Metamorfismo

Conjunto de adaptações mineralógicas, químicas e estruturais que ocorrem no estado sólido, em qualquer tipo de
rocha preexistente, quando sujeita a condições de pressão e de temperatura diferentes das que presidiram à sua
formação.

➜O metamorfismo ocorre, no interior da Terra, em condições termodinâmicas superiores à diagénese e inferiores às

do magmatismo
Condições termodinâmicas – pressão e temperatura - diferentes das que presidiram à sua formação.

METAMORFISMO

• Ocorre em zonas de subdução, em áreas de formação de cadeias montanhosas ou na base das bacias de
sedimentação.

• Frequentemente as rochas metamórficas encontram-se dobradas, o que sugere uma génese num estado de
deformação dúctil.

Fatores de metamorfismo
→ Tensão/Pressão elevada- que pode ser litostática ou não litostática
→ Calor /Temp. elevada – que modificam a composição química e a textura da rocha
→ Fluidos circulantes- que transformam, por adição ou remoção de componentes químicos, a composição química
das rochas preexistentes – os protólitos.
→ Tempo

TEMPERATURA

•Com o aumento
da profundidade

•Na proximidade
de uma intrusão
magmática

TEMPO
PRESSÃO/TENSÃO
• As rochas metamórficas são formadas a diferentes profundidades.
• À medida que aumenta a profundidade, as rochas são sujeitas a forças geradoras de estados
de tensão, sendo uma delas a pressão.
• No interior da Terra as rochas são sujeitas a dois tipos de tensão: litostática e não litostática.

Litostática/ Confinante/ Não dirigida Não litostática/ Não confinante/ Dirigida

• Resulta do peso do material das camadas • Corresponde às pressões exercidas por

superiores.
• A partir de 3 km de profundidade a tensão
exerce-se igualmente em todas as direções.
• O material fica sujeito a forças muito
intensas em todas as direções que
provocam a sua deformação.
• Faz diminuir o volume da rocha e por
consequência aumenta a sua densidade.
• Afeta elevados volumes de rochas.
movimentos tectónicos: compressivas,
distensivas e de cisalhamento.
•As forças são exercidas apenas numa
direção.
• Altera a textura da rocha uma vez que
produz uma orientação preferencial de
certos minerais que tendem a ficar
alinhados perpendicularmente à direção da
força, passando a rocha exibir foliação –
textura foliada.

FLUÍDOS
•Entre os fluidos circulantes inclui-se:

→ Água aquecida a elevadas pressões.

→ Fluidos resultantes da fusão de material rochoso.
→ Fluidos formados durante a diferenciação magmática.

• Têm origem na desidratação de certas rochas durante o metamorfismo ou são libertados por magmas próximos.

•A circulação destes fluidos no interior das rochas propicia a troca de substâncias, originando a metamorfização das
rochas encaixantes, devido à alteração da sua composição químico-mineralógica.

•A presença de água facilita as reações entre os átomos e os iões constituintes quer dos fluidos, quer das rochas por
onde estes circulam.
Mineralogia das rochas metamórficas
Recristalização dos minerais: Reorganização
dos elementos de um mineral original numa
combinação mais estável, nas novas condições
Pressão e Temperatura.

• Alteração da composição química dos minerais

iniciais formando-se novos minerais …ou…

• …alteração da estrutura cristalina de um

mineral sem variação da composição química -
Polimorfismo

Deste modo, os minerais iniciais podem:

MINERAIS ÍNDICE
São minerais que se formam num intervalo muito restrito de pressão e temperatura.

Permitem:
• Distinguir rochas metamórficas de outro tipo de rochas.
• Caracterizar as condições de P e T presentes quando a rocha se formou – paleobarómetros e paleotermómetros.
• Identificar os diferentes graus de metamorfismo.

Se uma rocha metamórfica

exibir:

Andaluzite- indica que se

formou a condições de baixa
pressão e baixa a média
temperatura.

Cianite- indica que se formou a

elevada pressão

Silimanite- indica que se

formou a elevadas
temperaturas
Intensidade das transformações
Maior o grau de metamorfismo –
•Quanto mais próximo da fonte de calor
maiores modificações mineralógicas e
• Quanto mais elevadas as condições de P e T texturais da rocha

• Quanto mais tempo os agentes atuarem

Rochas de elevado grau de metamorfismo apresentam frequentemente cristais de elevadas dimensões já que
estes minerais, após se formarem, permanecem estáveis nessas condições.

Tipos de metamorfismo
METAMORFISMO REGIONAL
• Encontra-se geralmente associado a zonas extensas e à formação de cadeias montanhosas.

• Ocorre em profundidade, onde a temperatura é mais elevada e em que o peso das camadas subjacentes conduz ao
aumento da tensão litostática

• O aumento da temperatura e da tensão, a par da circulação de fluidos, provoca modificações na

mineralogia e estrutura original da rocha, provocando recristalização e deformação, pelo que
as rochas metamórficas formadas neste contexto exibem foliação.

As ardósias, filitos, micaxistos e gnaisse são rochas que derivam de

rochas semelhantes, a maior parte das vezes argilitos, que resultam
de metamorfismo regional de grau crescente.

METAMORFISMO DE CONTACTO
• Ocorre nas proximidades do magma, onde o calor e os fluidos são os fatores de metamorfismo dominantes.

• O calor e os fluidos libertados pelo magma propagam-se pelas rochas encaixantes e alteram os seus minerais -
recristalização.

• Afeta volumes de rocha relativamente reduzidos.

•A variedade de rochas resultantes do metamorfismo de contacto depende do tipo de rocha-mãe onde o corpo
magmático se instala.

• O grau de metamorfismo diminui com a distância à intrusão.

• As rochas que se formam nas zonas mais próximas do corpo

intrusivo são designadas genericamente por corneanas.

• As rochas metamórficas formadas no contexto de

metamorfismo de contacto não exibem orientação
preferencial dos seus minerais – textura não foliada- uma vez
que a tensão tem um papel subsidiário.
Textura
A textura das rochas metamórficas é determinada pelo tamanho, forma e arranjo dos minerais que constituem a
rocha.

O tamanho dos grãos aumenta à medida que o grau de metamorfismo aumenta.

Assim as rochas metamórficas podem ser classificadas por dois grupos: rochas foliadas e rochas não foliadas.

Rochas não foliadas:

•Estas rochas quando observadas ao microscópio petrográfico apresentam uma textura granoblástica – textura
caracterizada pela presença de grãos mais ou menos da mesma dimensão e sem uma orientação preferencial.

•Fenómenos de intensa recristalização resultante da ação do calor e dos fluidos

•Metamorfismo de contacto

•Ex.: Quartzitos , mármores e coreana

Rochas foliadas
A foliação é um critério de classificação de uma rocha metamórfica que corresponde:

• presença de certos minerais com hábito lamelar (micas) que sob

ação de tensões não litostáticas (dirigidas), tendem a ficar
orientados numa posição perpendicular à tensão aplicada.

• Metamorfismo regional.

Tipos de foliação:
Clivagem
• Baixo grau de metamorfismo.
• Orientação paralela de certos
minerais face a forças
compressivas – moscovite e
minerais de argila.
• Apresenta fissilidade –
facilidade de a rocha se dividir em
lâminas paralelas, lisas ao tato.
• Granularidade fina.
• Rochas – Ardósia e Filito
Xistosidade
• Médio grau de metamorfismo.
• Fenómenos de recristalização e
maior desenvolvimento dos
cristais de micas, quartzo e
feldspatos.
• Orientação paralela de minerais
tabulares em rochas de grão
grosseiro.
• Granularidade média-alta.
• Apresenta menor fissilidade.
• Rocha – Micaxisto
Bandado gnáissico
• Alto grau de metamorfismo.
• Os minerais de cor clara são
segregados dos minerais escuros,
formando bandas alternadas
destes minerais.
• Reduzida fissilidade.
• Granularidade média-alta.
• Rocha – Gnaisse