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DE
EXPLORAÇÃO MINERAL
2009
2
Índice
Introdução .................................................................................................................................. 4
Métodos Geofísicos ......................................................................................... 4
Aplicabilidade da geofísica em prospecção mineral ........................................ 9
Gravimetria ......................................................................................................................... 11
Magnetometria.................................................................................................................... 12
Gamaespectometria ........................................................................................................... 13
Sísmica ............................................................................................................................... 13
Termometria ....................................................................................................................... 14
Métodos Elétricos e Eletromagnéticos ............................................................................... 14
Sensoriamento Remoto ...................................................................................................... 15
Modelos de Depósitos Minerais..................................................................... 16
Conceitos Básicos .............................................................................................................. 16
Classificação....................................................................................................................... 18
Depósitos de Sulfeto Magmático........................................................................................ 19
Depósitos de Asbestos em Serpentinitos e Carbonatitos .................................................. 23
Depósitos de Carbonatitos ................................................................................................. 26
Depósitos de Tório e Elementos Terras Raras em veios................................................... 28
Depósitos de W e Sn em veios e greisen .......................................................................... 30
Depósitos de Cobre Pórfiro ................................................................................................ 32
Depósitos de Cu, Au e Pb/Zn em Skarn............................................................................. 34
Depósitos Polimetálicos em veios e remobilizados............................................................ 37
Depósitos de sulfeto maciço associado a rochas vulcânicas (VMS) ................................. 39
Depósitos em veios epitermais tipo Creede, Comstock e Sado ........................................ 42
Depósito de Sn em riolitos.................................................................................................. 45
Depósito de óxidos de Fe-Ti e Cu-U-Au-ETR .................................................................... 47
Depósito de Au em rochas sedimentares........................................................................... 51
Depósito de Ferro tipo Algoma (BIFs) ................................................................................ 53
Depósito sedimentar exalativo de Zn-Pb-Ag (SEDEX) ...................................................... 55
Depósito de Pb-Zn tipo Mississipi Valley (MVT) ................................................................ 58
Depósito de Fe Superior (BIFs).......................................................................................... 61
Depósito de Mn Sedimentar ............................................................................................... 64
(modelo 34)......................................................................................................................... 64
Depósito Stratabound de Au em BIFs ................................................................................ 66
Depósito de Ouro em veios de Qz pouco sulfetados ......................................................... 69
Sistema Mineralizador Laterítico ........................................................................................ 70
Processo de concentração residual............................................................... 72
Processo de concentração supergênica........................................................ 73
Tipos de Depósitos ......................................................................................... 73
Exploração geofísica .................................................................................................. 74
Sistema Mineralizador Sedimentar Continental................................................... 75
Depósitos de argilas cerâmicas. ........................................................................ 77
Depósitos de argila caulinítica tipo ball clay. ......................................................... 77
Depósitos aluvionares de diamante. ................................................................... 78
Depósitos aluvionares de ouro e urânio. .............................................................. 80
Exploração geofísica .................................................................................................. 81
Referencias.................................................................................................... 82
3
Introdução
Métodos Geofísicos
4
- Campo artificial: métodos que envolvem a geração de campo elétrico
ou eletromagnético local para uso de forma análoga ao campo natural,
ou como para um dos mais importantes métodos geofísicos, que envolve
a geração de ondas sísmicas e medidas do padrão de propagação e
velocidades em subsuperfície, cujos resultados permitem o mapeamento
da distribuição de camadas e estruturas em subsuperfície.
A aplicação de métodos de campo natural geralmente resulta em
informações de propriedades físicas terrestres a grandes profundidades e são
logisticamente simples em relação aos métodos de campo artificial. Entretanto,
estes últimos promovem um alto grau de detalhamento.
Levantamentos geofísicos podem ser realizados em sob a terra, água e
no ar. O elevado custo empregado em levantamentos aéreos ou aquáticos
torna ambas as aplicações restritas a grandes projetos.
O tipo ou propriedade física ao qual o método foi desenvolvido é
determinante a sua gama de aplicações. Por exemplo, a magnetometria é
altamente aplicável para a localização de corpos de minerais metálicos em
profundidade devido a elevada susceptibilidade magnética destes materiais. De
forma similar, a sísmica de reflexão ou os métodos elétricos são susceptíveis a
determinação do nível freático devido a rocha saturada ser distinguível da
rocha seca por elevada velocidade sísmica e elevada resistividade elétrica.
Os métodos geofísicos são freqüentemente aplicados de forma
combinada. Deste modo, a pesquisa de acumulações de minerais metálicos
freqüentemente utiliza levantamentos aéreos magnéticos e eletromagnéticos.
De forma similar, a rotina de reconhecimento de margens continentais antigas
freqüentemente incluem levantamentos simultâneos de magnetometria,
gravimetria e sísmica. Durante a interpretação dos resultados, a combinação
de parâmetros possibilita a redução da ambigüidade.
A aplicação de métodos geofísicos diversos numa determinada área
deve seguir alguns critérios. È recomendado o uso de métodos de ampla
cobertura de forma preliminar, como a gravimetria, magnetometria ou
eletromagnéticos, seguido por métodos que requeiram uma logística mais
elaborada, como os métodos elétricos ou sísmicos.
Levantamentos em alto mar podem ser iniciados por estudos do campo
gravitacional, que podem revelar a presença e a extensão de bacias
5
sedimentares e eventuais estruturas, a serem investigadas subseqüentemente
por sísmica. A escolha de métodos preliminares e subseqüentes deve ainda
considerar a presença de ruídos ou interferências aos quais estejam sujeitos o
método ou métodos selecionados.
Pesquisa de hidrocarbonetos, prospecção de metais e estudos
ambientais são as áreas de maior aplicação dos métodos geofísicos. A sísmica
é o método geofísico com maior aponte de recursos financeiros devido a seu
uso rotineiro na exploração de hidrocarbonetos, com ampla aplicação em
estudos de bacias sedimentares e alvos para prospecção de óleo e gás.
Entretanto, os métodos sísmicos são inadequados em estudos sobre
rochas ígneas ou metamórficas, superfícies irregulares ou estruturalmente
complexos, características freqüentemente encontradas em terrenos com
jazidas de minerais metálicos. Nestes casos, usualmente são aplicados
métodos magnéticos e eletromagnéticos.
Embora a geofísica exija uma metodologia complexa e cálculos
matemáticos relativamente avançados de tratamento e interpretação, muitas
informações podem ser derivadas pela análise dos dados de campo.
Como exemplo, segue uma aplicação da geofísica no estudo de uma
feição geológica peculiar:
Domos de sal são estruturas formadas por intrusão em camadas
adjacentes devido a baixa densidade do material constituinte e habilidade de
movimentação ou fluxo, oriunda de camadas de sal e que resultam em corpos
aproximadamente cilíndricos. A penetração do material salino numa camada
sobreposta arquiteta uma estrutura arqueada e de extremidade dômica. Um
domo salino possui propriedades físicas distintas dos sedimentos em redor e
que possibilitam sua detecção e caracterização por métodos geofísicos.
Tais propriedades são: baixa densidade relativa, susceptibilidade
magnética negativa, relativamente elevada velocidade de propagação de ondas
sísmicas e alta resistividade elétrica.
A baixa densidade em relação aos sedimentos em redor caracteriza o
domo salino como uma anomalia de massa. O campo gravitacional é
perturbado por variações de massa nos materiais geológicos, que caracterizam
domos salinos por valores de campo gravitacional negativo (Figura 1).
6
A leitura de campo gravitacional deve ser corrigida com relação dos
efeitos resultantes da rotação terrestre, irregularidade de relevo e geologia
regional, cujos contornos refletem somente variações de densidade em
estruturas rasas numa área, produzidas por estruturas ou corpos localizados.
7
Figura 2 – Isovalores de campo gravitacional sobre o Grande domo salino
(Texas – EUA). Contorno em nT. A área cinza é uma projeção do domo em
profundidade (PETERS & DUGAN, 1945 apud KEAREY et al., 2002).
8
com introdução de corrente elétrica em profundidade e leitura da diferença de
potencial gerada e calculo da resistência. Contudo, métodos de indução
galvânica são restritos a pequenas profundidades.
Grandes profundidades de penetração podem ser atingidas por meio de
leituras do campo elétrico natural terrestre, a partir do método Magnetotelúrico.
Tais correntes fluem a grandes profundidades no interior terrestre e sob a
ausência de materiais anômalos apresenta fluxo paralelo a superfície.
Domos salinos são caracterizados pela elevada resistividade, cuja
presença no meio geológico produz uma distorção do campo elétrico para seus
limites em redor. Este fenômeno produz um gradiente de potencial entre o
centro do domo e os sedimentos em redor, que resulta num contraste de
valores e em sua detecção. O formato das isolinhas produzidas pela
interpolação de medidas de resistividade elétrica é bastante próximo do
formato do corpo salino (Figura 4).
9
O uso da geofísica em prospecção mineral visa essencialmente o
reconhecimento de variações do parâmetro físico medido, em relação aos
valores naturais para a região de estudo. Tais variações podem estar
associadas a atributos locais, gerados a partir de materiais de subsuperfície
com propriedades físicas distintas. Variações locais deste tipo são
denominadas de anomalia geofísica.
Anomalias geofísicas podem apresentar diferentes formatos e não
necessariamente posicionadas no centro da fonte (Figura 5).
10
Tabela 1 – Principais métodos geofísicos aplicáveis em prospecção mineral e
estudos geológicos (HOOVER et al., 1995).
Gravimetria
11
campo regional do campo medido, que resulta numa anomalia gravitacional
correlacionável com corpos geológicos de densidade contrastante.
Anomalias gravitacionais positivas são associadas a ocorrência de
corpos rasos de elevada densidade, enquanto que anomalias negativas são
associadas corpos rasos de baixa densidade.
Em prospecção mineral, acumulações de alta densidade são
representados por corpos de cromita, hematita e barita, que resultam em altos
gravimétricos. Em contraste, acumullações de baixa densidade são
representados por corpos de halita, kimberlitos intemperizados e diatomáceas,
que resultam em baixos gravimétricos.
A gravimetria permite ainda uma estimativa da massa anômala total, ou
seja, tonelagem total responsável pela anomalia. A gravimetria e a
magnetometria são métodos que permitem somente a detecção de contrastes
laterais de densidade ou magnetização.
Em contrapartida, são métodos de elevado rendimento em campo
quando comparados aos métodos elétricos ou sísmicos, que por sua vez
possibilitam a detecção de contrastes verticais e laterais, por variações de
resistividade e velocidade da onda sísmica.
Aplicações de gravimetria em prospecção mineral incluem a
identificação de litotipos, estruturas e jazimentos minerais. A detecção de
corpos de pequena dimensão está condicionada aos objetivos do levantamento
e a respectiva malha de amostragem.
Magnetometria
12
Anomalias magnéticas podem descrever corpos ígneos ou rochas
sedimentares com minerais magnéticos, além de alterações secundárias pela
introdução ou remoção de minerais magnéticos por processos geoquímicos ou
bioquímicos. Anomalias magnéticas de intensidade considerável podem ocorrer
em sistemas hidrotermais atuais ou antigas zonas hidrotermais mineralizadas.
A magnetometria pode ser aplicada de forma direta em pesquisas de
jazidas de ferro, como corpos de magnetita ou formações ferríferas bandadas
(BIFs), alem de oferecer indicações de feições e estruturas indiretamente
associadas a mineralizações, como formato de barras de canais que
contenham minerais magnéticos, coberturas laterítica associados a
acumulações de ferro, níquel e cobalto, dentre outros.
Gamaespectometria
Sísmica
13
A sísmica de reflexão permite um detalhamento estrutural refinado
enquanto que a sísmica de refração promove estimativas precisas da
profundidade de litofácies por diferenças de impedância acústica.
A refração pode ser empregada na prospecção de ouro aluvionar devido
a baixa velocidade da onda sísmica dos sedimentos inconsolidados.
Termometria
14
A eletrorresistividade é aplicada em pesquisas de uma grande variedade
de tipos minerais. Sulfetos maciços apresentam baixa resistividade, enquanto
que sistemas hidrotermais podem ser identificados devido a baixa resistividade
das argilas em freqüentemente presentes deste sistema. O amplo intervalo de
variação de resistividade dos materiais terrestres permite seu uso na
identificação de litotipos e estruturas que podem controlar mineralizações.
Os métodos eletromagnéticos realizam medidas de condutividade
elétrica por meio de induções de campo eletromagnético. È tradicionalmente
empregado em pesquisas de sulfeto maciço, que por sua vez é caracterizado
por anomalias de alta condutividade. Levantamentos aéreos são utilizados em
grande escala para detecção de diversos tipos de minerais metálicos,
mapeamento estrutural e litológico.
O método de polarização induzida possibilita a detecção de minerais
polarizáveis como sulfetos metálicos, argilominerais e zeólitas. Este método é
amplamente aplicado na prospecção de sulfetos disseminados com até 0,5%
de teor, além de zonas de fratura com alteração hidrotermal e concentração de
argilominerais e caracterização estratigráfica.
O potencial espontâneo é um método de campo natural, muitas vezes
associado a presença de jazimentos de minerais metálicos, principalmente
sulfetos, além de zonas com fluxo térmico e movimentação de águas
subterrâneas.
Sensoriamento Remoto
15
Modelos de Depósitos Minerais
Conceitos Básicos
16
Corpo de minério é um termo referente ao volume específico de material
com potencial de extração num depósito mineral, sob condições de razoáveis
de custo de extração, beneficiamento, transporte e preço mínimo de venda.
Muitos depósitos minerais são inexplorados devido a ocorrência de ao menos
um dos fatores supracitados.
Teor representa a média de concentração de minério em relação ao
volume total de rocha. Teor de corte representa a concentração ou teor mínimo
requerido para operacionalização de uma mina em termos de custos.
O teor de um jazimento comumente definido durante a etapa de
prospecção, enquanto que o teor de corte resulta do cruzamento do teor com
os custos de extração, operação e venda do minério. O cálculo de reserva
consiste no volume de minério com teor superior ou igual ao teor de corte.
A determinação do teor de corte é algo variável, pois a medidas em que
as atividades de prospecção são desenvolvidas, novos depósitos são
eventualmente são encontrados numa área de pesquisa e incorporados ao
cálculo de reservas, podendo diminuir o teor de corte.
O grau de incerteza associado ao depósito mineral devido a
condicionantes geológicos ou estágio prematuro das atividades de pesquisa
permite classificá-lo em reserva medida, indicada e inferida.
Reserva medida representa o volume de minério dimensionado por
análises em amostras de solo e rocha de superfície e de subsuperfície, com
teor detalhado em malha de amostragem adequada e variação máxima de 20%
em relação a quantidade verdadeira, pois meio de dados de produção.
Reserva indicada resulta do cálculo parcial de reserva a partir de
amostras específicas, malha de amostragem irregular e dados parciais de
produção, parcialmente extrapolados.
Reserva inferida é uma estimativa baseada nas características
geológicas de depósito mineral por meio de algumas amostras de campo.
Materiais com possibilidade de aproveitamento econômico num depósito
mineral são denominados recurso potencial.
O termo modelo no contexto de prospecção mineral consiste num
arranjo sistemático de informações que descrevem atributos essenciais ou
propriedades que caracterizam uma classe de depósitos minerais. Um modelo
pode ser empírico ou descritivo, produzido pela associação de diversos
17
atributos cujas relações são desconhecidas (Figura 6). Um modelo também
pode ser teórico ou genético, onde os atributos são interrelacionados por meio
de conceitos fundamentais (Figura 6).
A B
Figura 6 – A) Modelo descritivo de pipe vulcânico (MASON, 1953). B) Modelo
genético de um depósito de sulfeto maciço de associação vulcânica, com
ocorrências de pirita, galena e calcopirita (MIRSA, 1999).
Classificação
18
Depósitos de Sulfeto Magmático
(modelos 1, 2, 5, 6 e 7)
Geologia
19
Principais formas de ocorrência
Exploração Geofísica
20
Grandes massas de sulfeto podem ser detectadas por sísmica de
refreção, mas como método geofísico acessório. Concentrações de sulfeto
mineral e rochas máficas e ultramáficas costumam apresentar alta densidade e
são passíveis de detecção por gravimetria.
Imagens de sensores remotos podem auxiliar na identificação de áreas
mineralizadas, especificamente em estruturas geológicas promissoras a
concentração de minérios.
21
cisalhamentos, culminando na forma alongada e do corpo mineralizado e
estirada dos minerais (Figura 9).
22
pirrotita e pirita. As rochas sedimentares são interacamadadas com rochas
vulcânicas máfico-ultramáficas e com metatufos, com estruturas preservadas.
Os minerais de minério predominantes são a pirrotita, pentlandita e
calcopirita, que constituem 30% do minério. Na superfície ocorre um chapéu de
ferro (gossan) com uma zona oxidada na qual todos os sulfetos foram
transformados em sulfatos e óxidos, com zona de cimentação composta por
violarita e pirrotita, que grada para o minério primário.
Geologia
23
Figura 10 – Seção do prospecto de asbesto Diablo (ROHRBACHER, 1973).
Exploração Geofísica
24
stockworks em meio aos magnetita-antigorita-lizardita serpentinitos verdes,
junto a fraturas de extensão desenvolvidas em zonas de cisalhemento.
25
Depósitos de Carbonatitos
(modelo 10)
Geologia
Exploração Geofísica
26
Depósitos Brasileiros Correlatos
27
Depósitos de Tório e Elementos Terras Raras em veios
(modelo 11)
Geologia
28
Exploração Geofísica
Depósitos Brasileiros
29
Depósitos de W e Sn em veios e greisen
(modelo 15)
Geologia
Exploração Geofísica
30
eletrorresistividade, podem auxiliar na detecção e diferenciação entre o
substrato granítico e mineralizações.
31
Depósitos de Cobre Pórfiro
(modelo 17)
Geologia
32
Figura 20 – Depósito El Teniente (Chile), classificado como um dos maiores
depósitos de cobre em atividade (CAMUS, 1975).
33
A calcopirita é o único mineral de minério importante do depósito, mas
também ocorrem intercrescimentos de pirita, magnetita, bornita, esfalerita,
galena e ouro. A calcopirita e pirita estão disseminadas na rocha e não se
concentram em veios de quartzo. Também ocorrem disseminações de
hematita, ilmenita, magnetita e pirrotita. Estes minerais se concentram de forma
zonada em torno do minério.
O teor de magnetita decresce sentido as bordas da área mineralizada e
desaparece além desta área. Ainda há estaurolitas xistos, epidositos,
microclínio xistos e magnetita-pirita-quartzo-sericita xistos associados ao
minério, considerados hidrotermalitos metamorfizados.
Exploração Geofísica
Geologia
34
Alguns depósitos deste tipo são fonte de metais base e preciosos, como
titânio, tungstênio e ferro. Constituem depósitos minerais de elevada
temperatura por atividade magmática-hidrotermal associada a tectônica
orogênica de plútons granitóides.
Os processos responsáveis pela formação de skarns incluem:
- Metamorfismo de contato durante a intrusão de plúton granítico;
- Metassomatismo progressivo e migração de fluídos durante o
resfriamento de plútons;
- Metamorfismo retrogradacional com formação de novos minerais;
35
Localmente há intercalações de folhelho preto, siltito, chert, pelitos
grafitosos e manganíferos e rochas carbonáticas. Alguns horizontes de
metassiltito cinzento apresentam pirita, pouca calcopirita e arsenopirita. Em
meio as rochas é comum a presença de veios de quartzo.
A mineralização aurífera está contida em zonas de brechas, cataclasitos
e milonitos com alteração hidrotermal, contidos em unidades
metassedimentares arqueanas. O minério é envolvido por uma auréola de
silicificação descrita como zona jasperóide (Figura 23), que além de Au,
apresenta concentrações de Pd e Pt. Associado ao minério ocorre quartzo,
caulinita, goetita, óxidos de Mn, muscovita, carbono amorfo, além de sulfetos.
Exploração Geofísica
36
O contraste de densidade entre a assembléia de alteração mineral e a
rocha encaixante pode viabilizar o uso de microgravimetria para o
delineamento deste tipo de depósito. Terrenos extremamente intemperizados
freqüentemente são recobertos por limonita, hidróxidos de ferro, gossans de
sulfato de ferro e argilominerais, cuja assembléia pode ser identificada por
análise espectral de bandas termais de sensores remotos.
Geologia
37
Depósitos Brasileiros Correlatos
38
Esta seqüência foi modificada por uma zona de cisalhamento formada
paralelamente as camadas originais, com alteração hidrotermal, remobilização
e mineralização em ouro e prata. As zonas mineralizadas estão cloritizadas,
silicificadas e sericitizadas, com núcleos densos de sulfetos.
Este depósito apresentou reservas de 1,7Mt de minério de cobre, prata e
ouro com 9,53g/T de ouro e 0,88% de Cu.
Exploração Geofísica
Geologia
39
espacialmente associados com rochas vulcânicas, que variam de basaltos a
riolitos (Figura 26). Os depósitos VMS são classificados em três tipos:
- Depósito tipo Chipre: geralmente pequenos e com médio grau de
enriquecimento em cobre e zinco, caracterizados como lentes ou
lâminas de minério com pirita maciça, desenvolvidas em rochas
ofiolíticas e seqüências basálticas extrusivas.
- Depósito tipo Kuroko: são tipicamente desenvolvidos em rochas
vulcânicas félsicas intermediárias e geneticamente interpretados como
formados em eventos extensionais associados a arcos vulcânicos.
Caracterizado por elevados teores e grandes jazimentos em cobre.
- Depósito tipo Besshi: apresentam uma mistura de ambientes
vulcânicos e sedimentares. Depósitos deste tipo são freqüentemente
encontrados em turbiditos intrudidos por sills basálticos. São tipicamente
enriquecidos em cobre, chumbo e outros elementos.
40
- Rochas vulcânicas félsicas de arco magmático, com zonação
geoquimica em zinco, chumbo e prata das bordas para o centro da
jazida (Tipo Kuroko).
- Rochas sedimentares com intrusões basálticas de fundo oceânico,
corpos espessos e lateralmente laminados, contendo pirrotita e pirita
maciça (Tipo Besshi).
Exploração Geofísica
41
Figura 27 – Localização e estratigrafia do depósito de Palmeirópolis
(ARAUJO et al., 1996).
Geologia
42
Depósitos do tipo Creede são caracterizados por veios ricos em prata,
dominados por pirita, esfalerita, galena e calcopirita, com quantidades variáveis
de barita, quartzo e minerais carbonáticos (Figura 28).
Exploração Geofísica
43
Em contrapartida, áreas enriquecidas em argilominerais resultam em
anomalias de baixa resistividade e contrastes de reflectância também passiveis
de detecção. Associação de enriquecimento de argilominerais e concentrações
de sulfetos podem ser caracterizadas por aplicação de polarização induzida.
Concentrações de magnetita podem ser detectadas por magnetometria,
enquanto que acumulações de argilominerais potássicos alterados possibilitam
identificação por gamaespectometria.
Levantamentos regionais de gravimetria, aeromagnetometria e
sensoriamento remoto permitem a detecção de estruturas associadas,
linearidades associadas a falhamentos e feições circulares e radiais
características de corpos intrusivos, além de feições de caldeiras vulcânicas.
44
Figura 29 - Modelo de depósito de ouro na região de Tapajós (JACOBI, 1999).
Depósito de Sn em riolitos
(modelo 25)
Geologia
45
Depósitos de cassiterita próximos da superfície são caracterizados por
temperatura e gradientes de pressão extremos, condições que podem variar
para cada localidade, mas sempre dentro de um gradiente de elevada pressão
de vapor e temperatura para baixa pressão de vapor e temperatura.
46
(ferberita) e outros óxidos, além da presença de ouro e prata. As encaixantes
estão muscovitizadas e turmalinizadas.
- Veios tardios somente com quartzo, não mineralizados, relacionados
aos últimos episódios hidrotermais ocorridos no local.
Exploração Geofísica
Geologia
47
Constituem acumulações de óxidos de Fe-Ti com quantidades variáveis
de cobre, urânio, ouro e elementos terras raras (FOOSE & GRAUCH, 1995).
São subdivididos em dois grupos:
- Depósitos com óxidos de ferro e quantidades menores de magnetita e
apatita, em rocha vulcânica.
- Depósitos tipo Olympic Dam, com quantidades significativas de sulfetos
de cobre e urânio.
Características gerais deste tipo de depósito são concentrações de
magnetita e hematita relativamente elevadas quando comparadas ao conteúdo
de titânio, além de sulfetos de cobre (Figura 31).
48
arcos vulcânicos continentais (tipo Andino) ou magmatismo anorogênico félsico
acompanhado colapsos pós-tectônicos orogênicos extensionais.
49
18,5Mt de ouro a 1,97g/t, e 9,5Mt de minério com 3,83% de cobre e 2,45g/t de
ouro na zona de cimentação.
Exploração Geofísica
50
Depósito de Au em rochas sedimentares
(modelo 26)
Geologia
51
Depósitos Brasileiros Correlatos
52
- Zona mineralizada granatífera, com veios de quartzo concordantes em
meio a quartzo-clirota-muscovita xistos, com ouro junto ao quartzo, mica,
arsenopirita e em menor proporção, calcopirita e óxidos.
As rochas apresentam alteração hidrotermal, sobretudo silicificadas,
carbonatizadas, sericitizadas e sulfetadas. Toda a seqüência está
metamorfizada na fácies anfibolito. Os corpos mineralizados totalizam 5,2Mt de
minério, com teor médio de 12,7g/t de ouro.
Exploração Geofísica
Geologia
53
Este tipo de depósito freqüentemente está associado a uma ampla
variedade de rochas vulcânicas e vulcanoclásticas que incluem basaltos,
andesitos, dacitos, riolitos graywackes, lamitos e folhelhos grafitosos.
A geologia dos terrenos adjacentes aos depósitos do tipo Algoma
consiste em seqüências vulcânicas submarinas com graus variáveis de
deformação (Figura 34).
54
Figura 35 – Geológia do nível 12 da mina de São Bento (ABREU et al., 1988).
Exploração Geofísica
Geologia
55
interestratificado por rochas sedimentares químicas e clásticas de finos grãos
escuros (KELLEY et al., 1995). São depósitos que podem alcançar até alguns
quilômetros de extensão lateral.
A mineralização varia de camada única a numerosos corpos com
empilhamento vertical ou equivalentes laterais. Barita é o sulfato mineral
freqüentemente associado as zonas periféricas ou estratigraficamente acima
dos depósitos. Stockworks, disseminações ou veios mineralizados são
interpretados como zonas alimentadoras de corpos estratiformes, que muitas
vezes ocorrem abaixo ou nas adjacências do minério estratiforme,
acompanhado por alterações na rocha encaixante (Figura 36).
56
Stockworks, disseminações de sulfeto e minerais alterados (silicificação
ou carbonatos de ferro), são constituintes comuns em zonas de alteração sobre
ou nos arredores de depósitos. A oxidação dos depósitos pode resultar na
formação de gossans ricos em ferro e ferruginizações nos limites de depósito.
Exploração Geofísica
57
Figura 37 – a) Seção geológica sobre a mina Boquira. b) Seção geológica
sobre o corpo mineralizado Cruzeiro (FLEISCHER & ESPOURTEILLE, 1998).
Geologia
58
As características mais importantes deste tipo de depósitos são:
- Mineralizações encaixadas em dolomitos, além de calcários e arenitos;
- Minério epigenético e estratabound;
- Depósitos não associados com atividade ígnea;
- Plataformas carbonáticas limitadas por cinturões de dobramentos;
- Freqüentemente constitui numerosas ocorrências numa única área;
- Depósitos de um mesmo distrito são caracterizados por feições
geológicas semelhantes, como brechas, unidades argilosas de sistemas
deposicionais marginais (cunhas de argilito), tratos de sistemas
deposicionais (transgressivo, regressivo), falhas e altos estruturais no
embasamento que permitem a migração de fluídos de mineralização.
59
- Depósito de Morro Agudo.
Este é um depósito de Pb-Zn conhecidos que ocorrem em meio a rochas
carbonatadas proterozóicas dos Grupos Bambuí e Vazantes. Morro Agudo está
situado em doleritos, cherts e brechas sedimentados na borda de um bioherma
estromatolítico, pertencentes ao Grupo Vazante.
O depósito possui vários corpos mineralizados, estratiformes,
encaixados em camadas de baixo ângulo de mergulho e limitados por
falhamentos (Figura 39).
A paragênese mineral é composta por galena, esfalerita, dolomita, pirita,
quartzo, pequena quantidade de barita e fluorita. Os sulfetos estão
disseminados em doleritos e em brechas dolomíticas. A esfalerita contém
teores de até 360ppm de cádmio.
60
Exploração Geofísica
Geologia
61
Principais formas de ocorrência
Exploração Geofísica
62
características de elevadas densidade e magnetização remanente dos minerais
que constituem este tipo de depósitos.
Imagens de sensores remotos podem ser aplicadas em estudos
regionais, pois os minerais de ferro e seus produtos de alteração produzem
assinatura espectral particular.
Métodos elétricos e eletromagnéticos geralmente são inadequados em
pesquisas neste tipo de depósito devido a alta resistividade elétrica. Entretanto,
o delineamento de fácies sulfetadas associados a formação ferrífera podem ser
baseadas em nestes métodos geofísicos.
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Depósito de Mn Sedimentar
(modelo 34)
Geologia
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psilomelana, pirolusita, manganita, siiderita, pirita e rodocrosita, além de
glauconita e montmorilonita em depósitos de ganga.
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Exploração Geofísica
Geologia
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predomínio individual condicionado as condições físico-químicas das fontes
termais e do ambiente de deposição.
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foliação paralela ao acamamento, contidas na unidade Lapa Seca e, em parte,
em formações ferríferas (Figura 45).
A unidade Lapa Seca é atualmente interpretada como uma franja de
alteração hidrotermal paralela a uma zona de cisalhamento encaixada nos
riodacitos e riolitos sericitizados, cabonatados e cloritizados.
Exploração Geofísica
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Depósito de Ouro em veios de Qz pouco sulfetados
(tipo Mother Lode) (modelo 36)
Geologia
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O minério ocorre em veios de quartzo ou em zonas de sulfetação na
rocha encaixante. O ouro está presente em grãos, pepitas e vênulas, mas em
alguns depósitos ocorre sob a forma de stockworks com vênulas centimétricas.
Os minerais de sulfeto ocorrem em finas disseminações nos veios e rocha
encaixante, com casos de pequenas acumulações de arsenopirita maciça,
comumente associadas aos halos de alteração.
Exploração Geofísica
Sistema Geológico
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a alcalino e o Eh é redutor neste horizonte, pois a permeabilidade deste
ambiente é bastante baixa. Na base dos saprolitos ocorrem matações de rocha
alterada (Figura 47).
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Figura 48 – Evolução de perfil laterítico (BIONDI, 2003).
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chapéus de ferro; malaquita e azurita (carbonatos de cobre) e smithsonita
(carbonato de zinco) em depósitos de sulfeto disseminado.
Tipos de Depósitos
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- Ferro: muito comuns e extensos, mas pouco explorados devidos aos
baixos teores de ferro, exceto quando sobre formações ferríferas. Associados a
depósitos do tipo Algoma e Superior.
- Manganês: ocorre sobre depósitos manganesíferos, por intemperismo
residual de minerais como espessartita e rodocrosita.
- Ouro: formam depósitos estratiformes lenticulares em lateritas sobre o
depósito primário, com presença de pepitas neoformadas.
- Cobre: devido a grande mobilidade geoquímica, os minerais de cobre
sulfetado são facilmente alterados por processos intempéricos superficiais.
Depósitos de cobre pórfiro freqüentemente apresentam concentrações
supergênicas, normalmente como sulfetos secundários na zona de oscilação
do nível freático e formam corpos lenticulares.
- Fosfato em carbonatitos: as maiores minas de fosfato brasileiras
resultam de concentrações residuais de apatita sobre carbonatos, em
profundidades que podem atingir 100m, freqüentemente sobre uma cobertura
residual com 30m de espessura em média, com baixos teores de P2O3. O
mineral de minério é a fluorapatita, que ocorre disseminada ou em veios.
Exploração geofísica
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Sistema Mineralizador Sedimentar Continental
Depósitos Eólicos
Salar
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e lenticulares, com espessura de poucos centímetros a até 40m e extensões de
até vários quilômetros quadrados.
Argilas
Depósitos Fluviais
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Os depósitos são lenticulares, alongados ou equidimensionais, bolsões
ou formas irregulares. Terraços aluvionares podem apresentar mineralizações
de ouro, diamante, cassiterita e platinóides, além de minerais como rutilo,
ilmenita, columbita-tantalita, monazita, dentre outros (Figura 51).
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Confere a cor branca à cerâmica após a queima, além de fornecer plasticidade
e resistência mecânica as peças.
São argilas sedimentares cauliníticas, plásticas, com matéria orgânica e
baixo teor de ferro. Formam lentes de argila puras em meio a arenitos finos a
médios, recobertos por uma espessa camada de turfa (Figura 52).
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Os minerais indicadores da mineralização são cianita, turmalina,
ilmenita, hematita, magnetita, anatásio, rutilo, fosfatos, azurita, quartzo, pirita
limonitizada e silimanita
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Depósitos aluvionares de Ouro e Urânio.
- Depósito de Serra da Jacobina (BA).
São paleo-aluviões sedimentados sobre gnaisses arqueanos e reunidos
no Grupo Jacobina. Estes depósitos são constituídos por rochas sedimentares
clásticas grosseiras, verticalizadas, cortadas por intrusões ultramáficas.
As maiores concentrações de ouro estão na Formação Serra do
Córrego, composta essencialmente por conglomerados e seixos de quartzo,
com blocos de chert e quartzito, com disseminações de pirita (Figura 55).
O urânio ocorre sob a forma de uraninita e brannerita e o ouro como
clastos arredondados. Esporadicamente ocorrem calcosita, bornita, covelita,
calcopirita, esfalerita, galena e molibdenita. Os minerais pesados presentes nas
regiões mineralizadas são zircão, monazita, torita, magnetita e cromita.
A mineralização é atribuída a processos hidrotermais epigenético
derivado da cristalização de magmas graníticos peraluminosos pós-colisional,
ocorrido a cerca de 1,9Ga.
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Exploração Geofísica
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Referencias
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