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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Licenciatura em Educação Básica

Unidade curricular: Ciências da Terra


Relatório
Visita ao Museu de Geologia - UTAD

Nome: Mariana Martins Semanas, nº 79942

Vila Real, April de 23


2022/2023 – 1.º Ano – 2.º Semestre
Índice
Índice...........................................................................................................................................2
Introdução...................................................................................................................................2
O museu de Geologia da UTAD.................................................................................................4
Breve descrição.......................................................................................................................4
Tipos de Rochas..........................................................................................................................5
Rochas ígneas ou magmáticas.................................................................................................5
Rochas metamórficas..............................................................................................................5
Rochas sedimentares...................................................................................................................6
Tipos de Minerais.......................................................................................................................6
Definição.................................................................................................................................6
Exemplos de minerais.................................................................................................................7
Elementos nativos...................................................................................................................7
Classificação dos minerais..........................................................................................................9
Minas em Portugal......................................................................................................................9
Minas de Jales Vila Pouca de Aguiar......................................................................................9
Minas da Panasqueira..............................................................................................................9
Minas da Faixa Piritosa Neves Corvo e Aljustrel.................................................................10
Minas de Moncorvo..............................................................................................................10
Minas de Vila Cova...............................................................................................................10
Exposição Temporária..............................................................................................................11
Conclusão..................................................................................................................................12
Referências Web gráficas.........................................................................................................13

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Introdução

No âmbito da unidade curricular de Ciências da Terra, o professor solicitou a elaboração


do relatório sobre a nossa visita ao museu de geologia da universidade (UTAD- Universidade
de Trás dos Montes e Alto Douro).

A temática a desenvolver, incide sobre os vários amostras minerais, tipos de rochas de


acordo com a sua génese, a sua formação e utilidade. Integra o roteiro das minas e pontos de
interesse Mineiro e Geológico de Portugal. O Museu dispõe de um espólio e exposições
temporárias muito bem organizado, essencialmente de cariz científico e didático.

Parto para a elaboração deste relatório, com expetativa e interesse que este tema me
desperta, principalmente pela sua vertente prática. Espero abordar os tópicos de forma clara e
objetiva.

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O museu de Geologia da UTAD
Breve descrição
Trás-os-Montes e o Museu Geológico da Universidade do
Alto Douro (UTAD, Vila Real), fundado pelo prof. Dr.
Fernando Real, ilustre geólogo e reitor, abriu ao público em
1986. Em comemoração ao seu 25º aniversário, passou a se
chamar Museu Geológico Fernando Real em homenagem ao
seu fundador.
Apresenta coleções de minerais, rochas e fósseis, uma
coleção de amostras valiosas de todo o mundo, destacando
maravilhosos exemplos de minerais e minérios das principais
minas de Portugal.
Figura 1
O Museu de Geologia Fernando Real tem como principal
objetivo ser um espaço de vivência dos alunos e visitantes da UTAD, sobretudo alunos e
docentes de todos os níveis, para encontrar respostas às múltiplas questões relacionadas com
as Ciências da Terra, e ser um motor de trabalho e investigação projetos e "pesquisas" em
diversas áreas da geologia.
Promove a divulgação e o intercâmbio de recursos científicos e geológicos, contribuindo para
a literacia científica do público.

Figura 2 - Sala de Exposições Permanentes

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Tipos de Rochas
As rochas são massas consolidadas de partículas produzidas pela agregação e associação
natural dos minerais que as constituem. A forma e o tipo de minerais que compõem uma
rocha afetam diretamente sua estrutura (aspetos externos gerais) e textura (aspetos
relacionados à composição detalhada).
Em geral, as rochas são divididas em três tipos principais: ígneas (ou ígneas), metamórficas e
sedimentares. Esta divisão toma como critério principal a sua origem.
Rochas ígneas ou magmáticas
São rochas formadas após o resfriamento e solidificação do magma terrestre. Quando esse
resfriamento ocorre abaixo da superfície terrestre, dentro da Terra, é chamado de rocha
intrusiva ou plutônica, e quando ocorre fora da Terra, na superfície, chamamos de rocha
extrusiva ou vulcânica.
A diferença entre esses dois subtipos não está apenas na sua origem. Tendo em conta o
processo de solidificação no interior da Terra é muito lento, os minerais que compõem as
rochas têm mais tempo para se agregar, formando grandes cristais em seus constituintes. O
magma vulcânico, por outro lado, solidifica muito mais rápido na superfície da Terra, não
deixando tempo para que os minerais se acumulem, resultando em partículas de rocha maiores
com minerais menores e mais uniformemente distribuídos.

Figura 3- Basalto, um exemplo de rocha


ígnea ou magmática. Escala - 7 cm

Rochas intrusivas só aparecem em relevos quando outras


rochas ou solo que as cobrem foram erodidos ou removidos por agentes modeladores do
relevo (como água, vento, luz solar, etc.). Quando isso acontece, chamamos de afloramento.
Rochas em erupção, como basalto de lava vulcânica, decompõem-se com o tempo e formam
solo extremamente fértil.
Rochas metamórficas
São rochas em que a sua formação ocorre a partir da alteração química de outras rochas, num
processo caracterizado por metamorfismo. Para originar uma rocha metamórfica, é necessário
que a transformação da rocha preexistente não tenha passado pelo processo de litificação
(transformação em magma) nem pela sedimentação (quebra das rochas em partículas).

Figura 4- A ardósia é um exemplo de rocha metamórfica


formada a partir do metamorfismo da argila. Escala – 9 cm

A formação desse tipo de rocha ocorre devido, em muitos casos, as rochas se


encontram em condições de temperatura e pressão diferentes daqueles locais onde elas se
originaram, o que interfere nas suas composições químicas.

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Rochas sedimentares
As rochas sedimentares, em linhas gerais, formam-se na superfície terrestre, pois o seu
surgimento está diretamente relacionado à ação dos agentes exógenos de transformação do
relevo.
Quando as rochas passam por processos erosivos, como por exemplo a ação das águas e dos
ventos, elas se fragmentam em várias partículas, denominadas de sedimentos (exemplo: a
areia das praias). O processo de formação ocorre ao logo de milhares de anos e consolida-se
quando o peso e a pressão exercidos pelas camadas superiores de sedimentos são
consideráveis o suficiente para dar origem às rochas nas porções mais inferiores.
Tal processo de constituição favorece a formação de fósseis, pois, muitas vezes, essas
camadas de sedimentos são depositadas em conjunto com sobejos de animais e plantas que,
dependendo das condições de temperatura e pressão, podem manter-se conservados por muito
tempo.

Figura 5 - Exemplos de rocha sedimentar com


registro fóssil. Escala – 12 a 10 cm

Quando a formação dessas rochas ocorre pelo simples acumular de fragmentos, são chamadas
de rochas detríticas, como por exemplo o arenito formado a partir da aglomeração de
partículas de areia. Antes de originarem as rochas os sedimentos passam por transformações
químicas, dá-se o nome de rochas químicas, como o sal-gema. Por fim, quando formação das
rochas ocorre com a influência pela ação de animais ou pelo acúmulo de seus destroços
orgânicos, dá-se o nome de rochas orgânicas, a exemplo do calcário, que se origina de restos
de conchas, corais e outros.
A crosta terrestre é 80% composta por rochas ígneas ou magmáticas, 15% por rochas
metamórficas e 5% por rochas sedimentares.

Tipos de Minerais
Definição
Os minerais são substâncias sólidas homogêneas e geralmente com origem inorgânica,
compostos por um ou mais elementos químicos, geralmente encontrados na natureza. As
Rochas e os solos são exemplos de materiais que apresentam na sua constituição minerais.
As principais características dos minerais são:
 Estrutura sólida e cristalina;
 Composição química definida;
 Arranjo atômico ordenado.

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A mineralogia é o ramo da ciência que se dedica ao estudo dos minerais. Esses compostos
possuem propriedades distintas, que resultam da sua composição e estrutura química bem
definidas. Exemplos de minerais: quartzo, feldspato e calcita.
Os minerais formam-se na natureza por cristalização, recristalização ou ainda por reações
químicas. A ocorrência dessas substâncias é influenciada pelas condições de temperatura,
pressão e ambiente químico.

Exemplos de minerais
Os minerais podem ser formados por átomos, por diferentes elementos ou apenas por um
elemento químico. Os átomos arranjam e formam combinações com proporções determinadas
e formas geométricas definidas.
Elementos nativos
Este elementos são minerais formados por um único elemento químico em estado não
ionizado. São exemplos, o enxofre, prata, ouro e carbono.
O enxofre (S) é um mineral formado por átomos unidos por ligações covalentes numa
estrutura octaédrica (S8). Apresenta uma cor amarela ou amarela-esverdeada, podendo ser
encontrado em vulcões ativos ou extintos.

Figura 6-Enxofre

A grafita é constituída de átomos de carbono (C) ligados em uma rede


hexagonal. Apresenta uma forma natural de carbono cristalino com um brilho metálico e de
cor acinzentada a metálica. Pode ser encontrada em rochas ígneas e metamórficas.

Figura 7 - Grafita

Os sulfetos são formados basicamente pelo aniões sulfeto


(S2-) e catiões de metais. São exemplos: galena e pirita.

Figura 8 - Sulfetos

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A galena é uma forma mineral de sulfeto de chumbo (PbS), formado por 86,6% de chumbo
(Pb) e 13,4% de enxofre (S). Apresenta brilho metálico e aparência prateada por causa da sua
cor cinza-chumbo. Esta, pode ser encontrado nas rochas sedimentares e metamórficas.

Figura 9- Galena

A pirite é um mineral de dissulfeto de ferro (FeS2), formado por 53,4% de enxofre (S) e
46,6% ferro (Fe). Devido à sua aparência, com brilho metálico e cor amarelo-latão, ela é
conhecida como ouro dos parvos. É frequentemente encontrada em rochas sedimentares.

Figura 10 - Pirita: o ouro dos tolos

Os sulfatos são formados basicamente pelo anião sulfato e catiões de metais (SO42).
A barita é um mineral de sulfato de bário (BaSO4), formado por 34,4% de trióxido de
enxofre (SO3) e 65,7% de óxido de chumbo (PbO). Sua aparência é de um brilho vítreo e uma
cor esbranquiçada. Pode ser encontrada em rochas sedimentares e veios de calcário.

Figura 11- Sulfatos (barita)

O quartzo, formado por dióxido de silício (SiO2). Esta


rocha é de cor esbranquiçada e com brilho vítreo, deve-se pela presença de impurezas e
poderá apresentar outras cores.

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Classificação dos minerais
Quanto à composição, os minerais são identificados em metálicos e não metálicos. Os
metálicos apresentam na sua composição metais, como o ferro, magnésio e alumínio o que os
torna bons condutores de calor e eletricidade.
Os minerais não metálicos apresentam apenas elementos químicos não metálicos na sua
composição. Como exemplo temos, o diamante que apresenta na sua constituição o elemento
químico carbono.

Minas em Portugal
Minas de Jales Vila Pouca de Aguiar
Localizado na Casa do Guincho do poço de Santa Bárbara, este
espaço museológico visa homenagear os antigos trabalhadores
das minas de Jales, concessão mineira ativa entre 1933 e 1992, a
última mina de ouro portuguesa a laborar no século XX.
Constituída por coleções privadas, a exposição centra-se nas
histórias dos trabalhadores e nas dinâmicas socioeconómicas e
culturais que a companhia mineira fomentava no território.

Minas da Panasqueira
A história da mina da Panasqueira remonta aos finais do século XIX.
A partir de 1910 as Minas da Panasqueira foram exploradas pela empresa Wolfram Mining &
Smelting Co. Ltd. Esta exploração durou até 1928, data em que
foi criada Beralt Tin & Wolfram Limited que explorou as minas
até 1973 em que com a incorporação de capitais nacionais
passou a designar-se por Beralt Tin & Wolfram Portugal, S.A.
Pode-se considerar que o apogeu das minas foi durante a
segunda guerra mundial, em que a procura do Volfrâmio era
grande devido à sua utilidade como endurecedor de ligas
metálicas para a construção de armas. Dai para cá a sua
importância tem vindo a diminuir, porém, mais recentemente
com a crise do urânio empobrecido, que estava a substituir o
volfrâmio as minas ganharam novo alento. Mas a utilidade do
volfrâmio não se resume à indústria de armamento. Uma das
suas utilizações mais nobres é na indústria elétrica. Os filamentos das lâmpadas que nos
iluminam são de volfrâmio.

Minas da Faixa Piritosa Neves Corvo e Aljustrel


O Sul do Alentejo compreende, por sua vez, a principal
província metalogenética atual do país, denominada por Faixa

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Piritosa, a qual se associa aos alinhamentos hercínicos de rochas vulcano-sedimentares. Esta,
inclui maioritariamente depósitos de sulfuretos maciços vulcanogénicos, de que Aljustrel e
Neves-Corvo constituem exemplos paradigmáticos. As ocorrências/jazigos de manganês que
se distribuem por este distrito mineiro foram também, e durante muitos anos, alvo de
exploração económica. O mesmo aconteceu com os níveis oxidados (chapéus de ferro) das
massas de sulfuretos maciços aflorantes, de onde se extraíram quantidades significativas de
ouro.
Minas de Moncorvo
As minas foram objeto de exploração primitiva desde a Idade do Ferro até ao fim do século
XVIII. A primeira experiência de exploração proto-industrial decorreu na década de 1790 e, a
partir dos anos 70 do século XIX, renovou-se o interesse pelas concessões mineiras de
Moncorvo, chegando-se a registar 35 concessões. Em 1897 a maioria das concessões foi
adquirida pela Companhia Syndicat Franco-Iberique, que deu início a «trabalhos de
prospecção metódica e sistemática com 1396
análises químicas». Entre 1930 e 1934 foram
abertas galerias na Mua, tendo sido extraídas
15.279 toneladas de minério, conforme registo do
Boletim de Minas. Os trabalhos de prospeção e
exploração da Companhia Mineira de Moncorvo
continuaram até 1942. Depois da II Guerra
Mundial as concessões desta empresa alemã foram arroladas pelo Governo Português e, a
partir de 1957, aquela Companhia passou a ser gerida pela Exploration & Bergba, do grupo
Thyssen, assumindo a designação de Minacorvo, Lda. Nesse ano foi construída a lavaria-
piloto e, em 1976, a Minacorvo foi dissolvida e as suas concessões foram integradas na
Ferrominas SARL, depois Ferrominas EP, terminando com a criação da EDM EP, a partir de
1986. Entre 1951 e 1976 foram exportadas 1.796.535 toneladas de minério de ferro de
Moncorvo. As minas de ferro de Torre de Moncorvo foram a maior empregadora da região na
década de 1950, chegando a empregar 1500 mineiros. A exploração de minério foi suspensa
em 1983, com a falência da Ferrominas.
Minas de Vila Cova
A exploração de mineira de Vila Cova, iniciada em 1956,
chegou a ocupar perto de um milhar de trabalhadores e
constituiu uma mais-valia no conselho de Vila Real. A
própria aldeia beneficiou da exploração e teve um hospital,
uma cantina e várias pensões. Com a quebra do mercado
mundial do ferro, as minas fecharam as portas nos finais
dos anos setenta. Trata-se de um jazigo metamórfico
estratiforme de magnetite, com a exploração interrompida
que se fazia a céu aberto e em subterrâneo. A Vicominas
foi a empresa exploradora na altura.

Exposição Temporária
Na exposição temporária tivemos a oportunidade de observar através do microscópio a
estrutura e composição de vários minerais

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Conclusão
O principal objetivo deste relatório consistiu essencialmente em expor o que o Museu
de Geologia da UTAD nos proporcionou, um enquadramento real das diversas questões
relacionadas com os domínios da temática abordada.

A visita ao Museu foi uma experiência positiva que permitiu interagir com diferentes
domínios: científico, técnico e educacional. A salientar a organização do museu, que
possibilitou compreender melhor os conceitos que são de grande importância para atingir os
objetivos desta unidade curricular.

Seguindo as orientações fornecidos pelo professor cumpri integralmente os objetivos


propostos. Espero, que tenha transmitido toda a informação de uma forma clara e precisa.

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Referências Web gráficas
 https://www.utad.pt/museu-de-geologia/, consultado em 18/3/2023;
 https://www.preparaenem.com/geografia/rochas-tipos-caracteristicas.htm, consultado em
18/3/2023;
 https://cm-vpaguiar.pt/visitar/o-que-visitarfazer/centro-interpretativo-mineiro-de-jales/
consultado em 18/3/2023
 https://www.todamateria.com.br/minerais/ consultado em 18/3/2023;
 https://home.uevora.pt/~pmn/min/PAN002.htm, consultado em 18/3/2023;
 https://roteirodasminas.dgeg.gov.pt/lista-de-locais/museu-de-geologia-da-utad-pt-1/,
consultado em 18/3/20023;
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_de_Ferro_de_Torre_de_Moncorvo, consultado em
18/3/2023;
 https://www.avozdetrasosmontes.pt/minas-de-vila-cova-sem-futuro/, consultado em
18/3/2023;
 https://roteirodasminas.dgeg.gov.pt/, consultado em 18/3/2023;
 https://home.uevora.pt/~pmn/min/PAN002.htm, consultado em 18/3/2023;
 https://obshistoricogeo.blogspot.com/2015/04/tipos-de-rochas.html, consultado em
18/3/2023;
 https://geomuseu.ist.utl.pt/BIMineral/Bibliografia Mineral BI/Sebenta Mineralogia
IST/FPI a.doc, consultado em 18/3/2023;

 Fotos tiradas por mim (13/03/2023), a exceção (Figura 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10 e 11).

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