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Relatório de uma atividade laboratorial

Nome: Eduardo Faria nº: 7 Turma: 11ºA


Disciplina: Biologia e Geologia A

Título: Como identificar rochas metamórficas?

Objetivos: Identificar e classificar rochas metamórficas.

Fundamentos teóricos:

- Metamorfismo: processo geológico que consiste num conjunto de transformações


mineralógicas, químicas e estruturais que ocorrem no estado sólido, em rochas sujeitas a
estados de tensão, a temperatura e pressão diferentes da sua génese.
- Fatores do metamorfismo: Existem três tipos de fatores de metamorfismo que, conjugando-se
com diferentes graus de intensidade nos diversos locais da Terra, conduzem à formação de uma
grande variedade de rochas metamórficas. Estes fatores são: tensão, temperatura e fluidos de
circulação.
- Tensão: Quando se aplica uma força numa determinada área, diz-se que um material fica sujeito
a um estado de tensão. Os materiais geológicos no decurso da sua evolução em profundidade
são sujeitos à atuação de diferentes tipos de tensão. Tensão litostática – quando as forças são
idênticas em todas as direções. Esta tensão comprime a rocha, aproximando os seus átomos e
aumentando a sua densidade. Tensão não litostática (ou dirigida) – as forças são diferentes nas
diversas direções. Está diretamente associada às forças de cisalhamento, compressão e
distensão. A tensão vai direcionar os minerais da nova rocha, influenciando a sua textura.
Quando apresenta alinhamentos paralelos, a textura designa-se foliação. Deste modo, existem,
relativamente à textura, rochas metamórficas foliadas e rochas metamórficas não foliadas.
- Temperatura: Com o aumento da temperatura, algumas ligações químicas nos minerais são
quebradas; o mineral recristaliza com novo arranjo tridimensional, formando novos minerais. A
cerca de 200 ºC iniciam-se os processos de metamorfismo; a partir dos 800 ºC, a rocha funde,
formando magma.
- Fluidos de circulação: Os fluidos magmáticos, ao entrarem em contacto com as rochas, podem
alterar a composição química das mesmas. Os iões que constituem estes fluidos reagem
quimicamente com os minerais das rochas, havendo troca iónica, podendo dar-se a substituição
completa ou parcial de minerais.
- Mineralogia das rochas metamórficas: Durante o processo de metamorfismo, as rochas e os
minerais preexistentes alteram-se como resultado da ação dos fatores já referidos. As novas
condições físicas e químicas a que as rochas passam a estar sujeitas determinam o
desaparecimento de certos minerais, a manutenção de outros e a formação de novos materiais.
O aumento progressivo das condições de pressão e temperatura relaciona-se com diferentes
graus de metamorfismo: de baixo grau, grau intermédio e de alto grau; que são acompanhados
pelo aumento da intensidade dos fenómenos de recristalização e pelo aparecimento de certos
tipos de minerais-índice. Uma dada rocha original pode assim originar diferentes tipos de rochas
metamórficas, conforme as condições e o grau de metamorfismo a que é sujeita.
- Tipos de metamorfismo: de acordo com dados de campo e alguns dados laboratoriais tendo em
conta os contextos de ocorrência do metamorfismo, são habitualmente definidos vários tipos de
metamorfismo, dos quais se destacam o metamorfismo regional e de contacto.
- Metamorfismo regional: resulta da ação combinada do calor, das tensões litostática e dirigida e
dos fluidos de circulação, constituindo o xisto ou o gnaisse como bons exemplos de rochas
formadas sob estas condições. Uma vez que a pressão não litostática é um dos fatores
determinantes neste tipo de metamorfismo, estas rochas apresentam tipicamente uma notável
foliação.
- Metamorfismo de contacto: Neste tipo de metamorfismo, de carácter muito localizado, os
fatores determinantes são o calor e circulação de fluidos. O metamorfismo de contacto ocorre
junto de formações magmáticas que se introduziram nas rochas preexistentes. Em virtude do
aumento de temperatura e da circulação de fluidos, as rochas adjacentes às intrusões começam
a ser metamorfizadas ao longo de uma zona envolvente designada por auréola de
metamorfismo. A extensão desta zona depende da suscetibilidade da rocha metamorfizada,
bem como da dimensão e temperatura da intrusão.
- Texturas das rochas metamórficas: Um critério importante para a classificação das rochas
metamórficas é a foliação. A foliação é um aspeto da textura caracterizado pela existência de
estruturas planares, resultantes do alinhamento paralelo de certos minerais, por ação de
tensões dirigidas. Em relação à foliação, as rochas metamórficas podem ser classificadas em
rochas foliadas e rochas não foliadas. A clivagem, xistosidade e bandado gnáissico são três tipos
de foliação muito característicos de rochas de baixo, médio e alto grau de metamorfismo.
- Clivagem: é um tipo de foliação frequente em rochas que experimentaram deformação em
condições de baixo grau de metamorfismo. A clivagem pode ser reconhecida em rochas
metamórficas, como ardósias e filito. Os processos metamórficos levam à ocorrência de
orientação paralela dos minerais lamelares, como a moscovite e os minerais de argila. Este tipo
de estrutura conduz ao aparecimento de planos de clivagem favoráveis à existência de
fissilidade, ou seja, a facilidade de a rocha se dividir em lâminas. As superfícies de clivagem
numa rocha, como, por exemplo, o filito, em consequência do desenvolvimento dos minerais
micáceos, conferem a esta rocha um brilho sedoso/lustroso nas superfícies de foliação.
- Xistosidade: o aumento do grau de metamorfismo permite a existência de significativos
fenómenos de recristalização, verificando-se, um maior desenvolvimento dos cristais,
nomeadamente de micas, quartzo e feldspatos. A xistosidade é uma forma de foliação
desenvolvida pela orientação paralela de minerais tabulares e lamelares em rochas
metamórficas de grão grosseiro, como, por exemplo, nos micaxistos. Devido ao maior
desenvolvimento dos minerais, nomeadamente micas, estes minerais podem ser facilmente
distinguidos à vista desarmada. O micaxisto, comparativamente ao filito e à ardósia, apresenta
menor fissilidade.
- Bandado gnáissico: é um tipo de foliação gerada por diferenciação em bandas por efeito de
tensões dirigidas e por ser identificada, por exemplo, em certas rochas de alto grau de
metamorfismo, como o gnaisse. Face aos intensos fenómenos de recristalização,
nomeadamente de minerais não lamelares, como o quartzo e o feldspato, estes vão ser
separados de outros como a biotite e as anfíbolas, formando-se bandas alternadas destes
minerais que lhe conferem o bandado característico.
- Textura não foliada: Rochas como, por exemplo, o quartzito, o mármore e as corneanas
apresentam textura granoblástica e por vezes são o resultado de processos metamórficos
relacionados com o metamorfismo de contacto.
Protocolo experimental:

Materiais e reagentes:

 Amostra de gnaisse, amostra de filito, amostra de ardósia, amostra de micaxisto, amostra de


mármore, amostra de quartzito.
 Lupa.
 Ácido Clorídrico.

- Registo fotográfico dos materiais necessários para a atividade:

Imagem 1: Amostra 1 Imagem 2: Amostra 2 Imagem 3: Amostra 3 Imagem 4: Amostra 4


Imagem 5: Amostra 5 Imagem 6: Amostra 6 Imagem 7: Lupa Imagem 8: Ácido Clorídrico

Procedimento experimental:

 Comparar as amostras das rochas analisadas, tendo em conta as seguintes características:

Existência/ausência de foliação;

Tamanho do grão;

Reação aos ácidos;

Fissilidade.

 Identificar, através da utilização da chave dicotómica para análise, as amostras submetidas a


análise.
 Organizar os dados obtidos numa tabela.
Apresentação e tratamento de dados:

Imagem 9: Chave dicotómica usada nesta atividade.

Amostra 1 2 3 4 5 6
Existência Sim Sim Sim Sim Não Não
de foliação
Tamanho Grosseiro Fino Finíssimo Grosseiro Grosseiro Médio
do grau
Reação aos Não Não Não Não Sim Não
ácidos
Fissilidade Ausente Presente Presente Presente Ausente Ausente

Tabela 1: Características das amostras analisadas

Análise e discussão de resultados:

Amostra 1:
Dada a existência de foliação, de acordo com a chave dicotómica, passar-se-á para o tópico 3. Dado que
a rocha é compacta com bandado característico de leitos claros alternados com escuros, pode concluir-
se que se trata do gnaisse. O gnaisse é uma rocha de origem metamórfica, resultante de processos de
metamorfose com granitos. A sua composição é de diversos minerais, mais de 20% de feldspato potássico,
plagioclásio, e ainda quartzo e biotite.

Amostra 2:

Dada a existência de foliação, de acordo com a chave dicotómica, passar-se-á para o tópico 3. A rocha
não apresenta bandado, passar-se-á para o tópico 4. Esta amostra apresenta grão fino, sem minerais
macroscopicamente visíveis. É uma rocha de cor relativamente clara com brilho lustroso nas superfícies
de foliação. Por este motivo, trata-se do filito. O filito forma-se a partir de uma rocha sedimentar
argilosa que sofre metamorfismo de baixo grau. Apresenta uma foliação muito fina, brilho reluzente,
prateado, e é constituído essencialmente por moscovite e quartzo.

Amostra 3:

Dada a existência de foliação, de acordo com a chave dicotómica, passar-se-á para o tópico 3. A rocha
não apresenta bandado, passar-se-á para o tópico 4. Esta amostra apresenta grão fino, sem minerais
macroscopicamente visíveis. É uma rocha de cor escura, de grão finíssimo. Apresenta fissilidade fácil,
segundo superfícies planas e paralelas. Logo, trata-se da ardósia. A ardósia é uma rocha silicoargilosa
formada pela transformação da argila sob pressão e temperatura, endurecida em finas lamelas. De baixo
grau metamórfico, a ardósia é formada sob as menores pressões e temperaturas de entre as rochas
metamórficas.

Amostra 4:

Dada a existência de foliação, de acordo com a chave dicotómica, passar-se-á para o tópico 3. A rocha
não apresenta bandado, passar-se-á para o tópico 4. É uma rocha de grão grosseiro, onde é possível
definir macroscopicamente minerais como micas. Apresenta planos de xistosidade com aspeto brilhante
e, por vezes, ondulados. Portanto, trata-se do micaxisto. Os m icaxistos são rochas metamórficas de
xistosidade acentuada e são rochas duras, formadas essencialmente, por quartzo e micas, podendo, também,
conter feldspato.

Amostra 5:

A amostra 5 não apresenta foliação evidente. Por isso, passar-se-á para o tópico 2. Dado que, no
contacto com o ácido clorídrico, a rocha causa efervescência, trata-se do mármore. O m ármore é uma
rocha metamórfica originada de calcário exposto a altas temperaturas e pressão de baixa a moderada.

Amostra 6:
A amostra 6 não apresenta foliação evidente. Por isso, passar-se-á para o tópico 2. Dado que é uma
rocha compacta, que não faz efervescência com o ácido clorídrico, trata-se do quartzito. O quartzito é
uma rocha metamórfica cujo componente principal é o quartzo.

Conclusão:

As rochas metamórficas são um dos tipos de rochas que surgem a partir da transformação das rochas
sedimentares ou magmáticas. São formadas por processos físico-químicos que ocorrem pela ação de
diversos fatores relacionados com a humidade, a temperatura e a pressão no interior da Terra.

Esta atividade possibilitou a identificação e classificação dos diferentes tipos de rochas metamórficas,
através de uma chave dicotómica apropriada e criada especialmente para este intuito. Chegou-se à
conclusão, através da observação e testes com ácido clorídrico, que as amostras a seguir citadas
correspondem às seguintes rochas:

- Amostra 1: Gnaisse
- Amostra 2: Filito
- Amostra 3: Ardósia
- Amostra 4: Micaxisto
- Amostra 5: Mármore
- Amostra 6: Quartzito

Bibliografia/Webgrafia:

SILVA, Amparo Dias, [et al.] – Terra, universo de vida: Geologia. 1º edição. Porto: Porto editora, 2020.
ISBN 978-972-0-42172-2

Hiperligação: https://sorbiogeo.blogs.sapo.pt/10908.html: consultado a 17/05/2022

Hiperligação: https://pt.wikipedia.org/wiki/Metamorfismo: consultado a 19/05/2022

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