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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS


DEI – GEOLOGIA

TRABALHO DE JAZIGOS MINERAIS II

JAZIGOS DE DIAMANTE

Docente:

______________________

Prof. Dr. José Manuel

Prof. Celso Riquenga

ABRIL, 2024
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS
DEI – GEOLOGIA

TRABALHO DE JAZIGOS MINERAIS II

JAZIGOS DE DIAMANTE

Apresentado por:

 Filipe Sibu
 Francisca Kalusase
 Judith Bumba
 Maria Manuel
 Pedro Diatungua

ABRIL, 2024

1
ÍNDICE
RESUMO.................................................................................................................3

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................4

1.1 PROBLEMA:....................................................................................................5

1.2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................5

1.3 OBJECTO......................................................................................................5

1.4 OBJECTIVO GERAL......................................................................................5

1.5 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS...................................................................5

2. MODO DE OCORRÊNCIA........................................................................6

2.1 DEPÓSITOS PRIMÁRIOS.........................................................................6

2.2 DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS....................................................................9

3. AMBIENTE GEOTECTÓNICO...............................................................11

4. IMPORTÂNCIA ECONÓMICA..............................................................12

5. JAZIGOS DE DIAMANTE NO MUNDO................................................14

6. JAZIGOS DE DIAMANTE EM ANGOLA.............................................15

6.1. GRUPO KWANGO – FORMAÇÃO CALONDA......................................16

6.2 Grupo Kalahari...............................................................................................18

CONCLUSÃO.......................................................................................................21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................22

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RESUMO

Os diamantes são uma das pedras mais preciosas e valiosas do mundo, conhecidos
por sua excepcional dureza, brilho e durabilidade. Eles são formados nas profundezas da
Terra ao longo de milhões de anos sob intenso calor e pressão, e são normalmente
encontrados em kimberlito tubos ou aluviais depósitos. A importância dos diamantes está
em seu uso generalizado em vários setores.

Na indústria joalheira, os diamantes são altamente valorizados por sua beleza e


raridade e são usados para criar peças impressionantes de joias de alta qualidade. O valor de
um diamante é determinado pelos famosos “4 Cs” – quilates, cor, clareza e corte. Os
diamantes também são amplamente utilizados no setor industrial por suas propriedades
físicas únicas, como dureza extrema e condutividade térmica. Eles são usados em
ferramentas de corte, abrasivos de polimento e como dissipadores de calor em dispositivos
eletrônicos. Além de seus usos estéticos e industriais, os diamantes também
desempenharam um papel significativo no setor financeiro. O comércio e investimento em
diamantes é uma indústria multibilionária.

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1. INTRODUÇÃO

Jazigos de diamantes são zonas ou áreas geológicas, onde existem concentrações


anómalas positivas de diamantes susceptíveis a uma exploração viável economicamente.
Esses jazidos podem ser primários ou secundário, e isso influencia tanto no seu modo de
ocorrência, nas rochas portadoras, nas técnicas de exploração e não só. Neste trabalho
iremos abordar sobre esses jazigos, seu modo de ocorrência, a importância econômica do
minério encontrado nesses jazigos (DIAMANTES) e sua ocorrência em Angola.

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1.1 PROBLEMA:

A necessidade de conhecer melhor os Jazigos de Diamantes, tanto os primários


como os secundários a fim de desenvolver capacidades de reconhecimentos e de
prospecção dos mesmos.

1.2 JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos, o número de investimentos no sector minério tem crescido


exponencialmente. Com esse crescimento aumenta também a necessidade de técnicos
capazes de resolver problemas ligados a este sector. Daí a necessidade de nós, como futuros
Geólogos, desenvolver as capacidades de reconhecimento e prospecção de diamantes.

1.3 OBJECTO

Temos como objecto de estudo os Jazigos de Diamantes, os Jazigos Primários e os


Secundários.

1.4 OBJECTIVO GERAL

Desenvolver as capacidades de reconhecimento e prospecção de Jazigos Primários e


Secundários.

1.5 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

 Enunciar o que são Jazigos de Diamantes primários e secundários.


 Descrever como esses depósitos ocorrem na natureza.
 Organizar os conhecimentos adquiridos a fim de melhor aplicá-los no
reconhecimento e prospecção de Jazigos de Diamantes

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2. MODO DE OCORRÊNCIA

No geral, a ocorrência de diamantes está intimamente ligada à história geológica e à


atividade tectónica de uma região, bem como às características específicas mineralógicas e
química do manto da Terra. Como o diamante é um mineral raro e valioso, é normalmente
encontrado em depósitos relativamente pequenos e isolados, muitas vezes em regiões
remotas ou inacessíveis do mundo.

2.1 DEPÓSITOS PRIMÁRIOS

São apenas os que se associam a kimberlitos e lamproítos que são rochas de origem
magmática. Atualmente, considera-se que essas rochas sejam formadas pela cristalização de
magmas secundários (ou hídricos), que são em parte diferenciados dos magmas primários,
peridotítico ou eclogítico. Os dois tipos de rochas são raros e correspondem a erupções de
material originado no manto terrestre. Os depósitos primários de diamantes se formaram a
profundidades entre 150 – 200 km, e temperatura entre 1.100 – 1.500 ºC em períodos
iniciados desde 3.300 Ma.

DIAMANTE – Depósitos primários – google.com

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O kimberlito é composto por um conjunto de minerais que pertencem a um grupo de
rochas ultrabásicas ricas em voláteis, principalmente com dióxido de carbono (CO2) e água
(H2O).

Os kimberlitos ocorrem nas zonas dos cratões, plataformas da crosta terrestre que
estiveram estáveis desde o período Pré-câmbrico, onde a ocorrência de kimberlitos
diamantíferos é restrita a um ambiente geotectónico bem definido, tectonicamente
estabilizados com idade anterior a 1600-1500 Ma, segundo Clifford (1966). Este conceito
foi consagrado como regra, chamada Regra de Clifford, sendo os seus fundamentos teóricos
baseados nas exigências impostas pelas condições físico-químicas, necessárias à
estabilização do carbono cristalizado, isto é, do diamante no manto, restringindo-se a uma
janela de estabilidade, somente possível nas zonas crustais espessas, de baixo gradiente
geotérmico, preservadas apenas nos núcleos cratónicos estáveis da crosta terrestre.

Os kimberlitos são rochas de grande raridade, ocorrem na crosta terrestre numa


percentagem inferior a 1%, e aparecem em forma de chaminés, diques e soleiras.

Kimberlito - Africa do Sul – Descoberta do Diamante em rocha 1871. Liccardo, António – Geologia do Diamante

No entanto, quando se fala na ocorrência de kimberlitos não se quer dizer com isso
que todos terão mineralização, isto é, somente uma muito pequena percentagem é que está

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devidamente mineralizada, e mesmo assim só parte desta é que tem quantidade suficiente
de minerais para ser explorada com rentabilidade.

Na formação do magma kimberlítico existem algumas particularidades, como a


profundidade de formação, pois, segundo Haggerty (1986), a uma profundidade
aproximada de 150 a 200 km, no Manto Superior, a uma temperatura centrada nos 1200ºC
e pressão com cerca de 40 Kb, o magma kimberlítico inicia a sua formação em condições
muito específicas e desde que a temperatura e pressão sejam estáveis, dando consistência e
conservação aos diamantes durante a subida do magma até à superfície.

Se existirem alterações destas condições os diamantes não se formam, dando origem


a grafite e assim a esterilidade da chaminé. Deste modo, nem todas as chaminés conhecidas
nos vários continentes são mineralizadas. Nos diversos escudos onde ocorrem as chaminés,
a proporcionalidade de mineralização das mesmas com diamantes é de 1 para 100.

Sabe-se hoje que os kimberlitos não estão inteiramente relacionados só com as


zonas de rift, mas que, na sua formação, a água desempenha um papel de relevo nas
características do

kimberlito. Embora existam alguns modelos, nenhum poderá ser interpretado como
um modelo exemplar a seguir, mesmo que estejam aceites na sua generalidade. A
ocorrência de várias intrusões kimberlíticas de forma linear, demonstram e de forma
bastante precisa a posição do cratão, possibilitando assim um maior conhecimento
geológico sobre a sua formação, bem como sobre as aplicações práticas na prospecção.

Em 1982, verificou-se que os kimberlitos não eram as únicas fontes primárias de


diamantes dado que existia outro tipo de rocha que também os continha.

Os lamproítos, rochas ultrapotássicas eram conhecidas há algum tempo, mas as


primeiras ocorrências de diamantes em lamproítos foram descobertas na Austrália
Ocidental, um país que se tornou um dos maiores produtores mundiais de diamantes.

Os kimberlitos e os lamproítos, podem aparecer em afloramentos de pequenas


dimensões, desde algumas dezenas a centenas de metros de diâmetro, podendo estas rochas

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estar muito ou totalmente alteradas, o que poderá dificultar a sua correta identificação. É de
referir que ainda existem poucos dados sobre a ocorrência de lamproítos portadores de
diamantes, assim como é muito difícil obter as indicações possíveis sobre alguma
prospecção dos mesmos.

2.2 DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS

Os depósitos secundários resultam da alteração e erosão dos kimberlitos, seguido do


transporte e deposição dos diamantes neles contidos. Os minerais presentes nos kimberlitos
são gerados a pressões e temperaturas muito distintas daquelas que se observam à
superfície da Terra.

Por estas razões genéticas, estes minerais são quimicamente instáveis e são
decompostos rapidamente pelos agentes atmosféricos. As águas correntes terão erodido os
resíduos finais (argilas e óxidos) destes minerais decompostos. Deste processo apenas
sobram os minerais mais resistentes, onde se incluem os diamantes. Estes depósitos
secundários subdividem-se consoante a sua idade. Os depósitos aluvionares antigos
formaram-se imediatamente após a principal fase de erupções kimberlíticas no Cretácico.

Os conglomerados situados na base da Formação Calonda armazenaram os


diamantes libertados a partir de erupções kimberlíticas, então recentes.Já os depósitos
aluvionares modernos encontram-se ao longo de (ou relacionados com) bacias
hidrográficas.

Os diamantes contidos nestes depósitos provêm de kimberlitos, que foram alvo de


meteorização contínua de que resultou na sua erosão, e dos conglomerados da formação de
Calonda, uma vez que esta formação atua como o principal coletor de diamantes fluviais.

Os diamantes podem ainda ser provenientes de outros depósitos mais recentes cujos
diamantes tenham sofrido outro ciclo de remobilização e deposição (Chambel et al, 2013).
Nestes inclui a atividade dos rios em terraços, planícies de inundação e em leitos de rios. A
água corrente terá tido um papel fulcral na criação, desenvolvimento e evolução de

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depósitos secundários de diamantes. Exemplo disso será o transporte de diamantes efetuado
por inundações e linhas de água ao longo de bacias hidrográficas para longe das suas fontes
primárias.

Formacao Calonda – google.com

Durante o transporte, os diamantes misturam-se com litologias das mais diversas


granulometrias: cascalho, areias e argilas. Quando a água perde velocidade, o material
transportado vai sendo depositado, com as partículas mais densas e maiores (cascalho,
diamantes, ouro ou outros minerais metálicos) as primeiras a serem depositadas seguindo-
se as areias e argilas. A mistura heterogénea inicial é então segregada pela ação da corrente
de água e a variação na sua capacidade de transporte de partículas.

Ocorre um processo de classificação ou segregação natural uma vez que as


partículas são separadas com base no seu tamanho, densidade e forma (Rodrigues et
al, 2000).

Outro fator que afeta os locais de deposição dos diamantes e, consequente, as áreas
onde estes ocorrem é a morfologia das margens e os leitos dos rios. Depressões, buracos,
fissuras, canais ou barreiras são estruturas que alteram a capacidade de transporte das águas
e constituem pontos propícios para a acumulação de diamantes. O lado interno dos
meandros, e o alargamento re- pentino dos rios, atuam como armadilhas constituindo,
também, pontos preferenciais para a de- posição de diamantes.

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Os diamantes mais pequenos e mais densos viajam através dos interstícios dos
sedimentos no fundo da camada de cascalho tendo, por isso, uma maior probabilidade de
deposição perto do limite entre a camada de cascalho e o substrato rochoso. O transporte
dos diamantes através dos cursos de água gera também segregação na qualidade dos
diamantes, com consequências no seu valor. Os diamantes são frágeis, e ao longo do seu
transporte pelos rios, o choque entre partícu- las pode quebrá-los o que contribui para
ocorrência de fraturas nas pedras e a consequente perda de qualidade.

Os diamantes que apresentem inclusões e fraturas internas terão, naturalmente,


maior tendência para quebrar-se. A propensão que alguns diamantes têm em se quebrar e a
seleção natural do tamanho das partículas através da perda de energia por parte da água,
provoca um decréscimo na média dos pesos de diamantes ao longo do fluxo de água.
Consequentemente, à medida que estes viajam para longe dos kimberlitos que os originam
os diamantes são de menor dimensão, mas de maior qualidade (Chambel et al, 2013).

3. AMBIENTE GEOTECTÓNICO

Os kimberlitos ocorrem nas zonas dos cratões, plataformas da crosta terrestre que
estiveram estáveis desde o período Pré-câmbrico, onde a ocorrência de kimberlitos
diamantíferos é restrita a um ambiente geotectónico bem definido, tectonicamente
estabilizados com idade anterior a 1600-1500 Ma, segundo Clifford (1966). Este conceito
foi consagrado como regra, chamada Regra de Clifford, sendo os seus fundamentos teóricos
baseados nas exigências impostas pelas condições físico-químicas, necessárias à
estabilização do carbono cristalizado, isto é, do diamante no manto, restringindo-se a uma
janela de estabilidade, somente possível nas zonas crustais espessas, de baixo gradiente
geotérmico, preservadas apenas nos núcleos cratónicos estáveis da crosta terrestre.

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Sabe-se hoje que os kimberlitos não estão inteiramente relacionados só com as
zonas de rift, mas que, na sua formação, a água desempenha um papel de relevo nas
características do kimberlito. Embora existam alguns modelos, nenhum poderá ser
interpretado como um modelo exemplar a seguir, mesmo que estejam aceites na sua
generalidade.

A ocorrência de várias intrusões kimberlíticas de forma linear, demonstram e de


forma bastante precisa a posição do cratão, possibilitando assim um maior conhecimento
geológico sobre a sua formação, bem como sobre as aplicações práticas na prospecção.

4. IMPORTÂNCIA ECONÓMICA

Os diamantes são altamente valorizados por suas propriedades ópticas e físicas


únicas, incluindo brilho, fogo e dureza. Além disso, a raridade dos diamantes e o complexo
processo de mineração e lapidação aumentam seu valor.

Os 4Cs da qualidade do diamante são peso em quilates, corte, cor e clareza. Esses
fatores são usados para avaliar a qualidade geral e o valor de um diamante.

Assim, o sistema de classificação técnica de “tipos de diamantes” é basicamente o


seguinte:

 Diamantes do tipo Ia: como o nitrogênio se acumula em aglomerados nessas


pedras, eles têm um tom amarelado. Esta categoria tem subseções baseadas na
natureza das agregações de nitrogênio. Este é o tipo mais comum de diamante.

 Diamantes tipo IIa: estes diamantes não têm impurezas de nitrogênio e diferentes
propriedades fluorescentes.
 Eles geralmente têm formas estranhas por causa das altas pressões sob as quais
foram formados. Eles são os diamantes mais raros e valiosos por causa de seu brilho
incrível.
 Diamantes do tipo Ib: também são bastante raros e sua principal característica é
que os átomos de nitrogênio individuais estão espalhados por toda a pedra (e não em
aglomerados). Isso produz uma cor amarela intensa, laranja ou marrom, em geral.

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 Diamantes tipo IIb: outro tipo raro de diamante sem átomos de nitrogênio. Eles, no
entanto, contêm boro, além de seu principal teor de carbono. Isso significa que eles
conduzem eletricidade e têm um tom azulado ou cinza-azulado.

Esses quatro tipos de diamantes são as principais classificações técnicas.

A cor Diamante é avaliada em uma escala que vai de D (incolor) a Z (amarelo claro).
Diamantes com cores fora desta escala, por sua vez, são considerados “Diamantes
fantasia”, e também serão discutidos posteriormente neste conteúdo.

Agora que entendemos sobre a base da classificação dessas cores, podemos entender
melhor sobre a raridade de cada uma delas. Confira: Os Diamantes incolores (classificados
como D, E ou F) são os mais valiosos, pois são os mais raros.

DIAMANTE LAPIDADO – Google.com

Isso porque, de maneira geral, a maioria dos Diamantes contém traços de


Nitrogênio que podem causar uma leve coloração amarelada, ou marrom (quando falamos
desta pedra enquanto matéria-prima).

Para entendermos melhor sobre sua raridade, podemos olhar para a proporção
dessas gemas: afinal, cerca de 1 em cada 10.000 Diamantes levam uma classificação D.

a) Diamante negro: composto por, principalmente, Carbono cristalizado, o Diamante


Negro conta com pequenas adições de minerais em sua composição. Com isso, é

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possível encontrá-lo em tonalidades escurecidas e bastante diferentes, que são
buscadas para completar joias exclusivas por todo o mundo. Com o objetivo de usá-
lo em acessórios, sua lapidação deve ser muito atenta, principalmente pela presença
dessas inclusões minerais encontradas em sua estrutura, Nas joias, o contraste com
outras pedras preciosas mais claras e materiais diversos, como o Ouro Amarelo e o
Ouro Branco, fazem com que o Diamante Negro brilhe ainda mais.

b) Diamante Brown: com a mesma origem natural dos Diamantes Negros, os


Diamantes Brown contam com variações nas quantidades minerais presentes em
seus cristais de Carbono. Isto é: a diferença entre eles é de fato, a menor presença de
substâncias minerais em sua estrutura primária. Por isso, pode-se encontrar algumas
variações em tonalidades para esta pedra preciosa, que vão do marrom claro até o
mais escuro, quase verde-oliva. Depois de coletada, a matéria-prima do que será
uma bela joia em Diamantes Brown é submetida a tratamentos essenciais à sua
homogeneização, tornando-as ainda mais perfeitas para a aplicação
em anéis, brincos, colares e pulseiras, por exemplo.

Diamantes fantasia além das cores padrão, existem, também, os Diamantes fantasia
que podem carregar tonalidades como laranja, roxo, preto e marrom.

Esses Diamantes são avaliados de forma diferente, e sua raridade e valor dependem
muito das intensidades em cor e clareza do Diamante. Diamantes fantasia são
frequentemente usados em joias de luxo, sendo valorizados por sua exclusividade

5. JAZIGOS DE DIAMANTE NO MUNDO

Os diamantes são encontrados em muitas partes do mundo, mas a distribuição dos


depósitos de diamantes é altamente desigual. A maioria dos diamantes é produzida em
apenas alguns países, incluindo:

Rússia: A Rússia é o maior produtor mundial de diamantes, com a maior parte de


sua produção proveniente da região de Yakutia, no nordeste da Sibéria.

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Botswana: Botswana é o segundo maior produtor mundial de diamantes, com a
maior parte de sua produção proveniente das minas de Orapa e Jwaneng.

Canadá: O Canadá é um produtor significativo de diamantes, com suas principais


minas localizadas nos Territórios do Noroeste e Ontário.

Austrália: A Austrália é um grande produtor de diamantes, com suas principais


minas localizadas na Austrália Ocidental e no Território do Norte.

República Democrática do Congo: A RDC é um produtor significativo de


diamantes, com a maior parte de sua produção proveniente das províncias de Kasai e Kasaï-
Oriental.

Outros países que produzem quantidades menores de diamantes incluem Angola,


África do Sul, Namíbia, Brasil e Índia. Vale a pena notar que a maior parte da produção de
diamantes é controlada por um pequeno número de empresas, que historicamente tiveram
influência significativa sobre o mercado global de diamantes. No entanto, nos últimos anos,
houve um esforço para maior transparência e abastecimento ético na indústria de
diamantes, com esforços para promover o comércio justo e práticas sustentáveis na
mineração e distribuição de diamantes.

6. JAZIGOS DE DIAMANTE EM ANGOLA

Em Angola existe uma proporcionalidade de cerca de 4 para 100, segundo Moisés,


(2003). Alguns autores referem que em cada 10 kimberlitos 5 são económicos. Neste
momento, já foram reconhecidos mais de 700 kimberlitos em Angola.

A maior parte dos kimberlitos em Angola ocorrem ao longo do Graben de Lucapa,


segundo Moisés, (2003), com orientação SW-NE e os kimberlitos do Cretácico foram
definidos ao longo da estrutura, divididos por várias províncias. As províncias estão
localizadas na secção fina do Cratão do Congo (Kassai) e tendem a ser diamantíferas, em
localizações das interações onde se encaixou o corredor de Lucapa e falhas NW a NNW. A
província mais a SW situa-se na camada móvel do Eburniano e as intrusões tendem a ser
mais carbonatíticas e não são diamantíferas.

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Trabalho de Metalogenia e tectónica global – FRANCISCO, Josué. DIATUNGUA, Pedro. 2023.

Catoca – Sociedade Mineira de Catoca – google.com

6.1. GRUPO KWANGO – FORMAÇÃO CALONDA

Esta formação foi definida na região das Lundas (Andrade, 1953a, b; 1954) e mais
tarde incluí- da no grupo Kwango (Monforte et al, 1979; Cahen 1983). Possui espessura
média de 40-60 metros.

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É considerado o primeiro coletor de diamantes, dado que a sua formação coincide
com os episódios de diastrofismo continental anteriormente referidos e com a destruição
supergénica dos kimberlitos mineralizados. A Formação Calonda coletou os produtos da
destruição de kimberlitos e lamproítos (Delville, 1973; Rodrigues, 1993). A formação terá
tido a sua origem através do preenchimento de depressões limitadas por falhas resultantes
dos episódios tectónicos extensivos relacionados com a abertura do Atlântico Sul (Reis et
al, 2000).

É constituída, maioritariamente, por depósitos de ambientes torrenciais relacionados


com as elevações de terreno. Estas elevações contribuíram para um ambiente com elevada
energia e capacidade de transporte, num meio denso e viscoso, onde os clastos angulosos e
finos são transportados em suspensão por uma massa argilosa e densa. Intercalações
conglomeráticas e argilosas tornam-se recorrentes à medida que as diferenças no relevo se
tornam menos pronun- ciadas.

No topo da sequência da formação existem níveis limoníticos, siliciosos, e


carbonatados, que indicam uma maior frequência de estações de seca e a total ausência de
águas superficiais. A formação termina com um nível de sedimentos terrígenos siltosos
correspondentes a um trans- porte de baixa energia e de fluxo laminar juntamente com
episódios de transporte eólico. Segundo Monforte (1993), podem ocorrer três formas
distintas, do menor para o maior valor económico:

 Aspeto conglomerático com blocos angulosos a sub-angulosos e com extensão


reduzi- da.

 Apresenta-se de forma mais fina que os anteriores, com dominância de quartzitos e


com elevada extensão.

 Com menor espessura, erodidos e constituídos por elementos de menor dimensão


dentro de uma matriz argilosa (Pereira et al, 2003).

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6.2 Grupo Kalahari

A formação deste grupo coincide com os principais ciclos de erosão responsáveis


pelo desgaste da topografia regional e dos quais resultaram vastas planícies. Este grupo foi
inicialmente definido por Lepersonne (1945) e depois completado por Cahen et al (1946).
O grupo Kalahari foi dividido em três formações: Formação Kamina, Grés Polimorfos e as
Areias do Kalahari. Refe- rindo em concreto a província das Lundas, este grupo ocorre sob
a forma de duas unidades lito- lógicas:

 Formação das areias ocres, constituída por camadas de cascalho subjacentes a areias
de tonalidades ocre e amarelo,
 Grés Polimorfos, formação composta essencialmente por conglomerados, arenitos,
calcedónia e arenitos quartzíticos siliciosos (De Ploey et al 1968). Eluviões de
vertente (Monforte, 1993)

São criados pelo deslizamento dos níveis superiores de cascalho através de flancos
de depressão. Derivam diretamente da formação Calonda ou de cascalhos do Plistocénico.

Depósitos aluviais-eluviais diamantíferos do Pós-Pliocénico

Estes depósitos estão associados ao último evento de aplanação do relevo na bacia


do Congo. Este evento ocorreu após a deposição da Formação das Areias Ocres chegando
mesmo a intersetar as peneplanícies do Miocénico e do Cretácico. A partir da peneplanície
do Pliocénico é possível individualizar depósitos aluviais que podem conter diamantes: (I)
cascalhos muito dispersos e clastos da formação Grés Polimorfo, (II) areias de origem
eólica sobrejacentes a cascalhos outrora de planaltos com espessuras de vários metros. Os
níveis das peneplanícies da rede hidrográfica atual e sub-atual são marcados por diversos
depósitos sob a forma de terraços, alguns dos quais podem ser economicamente exploráveis
(Monforte, 1988). Leitos de cascalho dos afluentes secundários (Plistocénico) (Monforte,
1993) Consistem em resíduos aluvionares da formação Calonda. Subdividem-se, do menor
para o maior valor económico, em:

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 Unidades depositadas diretamente acima do substrato pré-Calonda.
 Unidades depositadas diretamente acima de conglomerados ou lentes
conglomeráticas do nível de base da formação Calonda.
 Depósitos com espessura variável de arenitos ocorrentes sobre os conglomerados
basais da formação de Calonda.

Após as intrusões kimberlíticas, ocorreu um período intenso de episódios tectónicos


transcorrentes e extensivos, que viriam a preencher grandes depressões, seguido de diversos
ciclos de erosão-sedimentação. Estes processos originaram uma espessa sequência
continental que contêm todas as unidades sedimentares detríticas, nomeadamente: o grupo
Kwango, o grupo Kalahari e os depósitos aluvionares recentes.

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Formação Calonda remobilizada, Kalahari e depósitos de planalto

Consistem no resultado da erosão e remobilização de depósitos da Formação


Calonda e do grupo Kalahari que foram depositados sobre os terraços e leito dos rios. É
frequente o teor em diamantes diminuir neste tipo de depósitos uma vez que nestes ocorre a
introdução de areias do Kalahari e cascalho, contribuindo assim para o aumento da fração
de estéril. É importante referir que caso a erosão seja dirigida para os conglomerados basais
da formação Calonda, os diamantes contidos poderão migrar e ficar armazenados nas
camadas de cascalho sobrejacentes dando origem a depósitos mineralizados com teores
elevados.

FORMACAO CALONDA REMOBILIDAZO – Google.com

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CONCLUSÃO

Concluímos assim o nosso trabalho que os diamantes se formam em camadas


internas da crosta terreste (manto), a cerca de 150 quilómetros de superfície. Nessas
profundidades, a temperatura e pressão a que as substâncias estão submetidas são muito
altas, suficientes até para modificar suas estruturas mais elementares. Os diamantes afloram
a superfície por meio das rochas ulta-básicas propriamente kimberlitos através de riftes
abortados.

Os diamantes são altamente valorizados por suas propriedades ópticas e físicas


únicas, incluindo brilho, e dureza. Além disso, a raridade dos diamantes e o complexo
processo de mineração e lapidação aumentam seu valor. de acordo com as pesquisas feitas
encontramos que os diamantes são formados nas profundezas e são trazidos à superfície
pela atividade vulcânica.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SÊCO, Sérgio. (2009). Formação de kimberlitos e depósitos secundários. Dissertação de


mestrado em Geologia operacional.

BONEWITZ, R. (2012). Rochas e minerais. 2ª ed. Londres: DK Publishing.

HANDBOOKOFMINERALOGY.ORG. (2019). Manual de Mineralogia. [online]


Disponível em: http://www.handbookofmineralogy.org [Acessado em 4 de março de 2019].

SHIGLEY, JE, & Breeding, CM (2013). O estudo da proveniência do diamante: uma visão
histórica. gemas e gemologia, 49(1), 4-34.

 Páginas consultadas:

www.google.com.br

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