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FACULDADE ANHANGUERA DE PELOTAS

Curso de Engenharia Civil

Elementos de
Mineralogia e Geologia
TIPOS DE ROCHAS – METAMÓRFICAS

Prof. Me. Jorge Saes Bandeira


Rochas Metamórficas - origem

Outro fenômeno majoritariamente relacionado à atividade endógena da Terra é o metamorfismo.

grego meta, “mudança”, e morfo, “formato”

São provenientes da transformação de outras rochas pré-existentes, sejam elas ígneas,


sedimentares (que veremos mais adiante) e até mesmo as próprias metamórficas.
Essa mudança composicional e textural das rochas acontece em estado sólido, sob condições
específicas e controladas por, basicamente, três fatores:
Rochas Metamórficas

➢ CALOR, responsável pelo aumento da velocidade das reações químicas que acarretam na transformação
composicional da rocha. Esse fator é causado, por exemplo, pela intrusão de um corpo ígneo ou pela subdução
de uma placa tectônica em regiões convergentes. Em ambos os casos, quanto mais próximo ao corpo
transmissor de calor, maior a transformação que a rocha sofre.

➢ PRESSÃO pois, à medida que as rochas ficam soterradas, aumenta-se a pressão litostática atuante, isto é, a
pressão resultante do peso das rochas sobrepostas. Um dos resultados disso é a compactação que os minerais
sofrem, o que pode ocasionar a recristalização do mineral, modificando sua estrutura. Em zonas tectônicas
submetidas a intensos esforços, as rochas também podem sofrer pressão diferencial, distorcendo os minerais
da rocha e até mesmo formando novas texturas e estruturas.
Rochas Metamórficas

➢ PRESENÇA DE FLUIDOS, que por possuírem íons em solução que se mobilizam mais rapidamente, aceleram as
reações químicas responsáveis pela formação de novos minerais. Esses fluidos quimicamente ativos têm origem
em três fontes principais:
1) a água presente nos poros da rocha, importante no caso das rochas sedimentares;
2) os fluidos que se encontram no magma;
3) os fluidos gerados pela desidratação de minerais que carregam água em sua estrutura, como é o caso da
gipsita (CaSO4.2H2O).
Rochas Metamórficas

São aquelas que se formam pela modificação química, mineralógica, textural, estrutural, ou uma
combinação destes, em estado sólido, de rochas preexistentes, através do estabelecimento de condições de
temperatura, pressão e/ou pressão de fluidos distintos daqueles originais para a formação da rocha
pretérita.

Não se incluem na definição de metamorfismo os processos diagenéticos e intemperismo.


Rochas Metamórficas

Estas rochas anteriores ao metamorfismo, que podem ser de natureza magmática, metamórfica ou
sedimentar, são denominadas protólito, e as rochas metamórficas que as sucedem podem ser
denominadas, de acordo com a natureza deste, de ortoderivadas, quando se originam do metamorfismo de
rochas ígneas, ou paraderivadas, quando se originam do metamorfismo de rochas sedimentares.

Quando o metamorfismo afeta rochas anteriormente metamórficas, novas rochas metamórficas podem ser
geradas, por metamorfismo progressivo quando as novas condições de pressão e temperatura são maiores
do que aquelas estabelecidas na rocha pretérita, ou por metamorfismo retrógrado quando as novas
condições de pressão e temperatura são inferiores àquelas estabelecidas na rocha pretérita.
Rochas Metamórficas – tipos de metamorfismo

Embora haja diversos tipos de metamorfismo, como o metamorfismo de soterramento,


hidrotermal, de fundo oceânico e de impacto, há três tipos que se destacam pelo número de
ocorrência e importância geológica:

✓ O metamorfismo de contato, é quando um corpo ígneo, sob altas temperaturas, modifica a


rocha.

✓ O metamorfismo dinâmico está relacionado à atividade geológica que ocorre em zonas de


falhas, isto é, em porções onde a rocha está sujeita às pressões diferenciais.

✓ O metamorfismo regional acontece em uma grande área, sendo causado pela alta
temperatura aliado à alta pressão, situação mais comum em zonas de placas convergentes.
Rochas Metamórficas – tipos de metamorfismo

Sequência de aparecimento de alguns minerais-índices e seu respectivo grau metamórfico, levando em


consideração o metamorfismo de uma rocha sedimentar de granulometria fina (folhelho).
Rochas Metamórficas – tipos de metamorfismo

Em todos os tipos de metamorfismo, a composição mineralógica da rocha resultante


da ação do fenômeno de transformação será influenciada pela natureza do protólito,
um termo utilizado para designar a rocha mãe, ou seja, a rocha que deu origem a
nova rocha metamórfica.
Rochas Metamórficas – Estruturas

As estruturas observadas em rochas metamórficas podem ser tanto primárias (aquelas


desenvolvidas antes do metamorfismo) quanto secundárias (que são decorrentes de processos
de deformação, durante o metamorfismo).
Das estruturas observáveis em rochas metamórficas, as mais importantes são:

i) foliação;

ii) lineação.
Rochas Metamórficas – Estruturas

O termo Foliação pode ser utilizado para designar qualquer superfície planar penetrativa
definida por descontinuidades, orientação preferencial dos minerais planares, agregados
laminares ou alguma combinação dessas estruturas, normalmente produzidas durante o
metamorfismo existente em rochas deformadas ou não.

Nesse contexto, a foliação pode ser usada para se referir ao acamamento/estratificação


rítmica em rochas sedimentares, para bandamento composicional ígneo, para estruturas de
fluxo magmático ou para xistosidade, clivagem ou outras estruturas planares em rochas
metamórficas.
Rochas Metamórficas – Estruturas

O termo foliação primária (primary foliation) é usado para estruturas relacionadas aos
processos originais de formação de rochas (estruturas primárias), como, por exemplo,
bandamento composicional ígneo ou acamamento sedimentar.

Para estruturas resultantes de deformação e metamorfismo geradas posteriormente à


formação da rocha (por exemplo, pós-litificação em sedimentos e pós-cristalização e
emplacement em rochas ígneas) são referidas como foliações secundárias (secundary
foliation) que abrange clivagem, xistosidade, foliação milonítica, etc.
Rochas Metamórficas – Estruturas

O termo foliação primária (primary foliation) é usado para estruturas relacionadas aos
processos originais de formação de rochas (estruturas primárias), como, por exemplo,
bandamento composicional ígneo ou acamamento sedimentar.

Para estruturas resultantes de deformação e metamorfismo geradas posteriormente à


formação da rocha (por exemplo, pós-litificação em sedimentos e pós-cristalização e
emplacement em rochas ígneas) são referidas como foliações secundárias (secundary
foliation) que abrange clivagem, xistosidade, foliação milonítica, etc.
Rochas Metamórficas – Estruturas
Rochas Metamórficas – Textura

A textura das rochas metamórficas é constituída pelo tamanho relativo e absoluto dos
grãos minerais, sua forma, distribuição, forma dos contatos e orientação; e é determinada

pela natureza dos seus minerais constituintes,

pelo grau de recristalização

e pelo tipo de metamorfismo que o gerou.


Rochas Metamórficas – Textura

As principais texturas encontradas em rochas metamórficas são:

➢ Granoblástica ; Ex: mármores, granulito


➢ Lepidoblástica ; Ex: ardósia, o filito ou o xisto
➢ Nematoblástica
➢ Porfiroblástica
➢ Poiquiloblástica:
➢ Porfiroclástica:
➢ Maculada:
➢ Palimpsética ou reliquiar:
Rochas Metamórficas – Textura

A identificação das texturas metamórficas é fundamental


na interpretação da história de deformação da rocha.
Rochas Metamórficas –
Rochas Metamórficas – principais exemplos

Os principais exemplos de rochas metamórficas são: o gnaisse, formado a partir


do granito (rocha ígnea); a ardósia, formada a partir do xisto (rocha
metamórfica), e o mármore, formado a partir do calcário (rocha sedimentar).

Essas rochas citadas são muito importantes economicamente, sendo amplamente


utilizadas na construção civil e na fabricação de objetos.
Rochas Metamórficas – principais exemplos

Mármore, rocha metamórfica


formada Telhado feito de ardósia
a partir da transformação do calcário
Rochas Metamórficas – principais exemplos
Rochas Metamórficas – principais exemplos
Rochas Metamórficas – principais exemplos
Rochas Metamórficas – usos do mármore
Referências Bibliográficas

▪ POPP, José Henrique. Geologia geral. 5.ed. Rio de Janeiro LTC 1998. 376 p. ISBN 85-216-1137-4.

▪ Zielinski, João Pedro Tauscheck. Elementos de mineralogia e geologia – Londrina : Editora e


Distribuidora Educacional S.A., 2018. 240 p.

▪ Unesp- Departamento de Petrologia e Metalogenia - Rio Claro/SP. Museu de Minerais, Minérios


e Rochas Heinz Ebert. http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas/. Acesso em: 19 mar. 2020

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