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Metamorfismo

Conjunto de transformações minerológicas e texturais que as rochas


pré-existentes sofrem, quando sujeitas a condições de pressão e
temperatura diferentes das que presidiram a sua formação.
 Processo muito lento que ocorre a profundidades entre 10-30km;
 Associado a contextos tectónicos;
 Deformação dúctil do material rochoso.

Fatores de Metamorfismo

Calor Tensão Fluidos Tempo

 Calor:
Apartir dos 200ºC, o calor interno da Terra altera a composição
mineralógica e a textura das rochas. Aos 800ºC inicia-se a fusão do
material rochoso (magmatismo).
 Fontes de calor
- gradiente geotérmico- aumento da temperatura com a
profundidade.
- magmatismo- corpos magmáticos que libertam elevadas
quantidades de energia que aquecem as rochas mais próximas.
O aumento da temperatura provoca a quebra das ligações químicas mais
fracas, modificando a estrutura cristalina dos minerais presentes.
Enquanto a rocha se adapta às novas temperaturas, os minerais
recristalizam com novas estruturas cristalinas, originando novas
espécies minerais.

 Tensão
 Tensão litostálica/confinante:
Resulta do peso da massa rochosa suprajacente, que a
partir de 3km de profundidade exerce-se igualmente em
todas as direções. Faz diminuir o volume da rocha durante
a metamorfização, aumentando a densidade dos minerais.

 Tensão não litostática/dirigida


Resulta de forças tectónicas (compressivas, distensivas...).
Produzem uma orientação preferencial de certos minerais.

 Fluidos
Durante o processo metamórfico as rochas podem estar em
contacto com fluidos circulantes que reagem com elas alterando a
sua composição quimica e mineralógica.

- como se formam os fluidos


As temperaturas elevadas originam a fusão de uma quantidade resuzida
de material e forma um fluido hidrotermal.composto por materiais muito
voláteis (h2o,co2...). A reduzida densidade e elevada fluidez permite a
circulação destes fluidos circulantes que aceleraram a difusão dos
elementos, promovendo a ocorrência de reações químicas, com aumento
do metamorfismo.

- fluido: H2O
A água, ao percolar pela crusta oceânica, sofre aquecimento e é capaz
de dissolver diversos iões e compostos. Estes podem ser posteriormente
depositados em profundidade, modificando a composição química das
rochas, ou ascender até à superfície da crusta pelas fraturas e depositar-
se nos fundos oceânicos.

Compactação e Recristalização:
As elevadas pressões e temperaturas provocam uma compactação e
recristalização mineralógica:

 Compactação- aproximação dos grãos, tornando a rocha mais densa


e reduzindo a porosidade.
 Recristalização- formação de novos minerais devido à reorganização
espacial das partículas constituintes dos minerais quando sujeitas a
novos parâmetros de pressão e temperatura. Na recristalização
verifica-se também a alteração da estrutura cristalina do mineral.
Todo este processo ocorre sem modificações na composição química
global.

Exemplos de alteração de rochas

Gráfico A detalhado

Minerais Índice:
Cristalizam sob condições de temperatura e pressão bem defenidas, pelo
que a sua presença permite inferir as condições termodinâmicas do
ambiente em que as rochas que os possuem se formaram.
(ex. Andaluzite,Cianite,Silimanite)
 Andaluzite – forma-se em condições de pressão e temperatura baixas.
 Silimanite – forma-se a temperaturas muito elevadas.
 Cianite/Distena – forma-se a pressões muito elevadas.
A composição destes 3 minerais é idêntica mas apresentam diferentes
estruturas cristalinas.

Outros minerais de metamorfismo:


 Turmalinas – cor escura e forma alongada.
 Granadas – cor vermelha escura e elevadas dimensões às vezes.
 Grafite e Diamante – composto apenas por carbono e forma-se em
condições de metamorfismo distinto.
 Micas – Biotite e Moscovite
 Talco – pode-se formar pela recristalização de diversos minerais.
 Epídoto – pode gerar-se pela alteração hidrotermal de outros
minerais.

Quanto maior é a intensidade das transformações metamórficas, maior é


a diferença entre as rochas finais e as que lhes deram origem.
(ex. Argilito-Ardósia-Filito-Micaxisto-Gnaisse)

Grau de metamorfismo:
Tendo em conta a presença de certos minerais nas rochas, é possível
conhecer as condições de pressão e de temperatura que estiveram
presentes na formação de uma rocha metamórfica, podendo assm
determinar o grau de metamorfismo:

– Metamorfismo de baixo grau


– Metamorfismo de médio grau
– Metamorfismo de alto grau
• Ultrametamorfismo:
originam rochas denominadas
migmatitos, com uma parte
clara que chegou a fundir e
uma parte escura, metamórfica,
formada por minerais de ponto
de fusão mais alto, que resistiu
à fusão.

Tipos de Metamorfismo

Metamorfismo Regional
Metamorfismo termodinâmico é provocado pelas altas pressões e
temperatura, e afeta grandes extensões da crosta e está, em geral
associado à génese de cadeias montanhosas em zonas de colisão e
subducção de placas.
 Exemplos de rochas: ardósia,filito,micaxisto e gnaisse
As rochas cuja génese é o
metamorfismo regional são
quase sempre foliadas,
indicando a influência de
diferentes pressões durante
a recristalização.

Metamorfismo de Contacto
Metamorfismo experimentado pelas rochas adjacentes a uma intrusão
magmática, formando-se uma auréola de metamorfismo.
 Exemplos de rochas: corneana, quartzito e mármore

A temperatura é o principal agente do metamorfismo, sendo mais eficaz


quanto maior for a quantidade de calor transferida para as rochas
encaixantes. Os novos minerais distribuem-se ao longo da orla
metamórfica, do lado de fora (exometamofismo ) e dentro
(endometamofismo) da intrusão.

Metamofismo de Impacto
Resulta do aumento de pressão e temperatura devido ao impacto de
meteoritos na superfície do planeta.

Metamorfismo Hidrotermal
Resulta da percolação de água quente ao longo de fraturas e espaçoes
intergranulares. Processo metassomético com troca iônica entre a água e
as paredes da fratura.
Característica das rochas:
Textura: Determinada pelo tamanho,forma e arranjo dos minerais.
As rochas metamórficas apresentam dois tipos de textura:
 Textura foliada (xisto,ardósia,filito,gnaisse...)
 Textura não foliada/granoblástica (corneana, quartzito, mármore...)

 Tensão:
 Tensão litostática – forças iguais aplicadas em todas as direções.
 Tensão não litostática/dirigida – foças aplicadas não são iguais
em todas as direções.

Foliação: Propriedade das rochas metamórficas, resultante do


alinhamento preferencial de certos minerais (minerais com hábito
manelar por exemplo as micas), que sob a ação de tensões não
litostáticas, originando estruturas planares que se orientam segundo
planos paralelos de modo penetrativo por toda a rocha.

A foliação pode ser mais evidente ou mais subtil, em certas rochas metamórficas, só
através do microscópio petrográfico se consegue determinar a textura.
Nas orlas de metamorfismo de contacto, a foliação está ausente, porque não há
intervenção de tensões dirigidas
Fissilidade é a facilidade que uma rocha tem para se dividir em lâminas.

 Clivagem Xistenta
Característica das rochas de metamorfismo de baixo grau como
resultado da orientação paralela de certos minerais face a forças
compressivas, originando fissilidade evidente. Ex:ardósias e filitos

 Xistosidade
Característica das rochas de metamorfismo de médio grau, no qual
as superfícies de fissilidade se apresentam mais brilhantes e
irregulares devido ao maior desenvolvimento dos minerais (minerais
grão grosseiro, isto é, visiveis a olho nu). Ex. Micaxistos
 Bandado Gnaissico
Característica das rochas de metamorfismo de alto grau, em que os
minerais de cor clara são segregados dos minerais lamelares
produzindo um bandado característico. A fissilidade destas rochas é
reduzida.

Qualquer rocha do interior da crosta, independentemente da sua


natureza, pode ser afectada por uma intrusão magmática. Até as rochas
metamórficas podem ser sujeitas a metamorfismo de contacto, dizendo-
se nesse caso que foram remetamorfizadas.

Relação do metamorfismo com as placas tectónicas


– Na plataforma continental ocorre a acumulação de sedimentos que sofrem
afundamento e diagénese. Acima de uma determinada temperatura inicia-se o
metamorfismo, de baixo grau e reduzida foliação, em que a pressão é
essencialmente litostática.

– No limite convergente de placas, os sedimentos sofre afundamento e


encontram-se sujeitos a forças compressivas. Na região de subducção, a
movimentação da placa oceânica sujeita as rochas a elevadas temperaturas e
pressões não litostáticas.

– No limite convergente entre duas placas continentais, ocorre um


espessamento da crusta continental, em que as rochas ficam sujeitas a
elevadas pressões e temperaturas, responsáveis pela ocorrência do
metamorfismo regional. É o fenómeno metamórfico mais comum e encontra-se
associado às principais cadeias montanhosas. Actualmente ocorre nos
Himalaias e nos Andes.
– Ainda nos limites convergentes, e devido à presença de rochas magmáticas
plutónicas, ocorre metamorfismo de contacto na proximidade dos corpos
magmáticos em arrefecimento. As pressões mantêm-se altas nestas condições,
mas a temperatura é um dos principais fatores do metamorfismo de contacto.

Rochas metamórficas em Portugal

As rochas em Portugal refletem a


ocorrência de fenómenos geológicos
longos e que envolveram o fecho e a
abertura sucessiva de bacias
sedimentares oceânicas, em função do
regime de forças tectónicas.
As rochas em Portugal refletem a
ocorrência de fenómenos geológicos
longos e que envolveram o fecho e a
abertura sucessiva de bacias
sedimentares oceânicas, em função do
regime de forças tectónicas.

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