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PETROLOGIA DE ROCHAS METAMÓRFICAS

Docente: Prof. Doutor Estêvão Inácio Sumburane


Metamorfismo, Rochas Metamórficas
e Terrenos Metamórficos

Metamorfismo: Termo da língua Grega, composto de meta- e morpho-


, significando:
meta = “trans...”,no sentido de transformação ou
modificação, e
morpho = a forma de um corpo.

Em Geologia, Metamorfismo significa a formação de novas rochas –


Rochas Metamórficas – a partir de outras rochas pré-existentes, por
transformações no estado sólido, sob modificações das condições
ambientais, principalmente, de Pressão (P), Temperatura (T), da Fase
Fluida presente (X), com ou sem Modificações Químicas, por Tempos
Geológicos variáveis (t), causadas por processos naturais.

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1-As Rochas Pré-existentes - chamadas de Protólitos - podem ser:
Rochas Ígneas, Rochas Sedimentares e mesmo Rochas Metamórficas.
As Rochas Metamórficas resultantes são designadas, respectivamente,
de:
Rochas Metaígneas, Metassedimentares e Polimetamórficas.
2-As Condições Ambientais dos Protólitos – antes do início dos
processos metamórficos – em geral são supergênicas de baixa P e T
como vigentes na superfície e subsuperfície da crosta continental e / ou
marinha.
3-Nessas condições os Protólitos sempre já sofreram transformações
mineralógicas e químicas do ciclo supergénico de intemperismo físico
e químico e sedimentares-diagenéticas, assim como, eventualmente,
transformações hidrotermais.

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Via de regra, portanto, o Metamorfismo afecta os Protólitos com
aumentos da Pressão e da Temperatura em relação ao seu status quo
supergênico, diagenético ou infracrustal. É limitado pelas condições P-T
baixas destes estágios de um lado e pela fusão parcial a total dos
protólitos do lado de alta energia (ver gráfico).

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Agentes do Metamorfismo
1 - Temperatura: controlada, em geral, pelo gradiente geotérmico, que varia
entre 15 e 45ºC / Km de profundidade na litosfera superior terrestre, com valor
médio da crosta continental de 30ºC / Km e valores anômalos extremos de ~5ºC
como mínimo e até ~60ºC /Km como máximo. No metamorfismo – dinâmico e no
metamorfismo de impacto as T podem ser muito mais elevadas e independentes
das profundidades crustais / litosféricas.

2 - Pressão: é medida em bar e kbar (sendo 4,5 Km de coluna litostática da


crosta superior = 1kbar), Pa e GPa e se divide em:
2.1 - Pressão Litostática (Plit = peso da coluna rochosa sobreposta), sem direção
preferencial – não causa deformações maiores de minerais e rochas.
2.2 - Pressão Dirigida / orientada, resultante dos esforços tectônicos e
movimentos das placas tectônicas, é a causa principal da deformações
virtualmente sempre evidente nas rochas metamórficas.

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2.3 - Pressão Fluida (Pfl), é gerada pelo aquecimento dos fluidos intersticiais nas
rochas metamórficas e atua ao contrário da Plit, reduzindo-a e favorecendo a
formação de fraturas. Também causa modificações das condições de óxi-redução
(Eh) e acidéz-alcalinidade (pH) nas reações metamórficas. A Pfl pode ser igual,
menor ou maior do que a Plit, no último caso causando fraturamento da rocha e
perda dos fluidos pelas fraturas – importante para a formação de depósitos
minerais. Quando menor, retarda as reações metamórficas, que dependerão
essencialmente da difusão iônica em sólidos – muito mais lenta do que reações de
transporte fluido.

3 - Tempo: varia muito dependendo do tipo de metamorfismo, de dezenas de


milhões de anos do metamorfismo regional Dinamotermal até mili-segundos do
metamorfismo de impacto.

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Metamorfismo Regional Dinamotermal

-Desenvolve-se em regiões de grandes extensões – cinturões orogénicos –


atingindo níveis crustais profundos ao longo de limites de placas convergentes
em processos de longa duração.
-As transformações metamórficas resultam da ação conjunta da temperatura e
pressão, podem ser isoquímicos ou aloquímicos / metassomáticos (com aporte
e/ou remoção de componentes químicos) e, por reações metamórficas
específicas, caracterizam evoluções de alta, média e baixa pressão, progressivas
ou retro-metamórficas.

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Mudanças durante o metamorfismo progressivo: Grau
metamórfico, granulação e foliação

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Rochas metamórficas

São formadas por transformações ocorridas no estado sólido e


incluem mudanças texturais, estruturais, de composição mineralógica
e química da rocha

TIPOS DE METAMORFISMO

 Hidrotermal
 Dinâmico
 Impacto
 Fundo oceânico
 Contato
 Soterramento
 Regional

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TIPOS DE METAMORFISMO
• DE CONTACTO OU TÉRMICO
 ocorre próximo a intrusões de rochas ígneas
 resulta da intrusão do magma a altas temperaturas nas rochas encaixantes
 a temperatura é o principal factor.
 Pequena abrangência espacial

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Metamorfismo de contacto
Ocorre pelo calor oriundo de intrusões. Forma auréola de contacto ao
redor da intrusão. Minerais de T mais alta mais próximos da intrusão.
A rocha característica é o “hornfels” (corneana), normalmente sem
orientação e com porfiroblastos

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METAMORFISMO REGIONAL OU DINAMOTERMAL
● Ocorre em ampla região geográfica
● Ocorrem três tipos principais: metamorfismo de soterramento
(afundimento), metamorfismo de fundo oceânico e metamorfismo
orogénico
● Ocorre em cinturões orogénicos
● Tem grande abrangência regional.
● É caracterizado por temperaturas e pressões moderadas a elevadas.
● Abrange extensas regiões da crosta terrestre
● Ocorrem em regiões de colisão de placas tectónicas: entre placas
oceânica e continental - Andes; colisão entre placas continentais –
Himalaias e entre placas oceânicas - Ilhas Aleutas e arcos de ilhas).

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• Dinâmico
 Ocorrem em zonas de falhas - ao longo de planos de falha (zonas de
cisalhamento)
 Afecta principalmente a textura da rocha (deformação, quebra de
grãos;
 A pressão dirigida é o factor principal
 Em nível crustal profundo, a alta temperatura, predomina a deformação e recristalização
(ex. gnaisse milonítico)
 Em nível crustal raso (pequena profundidade), a baixa temperatura, predomina o
fracturamento (ex. zona de falha rúptil em arenitos em folhelho).

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• Do fundo oceânico ou Hidrotermal

 Ocorre nas dorsais meso-oceânicas, onde ocorre a interacção entre a


água do mar e rochas/magmas a altas temperatura;
 É importante no ciclo dos elementos químicos;
 Participa na formação de alguns tipos de jazigos metálicos;

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• De soterramento
 Ocorre em bacias sedimentares muito espessas
 Há transformações mineralógicas e texturais sutis

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De impacto
Ocorre em crateras de impacto de meteoritos
 Evento instantâneo, acompanhado de freacturamento e fusão parcial
das rochas

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Diferentes tipos de metamorfismo: hidrotermal, dinâmico, impacto
e de fundo oceânico

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Metamorfismos de contato e soterramento

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Metamorfismo regional: associado geralm/ com cinturões
orogênicos nos limites de placas convergentes

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Metamorfismo progressivo em cinturões orogênicos (cadeias de
montanhas)

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Graus de metamorfismo

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Metamorfismo progressivo de rochas pelíticas
(argilitos e siltitos)

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Metamorfismo dinâmico ou dinamometamorfismo

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Principais tipos de rochas resultantes do
metamorfismo regional progressivo

►Rochas resultantes:
 Ardósias
 Filitos
 Xistos
Gnaisses, anfibolitos, granulitos e
migmatitos

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FACTORES QUE CONTROLAM O METAMORFISMO:
Temperatura, grau (gradiente) geotérmico, pressão e composição

►Temperatura
fontes de calor  dinâmica interna (residual ou
radioativo)
 transferência: magma (dorsais)
reações metamórficas > 200 oC até ~600 oC
relação c/ a profundidade
 gradiente geotérmico
(normal) 15 a 30 oC/km
(anômalo) 5oC/km ou 60 a 100oC/km
 cadeias jovens gradientes elevados (exumação)

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TRANSFORMAÇÕES METAMÓRFICAS:
Reações que vão reduzir a energia livre do sistema, em função das
novas condições físico-químicas

►rochas pelíticas
(1) Al2SiO5(OH)4(caolinite) +2SiO2(quartzo)  Al2Si4O10(OH)2(pirofilite)
+ H20 (fase fluida)
(2) Al2Si4O10(OH)2(pirofilite)Al2SiO5(andaluzite, cianite ou sillimanite)

(3) KAlSi3O10(OH)2(moscovite) +SiO2(quartzo) KAlSi3O8(k-feldspato)


+Al2SiO5(Aluminosilicatos) + H20 (fase fluida)

►Rochas carbonáticas
(4) CaCO3(calcite) +SiO2(qzo)CaSiO3(wollastonite) + CO2(fase
fluida)
Plagioclases
►Rochas psamíticas
(5) SiO2(arenito)  SiO2 (quartzito)
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Mineralogia, textura e estrutura de rochas
metamórficas

● Composição mineralógica
 natureza da rocha original  pelítica (biotite, muscovite)
 condições ou grau de metamorfismo
 baixo, médio e alto
 desidratação dos minerais
 paragênese mineral

● Texturas  Relação de forma, tamanho, organização..


granoblásticas  mosaicos
lepidoblásticas  minerais micáceos orientados
nematoblásticas  minerais primáticos orientados
 porfiroblásticas  cristais maiores que se destacam

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Estruturas de rochas metamórficas

● Maciça
 sem pressão dirigida  metamorfismo de contacto

● Foliada
efeitos da pressão dirigida
 xistosa: filitos e xistos
 gnássica (ou bandada) : gnaisses

Cataclástica/Milonítica: milonitos

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Nomenclatura de rochas metamórficas

● Prefixo ‘meta’ antes do nome da rocha  metabasalto ou rochas


metabasálticas, metapelito..., metacarbonato...

● Natureza do protolito
 sedimentar prefixo ‘para’ (paragnaisse, paraanfibolito...)
 ígnea prefixo ‘orto’ (ortognaisse, ortoanfibolito...)

● Critério petrográfico (estrutura + mineralogia)


 clivagem ardosiana: ardósias
 xistosa: filitos e xistos
 gnáissica (ou bandada): gnaisses
 cataclástica/milonítica: milonitos

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Alguns cuidados a serem tomados:

 Apenas a granada almandínica (vermelha, rica e Fe) define a isógrada da


granada; granada espessartítica (rica em Mn) pode aparecer antes, junto a
Chl e Bt;
 Em rochas muito aluminosas, a cianite pode aparecer já no início do
metamorfismo, pela quebra da pirofilite; é necessário conferir se ela se
formou desta maneira, ou na seqüência à estaurolite!
 Minerais precursores podem permanecer meta-estáveis em rochas de
zonas superiores, mesmo quando já deveriam ter sido consumidos, como
inclusões em granada, por exemplo, e são importantes pistas para
determinar a evolução metamórfica de uma rocha.

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O estudo de terrenos metamórficos era meramente descritivo e
especulativo até 1911, quando V.M.Goldschmidt estudou as piroxenas
“hornfels”(corneanas) das auréolas de contato de corpos de granito e
sienito na região de Oslo, Noruega, empregando métodos químicos e
termodinâmicos. Ele determinou que as associações de minerais
metamórficos se desenvolvem seguindo regras termodinâmicas, e
calculou a curva de equilíbrio da reação:
CaCO3 (calcite) + SiO2 (quartzo) = CaSiO3 (wollastonite) + CO2
(gás carbônico)

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Curva de equilíbrio
da reação de formação
da wollastonite a partir
de calcite + quartzo:

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CLASSIFICAÇÃO DAS FÁCIES METAMÓRFICAS
 Apenas nos graus mais baixos de metamorfismo há mudanças
significativas na mineralogis, em intervalos suficientemente estreitos
de temperatura para permitir a definição de zonas comparáveis às das
rochas pelíticas.
 Em temperaturas mais altas os metabasitos definem um intervalo
mais amplo de condições de formação – Menos úteis que os pelitos
como indicadores metamórficos.
 Entretanto metabasitos são encontrados na maioria dos cinturões
metamórficos, e as zonas identificadas na maior parte das outras
rochas podem ser correlacionadas com as zonas de metabasitos, por
isso, Eskola baseou seu esquema da fácies metamórficas em
associações de metabasitos.

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DIVISÃO DO METAMORFISMO
Para dividir as regiões P-T do metamorfismo, Pentii Eskola (1914, 1915),
finlandês criou o conceito de Fácies metamórficas.
A Fácie metamórfica é representada por várias associações mineralógicas
estáveis em diferentes rochas nas mesmas condições P-T.

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FÁCIES METAMÓRFICAS
 A proposta original de fácies foi dada por Eskola.
 Eskola propôs originalmente 5 (cinco) fácies, que aumentou
posteriormente para 8 (oito) fácies.
 Vários pesquisadores propuseram novas fácies e sub-fácies,
baseado em variações suites em composições muito sensíveis ás
variações nas condições P x T.
 Actualmente, o esquema de fácies se mantém como uma ferramenta
útil para estudos de campo e regionais, permitindo correlações entre
diversos terrenos .

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● Na investigação das rochas do NE (nordeste) da Escócia, George
Barrow deduziu que a partir de um único protólito (rocha original de uma
rocha metamórfica) era possível formar várias rochas diferentes quando
as condições de P-T(Pressão e Temperatura) do metamorfismo mudam.

● Minerais índices e isógradas


Primeiros estudos do metamorfismo progressivo foram feitos por G.
Barrow (1893, 1912) nos “highlands” da Escócia . Barrow identificou várias
zonas, caracterizadas por minerais índices:
Clorite, Biotite, Granada, Estaurolite, Cianite (+ Biotite), Silimanite (+
Biotite)
● C. F: Tilley (1924, 1925) confirmou e estendeu as isógradas de Barrow
por toda a região do Darradian.

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● O limite de cada zona mineral é marcado por isógradas – linha
que marca o primeiro aparecimento ou desaparecimento do mineral:
► Isógrada da biotite (Bt in)
►Isógrada do desaparecimento da moscovite (Ms out)

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 Mineral-índice: mineral cujo aparecimento no terreno serve de marcador
para o aumento da intensidade do metamorfismo;
 Isógrada : linha imaginária na superfície que une os pontos onde um
determinado mineral-índice foi observado pela primeira vez; para cada mineral-
índice teremos a respectiva isógrada (isógrada da biotita, da granada, etc);
 zona metamórfica: uma faixa no terreno entre duas isógradas; uma zona
inicia-se na isógrada do mineral de T mais baixa, que lhe dá nome, e termina
na isógrada do mineral subsequente, onde se inicia a zona metamórfica do
novo mineral;
IMPORTANTE: o mineral da zona anterior não desaparece necessariamente
na isógrada do mineral seguinte: biotita e granada, por exemplo, persistem
através das zonas da estaurolita e cianita, alcançando até a zona da sillimanita
(e além, muitas vezes)

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As cinco fácies originalmente propostas por Eskola:
 Fácies de Xisto-Verde
 Fácies de Anfibolito (Fácie anfibolítica)
Fácies das Piroxena-Hornfels* (original: Hornfels)
 Fácies da Sanidina
 Fácies de Eclogito (Fácie eclogítica)

As três fácies acrescentadas por Eskola:


 Fácies Xisto Azul (original: Glaucofânio Xisto)
 Fácies Epídoto-Anfibolito
 Fácies Granulito

* hornfels = corneanas
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Das várias fácies e sub-fácies posteriores, apenas as “Fácies Sub-Xisto
Verde” propostas por Coombs e colaboradores (1959-1961), definidas em
terrenos de metamorfismo de soterramento de baixo grau na Nova
Zelândia, são utilizadas:

 Fácies Zeólita
 Fácies Prehnita-Pumpellyita
 Fácies Lawesonita-Albita-Clorita

A fácies Epídoto Anfibolito é controversa: alguns autores a utilizam, outros


não (argumentos?)

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A seqüência de minerais-índice determinada por Barrow pode ser
observada em metapelitos verdadeiros em diversas regiões, e serve como
referência fundamental para o metamorfismo destas rochas. No entanto,
variando alguns factores (composição, relação T/P, etc), alguns minerais-
índice podem não se desenvolver ou serem substituídos por outros.
Em alguns casos, pode-se falar na isógrada de desaparecimento de um
determinado mineral, quando o seu desaparecimento for bem caracterizado
(Ex: moscovita out).

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Metapelitos das zonas metamórficas barrovianas:
 Zona da clorite: ardósias e filitos
Chl (Clorite) + Ms (Moscovite) + Qtz (Quartzo) + Ab (Albite)
 Zona da biotite: filitos e xistos finos
Bt (Biotite) + Chl (Clorite) +Ms (Moscovite) + Qtz (Quartzo) +Ab (Albite)
 Zona da granada: xistos finos a médios
Grt (Almandina )+ Bt + Ms + Chl + Qtz + Ab/Olig. (Albite/Oligoclase)
 Zona da estaurolite: xistos médios -
St (estaurolite) + Grt (Granada) + Bt + Ms + Qtz + Pl (Plagioclase) (+Chl)
 Zona da cianite: xistos
Ky (Cianite) + Grt + Bt + Ms + Qtz + Pl (+St)
 Zona da sillimanite:
Sill (silimanite) + Grt + Bt + Qtz + Pl (+Ky, +Ms)

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Os campos das
fácies actualmente
de maior aceitação
no espaço P x T:

Z = Zeólite
PP = prehnite-
pumpellyite
GS = Xisto Verde
A = Anfibolito
G = Granulito
H = Hornfels
(corneanas)
B = Xisto Azul
E = Eclogito

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FÁCIES METAMÓRFICAS
Campos definidos de temperaturas(T) e Pressão (P) no qual ocorreu o
metamorfismo

Fácies
Metamórficas:
 Zeolítica,
 Xisto Verde
Anfibolítica
 Granulítica
 Xisto Azul
“ Hornfels”
(Corneanas)
 Eclogítica

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MUDANÇAS MINERALÓGICAS DEFINIDORAS DE FÁCIES
1 - Mudança na composição do anfibolito
 Actinolite (anfibolito verde) – fácies de temperaturas mais baixa
 Horneblenda - fácies de temperaturas mais elevadas
 Glaucofane - fácies de pressões mais altas

2 - Formação de silicatos de Ca-Al


 Zeolites, Prehnite e Pumpellyte são características de metamorfismo
de grau muito baixo (incipiente) – fácies Prehnite – Pumpellyte
 Lawsonite – requer pressões mais elevads
 Minerais do grupo do epídoto são estáveis num amplo intervalo de P-
T, embora progressivamente sejam substituídos pela plagioclase sob
temperaturas mais elevadas

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3 - Formação de piroxena sob condições extremas
 Clino-piroxena (diopsidio – augite) e orto-piroxena (tipicamente uma
hiperstena pleocróica) podem desenvolver-se em temperaturas muito
altas e são características da fácies granulítica
 Sob pressões elevadas e baixas temperaturas, albite é substituída por
uma clino-piroxena rica na molécula de jadeíte
 Em pressões e temperaturas elevadas, na fácies eclogítica, é
encontrada uma piroxena onfacítica, intermediária entre a jadeíte e a
diopside.
 Clino-piroxena origina um certo número de minerais máficos,
dependendo do grau.
 Os minerais incluem clorite, actinolite, honeblenda, epídote e piroxena
metamórfico, etc
 Minerais máficos formados vão ser diagnosticados pelo seu grau de
metarmorfismo
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4 – Plagioclase
 Plagioclases mais cálcicas tornam-se progressivamente instáveis
com o decréscimo da temperatura
 Correlação geral entre a temperatura e o conteúdo de anortite na
plagioclase :
• baixo grau de metamorfismo – Albite (An0-3) é estável
• fácies de xisto verde superior - oligoclase torna-se estável
• andesina e plagioclases mais cálcicas são estáveis nas fácies
anfibolítica superior e granulítica
 O excesso de Ca e Al → calcite, mineral do grupo do epídoto,
titanite, anfíbola, etc, dependendo da P-T-X
 Em pressões muito elevadas a plagioclase é inteiramente ausente

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Correlação entre grau, fácies e zonas metamórficas –
metamorfismo progressivo barroviano:

Grau Fácies Zona

Muito Baixo Sub-Xisto Verde


(Zeólite, Prehnite-Pumpellyite____________________
Baixo Xisto Verde (baixo) Clorite
(médio) Biotite
(alto) Granada .
Médio Anfibolito (baixo) Estaurolite
(médio) Cianite
(alto) Sillimanite .
Alto Granulito Hiperstena

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