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TREINAMENTO CONCEITUAL DE PLANEJAMENTO DE LAVRA

Maria Angela de Freitas

Engenharia
“ Arte de aplicar conhecimentos científicos e empíricos à criação de estruturas,
dispositivos e processos que se utilizam para converter recursos naturais em formas
adequadas ao atendimento das necessidades humanas.”

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ÍNDICE

1 – INTRODUÇÃO

2 – CONCEITOS DE CLASSIFICAÇÃO DE RESERVAS

3 – ETAPAS DE PLANEJAMENTO MINEIRO

4 - PRÉ-REQUISITOS PARA A LAVRA

5 – AVALIAÇÃO/ ESTIMAÇÃO DE RESERVAS LAVRÁVEIS

6 - CONCEITOS E FERRAMENTAS DE GEOESTATÍSTICA

7 – NOTAS DE UM “CURSO RÁPIDO DE PLANEJAMENTO MINEIRO”

8 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE JAZIDAS

9 - PASSOS PARA MONTAGEM DE UM BANCO DE DADOS

10 – PARÂMETROS PARA SELEÇÃO DE SOFTAWARE DE MINERAÇÃO

11 – FASES DE UM PROJETO

12 – MODELAMENTO ECONÔMICO DE BLOCOS COM UTILIZAÇÃO DE


INFORMÁTICA

13 – MÉTODOS MANUAIS PARA DESENVOLVIMENTO DE CAVA

14 – DESENVOLVIMENTO DA CACA COM MÉTODOS COMPUTACIONAIS

15 – PLANEJAMENTO DE LAVRA – PROCEDIMENTOS E CONCEITOS


BÁSICOS

16 – MÉTODOS DE LAVRA A CÉU ABERTO

17 – CONSIDERAÇÃO EM RELAÇÃO A DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA

18 – RELAÇÃO ESTÉRIL/MINÉRIO – ASPECTOS GEOMÉTRICOS

19 – RELAÇÃO ESTÉRIL/MINÉRIO – ASPECTOS ECONÔMICOS

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1 - INTRODUÇÃO

Para bem entender a etapa planejamento de lavra necessitamos fixar os conceitos relativos
às etapas anteriores, inciando-se pela a pesquisa até a forma de classificação de recursos e
reservas.

O sistema de classificação de reservas existe para dar suporte aos projetos, negócios de
ações e bolsas, compra e venda de negócios.

Há que se levar em consideração os tipos de depósito mineral existentes, depósitos minerais


metálicos, rochas industriais, carvão, minério de ferro e ouro, entendendo que o grau de
segurança pode variar para cada um deles, apesar de classificados dentro do mesmo
sistema.

2 – CLASSIFICAÇÃO DE RECURSOS

Os conceitos de semântica aparecem nos sistemas de classificação, principalmente em


relação às palavras recurso, reserva e minério.

Considera-se “Recurso” aquele material disponível em quantidade e qualidade adequadas


para o uso industrial, mas que não foi submetida a uma avaliação econômica.

“Reserva” é o recurso disponível para lavra, que pode ser produzido economicamente, em
função de custos, demandas e preços atuais. Muitas vezes é possível aproveitar
determinados materiais que não estavam classificados como reserva.

Minério é um agregado natural ( ou parte de um agregado natural de um ou mais minerais


metálicos), que pode ser minerado e vendido com lucro, em um dado tempo e um dado
local..

Vários princípios norteiam o sistema de classificação de reservas:

1 – Suporte geológico através de parâmetros como morfologia, espessura, estrutura interna,


permitindo estabelecer um modelo de geologia adequado para o depósitos;

2 – O modelo geológico e o grau de exploração conduzem à determinação do grau de


confiança na estimativa de fatores relativos ao depósito, ou seja , condicionamento
geológico da mineralização e da encaixante, acrescentando ainda as condições de
estabilidade, hidrogeologia, etc.
3 – Conhecimento das condicionantes geográficas, econômicas e ambientais da área onde
se localiza o depósito;
4 – A estimativa é realizada através de serviços de pesquisa ( sondagem, escavação,
geofísica e modelagem geológica;

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5 – Volume e teor da mineralização são determinados “in situ”. Estudos de viabilidade
permitem estabelecer qual é o teor diluído bem como o recuperado. Reservas lavráveis
somente quando se estimam perdas com lavra e tratamento
6 – Determinação das propriedades físicas na qualificação das reservas , tais como
densidade, grau de liberação, grau de moabilidade , mineralogia dos minerais úteis e da
ganga, granulometria, etc.

E a confiança decorre dos seguintes fatores:

a) Bom trabalho de campo suportado por conhecimento científico da geologia dos


depósitos minerais;
b) Obtenção de dados de campo e exploratório representados em documentos em escala
adequada. Localização de contatos e de estruturas ( dobras, falhas e fraturas, etc.). Furos
de sonda, poços, galerias devem ser cuidadosamente representados em mapas e seções;
c) A malha de sondagem deve garantir a representatividade da amostragem e os programas
devem ter suporte científico;
d) A aplicação da metodologia computacional colabora bastante mas não garante a
fidedignidade da estimativa de reservas.

Podemos caracterizar os depósitos conforme o seu tamanho e estrutura e para isto podemos
apresentar os seguintes grupos abaixo:

Grupo 1 - Grandes depósitos com estrutura simples e estrutura constante e distribuição


uniforme da substância útil; Ex.: carvão, calcário, depósito de ferro, manganês.

Grupo 2 - Depósito de estrutura complicada, espessura variada e distribuição não uniforme


do constituinte útil; Ex.: ferro, manganês, bauxita, níquel.

Grupo 3 - Depósito de tamanho variável, estrutura complicada, espessura, muito variável e


distribuição irregular. Ex.: cromita, bauxita, cobre, estanho, metais raros.

Grupo 4 - Depósito de tamanho pequeno, com morfologia, não constante, mineralização


descontínua, estrutura complicada, como por exemplo ouro e metais raros.

Modelagem Geológica

Modelos geológicos de depósitos minerais têm dois componentes, um empírico, baseado


em dados observacionais ( morfologia, contato, espessura, mineralogia, teores) outro
conceitual que é a interpretação dos dados no contexto de uma teoria genética.

Obtidos os dados sobre o depósito que será classificado em termos de recursos ( pois não
estão em julgamento valores relacionados à viabilidade econômica) o modelo dependerá do
julgamento, experiência e conhecimento do geólogo, que definirá o limite entre a faixa
mineralizada com sua encaixante estéril ou outros fatores como por exemplo teor de corte.
Após definidos os limites tem-se a morfologia do depósito.
Os substantivos recursos e reservas, em mineração, tem sentido restrito.

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Recursos minerais são concentrações de bens minerais disponíveis na crosta terrestre;
Reservas minerais são parte dos recursos para os quais se demonstram viabilidade técnica e
econômica.

As informações mais importantes decorrentes da pesquisa mineral são as definições de


recursos minerais: inferido, indicado e medido ( Reserva: provável e provada) Esta
informações são mais precisas quanto maior for o conhecimento geológico.

No Brasil tem-se no Regulamento de Código de Mineração ( 1968 – Decreto 62.934) as


seguintes definições de reservas:

Reserva é parte dos recursos, com especificações de teor, qualidade, espessura e


profundidade para se lavrar, podendo assumir como legalizado e preparado para produção
em tempo determinado. O termo legal não significa que todo processo legal esteja
solucionado ou que todas as pendências tenham sido completamente resolvidas. De
qualquer maneira para que a reserva exista deve-se eliminar qualquer incerteza significante
concernente aos resultados que permitam a sua legalização.

Reserva Medida: a tonelagem de minério computado pelas dimensões reveladas em


afloramentos, trincheiras, galerias, trabalhos subterrâneos e sondagens, na qual o teor é
determinado pelos resultados de amostragem pormenorizada, devendo os pontos de
inspeção, amostragem e medida estar, tão proximamente espacejados e o caráter geológico
tão bem definido, que as dimensões, a forma e o teor da substância mineral possam ser
perfeitamente estabelecidos, os quais não devem apresentar variação superior ou inferior, a
20% da quantidade verdadeira.

Reserva Indicada: A tonelagem e o teor de minério computados parcialmente através de


medidas e amostras específicas ou de dados de produção e parcialmente por extrapolação,
até distância razoável com base em evidências geológicas.

Reserva Inferida: Estimativa feita com base no conhecimento dos caracteres geológicos
do depósito mineral, havendo pouco ou nenhum trabalho de pesquisa.

Os recursos minerais do país são formados pelas “massas” individualizadas de substâncias


minerais ou fósseis encontradas na superfície ou no interior da crosta terrestre, conforme
regulamento do código da mineração.

Bases do Código Australiano

Um Recurso Mineral é uma concentração ou ocorrência de material de interesse


econômico intrínseco no interior ou na superfície da crosta terrestre, com tal forma e
quantidade que pode se tornar um prospecto razoável, para eventual extração econômica.

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Os principais fundamentos que governam a operação e a aplicação do Jorc Code são :
competência, materialidade e transparência.

Recurso Mineral Inferido é parte do Recurso Mineral para qual a tonelagem, teor e
conteúdo mineral pode ser estimado com baixo nível de confiabilidade. É inferido a partir
de evidência geológica e admite-se, mas não se comprova, a continuidade geológica e ou de
teor”. Tem por base exploração detalhada e fidedigna, informação de amostragem e testes,
obtidas através de técnicas apropriadas, em estações como afloramentos, trincheiras, poços,
trabalhos subterrâneos e furos de sonda. O espaçamento das estações é o próximo o
bastante para confirmar a continuidade geológica e/ou de teor.

Um Recurso Mineral Indicado é a parte do Recurso Mineral para qual a tonelagem,


densidade, forma características físicas, teor e conteúdo mineral podem ser estimados com
razoável nível de confiança. Tem por base a informação de exploração, amostragem e
testes, obtidas através de técnicas apropriadas, em estações como afloramentos, trincheiras,
poços escavações subterrâneas e furos de sonda. As estações são amplamente ou
impropriamente espaçadas, para confirmar a continuidade geológica ou de teor, mas tem
espaçamento adequado para que se admita a continuidade.

Um Recurso Mineral Medido é a parte do Recurso Mineral, para a qual a tonelagem,


densidade, forma, características físicas, teor e conteúdo mineral podem ser estimados com
elevado nível de confiança. Tem por base exploração detalhada e fidedigna, informação de
amostragem e testes, obtidos através de técnicas apropriadas, em estações como
afloramentos, trincheiras, poços, trabalhos subterrâneos e furos de sonda. O espaçamento
das estações é próximo o bastante para confirmar a continuidade geológica e/ou de teor.

Uma Reserva Provável de Minério é a parte economicamente lavrável de um Recurso


Mineral indicado e, em alguns casos, medido; inclui materiais diluídos e descontos sobre
perdas, que podem ocorrer quando da lavra do material. Avaliações apropriadas, que
podem incluir estudos de viabilidade, foram realizadas e incluem considerações sobre
mudanças, realisticamente admitidas, nos fatores de lavra, de concentração, metalúrgicos,
econômicos, de mercado, legais, ambientais, sociais e governamentais. Essas avaliações
demonstram que, na época em que foram reportadas, a extração seria razoavelmente
justificada.

Uma Reserva Provada de Minério é a parte economicamente lavrável de um Recurso


Mineral Medido. Inclui materiais diluídos e descontos sobre perdas, que podem ocorrer
quando da lavra do material. Avaliações apropriadas, que podem incluir estudos de
viabilidade, foram realizadas e incluem considerações sobre mudanças, realisticamente
admitidas, nos fatores de lavra, metalúrgicos, econômicos, de mercado, legais, ambientais,
sociais e governamentais. Essas avaliações demonstram que, na época em que foram
reportadas, a extração seria razoavelmente justificada”.
Uma reserva de minério é a parte economicamente lavrável de recurso mineral, medido ou
indicado, inclui materiais diluídos e descontos sobre perdas que podem ocorrer quando da
lavra do material.

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Os conceitos de recursos e reservas não são novos, o sentido de recurso está na sua infância
e reserva na sua maturidade.

“Um recurso mineral torna-se uma reserva uma vez demonstrada a sua
exequibilidade técnica e econômica, porém apenas recursos medidos e indicados
farão parte destas reservas que se converterão, respectivamente em reservas provadas
e prováveis.” (Joaquim P. Toledo).

As reservas lavráveis relativas ao recursos são:

Recursos Reservas
Medidos Provadas
Indicados Prováveis
Inferidos -
Potenciais

Recursos Potenciais: São aqueles que não atendem aos critérios de classificação como
medidos, indicados ou inferidos, porém existe uma razoável probabilidade de seu
aproveitamento.

Atualmente esse assunto está sendo amplamente discutido, tendo sido apresentado no
último congresso de mina a céu aberto um trabalho do Grossi e Jorge Valente que suscitam
a revisão do código Brasileiro para este assunto de cálculo de reservas.
A metodologia de classificação de recursos / reservas busca similaridade com os conceitos
do código Australiano afim de emitir / negociar ações nas Bolsas de Valores Internacionais.

3 – ETAPAS DO PLANEJAMENTO MINEIRO

Os processos envolvidos na recuperação dos bens minerais estão divididos em fases


denominadas Prospecção, pesquisa, desenvolvimento e lavra e podem ser evidenciados
conforme os fatores citados por (Soderberg e Roush – 1968, Atkinson – 1983):

1- Características naturais e geológicas do corpo mineral, tipo do minério, distribuição


espacial, topografia, hidrogeologia, características ambientais de sua localização e
características metalúrgicas, etc.
2- Fatores econômicos: custos operacionais e de investimento, razão de produção,
condições de mercado, etc.
3- Legais: regulamentação local, regional e nacional, política de incentivo à mineração,
etc.
4- Fatores tecnológicos: equipamentos, ângulos de talude, altura de bancada, inclinação de
rampas, etc.

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A conexão destes fatores evidenciam a complexidade das operações envolvidas na
recuperação mineral, e por conseqüência a importância do planejamento de tais operações.
Para melhor compreendermos buscarmos uma definição simples do que se entende por:

Mina: conjunto de operações que resulta em uma exploração economicamente viável;

Lavra: ocorrência mineral em lavra.

Minério: agregado natural composto de um ou mais minerais que pode lavrado, processado
para fins lucrativos.

Estéril: agregado natural composto de um ou mais minérios que deve ser lavrado para
liberar minério, desprovido de valor econômico.

Planejamento Mineiro:

A figura abaixo ( segundo Hustrolid) representa a habilidade de influência nos custos de


cada fase do empreendimento de mineração:

FASES PLANEJAMENTO IMPLEMENTAÇÃO PRODUÇÃO

Estudo
Estágios Estudo Estudo Projeto e Comissiona- “Start Up” Descomis-
De Operação
Conceitual Preliminar Construção mento sionamento
Viabilidade

Não se consegue mais


DECISÃO modificar os custos
DE
INVESTIMENTO

“ A fase de planejamento oferece as melhores oportunidades de minimizar o capital


de investimento e os custos operacionais do projeto final e de maximizar a
operacionalidade e a lucratividade do empreendimento. É preciso estar atento, pois o
contrário também é uma verdade, nenhuma outra fase do projeto é tão propícia a um
desastre técnico ou financeiro como a fase do planejamento." (Lee)

No estudo conceitual, existe uma oportunidade relativa ,limitada, da influência dos custos
do projeto .

A medida que as decisões, corretas e incorretas são tomadas durante o planejamento, as


oportunidades de influenciar os custos do empreendimento diminuem .

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A habilidade de influência nos custos do projeto diminuem ainda mais quando novas
decisões são tomadas durante o estágio de projeto na fase de implementação. No final desta
fase não existe, praticamente, mais oportunidades de influenciar nos custos futuros.

A chave do conceito extração dirigida para benefício para os engenheiros é simples:

Benefício = receita – custos

No caso do planejamento:
Receita = material sólido x preço unitário

Custo = material sólido x custo unitário

O preço do minério é comandado pela oferta e demanda. Embora o desenvolvimento de


novas tecnologias possa ser a princípio propriedade nossa, as novas tecnologias são
rapidamente difundidas e a área mais interessada em desenvolver e pesquisar novas
tecnologias, para tornar competitivo o seu minério, é a própria equipe de engenharia que
lida na área.

Desta forma o objetivo é buscar continuamente a redução de custos das operações, sem
nunca esquecer que uma nova tecnologia pode transformar estéril em minério.

Minério = Benefício = Emprego ( Hustrolid and Kuchita)

Matéria Prima

O processo para o empreendimento mineiro mostrado pela figura abaixo indica sempre uma
troca positiva no mercado, criando aumento da demanda para produtos minerais. Em
resposta às velhas e novas demandas, recursos financeiros são aportados na pesquisa
mineral resultando em descobertas de novos depósitos. Através de aumento de preço,
reservas podem tornar-se atrativas, passando a economicamente viáveis.

Qualquer processo de beneficiamento pode gerar rejeitos. Rejeito é o material


sólido, líquido ou gasoso, desprovido de valor econômico, oriundo do beneficiamento.
Podem ser transformados em produtos economicamente viáveis, como por exemplo
a SiO2, (areia) obtida na mina de Morro Agudo (Samitri), a partir do processo de
beneficiamento do Itabirito.
Na fase de planejamento todos estes estudos econômicos já deverão estar
concluídos. Se mostrarem-se positivos passa-se à fase do desenvolvimento da mina para se
estabelecer sua implementação e inicia-se a fase de produção.

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Demanda por um
$ produto mineral Necessidades do
mercado
T Exploração
E Descobertas Demanda
C Diretrizes
N de
O Produção
L Mineral
O
G
$
I
A
Ocorrência de
A depósito mineral
V Venda de Produtos
A
N
Ç
A
D
A
Desenvolvimento da
mina e facilidades Mina e
processos

4 - PRÉ-REQUISTOS PARA A LAVRA

Um estudo detalhado dos estágios na vida de uma mina começa com pesquisa e avaliação,
que são precursoras da lavra. A lavra por sua vez inclui desenvolvimento e exploração.
O estudo de lavra de minas, leva em conta entre outros, os conhecimentos de geologia. Um
depósito mineral é uma anomalia geológica,; um depósito de minério existe graças à uma
série de ocorrências na natureza.
Nem toda área prospectada passa pelas demais fases da mineração.
Há um exemplo no norte do Canadá, onde de 1000 áreas prospectadas só uma resultou em
mina. Também por isso, a atividade de mineração é de alto risco econômico, fazendo com
que muitas empresas procurem adquirir jazidas por compra ou associação com outras
empresas, ao invés de realizar a pesquisa em áreas desconhecidas.

Prospecção

Prospecção é a procura de depósitos de minérios metálicos ou de depósitos de minerais


comerciais em geral. É o primeiro estágio, que objetiva a descoberta, no qual começa a
vida de uma mina. Prospecção e avaliação juntas constituem o meio de encontrar e definir o
valor de um depósito mineral. Mais especificamente, entretanto, a prospecção tem como
objetivo a locação de uma anomalia geológica com características de um depósito mineral.
Prospecções em grandes áreas são normalmente feitas geralmente com o apoio financeiro
do governo.

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A decisão de se fazer prospecção e / ou avaliação depende de:

- condições de mercado, como preço , disponibilidade e projeções de demanda;


- possibilidade de substituto para o mineral;
- objetivos gerais da empresa tais como, produção e crescimento;
- condições geológicas e geográficas favoráveis;
- condições políticas e de negócio.

5 - AVALIAÇÃO/ ESTIMAÇÃO DE RESERVAS LAVRÁVEIS

Até a década de 70 a avaliação das reservas era feita a partir de interpretações dos furos
de sonda e estimação da geologia das áreas de influências dos mesmos.
Os modelos geológicos eram contínuos, e algumas mineradoras de cobre preconizaram a
utilização de blocos para representar sua jazida, utilizando de duas cores, uma para minério
e outra para estéril, como se fossem uma camada justaposta de tijolos a representar cada
nível. Ao longo da lavra, blocos lavrados eram removidos.
Atualmente pode-se estimar uma reserva global de uma mina, com também proceder a
uma estimativa local, através da discretização em blocos. Esta fase somente terá exito caso
a pesquisa tenha sido bem executada, aproximando o máximo o modelo da realidade. Caso
contrário resultará em prejuízo.
Para avaliação da jazida em blocos utiliza-se a krigagem. Estas reservas geológicas ou
“in situ” são chamadas de inventário mineral. A reserva lavrável normalmente é um sub
conjunto de blocos, pois nem todos são aproveitados industrialmente.
Para se avaliar um depósito inicia-se por conhecer e avaliar sua extensão, profundidade e a
qualidade de cada componente do mesmo. Para isto vamos supor uma malha de furos de
sonda verticais atravessando os corpos. Cada furo é amostrado em intervalo para obtenção
dos teores das diversas litologias , ao mesmo em que é utilizado para interpretação dos
corpos. É possível localizar em planta sua posição através de coordenadas e por
conseguinte definir níveis através do trecho em que o mesmo corta o nível.
O primeiro processo que iremos mostrar para avaliação é o das figuras geométricas obtidas
através das áreas de influência.
O objetivo da avaliação é definir e avaliar o depósito encontrado pela prospecção. A
avaliação determina as quantidades e características do estéril e do minério. A avaliação
determina também o valor do minério em função do seu possível aproveitamento.
A quantidade é determinada em volume e/ou em peso. O volume em metros cúbicos x
altura x largura. Não há como pesar um depósito mineral portanto o peso em toneladas é
determinado de forma indireta pela fórmula:

Massa (t) = Volume (m3) x Densidade (t / m3)

Densidade (t / m3) = peso(t) / volume (m3)

O valor do minério depende da quantidade de minerais úteis contidos. O teor é a expressão


desta quantidade na forma de porcentagem ou de gramas por tonelada de minério, ou ainda

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em gramas por m3 de minério. Exemplos: a) minério de ouro com 6 gramas por tonelada b)
minério de ferro com 65% Fe. c) minério de fosfato com 8% de P2O5 .
Para se avaliar um depósito é necessário conhecer as suas extensões horizontais e verticais,
assim como as características ou qualidade detalhado do corpo mineral. Para fragmentos
do depósito chamados amostras que analisadas fornecem a qualidade do corpo ou teor
naquele trecho em que o furo cortou o corpo.
A avaliação produz o relatório de pesquisa que pode ser analisado conforme o método que
foi utilizado para interpretação dos dados, de suma importância para dar suporte ao projeto
e execução de lavra da mina. A seguir alguns exemplos dos métodos.

Métodos De Figuras Geométricas (áreas de influência)

A figura representa um corte horizontal de um corpo de minério por onde passaram os


furos 1, 2, 3, ... n. os teores encontrados nestes furos foram t1, t2, t3,... tn, e a espessura do
corpo em cada furo foi medida dando os valores h1, h2, h3, ... hn,. Cada furo tem uma
distância horizontal de influência que vai até a metade da distância ao furo vizinho. Ficam
assim, definidas as correspondentes áreas de influência S1, S2, S3,... Sn,. por este método , o
teor de um furo não interessa ao cálculo relativo ao furo vizinho.

FURO DE
SONDA
ÀREA DE
iNFLUÊCIA CORPO
MINERALIZADO

F4
1
F1
2

F2
F3
F4
S2

4 7
F5

12
PLANTA

Furos Áreas de Alturas ou Volumes Teores Massa


influencia espessuras (m3 ) (%) (t)
(m) do minério
(m)
F-1 S1 h1 V1=S1h1 t1 V1 x d
F-2 S2 h2 V2=S2h2 t2 V2 x d
F-3 S3 h3 V3=S3h3 t3 V3 x d

. . . . . .
. . . . . .
Fn Sn hn Vn=Snhn tn Vn x d

O teor médio (% de ferro ) =

. tm = t1 x m1 + t2 x m2 + .... + tn x mn
mt

A difusão do uso de computador na mineração tem feito com que este método das figuras
geométricas esteja sendo substituído por outros mais precisos conforme veremos a seguir.

Método Das Distâncias Pesadas

A estatística analisa e tira conclusões sobre valores de variáveis aleatórias. Dizemos que
uma variável é aleatória quando seus diversos valores não interferem entre si. Como por
exemplo , num estudo da estatura dos alunos e uma sala de aula, a estatura é variável e
aleatória.
Imaginemos agora que vamos fazer um estudo sobre as estaturas de um grupo de irmãos, e
sobre os teores de ferro de amostras situadas num raio de 500 metros dentro de mina da
Vale. Tanto a estatura de um irmão pode sofrer a influência da estatura do outro, por
questões genéticas, quanto os teores de ferro são influentes entre si. Portanto, dentro de
uma pequena região, os teores não são independentes e aleatórios, o que nos leva a dizer
que a variável teor é regionalizada.
Para se determinar o teor tp de um furo P, num determinado nível, adota-se uma distância d.
Todos os pontos contidos nessa área de influência serão considerados no cálculo do teor tp .
Atribui-se pesos aos teores dos pontos t1, t2, t3, tn, de forma que quanto maior for a distância
do furo ao ponto P, menor será a sua influência:

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t1
d
1 d1
Área de 1
Influência 1P
1
d2
dn

tn
t2

t1 x 1 t2 x 1 tn x 1
d1 d2 dn
Tp = ...
+
1 1 1
d1 d2 dn

6 - CONCEITOS E FERRAMENTAS DA GEOESTATÍSTICA

Geoestatística : possibilidade de calcular as distâncias de influência e avaliar os erros de


estimação no cálculo de uma reserva.

Variograma : Função que relaciona o teor de um ponto com o teor das amostras vizinhas.

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n-h
 (h)= 1  ( X1 - X(i+h) )
2
2(n-h) i

Krigagem : é o meio mais avançado de estimação, e se refere ao modo de ponderar as


diversas amostras disponíveis atribuindo "pesos" maiores à amostras mais próximas e
"pesos" menores a amostras mais distantes.
Histograma : Frequência de ocorrência de classes/ intervalos.

Histogram
14.0
10.5
Percent
7.0
3.5
0.0

0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00

PART_1 (LITO=IM)

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Parametrização : Curvas que permitem quantificar a reserva geológica/lavrável em
função do corte.

Curvas de Parametrização da Mina

45000 65,00

40000 63,00

61,00
35000

59,00
30000

57,00
Minério (kt)

25000
Metal
55,00
Teor
20000
53,00

15000
51,00

10000
49,00

5000 47,00

0 45,00
0 20000 40000 60000 80000 100000
Movimentação Total (kt)

Enquanto a estatística trabalha com variáveis aleatórias, a geoestatística o faz com


variáveis regionalizadas. Além disso, através geoestatística, é possível calcular as
distâncias de influência e avaliar os erros de estimação no cálculo de uma reserva.
A função que relaciona o teor de um ponto com teor de amostras vizinhas chama-se
variograma, fornecendo a distância de influência além de outras informações.
Dentro da geoestatistica , um método chamado krigagem é o meio mais avançado de
estimação, e se refere ao modo de ponderar as diversas amostras disponíveis atribuindo
"pesos" maiores à amostras mais próximas e "pesos" menores a amostras mais distantes.
Neste caso a jazida precisa ser dividida em blocos imaginários, chamados blocos
tecnológicos, cujas características são determinadas a partir de pelo menos um dos métodos
de avaliação já citados. As dimensões dos blocos tecnológicos variam de cerca de 10
metros de altura e até cerca de 50 metros horizontalmente. Normalmente os blocos de lavra
são do mesmo tamanho ou são sub-divisões do bloco tecnológico. Um bloco de 15 metros
de altura que se lavra a céu aberto, coincide com a altura da bancada, tendo por
comprimento e largura, 25 x 25 metros, possui o volume de 9.375 m 3.

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7 - NOTAS DE UM “CURSO RÁPIDO DE PLANEJAMENTO
MINEIRO “
(Eng Antônio Carlos Girodo/ Antônio Claret A. Campos)

“Projetar ou planejar significa antever o futuro e isto deve ser feito nos estudos de
mineração, com o grau de precisão necessário. Aos estudos de avaliação de reservas e com
base nestes, seguem os projetos de mineração a nível básico (conceitual) e detalhado. Para
minas a céu aberto (cavas convencionais), o interesse imediato se reporta à definição do
corte ótimo, através da parametrização.. A maioria dos procedimentos capazes de gerar a
cava final otimizada produz também o plano seqüencial de lavra a curto, médio e longo
prazo.
Não se pode falar em Geoestatística sem levar em conta os conceitos básicos de Geologia
e Pesquisa de Depósitos Minerais, bem como, sem contar com o apoio nos fundamentos de
Cálculo e Estatística. Estes últimos costumam perturbar o estudante neófito nos problemas
de Engenharia Mineral ou mesmo o engenheiro ou o geólogo, práticos, que não tiveram por
muitos anos oportunidade de usar Cálculo ou Estatística nos problemas do dia-a-dia.
Pelo termo Geoestatística, entende-se as teorias matemáticas das funções aleatórias e
processos estocásticos devidamente adaptados, na virada dos anos 50/60, por G. Matheron
e seus colaboradores, à modelação e à avaliação de jazidas mineiras. O citado autor
denominou este formalismo por “Teoria das Variáveis Regionalizadas”, sendo
Geoestatística o nome popular ou comercial para a teoria em questão. O campo de
aplicação da Geoestatística extrapola os problemas de geologia e mineração, podendo ser
utilizada em disciplinas as mais diversas tais como: na Meteorologia, nas avaliações de
florestas, na Batimetria, na Cartografia, etc. Gy (1978) utilizou-se dos variogramas
(ferramental básico da Geoestatística) para estender sua “Teoria da Amostragem de
Materiais a Granel”. Usa-se hoje o formalismo de Geoestatística para caracterização do
meio-ambiente, para avaliar efeitos da poluição, etc.
Os fenômenos geológicos geram jazidas de formas bastante organizadas. Todo mineiro
sabe que, com maior probabilidade encontra-se minério rico perto de minério rico e,
alternativamente, minério pobre perto de minério pobre. Jazidas são organizadas segundo
diversas estruturas que devem ser convenientemente mapeadas e cartografadas. É pura
perda de tempo encetar trabalhos detalhados de Geoestatística com geologia mal conhecida.
Costuma-se até dizer que em Geoestatística, Geologia vem antes e Estatística depois.
Finalmente dá-se ênfase a ligação da avaliação geoestatística com a Pesquisa Operacional
mineira. De posse da jazida avaliada a nível local (bloco a bloco) estabelece-se a cava
ótima, os planos seqüenciais de lavra (a longo, médio e curto prazos) e adentrando-se nestes
planos com técnicas de estacionarização, obtém-se a diacrônica da produção com
características preestabelecidas.
A teoria geoestatística ainda possibilita a solução de inúmeros e importantes problemas
mineiros de caráter prático além dos teores, proporcionamento de minérios em misturas na
lavra, amostragem e controle da qualidade de materiais em correias transportadoras,
homogeneização de minérios em pilhas, etc.

17
Jazidas Minerais, Estruturas E Organização

As jazidas minerais, alvos de importantes projetos de mineração, são geradas por processos
geológicos que refletem as transformações que aconteceram ou que vem acontecendo, na
crosta terrestre, desde o pré-Cambriano mais antigo (4.5Ga quando se solidificaram as
primeiras rochas do planeta) até as mutações atuais.

Costuma-se dividir os processos geradores de jazidas em processos endógenos


(vulcanismo, metassomatismo, metamorfismo) ocorrentes no interior da crosta e exógenos
(intemperismo, alterações mineralógicas) que acontecem mais à superfície, próximos à
interface com o ar. As mineralizações não ocorrem de maneira totalmente aleatória. A
maioria dos depósitos minerais, apresenta também um zoneamento mineralógico ou
metalogenético, isto significando que os minerais ou os metais dispõem-se em diferentes
locais da jazida.

Em se tratando de países com clima tropical ou subtropical, o intemperismo provoca uma


imensa reorganização da mineralogia (primária) original do depósito.
Eventualmente, as intempéries destroem jazidas primárias, liquidando minerais ou
transformando-os em minerais sem valor econômico.
Outras vezes, o intemperismo simplesmente altera mais ou menos a mineralogia, criando
mineralizações secundárias ao lado das primárias.

Os minérios de ferro do Quadrilátero Ferrífero foram originalmente formados a partir de


três tipos básicos de sedimentos, os mais ricos em ferro, aqueles que continham, além do
ferro elevada proporção de sílica e carbonatos. Estes sedimentos originais passaram por
diversos ciclos de metamorfismo, organizaram-se sob a forma de lentes e sofreram nos
últimos tempos geológicos a ação do intemperismo. Surgiram assim os atuais itabiritos,
eventualmente as hematitas (por eliminação de sílica por meteoração), os itabiritos-
anfibólicos (derivados dos carbonatos ferriginosos por intemperismo), etc.
A natureza dos depósitos minerais é extremamente diversificada. Cada depósito tem uma
gênese única e, portanto é único, devendo ser encarado como tal. Todavia os geólogos-
geneticistas agrupam depósitos minerais, de várias maneiras em função das suas
semelhanças e dessemelhanças das várias características intrínsecas e dos processos que os
geraram.

Maciços: constituem-se de corpos de consideráveis extensões laterais e verticais, nos quais


as mineralizações são distribuídas de forma relativamente uniforme. Pórfiros de cobre
(disseminado) e domos de sal incluem-se neste tipo de depósito;

Camadas e Corpos Tabulares: trata-se de depósitos paralelos à estratificação, geralmente


com ampla extensão lateral, porém com espessura limitada. Associa-se geralmente a rochas
sedimentares, sendo exemplos desta classe depósitos de carvão, fosforitos, as bauxitas e
caulins amazônicos (Trombetas, Jarí), alguns evaporitos (v.g.potássio de Sergipe, etc).

18
Veios Delgados e Espessos: correspondem a zonas mineralizadas tipicamente longas,
sendo menos ou mais espessos. Geralmente considera-se o veio delgado quando sua
espessura é inferior a 3 metros e espesso, quando é acima deste valor. Geralmente o
mergulho é forte, o corpo é mais ou menos amarrotado e o contacto com as encaixantes ora
é brusco ora é gradual. Jazidas de ouro arqueanas ocorrem, maiormente sob a forma de
veios delgados. Sulfetos polimetálicos gerados em seqüência vulcanossedimentares no
Canadá (Kidd-Creek) e na Finlândia (Vuonos, Phyhasalmi) enquadram-se na classe de
veios espessos.

Stockworks: muitas vezes a jazida corresponde a uma trama de veios delgados, dobrados
em conjunto, ou interseccionando-se mutuamente. Este conjunto recebe o no de
“stockwork” e exemplos são a jazida de Bendigo (“saddle reefs” na Austrália), o Amianto
de Canabrava em Goiás, etc.

Lentes, Bolsões, Buchos, Charutos: compreendem corpos de minério isolados ou


repetitivos e eventualmente enriquecidos limitados lateral e verticalmente. Exemplos destes
depósitos são jazidas de chumbo, zinco, ou mesmo ferro, a reserva de cobre-ouro do
Salobo, na região de Carajás (formada por um conjunto de lentes, retorcidas e justapostas),
a jazida de esmeralda de Santa Terezinha de Goiás (bolsões e charutos), etc.

Colúvios e Elúvios: depósitos formados pela decomposição de rochas subjacentes v.g.


fosfatos e bauxitas na região de Minas Gerais, o ouro laterítico no Grupo Cuiabá-MT,
certos depósitos de cassiterita como o de Potosi em Rondônia, etc.

Alúvios: depósitos à superfície ou próximos a mesma usualmente pseudotabulares e de


ampla extensão areal, contendo partículas de minerais úteis (ouro, platina, diamante,
cassiterita) em detritos (areias, conglomerados).

Os diferentes tipos de depósitos minerais naturalmente são pesquisados, cartografados,


modelados e avaliados de modos distintos. Por exemplo, corpos maciços, disseminações
stockworks são mapeados e modelados tridimensionalmente, enquanto que corpos tabulares
e aluviões comportam modelos bidimensionais.”

8 - MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE JAZIDAS

Existem, na prática mineira, vários procedimentos empregados para a avaliação de reservas,


amplamente descritos em livros textos de Pesquisa Mineral ( v.g. Peten ( 1978)) que
costumam ser subdivididos em três grupos:

1. Métodos Clássicos;

2. Métodos Estatísticos;

3. Métodos Geoestatísticos.

19
Os métodos clássicos (tradicionais ou convencionais), são usados de longa data e baseiam-
se em dois princípios ( Popoff, 1966):

1. Princípio das iguais áreas de influência: que postula a extensão do teor verificado em
um ponto para toda uma área ( distância ou volume de influência);

2. Princípio das variações graduais: que postula a variação contínua ou gradual do teor
entre dois pontos amostrais.

Estes princípios encaram a natureza de uma forma simplória, apresentando significativos


desvios da realidade observada. Na verdade, a natureza dos depósitos minerais apresentam
aspectos nitidamente probabilistas, apenas levados em conta em procedimentos mais
avançados. Em que pese tal deficiência, os métodos clássicos serviram no passado e ainda
tem servido no presente para avaliar jazimentos minerais.

O princípio das iguais áreas de influência deu origem aos métodos dos polígonos (no
plano), prismas ( no espaço) etc. O princípio das variações graduais deu origem a métodos
como o de análise das superfícies de tendência, ao IQD, etc.

Todos estes métodos apresentam inúmeros problemas de estimação, notadamente pela sua
natureza apriorística não satisfazer o comportamento real do jazimento mineral, o que pode
produzir resultados catastróficos. Por exemplo, o IQD apresenta uma incongruência
matemática quando uma mostra coincide com o corpo do bloco. Certamente, os depósitos
minerais não seguem a lei newtoniana do inverso do quadrado das distâncias. Estas e outras
incongruências serão discutidas em classe.

Os métodos denominados estatísticos surgiram, na década de 1950, independente, nos


Estados Unidos, União Soviético e África do Sul. Interpretaram a natureza aleatória das
minerações à luz dos princípios elementares de Estatística convencional. Tiveram um certo
êxito na modelação das jazidas de ouro do Witwatersrand na África do Sul, porém
estagnaram-se e hoje estão praticamente abandonados.

Os métodos que prosperaram foram os geoestatísticos em virtude de inúmeros pontos de


relevância, entre os quais:

1. O primeiro e talvez o mais importante é o de levar em conta a estruturação dos teores


no depósito. Os modelos quantitativos não são apriorísticos e ajustam-se a realidade da
variação dos teores no jazimento mineral;

2. O modelo não promove sub ou super-estimação das reservas ( o que pode ocorrer com
os métodos clássicos) pois seus estimadores são formulados para se evitar erros
sistemáticos;

3. Toma o melhor partido das informações coletadas pois os estimadores geralmente


usados (v.g. krigagem) avaliam o domínio proposto, com variância (erro) mínimo.
Trata-se pois de um estimador.

20
Inúmeras outras vantagens, podem ser assinaladas como aquela da krigagem em contornar
o efeito de redundância das informações, de garantir o balanço do metal quando se unem
blocos, de ser um interpolador exato, etc.

Modelamento Geológico de Mina

Assim considerando define-se a reserva geológica e o modelo geológico da mina que


contem todas as informações inerentes aos diversos tipos de minério e estéril, como teores
de todas a s variáveis, litologia, etc. Esta base de dados inicialmente se apresenta em forma
de seções horizontais e verticais, na maioria das vezes coincidente com a altura das
bancadas, onde aparecem as informações a partir da interpretação dos furos, trincheiras,
poços, galerias, etc.
Após esta compilação inicial, estes dados são re-arranjados em um modelo de blocos, que
se descreve como um paralelepípedo que envolve toda área de interesse. Não somente é
representado o minério de interesse como também, todo estéril que compõe a encaixante do
minério.
Em princípio apesar de estar mensurada, a reserva geológica seria aquela eu poderia ser
removida em sua totalidade sem considerar os aspectos econômicos.

Por outro lado, sabemos que, considerado o aspecto econômico de um empreendimento


mineiro, a lavra da totalidade da reserva geológica deverá conduzir a resultados não
maximizados. Exemplificando, no caso de uma mineração a céu aberto, um determinado
bloco pode ser anti-econômico pelo custo de remoção do estéril sobrejacente, conforme
viremos adiante.
Na prática, a lavra de minas consiste em aproveitar os blocos de minério acima do teor
economicamente aproveitável, sendo que este limite pode ser definido no modelo
geológico, ou no momento da otimização da cava, e descartar os inferiores a este. O teor
que separa o minério mais rico do mais pobre é chamado de teor de corte.
Ao se iniciar o planejamento da lavra propriamente dito, há que se fazer um levantamento
de dados cuidadoso para se reunir a maior quantidade de informações. Dados estes que
podem ser difíceis de serem obtidos, ou não muito confiáveis , o que poderá gerar uma dose
de risco no empreendimento.

21
9- PASSOS PARA A MONTAGEM DE UM BANCO DE DADOS
PRGM: Banco de Dados Entrada de Dados
(In put )

*Nome do furo Relatório


*Coordenadas da boca do furo: X, Y, Z.
*Comprimento dos testemunhos, inclinação do
segmento, azimute
*Análises químicas(Fe,Au,Cu,Ag) Cód.Geol. Saída de
DH01 dados (out
put )

Sort PRGM PRGM


PRGM PRGM PRGM Isovalo res
e que Estatístico Geoestatí Área de
Merge Y,
geram stica Influência
seções histogra
Composi ma
Verticais
ção
das
amostras Furos Arquivo Arquivo com Arquivo Arquivo
selecionados de seções X, Y, e Variogram com áreas
>, S , CLAT
histogram Volume
as
a

Relatório
Relatório Plotter Relatório
. .
Y
ç
.
X
* Nome do .
furo .
*
Coordenadas Mapa
da boca
* Comparação
dos
testemunhos Arquivos
* Ponderação
das análises e
códigos Relatórios
geológicos
DITCEMPI
PRGM

Relatório Mapas / desenhos


22
10 - PARÂMETROS PARA SELEÇÃO DE SOFTWARE DE
MINERAÇÃO

Pessoal (P)

Hardware ( O )
Software (S) Resultados
desejados

• Lucro
“ Benefício livre de despesas que se obtém na exploração de uma atividade econômica.”

• Globalização da Economia
Vários recursos minerais quando comercializados visando a exportação encontram
margens de lucro maiores quando comparados ao mercado interno
O mercado exige maior qualidade e preços menores.
Produtividade, qualidade total ; eficiência ; eficácia .

• O Papel da Informática
- Na organização dos dados
- Na agilidade de acesso aos dados
- Para minimizar a propagação de erros

• Vocabulário da Informática
- Pedante:
- Anglicismo: cria barreiras

• Software
“ Conjunto de programas / métodos / procedimentos / regras e documentação relacionados
com funcionamento e manejo de um sistema de dados.”
“ Conjunto de programas feitos para realizar uma tarefa específica.”

• Pontos fundamentais Básicos


- Clara definição do que se quer
- Onde se quer chegar
- Convocação de todas as partes envolvidas no sistema

23
• Estabelecimento de Metas
- Objetivos a longo, médio e curto prazo
- Análise / Quantificação dos benefícios e custos associados
- O Software tem que adaptar-se a jazida
- Preparação do banco de dados próprio:
Para testes futuros

• Levantamento de Informações
- Catálogos
- Revistas
- Publicações / Seminários / Congressos
- Usuários

• Seleção preliminar dos Softwares


- Desenvolvimento Vs compra de Software de terceiros
• Teste utilizando dados próprios / contato com usuários

• Treinamento
- Conhecer o software
- Dominar o software

• Suporte

• Envolvimento do CPD

• Requisitos para seleção de um software para cálculo de reserva e planejamento da


lavra
1- Banco de dados: Implantação / Exportação de arquivos “ in put ”;
- Facilidade para correção / adiçaõ de dados;
- Composição de amostras ( por nível ao longo do furo);
- Sort / Merge ( classificar / misturar)
- Número máximo admissível ( furos; amostras; variáveis)
- Furos inclinados / verticais / subterrâneos
- Jazidas tabulares / maciços / Filões / Aluviões;

2- Disposições das informações contidas no banco de dados


- Mapa de localização dos furos
- Seções verticais ( com e sem histograma )
- Mapa estrutural

3- Módulo Estatístico
- Distribuição normal / lognormal
- Regressão / correlação

4- Módulo Geostatístico
- Variografia (linear, 2D , 3D )

24
- Modelos variográficos (esférico / logarítimico)
- Krigagem (quais os tipos)

5- Construção do modelo 3D
5.1- Entrada de dados
a) Topografia
b) Geologia
c) Dados de sondagem ; (admite importação
d) Carregamento de Dados (admite importação)

5.2- Interpolação
a) Área de influência
b) Krigagem
c) IQD
d) Outros

5.3- Facilidade (exemplos)


a) Softwares
b) “wireframe”

5.4- Flexibilidade do modelo 3D


a) Camadas (tabulares)
b) Blocos (maciços)
c) Filões
d) Aluviões

5.5- Correção / adição de dados no modelo


6- Disposição das informações no modelo 3D
a) Seções verticais / histogramas / diagonais
b) Mapas de contornos (isovalores)
c) Métodos de interpolação das curvas

7- Cálculo de Reservas
a) Por tipo de rocha
b) Por teor de corte
c) Por polígonos
Por horizontes

25
11 - FASES DE UM PROJETO

Costuma-se dividir o planejamento em tres fases chamadas de Estudo Conceitual, Estudos


Preliminares e Estudos de Viabilidade.

Estudo Conceitual

È o primeiro estágio onde se apresentam as proposições de investimento, a partir das idéias


iniciais. Utiliza-se nesta fase dados históricos de outras áreas e projetos semelhantes,
criando situações comparativas. Nesta fase aceita-se erros da ordem de 30%, em termos de
estimação de custos e de investimento.

Estudo Preliminar

Os estudos preliminares apresentam um nível intermediário de detalhamento, cujos


resultados não são, ainda, adequados para uma decisão de investimento. Seu principal
objetivo é determinar se o projeto conceitual justifica uma análise mais detalhada através e
um estudo de viabilidade.
Esse estudo deve ser visto como o intermediário entre um estudo conceitual de baixo custo
e um estudo de viabilidade de alto custo.

Alguns desse estudos são realizados por duas ou três pessoas da empresa com acesso a
consultores de vários campos de conhecimento. Hustrolid (1989) lista e discute as
importantes seções que compõe um relatório intermediário de avaliação.

1. Objetivo.
2. Conceitos Técnicos.
3. Conhecimento inicial.
4. Tonelagem e Teor.
5. Programação de Lavra e Produção.
6. Estimação de Custos de Investimento.
7. Estimação de custos operacionais.
8. Estimação de receita.
9. Impostos e Aspectos Financeiros.
10. Cash Flow.

Estudo de Viabilidade

A prospecção e a avaliação de um depósito mineral culminam com a preparação de um


estudo detalhado de viabilidade de lavra.
Tal estudo considera os aspectos econômicos, legais, tecnológicos, geológicos, ambientais e
sócio-politicos.
O objetivo do estudo de Viabilidade é recomendar ou não o projeto da mina.
Até o estágio de avaliação muito dinheiro foi gasto porém isso por si só não recomenda a
lavra, sendo necessário que a lavra em si venha a dar lucro.

26
Um estudo de viabilidade é um relatório escrito que contém os seguintes itens:

1. Introdução, resumo, definições


2. Locação, clima, topografia, história local, propriedade e condições de transporte
3. Aspectos ambientais: condições atuais, padrões, medidas de proteção, recuperação de
áreas, estudos especiais.
4. Aspectos geológicos: origem, estrutura.
5. Reservas minerais; procedimentos de avaliação, cálculo de tonelagem e teor.
6. Planejamento da Lavra, desenvolvimento.
7. Beneficiamento, processos
8. Instalações de superfícies e
9. Operações auxiliares: energia, suprimento de água, acessos, área de disposição de
estéril, barragem de rejeitos
10. Quadro de pessoal
11. Comercialização: oferta, demanda de preço, contratos de fornecimento
12. Custo direto, indireto e total de desenvolvimento, lavra, beneficiamento e transporte
13. Avaliação do depósito mineral, classificação
14. Projeção do lucro: determinação da margem de lucro, por faixas de teores e preços.

As principais funções deste relatório são:


❑ Prover através de uma estrutura compreensível os fatos detalhados e comprovados
concernentes ao projeto mineral;
❑ Apresentar um esquema apropriado de lavra contendo desenhos, figuras ou fotos e lista
de equipamentos, com detalhamento de previsão de custos e resultados
❑ Indicar aos proprietários do projeto a lucratividade considerando os equipamentos que
operam dentro das especificações

Custos de Planejamento

O custo desses estudos varia substancialmente de acordo com o porte, natureza do projeto,
tipos de estudos e pesquisas e número de alternativas a serem investigadas.
Desta forma, a ordem de grandeza em termos de estudos técnicos, excluindo itens como
sondagens, testes metalúrgicos, estudos de impacto ambiental podem ser expressos
(segundo Hustrolid) em termos do capital para o investimento total:

• Estudo Conceitual= 0,1 a 03%


• Estudo Preliminar = 0,2 a 08%
• Estudo de Viabilidade = 0,5 a 15%

Dados que necessitam precisão:


• Tonelagem e qualidade:
Aceita-se erro de +/- 5%
Fatos importantes a se considerar:
• Reserva mínima de minério deve ser suficiente para suprir os anos de fluxo de caixa
que estão projetados no relatório de viabilidade.

27
• Definição das áreas de lavra, das utilidades e facilidades fora da área mineralizada a
qual não deverá ser invadida por nenhuma obra.

12 - MODELO ECONÔMICO DE BLOCOS COM AUXÍLIO DA INFORMÁTICA

Com a evolução dos computadores e o crescente desenvolvimento de modelos matemáticos


empregados no planejamento e projeto de lavra, modelo de blocos tornou-se uma
ferramenta indispensável para o engenheiro de minas. A divisão em blocos é uma maneira
de discretizar o domínio a ser estudado por meio de um modelo matemático sendo o
tamanho do bloco a menor porção que o “olho” matemático do modelo consegue
“enxergar”.
A representação de corpos de minério por meio de modelo de blocos ao invés da
representação por seções e o armazenamento das informações em computadores de alta
capacidade de memória e velocidade de processamento tem oferecidos novas possibilidades
ao planejamento de lavra. O uso de computadores possibilita a atualização rápida dos
planos de lavra como também permite a abordagem de um grande número de parâmetros
por meio da análise da análise de sensibilidade.
O dimensionamento do bloco unitário leva conta as características da mineralização e a
quantidade de informações disponíveis. O tamanho do bloco é uma função da quantidade
de informações disponíveis para a estimação das variáveis de interesse contidas no mesmo.
De um modo geral pode-se afirmar que, para uma determinada quantidade de informações (
por exemplo, amostras de sondagem), quanto menor for o tamanho do bloco, maior será o
erro na estimação do bloco e consequentemente, menor será a confiabilidade do modelo.
O modelo de blocos é portanto a base para a grande maioria dos projetos de cava
desenvolvidos por computador ( modelos).
Para definir todo o domínio é necessário determinar um bloco retangular, grande o
suficiente para conter todo o volume do depósito mineral a ser estudado. Os blocos do
domínio podem ser de vários tamanhos e formas.

FIGURA –Domínio total discretizado em blocos

28
Fig. Bloco de lavra

A posição geométrica de um bloco é fixada em relação a um sistema coordenado


apropriado. A cada bloco são atribuídas informações relativas a geologia, geotecnia,
produtos e custo. Há diversos tipos de modelos de blocos, mas o mais comum é o modelo
de blocos tridimensional. Neste caso, a altura do bloco é coincidente com a altura do banco
de lavra ou múltiplo inteiro dela. Este modelo é comumente chamado de modelo
tecnológico de blocos. A principal característica é a similaridade entre os blocos de um
mesmo paralelepípedo, os quais possuem mesma dimensão e forma.
Ao longo da lavra é possível a divisão dos blocos em massas menores, sendo denominado
este procedimento de discretização de blocos, embora este procedimento não aumente a
precisão das informações. A atribuição de valores a cada bloco pode ser feita por meio de
várias técnicas de interpolação, estando dentre elas:

Método dos polígonos ou áreas de influência;


Inverso do Quadrado da Distância; e
Krigagem, utilizando a geoestatística.

Para ser utilizado, este arquivo fica armazenado em computador, como também todas as
informações relativas à posição , dimensão, e as variáveis de interesse.

Valor Econômico do Bloco

Toda otimização de uma cava pretende maximizar o valor total da cava pelo maior período
possível, sendo este o maior desafio do planejamento: Encontrar uma coleção de blocos que
forneçam o valor máximo possível, observando-se as restrições impostas pelo projeto.
Desta maneira o valor econômico de cada bloco é de fundamental importância no
planejamento de lavra. Cada bloco dentro do domínio pode ser caracterizado por:

a) Receita = R = Valor da porção recuperável e vendável do bloco;


b) Custos diretos = CD = custos que podem ser atribuídos diretamente ao bloco
(ex.: custos de perfuração, desmonte, carregamento e transporte)
c) Custos indiretos = CI = custos totais que não podem ser alocados individualmente a
cada bloco. Tais custos dependentes do tempo (salários, custos de pesquisa,
manutenção)

29
Considerando-se estes parâmetros de custo, o valor econômico do bloco (VEB) pode ser
definido como:
VEB = R -CD

Na formula acima é possível notar que o lucro e o prejuizo não é contemplado no valor
econômico do bloco. Para determinar o lucro ou prejuizo é necessário considerar também
os custos indiretos. (CI).

Lucro ( ou prejuizo) =  (VEB) - CI

Blocos de estéril de uma mina sempre representam VEB negativo, pois o resultado do
bloco não apresenta nenhuma receita. Blocos de minério e blocos contendo minério e estéril
podem apresentar VEB menor , igual ou maior do que zero, dependendo da quantidade,
qualidade do material neles contido. Assim qualquer critério que se escolha para a
otimização de cavas deve sempre considerar:

Máximo Z =  (VEB)j

Para se alcançar este máximo há que se considerar as restrições existente pela análise de
estabilidade dos taludes através da geotecnia, o método de lavra indicado, restrições físicas
através de áreas de preservação permanente, ações de recuperação ambiental e interesse da
comunidade.

Métodos considerados para a obtenção da Cava Final

Vários métodos podem ser utilizados para a obtenção da cava final, optando-se sempre por
aquele que represente maior rapidez e segurança na disponibilização das informações.
De 1964 até os nossos dias, muitos foram aperfeiçoados considerando-se principalmente o
uso da informática e da geoestatística, como também através do desenvolvimento de
algorítmos e técnicas de programação dinâmica. Cada ação parte da disponibilidade de
informações para cada método.

Podemos citar alguns métodos e o período em que foram desenvolvidos:

Método Período Autor


Manual 1968 Erikson
Simulação 1964 Axelson
1965 Pana
1969 Fairfield &Leigh
1979 Lee & Kim
Programação Linear 1966 Meyer
Programação Dinâmica 1965 Lerchs & Grossman
1971 Johnson & Sharp
1987 Wright
Parametrização 1976 Bongarçon & Marechal

30
13 – MÉTODOS MANUAIS PARA DESENVOLVIMENTO DA CAVA

Até a década de 60, as cavas a céu aberto eram traçadas de forma puramente manual. O
método manual para obtenção da cava final é o tradicional para a área de planejamento.
Esta prática está baseada em tentativa e erros e possui como referência o limite definido
para relação E/M. Seu bom resultado depende da habilidade e bom senso de quem executa
o planejamento.
Para o desenvolvimento deste processo é necessário que se tenha levantamento da base de
dados que dê suporte ao trabalho., abaixo relacionados:
a) Seções Horizontais e verticais mostrando os contatos entre o minério e o estéril e a
distribuição dos teores;
b) Mapa topográfico atualizado da área a ser desenvolvida a cava;
c) Definição dos ângulos para os vários setores da cava;
d) Definição dos equipamentos a serem utilizados na lavra;
e) Curvas de parametrização mostrando a variação do teor em relação a tonelagem para
cada alternativa de cava estudada;
Normalmente o método manual se utiliza de tres tipos de seções para construção da cava e
a análise dos resultados.
Radial
Seção Transversal

Longitudinal

Limite
da Cava

Cada seção deverá estar representando a superfície topográfica , a geologia, controle


estrutural e a indicação dos níveis. A relação estéril minério é usada para traçar os limites
da cava em cada seção. Os limites são definidos em função da relação e dos ângulos
geotécnicos.
Após isto é avaliado se a quantidade do bem mineral apresenta uma receita positiva, de
modo que cubra as despesas com a remoção do estéril . Após isto verifica-se se a relação
E/M está compatível com a relação econômica. Caso se apresente menor é possível
expandir a cava ou o contrário, deve ser fechada.
Este processo é contínuo até que se atinja o limite final onde a relação econômica seja
obtida.
De qualquer forma pretende-se o lucro máximo, que não necessariamente é aquele que
maximiza a quantidade de minério ou o lucro percentual, mas sim o volume máximo do
lucro.

31
14 - DESENVOLVIMENTO DA CAVA COM A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS
COMPUTACIONAIS

Todas as informações necessárias e condicionantes ao desenvolvimento da cava devem ser


adicionadas ao modelo de blocos, tais como:

A) Distribuição de teores por variáveis para todo o depósito através de avaliações e


krigagem;
B) Função Benefício contemplando todos os custos inerentes a cada bloco;
C) Características das rochas obtidas na avaliação geotécnica;
D) Recuperação Metalúrgica;
E) Preço de Venda.

Com a utilização do computador é possível examinar várias opções e escolher entre os


melhores resultados.

O estabelecimento de cavas pelo método automatizado surgiu em 1965 com um trabalho do


Lersc Grosman baseado então na teoria de Grafus ( algoritmo de otimização exato).

Outro métodos são usados como os dos cones flutuantes que permitem a abertura e traçado
da cava mas não levam em conta o máximo absoluto.

15 -PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA PLANEJAMENTO DE LAVRA

Desmatamento
As áreas destinadas à lavra devem ser desmatadas conforme as necessidades de
desenvolvimento da lavra, abertura de acessos e disposição de estéril. Deve preceder a
todas estas ações, porém de forma racionalizada e em consonância com o orgão ambiental
responsável .

Sistema de Acessos

O planejamento do sistema de acessos está vinculado às necessidades de desenvolvimento


de frentes de lavra, de remoção dos estéreis, conciliando a otimização com a racionalidade.
O desenvolvimento da lavra e e o acesso às pilhas de estéril depende do sistema de acesso à
mina. De tal forma que o conjunto de rampas ao longo da lavra deve ser estrategicamente
definido para que possa dar rendimento, segurança e funcionalidade. A malha viária deve
ser de tal forma dimensionada a atender as necessidades, procurando não se abrir rampas
sem necessidades para evitar aumento de poeira, ruídos, consumo de águas para irrigação e
processos erosivos.

Sistema de Drenagem

Através dos planos de longo prazo são definidos o plano de drenagem das minas, como
objetivo de racionalizar a seqüência de lavra sem prejudicar a sua operação. Cabe ao
sistema de drenagem prover de condições favoráveis à retenção de finos dentro da mina,
buscando evitar assoreamento de barragens e possíveis transtornos à comunidade.

32
Na fase do planejamento e ao longo da lavra deve-se manter o controle do nível de
drenagem das bancadas para que se favoreça ao aspecto operacional e econômico,
reduzindo os processos erosivos causados pelas águas de chuva e conseqüente carreamento
de finos para áreas externas à lavra. Os “sumps” devem ser utilizados para coletar as águas
superficiais, para posteriormente serem bombeadas para fora ou reutilizadas nos processos
da usina.

Planejamento de Diques de Contenção de Finos

De posse do planejamento da lavra a longo prazo, deve-se levantar através da localização e


do traçado da cava, do sistema de drenagem os pontos que deverão ser dotados de sistema
de contenção de finos.

Planejamento de Pilha de Estéril

É da responsabilidade do planejamento de longo prazo dentro das diretrizes estratégicas dos


planos de lavra, elaborar os projetos detalhados das pilhas de disposição de estéril, bem
como o sequenciamento.
A partir dos dados e premissas básicas do longo prazo, levanta-se os quantitativos
referentes ao projeto final de lavra e do seqüencial. Estima-se então os volumes e tipos de
estéril a serem empilhados, como também se determina empolamento de cada material.,
para ajuste da configuração projetada da pilha. O estéril temporário (minério marginal)
deve ficar preferencialmente próximo da usina de beneficiamento para em caso de
retomada reduzir a distância de transporte.
Após estes procedimentos projeta-se pilhas que possuam capacidade para atender às
necessidades levantadas, contemplando as drenagens e acessos. Define-se uma trajetória
que resulte em menor distância de transporte, entre o ponto de origem e destino do estéril.
Os dados básicos informados pelo longo prazo são localização, início de operação ,
dimensões, características geométricas, métodos de transporte.
Há algumas condições específicas, ou seja dispor o estéril dentro da cava ou o mais
próximo possível, preferencialmente em áreas já degradadas.

DEFINIÇÕES

Talude: É a conformação do terreno definida entre o pé e a crista de uma bancada de lavra


ou disposição de estéril.

Pé de Banco: Interseção da face de desmonte com as bermas inferiores.

Crista de Banco: Interseção da face de desmonte com bermas superiores.

Ângulo de Face do Taludes: È a inclinação apresentada individualmente por uma bancada,


formada pela interseção entre o plano da berma e o alinhamento entre o pé e a crista.

Ângulo Geral dos Taludes: É o ângulo formado pelo alinhamento que passa pelo pé do
conjunto de bancos e plano horizontal do fundo da cava ou pilha de estéril.

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Estéril : Todo material descartado da lavra, em caráter temporário ou não.

Ângulo Médio Aparente: É o ângulo formado pelo alinhamento não perpendicular de um


conjunto de bancos e o plano horizontal do fundo da cava.

Estéril Temporário: Estrutura formada pelo lançamento do estéril ou minério marginal,


destinada aproveitamento futuro.

Bermas: Praças horizontais formadas entre os taludes com objetivo de promover as


operações de lavra.

Berma final ou de segurança: Praça mínima deixada após a lavra ou disposição de estéril.

Pit – Conformação final da área máxima de lavra

Rampa – Acesso Inclinado entre dois bancos sucessivos

Estrada de Acesso – conjunto de rampas intercaladas por trechos planos ou não.

16 - MÉTODOS DE LAVRA A CÉU ABERTO

Os métodos podem ser classificados como Lavra em tiras, Open Pit mine, Lavra de
pedreiras. Em todos os 3 métodos a lavra e solicitações ambientais são realizadas
contemporaneamente ou intercaladas.

• Open pit mining.

É aplicado a áreas com extenso capeamento e aplicado a camadas horizontais próximas à


superfície. Tipicamente o estéril é removido e transportado formando uma pilha de estéril
adjacente. Algumas vezes o estéril é depositado nos bancos explorados para a recuperação
da área. Esse método é utilizado para depósitos minerais metálicos e carvão.

• Lavra em tiras ( Open Cast- Open strip )

Método praticado em larga escala de produção , baixo custo e alta produtividade. Alguns
minérios lavrados por este método : carvão, fosfato, xisto betuminoso.

O estéril é removido com grandes draglines, shovels ou BWEs machines. Essas maáquinas
escavam o depósito em operação continua. A operação pode ser complementadas com o
uso de explosivos. A área minerada avança em série paralela, e as valas, escavadas são em
altura compatível ao equipamento e o comprimento dos bancos podem exceder a 1 km . O
material é removido para outra área sobre a parte alta do banco formando uma trincheira
profunda. A largura desta abertura pode ser entre 23 e 46 metros e a altura da crista pode
chegar a 61 metros.

• Lavra de Pedreiras

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Termo empregado para lavra em rochas onde a produção é através de blocos ou existe uma
granulometria decorrente do desmonte, dita produção de granulados. Este método é
aplicado nas lavras de calcários, granitos, gnaisses, mármores. Os produtos podem ser
substancialmente diferentes, exigindo basicamente dois tipos de operações.

O primeiro se destina à produção de granulados, britas em geral, onde o maciço é explorado


através de uma técnica com explosivos, produzindo material granular. O outro se destina a
rochas ornamentais onde o produto são blocos de dimensões maiores que 1 m 3

17 - CONSIDERAÇÕES GERAIS EM RELAÇÃO À GEOMETRIA

As bancadas podem ser consideradas como as unidades fundamentais de extração nas


operações de lavra a céu aberto.

Deve-se salientar a existência de diferentes tipos de bancadas. Por exemplo, pode-se citar
as bancadas que têm como função aparar os materiais que, por ventura, rolarem de
bancadas superiores, as bancadas ou bermas de segurança ou 'cacth benchs" e as bancadas
de trabalho, ou praças, onde ocorre efetivamente o processo de lavra.

Diversos fatores influenciam as dimensões dos elementos apresentados acima. Alguns


aspectos importantes na determinação da geometria das bancadas podem ser enumerados:

1. Características do depósito: Volume, teor e distribuição etc.

2. Escala de produção: Toneladas de minério e estéril produzidas.

3. Seletividade na lavra e necessidade de blendagem.

4. Equipamentos utilizados nas operações de lavra: Função básica da escala de produção.

5. Considerações sobre estabilidade dos taludes

6. Relação estéril/minério.

7.Custos operacionais vs. custos de investimento.

Ângulo de Face da Bancada:

Os ângulos das bancadas são mantidos, geralmente, com a maior inclinação possível. Os
limites aqui são relacionados, basicamente, as condições de estabilidade. Em rochas
competentes valores entre 55o e 80o são tipicamente encontrados. É importante ressaltar que
os ângulos das bancadas e a largura da berma tem influência sobre o ângulo geral dos
taludes ao final da cava.

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Altura de Bancada:

A altura da bancada é determinada, normalmente, em função da altura máxima de


escavação do equipamento utilizado na operação de carregamento. E importante observar a
possibilidade de escavação de taludes negativos quando utilizada esta altura máxima de
escavação (i.e. escavadeiras "shovels" e hidráulicas). Esta situação poderia representar
riscos para a própria operação de carregamento ou para as operações subseqüentes. Valores
de altura de bancada variam de cinco metros, para pequenos depósitos de ouro, por
exemplo, até aproximadamente dezoito metros, em grandes operações de lavra.

Com os avanços tecnológicos dos equipamentos, a perfuração, hoje, praticamente, não


impõem limites a altura da bancada. O que necessariamente deveria ser investigado até
alguns anos atrás.

Largura de Bancada

Além das bancadas ou bermas de segurança é comum, nas operações de lavra de grande
porte, a utilização de leiras de proteção nestas bancadas. Estas leiras são formadas por
pilhas de material fragmentado e depositado junto a crista destas bermas .

Call, a partir de estudos de Ritchie, fornece algumas recomendações para a determinação da


geometria destas bancadas.

Geometria de Bermas de Segurança (metros)

Altura da Bancada Área de Impacto Altura das Leras Largura das Largura mínima
Leras Bancada
15 3,5 1,5 4 7,5
30 4,5 2 5,5 10
45 5 3 8 13

Outra consideração de segurança a ser feita com relação a altura das leiras é que ela deverá
ser pelo menos igual ao raio dos pneus dos equipamentos que trafegam nestas bancadas.

Em locais de tráfego duplo, nas vias de acesso por exemplo, é comum observar a presença
de leiras na parte central das pistas. Neste caso a largura do acesso deve ser dimensionada
como função do equipamento de maior largura que utilize este acesso. Observando-se a
recomendação da AASHO que aconselha largura adicional de segurança igual a metade da
largura do equipamento, tanto a direita quanto a esquerda da pista, e adicionado-se ainda a
largura da leira de proteção na crista da bancada e uma determinada distância para a vala de

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drenagem, uma primeira estimativa da largura total pode ser obtida através da formulação
expedita:

Largura = 4 X Largura dos caminhões

Urna comparação entre diferentes bancadas mostra que a utilização de larguras maiores
acarretariam, como aspectos negativos:
• Menor seletividade
• Menor diluição
• Menor flexibilidade
e como aspectos positivos:

• Menores tempos de manobra

• Melhores possibilidades de supervisão

• Maior eficiência, produtividade e razão de produção.

Ângulo de Talude

Diversos ângulos de taludes podem ser observados em uma operação de lavra a céu aberto,
como por exemplo o próprio ângulo da face das bancadas. Portanto é importante que se
determine a direção ou plano do talude de maneira inequívoca. Define-se aqui como a
direção do talude uma linha que liga o pé e crista das bancadas de referência, e sua
inclinação como o menor ângulo entre esta direção e um plano horizontal.

Durante o processo de lavra, rampas de acesso ou bancadas em lavra (praças) poderão estar
presentes na situação mostrada anteriormente. A introdução desta modificação na condição
acima traz algumas alterações no valor do ângulo do talude geral.De maneira geral a
formulação para determinar o ângulo geral da cava poderia ser então escrito da seguinte
forma:
Altura total
Ângulo Geral (arctg) : ___________ Altura total
Projeção 
Horizontal

Proj. Horizontal

18 – RELAÇÕES ESTERIL/MINERIO (ASPECTOS GEOMETRICOS)

A geometria do desenvolvimento da cava final pode variar em função das litologias,


estrutura da mineralização e estudos geotécnicos . A relação estéril minério vai ser
influenciada diretamente pela definição da geometria e conduzirá a modificações no
aprofundamento da cava, tendo em vista as metas e resultados que se pretendem obter.

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Por vezes, é necessário definir previamente um projeto para se esclarecer a área que se deve
detalhar através de estudos geotécnicos. Após isto deve-se novamente otimizar um novo
projeto que poderá conduzir a novos resultados em relação à cota do fundo e à sua
conformação final.

19 - RELAÇÕES ESTÉRILIMINÉRIO (ASPECTOS ECONÔMICOS)


O parâmetro relação estéril/ minério (e/m)é amplamente usado no ramo da mineração
representa o montante de material desprovido de valor econômico (estéril) que deverá ser
removido, para liberar uma unidade de minério. A relação total é definida como -
R= (volume de estéril removido a uma profundidade d)/ (volume de minério recoberto a
uma profundidade d)

A relação não tem unidade e mais comumente calculada como a relação ton/ton e em
alguns casos com m/ton, caso a remoção de estéril seja para a terceiros. Em certos tipos de
minério, ou pela forma de contratação, essa relação pode ser expressa em metros
cúbicos/ton.
Esse é um método simples de análise para obter os limites da cava ótima utilizando o
relação e/m. Primeiramente o ângulo da cava é determinado geotecnicamente, de forma real
ou aparente, tendo-se consideração a relação e/m . Essa relação determina o rendimento
dos blocos de lavra , podendo estarem combinados ou não, o estéril e minério. Os fatores
para a determinação dos custos, podem incluir custos como profundidade da cava e
variações das operações de decapeamento do estéril.
Em uma análise mais complexa todo o corpo mineral é lavrado com a avaliação desta
relação, em função do tempo. Para produção de cada período são determinados os custos,
rendimentos e o fluxo de caixa gerado. Os retornos para cada ano são descontados para
refletir um período do valor do dinheiro em um tempo determinado, dependendo das
diretrizes da empresa. O resultado é considerado como o valor da mina ou da produção. O
processo de lavrar continuamente até um período em que não aumente esse valor, e desta
forma a geometria da cava ótima final é determinada. Com a flutuação dos preços de
vendas , aumento do custo de lavra, e a introdução de técnicas de mina mais sofisticadas, o
planejamento geral da mina e a relação total e/m poderá mudar assim como a vida útil da
mina. Por essa razão é necessário uma reavaliação periódica do projeto longo prazo em
intervalos regulares.
Tendo sido determinado a cava final ótima e a relação e/m total , o planejamento de mina
pode ser executado . Apresenta-se abaixo três formas econômicas básicas aplicando a
relação e/m.

1. Método de retirada descendente do "decapeamento" total.

Esse método requer que cada banco de minério seja minerado em seqüência e que todo o
estéril em particular desse banco seja removido até os limites da cava ótima.
As vantagens desse método são, criar espaço suficiente para os trabalhos, o acesso ao
minério é feito pelo banco subseqüente, todo o equipamento esta no mesmo nível. É
bastante utilizado na lavra com auxilio de correias em bancadas

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Desta forma reduz-se diluição do minério nos bancos permitindo uma lavra mais seletiva. O
posicionamento dos equipamentos é mais estável.
A desvantagem primária desse método é que os custos são antecipados nos anos iniciais,
praticando-se alta relação E/M, quando benefícios são necessários para o pagamento do
investimento ou retorno de capital.

2. Método da diminuição da relação E/M


Nesse método a remoção do estéril somente é praticada em função da necessidade de
liberar o próximo minério a ser lavrado. O trabalho nos taludes de estéril poderão ser
mantidos como os taludes conforme os taludes gerais da cava final, ou poderão ser mais
suaves. Usualmente pode-se inserir os chamados “pushbacks” para se evitar
constrangimento na cava, por exemplo dificuldades de desenvolvimento provocado pela
existência de 10 a 20 bancos a serem retomados. Esse método permite um máximo de
benefícios nos primeiros anos reduzindo o risco de investimento em decapeamento
antecipado do estéril. A desvantagem deste método é quando não se insere “pushback’, a
operação da mina é dificultada por grande numero de frentes de lavra, em praças de
produção estreitas .

3. Método de relação E/M constante

Esse método tenta remover o estéril a uma razão aproximada da relação global E/M. Os
trabalhos de remoção de estéril e se aprofundam com a evolução da lavra ate que a mesma
atinja a configuração de cava final. Esse método tem vantagens e desvantagens
concomitantes, pois convive-se com o compromisso remover o estéril sem folgas,
mantendo-se a média controlável, possibilitando o dimensionamento sem surpresas.
Alguma vezes neste método pode-se conviver com a dificuldade de se liberar o minério
com a qualidade ideal. Os equipamentos são de mesmo porte e os trabalhos necessários até
o final da vida da mina são relativamente constantes.

Na pratica atual o melhor método aplicado a um grande corpo de minério é aquele que
consegue uma relação e/m baixa inicial no inicio e na direção da exaustão da cava.

Vantagens sumarizadas :
• Bom retorno e lucro no ínicio do projeto
• Os trabalhos e equipamentos dimensionados podem ser aumentados para o máximo da
capacidade de trabalho em um período aberto de tempo (sem restrições).
• Os trabalhos equipamentos são solicitados com um decrescimento gradual de serviços
na direção do final de projeto.
• Áreas distintas para lavrar e decapear podem ser operadas simultaneamente, permitindo
flexibilidade de planejamento.

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20 - CONCLUSÕES

A formação de conceitos é de extrema importância para os profissionais que estão se


iniciando na área de projetos e para aqueles que desejam rever os métodos utilizados.
Para se beneficiar das técnicas e softwares existentes é necessário antes de tudo passar por
todas as etapas de apreensão do conhecimento intrínseco relativo à arte de minerar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS:

Grossi-Sad,, João Henrique, Valente, Jorge – Considerações sobre sistemas de classificação


de Recursos e Reservas

IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração - Curso de Planejamento de Lavra a Céu aberto


Volumes I, II e III

Girodo, Antônio Carlos, Campos, Antônio Claret , Curso Rápido de Planejamento Mineiro

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