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GEOFÍSICA

DE
EXPLORAÇÃO MINERAL

Prof. Dr. César Augusto Moreira


Campus Caçapava do Sul - RS

2009
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Índice

Introdução .................................................................................................................................. 4
Métodos Geofísicos ......................................................................................... 4
Aplicabilidade da geofísica em prospecção mineral ........................................ 9
Gravimetria ......................................................................................................................... 11
Magnetometria.................................................................................................................... 12
Gamaespectometria ........................................................................................................... 13
Sísmica ............................................................................................................................... 13
Termometria ....................................................................................................................... 14
Métodos Elétricos e Eletromagnéticos ............................................................................... 14
Sensoriamento Remoto ...................................................................................................... 15
Modelos de Depósitos Minerais..................................................................... 16
Conceitos Básicos .............................................................................................................. 16
Classificação....................................................................................................................... 18
Depósitos de Sulfeto Magmático........................................................................................ 19
Depósitos de Asbestos em Serpentinitos e Carbonatitos .................................................. 23
Depósitos de Carbonatitos ................................................................................................. 26
Depósitos de Tório e Elementos Terras Raras em veios................................................... 28
Depósitos de W e Sn em veios e greisen .......................................................................... 30
Depósitos de Cobre Pórfiro ................................................................................................ 32
Depósitos de Cu, Au e Pb/Zn em Skarn............................................................................. 34
Depósitos Polimetálicos em veios e remobilizados............................................................ 37
Depósitos de sulfeto maciço associado a rochas vulcânicas (VMS) ................................. 39
Depósitos em veios epitermais tipo Creede, Comstock e Sado ........................................ 42
Depósito de Sn em riolitos.................................................................................................. 45
Depósito de óxidos de Fe-Ti e Cu-U-Au-ETR .................................................................... 47
Depósito de Au em rochas sedimentares........................................................................... 51
Depósito de Ferro tipo Algoma (BIFs) ................................................................................ 53
Depósito sedimentar exalativo de Zn-Pb-Ag (SEDEX) ...................................................... 55
Depósito de Pb-Zn tipo Mississipi Valley (MVT) ................................................................ 58
Depósito de Fe Superior (BIFs).......................................................................................... 61
Depósito de Mn Sedimentar ............................................................................................... 64
(modelo 34)......................................................................................................................... 64
Depósito Stratabound de Au em BIFs ................................................................................ 66
Depósito de Ouro em veios de Qz pouco sulfetados ......................................................... 69
Sistema Mineralizador Laterítico ........................................................................................ 70
Processo de concentração residual............................................................... 72
Processo de concentração supergênica........................................................ 73
Tipos de Depósitos ......................................................................................... 73
Exploração geofísica .................................................................................................. 74
Sistema Mineralizador Sedimentar Continental................................................... 75
Depósitos de argilas cerâmicas. ........................................................................ 77
Depósitos de argila caulinítica tipo ball clay. ......................................................... 77
Depósitos aluvionares de diamante. ................................................................... 78
Depósitos aluvionares de ouro e urânio. .............................................................. 80
Exploração geofísica .................................................................................................. 81
Referencias.................................................................................................... 82

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Introdução

A geofísica é uma ciência que aplica princípios físicos no estudo da


Terra. Investigações geofísicas no interior da Terra envolvem a realização de
medidas na superfície terrestre de propriedades físicas que são influenciadas
pela distribuição dos materiais em profundidade. A análise destes parâmetros
pode revelar variações verticais e laterais de corpos no interior terrestre.
Devido a possibilidade de trabalhos em diversas escalas, os métodos
geofísicos podem ser empregados em estudos que variam de globais (interior
da Terra) a regionais e locais, como em geotecnia, prospecção mineral,
hidrogeologia, meio ambiente, dentre outros.
Métodos alternativos de investigação da geologia de subsuperfície
incluem necessariamente furos de sondagem e amostragem de rochas.
Contudo, esta é uma ferramenta de custo elevado e que resulta em
informações limitadas e pontuais.
Os métodos geofísicos permitem levantamentos com rapidez e baixo
custo em estudos geológicos, embora sob incertezas e ambigüidades
relativamente maiores. Esta ferramenta possibilita detectar e delinear feições e
estruturais de potencial interesse em subsuperfície, sem, contudo, uma
definição precisa da composição ou teores.
Diante das vantagens e desvantagens, formas diretas e indiretas de
investigação quando utilizadas de forma apropriada podem otimizar programas
de exploração, maximizar a área de cobertura e minimizar a quantidade de
perfurações.

Métodos Geofísicos

Os métodos geofísicos podem ser separados em dois grupos:


- Campo natural: utilizam campo gravitacional, magnético, elétrico e
eletromagnético terrestre, a procura de perturbações ou anomalias locais
que ocorram naturalmente nestes campos, causadas por feições
geológicas de interesse econômico.

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- Campo artificial: métodos que envolvem a geração de campo elétrico
ou eletromagnético local para uso de forma análoga ao campo natural,
ou como para um dos mais importantes métodos geofísicos, que envolve
a geração de ondas sísmicas e medidas do padrão de propagação e
velocidades em subsuperfície, cujos resultados permitem o mapeamento
da distribuição de camadas e estruturas em subsuperfície.
A aplicação de métodos de campo natural geralmente resulta em
informações de propriedades físicas terrestres a grandes profundidades e são
logisticamente simples em relação aos métodos de campo artificial. Entretanto,
estes últimos promovem um alto grau de detalhamento.
Levantamentos geofísicos podem ser realizados em sob a terra, água e
no ar. O elevado custo empregado em levantamentos aéreos ou aquáticos
torna ambas as aplicações restritas a grandes projetos.
O tipo ou propriedade física ao qual o método foi desenvolvido é
determinante a sua gama de aplicações. Por exemplo, a magnetometria é
altamente aplicável para a localização de corpos de minerais metálicos em
profundidade devido a elevada susceptibilidade magnética destes materiais. De
forma similar, a sísmica de reflexão ou os métodos elétricos são susceptíveis a
determinação do nível freático devido a rocha saturada ser distinguível da
rocha seca por elevada velocidade sísmica e elevada resistividade elétrica.
Os métodos geofísicos são freqüentemente aplicados de forma
combinada. Deste modo, a pesquisa de acumulações de minerais metálicos
freqüentemente utiliza levantamentos aéreos magnéticos e eletromagnéticos.
De forma similar, a rotina de reconhecimento de margens continentais antigas
freqüentemente incluem levantamentos simultâneos de magnetometria,
gravimetria e sísmica. Durante a interpretação dos resultados, a combinação
de parâmetros possibilita a redução da ambigüidade.
A aplicação de métodos geofísicos diversos numa determinada área
deve seguir alguns critérios. È recomendado o uso de métodos de ampla
cobertura de forma preliminar, como a gravimetria, magnetometria ou
eletromagnéticos, seguido por métodos que requeiram uma logística mais
elaborada, como os métodos elétricos ou sísmicos.
Levantamentos em alto mar podem ser iniciados por estudos do campo
gravitacional, que podem revelar a presença e a extensão de bacias

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sedimentares e eventuais estruturas, a serem investigadas subseqüentemente
por sísmica. A escolha de métodos preliminares e subseqüentes deve ainda
considerar a presença de ruídos ou interferências aos quais estejam sujeitos o
método ou métodos selecionados.
Pesquisa de hidrocarbonetos, prospecção de metais e estudos
ambientais são as áreas de maior aplicação dos métodos geofísicos. A sísmica
é o método geofísico com maior aponte de recursos financeiros devido a seu
uso rotineiro na exploração de hidrocarbonetos, com ampla aplicação em
estudos de bacias sedimentares e alvos para prospecção de óleo e gás.
Entretanto, os métodos sísmicos são inadequados em estudos sobre
rochas ígneas ou metamórficas, superfícies irregulares ou estruturalmente
complexos, características freqüentemente encontradas em terrenos com
jazidas de minerais metálicos. Nestes casos, usualmente são aplicados
métodos magnéticos e eletromagnéticos.
Embora a geofísica exija uma metodologia complexa e cálculos
matemáticos relativamente avançados de tratamento e interpretação, muitas
informações podem ser derivadas pela análise dos dados de campo.
Como exemplo, segue uma aplicação da geofísica no estudo de uma
feição geológica peculiar:
Domos de sal são estruturas formadas por intrusão em camadas
adjacentes devido a baixa densidade do material constituinte e habilidade de
movimentação ou fluxo, oriunda de camadas de sal e que resultam em corpos
aproximadamente cilíndricos. A penetração do material salino numa camada
sobreposta arquiteta uma estrutura arqueada e de extremidade dômica. Um
domo salino possui propriedades físicas distintas dos sedimentos em redor e
que possibilitam sua detecção e caracterização por métodos geofísicos.
Tais propriedades são: baixa densidade relativa, susceptibilidade
magnética negativa, relativamente elevada velocidade de propagação de ondas
sísmicas e alta resistividade elétrica.
A baixa densidade em relação aos sedimentos em redor caracteriza o
domo salino como uma anomalia de massa. O campo gravitacional é
perturbado por variações de massa nos materiais geológicos, que caracterizam
domos salinos por valores de campo gravitacional negativo (Figura 1).

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A leitura de campo gravitacional deve ser corrigida com relação dos
efeitos resultantes da rotação terrestre, irregularidade de relevo e geologia
regional, cujos contornos refletem somente variações de densidade em
estruturas rasas numa área, produzidas por estruturas ou corpos localizados.

Figura 1 – Isovalores de campo gravitacional sobre o Grande domo salino


(Texas – EUA). Contorno em mG. A área cinza é uma projeção do domo em
profundidade (PETERS & DUGAN, 1945 apud KEAREY et al., 2002).

Neste estudo de caso, o domo era previamente conhecido por


testemunho de sondagem e operações de lavra. Os resultados de
processamento dos dados de campo gravitacional são bastante próximo ao
formato do domo descrito em campo. Neste caso, a gravimetria demonstra ser
uma ferramenta bastante eficiente.
Uma característica de menor importância do sal é a susceptibilidade
negativa. Esta propriedade produz um decréscimo na intensidade do campo
magnético terrestre nas proximidades de um domo salino (Figura 2).
As leituras devem ser corrigidas devido a ampla variação de valores
associada com a latitude e longitude da área de levantamento e variações
diárias. O resultado neste caso é somente o produto da interação do campo
magnético com o corpo geológico local.
Como esperado, o domo salino é caracterizado por valores negativos de
magnética, levemente deslocados do centro do domo (Figura 2). Este exemplo
ilustra a possibilidade de localização de domos salinos por levantamentos
magnetométricos, mas que a técnica é pouco aplicada por produzir resultados
pouco contrastantes e de difícil interpretação.

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Figura 2 – Isovalores de campo gravitacional sobre o Grande domo salino
(Texas – EUA). Contorno em nT. A área cinza é uma projeção do domo em
profundidade (PETERS & DUGAN, 1945 apud KEAREY et al., 2002).

A onda sísmica normalmente se propaga no sal a uma velocidade


superior em relação dos sedimentos em redor. A conseqüência de velocidades
distinta de propagação da onda sísmica em corpos em contato é a reflexão de
parte da onda da interface e retorno a superfície, e refração de parte desta
onda e penetração no corpo salino. Tais fenômenos permitem a localização de
domos salinos e sua interpretação estrutural (Figura 3).

Figura 3 – Seção sísmica de um domo salino e interpretação estrutural


(KEAREY et al., 2002).

Materiais terrestres com contraste de resistividade elétrica podem ser


localizados a partir de métodos geofísicos elétricos e eletromagnéticos. Feições
rasas são normalmente investigadas por meio de métodos de campo artificial,

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com introdução de corrente elétrica em profundidade e leitura da diferença de
potencial gerada e calculo da resistência. Contudo, métodos de indução
galvânica são restritos a pequenas profundidades.
Grandes profundidades de penetração podem ser atingidas por meio de
leituras do campo elétrico natural terrestre, a partir do método Magnetotelúrico.
Tais correntes fluem a grandes profundidades no interior terrestre e sob a
ausência de materiais anômalos apresenta fluxo paralelo a superfície.
Domos salinos são caracterizados pela elevada resistividade, cuja
presença no meio geológico produz uma distorção do campo elétrico para seus
limites em redor. Este fenômeno produz um gradiente de potencial entre o
centro do domo e os sedimentos em redor, que resulta num contraste de
valores e em sua detecção. O formato das isolinhas produzidas pela
interpolação de medidas de resistividade elétrica é bastante próximo do
formato do corpo salino (Figura 4).

Figura 4 – Perturbações de correntes telúricas no domo salino Haynesville


(Texas – EUA), com representação do domo em cinza
(BOISSONAS & LEONARDON, 1948 apud KEAREY et al., 2002).

APLICABILIDADE DA GEOFÍSICA EM PROSPECÇÃO MINERAL

Os métodos geofísicos são altamente aplicáveis em exploração mineral,


pois a partir do contraste de propriedades físicas entre um alvo potencialmente
mineralizado e a rocha encaixante é possível a detecção de acumulações
minerais economicamente significativas.

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O uso da geofísica em prospecção mineral visa essencialmente o
reconhecimento de variações do parâmetro físico medido, em relação aos
valores naturais para a região de estudo. Tais variações podem estar
associadas a atributos locais, gerados a partir de materiais de subsuperfície
com propriedades físicas distintas. Variações locais deste tipo são
denominadas de anomalia geofísica.
Anomalias geofísicas podem apresentar diferentes formatos e não
necessariamente posicionadas no centro da fonte (Figura 5).

Figura 5 – Exemplos de resposta de diversos métodos geofísicos sobre um


corpo de sulfeto maciço (MOON, et al. 2006).

Um sumário dos métodos geofísicos com aplicação em prospecção


mineral e estudos de caracterização geológica é apresenta a seguir (Tabela 1):

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Tabela 1 – Principais métodos geofísicos aplicáveis em prospecção mineral e
estudos geológicos (HOOVER et al., 1995).

Gravimetria

Medidas do campo gravitacional definem anomalias de densidade em


materiais terrestres. Anomalias gravimétricas são calculadas pela subtração do

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campo regional do campo medido, que resulta numa anomalia gravitacional
correlacionável com corpos geológicos de densidade contrastante.
Anomalias gravitacionais positivas são associadas a ocorrência de
corpos rasos de elevada densidade, enquanto que anomalias negativas são
associadas corpos rasos de baixa densidade.
Em prospecção mineral, acumulações de alta densidade são
representados por corpos de cromita, hematita e barita, que resultam em altos
gravimétricos. Em contraste, acumullações de baixa densidade são
representados por corpos de halita, kimberlitos intemperizados e diatomáceas,
que resultam em baixos gravimétricos.
A gravimetria permite ainda uma estimativa da massa anômala total, ou
seja, tonelagem total responsável pela anomalia. A gravimetria e a
magnetometria são métodos que permitem somente a detecção de contrastes
laterais de densidade ou magnetização.
Em contrapartida, são métodos de elevado rendimento em campo
quando comparados aos métodos elétricos ou sísmicos, que por sua vez
possibilitam a detecção de contrastes verticais e laterais, por variações de
resistividade e velocidade da onda sísmica.
Aplicações de gravimetria em prospecção mineral incluem a
identificação de litotipos, estruturas e jazimentos minerais. A detecção de
corpos de pequena dimensão está condicionada aos objetivos do levantamento
e a respectiva malha de amostragem.

Magnetometria

A magnetometria se utiliza minerais magnéticos como óxidos de ferro e


titânio, além de alguns sulfetos contidos em corpos mineralizados, para a
detecção de anomalias. São principais sistemas de medida são fluxgate,
precessão de prótons, overhauser e por absorção ótica.
Rochas magnéticas apresentam uma combinação de magnetização
induzida e remanente que perturbam o campo magnético terrestre. A
magnitude destes fenômenos está condicionada a quantidade, composição e
tamanho dos minerais magnéticos.

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Anomalias magnéticas podem descrever corpos ígneos ou rochas
sedimentares com minerais magnéticos, além de alterações secundárias pela
introdução ou remoção de minerais magnéticos por processos geoquímicos ou
bioquímicos. Anomalias magnéticas de intensidade considerável podem ocorrer
em sistemas hidrotermais atuais ou antigas zonas hidrotermais mineralizadas.
A magnetometria pode ser aplicada de forma direta em pesquisas de
jazidas de ferro, como corpos de magnetita ou formações ferríferas bandadas
(BIFs), alem de oferecer indicações de feições e estruturas indiretamente
associadas a mineralizações, como formato de barras de canais que
contenham minerais magnéticos, coberturas laterítica associados a
acumulações de ferro, níquel e cobalto, dentre outros.

Gamaespectometria

A gamaespectometria permite a realização de medidas de radiação


natural total ou individualizada dos elementos potássio, urânio e tório. Este
método possui ampla aplicação em prospecções de mineralizações em urânio
devido a relação direta como o minério.
O tório é geralmente o mais imóvel destes três radioelementos e pode
ser utilizado na prospecção de zirconita. O conteúdo de tório e urânio é
proeminente em rochas félsicas e pode ser elevado em rochas alcalinas.
A espectometria de raios-gama possui aplicações na prospecção de
sulfetos, pois a oxidação destes pode acelerar a mobilização de urânio.

Sísmica

O uso de métodos sísmicos é relativamente limitado devido ao elevado


custo de aquisição de dados e interpretação de dados adquiridos em rochas
altamente fraturadas ou terrenos ígneos alterados.
Contudo, levantamentos sísmicos rasos e que empreguem fonte sísmica
de baixa potencia podem ser utilizados em estudos localizados e específicos,
em detrimento a levantamentos regionais ou de grande escala.

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A sísmica de reflexão permite um detalhamento estrutural refinado
enquanto que a sísmica de refração promove estimativas precisas da
profundidade de litofácies por diferenças de impedância acústica.
A refração pode ser empregada na prospecção de ouro aluvionar devido
a baixa velocidade da onda sísmica dos sedimentos inconsolidados.

Termometria

Os métodos termais agrupam duas técnicas distintas de medição:


- Perfilagem ou sensores rasos permitem medidas do gradiente termal,
que por sua vez possibilitam estimativas da condutividade termal fluxo de calor
de subsuperfície.
- Levantamentos aéreos ou análise de bandas térmicas de satélite, que
podem ser usados para determinação da temperatura de superfície da terra ou
materiais de superfície, por medidas da radiação infra-vermelho refletida na
superfície terrestre.
Termometria em furos de sondagem possui ampla aplicação em
explorações de anomalias geotérmicas, endotermia intrínseca e fontes
exotérmicas. Anomalias de fluxo térmico podem ser geradas por oxidação de
corpos de sulfeto ou elevadas concentrações de minerais radioativos.

Métodos Elétricos e Eletromagnéticos

Compreendem uma multiplicidade de métodos que empregam diferentes


instrumentos e técnicas de medição, com diversas profundidades de
investigação e resolução lateral. Podem ser descritos em quatro classes:
eletrorresistividade, eletromagnéticos, polarização induzida, potencial
espontâneo.
Os parâmetros físicos medidos são a resistividade ou condutividade
elétrica, cargabilidade ou voltagem natural. Possuem um amplo espectro de
aplicações em prospecção mineral, como para identificação de jazidas de
sulfeto, investigações hidrogeológicas, estruturais e litológicas.

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A eletrorresistividade é aplicada em pesquisas de uma grande variedade
de tipos minerais. Sulfetos maciços apresentam baixa resistividade, enquanto
que sistemas hidrotermais podem ser identificados devido a baixa resistividade
das argilas em freqüentemente presentes deste sistema. O amplo intervalo de
variação de resistividade dos materiais terrestres permite seu uso na
identificação de litotipos e estruturas que podem controlar mineralizações.
Os métodos eletromagnéticos realizam medidas de condutividade
elétrica por meio de induções de campo eletromagnético. È tradicionalmente
empregado em pesquisas de sulfeto maciço, que por sua vez é caracterizado
por anomalias de alta condutividade. Levantamentos aéreos são utilizados em
grande escala para detecção de diversos tipos de minerais metálicos,
mapeamento estrutural e litológico.
O método de polarização induzida possibilita a detecção de minerais
polarizáveis como sulfetos metálicos, argilominerais e zeólitas. Este método é
amplamente aplicado na prospecção de sulfetos disseminados com até 0,5%
de teor, além de zonas de fratura com alteração hidrotermal e concentração de
argilominerais e caracterização estratigráfica.
O potencial espontâneo é um método de campo natural, muitas vezes
associado a presença de jazimentos de minerais metálicos, principalmente
sulfetos, além de zonas com fluxo térmico e movimentação de águas
subterrâneas.

Sensoriamento Remoto

Consiste no uso de imagens de satélites no espectro de onda


eletromagnética desde as bandas de infra-vermelho a ultra-violeta. Existem
diversos tipos de processamentos, para realce de feições específicas, que
permitem definir área com predomínio de ferro, concentrações de
argilominerais, padrões de alteração do relevo, identificação de vegetação
anômala com possível associação com acumulações minerais no solo.

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Modelos de Depósitos Minerais

A existência de um forte contraste de propriedades físicas sobre um alvo


e a rocha encaixante pode não ser garantia de ocorrência de uma anomalia
geofísica significativa.
O ouro é caracterizado por sua elevada densidade e baixa resistividade
elétrica, mas devido a ocorrência muitas vezes de forma disseminada e com
baixos teores, um depósito economicamente viável pode ser negligenciado em
levantamentos geofísicos. Depósitos diamantíferos são freqüentemente
caracterizados por baixas concentrações e, além disso, suas propriedades
físicas são desprezíveis sob a ótica dos métodos geofísicos.
Estes e outros casos similares exigem do geofísico o conhecimento
básico de modelos de depósitos minerais e as respectivas formas de
ocorrência dos minerais de minérios e minerais associados, pois estes últimos
podem apresentar propriedades físicas contrastantes e ocorrerem em teores
superiores ao minério, que os tornam identificáveis pelos métodos geofísicos.

Conceitos Básicos

Ocorrência mineral é uma concentração de minerais com potencial


interesse científico ou econômico.
Depósito mineral pode ser definido como uma ocorrência mineral que
contem um ou mais elementos ou minerais em quantidade suficiente que
possam apresentar valor econômico. Os depósitos minerais são comumente
classificados em duas categorias: minerais metálicos e não metálicos.
Minerais metálicos são representados por depósitos de cobre, chumbo,
zinco, ferro, ouro, prata, onde um ou mais metais possam ser extraídos.
Depósitos de minerais não metálicos consistem em acumulações de
argilominerais, micas, fluorita, asbestos, areia, barita, caulim, que contenham
minerais utilizáveis de acordo com suas propriedades físicas ou químicas.
Minerais de interesse econômico num depósito são referidos como
minerais de minério, enquanto que minerais sem aproveitamento econômico
neste mesmo contexto são denominados de ganga.

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Corpo de minério é um termo referente ao volume específico de material
com potencial de extração num depósito mineral, sob condições de razoáveis
de custo de extração, beneficiamento, transporte e preço mínimo de venda.
Muitos depósitos minerais são inexplorados devido a ocorrência de ao menos
um dos fatores supracitados.
Teor representa a média de concentração de minério em relação ao
volume total de rocha. Teor de corte representa a concentração ou teor mínimo
requerido para operacionalização de uma mina em termos de custos.
O teor de um jazimento comumente definido durante a etapa de
prospecção, enquanto que o teor de corte resulta do cruzamento do teor com
os custos de extração, operação e venda do minério. O cálculo de reserva
consiste no volume de minério com teor superior ou igual ao teor de corte.
A determinação do teor de corte é algo variável, pois a medidas em que
as atividades de prospecção são desenvolvidas, novos depósitos são
eventualmente são encontrados numa área de pesquisa e incorporados ao
cálculo de reservas, podendo diminuir o teor de corte.
O grau de incerteza associado ao depósito mineral devido a
condicionantes geológicos ou estágio prematuro das atividades de pesquisa
permite classificá-lo em reserva medida, indicada e inferida.
Reserva medida representa o volume de minério dimensionado por
análises em amostras de solo e rocha de superfície e de subsuperfície, com
teor detalhado em malha de amostragem adequada e variação máxima de 20%
em relação a quantidade verdadeira, pois meio de dados de produção.
Reserva indicada resulta do cálculo parcial de reserva a partir de
amostras específicas, malha de amostragem irregular e dados parciais de
produção, parcialmente extrapolados.
Reserva inferida é uma estimativa baseada nas características
geológicas de depósito mineral por meio de algumas amostras de campo.
Materiais com possibilidade de aproveitamento econômico num depósito
mineral são denominados recurso potencial.
O termo modelo no contexto de prospecção mineral consiste num
arranjo sistemático de informações que descrevem atributos essenciais ou
propriedades que caracterizam uma classe de depósitos minerais. Um modelo
pode ser empírico ou descritivo, produzido pela associação de diversos

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atributos cujas relações são desconhecidas (Figura 6). Um modelo também
pode ser teórico ou genético, onde os atributos são interrelacionados por meio
de conceitos fundamentais (Figura 6).

A B
Figura 6 – A) Modelo descritivo de pipe vulcânico (MASON, 1953). B) Modelo
genético de um depósito de sulfeto maciço de associação vulcânica, com
ocorrências de pirita, galena e calcopirita (MIRSA, 1999).

Classificação

Os modelos de depósitos minerais apresentados neste trabalho são


classificados segundo a proposta de Cox & Singer (1986), adotada pelo
U.S.G.S. (Serviço Geológico dos Estados Unidos) e resumido no quadro a
seguir (Tabela 2):

Tabela 2 – Classificação de modelos de depósitos (COX & SINGER, 1986).

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Depósitos de Sulfeto Magmático
(modelos 1, 2, 5, 6 e 7)

Geologia

São concentrações de sulfeto em rochas máficas e ultramáficas


derivadas de sulfetos líquidos (FOOSE et al., 1995). A imiscibilidade de fases
minerais é resultante do resfriamento magnético, ou seja, líquidos miscíveis a
elevadas temperaturas podem ser imiscíveis em baixas temperaturas. Líquidos
sulfetados formam gotas ou bolsões imiscíveis no líquido magmático sob
baixas temperaturas, associado ao magma silicático menos denso.
Imersos no líquido sulfetado podem ocorrem elementos como cobalto,
cobre, níquel e elementos do grupo da platina (PGE), em níveis de
concentração entre 10 a 100.000 vezes as concentrações encontradas em
líquidos silicáticos. O ferro é parcialmente miscível no líquido sulfetado, pois
sua abundância em magmas máficos e ultramáficos resulta na saturação do
líquido sulfetado e cristalização de óxidos no líquido silicático.
A combinação da concentração física devido à elevada densidade do
líquido sulfetado e da concentração química de elementos com afinidade ao
líquido (Co, Cu, Zn, Ni e PGE), é responsável pela formação de depósitos de
sulfeto magmático.
Corpos de sulfeto magmático são tipicamente associados com:
- Variações abruptas de sucessões de minerais cumuláticos, que inclui
grandes mudanças litológicas; alterações na ordem de cristalização;
descontinuidades no padrão ou ciclos unitários.
- Xenólitos provenientes de rochas próximas, que resultam em variações
de textura, granulometria e litologias.
- Rochas de contato com o fluxo de magma.
- Pegmatitos ou rochas enriquecidas em minerais cristalizados em
frações silicáticas do magma.
Em resumo, as características principais deste tipo de depósito são
composição da rocha hospedeira, abundância e tipos de sulfetos minerais e em
menor grau, a composição dos sulfetos minerais.

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Principais formas de ocorrência

- Minerais de sulfeto magmático concentrados nas margens da intrusão;


- Concentrações estratiformes de minerais de sulfeto magmático nas
camadas de intrusão;
- Minerais de sulfeto magmático em PGE concentrados acima de
camadas impermeáveis;
- Lentes pegmatíticas, pipes e mineralizações discordantes;
- Concentrações de sulfetos minerais em rochas vulcânicas ultramáficas
(Figura 7);
- Concentrações de sulfetos minerais em cumulatos ultramáficos e
complexos ofiolíticos;

Figura 7 – Mina de níquel Thompson, Manitoba (Canadá) (LAZNICKA, 2006).

Exploração Geofísica

Sulfetos minerais interconectados podem produzir zonas de elevada


condutividade elétrica e podem ser detectadas por aplicação dos métodos de
polarização induzida, eletromagnéticos e magnetotelúricos. Alguns depósitos
podem ser detectados por aplicação de magnetometria quanto houver
abundância de magnetita.
Entretanto, a magnetita é um mineral abundante em rochas máficas e
ultramáficas e neste contexto, podem resultar em fontes de ruído regional e
mascararem eventuais corpos de sulfeto.

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Grandes massas de sulfeto podem ser detectadas por sísmica de
refreção, mas como método geofísico acessório. Concentrações de sulfeto
mineral e rochas máficas e ultramáficas costumam apresentar alta densidade e
são passíveis de detecção por gravimetria.
Imagens de sensores remotos podem auxiliar na identificação de áreas
mineralizadas, especificamente em estruturas geológicas promissoras a
concentração de minérios.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósito de Ni-Cu-Co e EGP de Fortaleza de Minas – Mina O’Toole


(Minas Gerais).
Descoberto em 1983, o depósito de Fortaleza de Minas é o maior
depósito de níquel sulfetado conhecido no país (Figura 8). O depósito da mina
O’Toole está situado na unidade morro do Níquel, no greenstone belt Morro do
Ferro.

Figura 8 – Geologia regional do greestone belt Morro do Ferro


(BRENNER et al., 1990).

O corpo mineralizado é tabular, subvertical, com espessura entre 2 e


11m e teores de 0,4% de Ni, 0,05% de Co e 1,2ppm de MGP e Au. O minério
pode ser disseminado ou intersticial, matricial, brechado, venulado e bandado.
A maior parte do minério foi remobilizada e reconcentrada por dobramentos e

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cisalhamentos, culminando na forma alongada e do corpo mineralizado e
estirada dos minerais (Figura 9).

Figura 9 – Mapa e seção geológica simplificada da Mina O’Toole


(BRENNER et al., 1990).

As rochas da seqüência greenstone são representadas por komatiítos,


com raras preservações de rocha almofadada, intercalada por rochas
sedimentares químicas. Os derrames diferenciados apresentam serpentina +-
tremolita +- magnetita em meio a clinopiroxênio (tremolita +- clorita +-
serpentina) magnetita e cromita. As paragêneses primárias foram
metamorfizadas para serpentinitos, talco xistos e anfibolitos.
Os sedimentos químicos são essencialmente formações ferríferas
bandasas em fácies óxido (jaspilitos) e silicatos, junto a cherts ricos em grafita,

22
pirrotita e pirita. As rochas sedimentares são interacamadadas com rochas
vulcânicas máfico-ultramáficas e com metatufos, com estruturas preservadas.
Os minerais de minério predominantes são a pirrotita, pentlandita e
calcopirita, que constituem 30% do minério. Na superfície ocorre um chapéu de
ferro (gossan) com uma zona oxidada na qual todos os sulfetos foram
transformados em sulfatos e óxidos, com zona de cimentação composta por
violarita e pirrotita, que grada para o minério primário.

Depósitos de Asbestos em Serpentinitos e Carbonatitos


(modelos 8 e 18)

Geologia

O termo asbesto é usado para minerais fibrosos independente da classe


ou tipo mineral (WRUCKE, 1995). Nesta classificação de depósito são
possíveis subdivisões:
- Depósito de asbesto serpentinítico: a crisotila ou asbesto branco forma
veios em rochas ultramáficas serpentinizadas. Os protólitos incluem
ofiolitos e complexos estratiformes. Os veios serpentiníticos ocorrem em
zonas de cisalhamento e notadamente próximo a zonas com mudanças
nas propriedades geotécnicas das rochas, além de contatos ente
serpentinitos e massa ígneas intrusivas.
- Depósito de asbesto carbonatítico: veios como fibras de crisotila
constituem massas tabulares de serpentinito em metacalcários durante
metamorfismos de contato com intrusões de diabásio. O protólito do
metacalcário pode ser formado por dolomitos impuros. Os veios de
crisotila preenchem fraturas produzidas por intrusões (Figura 10).

Principais formas de ocorrência

- Serpentinito ou Carbonatito como rocha hospedeira;


- Associações com talco em rochas ultramáficas serpentinizadas;

23
Figura 10 – Seção do prospecto de asbesto Diablo (ROHRBACHER, 1973).

Exploração Geofísica

Sensores remotos permitem a detecção de seqüências ultramáficas,


massas intrusivas, óxidos residuais de ferro e serpentinitos a partir da banda de
infra-vermelho, além de propriedades termais, anomalias na vegetação e
corpos de diabásio encaixados em seqüências carbonáticas.
A magnetometria pode ser aplicada na localização de serpentinitos
derivados de rochas ultramáficas, devido ao elevado conteúdo de minerais
magnéticos. Contudo, este método é pouco eficiente em depósitos associados
a rochas carbonáticas.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Mina de Asbesto de Cana Brava – Goiás.


Cana Brava está localizada no extremo norte do Estado de Goiás,
município de Minaçu. É a maior mina de asbestos crisotilo do pais, com
reservas totais de 179,9Mt de minério com 5,2% de crisotila. As mineralizações
estão contidas nos serpentinitos do extremo sudeste do complexo,
pertencentes a zona ultramáfica da seqüência magmática inferior (Figura 11).
Os corpos de minério são grosseiramente tabulares, com orientação NS
e superfície de cerca de 4800 x 1500m, espessura de cerca de 100m e
extensão em profundidade de cerca de 300m.
Há quatro corpos mineralizados, separados por zonas e cisalhamento e
por corpos de metapiroxenito (Figura 11 e 12). Os veios de crisotila formam

24
stockworks em meio aos magnetita-antigorita-lizardita serpentinitos verdes,
junto a fraturas de extensão desenvolvidas em zonas de cisalhemento.

Figura 11 – Mapa geológico do complexo máfico-ultramáfico de Cana Brava


(IANHEZ, 1997).

O minério asbestiforme apresenta unicamente crisotila (ausente de


actinolita, amosita, crocidolita e tremolita) em fibras. O minério bruto tem
quantidades subordinadas de magnetita, hematita, piroxênio, calcita e micas.

Figura 12 - Mapa geológico das minas de asbesto e crisotila de Cana Brava


(IANHEZ 1997).

25
Depósitos de Carbonatitos
(modelo 10)

Geologia

Carbonatitos são rochas intrusivas ricas em minerais carbonáticos,


muitos dos quais abundantes em apatita, magnetita, barita e fluorita, podendo
conter concentrações econômicas de elementos terras raras, fosfatos, nióbio,
urânio, tório, cobre, ferro, titânio, bário, flúor, zircônio e outros elementos raros
(MODRESKI et al., 1995). Muitas associações podem conter micas e
vermiculitas.

Principais formas de ocorrência

Carbonatitos possui a forma de plugs zonados em complexos alcalinos


intrusivos, além de dikes, sill, brechas e veios (Figura 13).

Figura 13 – Depósito de Mountain Pass, Califórnia (EUA) (LAZNICKA, 2006).

Exploração Geofísica

A assinatura geofísica em complexos carbonatíticos é variável. Muitos


complexos apresentam concentrações em magnetita e produzem anomalias
magnéticas positivas. De forma similar, a presença de minerais radioativos
resulta em anomalias radiométricas pronunciadas em diversos complexos
carbonatíticos, além de diferenças de densidade entre a encaixante e o corpo
carbonatítico permitir em alguns casos, a aplicação de gravimetria.

26
Depósitos Brasileiros Correlatos

- Complexo alcalino-carbonatítico de Araxá – Minas Gerais.


O complexo alcalino-carbonatítico de Araxá apresenta forma circular,
com diâmetro de cerca de 5Km, encaixado em quartzitos e xistos proterozóicos
do Grupo Araxá. No centro do complexo afloram beforsitos (carbonato
dolomítico) e glimeritos (biotititos), com sovitos (calcita carbonatitos)
subordinados. As rochas alcalinas são envolvidas por um largo anel de
quartzitos e mica xistos fenitização (metassomatismo alcalino).
A estrutura de Araxá foi forma da primeiramente pela intrusão de rochas
ultrabásicas duníticas e peridotíticas em supracrustais Grupo Araxá (Figura 14),
seguido pela intrusão de magma carbonático e início do metassomatismo das
ultrabásicas e geração de glimeritos.
O minério supergênico e residual totalizam 141Mt à 3,3% de P2O5,
462Mt de Nb2O5 a 2,5% e 546000T de minério com 4,4% de TH2O3. O minério
primário está contido em carbonatito plutônico, constituído por cumulados de
minerais carbonáticos e apatita, com magnetita, flogopita, pirocloro e ilmenita.

Figura 14 – Esquema de evolução do complexo carbonatítico de Araxá


(BIONDI, 2003).

27
Depósitos de Tório e Elementos Terras Raras em veios
(modelo 11)

Geologia

Este tipo de depósito consiste acumulações de minerais de tório e


elementos terras raras em ganga com quartzo esfumaçado, feldspato
potássico, óxidos de ferro, fluorita, apatita e barita ou acumulações em veios e
diques em carbonatitos (ARMBRUSTMACHER et al., 1995).
Intrusões de rocha alcalina desde o Arqueano ao recente e corpos
carbonatíticos freqüentemente apresentam relação genética com este tipo de
depósito. Minerais de nióbio, titânio, ferro, urânio, além de vermiculita, óxidos
de manganês e fluorita ocorrem nas adjacências de veios mineralizados em
rochas carbonatíticas.

Principais formas de ocorrência

Em diques carbonatitos e rochas alcalinas intrusivas, ocorrem veios


estruturalmente controlados, geralmente com formato radial. Em rochas
metamórficas de alto grau, folhelhos negros e auréolas de intrusão de corpos
alcalinos, os veios freqüentemente ocupam fraturas associadas a estruturação
dominante na área (Figura 15).

Figura 15 - Seção do depósito de Mountain Pass (Califórnia – EUA), constituído


por sulfetos e elementos terras raras em carbonatito (M). 1) Sienito potássico,
2) Pegmatito, 3) Migmatito, A) Fenito (LAZNICKA, 2006).

28
Exploração Geofísica

Este tipo de deposito apresenta ampla variação no conteúdo mineral,


dimensões e formato, elementos essenciais para escolha do método geofísico.
Depósitos com ocorrência de magnetita e ilmenita resultam em
anomalias magnéticas positivas. A presença de minerais como monazita,
thorita e apatita podem resultar em anomalias radiométricas positivas.

Depósitos Brasileiros

- Mina Usamu Utsumi, Poços de Caldas (Minas Gerais).


Agostinho é uma jazida com 5000T de U3O8, com teores de MoO3 da
ordem de 0,1% e de ZrO2 da ordem de 1,0%. Parte importante do urânio
contido no minério está na malha do zircão, de difícil recuperação.
A jazida é constituída por vários diques de brecha de fluidização (Figura
16). Os pipes e diques de fluidização contém minério primário, com elevados
teores de Zr. O urânio é o minério principal, contido em uraninita, em cristais de
zircão ou livre, além de molibdênio sob a forma de molibdenita.
A rocha encaixante é constituída por tinguaítos, fonolitos e foyaitos.
Além da uraninita e do zircão, a zona mineralizada contém fluorita e pirita
disseminadas na matriz da brecha.

Figura 16 – Seção geológica da mina Usamu Utsami (BIONDI, 1976).

29
Depósitos de W e Sn em veios e greisen
(modelo 15)

Geologia

Consistem em complexos de fraturas preenchidas por quartzo, veios


unitários, enxames ou sistemas de veios, com wolframita e cassiterita
(ELLIOTT et al., 1995). Podem ocorrer minerais acessórios como fluorita, pirita,
scheelita, além de urânio, tório, fosfato e elementos terras raras.
Depósitos de greisen consistem em cassiterita disseminada ou em veios,
stockworks e brechas em ganga composta por quartzo, mica, fluorita e topázio.

Principais formas de ocorrência

Depósitos de W e Sn em veios e greisens são encontrados nos


arredores ou no topo de cúpulas de batólitos graníticos (Figura 17).

Figura 17 – Depósito de Hämmerlein (Sn, U, Zn) Saxonia (Alemanha)


(VELICHKIN & MALYSHEV, 1993).

Exploração Geofísica

Levantamentos magnéticos, gravimétricos e radiométricos podem ser


usados para definição de áreas de ocorrência de granitos leucocráticos. Este
tipo de rocha costuma apresentar anomalias magnéticas e gravimétricas
negativas e abundância em elementos radioativos. Aerogamaespectometria
podem auxiliar na definição de plutons prospectivos, além na análise de
sensores remotos em bandas espectrais específicas.
É comum a ocorrência de corpos sulfetados neste tipo de depósito e
nestes casos, métodos como polarização induzida, áudio magnetotelúrico e

30
eletrorresistividade, podem auxiliar na detecção e diferenciação entre o
substrato granítico e mineralizações.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósito de Sn do Granito Pedra Branca – Goiás (Figura 18).


O granito Pedra Branca apresenta várias fácies, com predomínio de
quartzo, microclínio pertítico, plagioclásio e biotita, caracterizado como um
biotita granito porfirítico. Entre os acessórios estão o zircão, fluorita, ilmenita,
magnetita, alanita e xenotimo.
Há varias fáceis de granito greisenizado e greisen. Estas fácies
apresenta porções variadas de quartzo, microclínio, albita, musconita litinífera,
fluorita, topázio e cassiterita. Ocorrem lentes, veios e filões, nos quais o greisen
mistura-se com lentes, veios e filonetes com predomínio de um ou mais
minerais listados.

Figura 18 – Perfil geológico do granito Pedra Branca (BIONDI, 2003).

31
Depósitos de Cobre Pórfiro
(modelo 17)

Geologia

Caracterizado por alterações hidrotermais, que incluem biotita e


feldspato potássico na área central e gradações de clorita, actiolita e epidoto
sentido as margens, além de micas argilominerais e minerais carbonáticos
(COX et al., 1995). Este tipo de mineralização consiste em cobre, molibdênio e
ouro, sob a forma de disseminações, vênula ou stockworks em grandes
massas de rocha alterada, com áreas enriquecidas em pirita.

Principais formas de ocorrência

Alterações hidrotermais em granodioritos, tonalitos e rochas alcalinas,


além de vulcânicas, sedimentares e metamórficas intrudidas (Figura 19). Este
tipo de depósito ocorre em terrenos com grandes quantidades de rochas
intrusivas contemporâneas, em formatos como diques, batólitos e brechas. As
ocorrências eventualmente podem estar recobertas por rochas vulcânicas ou
bacias sedimentares posteriores ao jazimento.

Figura 19 – Depósito Bisbee (Arizona – EUA), constituído por brecha intrusiva


injetada em calcários e dolomitos (LAZNICKA, 2006).

Pode constitui grandes acumulações e são classificados como


ocorrências gigantes, que representam 70% dos estoques mundiais de Cu. Do
ponto de vista tectônico, estão associados a margens de convergência
continental do tipo arco de ilhas e margem tipo andina, geradas durante o
período de subducção e produzidas por porções residuais do liquido
magmático de intrusões graníticas, que variam desde diorítica, alcalina a
cálcio-alcalina (toleítica) (Figura 20).

32
Figura 20 – Depósito El Teniente (Chile), classificado como um dos maiores
depósitos de cobre em atividade (CAMUS, 1975).

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósito de ouro e cobre de Chapada – Goiás.


É um depósito de cobre e ouro disseminados, com teores médios de
0,44% de Cu e 0,35ppm de Au, com mineralização contida em biotita xistos,
anfibolitos, muscovita quartzitos e quartzitos feldspáticos. Ao lado da região
mineralizada, há uma intrusão de dioríto pórfiro, separada da área mineralizada
por uma zona de cisalhamento (Figura 21).

Figura 21 – Mapa geológico do depósito de Chapada (BIONDI, 2003).

33
A calcopirita é o único mineral de minério importante do depósito, mas
também ocorrem intercrescimentos de pirita, magnetita, bornita, esfalerita,
galena e ouro. A calcopirita e pirita estão disseminadas na rocha e não se
concentram em veios de quartzo. Também ocorrem disseminações de
hematita, ilmenita, magnetita e pirrotita. Estes minerais se concentram de forma
zonada em torno do minério.
O teor de magnetita decresce sentido as bordas da área mineralizada e
desaparece além desta área. Ainda há estaurolitas xistos, epidositos,
microclínio xistos e magnetita-pirita-quartzo-sericita xistos associados ao
minério, considerados hidrotermalitos metamorfizados.

Exploração Geofísica

Sulfetos de cobre e pirita podem ser detectados por aplicação de


polarização induzida, além de eletrorresistividade devido a características de
baixa resistividade.
Anomalias magnéticas ou gravimétricas podem ser determinadas em
depósitos com enriquecimento em magnetita ou quando associados a rochas
máficas ou ultramáficas com magnetita.
Os grandes halos de gradação mineral que caracterizam este tipo de
depósito podem ser identificados por meio de sensores remotos, além de
indícios de alteração na vegetação pelo acesso de metais.

Depósitos de Cu, Au e Pb/Zn em Skarn


(modelo 18)

Geologia

Skarns são rochas metamórficas de granulação grossa compostas por


silicatos de cálcio, ferro, magnésio, manganês e alumínio (minerais cálcio-
silicaticos) formados em calcários durante eventos de metamorfismo regional
ou de contato, além de metasomatismo (HAMMARSTROM, et al, 1995). Os
maiores depósitos tipo Skarn estão relacionados a sistemas hidrotermais.

34
Alguns depósitos deste tipo são fonte de metais base e preciosos, como
titânio, tungstênio e ferro. Constituem depósitos minerais de elevada
temperatura por atividade magmática-hidrotermal associada a tectônica
orogênica de plútons granitóides.
Os processos responsáveis pela formação de skarns incluem:
- Metamorfismo de contato durante a intrusão de plúton granítico;
- Metassomatismo progressivo e migração de fluídos durante o
resfriamento de plútons;
- Metamorfismo retrogradacional com formação de novos minerais;

Principais formas de ocorrência

- Plútons granitóides intrudidos em seqüências sedimentares como


calcários ou rochas ricas em carbonatos (Figura 22).

Figura 22 – Depósito de Cu-Zn de Antamina (Peru), formado por intrusão de


monzogranito em calcários (O’CONNOR, 1999).

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósito de Au (Pd, Ag, Au) de Serra Leste (Serra Pelada).


Estes depósitos estão encaixados em rochas sedimentares da
Formação Águas Claras, constituídas basicamente por metarenitos,
metaconglomerados e itabiritos, tectonizados e recortados por veios de
quartzo, que produziram seu aspecto brechóide característico. A zona
brechada está geneticamente associada ao dobramento e a falhas paralelas à
direção das camadas, e corresponde a unidade mineralizada em ouro.

35
Localmente há intercalações de folhelho preto, siltito, chert, pelitos
grafitosos e manganíferos e rochas carbonáticas. Alguns horizontes de
metassiltito cinzento apresentam pirita, pouca calcopirita e arsenopirita. Em
meio as rochas é comum a presença de veios de quartzo.
A mineralização aurífera está contida em zonas de brechas, cataclasitos
e milonitos com alteração hidrotermal, contidos em unidades
metassedimentares arqueanas. O minério é envolvido por uma auréola de
silicificação descrita como zona jasperóide (Figura 23), que além de Au,
apresenta concentrações de Pd e Pt. Associado ao minério ocorre quartzo,
caulinita, goetita, óxidos de Mn, muscovita, carbono amorfo, além de sulfetos.

Figura 23 – Seção geológica sobre o sinclinal que contém o depósito de


Serra Pelada (TALLARICO et al., 2000).

Exploração Geofísica

Anomalias magnéticas de grande intensidade podem estar associadas a


depósitos de skarns com abundância em pirrotita ou magnetita. Métodos
eletromagnéticos de baixa freqüência e polarização induzida podem ser
aplicados em levantamentos para identificação de magnetita e sulfetos
disseminados. Eletrorresistividade pode ser aplicada em áreas onde a
distribuição de zonas de alteração esteja associada ao nível freático.

36
O contraste de densidade entre a assembléia de alteração mineral e a
rocha encaixante pode viabilizar o uso de microgravimetria para o
delineamento deste tipo de depósito. Terrenos extremamente intemperizados
freqüentemente são recobertos por limonita, hidróxidos de ferro, gossans de
sulfato de ferro e argilominerais, cuja assembléia pode ser identificada por
análise espectral de bandas termais de sensores remotos.

Depósitos Polimetálicos em veios e remobilizados


(modelo 18)

Geologia

Este tipo de depósito consiste em lentes ou pipes maciços conhecidos


como mantos ou corpos remobilizados, compostos por sulfetos ferro, chumbo,
zinco e cobre, encaixados em calcários, dolomitos ou outras rochas
sedimentares, com teores freqüentemente superiores a 50% de sulfetos
minerais (PLUMLEE et al., 1995). Diversos depósitos apresentam zonação e
assembléias de ouro e cobre nas proximidades da intrusão, acompanhados por
associações de chumbo-zinco-prata em zonas mais distantes.

Principais formas de ocorrência

- Intrusões ígneas em rochas sedimentares hospedeiras (Figura 24).

Figura 24 – Campo mineral de Morococha (Peru) (LAZNICKA, 2006).

37
Depósitos Brasileiros Correlatos

- Mina do Cabaçal I – Mato Grosso.


Este depósito está localizado no greenstone belt Jauru, com idade entre
1,7 e 2 bilhões de anos. O minério está associado a uma faixa
vulcanossedimentar, com tufos e rochas vulcanoclásticas com níveis
intercalados de chert. Esta seqüência é cruzada por intrusões tonalíticas
atualmente gnaissificadas.
O corpo mineralizado original foi um sedimento cuprífero de
origem vulcânica exalativa, com intercalações de tufos ácidos e intermediários
e vulcânicas ácidas na base (Figura 25).

Figura 25 – Geologia da área da mina Cabaçal I (MONTEIRO et al., 1988).

38
Esta seqüência foi modificada por uma zona de cisalhamento formada
paralelamente as camadas originais, com alteração hidrotermal, remobilização
e mineralização em ouro e prata. As zonas mineralizadas estão cloritizadas,
silicificadas e sericitizadas, com núcleos densos de sulfetos.
Este depósito apresentou reservas de 1,7Mt de minério de cobre, prata e
ouro com 9,53g/T de ouro e 0,88% de Cu.

Exploração Geofísica

Uma das características de depósitos de sulfeto maciço é a elevada


densidade, baixa resistividade e a capacidade de cargabilidade por polarização
induzida, além da elevada susceptibilidade magnética quando há pirrotita
presente e geração de potencial elétrico natural negativo. Desta forma, tais
depósitos podem ser identificados e detalhados por meio de gravimetria,
métodos elétricos e eletromagnéticos e magnetometria.
Condicionantes específicos aos parâmetros físicos medidos pelos
métodos geofísicos são controlados pela mineralogia do sulfeto, concentração,
continuidade, condições hidrogeológicas e características da rocha hospedeira.
Anomalias detectadas por levantamentos aéreos magnéticos e
eletromagnéticos servem de base para estudos de detalhamento terrestres por
métodos geofísicos e geoquímicos. Alvos em detalha podem ser selecionados
por analise de sensores remotos, principalmente em presença de gossans.
Levantamentos gravimétricos e magnéticos de caráter regional podem
identificar anomalias relacionadas a zonas de falha ou intrusões, que
freqüentemente controlam a distribuição de corpos mineralizados.

Depósitos de sulfeto maciço associado a rochas vulcânicas (VMS)


(modelo 22 e 28)

Geologia

Sulfeto maciço associado a vulcânicas (VMS) são depósitos


caracterizados por lentes e corpos laminares ricos em sulfeto maciço

39
espacialmente associados com rochas vulcânicas, que variam de basaltos a
riolitos (Figura 26). Os depósitos VMS são classificados em três tipos:
- Depósito tipo Chipre: geralmente pequenos e com médio grau de
enriquecimento em cobre e zinco, caracterizados como lentes ou
lâminas de minério com pirita maciça, desenvolvidas em rochas
ofiolíticas e seqüências basálticas extrusivas.
- Depósito tipo Kuroko: são tipicamente desenvolvidos em rochas
vulcânicas félsicas intermediárias e geneticamente interpretados como
formados em eventos extensionais associados a arcos vulcânicos.
Caracterizado por elevados teores e grandes jazimentos em cobre.
- Depósito tipo Besshi: apresentam uma mistura de ambientes
vulcânicos e sedimentares. Depósitos deste tipo são freqüentemente
encontrados em turbiditos intrudidos por sills basálticos. São tipicamente
enriquecidos em cobre, chumbo e outros elementos.

Figura 26 – Características essenciais idealizadas para depósitos de sulfeto


maciço vulcanogênico (TAYLOR et al., 1995).

Principais formas de ocorrência

- Rochas vulcânicas ofioliticas e associadas, com grãos clásticos de


sulfetos e associação com seqüências deposicionais de fundo marinho
(Tipo Chipre).

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- Rochas vulcânicas félsicas de arco magmático, com zonação
geoquimica em zinco, chumbo e prata das bordas para o centro da
jazida (Tipo Kuroko).
- Rochas sedimentares com intrusões basálticas de fundo oceânico,
corpos espessos e lateralmente laminados, contendo pirrotita e pirita
maciça (Tipo Besshi).

Exploração Geofísica

As propriedades elétricas dos sulfetos minerais aliadas com a grande


quantidades destes minerais em depósitos VMS, tornam favorável a aplicação
de métodos geofísicos elétricos e eletromagnéticos. Enriquecimentos em
pirrotita e magnetita viabilizam a aplicação de magnetometria para localização
e detalhamento de jazidas. Sensores remotos multiespectrais podem ser
usados para identificação de rochas com alteração hidrotermal e modificações
na vegetação associadas a rocha mineralizada.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósito de Palmeirópolis (Goiás).


Palmeirópolis é um depósito de Cu, Zn e Pb localizado em meio a xistos
de uma seqüência vulcanossedimentar contida nos Grupos Araxá-Serra da
Mesa. Consiste em três depósitos denominados C1, C2 e C3, encaixados em
anfibolitos. As rochas e os corpos mineralizados são muito deformados,
dobrados e falhados cujas características o classificam como um depósito do
tipo Besshi (Figura 27).
Os corpos mineralizados apresentam granada-biotita-anfibolito na base,
uma parte central de rochas com antofilita, biotita e sulfetos disseminados e
venulares, e sulfeto maciço no topo. O minério contém essencialmente pirrotita,
e pirita, com esfalerita, calcopirita e, subordinadamente, galena. O minério está
encaixado em meio a anfibolitos e metavulcânicas félsicas associadas.
Estas rochas são interpretadas como basaltos hidrotermalizados durante
a época da formação do depósito mineral e posteriormente metamorfizados. As
reservas são de 4Mt de minério a 4,54% Zn, 1,23% Cu , 0,72% Pb e 25,1% Ag.

41
Figura 27 – Localização e estratigrafia do depósito de Palmeirópolis
(ARAUJO et al., 1996).

Depósitos em veios epitermais tipo Creede, Comstock e Sado


(modelo 25)

Geologia

Este tipo de depósito consiste em veios, stockworks e brechas


mineralizadas em rochas vulcânicas intermediárias a félsicas associadas a
áreas com falhamentos regionais (PLUMLEE et al., 1995). Assembléias
simples e complexas de minerais de arsênio, antimônio, bismuto, ouro, prata,
teluretos e selenetos são importantes constituintes deste tipo de depósito.
Quartzo, adulário e carbonáticos são importantes minerais de ganga.

42
Depósitos do tipo Creede são caracterizados por veios ricos em prata,
dominados por pirita, esfalerita, galena e calcopirita, com quantidades variáveis
de barita, quartzo e minerais carbonáticos (Figura 28).

Figura 28 – Campo mineral de La Unión (Pb-Zn-Ag), Cartagena (Espanha)


(ARRÍBAS & TOSDAL, 1994).

Depósitos do tipo Comstock são caracterizados por veios ricos em ouro,


com dominância de quartzo, adularia, pirita, esfalerita, galena, minerais
carbonáticos e sulfetos minerais acessórios.
Depósitos do tipo Sado compreendem veios ricos em cobre, com
assembléia mineral equivalente a depósito do tipo Comstock.

Principais formas de ocorrência

Rochas vulcânicas em zonas de falhas com assembléias de minerais de


alteração que incluem silicatos e argilominerais, três seqüências de veios
epitermais e zonação vertical e lateral. É freqüente uma intensa silicificação a
argilominerais nas proximidades dos veios mineralizados.

Exploração Geofísica

Rochas vulcânicas com siliciclastos e carbonatos alterados produzem


contrastes de reflectância e anomalias termais susceptíveis de detecção por
sensores remotos multiespectrais, além de elevada resistividade e densidade
relativos, que permitem a aplicação de métodos elétricos, eletromagnéticos e
gravimetria. Contudo, anomalias elétricas e gravimétricas associadas com
zonas epitermais podem ser difíceis de distinguir daquelas causadas por
pequenas intrusões ou falhas.

43
Em contrapartida, áreas enriquecidas em argilominerais resultam em
anomalias de baixa resistividade e contrastes de reflectância também passiveis
de detecção. Associação de enriquecimento de argilominerais e concentrações
de sulfetos podem ser caracterizadas por aplicação de polarização induzida.
Concentrações de magnetita podem ser detectadas por magnetometria,
enquanto que acumulações de argilominerais potássicos alterados possibilitam
identificação por gamaespectometria.
Levantamentos regionais de gravimetria, aeromagnetometria e
sensoriamento remoto permitem a detecção de estruturas associadas,
linearidades associadas a falhamentos e feições circulares e radiais
características de corpos intrusivos, além de feições de caldeiras vulcânicas.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósitos de ouro das regiões de Tapajós e Alta Floresta.


Situadas na região central do Brasil, apresentam geologias semelhantes
e eventos magmáticos contemporâneos. A existência de uma extensa
cobertura vulcânica ácida e intermediária, pontilhada por intrusões graníticas,
contemporâneas, formam as condições necessárias à gênese dos depósitos
vulcanogênicos epitermais e depósitos apicais disseminados em ouro.
A intrusão do granito Maloquinha é considerado o principal evento
mineralizador na região de Tapajós, com a geração de filões, disseminações e
stockworks plutônicos periféricos, depósitos veniformes, além de depósitos
pórfiros (Figura 29). Estágios de alteração hidrotermal:
- Metassomatismo sódico com cristalização de albita e quartzo;
- Metassomatismo potássico com cristalização de biotita, quartzo e pirita;
- Propilitização com cristalização de adularia, clorita, calcita, epidoto,
fluorita, hornblenda, albita, clacopirita, pirita, ouro, rutili e barita;
- Alteração fílica, volumetricamente mais importante, com cristalização
de sericita, adularia, pirita, calcopirita, ouro e molibdenita;
As zonas de alteração estão distribuídas de forma semelhante a um
depósito apical disseminado clássico, com núcleo potássico, envolvido por
alterações propilíticas e filiticas, recobertas por zonas argilizadas. Presença de
propilita nas rochas vulcânicas e de um cinturão piritoso (5 a 50% de pirita).

44
Figura 29 - Modelo de depósito de ouro na região de Tapajós (JACOBI, 1999).

Depósito de Sn em riolitos
(modelo 25)

Geologia

Mineralizações de estanho em riolitos são geneticamente associados a


múltiplos eventos hidrotermais sobrepostos, ligadas a estruturas dômicas de
idade Terciária (Figura 30). O principal mineral de minério deste depósito é a
cassiterita (FOORD et al., 1995).

Figura 30 - Seção esquemática de um depósito de Sn em domo riolítico


(REED et al., 1986).

45
Depósitos de cassiterita próximos da superfície são caracterizados por
temperatura e gradientes de pressão extremos, condições que podem variar
para cada localidade, mas sempre dentro de um gradiente de elevada pressão
de vapor e temperatura para baixa pressão de vapor e temperatura.

Principais formas de ocorrência

Os depósitos pode ser divididos em quatro tipos:


- Quantidades esparsas de cassiterita em cavidades e veios profundos;
- Zonas argilosas e veios profundos pronunciados, além de vênulos
anastomosados amplamente variáveis;
- Veios, stockworks e vênulas reticulares em cunhas distais em domos
riolíticos ou sobre tufos vulcânicos;
- Acumulações em placeres de cassiterita cristalina e estanho-madeira
(“wood-tin”).

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósitos de wolframita de Pedra Preta – Pará.


Representa a maior reserva de wolfrâmio conhecida no país e está
localizada na província mineral de Carajás.
O depósito está próximo à borda do granito Musa, constituído por um
conjunto de filões de quartzo com wolframita alojados no granito, em greisens
situados no contato entre o granito e metarenitos, dentro de metarenitos e de
rochas metavulcânicas máficas do Supergrupo Andorinhas (Figura 31).
No depósito foram identificados três tipos de veios:
- Formados antes da intrusão do granito e alojados em rochas
metamórficas, com quartzo, topázio e sulfetos, sem wolfrâmio;
- Conjunto principal de veios, relacionados geneticamente e
contemporâneos à intrusão do granito, alojados em meio a greisens na cúpula
do granito e rochas encaixantes, com wolframita disseminada na encaixante
nas proximidades dos veios mais possantes e contém quartzo turmalina,
topázio, fluorita, muscovita, sulfetos (pirrotita, pirita e calcopirita), wolframita

46
(ferberita) e outros óxidos, além da presença de ouro e prata. As encaixantes
estão muscovitizadas e turmalinizadas.
- Veios tardios somente com quartzo, não mineralizados, relacionados
aos últimos episódios hidrotermais ocorridos no local.

Figura 31 – Seção SW-NE no depósito de wolframita de Pedra Preta


(RIOS et al., 1998).

Exploração Geofísica

O elevado conteúdo de radioelementos em diversos domos riolíticos


podem ser detectado por gamaespectrometria. Estudos de resistividade elétrica
podem ser efetuados para identificação de zonas de alteração com
argilominerais. Muitas zonas de alteração associadas a riolitos mineralizados
em estanho ocorrem em áreas de intensa liberação de vapor.
Argilominerais específicos resultam da alteração de rochas em zonas de
liberação de vapor, identificáveis por sensores remotos multiespectrais.

Depósito de óxidos de Fe-Ti e Cu-U-Au-ETR


(modelo 25 e 29)

Geologia

47
Constituem acumulações de óxidos de Fe-Ti com quantidades variáveis
de cobre, urânio, ouro e elementos terras raras (FOOSE & GRAUCH, 1995).
São subdivididos em dois grupos:
- Depósitos com óxidos de ferro e quantidades menores de magnetita e
apatita, em rocha vulcânica.
- Depósitos tipo Olympic Dam, com quantidades significativas de sulfetos
de cobre e urânio.
Características gerais deste tipo de depósito são concentrações de
magnetita e hematita relativamente elevadas quando comparadas ao conteúdo
de titânio, além de sulfetos de cobre (Figura 31).

Figura 31 – Seção idealizada de um depósito de Fe-Ti e Cu-U-Au-ETR


(HITZMAN et al., 1992).

Acumulações de magnetita e zonas de alteração ricas em sódio


predominam nas partes profundas deste tipo de depósito. Hematita, sulfetos de
cobre e zonas de alteração com enriquecimento em potássio rasas.
São depósitos com gênese controversa e ambígua, que origens que
incluem intrusões magmáticas de fluidos imiscíveis ricos em ferro, exalações
singenéticas e desidratação metamórfica.

Principais formas de ocorrência

Os jazimentos são associados a rochas plutônicas ou rochas vulcânicas


félsicas com moderado a alto grau metamórfico. Tipicamente, estão associados

48
arcos vulcânicos continentais (tipo Andino) ou magmatismo anorogênico félsico
acompanhado colapsos pós-tectônicos orogênicos extensionais.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósito de Cu e Au de Igarapé Bahia – Serra dos Carajás (Pará).


Este depósito está situado em meio a rochas do Grupo Igarapé-Bahia,
que representa uma seqüência vulcanossedimentar de baixo grau, constituída
por lavas básicas e piroclastitos na base e metassedimentos vulcanoclásticos e
pelitos laminados no topo. As vulcânicas de base são basálticas, com textura
intergranular e subofíticas, intensamente espilitizadas (Figura 32).
Estas rochas são compostas por actinolita, clorita, quartzo, albita e
epidoto. Há quatro tipos de minério:
- Vulcanossedimentar com calcopirita e pirita disseminadas em meio a
rochas sedimentares e pelitos laminados cloritizados, junto a formações
ferríferas bandadas com magnetita, fluorita e calcopirita.
- Minério hidrotermal venulado, com calcita-quartzo-calcopirita, quartzo-
magnetita-calcopirita ou quartzo calcopirita, em veios e vênulas em encaixantes
cloritizadas.
- Minério hidrotermal brechado, situado nos contatos entre sills de
quartzo diorito e rochas sedimentares ou vulcânicas máficas.
- Minério laterírico supergênicocomposto por hematita, maghemita e
goetita, junto a quantidades menores de gibbssita, caulinita e quartzo.
O corpo mineralizado é uma lente de brecha, com atitude quase vertical
e situada no contato entre rochas vulcânicas e vulcanoclásticas na base e
grauvacas laminadas no topo (Figura 32). Esta brecha apresenta fragmentos
das encaixantes superior e inferior, cimentada por clorita, siderita, magnetita e
calcopirita, além de grunerita, feldspato potássico, muscovita e stilpenomelano.
Também ocorrem pequenas quantidades de hessita, altaíta, minerais de
U e Th, molibdenita, cobaltita, cassiterita, scheelita, ferberita fluorita e ouro,
disseminados na matriz da rocha.
A zona de oxidação com ouro residual é reconhecida até 150m de
profundidade, sucedida pela zona de cimentação entre 150m e 200m, com
concentrações de cobre e ouro. A zona de oxidação apresenta reservas de

49
18,5Mt de ouro a 1,97g/t, e 9,5Mt de minério com 3,83% de cobre e 2,45g/t de
ouro na zona de cimentação.

Figura 32 – a) Mapa geológico do deposito de Igarapé-Bahia. b) Seção


geológica sobre o depósito (TALLARICO et al., 2000).

Exploração Geofísica

Sistemas com enriquecimento em magnetita podem ser facilmente


reconhecidos por levantamentos aeromagnéticos ou terrestres. Contudo, a
presença de magnetita na rocha encaixante pode dificultar a interpretação.
Depósitos enriquecidos em hematita apresentam anomalias magnéticas
de pequena expressão. Entretanto, tais depósitos apresentam elevada
densidade e são passíveis de detecção por gravimetria.
Grandes depósitos freqüentemente estão associados a lineamentos
estruturais e podem ser identificados por imagens de satélite. Depósitos com
grandes quantidades de sulfeto podem ser detectados por meio de métodos
elétricos e eletromagnéticos. Zonas de alteração ou recristalização mineral por
evento de metamorfismo dificilmente são identificáveis por geofísica.

50
Depósito de Au em rochas sedimentares
(modelo 26)

Geologia

São classificados como depósitos do tipo Carlin, caracterizados por


origem epigenética, grandes tonelagens e baixo teor em sedimentos com ouro
disseminado (HOSFRA et al., 1995).
Tipos de minério:
- Minério refratário não oxidado: ouro alojado em rochas sedimentares
carbonáticas com graus variáveis de descalcificação, desdolomitização,
silicificação, sulfetizadas ou formação de argilominerais. Ocorrem
disseminações de sulfetos minerais de ferro, arsênico, antimônio,
mercúrio e tálio, como pirita, marcassita ouropigmento e realgar.
- Minério oxidado: intemperismo natural e oxidação do minério refratado,
que resulta na formação do minério oxidado, com baixo conteúdo de
sulfetos.
- Minério jasperóide: similar ao refratário, mas altamente silicificado e
desprovido de ouropigmento e realgar. Rochas em redor são
descalcificadas e argilizadas devido ao ataque ácido de fluidos
supergenos.

Principais formas de ocorrência

Intrusão de fluídos supergenos em calcários e dolomitos principalmente.


Podem ocorrer depósitos em rochas siliciclásticas e ígneas (Figura 32)

Figura 32 – Depósito Goldstrike (Nevada, EUA), tipo Carlin (LAZNICKA, 2006).

51
Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósito Mina III – Crixás (Goiás).


Diversos depósitos de ouro estão inseridos no greenstone belt Crixás,
caracterizado por mineralizações sulfetadas estratiformes reorganizadas por
zonas regionais de cisalhamento.
O depósito de ouro Mina III é constituído por três corpos mineralizados,
encaixados em metabásicas (anfibolito xistos e quartzo-clorita-carbonatito-
muscovita xistos), metassedimentos (mármores dolomíticos recos em Fé,
xistos carbonosos, quartzo-clorita-muscovita-graqnada xistos) e por xistos
feldspáticos (Figura 33).

Figura 33 – Seção estratigráfica dos corpos mineralizados da Mina III


(FORTES et al., 2000).

As três zonas mineralizadas apresentam as seguintes características:


- Zona mineralizada superior, com lentes de sulfeto maciço encaixada
em márnores dolomíticos ferruginosos, quartzo-clorita-carbonato-sericita xistos,
pirrotita-magnetita-biotita xistos, clorita-granada xistos e biotita mármores.
- Zona mineralizada inferior, subdividida em zona com veios de quartzo
concordantes e xistos carbonosos e outra zona de xistos carbonosos com
arsenopirita e pirita próximas a veios de quartzo. Nestes locais, o ouro está
associado ao quartzo, matéria carbonosa e arsenopirita.

52
- Zona mineralizada granatífera, com veios de quartzo concordantes em
meio a quartzo-clirota-muscovita xistos, com ouro junto ao quartzo, mica,
arsenopirita e em menor proporção, calcopirita e óxidos.
As rochas apresentam alteração hidrotermal, sobretudo silicificadas,
carbonatizadas, sericitizadas e sulfetadas. Toda a seqüência está
metamorfizada na fácies anfibolito. Os corpos mineralizados totalizam 5,2Mt de
minério, com teor médio de 12,7g/t de ouro.

Exploração Geofísica

Imagens de satélites convencionais e sensores multiespectrais podem


auxiliar na definição das seqüências litológicas maiores, caracterização
estrutural e definição de áreas com alteração hidrotermal. Levantamentos
aéreos magnéticos e eletromagnéticos podem ser usados para delineamento
de contatos intrusivos, unidades litológicas, falhas e zonas de alteração.

Depósito de Ferro tipo Algoma (BIFs)


(modelo 28)

Geologia

Consiste em formações ferríferas interestratificadas com rochas


vulcânicas máficas e félsicas de fundo marinho e argilitos e folhelhos
vulcanoclásticos (CANNON et al., 1995).
O ambiente genético deste tipo de depósito são greenstone belts
Arqueanos, além de arcos de ilha e suas associações, com subseqüente
deformações de alto grau em cinturões orogênicos.
Grande parte do minério consiste em níveis oxidados interestratificados
de magnetita ou hematita e metachert. Associações menos freqüentes são
fácies com ferro em carbonatos.

Principais formas de ocorrência

53
Este tipo de depósito freqüentemente está associado a uma ampla
variedade de rochas vulcânicas e vulcanoclásticas que incluem basaltos,
andesitos, dacitos, riolitos graywackes, lamitos e folhelhos grafitosos.
A geologia dos terrenos adjacentes aos depósitos do tipo Algoma
consiste em seqüências vulcânicas submarinas com graus variáveis de
deformação (Figura 34).

Figura 34 – Depósito de ferro Plato N4E, Serra dos Carajás (Pará)


(BEISIEGEL, 1982).

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Mina São Bento, Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais).


Este depósito está situado em rochas pertencentes ao Grupo Nova
Lima, Supergrupo Rio das Velhas (Arqueano). O horizonte mineralizado está
situado num espesso pacote de mica xistos e clorita xistos grafitosos e
carbonatadas que envolvem horizontes de formações ferríferas do tipo Algoma.
O membro ferrífero basal ocorre sobre xistos grafitosos, com espessura
entre 100m e 120m, localmente designada Formação São Bento. Nesta
unidade ocorrem os quatro horizontes mineralizados do depósito (Figura 35).
Estes horizontes são separados por camadas não mineralizadas.
Na parte superior da Formação São Bento, a formação ferrífera é fácies
óxido (quartzo+magnetita), silicatado (stilpenomelano + clorita) ou carbonatado
(ankerita + siderita). Na parte basal ocorre também a fácies sulfeto, constituída
em 95% por arsenopirita + pirrotita + pirita. O ouro ocorre livre, como inclusões
e nos interstícios dos sulfetos. A reserva total da mina é da ordem de 7,7Mt de
minério, com teor médio de 11,1g/t, 1,1g/t de Ag, 3,23% de As e 5,97% de S.

54
Figura 35 – Geológia do nível 12 da mina de São Bento (ABREU et al., 1988).

Exploração Geofísica

Gravimetria e magnetometria podem ser usados para delimitação de


grrenstones belts dentro de terrenos granito-greenstones durante
levantamentos regionais, além de levantamentos de detalhe para detalhamento
de depósitos. Muitas formações ferríferas apresentam anomalias magnéticas
positivas e gravimétricas de alta amplitude, devido ao elevado conteúdo de
minerais férricos de alta densidade, como magnetita e hematita.

Depósito sedimentar exalativo de Zn-Pb-Ag (SEDEX)


(modelo 31)

Geologia

Caracterizado por lentes e corpos estratiformes de sulfetos minerais


(chumbo, zinco, +/- ferro), com poucas dezenas de metros de espessura e

55
interestratificado por rochas sedimentares químicas e clásticas de finos grãos
escuros (KELLEY et al., 1995). São depósitos que podem alcançar até alguns
quilômetros de extensão lateral.
A mineralização varia de camada única a numerosos corpos com
empilhamento vertical ou equivalentes laterais. Barita é o sulfato mineral
freqüentemente associado as zonas periféricas ou estratigraficamente acima
dos depósitos. Stockworks, disseminações ou veios mineralizados são
interpretados como zonas alimentadoras de corpos estratiformes, que muitas
vezes ocorrem abaixo ou nas adjacências do minério estratiforme,
acompanhado por alterações na rocha encaixante (Figura 36).

Figura 36 – Mina Sullivan (Pb-Zn-Ag) (Kimberley, Canadá)


(HAMILTON, 1982).

Principais formas de ocorrência

A rocha hospedeira consiste numa variedade de rocha sedimentares que


incluem argilitos carbonáticos e siltitos, calcário micrítico, além de turbiditos e
brechas de escorregamento, comumente deformadas e metamorfizadas.
Podem ocorrer unidades com tufos e rochas vulcânicas máficas.
Os principais minerais de minério associados a este tipo de depósito são
a esfalerita, galena, pirita, marcassita, pirrotita, calcopirita e arsenopirita.
Os terrenos em redor deste tipo de depósito consistem primariamente
em espessas seqüências de rochas sedimentares marinhas de águas
profundas e incluem rochas clásticas finas e carbonatos, que podem
apresentar graus variáveis de deformação.

56
Stockworks, disseminações de sulfeto e minerais alterados (silicificação
ou carbonatos de ferro), são constituintes comuns em zonas de alteração sobre
ou nos arredores de depósitos. A oxidação dos depósitos pode resultar na
formação de gossans ricos em ferro e ferruginizações nos limites de depósito.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Mina da Boquira (esgotada) (Bahia).


A Formação Boquira integra o embasamento arqueano do Supergrupo
Espinhaço, a oeste da Chapada Diamantina (Bahia). É constituído por
mármores, quartzitos, anfibolitos, formações ferríferas bandadas e clorita-
granada-biotita xistos.
Os horizontes mineralizados da mina Boquira são formações ferríferas
bandadas que gradacionam lateralmente para fácies óxido (itabiritos com
quartzo-magnetita ou silicato magnetita), para fácies carbonato-silicato
(carbonato-silicato anfibolito) e para calcários. Estão deformados por dobras e
zonas de cisalhamento observadas regionalmente, junto ao corpo mineralizado
Cruzeiro (Figura 37).
O minério é constituído por galena argentífera (teores da ordem de
260ppm de Ag) e esfalerita. Pirita e calcopirita ocorrem juntos a galena.

Exploração Geofísica

Levantamentos gravimétricos podem ser usados para delinear a


extensão de zonas ricas em barita, que por sua vez podem indicar depósitos de
sulfeto. Polarização induzida pode ser aplicado em alguns depósitos.
Imagens de sensores remotos podem ser usadas na identificação de
gossans. Métodos eletromagnéticos e magnéticos podem auxiliar na
identificação da presença de depósitos maciços de sulfeto, particularmente
aqueles que contenham grandes quantidades de pirita e pirrotita.

57
Figura 37 – a) Seção geológica sobre a mina Boquira. b) Seção geológica
sobre o corpo mineralizado Cruzeiro (FLEISCHER & ESPOURTEILLE, 1998).

Depósito de Pb-Zn tipo Mississipi Valley (MVT)


(modelo 32)

Geologia

Os depósitos MVT constituem um grupo associado a mineralizações


epigenéticas de chumbo e zinco em rochas carbonáticas (domolitos) (LEACH
et al, 1995). Ocorrem em grande parte em rochas Cambrianas a Triássicas.
Sua gênese é atribuída a orogênese de plataformas carbonáticas foreland
(entre cinturões de dobramentos) (Figura 38).

58
As características mais importantes deste tipo de depósitos são:
- Mineralizações encaixadas em dolomitos, além de calcários e arenitos;
- Minério epigenético e estratabound;
- Depósitos não associados com atividade ígnea;
- Plataformas carbonáticas limitadas por cinturões de dobramentos;
- Freqüentemente constitui numerosas ocorrências numa única área;
- Depósitos de um mesmo distrito são caracterizados por feições
geológicas semelhantes, como brechas, unidades argilosas de sistemas
deposicionais marginais (cunhas de argilito), tratos de sistemas
deposicionais (transgressivo, regressivo), falhas e altos estruturais no
embasamento que permitem a migração de fluídos de mineralização.

Figura 38 - Depósito de Bleiberg-Kreuth (Austria), com representação do


controle estratigráfico da mineralização (LAZNICKA, 2006).

Principais formas de ocorrência

A assembléia mineral predominante consiste em esfalerita, galena, pirita,


marcassita, dolomita, calcita e quartzo. Associações de alteração consistem em
dolomitização, brechas, dissolução da rocha encaixante, dissolução e
cristalização de feldspato e argilominerais. A textura dos sulfetos minerais varia
desde grãos, finos cristais, disseminações e minério maciço.

Depósitos Brasileiros Correlatos

59
- Depósito de Morro Agudo.
Este é um depósito de Pb-Zn conhecidos que ocorrem em meio a rochas
carbonatadas proterozóicas dos Grupos Bambuí e Vazantes. Morro Agudo está
situado em doleritos, cherts e brechas sedimentados na borda de um bioherma
estromatolítico, pertencentes ao Grupo Vazante.
O depósito possui vários corpos mineralizados, estratiformes,
encaixados em camadas de baixo ângulo de mergulho e limitados por
falhamentos (Figura 39).
A paragênese mineral é composta por galena, esfalerita, dolomita, pirita,
quartzo, pequena quantidade de barita e fluorita. Os sulfetos estão
disseminados em doleritos e em brechas dolomíticas. A esfalerita contém
teores de até 360ppm de cádmio.

Figura 39 – Geologia do depósito de Pb-Zn de Morro Agudo


(ROMAGNA & COSTA, 1988; CUNHA et al., 2000).

60
Exploração Geofísica

Levantamentos magnéticos podem ser usados para estudos do


embasamento. Galena e pirita são altamente condutivas e de elevada
cargabilidade, podendo ser detectados pela aplicação de métodos elétricos e
eletromagnéticos, diretamente na zona mineralizada, detecção de associações
minerais e no mapeamento de recifes carbonáticos mineralizados.

Depósito de Fe Superior (BIFs)


(modelo 34)

Geologia

Formações ferríferas do tipo Superior consistem em extensas unidades


estratigráficas de rochas ricas em ferro interestratificadas com uma ampla
variedade de rochas sedimentadas em ambiente marinho raso, que incluem
quartzitos, dolomitos, folhelhos, argilitos (CANNON et al., 1995). Ao menos
parte da seqüência sedimentar freqüentemente apresenta contato basal
descontínuo, sobre rochas cristalinas do embasamento, oriundas de antigas
margens passivas ou bacias foreland (Figura 40). Alguns depósitos são
interdigitados ou gradam lateralmente para rochas vulcânicas, além de
apresentarem idades que variam do Arqueano ao Proterozoíco Superior.
Fácies óxicas, carbonáticas e silicáticas são interestratificações
freqüentes. No entanto, fácies sulfetadas estão presentes em alguns casos.
Depósitos economicamente exploráveis são restritos ao fácies óxido.

Figura 40 – Seção da Mina Aurora (Mesabi Range, EUA) (LAZNICKA, 2006)

61
Principais formas de ocorrência

Além das rochas interestratificadas supracitadas, em alguns casos


podem estar presentes rochas vulcânicas máficas e félsicas, com ocorrências
extensivas de sills de diabásio.
Formações ferríferas do tipo superior são resultantes de processos que
envolvem sedimentação química. Sua composição química é relativamente
simples, representada basicamente por ferro e silício e por teores bastante
baixos em outros elementos. Os principais minerais são a magnetita e a
hematita, além de minerais de ganga que incluem estilpenomelana, granada,
pirita, carbonatos de ferro, anfibólios, dentre outros, diretamente condicionados
ao tipos de sedimentos depositados e ao grau de metamorfismo.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Minas de ferro da Serra dos Carajás – Pará.


São formações ferríferas cujo protominério é representado por itabiritos
(meta jaspilitos) pertencentes a seqüência vulcanossedimentar do Grupo Grão
Pará. A unidade é composta por vulcânicas máficas na base, meta jaspilitos na
posição intermediária (Formação Carajás) e basaltos e andesitos no topo. As
unidades são atravessadas por sills e diques de basalto (Figura 41).
O protominério jaspilítico ocorre em uma camada de espessura entre
100 e 400m, fácies óxido, com bandas alternadas de jaspe e de hematita +
magnetita. O minério lavrado em Carajás é secundário, originado da lixiviação
da sílica dos jaspilitos e concentração supergênica do ferro, na forma de
hematita compacta ou de goetita pulverulenta. As reservas totais estimadas
são de 18000Mt de minério, com teores entre 60 e 67% de Fe.

Exploração Geofísica

Gravimetria e magnetometria podem ser aplicados no mapeamento de


greenstones e terrenos granito-greenstones em escalas locais e regionais.
Assinaturas gravimétricas de elevada amplitude associadas a anomalias
magnéticas de elevada intensidade indicam zonas promissoras, devido as

62
características de elevadas densidade e magnetização remanente dos minerais
que constituem este tipo de depósitos.
Imagens de sensores remotos podem ser aplicadas em estudos
regionais, pois os minerais de ferro e seus produtos de alteração produzem
assinatura espectral particular.
Métodos elétricos e eletromagnéticos geralmente são inadequados em
pesquisas neste tipo de depósito devido a alta resistividade elétrica. Entretanto,
o delineamento de fácies sulfetadas associados a formação ferrífera podem ser
baseadas em nestes métodos geofísicos.

Figura 41 – Seção geológica esquemática e coluna estratigráfica geral da Serra


dos Carajás (COELHO, 1986).

63
Depósito de Mn Sedimentar
(modelo 34)

Geologia

Em semelhança aos depósitos de ferro Superior, depósitos de Mn


sedimentar são associados a seqüências marinhas rasas depositadas em
bacias anóxicas, durante eventos de elevações no nível marinho (FORCE et
al., 1995). São depósitos estratiformes, com seqüências marinhas e marginais,
onde estão presentes fácies óxicas e carbonáticas. Freqüentemente ocorrem
associados à Formações Ferríferas Bandadas (BIFs) (Figura 42).
O ambiente de deposição consiste em bacias de margens cratônicas
estáveis e alongadas.

Figura 42 – Seção da mina Mamatwan (North Cape, África do Sul)


(LAZNICKA, 2006).

Principais formas de ocorrência

A mineralização ocorre em rochas sedimentares como carbonatos,


argilitos, arenitos glaconíticos, arenitos calcários, depositados em ambiente de
bacias anóxicas transgressivas. Rochas enriquecidas em bário, cobre e fostato
ocorrem associadas aos depósitos de manganês. Depósitos redutores do tipo
argilas negras (black shales) possuem associação similar, com enriquecimento
em manganês e numa ampla gama de metais base.
Os minerais que constituem este tipo de depósito consistem
basicamente em óxidos de manganês e minerais carbonáticos, como

64
psilomelana, pirolusita, manganita, siiderita, pirita e rodocrosita, além de
glauconita e montmorilonita em depósitos de ganga.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Mina da Serra do Navio – Amapá.


Quase todo o minério do depósito é secundário, derivado do
enriquecimento supergênico de um protominério carbonático (Figura 43). Este
protominério possui entre 19% e 36% de Mn.

Figura 43 – Seção geológica representativa da mina de manganês da


Serra do Navio (RODRIGUES et al., 1986).

A unidade mineralizada pertence a uma seqüência vulcanossedimentar


deformada e metamorfizada em grau médio, do Grupo Vila Nova. Os
horizontes mineralizados primários estão dentro de xistos grafitosos,
compostos essencialmente por rodocrosita (50 a 90%), silicatos de manganês
(espessartita, rodonita, e tefroite) e a pequenas quantidades de sulfeto
(pirrotita, calcopirita, molibdenita e galena).
O minério laterítico secundário ocorre cerca de 100m abaixo da
superfície. É composto por criptomelana, pirolusita e manganita, com teores
que variam entre 30% e 56% de Mn.

65
Exploração Geofísica

Métodos geofísicos são pouco aplicados em estudos neste tipo de


depósito. Contudo, as semelhanças com depósitos de ferro sedimentar (BIFs),
permitem a aplicação de gravimetria e magnetometria.
O modelo de geobateria é aplicável para este tipo de depósito, ou seja, o
método de potencial espontâneo pode ser utilizado neste caso. Levantamentos
aeromagnéticos podem ser usados para definição de alvos ricos em minerais
magnéticos, devido a freqüente associação entre formações ferríferas
bandadas e depósitos de manganês sedimentar.
Minerais de manganês como manganita e pirolusita apresentam
densidade relativamente elevada e podem ser detectadas acumulações por
meio de gravimetria. Em casos de depósitos deformados, a sísmica pode
auxiliar na determinação da continuidade das camadas.
Depósitos de manganês maciço podem ser detectados por métodos
elétricos e eletromagnéticos, principalmente por polarização induzida, devido a
baixa resistividade e elevada cargabilidade.

Depósito Stratabound de Au em BIFs


(modelo 36)

Geologia

Este depósito consiste em concentrações de ouro e prata nativos e


sulfetos minerais como troilita, pirrotita, pirita e arsenopirita, condicionado a
camadas em formações ferríferas bandadas (DeWITT et al., 1995).
Muitos dos grandes depósitos de ouro são do tipo stratabound em
formações ferríferas, condicionado a camadas enriquecidas em sulfetos,
possivelmente oriundas de sedimentação de elementos provenientes de fontes
termais, durante deposição da formação ferrífera. A deposição de sulfetos
minerais e ouro em fundo marinho envolve condições extremamente redutoras,
num ambiente com abundancia de matéria orgânica, ferro e enxofre. O teor de
minério esta relacionado ao conteúdo de pirrotita, troilita ou arsenopirita, com

66
predomínio individual condicionado as condições físico-químicas das fontes
termais e do ambiente de deposição.

Principais formas de ocorrência

Depósitos de ouro em formações ferríferas são freqüentemente restritos


a bacias epicratonicas formadas em crátons Arqueanos a Proterozóicos. São
depósitos tipicamente contidos em sedimentos argilosos, graywackes ou fácies
carbonáticos, associados a eventos vulcânicos (Figura 44).
Metamorfismo regional subseqüente a mineralização em depósitos
stratabound pode resultar na redistribuição e concentração de minério em veios
de quartzo.

Figura 44 – Mina de Homestake (Dakota do Sul, EUA) (Noble, 1950).

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Mina de Morro Velho – Nova Lima (Minas Gerais).


Morro Velho é a maior mina de ouro da região, com mais de 470t de
ouro metal, localizada no distrito aurífero de Nova Lima, contida numa unidade
carbonatada denominada Lapa Seca. Esta unidade é composta por siderita e
ankerita, junto com quartzo, albita, sericita e sulfetos.
O ouro ocorre em bolsões de sulfeto, sobretudo junto a pirrotita, mas
também a pirita e arsenopirita. Magnetita, calcopirita, ilmenita e hematita são
acessórios. Bolsões de sulfeto estão dentro das zonas de cisalhamento com

67
foliação paralela ao acamamento, contidas na unidade Lapa Seca e, em parte,
em formações ferríferas (Figura 45).
A unidade Lapa Seca é atualmente interpretada como uma franja de
alteração hidrotermal paralela a uma zona de cisalhamento encaixada nos
riodacitos e riolitos sericitizados, cabonatados e cloritizados.

Figura 45 – Mapa geológico do nível 110 da Mina de Morro Velho


(VIEIRA & OLIVEIRA, 1988).

Exploração Geofísica

O fácies óxido apresenta elevada magnetização e densidade, podendo


ser delimitados por aeromagnetometria e gravimetria. Em fácies carbonato
anomalias aeromagnetométricas podem estar associadas a depósitos ricos em
pirrotita e troilita. Polarização induzida e diversos métodos eletromagnéticos
podem auxiliar na identificação de áreas com minério disseminado.
Rochas que contem óxidos de ferro e minerais carbonáticos podem ser
identificadas por imagens espectrométricas de alta resolução.

68
Depósito de Ouro em veios de Qz pouco sulfetados
(tipo Mother Lode) (modelo 36)

Geologia

Este tipo de depósito consiste em veios de quartzo principalmente


mineralizados em ouro, com idades que variam desde o Arqueano ao Terciário,
com baixos teores de sulfetos minerais, majoritariamente pirita, alojados em
terrenos greenstones e seqüências turbidíticas metamorfizados em fácies xisto-
verde (GOLDFARB et al., 1995). A rocha encaixante costuma apresentar
abundância em minerais carbonáticos e sulfetos, além de quartzo e sericita,
com halos de alteração enriquecidos em arsênio e antimônio (Figura 46).

Figura 46 – Seção da Mina Bendigo (Central Victoria, Austrália)


(WILLMAN & WILKINSON, 1992)

Depósitos Arqueanos estão freqüentemente alojados em basaltos


metamorfizados (grenstones), rochas vulcânicas ultramáficas (komatiitos),
vulcânicas félsicas e intrusões granitóides, com mineralizações preservadas
em blocos cratônicos. Depósitos Fanerozóicos ocorrem em folhelhos e
graywackes deformados, depositados em margens continentais orogênicas.

Principais formas de ocorrência

Tais depósitos são restritos a rochas de médio grau metamórfico, em


geral fácies xisto-verde. Depósitos de elevada tonelagem costumam ocorrer
associados com estruturas como dobramentos e falhamentos.

69
O minério ocorre em veios de quartzo ou em zonas de sulfetação na
rocha encaixante. O ouro está presente em grãos, pepitas e vênulas, mas em
alguns depósitos ocorre sob a forma de stockworks com vênulas centimétricas.
Os minerais de sulfeto ocorrem em finas disseminações nos veios e rocha
encaixante, com casos de pequenas acumulações de arsenopirita maciça,
comumente associadas aos halos de alteração.

Depósitos Brasileiros Correlatos

- Depósito Mina III – Crixás (Goiás) (Modelo 26).


- Depósito de Cu e Au de Igarapé Bahia – Serra dos Carajás (Pará)
(modelo 25 e 29).

Exploração Geofísica

Zonas de alteração ou silicificação na rocha encaixante são abundantes


em sulfetos minerais, onde podem ser aplicados métodos elétricos e
eletromagnéticos. As zonas silicificadas são altamente resistivas, enquanto que
acumulações de sulfetos minerais podem produzir anomalias de cargabilidade.
Eventualmente, elevadas concentrações de magnetita pode ser
detectada em levantamentos magnéticos.

Sistema Mineralizador Laterítico

O intemperismo das rochas mobiliza minerais, elementos e substâncias


químicas. As transformações pelas quais passam as rochas podem resultar na
reconcentração de minerais ou elementos, produzindo novos depósitos
minerais. Os produtos de intemperismo variam conforme o ambiente e estão
condicionados ao tipo de rocha, clima, relevo e vegetação.

Sistema Geológico

Sobre a rocha inalterada ocorre uma zona de alteração caracterizada


pela preservação da rocha, cujo produto são saprolito. O pH da água é neutro e

70
a alcalino e o Eh é redutor neste horizonte, pois a permeabilidade deste
ambiente é bastante baixa. Na base dos saprolitos ocorrem matações de rocha
alterada (Figura 47).

Figura 47 – Perfil laterítico típico (BIONDI, 2003).

Os fragmentos de rocha diminuem em tamanho e dimensão sentido a


superfície, concomitante ao predomínio de argilominerais e minerais resistentes
ao intemperismo, produzidos pela alteração da rocha abaixo.
Na extremidade superior do estrato saprolítico está assentado o nível
freático livre e em muitos casos, este nível está contido no estrato saprolítico.
Neste estrato pode ocorrer a precipitação de substâncias lixiviadas dos
horizontes superiores, que podem resultar numa zona de cimentação.
Acima do dos saprolitos ocorre a zona manchada e a duricrosta, ambas
contidas na zona de oxidação, na qual a água meteórica circula rapidamente,
que resulta num ambiente com pH neutro a ácido e Eh neutro a oxidante. Nesta
zona não há preservação de vestígios de estruturas rochosas.
A água da chuva lixívia este intervalo e carrega substâncias em solução.
Substâncias não solúveis como o ferro, permanecem sob a forma de
concentrados e constituem a duricosta. A zona manchada consiste numa
frente de ferruginização que marca a posição futura da duricosta.
O progresso da lixiviação sentido a zona de oxidação produz o
rebaixamento da superfície, avanço da duricosta e aumento da zona de
oxidação. Todas as unidades são recobertas por solos orgânicos (Figura 48).

71
Figura 48 – Evolução de perfil laterítico (BIONDI, 2003).

Processo de concentração residual

Ocorre quando os processos de intemperismo provocam a lixiviação de


determinadas substâncias minerais e preservação de outras. As substancias
não lixiviadas que permanecem na rocha resultam em resíduos de lixiviação ou
minérios de concentração residual, classificados em três tipos principais:
- Concentração residual de substâncias químicas a partir de rochas,
como por exemplo, bauxitas provenientes de sienitos, basaltos ou margas ricos
em Al; garnieritas provenientes de rochas ultramáficas ricas em Ni e Co;
duricrostas ferro-manganesíferas provenientes de de xistos, quartzitos ou
calcários ricos em espessartita ou rodocrosita (Mn).
- Concentrações residuais de minerais resistatos a partir de rochas,
como lixiviação e dissolução de carbonatos e concentrações de minerais como
pandaíta (Nb), apatita (P), anatásio, rutilo e ilmenita (Ti), monazita e florencita
(P e ETR). Lixiviação de cúpulas graníticas e pegmatóides, com gerações de
concentrações de columbita-tantalita (Ta e Nb), cassiterita (Sn), zirconita (Zr),
xenotímio e torita (ETR, TR, U).
- Concentrações residuais de substâncias químicas e minerais
resultantes do intemperismo de depósitos minerais, como ouro em gossans ou

72
chapéus de ferro; malaquita e azurita (carbonatos de cobre) e smithsonita
(carbonato de zinco) em depósitos de sulfeto disseminado.

Processo de concentração supergênica

Concentração de elementos ou substâncias químicas mobilizadas da


zona oxidada, geradas por intemperismo superficial de rochas ou corpos de
minérios situados acima do nível freático, e precipitados na zona de
cimentação, abaixo da superfície freática, em horizontes saprolíticos ou
próximos do minério primário:
- Concentração supergênica de substâncias químicas a partir de rochas:
minérios maciços como hematita compacta, formada pela lixiviação de jaspilitos
ou itabiritos e precipitação de ferro em zonas de circulação restrita.
- Concentrações supergênicas de substâncias químicas causadas pelo
intemperismo de depósitos minerais: depósitos de sulfeto de cobre e de cobre
e níquel como calcopirita ou pentlandita, transformados em sulfatos e
carreados para as águas subterrâneas e recristalizados como novos sulfetos
de cobre (calcosita, covelita) e níquel (violarita).

Tipos de Depósitos

Depósitos residuais e supergênicos

- Níquel e cobalto (garnieríticos): depósitos superficiais com corpos


mineralizados estratiformes geralmente sobre seqüências greenstone, com
espessuras entre 0 a 50m, com teores médios de 1,4% de Ni e 0,066% de Co.
- Níquel sulfetado: alterações sobre rochas ultrabásicas resultam em
reconcentrações e aumento de teores em relação ao minério primário.
- Bauxita: são lateritas formadas por minerais de alumínio e
concentrações restritas de gálio, derivados de rochas alumino-silicatadas como
nefelina-sienitos ou fonólitos (teor médio de 45% de Al2O3) e derivados de
rochas carbonatadas (teor variável entre 39% e 59%).

73
- Ferro: muito comuns e extensos, mas pouco explorados devidos aos
baixos teores de ferro, exceto quando sobre formações ferríferas. Associados a
depósitos do tipo Algoma e Superior.
- Manganês: ocorre sobre depósitos manganesíferos, por intemperismo
residual de minerais como espessartita e rodocrosita.
- Ouro: formam depósitos estratiformes lenticulares em lateritas sobre o
depósito primário, com presença de pepitas neoformadas.
- Cobre: devido a grande mobilidade geoquímica, os minerais de cobre
sulfetado são facilmente alterados por processos intempéricos superficiais.
Depósitos de cobre pórfiro freqüentemente apresentam concentrações
supergênicas, normalmente como sulfetos secundários na zona de oscilação
do nível freático e formam corpos lenticulares.
- Fosfato em carbonatitos: as maiores minas de fosfato brasileiras
resultam de concentrações residuais de apatita sobre carbonatos, em
profundidades que podem atingir 100m, freqüentemente sobre uma cobertura
residual com 30m de espessura em média, com baixos teores de P2O3. O
mineral de minério é a fluorapatita, que ocorre disseminada ou em veios.

Exploração geofísica

Devido a associação entre a ocorrência de depósitos residuais sobre


depósitos primários, os métodos geofísicos aplicáveis na pesquisa de corpos
primários podem ser utilizados para detecção de alterações residuais.
Em casos específicos, como o mapeamento de concentrações de
minerais metálicos em lentes ou camadas subterrâneas rasas, o método de
GPR pode ser empregado com sucesso, devido a atenuação de sinal.
Métodos elétricos e eletromagnéticos também podem ser empregados,
que podem requerem o uso de arranjo de aquisição em detalhe ou elevadas
freqüências de onda eletromagnética, para aumento da resolução e limitação
da profundidade. Ensaios de gamaespectrometria e magnetometria com malha
de pontos densa possibilitam o detalhamento e a identificação de zonas de
concentração mineral.

74
Sistema Mineralizador Sedimentar Continental

Este sistema considera todo ambiente em que haja acúmulo de


sedimentos sem a influência da água do mar.

Depósitos Eólicos

São depósitos raros, freqüentemente associados a sedimentação de


areias com ilmenita, rutilo, monazita, zirconita, retrabalhados pelo vento.

Depósitos lacustres e em planícies de inundação

Salar

Concentrações salinas superficiais de grande escala localizadas em


ambientes vulcânicos de regiões desérticas.
A alta solubilidade dos sais e a mobilidade constante da água do solo e
rochas por evapotranspiração resultam em crostas de sais formadas após a
secagem de lagos, além de fraturas de retração e tectônica, que constituem
diques de sal e elevada pureza e teores.
Constituem grandes concentrações de sais de lítio, iodo, nitratos,
cloretos, sulfatos e boratos.

Turfa, Linhito e Carvão Mineral

A vegetação morta e enterrada sob as águas de regiões alagadas após


glaciações, passa por um longo processo de modificações químicas e físicas
(Figura 49). Este processo permite a transformação sucessiva da matéria
orgânica em turfa  linhito  carvão mineral  antracito.
Os teores de carvão aumentam conforme ocorre a maturação da matéria
orgânica fossilizada. Na turfa há 50% de C, no linhito há cerca de 70% de C e
no carvão os teores podem chegar a 80%. Na hulha o teor pode atingir 88% e
no antracito 96%.
A espessura inicial da camada de vegetação morta pode ser reduzida
em até 30 vezes, até a geração de carvão mineral. Os depósitos são acamados

75
e lenticulares, com espessura de poucos centímetros a até 40m e extensões de
até vários quilômetros quadrados.

Figura 49 – Seqüência esquemática de formação de carvão mineral


(BIONDI, 2003).

Argilas

Depósitos de argilas são concentrações de minerais clásticos com


granulometria fina (abaixo ou igual a 2µ), constituídos predominantemente por
silicatos de alumínio (caulinita), ferro e magnésio (smectitas, cloritas e
vermiculitas) ou potássio (ilitas).
Os depósitos de argilominerais sedimentares formam camadas com
espessura métrica e extensões horizontais muito variadas.

Depósitos Fluviais

Aluviões e terraços aluvionares recentes

Apresentam formato variado e dependente do ambiente de geração, que


pode variar de barreiras naturais, quedas d’água, meandros ou confluências de
rios (Figura 50).

76
Os depósitos são lenticulares, alongados ou equidimensionais, bolsões
ou formas irregulares. Terraços aluvionares podem apresentar mineralizações
de ouro, diamante, cassiterita e platinóides, além de minerais como rutilo,
ilmenita, columbita-tantalita, monazita, dentre outros (Figura 51).

Figura 50 – Ambientes de formação de depósitos aluvionares (BIONDI, 2003).

Figura 51 – Tipos de terraços aluvionares (BIONDI, 2003).

Depósitos Brasileiros Correlatos

Depósitos de argilas cerâmicas.


- Depósitos de argila caulinítica tipo ball clay de São Simão (SP).
A região do vale do rio Tamanduá (SP) concentra as reservas mais
importantes de argilas tipo ball clay devido a qualidade e pureza do minério.

77
Confere a cor branca à cerâmica após a queima, além de fornecer plasticidade
e resistência mecânica as peças.
São argilas sedimentares cauliníticas, plásticas, com matéria orgânica e
baixo teor de ferro. Formam lentes de argila puras em meio a arenitos finos a
médios, recobertos por uma espessa camada de turfa (Figura 52).

Figura 52 – Geologia dos depósitos de argila tipo Ball Clay


no vale do rio Tamanduá (SP) (TANO et al., 1997).

As argilas orgânicas mais importantes ocorrem em meio a argilas


cauliníticas em grande parte das ocorrências, com abundância de restos
vegetais, indicativo de ambiente de deposição em planícies de inundação.

Depósitos aluvionares de diamante.


- Depósitos de diamante das regiões ao alto e médio Jequitinhonha (MG)
Estes depósitos são constituídos por metaconclomerados pertencentes a
Formação Sopa-Brumadinho, sedimentados em ambientes deposicionais do
tipo planícies e leques aluviais controlados por falhamentos. Os maiores
depósitos ocorrem em aluviões recentes (Figura 53).
Estimativas de produção desde 1730 até os dias atuais apontam para
cerca de 15 milhões de quilates, ou seja, 3 toneladas de diamante. O teor
médio dos depósitos varia entre 0,01 e 0,04 quilates/m3.
As regiões mineralizadas são constituídas por cascalho, recoberto por
areias estéreis e intercalado com areias argilosas (Figura 54).

78
Os minerais indicadores da mineralização são cianita, turmalina,
ilmenita, hematita, magnetita, anatásio, rutilo, fosfatos, azurita, quartzo, pirita
limonitizada e silimanita

Figura 53 – Aluviões diamantíferos do rio Jequitinhonha


(CHAVES & UHLEIN, 1991).

Figura 54 – Seção geológica de aluviões diamantíferos do rio Jequitinhonha


(CHAVES & UHLLEIN, 1991).

79
Depósitos aluvionares de Ouro e Urânio.
- Depósito de Serra da Jacobina (BA).
São paleo-aluviões sedimentados sobre gnaisses arqueanos e reunidos
no Grupo Jacobina. Estes depósitos são constituídos por rochas sedimentares
clásticas grosseiras, verticalizadas, cortadas por intrusões ultramáficas.
As maiores concentrações de ouro estão na Formação Serra do
Córrego, composta essencialmente por conglomerados e seixos de quartzo,
com blocos de chert e quartzito, com disseminações de pirita (Figura 55).
O urânio ocorre sob a forma de uraninita e brannerita e o ouro como
clastos arredondados. Esporadicamente ocorrem calcosita, bornita, covelita,
calcopirita, esfalerita, galena e molibdenita. Os minerais pesados presentes nas
regiões mineralizadas são zircão, monazita, torita, magnetita e cromita.
A mineralização é atribuída a processos hidrotermais epigenético
derivado da cristalização de magmas graníticos peraluminosos pós-colisional,
ocorrido a cerca de 1,9Ga.

Figura 55 – Depósitos de ouro e urânio de Serra da Jacobina


(LEDRU & BOUCHOT, 1993)

80
Exploração Geofísica

Depósitos eólicos e salares podem ser identificados por análise de


sensores remotos quando expostos em superfície. Estudos específicos nestes
depósitos podem ser realizados por meio de métodos Eletromagnéticos, com
destaque para o método de Radar de Penetração no Solo, que apresenta ótima
penetração em terrenos resistivos de com ausência de umidade. Métodos
elétricos são desaconselhados devido à elevada resistividade nestes depósitos.
Depósitos de carvão podem ser investigados por métodos Elétricos e
Eletromagnéticos, pois são freqüentemente associados a estratos contínuos.
Em áreas cujo contexto estrutural seja complexo, que resulte em alterações no
padrão estratificado, é recomendado Sísmica e métodos Potenciais.
Depósitos aluvionares recentes constituem acumulações minerais
superficiais ou de pequena profundidade. Depósitos de argilominerais podem
ser investigados por meio da aplicação de métodos Elétricos e
Eletromagnéticos, com destaque para os métodos de Eletrorresistividade e
Eletromagnético no domínio do Tempo. O método de Radar de Penetração no
Solo também pode ser aplicado com sucesso, principalmente devido a zona de
sombra produzida pela atenuação do sinal sobre camadas muito condutivas.
Depósitos aluvionares de diamante são de difícil prospecção por
geofísica devido à ausência de propriedades físicas passíveis de medição.
Neste caso, são recomendados estudos de sedimentologia e estratigrafia para
o estabelecimento de eventuais relações entre camadas específicas e
acumulações minerais e, posteriormente, a seleção de métodos geofísicos que
permitam o reconhecimento desta camada por meio do contraste de
propriedades quando possível. O método GPR quando aplicado com antenas
de alta freqüência, pode ser eficiente em alguns casos, além de métodos
Elétricos e Eletromagnéticos com arranjos de campo de alta resolução.
Acumulações de cassiterita freqüentemente ocorrem em horizontes
deposicionais específicos dentro de um depósito e podem ser detectados por
meio de GPR e métodos Elétricos e Eletromagnéticos.
Ocorrências de ouro e outros metais podem ser detectadas por meio de
métodos Elétricos e Eletromagnéticos, com destaque para Polarização
Induzida, Eletrorresistividade, Eletromagnético no domínio do Tempo e GPR.

81
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