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Instituto Superior Politécnico de Tete (ISPT)

Mestrado Profissional em Engenharia Mineral

Planejamento de Lavra a Céu Aberto (F2A02)


Prof. Dr. Beck Nader, D.Sc., M.Sc., MAIG – Universidade Federal de Minas Gerais
Período de Realização: 15 a 26 de Fevereiro de 2016

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
O QUE É PESQUISA MINERAL?

PESQUISA MINERAL
Prospecção: Exploração:
encontrar o estudar e definir
depósito o depósito

Trabalhos que visam


Trabalhos que
determinar as
visam determinar
dimensões e a
áreas candidatas à
qualidade do corpo de
exploração
minério
Caracteriza-se por
Caracteriza-se por
trabalhos altamente
trabalhos regionais,
locais, buscando
abragendo grandes
particularidades do
áreas
depósito

Produto final: área a Produto final: relatório de


ser explorada pesquisa, que definirá se a
(estudada área consiste ou não numa
intensivamente) jazida (valor econômico)

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
O QUE É PESQUISA MINERAL?

PESQUISA MINERAL
Trabalhos de Trabalhos de
prospecção exploração
Pesquisa bibliográfica, Estudo detalhado do modelo
visando obter geológico a ser considerado
informações de áreas a para a gênese e a estrutura do
serem mapeadas depósito

Mapeamento em grandes Mapeamento de detalhe,


áreas, visando encontrar visando obtenção de
indícios geológicos da dados estruturais e
presença do depósito litológicos
Geofísica e geoquímica Geofísica terrestre de
regional, buscando limitar as detalhe, visando refinar a
áreas de busca a serem definição das fronteiras do
amostradas depósito

Amostragem pontual para Amostragem intensiva, visando


estudos iniciais de obtenção de informações para
caracterização geológica estimativa de recursos

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO - PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

• O primeiro passo para o inicio de um


projeto de pesquisa mineral é a pesquisa
bibliográfica, baseada nos mapas,
documentos de mapeamento e imagens
aéreas (de satélites ou avião).
• O objetivo é encontrar áreas candidatas
à pesquisa, baseado em dados
geomorfológicos (forma da paisagem) e
geológicos.
• Grandes áreas também podem possuir
mapeamento geofísico aéreo, o que
auxilia na interpretação dos dados.
• A fonte desses dados, geralmente, é o
serviço público de geologia. Algumas
vezes, porém, companhias de petróleo
ou universidades podem disponibilizar
dados.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO - PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

• O mapa geológico é um documento


técnico que fornece informações sobre
a geologia de uma região:

• Distribuição espacial das rochas/solos;


• Topografia;
• Estruturas geológicas, como falhas,
fraturas, xistosidades, dobras;
• Ocorrência de concentrações
econômicas de minerais e minas;
• Posição, atitude, idade relativa e absoluta
das formações rochosas;
• Presença de fósseis e estações
arqueológicas;
• Geotecnia, hidrogeologia, geoquímica,
geofísica e pedologia, em alguns casos.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO – MAPAS GEOLÓGICOS

• Os mapas geológicos são resultados de


trabalho de campo, e estudos de
gabinete.

• No trabalho de campo, são feitas as


observações das rochas, solos e
aluviões presentes em cada localização,
bem como as medições de direção e
mergulho das estruturas geológicas e da
topografia.

• Os dados coletados são trabalhados


juntamente com análises de laboratório,
fotografias aéreas e medidas geofísicas,
para maior conhecimento da estratigrafia
local e confecção do mapa.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
ELEMENTOS PRINCIPAIS DE UM MAPA GEOLÓGICO

• A escala é a razão entre a distância


entre dois pontos no mapa e os
mesmos dois pontos no campo, na
mesma unidade de medida.

• A legenda mostra as convenções de


cores e sinais utilizadas no mapa.

• As curvas de nível são linhas de


mesma altitude, que refletem, em
duas dimensões, a forma da região.
Cada linha corresponde a uma
elevação e o espaço entre as duas
linhas está em uma cota intermediária.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
LEITURA DE MAPAS GEOLÓGICOS

• A leitura consiste na interpretação dos


símbolos com base na legenda:

Foliação com direção


e mergulho medidos

• Diferentes litologias, com suas cores e códigos;

• Contatos entre as diferentes litologias;

• Estruturas geológicas;

• Localização (coordenadas UTM e geográficas).


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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
LEITURA DE MAPAS GEOLÓGICOS

• O mapa geológico deve conter informações sobre a área representada


por ele com relação a alguma referência.

• Devem estar contidas,


também, informações
sobre as folhas
vizinhas.

• Como o Norte
magnético varia
anualmente, dados
sobre seu desvio com
relação ao Norte
verdadeiro deve estar
contidas.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
LEITURA DE MAPAS GEOLÓGICOS

• A coluna estratigráfica fornece informações sobre a história geológica


da região, com as rochas e seu período geológico de formação.

• As unidades são
dispostas
verticalmente, as
mais recentes
sobre as mais
antigas;

• Consiste numa
representação
gráfica de caráter
cronológico.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PERFIL GEOLÓGICO

• Um perfil geológico é uma representação transversal que permite a


visualisação das rochas em profundidade, facilitando a leitura das
estruturas no mapa.
Mapa Geológico Perfil Topográfico com Geologia

B
• Deve ser feito um perfil
topográfico em uma
determinada direção,
marcando-se os contatos e
as litologias em cada região.
A

• Juntamente com os dados Perfil Geológico


de direção e mergulho das
estruturas, os contatos
devem ser interpretados de
forma coerente.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
TIPOS DE DEPÓSITOS MINERAIS

• Um corpo de minério pode ser descrito pela


sua forma, seu tamanho, sua posição e
sua natureza geológica.
• Corpos rasos e extensos podem ser minério
estéril
facilmente lavrados a céu aberto. Quanto
mais verticalizados forem os corpos,
maior a relação estéril minério.
• Quanto mais profundo for o corpo de
minério, maior deve ser seu teor (ou seu Minério Diluição
valor econômico) para justificar os custos perdido
de mineração.
• Quanto mais irregular o corpo de minério,
maior a diluição (inclusão de estéril no Limite do bloco
minério) e maior a perda de minério. de minério

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
TIPOS DE DEPÓSITOS MINERAIS

• Um corpo tabular possui uma das


Corpo tabular
dimensões muito menor que as outras (forma de placa)
duas. Característico de depósitos em
camadas (carvão, evaporitos).
• Um corpo tubular possui uma das
dimensões bem maior que as outras
duas. Característico de depósitos tipo
chaminé (kimberlitos, carbonatitos).
• Corpos irregulares não possuem
nenhuma dimensão que se sobressai.
Também podem ser chamados corpos
“batatais”. Característicos de depósitos Corpo tubular
(forma de tubo)
disseminados (cobre, molibdênio) ou
de substituição, como skarns.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
TIPOS DE DEPÓSITOS MINERAIS

• Corpos lenticulares possuem a


forma de uma lente, como alguns
depósitos de sulfetos e intrusões
graníticas.

• Os depósitos podem ainda ser


em veios, resultado de um
intenso fraturamento da rocha.
Os veios resultam da
precipitação do fluido
mineralizador. Ocorre
comumente em depósitos de
ouro e sulfetos.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
GÊNESE DOS DEPÓSITOS MINERAIS

• A criação de um modelo de um depósito mineral consiste na união de um


modelo descritivo, um estudo das características observadas do depósito, com
um modelo genético, que é baseado em depósitos similares já estudados de
forma mais profunda e em um intenso mapeamento geológico.

• Os modelos podem ajudar a inferir sobre o tamanho e a qualidade do


depósito, sua morfologia e continuidade geológica.

• Mais dados sobre o depósito devem atualizar o modelo, refinando a hipótese


de gênese adotada.

• Um modelo bem feito e compatível com o depósito é importante na interpolação


para a construção do modelo de blocos.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
GÊNESE DOS DEPÓSITOS MINERAIS

• Depósitos de origem magmática podem


ser relacionados a rochas vulcânicas
(extrusivas) ou plutônicas (intrusivas).

• Depósitos de cromita são resultado de


precipitação em câmaras magmáticas
(ambiente plutônico) máficas durante o
resfriamento do magma, formando
extensas camadas de cromita intercalada
com silicatos.

• Os depósitos de sulfetos maciços são


resultados de hidrotermalismo fumarolas
vulcânicas, formando grandes corpos
tabulares ou lenticulares.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
GÊNESE DOS DEPÓSITOS MINERAIS

• Os depósitos de origem metamórfica


podem ser causados por metamorfismo
de contato ou regional.
skarn

• Os skarns são causados por uma intrusão


granítica em contato com uma encaixante
carbonática, gerando minérios de diversos
metais, de ferro a urânio.

• Eventos tectônicos regionais em


formações ferríferas podem dar origem a
itabiritos (minério de ferro), mármores
(rochas ornamentais) e gnaisses
(agregados para construção), por exemplo.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
GÊNESE DOS DEPÓSITOS MINERAIS

• Os depósitos de origem sedimentar


podem ser causados por processos
físicos ou químicos.

• Minerais mais pesados podem ser


gradativamente concentrados por
gravidade nos leitos dos rios, formando os
chamados placers.

• Depósitos de evaporitos (rochas solúveis)


originam-se quando a concentração do
material dissolvido ultrapassa o limite de
solubilidade, devido a uma alta taxa de
evaporação da água, e se precipita, como
nos depósitos de potássio (silvinita).

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
GÊNESE DOS DEPÓSITOS MINERAIS

• Concentrações já anômalas de minerais


podem sofrer um processo de
enriquecimento, aumentando seu teor. Laterita

• A bauxita (alumínio) e a pirolusita


(manganês) são formados pela lixiviação
das rochas pela água que infiltra no solo.
O alumínio e o manganês, insolúveis, se
concentram na parte de cima. São os Basalto
chamados depósitos lateríticos.

• Fluidos hidrotermais, com alta


capacidade de dissolver metais, podem
precipitá-los em fissuras (veios) ou
cavidades (lentes), formando, por
exemplo, veios de ouro e lentes de
hematita compacta.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
MAPEAMENTO GEOLÓGICO - LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

Trabalho de Campo Cálculo das Coordenadas Interpolação

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
MAPEAMENTO GEOLÓGICO

• O mapeamento geológico de um depósito


deve conter informações sobre:

• Litologias: a composição das rochas


definem sua reatividade ou não com as A presença da falha f faz com
soluções mineralizadoras e seu que o ponto x a ser estimado
comportamento sob tectonismo; além não tenha relação com as
disso seus atributos e sua idade são a
amostras do lado direito:
chave para o entendimento do processo.
• Falhamentos: falhas complicam a
geometria dos depósitos; falhas pré-
mineralização podem estar
mineralizadas, enquanto falhas pós-
mineralização tornam a mineralização
descontínua, prejudicando a interpolação
dos teores.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
MAPEAMENTO GEOLÓGICO

• O mapeamento geológico de um Variação na densidade e na direção de


depósito deve conter informações duas estruturas de veios mineralizados:
sobre:

• Dobramentos: podem ser estruturas


de mineralização, complicando,
também, a geometria do depósito;
diferentes intensidades de
mineralização podem ser encontradas
nas cristas e nos vales.

• Densidade e orientação das


fraturas/veios: em depósitos com
mineralização em forma de veios, é
importante descobrir a direção
preferencial do fraturamento e as áreas
de maior densidade.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
MAPEAMENTO GEOLÓGICO

• O mapeamento geológico de um depósito


deve conter informações sobre: Esquema de depósito porfirítico,
com mineralização disseminada
• Regiões de grande (disseminated, diss) e por veios
permeabilidade/porosidade: áreas que
(veins, veinlets,vlts):
facilitam o escoamento de fluidos podem ter
conduzido fluidos mineralizadores em uma
determinada direção.

• Diferentes estágios/tipos de
mineralização: alguns depósitos passaram
por vários processos de concentração de
minerais e é importante verificar a influência
de cada processo na estrutura do depósito.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
MAPEAMENTO GEOLÓGICO

• Alinhamento ao caminhamento ou piquetes:

(C) Orientado com as picadas e piquetes


(A) Perpendicular ao Trend (B) Paralelo ao Trend

TREND PICADA
CAMINHAMENTO
PIQUETE

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
MAPEAMENTO GEOLÓGICO

EXECUÇÃO DO CAMINHAMENTO E AMOSTRAGEM


• Quando forem encontrados afloramentos
devem ser medidos: intensidade, direção e
sentido do mergulho.

15º
30º
30º

(A) DIREÇÃO (B) INTENSIDADE


LIMITE INFERIDO
GNAISSE

MÁRMORE Em cada ponto de amostragem


deve ser realizada a descrição
QUARTZO geológica da amostra.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
MAPEAMENTO GEOLÓGICO

* DEFINIÇÃO DO MERGULHO * FINALIZAÇÃO DO PERFIL GEOLÓGICO

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOQUÍMICA

• Determinados metais estão geralmente associados com determinados tipos de


ambientes e rochas, e isso auxilia na prospecção:

Ambiente Tipo de Depósito Metais


Rochas Ultramáficas (--Si ++Fe, Cr, Co, Ni, Cu
Mg)
Rochas Máficas (-Si +Fe, Mg) Ti, V, Sc
Rochas Alcalinas (++K, Na) Ti, Nb, Ta, Zr, F, P, Terras Raras
Plutônico Carbonatitos (+CO2 +K, Na) Ti, Nb, Ta, P, F, Terras Raras
Rochas Graníticas (+Si –Fe, Ba, Li, W, Mo, Sn, Zr, Hf, U, Th,
Mg) Ti
Pegmatitos (++Si ++Al) Li, Rb, Cs, Be, Nb, Ta, U, Th, Zr,
Hf, Sc, Terras Raras
Metamórfico Skarn W, Sn, Mo, Be, F, B
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOQUÍMICA

• Determinados metais estão geralmente associados com determinados tipos de


ambientes e rochas, e isso auxilia na prospecção:

Ambiente Tipo de Depósito Metais


Cobre Pórfiro Cu, Mo, Re
Sulfetos Complexos Hg, As, Sb, Se, Ag, Zn, Cd, Pb
Sulfetos de Baixa Temperatura Bi, Sb, As
Sulfeto
Hidrotermal Sulfetos de Metais Base Pb, Zn, Cd, Ba
Sulfetos de Metais Preciosos Au, Ag, Cu, Co, As
Associação com Rochas Ni, Cu, Pt, Co
Máficas

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOQUÍMICA

• Determinados metais estão geralmente associados com determinados tipos de


ambientes e rochas, e isso auxilia na prospecção:

Ambiente Tipo de Depósito Metais


Xistos Negros U, Cu, Pb, Zn, Cd, Ag, Au, V, Mo, Ni, As,
Bi, Sb
Fosforitos U, V, Mo, Ni, Ag, Pb, F, Terras Raras
Evaporitos Li, Rb, Cs, Sr, Br, I, B
Sedimentar Lateritas Ni, Cr, V, Al, Mn, Nb, Ti, Ga, Be
Aluviões e Areias Au, Pt, Sn, Nb, Ta, Zr, Hf, Th, Terras
Raras
Red Beds* Continentais U, V, Se, As, Mo, Pb, Cu
Red Beds* Vulcânicos Cu, Pb, Zn, Ag, V, Se
*Red Beds são rochas sedimentares clásticas com coloração avermelhada devido à presença e óxidos de ferro

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOQUÍMICA

• Geoquimicamente, os elementos se agrupam por afinidade. A Classificação de


Goldschmidt os dividiu em quatro grupos:

• Siderófilos: se associam
principalmente com o ferro, sólido
ou fundido (ex.: Mn, Ni, Au)
• Calcófilos: são metais que
possuem maior afinidade com o
enxofre que com o oxigênio (ex:
Ag, Cu, Pb)
• Litófilos: materiais altamente
reativos, com grande afinidade
pela sílica.
• Atmófilos: elementos
encontrados principalmente no
estado gasoso, encontrados na
atmosfera e na hidrosfera.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOQUÍMICA

• No entanto, alguns são mais abundantes ou mais móveis e podem ser detectados
mais facilmente. São utilizados, então, como farejadores dos elementos mais raros:

• Quando os elementos Depósito Elemento Elemento Farejador


farejadores estão em Procurado
concentração maior que Cobre Pórfiro Cu, Mo Zn, Au, Re, Ag, As, F
a média na crosta,
depósito dos elementos Sulfetos Zn, Cu, Ag, Hg, As, S, Sb, Se, Cd, Ba, F, Bi
procurados podem estar Complexos Au
próximos. Veios de Metais Au, Ag As, Sb, Te, Mn, Hg, I, F, Bi, Co,
Preciosos Se, Tl
Skarns Mo, Zn, Cu B, Au, Ag, Fe, Be
• A prospecção geoquímica
basea-se na análise de Urânio em Arenito U Se, Mo, V, Rn, He, Cu, Pb
sedimentos, solos e U Cu, Bi, As, Co, Mo, Ni, Pb, F
Urânio em Veios
rochas em diversos
pontos, buscando Corpos Pt, Cr, Ni, Au Cu, Co, Pd
anomalias dos Ultramáficos
elementos farejadores. Veios de Fluorita F Y, Zn, Rb, Hg, Ba

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOQUÍMICA

• Com os dados dos teores em vários pontos, são traçadas curvas de isoteor, que se
fecharão em torno das anomalias de teor.

• As anomalias são definidas de acordo com


o background, (que é a concentração
média do elemento na região estudada),
com suas variações típicas, definidas pelo
Anomalia
desvio padrão do elemento na crosta. negativa
• O valor de teor a partir do qual um dado é
considerado anomalia é chamado limiar.

Anomalia
positiva

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOFÍSICA

• A geofísica consiste na medida de


propriedades físicas das rochas em
diversos pontos, buscando
descontinuidades nessas propriedades e
anomalias. Os levantamentos podem ser
aéreos ou terrestres.

• Os levantamentos aéreos possuem como


vantagem a rapidez, um custo vantajoso e a
possibilidade de se realizar vários tipos de
medida simultaneamente.

• Os levantamentos terrestres geralmente


são utilizados quando o corpo de minério já Medidor
foi encontrado. Levantamentos terrestres
regionais são dispendiosos em termos de
gravimétrico
tempo e dinheiro.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOFÍSICA

• Os métodos radiométricos mede anomalias radioativas com o auxílio do


cintilômetro (cintilometria).

• As radiações alfa e beta


possuem baixa
penetrabilidade, alguns
centímetros de rocha
impossibilitam sua detecção.
A radiação gama é a mais
importante para a geofísica.

• Possibilita encontrar
depósitos de potássio,
urânio e seus associados
geoquímicos (Ta, W, Nb,
Terras Raras, minérios de
pegmatitos e granitos ricos
em sílica).
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOFÍSICA

• Os métodos gravimétricos medem o comportamento do campo gravitacional


da Terra, de acordo com as variações das densidades das rochas.

• A medida é realizada em mgal


(10-4m/s2). Os dados devem ser
tratados para evitar influências da
topografia (correção de
Bouguer) e identificação das
anomalias.

• Os métodos gravimétricos
possuem difícil interpretação e
geralmente são utilizados como
auxiliares. Podem, porém,
apontar anomalias negativas
(carvão, evaporitos) e positivas
(óxidos metálicos, sulfetos).
Mapa aerogravimétrico do Rio Grande do Norte (CPRM)

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOFÍSICA

• Os métodos magnéticos medem variações no campo magnético causadas


pelas propriedades magnéticas de determinadas rochas.

• É utilizada basicamente para a


detecção de minério de ferro e
minerais magnéticos, como
pirrotita, magnetita e maghemita.
Hematita dificilmente fornece
anomalias detectáveis.

• Como a magnetita é um
importante mineral acessório, a
presença de uma variação
magnética brusca pode indicar
kimberlitos, falhas ou outras
estruturas geológicas.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOFÍSICA

• Aplicando-se uma diferença de potencial a uma rocha ou solo, pode-se medir a


corrente e determinar a resistividade elétrica do subsolo.

• São inseridos dois pares de


eletrodos, um para medição da
diferença de potencial e outro para a
medição da corrente. Quanto mais
afastados os eletrodos, mais
profundamente vai a corrente, porém
menor a resolução.

• Anomalias positivas podem indicar


presença de grafita, minérios
metálicos e águas salinas. Anomalias
negativas indicam cavidades, nível
freático e presença de estruturas,
como fraturas e falhas com espaços
abertos.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
PROSPECÇÃO DE DEPÓSITOS - GEOFÍSICA

• Nos métodos sísmicos são produzidas ondas sonoras na superfície, que se


refratam e refletem ao passarem de uma rocha para outra, devido a suas
características mecânicas diferentes. As ondas são captadas por geofones.

• Os métodos sísmicos permitem a


visualização de um perfil do
acamamento das rochas no subsolo,
Domo de Sal
identificando a forma e presença de
diferentes camadas.

• Podem ser utilizados para identificar


placers maritmos (bacias de material não
consolidado). São utilizados
principalmente para carvão e outros
depósitos em camadas em
profundidade. Sua maior aplicação é na
indústria de petróleo e gás, na
identificação de armadilhas estruturais.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
REQUERIMENTO DE PESQUISA – PASSAGEM PARA A EXPLORAÇÃO

• Com a definição da localização do corpo de minério e suas dimensões


aproximadas, deve ser feito ao DNPM o requerimento de pesquisa da área,
que permite os trabalhos voltados à definição da jazida, sua avaliação e seu
estudo de exequibilidade econômica.

• O plano de pesquisa deve conter: uma descrição da geologia local, do


contexto político, econômico, jurídico, logístico e mercadológico da
região, uma planta de situação do local que permita sua localização, um
plano detalhado dos trabalhos de pesquisa (mapeamento, amostragem,
análises...), cronograma e orçamento das atividades e comprovante de
capacidade financeira do requerente de cumprimento do plano.

• O requerimento tem validade de 2 a 3 anos, podendo ser prorrogado com


justificativa. Ao final dos trabalhos, a área deve ser colocada à disposição ou
requerida para os trabalhos de lavra.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

chip
• Tipos de amostras retiradas do depósito:

• Amostra pontual (chip): fragmento de rocha, geralmente


para estudos geológicos ou de continuidade do depósito.

• Amostra linear: possui uma dimensão muito maior que as canal


outras. Pode ser em canais ou furos de sonda e fornece
dados de teor e geologia.

• Amostra bulk: grande volume de amostra, usado para


análise de elementos e baixa concentração ou para ensaios
de beneficiamento. bulk

• Amostra em painel: amostragem de fragmentos a


intervalos regulares em frentes de lavra subterrânea para a
obtenção de dados de teor e continuidade.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

TRINCHEIRA

• Utilizada preferencialmente em sentido


ortogonal às estruturas locais, com objetivo
de cruzar estruturas como veios e filões
potencialmente mineralizados.

• A amostragem em trincheiras frequentemente


é feita nas paredes por meio de canaletas
(amostragem de canal), que cruzam a faixa
mineralizada. Podem ser verticais ou
horizontais, com profundidade centimétrica e
largura entre 5 e 10 centímetros.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

POÇOS

• Recomendados para amostragens com até


2m de profundidade em depósitos
inconsolidados, usualmente são adotadas
seções quadráticas de 1m2. Para
profundidades superiores a 2m, é comum o
uso de poços escalonados, com a vantagem
de aumentar a estabilidade da escavação e
possibilitar a extração de um grande volume
de material.
• Camadas superficiais de solo são retiradas
rapidamente por meio de ferramentas
manuais. Para materiais mais litificados
podem ser utilizados marteletes e até Poços mais profundos necessitam de
explosivos. escalonamento
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

Diferentes
profundidades
e estado de
alteração
podem indicar
a metodologia
de amostragem
mais indicada.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

SONDAGEM A PERCUSSÃO

• A operação deste tipo de sonda consiste na fixação


do amostrador na extremidade inferior da haste de
percussão, posicionada no solo e golpeada de forma
rítmica até o comprimento máximo do amostrador.
A medida que a sonda penetra no terreno, a
material amostrado é retirado e permanece no
amostrador por meio de um dispositivo de retenção.

• A sonda a percussão apresenta menor custo por


metro perfurado, possibilita a coleta de amostras
maiores e possui maior recuperação de materiais
quebradiços ou inconsolidados.
Sonda a Percussão Manual

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

SONDAGEM A PERCUSSÃO

• As principais desvantagens são o baixo rendimento


em rochas duras, impossibilidade de realização de
furos inclinados ou ascendentes (subsolo), obtenção
de testemunhos em fragmentos, prejudicando a
identificação e aumentando a contaminação.

• A sondagem a percussão mecânica é alimentada por


um motor, geralmente a óleo diesel. Existem
mecanismos de limpeza, por bomba de areia ou
caçamba de limpeza.

• Caso o material seja mecanicamente fraco, pode ser


necessário o revestimento do furo para impedir seu
colapso.
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

SONDAGEM ROTATIVA – TRADO

• Dispositivo para amostragem em solos de


média a baixa resistência em baixas
profundidades. Durante a perfuração em solo
arenito ou argiloso, o material escavadO é
coletado pela ferramenta de perfuração e
retirado do furo para limpeza e
prosseguimento da sondagem.
• A continuidade da perfuração pode ocasionar
o cruzamento de intervalos saprolíticos ou
com fragmentos de rocha pouco alterada.
Neste caso é necessário a substituição da
ferramenta de perfuração, por tipos como
espiral, que permite continuidade do processo
para pequenos fragmentos.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

SONDAGEM ROTATIVA – SONDA BANKA (EMPIRE)

• A sonda Banka (ou Empire) é utilizada para a


pesquisa em aluviões, com espessuras de até 40m.

• Sua utilização é unicamente braçal e, geralmente,


restrita a locais de difícil acesso.

• Consistem em uma coroa ou sapata dentada (1),


tubos (2) que atuam como hastes de perfuração,
braços radiais (3) que receberão o torque manual e
uma plataforma (4) sobre a qual trabalhadores farão
peso. Ainda são utilizados uma bomba de areia (6)
para limpeza e uma colher de trado (7) para o início
do furo. A geometria em (5) favorece a limpeza. Sonda a Percussão Manual

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

SONDAGEM ROTATIVA – SONDA ROTARY

• A sondagem rotary consiste em uma


perfuratriz mecânica com uma coroa (bit)
tricônica para perfuração rotativa.
• A limpeza pode ser realizada com injeção
de água ou lama de perfuração, que é mais
densa e permite a recuperação mais
eficiente dos fragmentos.
• Sua principal utilização é em poços de
petróleo. O material é recuperado
fragmentado finamente ou pulverizado e a
exata profundidade de sua procedência
não pode ser determinada. Equipamento de
Sondagem Rotary
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

SONDAGEM ROTATIVA A DIAMANTE COM


RECUPERAÇÃO DE TESTEMUNHO

• A sondagem diamantada usa uma coroa com bit de


diamantes que gira no final das hastes (ou tubulações).
Uma abertura, no final da coroa permite que a rocha
mova-se para dentro do Barrilete (onde ficará alojada
até que seja retirada), tendo passado antes pelo
Calibrador.
• Basicamente a coroa tem a função de cortar a rocha,
o Calibrador (acoplado à coroa) tem a função de
reabrir o furo para facilitar o trabalho da sondagem e
evitar aprisionamento da composição penetrante.
• O Barrilete tem a função de armazenar as amostras e
as hastes, de permitir o aprofundamento do furo e
transmitir a rotação e pressão para que a sondagem Equipamento de Sondagem
possa progredir. Diamantada
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

SONDAGEM ROTATIVA A DIAMANTE COM RECUPERAÇÃO DE


TESTEMUNHO

• A coroa gira suavemente, lubrificada e resfriada com água, com


o objetivo de preservar o testemunho, que é o cilindro de rocha
recuperado em cada manobra. Cada manobra dura, em geral,
até o preenchimento do barrilete.

• Os diâmetros de sondagem rotativa a diamante são


padronizados:

Note que a
haste é
sempre
menor que a
coroa

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

L
SONDAGEM ROTATIVA A DIAMANTE COM RECUPERAÇÃO DE
TESTEMUNHO

• A recuperação é a razão entre a quantidade de testemunho l


efetivamente recuperada e o intervalo perfurado. Os
testemunhos serão a fonte dos dados químicos e geológicos.

• Os testemunhos são armazenados em caixas com identificação e


indicação da manobra, profundidade e recuperação:

R
=100%*l/L
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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MALHA DE AMOSTRAGEM

• Não existe um critério bem definido para a definição da malha


de amostragem. Algumas recomendações:

• As amostras devem ser mais próximas à medida que a


variabilidade do corpo aumenta. A amostragem deve ser,
sempre que possível, contínua na direção de maior variabilidade
do corpo.

• Sempre que possível, a malha de amostragem deve ser regular.

• As dimensões das amostras devem ser as mais próximas o


possível, para evitar problemas de suporte (volume, forma e
posição no espaço da amostra).

• A malha de amostragem deve permitir a construção de seções


do corpo de minério para a construção do sólido geológico.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS CLÁSSICOS DE ESTIMATIVA DE RESERVAS

• Os métodos clássicos de estimativas de reecursos são baseados em poligonações e determinações


de volumes e áreas de influência.

• São métodos empíricos, sem formulismo matemático, mas possuem boa aplicabilidade, pela sua
simplicidade. São baseados principalmente na experiência do usuário e possuem dificuldade de
trabalhar dados tridimensionais.

a) Poligonação com blocos centrados


em malha uniforme
b) Poligonação com blocos centrados
em malha irregular
c) Poligonação de Thiessen ou de
Voronoi
d) Poligonação definida por
bissetores em malha triangular
e) Triangulação de Delaunay
f) Método das seções

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS CLÁSSICOS DE ESTIMATIVA DE RESERVAS

• Os métodos poligonais de bloco centrado atribuem a todo o bloco o teor da amostra localizada
em seu centro. O peso de cada amostra (teor e espessura mineralizada) no depósito será
proporcional ao volume do depósito que ela representa.
Amostras
• Desses métodos, o mais utilizado é a
poligonação de Thiessen, ou Voronoi.

• Os pontos dentro do polígono de cada


amostra estão mais próximos da amostra
do que de qualquer outra. Linhas tracejadas
ligam cada amostra
às vizinhas mais
• Não fornece informações claras sobre a
próximas
variabilidade do depósito, já que não se
podem comparar diretamente blocos de
tamanhos diferentes. Linhas cheias são
perpendiculares às
• O teor médio global é a média dos teores tracejadas e passam
ponderada pelos volumes dos blocos. por seu ponto médio

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS CLÁSSICOS DE ESTIMATIVA DE RESERVAS

• A triangulação de Delaunay utiliza o mesmo grid triangular da poligonação de Voronoi, porém os


polígonos resultantes são os próprios triângulos, com valores de teor e espessura iguais à média
dos valores das amostras nos vértices.
1 Amostras
• Esse método suaviza os dados, pois tira
média de amostras para cada polígono.

• Os pontos pertencentes ao triângulo g∆123 =


possuem as características médias dos (g1+g2+g3)/3
vértices. 3
2
• O valor médio do triângulo pode ser
ponderado pelo inverso distância do vértice
até o centro do triângulo.
Linhas cheias ligam
• O teor médio do depósito é a média dos cada amostra às
dados dos blocos triangulares, ponderados vizinhas mais
pelo seu volume. próximas

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS CLÁSSICOS DE ESTIMATIVA DE RESERVAS

• O método das seções deve ser utilizado principalmente em corpos tabulares, que possuem
variações suaves entre as seções realizadas. A interpolação entre as seções e furos pode ser feita
por área de influência ou considerando uma variação linear.

• É determinado o teor médio de cada seção, com


base na espessura mineralizada e no teor de cada
amostra.
Área Interpretação
• A determinação da área mineralizada é subjetiva e Amostras
mineralizada geológica
depende da interpretação geológica. A interpolação
linear considera continuidade entre os furos e facilita
o cálculo da área.

• A presença de contatos geológicos complexos


prejudica a estimativa, não considerando a diluição
do minério e a perda de minério no estéril.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS CLÁSSICOS DE ESTIMATIVA DE RESERVAS

• A vista das seções a seguir é em planta:

Área de influência Interpolação linear


Seções
Furos
Área de influência Volume mineralizado
da Seção 2 da Seção 2 Seções

Bloco Bloco Bloc


Bloco 2
1 3 o4

• Blocos são construídos com características médias


entre as seções.
D1/2 D2/2
• O teor médio do bloco é a média dos teores das
D1 D2 Furos
seções, ponderadas pela área mineralizada.
As características da seção são atribuídas a toda a área • O volume mineralizado do bloco é a média das áreas
de influência. O teor médio global é a média dos teores mineralizadas das seções vezes a distância entre elas.
médios das seções ponderada pelos volumes • O teor médio global é a média dos teores de cada
mineralizados V = Área x (D1/2+D2/2). bloco ponderada pelo volume do bloco.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS CLÁSSICOS DE ESTIMATIVA DE RESERVAS

• O método clássico de estimativa de recursos mais utilizado é o chamado Inverso de Potência da


Distância (IPD). Esse método considera que uma amostra possui maior influência sobre um ponto
quanto mais próxima estiver dele.
Raio de Busca
• O primeiro passo é sobrepor um grid regular
sobre as amostras. Cada célula terá suas
características determinadas pelo ponto
central, que será estimado.
d1
• A estimativa será feita por uma média d2
ponderada pelo inverso de uma potência n d3
(1, 2, 3...) da distância entre as amostras e o d4 d5
ponto a ser estimado.

• O teor médio global será dado pela média


dos teores dos blocos ponderadas pelo seu
volume.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
EXPLORAÇÃO – MÉTODOS CLÁSSICOS DE ESTIMATIVA DE RESERVAS

INVERSO DE POTÊNCIA DA DISTÂNCIA (IDP)


VANTAGENS DESVANTAGENS

• O método IPD regulariza a malha da • A localização do grid é arbitrária e os resultados


amostragem; são diferentes para cada localização;

• Possui um fundamento estrutural, levando em • Os resultados são os mesmos para blocos de


consideração a correlação espacial existente no qualquer tamanho e forma, desde que o centro
depósito; seja o mesmo;

• Apresenta bons resultados com um tempo • A definição dos limites do grid é arbitrária,
computacional reduzido; podendo originar blocos estimados onde não
existe minério;
• Pode considerar anisotropia no depósito.
• Não existe uma metodologia certa para a
escolha do expoente: em geral, quanto maior a
variabilidade, maior o expoente.

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FUNDAMENTOS DE PESQUISA MINERAL
CLASSIFICAÇÃO DE RECURSOS E RESERVAS

• Os critérios adotados para


classificação de jazidas não são os
mesmos em toda parte. Os critérios
de confiabilidade são subjetivos e
não implicam em certeza dos valores.

• O critério mais utilizado, JORC (Joint


Ore Reserves Comitee), basea-se em
profissionais certificados que
conferem credibilidade às
estimativas de pesquisa. PROVÁVEL

• A divisão é feita entre Recursos, que PROVADA


é a quantidade de material estimada
com relativa confiabilidade, e
Reservas, que é a parte dos recursos
cuja extração é técnicamente
plausível.

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