbonatos incrustados, ocorre uma elevação de pH e consumo do reagente. Desde a primeira
fase da operação é observado uma forte geração de CO2, que demonstra a actividade de
dissolução dos carbonatos com a liberação deste gás. A liberação de CO2 tem efeito benéfico no
processo, pois favorece a geração de ácido carbónico, que por sua vez colabora no processo de
dissolução dos carbonatos, além de que, a expansão dos gases proporciona uma pressão adicional
ao fluído em circulação que, desta forma, sofre uma expansão lateral forçando os agentes para
dentro do pré-filtro e formação geológica. A primeira fase dura cerca de 6 horas. Para uma acção
mais efectiva do produto na formação geológica, pode-se usar uma adição de água para forçar a
penetração dos reagentes nos sedimentos.
Após esse processo, o poço deve permanecer em repouso por pelo menos 12 horas (à noite). No
dia seguinte, a água contida no poço deve ser recirculada por pelo menos duas horas, com
controle de seu pH. A etapa final do processo de desincrustação consiste no descarte da solução
do poço, que fica altamente enriquecida de elementos dissolvidos. Esta etapa tem seu término
quando o pH retorna aos valores anteriores ao tratamento. Esta metodologia proporciona um
significativo ganho de vazão e redução do consumo de energia eléctrica na extracção de água
(GODOI et al. 2002).

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3.3.4. CONTROLES DA LAVRA POR DISSOLUÇÃO
Periodicamente, a cavidade salina que está sendo formada pela extração do sal é examinada com
um “eco-sonda” sonar (Figura 5), que determina o volume, direção preferencial da dissolução,
forma e seu maior diâmetro.

Figura 5: Em A, um desenho ilustrativo de uma ecosonda (sonar), em B, o corte transversal da


cavidade e, em C, uma vista de cima da cavidade. (GODOI et al. 2002).

Os poços operados isoladamente, no final, terão suas cavidades separadas por um pilar de sal.
Também é mantida uma laje de sal, na parte superior, conferindo estabilidade ao volume espacial
gerado pela extracção do sal. Depois de desactivada, a cavidade ficará sempre preenchida com
salmoura, tal como na sua fase operacional. No caso de poços conjugados, em geral, são
dispostos em linhas e, entre as mesmas, se deixa um maciço de sal separando-as.
São utilizadas as cavidades desactivadas para armazenar petróleo e gás, principalmente aquelas
desenvolvidas em domos salinos e aquelas onde o sal foi extraído já com a finalidade de vir a
estocar tais produtos. Jazidas de sal, em camadas, também têm sido utilizadas, desde que tenham
grande espessura. A forma ideal da cavidade deverá ser cilíndrica, onde a altura é bastante maior
que o diâmetro e a parte superior deverá ter a configuração ilustrada na (Figura 6).

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Figura 6: Petróleo estocado em cavidades salinas.
Fonte: (GODOI et al. 2002).

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4.0.CONCLUSÃO
Praticamente depois da indústria química, a segunda maior utilização do sal no hemisfério norte
é no descongelamento das vias para promover acessibilidade das rodovias, tendo sido utilizado
por várias décadas para este propósito. Gabriel Daniel Fahrenheit descobriu que o sal misturado
ao gelo, em uma temperatura ambiente abaixo de zero, gera uma solução líquida cuja
temperatura está bem abaixo do ponto de congelamento da água.
No mundo, são produzidas, aproximadamente, 250 milhões de toneladas de sal por ano, das
quais 130 milhões de toneladas são processadas, transformando-se em produtos químicos.

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5.0.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. BAUER, G. (1993). In: Ulmann’s Encyclopedia of Induatrial Chemistry, V. A22, VCH.
2. BOUGHTON, L. D. - Solution Mining Well - completion Services and Techniques –
SME Mining Engineer Handbook, vol. II, - New York, 1973.
3. BRAITSCH, O. - Salt Deposits their Origin and Composition - Edited by W. von
Engelhardt, Tübingen, T. Hahn, Aachen R. Roy, University Park, Pa. J. W. Winchester,
Tallahassee, Fla. - P. J. Wyllie, Chicago, Ill, 1971.
4. CÂMARA, C. A. L. - Produção de Sal por Evaporação Solar - Operação e
Dimensionamento de Salinas - 1999.
5. Godoi M.J.P.; Nóbile D.H.; Willi B.F.F.F. Desincrustação química em poços tubulares
profundos a partir de ortofosfatos ácidos - Estudo de um caso em Presidente Prudente,
SP. In: XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, 2002, Florianópolis, p.5-14.
6. NASCIMENTO, M. (2004). “Desenvolvimento de Método para Extração de Potássio a
Partir de Feldspato Potássico”, tese de doutorado, COPPE/UFRJ, 113p.
7. NASCIMENTO, M. e LAPIDO-LOUREIRO, F.E. (2004). “Fertilizantes e
Sustentabilidade. O potássio na Agricultura Brasileira”,
[http:www.cetem.gov.Br/publicações/Séries/Série Estudos e Documentos], 64p.

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