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2016-2017

RESUMO DE
GEOLOGIA
10º ANO

Armando Telmo Silva


ESCOLA MANUEL LARANJEIRA
O que é a Geologia?
A Geologia é o ramo das Ciências Naturais que se ocupa do estudo da Terra. Estuda a sua
origem e evolução, a sua estrutura e composição, e ainda processos variados que ocorrem
quer no seu interior quer no exterior, os quais conduzem, entre outros, à génese de sismos e
vulcões, à formação de montanhas ou mesmo ao desaparecimento de espécies animais e
vegetais.

Hidrogeologia Vulcanologia

Mineralogia Geomorfologia

GEOLOGIA

Paleontologia Tectónica

Sismologia Petrologia

Estratigrafia

TEMA I - A Geologia, os geólogos e os seus métodos


SITUAÇÃO-PROBLEMA – PORQUE QUE RAZÃO SE EXTINGUIRAM OS
DINOSSÁURIOS DA FACE DA TERRA? (Páginas 10-17)
Extinções em Massa (Páginas 10-14)
A história da Terra, que é feita de acontecimentos rápidos e violentos (como quedas de
meteoritos) e de acontecimentos lentos e calmos (como a migração dos continentes), está
escrita nas rochas, dado que estas dão-nos informações, como fósseis e as idades dos estratos,
que nos podem ajudar a melhor compreender a história da Terra.
Um dos maiores fenómenos da história da Terra são as extinções em massa, que podem ter
sido causadas por motivos geológicos ou cosmológicos.
Trangresões e
Regressões
Marinhas

Atividade
Geológicas
Vulcânica

Causas das
Migração dos
Extinções em
Continentes
Massa

Queda de
Cosmológicas
Meteoritos
História de uma extinção (Páginas 14-17)
Impacto de Extinção dos
um Meteorito Dinossáurios

Afeta as
Nuvem de
Cadeias
Poeiras
Alimentares

Não há
Obscuridade
fotossíntese

Ver Páginas 14 a 17

A TERRA E OS SEUS SUBSISTEMAS EM INTERAÇÃO (Páginas 18-29)


Definição e classificação de sistemas (Páginas 18-19)
Um sistema é um conjunto de elementos que interagem entre si. (ou)
Um sistema é uma porção do Universo constituída por matéria ou energia.
A fronteira entre o sistema e o meio envolvente denomina-se por limite do sistema, que pode
existir ou ser meramente teórico.
Um sistema é composto se nele existirem vários subsistemas que estabelecem relações entre
si. Um subsistema é uma parte de um sistema composto.
Os sistemas podem ser isolados, fechados e abertos, dependendo do seu comportamento em
relação à massa (matéria) e energia.
Um sistema é isolado quando não há troca de energia e de massa com o meio envolvente. É
um meio muito raro na Natureza, mas é facilmente concretizável num laboratório.
Um sistema é fechado quando realiza trocas de energia e não realiza trocas de matéria com o
meio envolvente. É um sistema existente em maior número que os sistemas isolados e em
menor número do que os sistemas abertos.
Um sistema é aberto quando permite trocas de energia e de massa. É o tipo mais abundante
de sistemas na Natureza.

Subsistemas Terrestres (Páginas 19-23)


O planeta Terra é um sistema composto, visto que é constituído por vários subsistemas que
interagem entre si e um sistema fechado pois troca energia com o meio envolvente e as trocas
de matérias com o meio envolvente (o Universo) são pouco significativas. Com efeito, as trocas
de matéria com o espaço resumem-se a quedas de meteoritos e ao escape de gases de baixa
densidade da alta atmosfera.
Assim, desta condição enquanto sistema que o planeta Terra possui, existem três implicações
principais:
1. A quantidade de matéria é finita e limitada, o que leva ao seu esgotamento;
2. Os materiais poluentes acumulam-se no interior do sistema e causam danos para o
homem;
3. Quando ocorrem alterações num dos subsistemas da Terra, os outros subsistemas são
afetados.
As principais fontes da energia responsáveis pelo dinamismo da Terra é o Sol e o calor
proveniente do interior da Terra.

Os principais subsistemas terrestres são a HIDROSFERA, a BIOSFERA, a GEOSFERA e


a ATMOSFERA.
A Hidrosfera é a totalidade da água existente na Terra.
A Biosfera é constituída por todos os seres vivos existentes na Terra e pela matéria orgânica
não decomposta (biomassa).
A Geosfera é a parte sólida do nosso planeta, constituída por rochas e os seus produtos de
alteração.
A Atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra com aproximadamente 700km de
espessura.

Interação de Subsistemas (Páginas 24-26)


Todos os subsistemas da Terra interagem e estão relacionados uns com os outros. A alteração
das condições de equilíbrio de um dos subsistemas irá provocar alterações no sistema Terra.
Relação Geosfera-Atmosfera Relação Geosfera-Hidrosfera
Por vezes, as erupções vulcânicas são muito Estes dois subsistemas estão intimamente
violentas e pode ocorrer a libertação de relacionados com o ciclo hidrológico. As
grande quantidade de gases e poeiras para a águas dos grandes reservatórios naturais
atmosfera. Estas substâncias podem estão em permanente contacto com as
influenciar a quantidade de radiação solar rochas da geosfera. É de realçar o papel da
que atinge o planeta e, desta forma, alterar água na alteração física e química dos
os mecanismos de evaporação e minerais e das rochas. A água é um dos
evapotranspiração com consequente principais agentes de erosão e meteorização
alteração do regime das chuvas. Por sua vez, das rochas.
este facto pode provocar alterações nos
mecanismos de meteorização e erosão das
rochas.
Relação Geosfera-Biosfera Relação Atmosfera-Hidrosfera
Do metabolismo de muitos seres vivos pode Estes dois subsistemas estão relacionados
resultar a formação de rochas sedimentares entre si através do ciclo da água,
de origem biogénica, com os calcários nomeadamente nos processos de
conquíferos, o carvão e o petróleo. Os evaporação, condensação e precipitação.
animais e as plantas são, também,
importantes agentes de meteorização e
erosão das rochas, contribuindo desta forma
para a formação de rochas sedimentares.
Relação Atmosfera-Biosfera Relação Biosfera-Hidrosfera
A quantidade de O2 e de CO2 presente na A água é o principal constituinte dos seres
atmosfera pode variar em função de vivos e permite a realização de diversas
processos metabólicos realizados pelas funções fisiológicas.
plantas e pelos animais, como a fotossíntese
e a respiração. A presença de ozono nas
camadas superiores da atmosfera protege os
seres vivos dos raios UV, potenciais
causadores de mutações genéticas nas
células.
Relação Geosfera-Atmosfera-Hidrosfera-Biosfera
Os ciclos bioquímicos da água, do carbono e do azoto são exemplos da interação entre
todos os subsistemas terrestres.
Na atualidade, o Homem é o agente responsável pela alteração de algumas condições de
harmonia e equilíbrio entre os diversos ecossistemas. No entanto, o Homem necessita que os
diversos subsistemas se mantenham estáveis, pois em causa pode estar a sobrevivência da
sua espécie.
ROCHAS – ARQUIVOS QUE RELATAM A HISTÓRIA DA TERRA (Páginas 30-
41)
A história da Terra está escrita nas rochas.
Na Crusta Terrestre, existem variados tipos de rochas, que podem ser classificadas em três
grandes grupos: as rochas sedimentares, as magmáticas e as metamórficas.

Rochas sedimentares (Páginas 31-34)


As rochas sedimentares são rochas formadas pela deposição de materiais provenientes de
outras rochas pré-existentes.

Ao conjunto da Meteorização, Erosão, Transporte e Sedimentação dá-se o nome de


Sedimentogénese.
A Diagénese é o conjunto de modificações físicas e químicas que afetam os sedimentos, desde
a sua deposição até à sua consolidação e transformação em rocha sedimentar, e é constituída
pela compactação (aproximação das partículas) e pela cimentação (união das partículas
através de um cimento natural).
Após a deposição, os sedimentos vão-se acumulando, dando origem a camadas denominadas
estratos. Um estrato é a unidade estrutural das rochas sedimentares que se forma por
deposição progressiva de sedimentos, limitado no espaço por um teto e por um muro. Na
posição original, os estratos são horizontais e separados por descontinuidades que assinalam
mudanças de textura, estrutura e/ou composição química.

Rochas magmáticas (Páginas 34-36)


As Rochas magmáticas ou ígneas são rochas que resultam da solidificação do magma do
interior da Terra ou à superfície da Terra.
Magma – material rochoso em fusão.
Lava – material rochoso em fusão com menor quantidade de gases.
As rochas magmáticas podem ser extrusivas ou intrusivas.
As rochas magmáticas vulcânicas ou extrusivas formam-
se à superfície da Terra e, como tal, não têm cristais,
visto que arrefeceu rapidamente. Ex: basalto, riólito
As rochas magmáticas plutónicas ou intrusivas formam-
se no interior da Terra, arrefecem lentamente e, como
tal, apresentam cristais ou grãos. Ex: gabro, granito

Rochas metamórficas (Páginas 34-36)


As rochas metamórficas são rochas que resultam de rochas pré-existentes. São resultado da
alteração das condições de pressão e de temperatura. No entanto, as alterações são realizadas
no estado sólido sem haver fusão (recristalização).
Metamorfismo regional – é quando o fator que provocou o metamorfismo é a pressão e a
temperatura. Ex: xisto, gnaisse, ardósia
Metamorfismo de contacto – é quando o
fator de metamorfismo se deve à
temperatura de uma intrusão magmática
em contacto com outras rochas. Ex:
mármore
Metamorfismo cataclástico – é quando o
fator de metamorfismo é a queda de um
meteorito.

Ciclo das rochas (Páginas 37-39)


O ciclo das rochas ou litológico
explica a formação e a
transformação das diferentes
e variadas rochas umas nas
outras. É a prova de que o
planeta Terra possui uma
dinâmica própria e que está em
constantes modificações.
A MEDIDA DO TEMPO E IDADE DA TERRA (Páginas 42-59)
Fósseis, Idade relativa e Idade radiométrica (Páginas 42-50)
Fósseis são restos ou vestígios (tais como pegadas e ovos) de seres vivos que viveram no
passado e resistiram até à atualidade. São contemporâneos das rochas, geralmente
sedimentares, onde se encontram.
Fatores que condicionam a génese de fósseis:
 Condições intrínsecas ao organismo que fossilizou: possuir grande quantidade de
partes e estruturas duras, como esqueleto e exosqueleto;
 Condições inerentes ao meio: meio de baixa energia, anaeróbio, com elevada taxa de
sedimentação e em que predominam sedimentos finos.
Informações fornecidas pelos fósseis:
 Reconstituem os ambientes do passado e assim reconstituem a geografia da Terra;
 Reconstituem os climas do passado;
 Permitem efetuar a datação relativa dos estratos rochosos;
 Permitem compreender a evolução dos seres vivos, as adaptações e extinções.
A Idade Relativa é a idade de uns estratos (e outros fenómenos geológicos) em relação a
outros.
Princípio da Sobreposição de Estratos: Numa sucessão de estratos não-deformados, qualquer
deles é mais antigo do que aquele que o cobre e mais recente do que aquele que lhe serve de
base. Este princípio não é aplicável:
 Nos terraços fluviais;
 Nos depósitos subterrâneos em grutas;
 Nas intrusões magmáticas;
 Nas rochas dobradas ou invertidas.
Princípio da Idade Paleontológica: Estabelece que estratos que contenham o mesmo conjunto
paleontológico (conjunto de fósseis) têm a mesma idade.
Princípio da Horizontalidade: Os sedimentos depositam-se formando estratos horizontais.
Princípio da Interseção: Qualquer estrutura que intersete outras é mais recente do que as
intercetadas.
A Idade Absoluta ou Radiométrica é a idade numérica das rochas e dos minerais, resultante de
um método baseado nas propriedades radioativas de certos elementos químicos existentes
nessas rochas e minerais.
A Datação Radiométrica baseia-se em isótopos radioativos que são formas instáveis de
elementos químicos.
O Decaimento Radioativo consiste na transformação de um átomo noutro com a libertação de
energia. Cada átomo tem a sua própria constante de decaimento e é utilizada para determinar
a idade das rochas. Aos isótopos instáveis chamam-se átomos-pai e aos átomos que resultam
da sua desintegração átomos-filho.
O Tempo de semivida ou semitransformação é o tempo necessário para que metade dos
átomos-pai se transforme em átomos-filho.

Eficácia do método de datação radiométrica:


As rochas magmáticas, ao contrário das rochas sedimentares e metamórficas, são rochas que
podem ser sujeitas a este método de datação.
As rochas metamórficas e sedimentares resultam da acumulação e da transformação de
sedimentos com origens e idades diferentes, o que impede que seja determinado a idade
absoluta da génese.
A velocidade de decaimento não é afetada pelas condições ambientais (temperatura,
humidade e pressão), o que torna o seu valor específico do elemento e não das condições a
que esse se forma.

Memória dos tempos geológicos (Páginas 50-56)


Ver páginas 50-51
Escala do Tempo Geológico ou Escala Estratigráfica – é uma seriação em termos geológicos dos
acontecimentos que marcaram a história da Terras, desde a sua formação até aos tempos
atuais. Está graduada em divisões de várias ordens. As ordens de 1ª ordem são designadas
Éones, as de 2ª ordem são designadas Eras e as de 3ª ordem são os Períodos.
A TERRA - UM PLANETA EM MUDANÇA (Páginas 60-73)
Princípios básicos do raciocínio geológico (Páginas 60-67)
A Geologia é a ciência que estuda a Terra, desde a sua formação até à atualidade, a sua
estrutura e as sucessivas transformações que vão afetando os diferentes subsistemas que a
compõem.

Teoria do Uniformitarismo – James Hutton


1ª Lei - As leis naturais são constantes no tempo e no espaço;
2ª Lei - O passado pode ser explicado com base no que se observa hoje, isto é, as causas
que explicam os fenómenos do passado são idênticas às que provocam os fenómenos
no presente. Este princípio denomina-se Princípio do Atualismo Geológico, e diz que “o
presente é a chave do passado”;
3ª Lei - Os acontecimentos e processos geológicos são o resultado de fenómenos lentos
e graduais – Princípio do Gradualismo – Corrente de pensamento segundo a qual as
alterações que ocorrem na Terra são interpretadas como sendo o resultado de
acontecimentos que se desenvolveram de forma tranquila, lenta e gradual.
As mudanças geológicas são cíclicas.

Teoria do Catastrofismo – Cuvier


 Proposta por Cuvier em 1799;
 Explica as grandes descontinuidades encontradas nos registos geológicos. Segundo
Cuvier, teriam ocorrido grandes catástrofes responsáveis pela destruição da fauna e da
flora em certas regiões.
Teoria do Neocatastrofismo
 Aceita os pressupostos do Uniformitarismo mas atribui também um papel deveras
importante aos fenómenos catastróficos como agentes modeladores da superfície

Deriva de continentes e Tectónica de Placas (Páginas 67-70)


Teoria da Deriva dos Continentes
 Os continentes fizeram parte de um supercontinente – Pangeia – rodeado por um único
oceano – Pantalassa.
 A Pangeia subdivide-se em dois grandes continentes – Laurásia e Gondwana.
 A América do Sul começou a separar-se da África.
 Os continentes continuaram a movimentarem-se até às posições atuais.

Argumentos de Wegener:
1º Argumento - Morfológico – Os continentes encaixam como peças de um puzzle
2º Argumento - Geológico ou Litológico – As massas rochosa fazem parte de cadeias que
têm continuidade de um continente para outro.
3º Argumento - Paleontológico – Wegener encontrou fósseis dos mesmos seres vivos em
continentes atualmente distintos.
4º Argumento - Paleoclimáticos – Encontraram-se sedimentos glaciares em zonas como
América do Sul e África, o que indica que estes continentes já estiveram a latitudes
polares e que depois se afastaram, mantendo os registos nas rochas.
A Teoria da Deriva dos Continentes foi rejeitada pela comunidade científica da época porque
Wegener não conseguiu responder a uma pergunta fundamental: Que tipo de força
conseguiria mover tão grandes massas a tão grandes distâncias.
Expansão dos fundos oceânicos: Descobriu-se que a superfície do fundo dos oceanos tinha
um relevo muito acidentado. Existem cadeias montanhosas submarinas (dorsais oceânicas).
A primeira cadeia submarina descoberta foi a dorsal médio-atlântica.
 Os fundos oceânicos são formados por basaltos;
 Os basaltos são progressivamente mais velhos à medida que se afastam do rifte, o que
indica que são formados no rifte;
 A crosta oceânica é formada nos riftes e reciclada nas zonas de subducção.
 Os riftes correspondem a zonas de fratura da litosfera. O mesmo acontece ao nível das
fossas oceânicas.
A litosfera encontra-se fraturada ao nível dos riftes e das fossas. Cada fragmento é uma placa
tectónica ou litosférica.

Teoria da Tectónica de Placas


Esta nova teoria divide a litosfera num grande número de placas que se movimentam. Estas
movem-se graças às correntes de convecção. Nas regiões profundas do manto, as
temperaturas são mais elevadas devido ao calor acumulado no interior da Terra. Os materias
quentes do manto ascendem e atingem zonas próximas da crosta. Aqui arrefecem e voltam
a deslocar-se para o manto profundo e quente, reiniciando um novo ciclo. A litosfera está
assente na astenosfera que é plástica
e permite a sua mobilidade.

Limites de Placas
(ver tabela Pág. C35 do Caderno)
Ocorre uma falha quando há rutura de
um bloco em relação a outro e
respetivo deslocamento.
TEMA II - A Terra – um planeta muito especial
FORMAÇÃO DO SISTEMA SOLAR (Páginas 82-99)
Provável origem do Sistema Solar e dos Planetas (Páginas 82-84)
Teoria Nebular Reformulada
 Formação de uma nuvem primordial, rica em elementos pesados, fria de grandes
dimensões e constituída por gases e matéria interestelar;
 Devido à força gravítica, a parte central da nuvem condensa e aquece, atingindo
milhões de graus, dando início a reações termonucleares;
 A velocidade de rotação aumentou ao longo de milhares de anos, o que achatou a
nebulosa ficando com a forma de um disco;
 No centro da nebulosa formou-se o protossol, que mais tarde originou o Sol.
 Nas regiões mais internas da nébula e devido às altas temperaturas, acumulou-se e
condensou-se material mais denso e rochoso, o que originou os planetas telúricos ou
terrestres;
 Nas regiões mais periféricos e devido às baixas temperaturas, originaram-se os planetas
gasosos e de menor densidade.
Argumentos que apoiam a Teoria Nebular:
1º Argumento - Os planetas encontram-se quase todos no mesmo plano equatorial;
2º Argumento - As órbitas dos planetas são quase circulares (elípticas);
3º Argumento - Os planetas gasosos encontram-se na parte exterior do Sistema Solar e os
rochosos na parte interior.
Planetas e Pequenos Corpos do Sistema
Solar (Páginas 82-84)
Planetas
Planetas Principais: Corpos que orbitam em torno do
Sol. Apresentam gravidade própria, uma massa
suficiente para ter gravidade própria e forma
arredondada. Apresentam uma órbita desimpedida.
Podem ser Planetas Telúricos e Interiores ou Gasosos e
Exteriores.
Planetas Anões: Corpos Celestes muito semelhantes a
um planeta principal. Orbitam em torno do Sol.
Possuem forma arredondada. A órbita pode não estar
desimpedida. No caso de Plutão, a sua órbita cruza-se
com a de Neptuno. Encontram-se essencialmente na
Cintura de Kuiper. Alguns planetas anões localizam-se
na Cintura de Asteroides.
Planetas Secundários: São planetas de pequenas
dimensões, que giram em tordo dos planetas
principais, e são também conhecidos por satélites
naturais.
Características dos Planetas Telúricos (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte):
 Pequenas dimensões;
 Elevada densidade;
 Movimento de rotação lento;
 Estão estruturadas em camadas;
 Possuem poucos satélites.
Características dos Planetas Gasosos (Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno):
 Grandes dimensões;
 Baixa densidade;
 Movimento de rotação rápido;
 Essencialmente formados por gases;
 Movem-se com maior velocidade;
 Têm muitos satélites naturais.
A maioria dos planetas gira no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio – sentido direto.
No entanto, Vénus possui um movimento no sentido retrógrado, isto é, no sentido dos
ponteiros do relógio. Úrano aparenta ter também movimento retrógrado, devido ao seu eixo
de rotação

Pequenos Corpos do Sistema Solar


Asteroides: São corpos rochosos com formas variadas e irregulares que orbitam em torno do
Sol. Podem ser agrupados em:
 Asteroides pertencentes à Cintura de Asteroides (entre
Marte e Júpiter);
 Asteroides Próximos da Terra, que se localizam perto
da Terra;
 Asteroides Troianos, que se localizam perto da órbita
de Júpiter;
 Asteroides Centauros, que se encontram da zona
externa do Sistema Solar;
Cometas: São pequenos corpos celestes esferoidais
constituídos por um núcleo rochoso rodeado por água e gases
congelados, e quando a sua órbita se aproxima do Sol, estão
estruturados em 3 partes, um núcleo, uma cabeleira e uma
cauda, resultado da evaporação provocada pelo calor do Sol.
São os corpos mais primitivos do Sistema Solar e constituídos
por matéria semelhante à da Nébula Solar Primitiva.
Meteoroides: Partículas rochosas de dimensões variadas
resultantes da colisão, fragmentação e desagregação de
asteroides e de cometas.
 Meteoro: rasto luminoso deixado pelo meteoroide ao
atravessar a atmosfera
 Meteorito: corpos rochosos que atingem a superfície
da Terra.

Classificação de Meteoritos
A Terra – Acreção e Diferenciação (Páginas 96-97)
Admite-se que os planetas do Sistema Solar se formaram a
partir da aglutinação de planetesimais e de fenómenos de
acreção, formando primeiramente um protoplaneta
homogéneo e pouco denso. Os planetas rochosos, tal como a
Terra, sofreram fusões no interior devido à energia do Sol, à
energia da acreção e à energia libertada por reações nucleares.
Assim, os elementos mais densos, como o ferro e o níquel, afundaram-se para o interior e os
menos densos emergiram para a superfície, num processo denominado por diferenciação. Os
gases, essencialmente vapor de H2O e compostos ricos em C, N e SO4/SO3, acumularam-se na
proximidade do planeta formando uma atmosfera primitiva. A desgaseificação terá sido a
fonte de vapor de água que se acumulou e originou os nossos oceanos.

A TERRA E OS PLANETAS TELÚRICOS (Páginas 100-109)


Manifestações da Atividade Geológica (Páginas 100-103)
O estudo dos planetas telúricos é efetuado através de métodos específicos, com o contributo
de várias ciências tais como Física, Química, Geografia, Ótica, entre outras.
A Geologia Planetária efetua estudos comparativos da estrutura interna, cartografia,
composição e cronologia dos planetas.
As estruturas superficiais dos planetas podem ser classificadas em:
 Estruturas Endógenas: resultam da ação de processos e forças que atuam nos planetas
– dobras, falhas, fissuras, cones vulcânicos e filões;
 Estruturas Exógenas: resultam de processos que ocorrem na superfície do planeta – rios,
dunas, ravinamentos, chuva e oceanos;
 Estruturas Exóticas: resultam de processos exteriores ao planeta – crateras de impacto.
As fontes de energia endógena são: As fontes de energia exógena são:
 Radioatividade;  O Sol;
 Contração Gravitacional;  O Vulcanismo;
 Bombardeamento Primitivo;  O Impactismo;
 Efeito das Marés.

Os planetas telúricos podem ser classificados em:


 Geologicamente Ativos: planetas nos quais é possível detetar sinais de dinâmica externa
e/ou interna, tais como vulcanismo, escorrência de água. Ex: Terra e Vénus
 Geologicamente Inativos: planetas que não possuem sinais de dinâmica externa e/ou
interna. Ex: Mercúrio e Marte

Sistema Terra-Lua, um exemplo paradigmático (Páginas 104-107)


Características da Lua:
 Satélite natural da Terra;
 Dimensões e Massa reduzidas;
 Reduzido campo gravítico;
 Não possui atmosfera;
 Escassa água no estado sólido;
 Não há erosão, logo a superfície mantém-se inalterável;
 Elevadas amplitudes térmicas (120ºC e -180ºC);
 A Lua possui a mesma origem do planeta principal;
 A força gravítica da Lua sobre a Terra é tal que gera as
marés e que diminui a velocidade de rotação da Terra em
cerca de 0,0018 segundos por século;
 O efeito das marés leva a que a Lua se afaste da Terra cerca de 3,8 cm/ano e dá origem
a que a rotação da Lua seja síncrona com a sua translação;
Continentes Lunares: Regiões mais claras e escarpadas, refletem cerca luz solar de 18% da luz
solar e são constituídas por anortositos.
Mares Lunares: Regiões planas, mais escuras, constituídas por basaltos, refletem cerca de 7%
da luz solar. São mais frequentes na face visível. Apresentam mascons.
Mascons: São regiões rochosas de massa muito concentrada localizadas nos mares lunares e
detetadas por anomalias gravimétricas (positiva). Admite-se que os mascons estejam
relacionados com a ascensão de lava basáltica de elevada densidade proveniente do manto
lunar, que preencheu depressões originadas pelo impacto de corpos celestes.
Crateras de Impacto Lunares: Resultam do impacto de corpos celestes; apresentam forma
circular e diâmetro variável, existindo quer nos mares quer nos continentes lunares. O rebordo
das crateras é sobrelevado e no centro surgem formações cónicas resultantes das ondas de
descompressão que se geram após os impactos.
Rególito Lunar: Materiais Pulverulentos, desde um pó fino até blocos soltos com esferas
vitrificadas que resultam do arrefecimento de rocha fundida após um impacto meteorítico.
Lua – um fóssil: As rochas mais antigas da Terra datam de 3900 M. anos, logo não há forma de
conhecer o que se passou nos primeiros 700 M. a da História da Terra. Dado que a Lua se
encontra geologicamente inativa e que não ocorreram fenómenos de erosão, considera-se
este planeta um fóssil do Sistema Solar.
A TERRA - UM PLANETA ÚNICO A PROTEGER (Páginas 110-129)
A face da Terra. Continentes e Fundos Oceânicos (Páginas 110-115)
Quase três quartos da superfície terrestre estão cobertos por água. O restante é coberto pelos
continentes.

Morfologia Continental

Cratões ou escudos: Porções mais antigas da crosta continental, que se mantiveram estáveis
por mais de 500 M. anos, sem ser afetados por movimentos tectónicos ao longo da história
da Terra. Foram intensamente dobrados e metamorfizados e possuem intrusões magmáticas
predominantemente graníticas.

Plataforma estável: Zonas extensas cobertas por sedimentos da erosão dos escudos.
Constituídas principalmente por rochas sedimentares.

Cadeias montanhosas: Zonas mais elevadas, resultantes da colisão de placas litosféricas,


atividade magmática e metamórfica, que no seu conjunto se denominam por orogenia.

Morfologia Oceânica
Plataforma continental: Corresponde às zonas marginais dos continentes, isto é, são
prolongamentos submarinos e as suas profundidades não ultrapassam os 200 metros.
Talude continental: É a transição entre o continente e o oceano. O declive é muito acentuado
e pode ultrapassar os 4000m de profundidade.
Planície abissal: Apresenta inclinações muito suaves e encontram-se a profundidades entre os
4000m e os 6000m. Por vezes, estas superfícies aplanadas são interrompidas por cadeias
montanhosas submarinas. Ocorre nas planícies abissais grande deposição de sedimentos
finos.
Dorsal médio-oceânica: Forma de relevo constituída por rifte, cumes acidentados, relevos mais
modestos e falhas geológicas transformantes.
Fossas oceânicas: Zona de subducção de Placas Tectónicas. Estão profundamente entalhadas
no fundo oceânico. Localizam-se nas margens dos continentes ou na planície abissal. Podem
ter uma profundidade de até 11000 metros.
Intervenções do Homem nos Subsistemas Terrestres
(Páginas 116-127)
Desde os primórdios da Humanidade que o Homem teve necessidade
de explorar os recursos que a Terra dispõe para a sua sobrevivência, a
começar pelo ar, que contem o oxigénio utilizado na respiração
aeróbia, até, por exemplo, a materiais para fabricos de utensílios, para
a construção, medicina, e a fontes de energia fóssil e nuclear.
Crescimento demográfico – Explosão demográfica acarretou resultados dramáticos como:
 Aumento da exploração dos recursos naturais;
 Aumento da produção e acumulação de resíduos;
 Aumento do número de catástrofes devido à ocupação de áreas de risco.
Consequências do crescimento demográfico:
 Crise energética;
 Falta de água potável;
 Esgotamento de minerais;
 Desflorestação e Desertificação;
 Degradação e destruição de Habitats;
 Redução da Biodiversidade.

Recursos Renováveis e Não-Renováveis


Recursos Renováveis: Quando é reposto rapidamente por processos naturais considerando a
escala humana, pelo que nunca se esgota. Ex: Recursos Biológicos
Recursos Não-Renováveis: Quando o processo de formação e renovação demora muito tempo
à escala humana, pelo que se esgota. Ex: Recursos Minerais
Por vezes, os recursos renováveis podem esgotar-se rapidamente e tornar-se não renováveis:
é o caso dos recursos hídricos.

Recursos Naturais
Recursos Hídricos: Correspondem à água que pode ser utilizada nas atividades humanas. A
água doce constitui o recurso hídrico essencial. Ex: Aquíferos
Consequências da exploração:
 Sobre-exploração;
 Poluição/Destruição de reservas (aquíferos);
 Desvio de águas.
Recursos Minerais: Constituem este tipo de recursos as rochas, os
minerais, e os solos. Podem ser recursos minerais metálicos e
minerais não-metálicos. Ex: Mina de Diamantes
Consequências da exploração:
 Escombreiras → Amontoados de resíduos não
aproveitados dos minérios;
 Poluição;
 Esgotamento.
Recursos Biológicos: Constituem este tipo de recurso os seres vivos com interesse para o
Homem, para uso alimentar, extração de matérias-primas como as florestas. Ex: Florestas
Consequências da Exploração:
 Sobre-exploração;
 Introdução de espécies exóticas;
 Desflorestação;
 Diminuição da Biodiversidade;
 Poluição;
Recursos Energéticos: É qualquer fonte que possa ser aproveitada para produzir energia. Ex:
Carvão. Divide-se em:
 Recursos Energéticos Renováveis → Energia solar,
eólica, hídrica, marés e ondas, geotérmica, biomassa;
 Recursos Energéticos Não-Renováveis → Combustíveis
Fósseis e Energia Nuclear.
Consequências da Exploração:
 Chuvas ácidas;
 Poluição;
 Aquecimento Global.
Consequências da Exploração dos Recursos Naturais:
 Poluição da água, dos solos e do ar;
 Aumento do Efeito de Estufa (Aquecimento Global)
 Degradação da Camada de Ozono;
 Chuvas Ácidas;
Impacte Ambiental: Conjunto de ações ou comportamentos do Homem sobre os subsistemas
terrestres, capazes de interferir no seu equilíbrio ambiental.
Desenvolvimento Sustentável: Conjunto de processos e atitudes que podem satisfazer as
necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras.

Resíduos
Sistema Integrado de Gestão de Resíduos:
 Aterros sanitários;
 Unidades de Incineração;
 Centrais de Compostagem;
 ETAR;
 Centros de Recolha Seletiva;

TEMA III - Compreender a estrutura e dinâmica da Geosfera


MÉTODOS PARA O ESTUDO DO INTERIOR DA GEOSFERA (Páginas 138-
149)
Para estudar o interior do nosso planeta recorre-se a:
 Métodos Diretos: constituindo Xenólitos ou
 Estudo da Superfície Visível; Encraves;
 Exploração de jazigos
minerais;  Métodos Indiretos:
 Sondagens;  Planetologia e Astrogeologia;
 Vulcanologia → O magma ao  Geofísica:
movimentar-se arranca e  Geotermismo;
incorpora fragmentos das  Geomagnetismo;
rochas do manto, que são  Gravimetria;
transportados e ficam  Densidade;
incluídos na rocha magmática,  Sismologia;
após a solidificação,
Geotermia
Ciência que estuda o desenvolvimento e formação de energia interna da Terra.
O Calor interno da Terra, também designado por Geotermia, impede o estudo direto da
geosfera.
Gradiente Geotérmico: É a variação da temperatura com a profundidade.
Grau Geotérmico: É o número de metros que é preciso aprofundar para que a temperatura
aumente 1ºC.
Fluxo Térmico: É a quantidade de calor libertado por unidade de superfície e tempo. Deve-se
à diferença de temperaturas entre a superfície e o interior da Terra.
Geomagnetismo
Magnetosfera: É o escudo formado pelo campo
magnético da Terra, que desvia as partículas
carregadas eletricamente provenientes de
ventos/tempestades solares para os pólos
terrestres, onde o campo magnético é mais intenso.
Geomagnetismo: É o campo magnético da Terra.
Campo magnético terrestre – Porque existe?
A existência do Campo Magnético Terrestre aponta para um núcleo composto por Ferro e
Níquel, cujo núcleo externo é líquido e o núcleo interno sólido: As correntes convectivas no
núcleo externo ao qual estão associadas correntes elétricas que percorrem o núcleo interno;
A interação da corrente elétrica e da rotação mecânica do fluido gera um campo magnético.
O geomagnetismo deve-se ao contínuo movimento de rotação do material constituinte do
núcleo externo que se encontra líquido.
Certas rochas, como o basalto, são ricas em minerais ferromagnéticos, como a magnetite.
Durante o arrefecimento do magma, os cristais podem ficar magnetizados, de acordo com o
campo magnético do momento. Os minerais ficam magnetizados aquando da sua formação,
ou seja, no momento em que a sua temperatura desce abaixo de um certo valor, designado
por Ponto de Curie (505ºC para a Magnetite). Os cristais de magnetite funcionam como
ímanes, com uma polaridade paralela à do campo magnético terrestre na altura da sua
formação, conferindo à rocha uma polaridade idêntica. Mesmo que o campo magnético
terrestre mude posteriormente, os cristais ferromagnéticos incluídos na rocha mantêm a sua
polaridade. Só a perdem se forem aquecidos acima da temperatura correspondente ao ponto
de Curie. Certas rochas retêm, assim, uma “memória” do campo magnético terrestre na altura
de formação dos minerais ferromagnéticos que contêm.
Importância do magnetismo terrestre:
Permite correlacionar, indiretamente, dados/factos observados à superfície da Terra
(orientação segundo a direção dos polos magnéticos), com hipóteses de estruturas e
composição do interior (o campo magnético resulta da rotação de metais fluidos que
constituem o núcleo externo). A existência de geomagnetismo sugere para o núcleo da Terra
uma composição metálica.
O Paleomagnetismo fornece informações sobre o passado da Terra:
 Regista inversões de polaridade do campo magnético terrestre;
 Apoia a hipótese do alastramento dos fundos oceânicos a partir do eixo das dorsais.
Gravimetria
A Gravimetria é a área da Geofísica que mede a aceleração da gravidade em diferentes locais
da Terra.
De facto, qualquer corpo situado na superfície terrestre, devido à massa da geosfera, está
sujeito a uma força de atração (F) ao centro da terra, denominada gravidade. É medida com
gravímetros
Lei da Atração Universal de Newton:
𝑚1 × 𝑚2
𝐹=𝐺 2
, 𝐹 é 𝑎 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝐴𝑡𝑟𝑎çã𝑜, 𝐺 ≈ 6,67 × 10−11 𝑁𝑚2 ⁄𝑘𝑔2 ,
𝑟
𝑚1 𝑒 𝑚2 𝑠ã𝑜 𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑖𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑠, 𝑟 é 𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑖𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑠
À variação de velocidade experimentada pelos corpos em queda livre, devido à gravidade
terrestre, dá-se o nome de aceleração da gravidade:
𝐹 𝑀 4 𝑀
𝑔= ⟺ 𝑔 = 2 ∨ 𝑔 = 𝐺𝜋𝑟𝑑, 𝑑 é 𝑎 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒 𝑑 =
𝑚 𝑟 3 𝑉
Anomalias Gravimétricas:
O valor médio da aceleração gravítica calculada ao nível do mar é 𝑔 ≃ 9,81 𝑚𝑠 −1 .
Qualquer valor superior a este valor teórico é considerado uma anomalia gravimétrica positiva.
Qualquer valor inferior ao da gravidade média é considerado uma anomalia gravimétrica
negativa.
Quanto maior a densidade, maior a anomalia gravimétrica positiva. Quanto menor a
densidade, maior a anomalia gravimétrica negativa.
Contributo da Gravimetria para a definição de um modelo da estrutura interna da geosfera:
A densidade média da geosfera (5,52 𝑔⁄𝑐𝑚3 ) é superior à das rochas da crusta
(2,7 𝑎 2,9 𝑔⁄𝑐𝑚3 ), o que sugere, indiretamente, que o interior da Terra deverá ser
constituído por materiais com densidade superior a 5,52 𝑔⁄𝑐𝑚3 .
Assim, a gravimetria apoia a hipótese da variação da densidade no interior da geosfera: se um
dado corpo apresenta diferentes valores de aceleração da gravidade, em diferentes pontos da
terra, à mesma altura e latitude, é porque a densidade no interior da Terra é variável.
De facto, as rochas do interior terrestre, sujeitas ao aumento progressivo da pressão litostática
– gradiente geobárico – vão sendo comprimidas, pelo que a densidade deverá aumentar em
profundidade.
Em suma, a densidade dos materiais que constituem a geosfera é variável, em latitude e em
profundidade.
VULCANOLOGIA (Páginas 150-173)
A vulcanologia é o ramo das ciências da Terra que estuda a formação, distribuição e a
classificação de fenómenos vulcânicos.

Vulcanismo (Páginas 150-162)


As manifestações vulcânicas podem ser do tipo primário ou do tipo secundário ou residual.

Vulcanismo Primário
Caracteriza-se pela ocorrência de erupções vulcânicas. As aberturas que se formam para a
libertação dos materiais designa-se aparelho vulcânico.
As manifestações primárias de vulcanismo podem ser do
tipo central ou do tipo fissural.
Vulcanismo Central
Vulcão: É uma abertura natural, através do qual são
expelidos materiais líquidos, sólidos e gasosos, quer à
superfície dos continentes, quer nos fundos oceânicos. O
aparelho vulcânico é formado por:
 Câmara magmática;  Cratera;
 Chaminé vulcânica;  Cone Vulcânico.
Formação de uma caldeira: O esvaziamento
total/parcial da câmara magmática torna o aparelho
vulcânico instável por falta de apoio de sustentação
do cone, o que pode conduzir ao seu abatimento.
Neste caso formam-se caldeiras que têm de possuir
no mínimo 1km de diâmetro. Estas caldeiras podem
ser preenchidas por águas pluviais e originar lagoas,
como é o caso da Lagoa das Setes Cidades (Açores).
Vulcanismo fissural
Tipo de erupção que ocorre quando o magma básico e fluido ascende através de longas
fissuras que podem atingir até 25 km de comprimento. Ex: Planalto do Decão (Índia)
Produtos expelidos numa erupção vulcânica
Piroclastos: Cinzas, Lapili, Bombas (forma arredondada) e blocos (forma angulosa);
Gases: Os gases que predominas durante uma erupção vulcânica são o vapor de água, óxidos
de carbono e enxofre, hidrogénio e azoto;
Lavas: Material rochoso fundido com origem no magma, mas que perdeu uma quantidade
substancial de gases.
Classificação da lava consoante a quantidade de sílica
Básica – SiO2 < 52% | Intermédia - 52% < SiO2< 65% | Ácida - SiO2 > 65%
Viscosidade das lavas: Depende da temperatura da lava, da quantidade de sílica e da
capacidade de retenção de gases.
Classificação da lava consoante a viscosidade
Lava Viscosa Lava Fluida
𝑇~ 800º𝐶 𝑇~1500º𝐶
Rica em Sílica → ÁCIDA Pobre em Sílica → BÁSICA
Dificuldade em libertar gases Facilidade em libertar gases
Erupção Explosivas Erupção Efusivas

Tipos de Lavas Fluidas


Lavas encordoadas ou pahoehoe: São lavas muito fluidas que quando solidificam são
semelhantes a cordas.
Lavas escoriáceas ou aa: São lavas menos fluidas que as pahoehoe com superfícies muito
ásperas quando solidificam.
Lavas em almofada ou pillow lavas: São lavas fluidas que arrefecem dentro de água, ficando
com aspeto de película de vidro vulcânico devido ao rápido arrefecimento.
Tipos de Solidificação de Lavas Viscosas
Agulhas Vulcânicas: Formam-se quando a lava solidifica na chaminé.
Domos ou cúpulas: Resultam da solidificação de lavas muito viscosas na cratera.
Nuvens Ardentes ou Escoadas Piroclásticas: Resultam da libertação explosiva de massas densas
de cinzas e gases incandescentes.
Tipos de Erupções Vulcânicas
Erupções Explosivas: Estão relacionadas com lavas que apresentam um elevado grau de
viscosidade e grande quantidade de gases.
Erupções Efusivas: Magma fluido, pouco viscoso, onde a libertação de gases é fácil e onde
formam-se verdadeiros rios de lava.
Erupções Mistas: Muitas vezes, assumem aspetos intermédios, observando-se fases explosivas
que alternam com fases efusivas. Formam-se cones mistos que alternam camadas de lava com
camadas de piroclastos.
Vulcanismo Secundário
É quando a atividade vulcânica se manifesta de um modo menos violento. Caracteriza-se pela
emissão de vapor de água e/ou outros gases a temperaturas elevadas. As manifestações de
vulcanismo residual são:
 Nascentes termais: Libertação de água e sais minerais. Se as águas que ascendem forem
de origem magmática, denominam-se águas juvenis.
 Fumarolas: Fontes de libertação de gases compostos essencialmente por vapor de água.
Se os gases forem ricos em enxofre, denominam-se por
Sulfataras. Se forem ricos em óxidos de carbono, denominam-
se por mofetas.
 Geiseres: Jatos de águas intermitentes libertado através de
fendas e fraturas devido às grandes pressões acumuladas.
Paisagens Vulcânicas: A contração da lava durante o arrefecimento pode provocar o
aparecimento de diáclases que se podem dispor de forma particular.

Os Vulcões e as Placas Tectónicas (Páginas 163-166)


Vulcanismo Em Zonas Tectonicamente
Estáveis: No interior de placas
tectónicas (Vulcanismo Intraplaca).
Vulcanismo Em Zonas Tectonicamente
Instáveis: Ocorre no limite de placas
tectónicas (Vulcanismo de Subducção;
Vulcanismo de Vale de Rifte).

Vulcanismo Intraplaca (Lava Ultra


Básica)
Atividade Vulcânica no interior das
placas litosféricas que frequentemente
origina ilhas que emergem das águas e
mantos de lava nos fundos oceânicos
ou nos continentes.
Pluma Térmica: Longas colunas de
material quente e pouco denso que
sobem através do manto até à base da
litosfera.
Ponto Quente: Centro da Atividade Vulcânica, podem estar representados por vulcões
isolados, por grupos de vulcões no fundo do oceano ou por alguns que formem ilhas. Surgem
na extremidade das plumas térmicas e são pontos fixos

Distribuição Geográfica dos Vulcões


As principais zonas afetadas pelos vulcões são:
 Dorsal Médio-Oceânica;  Anel de Fogo do Pacífico.
 Cintura Mediterrânico-Asiática;
Em Portugal, a atividade vulcânica primária resume-se aos Açores.

Desvantagens do Vulcanismo
 Morte de Seres  Danos Materiais;
Vivos;  Incêndios.

Vantagens do Vulcanismo
 Aproveitamento de Energia Geotérmica (o qual depende da temperatura de
emergência dos gases e dos fluidos termais);
 Desenvolvimento de indústrias de exploração de produtos minerais tais como o
enxofre e o ouro;
 Utilização agrícola dos solos férteis devido à deposição de cinzas vulcânicas;
 Interesses Turísticos e Medicinais.

Minimização de Riscos Vulcânicos - Previsão e Prevenção (Páginas 167-


169)
Vulcão Ativo: Entrou em atividade recentemente.
Vulcão Adormecido: Não há memória de ocorrência de erupções e o vulcão não evidencia
sinais de atividade.
Vulcão Extinto: Apresenta-se
muito modificado e sem sinais
de futura atividade.
Pode-se prever a atividade de
um vulcão através de:
 Registo de sismos
através de sismógrafos;
 Variação da
temperatura de
fumarolas, fontes
termais, etc.;
 Variação da distância
entre dois pontos
específicos do vulcão.
Prevenção:
 Elaboração de mapas de risco;
 Formação adequada da população;
 Evacuação da população.
A delimitação, para cada vulcão ativo/potencialmente ativo, da sua zona de máximo risco, a
identificação dos perigos associados à sua atividade, a reconstituição da sua história e a sua
monitorização permitem prevenir e minimizar os perigos associados a uma eventual erupção.

SISMOLOGIA (PÁGINAS 174-203)


Sismos – definições e causas (Páginas 174-180)
Sismos: Movimentos Vibratórios que ocorrem na superfície terrestre originados por libertação
brusca de energia.
Teoria do Ressalto Elástico: Quando as rochas
ultrapassam o limite de elasticidade fraturam-
se com deslocamento de um bloco em relação
a outro e com libertação de grande quantidade
de energia sob a forma de ondas sísmicas.

Um sismo não é um fenómeno isolado, é precedido por abalos premonitórios, que indicam a
ocorrência de um sismo principal e sucedido por réplicas.

Ondas Sísmicas
Ondas elásticas produzidas por um sismo e que se propagam segundo superfícies concêntricas
a partir do foco.
Ondas P: As partículas vibram paralelamente à direção de propagação de onda. São ondas
longitudinais. Provocam alteração no volume dos materiais. São as mais velozes. Propagam-
se em meios sólidos, líquidos e gasosos.
Ondas S/Transversais: Alteram a forma dos materiais. As partículas vibram
perpendicularmente à direção de propagação da onda. Propagam-se em meios sólidos. São
menos velozes que as P.
Ondas de Love: As partículas vibram horizontalmente fazendo um ângulo reto com a direção
de propagação. Propagam-se em meios sólidos.
Ondas de Rayleigh: As partículas descrevem um movimento elástico num plano perpendicular
à direção de propagação.
A velocidade de propagação das ondas sísmicas internas depende das propriedades físicas da
rocha que atravessam, ou seja dependa da densidade, da rigidez e da incompressibilidade.
Deteção e Registo de Sismos (Páginas 181-187)
Sismógrafos: São aparelhos de precisão que registam em sismogramas os movimentos do solo
provocados pelas ondas sísmicas. Os movimentos verticais podem ser registados
suspendendo a massa inerte por uma mola. Os movimentos horizontais são registados pelos
sismógrafos cuja massa está ligada à estrutura por um braço.
Distância Epicentral: Distância da estação ao epicentro. Para localizar o epicentro são
necessárias 3 estações no mínimo.
𝐷𝐸 = [(𝑆 − 𝑃) − 1] × 1000
Localizando o epicentro: Sabendo
a distância epicentral de 3
estações é possível localizar o
epicentro. O ponto de interseção
das três circunferências deve
corresponder ao epicentro.
Velocidade da onda sísmica:
Conhecendo a distância epicentral
e o tempo gasto, podemos calcular a velocidade de qualquer tipo de onda, através da fórmula
DE
𝑣=
Δ𝑡

Parâmetros para Avaliar um Sismo


Intensidade Sísmica: Parâmetro que permite avaliar as vibrações sísmicas sentidas num certo
local, tendo em conta os efeitos produzidos em pessoas, objetos e estruturas. A intensidade
de um sismo depende da:
 Profundidade do foco e da distância epicentral;
 Natureza do Subsolo;
 Da quantidade de energia libertada no foco;
Escala de Mercalli Modificada: Tem 12 Graus. É uma escala qualitativa, pouco rigorosa e
subjetiva.
Isossistas: Linhas que unem os pontos onde a intensidade do sismo foi a mesma, permitindo
uma visualização da área afetada pelo sismo.
Magnitude Sísmica: Avalia a Quantidade de Energia Libertada no foco através da Escala de
Richter, que é infinita, quantitativa e objetiva.

Sismos e a Tectónica de Placas (Páginas 188-191)


Distribuição dos Sismos a Nível Mundial

Sismos interplacas: São os que ocorrem nas zonas de fronteira


de placas.
Sismos intraplacas: São os que ocorrem no interior das placas
tectónicas, sendo, muitas vezes, consequência da existência
de falhas ativas.

Tsunami
É quando o epicentro de um sismo com foco pouco profundo se localiza no oceano originando
uma onda marinha gigante designada por tsunami ou raz de maré.
No momento em que ocorre a libertação de energia, o fundo oceânico é sacudido devido ao
movimento da falha e ocasiona a compressão da massa de água fazendo com que o nível do
mar suba e origine uma vaga. Esta apresenta em alto mar fraca amplitude e grande velocidade.
À medida que se propaga e se aproxima das zonas costeiras, a onda é travada e há um
aumento da sua amplitude.
Sismicidade em Portugal (Páginas 188-191)
A sismicidade, em Portugal, não é, normalmente, nem muito intensa, nem muito frequente.
No entanto, o território tem sido atingido por diversos sismos com elevada magnitude e
intensidade, tendo sido detetados eventos desde há mais de dois milénios.

Sismicidade Interplacas
Região dos Açores
Devido à sua localização junto à fronteira divergente de placas e ao ponto triplo, a região dos
Açores é caracterizada por sismicidade assinalável.
Banco do Gorringe
A maioria dos autores, fundamentados na distribuição dos
danos, localiza a área epicentral de alguns dos sismos históricos
mais importantes que afetaram o território de Portugal
continental, no mar a sudoeste do cabo de São Vicente, na
região do Banco do Gorringe. O banco do Gorringe é um
fragmento de crosta oceânica e de manto infra oceânico
exumado antes do Cretácico Inferior.

Sismicidade Intraplacas
Além da sismicidade associada à deformação litosférica na
fronteira de placas Açores-Gibraltar, existe também atividade
sísmica significativa no interior do território português e junto
ao litoral.

Minimização dos riscos sísmicos – Previsão e Prevenção (Páginas 192-


199)
A previsão e a prevenção visam eliminar ou atenuar os efeitos por vezes devastadores dos
sismos.
Previsão:
 Ocorrência de
microssismos devido
a pequenas ruturas;
 Flutuações no campo
magnético;
 Variação do nível das
águas em poços
perto de falhas;
 Modificações na densidade das rochas;
 Anomalias no Comportamento dos Animais.
Prevenção:
 Estudos geológicos dos terrenos;
 Construções Antissísmicas;
 Planos de Evacuação das Populações;
 Formação de Pessoal.

MODELO E DINÂMICA DA ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA


(PÁGINAS 205-221)
Contributos para o conhecimento da estrutura interna da Terra (Páginas
204-216)
Contributos da Sismologia
A direção e a velocidade de propagação das ondas P e S são condicionadas pelas características
elásticas dos materiais em que se propagam, definindo superfícies de descontinuidade, isto é,
limites de separação entre materiais de composição, densidade, incompressibilidade e/ou
rigidez diferentes.
Descontinuidades:
 Descontinuidade de Gutenberg: Faz a separação do Manto para o Núcleo Externo e
situa-se à volta dos 2900km.
 Descontinuidade de Lehmann: Faz a separação do núcleo externo para o núcleo interno.
Situa-se a 5150km.
 Descontinuidade de Mohorovic: Separa a crosta do manto. Na crosta oceânica situa-se
entre os 5 e 10km. Na crosta continental, situa-se entre os 20 e os 70 km, podendo
atingir este último valor nas cadeias montanhosas.
A variação da velocidade das ondas sísmicas permite deduzir a composição da geosfera: a
crusta continental é granítica (sial), a oceânica basáltica (sima), o manto peridotítico (fema) e
o núcleo metálico (fe-ni).
O facto das ondas S se propagarem na crusta, manto e núcleo interno indica-nos que estas
camadas são sólidas. O aumento da VP, na D. de Lehmann, apoia também a hipótese de que o
núcleo interno também é sólido.
A não propagação das ondas S no núcleo externo permite inferir que este é líquido.
A existência de um núcleo, externamente líquido, determina a existência de zonas de sombra
para cada sismo.
Zona de Sombra Sísmica: É uma zona da superfície terrestre onde não se propagam ondas
sísmicas internas diretas. Para as ondas P situa-se entre os 103º e os 142º de latitude a partir
do epicentro, o que corresponde a 11459km e 15798km da distância do epicentro. Para as
ondas S situa-se a partir dos 103º de latitude.

No manto superior, entre os 220km e os 410km de profundidade regista-se uma diminuição


da velocidade das ondas internas, que sugere a existência de material sólido, pouco rígido,
num estado próximo ao da fusão, que constitui a astenosfera. Este estado próximo de fusão,
ou mesmo a fusão incipiente das rochas da atmosfera nalguns pontos, confere-lhe uma certa
mobilidade.
O conjunto de rochas que constitui a crusta e parte do manto superior situado acima da
astenosfera comporta-se como uma unidade rígida – a litosfera.

Contributos da Vulcanologia, da Planetologia e da Astrogeologia


O estudo dos materiais vulcânicos contribuiu para o conhecimento da composição químico-
mineralógica da geosfera, nomeadamente do manto (peridotítica).
A análise interpretativa dos registos dos sismos lunares e o estudo dos meteoritos fornecem
dados que apoiam a subdivisão da geosfera em crosta, manto e núcleo.
Um modelo da estrutura interna da Terra (Páginas 2-220)
Para a definição dos modelos da estrutura interna da Terra contribuem dados da Gravimetria,
do Geomagnetismo, da Vulcanologia, da Sismologia e da Planetologia.

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