As rochas metamórficas resultam da transformação de rochas pré-existentes (ígneas,
sedimentares ou metamórficas) (CVO, 2001). Surgem quando essas rochas atingem grandes profundidades ou são encaixantes nas intrusões magmáticas, sem atingirem o estado de fusão. Devido às novas condições de pressão e de temperatura diferentes das da sua génese, as rochas vão sofrer alterações nas suas características originais. Essas alterações consistem nos reajustamentos mineralógicos e de textura como consequência das novas condições físico-químicas, nomeadamente de pressão e temperatura do meio, havendo outros factores importantes no metamorfismo como a acção dos fluidos circulantes e do tempo (USGS, 2004; Universidade de Tulane, 2003).
A relação entre temperatura, pressão e intensidade de metamorfismo que a rocha
sofre é proporcionalmente directa. Em variações menores de temperatura e pressão pode-se conhecer qual a rocha inicial metamorfoseada. Ao ponto de transição para o ambiente magmático denomina-se ultra metamorfismo. Geralmente estas rochas são deformadas, apresentando foliação (evidenciada por bandas alternadas de minerais claros e escuros ou a orientação preferencial dos minerais que as constituem) e xistosidade (evidenciada pela facilidade com que a rocha se destaca em lâminas, como é exemplo o xisto) (CVO, 2001; e- Geo, 2008).
O metamorfismo encontra-se frequentemente associado à formação de cadeias
montanhosas e denomina-se como metamorfismo regional, afectando grandes quantidades de rochas com espessura e superfície consideráveis. O aumento de pressão normalmente resulta de forças tectónicas que produzem compressão nas rochas, como quando duas massas continentais colidem. Estas rochas ocorrem nos núcleos de dobra de cinturas orogénicas ou cadeias de montanhas erodidas. A actuação de forças compressivas resulta em deformações na rocha e espessamento da crosta, o que tende a empurrar rochas a níveis mais profundos onde são submetidas a altas temperaturas e pressões (e-Geo, 2008; Universidade de Tulane, 2003).
Também existe um processo de metamorfismo onde as rochas metamórficas resultam
das alterações térmicas que rochas encaixantes sofrem quando se dão as intrusões de maciços magmáticos (metamorfismo de contacto), que afecta apenas as rochas envolventes do maciço (auréola de contacto) (e-Geo, 2008; Universidade de Tulane, 2003). Existem outros processos de metamorfismo menos comuns como o cataclástico como resultado de uma deformação mecânica quando duas placas deslizam ao longo de uma zona de falha. O calor é gerado pela fricção do deslizamento ao longo dessa zona e as rochas tendem a ficar mecanicamente deformadas, sendo esmagadas e pulverizadas, devido à ruptura. Este tipo de metamorfismo não é muito comum e é restrito a uma zona onde ocorreu uma falha. Outro processo, o hidrotermal, ocorre devido a altas temperaturas e pressões moderadas por fluidos hidrotermais, resultando na alteração de Mg-Fe ricos em minerais hidratados como talco, argila mineral, entre outros. O processo do metamorfismo de impacto ocorre em extensões reduzidas na crosta terrestre e desenvolve-se em locais submetidos ao impacto de grandes meteoritos. A energia deste é dissipada na forma de ondas de choque e de calor que fracturam, deslocam e fundem as rochas. Finalmente, o metamorfismo de soterramento que ocorre em bacias sedimentares em subsidência resultando do soterramento de espessas sequências de rochas sedimentares e vulcânicas a profundidades onde a temperatura pode ultrapassar os 300ºC (Universidade de James Madison, 2000; Universidade de Tulane, 2003).
Resumindo, a rocha metamórfica é resultante de um processo de alteração das
condições originais que presidiram na sua génese, podendo alterar a sua textura e minerais constituintes possuindo outros mais estáveis nas condições actuais, existindo vários processos de metamorfismo (e-Geo, 2008; Universidade de Alabama, s/d; Universidade de Tulane, 2003).