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Método magnetométrico
Universidade de Rovuma
Nampula
2023
Jesualdo Bernabé Nchopa
Método magnetométrico
Universidade Rovuma
Nampula
2023
Índice
i. Índice de Figuras
Tabela 1-Susceptibilidade magnética das principais rochas. (Luiz,J.G & Silva, L.M.C,1995)
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Tabela 2-Susceptibilidade magnética de alguns minerais. (Luiz,J.G & Silva, L.M.C,1995). . 11
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1. Introdução
O método magnético é o mais antigo, sendo uma das técnicas geofísicas mais utilizadas para a
exploração da subsuperfície terrestre. É um método considerado relativamente barato com
diversas aplicações, principalmente, na determinação do limite crosta-manto e dos materiais
magnéticos em subsuperfície. A magnetometria pode ser aplicada em diferentes ambientes:
por terra, aérea navegável e por satélite. (HINZE, 2013).
1.1.2. Específicos
Falar da origem do campo magnético terrestre, magnetismo e os materiais geológicos;
Explicar o processo de magnetização das rochas;
Susceptibilidade das rochas e minerais;
Medições magnéticas, técnicas de levantamento;
Tratamento dos dados, interpretação (o monopolo) e,
Aplicações.
1.2.Metodologias
2. Método magnetómetro
Segundo Luiz & Silva (1995), o Método Magnético foi um dos primeiros métodos geofísicos
a ser empregado em prospecção. As primeiras medidas sistemáticas foram realizadas no
século 17 na Suécia, com o fim de detecção de depósitos de ferro; essas medidas consistiam
na observação da variação da declinação magnética com bússolas náuticas. No século 19, o
método de observação magnética foi aperfeiçoado com a construção de instrumentos capazes
de medir variações das componentes horizontal e vertical do campo magnético e da sua
inclinação. Actualmente, medidas muito precisas da intensidade do campo e das suas
componentes são realizadas com instrumentos conhecidos como magnetómetros.
A origem do campo magnético terrestre vem da dinâmica do núcleo da Terra (97 a 99%), das
rochas magnetizadas da crosta (1 a 2%) e de fontes externas tal o vento solar (1 a 2%). O
campo principal seria produzido por correntes de convecção, no núcleo externo líquido,
acopladas com a rotação da Terra. Porém a dinâmica do núcleo externo é pouco conhecida
ainda e o núcleo é quente de mais para permitir qualquer magnetização (temperatura de Curie
inferiores a 770ºC). O campo principal varia de aproximadamente 25.000 nT próximo ao
equador até 65.000 nT nos pólos.
A teoria mais antiga da origem do campo magnético está relacionada com as observações de
Gilbert (1600) de que a Terra é um globo magnético uniforme. Porém, esta hipótese não
explicaria a reversão do campo magnético e a temperatura Curie, cujos minerais perdem suas
propriedades magnéticas.
O campo geomagnético da Terra possui contribuições que juntas compõem o campo total,
principal (ou interna), induzida (ou crustal), e externa (KEAREY; BROOKS; HILL, 2009).
O campo magnético principal (ou interno) é gerado no interior da Terra. Compõe mais de
90% do campo total medido na superfície, e pode ser aproximado pelo campo gerado por um
dipolo magnético (KEAREY; BROOKS; HILL, 2009).
Para a maioria dos átomos/íons, tais efeitos se cancelam e se tornam não magnéticos. Quando
não se cancelam, significa que respondem a um campo magnético externo, e produzem
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Diamagnetismo;
Paramagnetismo;
Ferromagnetismo.
Materiais diamagnéticos são aqueles cujos spins dos electrões se alinham de modo a produzir
um campo magnético no sentido oposto ao do campo magnético externo.
Para campos magnéticos considerados fracos, como o da Terra, a magnetização induzida (𝐽𝑖)
Nesta magnetização temos a presença do campo magnético terrestre, rochas com mineiras
ferromagnéticos, (principalmente a magnetita).
É a magnetização mais importante que ocorre nas rochas ígneas e metamórficas de alto grau.
Muitas rochas ígneas solidificam-se a temperaturas acima de 1000°C. Nestas temperaturas os
grãos magnéticos já estão desenvolvidos, mas a temperatura dos grãos está bem acima da
temperatura de Curie que para a magnetita é de 578°C e para a hematita é de 675°C
Resfriamento rápido de rochas. Numa temperatura constante, o material fica sob a acção de
um campo magnético externo por um breve espaço de tempo, como ocorre no caso dos
relâmpagos, que é de grande intensidade e distribuição irregular.
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É encontrada em sedimentos de grãos finos. Grãos finos de magnetita situados nos interstícios
(poros) dos sedimentos podem se orientar com o campo geomagnético se tiver liberdade de
movimento após a deposição.
A susceptibilidade magnética é uma propriedade física que vem das rochas e solos, depende
do tamanho e quantidade dos grãos minerais e principalmente de como está distribuído estes
minerais nas rochas. Podendo ser destes grãos finos dispersos em um conjunto de minerais
diamagnéticos e paramagnéticos formados por silicatos GRANT; WEST (1965).
Tabela 1-Susceptibilidade magnética das principais rochas. (Luiz,J.G & Silva, L.M.C,1995)
7. Medições magnéticas
O magnetómetro Fluxgate funciona com duas bobinas primárias opostas envoltas por uma
segunda bobina de medição. Uma corrente continua passa através da bobina primária. O
campo H reforça um dos campos primários e reduz o outro. A voltagem induzida na bobina
secundária é proporcional ao campo geomagnético.
7.2.Técnicas de levantamento
Correcções de latitude podem ser desprezadas, entretanto, a influência da topografia deve ser
levada em consideração quando existem formações próximas constituídas por minerais
metálicos (tais como magnetita), neste caso a correcção de terreno se torna necessária.
Nesses levantamentos o elemento sensor é colocado a uma distância de 150 a 300m do navio
(para reduzir os efeitos da anomalia magnética oriunda da embarcação) em um receptáculo a
prova d' água o qual é rebocado a 15 metros abaixo da superfície do mar.
Actualmente existem levantamentos sendo realizados a partir de VANTs (veiculo aéreo não
tripulado) que irão acoplar o magnetómetro para realizar o levantamento. Estes conseguem
dar um maior grau de detalhe em relação aos levantamentos com helicópteros ou aeronaves e
conseguem percorrer áreas maiores que o levantamento terrestre.
campo magnético, a fim de facilitar a fase de interpretação dos dados (KEAREY; BROOKS;
HILL, 2002).
Anteriormente a qualquer tratamento, é necessário fazer algumas correcções nos dados para
eliminar as variações devidas às causas não geológicas, como a variação diurna, que é feita
para remover as interferências magnéticas de externas, oriundas de tempestades magnéticas
(KEAREY; BROOKS; HILL, 2009). A correcção topográfica (desnível dos pontos de
amostragem), às vezes, correcções de latitude (escalas meso a macroscópica) e a remoção do
IGRF (International Geomagnetic Reference Field – Campo geomagnético de referência
internacional). É a representação teórica do campo magnético normal da Terra (KEAREY;
BROOKS; HILL, 2009).
Para a interpretação temos que tem que se fazer o estabelecimento do alvo (alvos regionais,
ou seja tectónica local), fazer a delimitação de lineamentos magnéticos, zonas de
cisalhamento e suturas identificação de grandes estruturas, corpos profundos.
Na modelagem directa temos 2D ou 3D, o usuário deve criar o modelo ajustado ao sinal, e na
inversão temos 2D ou 3D,o usuário deve entrar com os dados.
8.2. Aplicações
Esse método é bastante útil para se definir em grandes áreas lineamentos magnéticos que
podem ser indicativos de concentração de minerais ferromagnéticos em contatos geológicos,
diques, falhas e lineamentos estruturais, que são definidos por anomalias estreitas e longas,
em geral, definidas por altos gradientes.
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Além disso, esse método é amplamente utilizado para prospecção de minérios de ferro,
níquel, cobalto e pode ser aplicável a prospecção de minerais metálicos de uma maneira geral.
Ele também pode ser utilizado para minérios que não são ferromagnéticos, mas estão
associados a minerais ferromagnéticos no contexto geológico da região onde está sendo
realizado o levantamento, para isso é imprescindível que se tenha um amplo conhecimento do
contexto geológico da região para aplicar o método correto.
9. Conclusão
Finda realização do trabalho, chega-se a ilação de que a origem desse campo magnético e as
suas consequências para a Terra ainda são objecto de estudo, mas sua importância é
incontestável. Foi ele que permitiu as grandes navegações, pelo uso da bússola (os modernos
navios usam GPS).
KEAREY, P.; BROOKS, M.; HILL, I. An introduction to geophysical exploration. 3rd. ed.
United Kingdom: Blackwell Publishing Company, 2002.
LANDIM, P. M. B. Análise estatística de dados geológicos. 2. ed. São Paulo. Editora Unesp,
2003. LOWRIE, W. Fundamentals of geophysics. 2. ed. New York: Cambridge University
Press, 2007.
GRANT, F.S.; WEST, G.F. Interpretation Theory in Applied Geophysics. McGraw-Hill, 583
p., 1965.
SHARMA, P. V., 1986, Geophysical methods in geology.2. ed., Elsevier, New York.
TELFORD, W. M., Geldart, L. P., Sheriff, R. E. e Keys, D. A., 1978, Applied geophysics.
Cambridge University Press.