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Índice

1.INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................1
2. MÉTODOS DE PERFURAÇÃO....................................................................................................................2
2.1 PERFURAÇÃO POR PERCUSSÃO MECÂNICA.......................................................................................2
2.2 PERFURAÇÃO POR ROTAÇÃO............................................................................................................3
2.3 PERFURAÇÃO POR ROTAÇÃO COM CIRCULAÇÃO DIRETA.................................................................3
2.4 PERFURAÇÃO POR ROTAÇÃO COM CIRCULAÇÃO INVERSA...............................................................5
2.5 PERFURAÇÃO POR ROTOPERCUSSÃO (Percussão pneumática com martelo de fundo de furo).......6
2.6 VERTICALIDADE E LINEARIDADE DA PERFURAÇÃO............................................................................8
3. ESTUDOS GEOFÍSICOS............................................................................................................................10
3.1 MÉTODOS SÍSMICOS........................................................................................................................10
3.2 MÉTODO GRAVIMÉTRICO................................................................................................................12
3.3 MÉTODO MAGNÉTICO.....................................................................................................................14
3.4 MÉTODOS RADIOMÉTRICOS............................................................................................................15
3.5 MÉTODO TERMOMÉTRICO..............................................................................................................16
4. ENSAIO DE CAUDAL / AQUÍFERO...........................................................................................................16
5. BOMBAS................................................................................................................................................20
5.1 BOMBAS VOLUMÉTRICAS ( Hidrostáticas), ou de Deslocamento Positivo.......................................21
5.2 BOMBAS HIDRODINÂMICAS (Turbobombas)...................................................................................21
5.3 BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO.........................................................................................22
5.4 BOMBA DE ENGRENAGEM...............................................................................................................24
5.5 BOMBA DE PALHETA........................................................................................................................26
5.6 BOMBA DE PISTÃO..........................................................................................................................27
5.7 BOMBAS CENTRÍFUGAS (TURBOBOMBAS)......................................................................................28
6. CONCLUSÃO..........................................................................................................................................30
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..............................................................................................................31
1.INTRODUÇÃO

Neste trabalho apresenta-se os vários métodos de perfuracao onde se desenvolve todos os aspetos
mais relevantes para a boa construção de uma captação de água e os procedimentos a ter em
conta na planificação e execução de uma captação neste caso os Estudos Geofisicos.
Este trabalho aborda também sobre bombas, no qual irei debrucarme acerca dos diferentes tipos
de bombas e seus mecanismo de funcionamento.

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2. MÉTODOS DE PERFURAÇÃO

Existem vários métodos de perfuração para a construção de furos de captação de águas


subterrâneas. A seleção do melhor método depende da finalidade, da profundidade que se
pretende atingir, das formações geológicas a perfurar e de fatores económicos. Os principais
métodos de perfuração são os seguintes:

1.Percussão (atualmente em desuso);

2.Rotação com circulação direta e rotação com circulação inversa;

3.Rotopercussão (Percussão pneumática com “martelo de fundo de furo”).

2.1 PERFURAÇÃO POR PERCUSSÃO MECÂNICA

A perfuração por percussão baseia-se na trituração/esmagamento do material geológico por


impacto de um trépano suspenso por um cabo, sendo o seu movimento de descida e subida
controlado por um balancim. O material desagregado vai sendo retirado progressivamente
através de uma limpadeira.

Vantagens do método:

 Eficácia em formações geológicas com algum grau de consolidação;


 Permite amostrar o material geológico de modo bastante representativo;
 Permite a execução de ensaios de produtividade durante a perfuração;

Desvantagens do método:

 Requer revestimentos provisórios no caso de formações geológicas não consolidadas;


 Baixa velocidade de avanço da perfuração;
 Apresenta custos adicionais resultantes do tempo despendido em manobras de descida e
subida;
 O diâmetro de perfuração vai sofrendo reduções com a profundidade;
 O furo terá de ser vertical.

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2.2 PERFURAÇÃO POR ROTAÇÃO

Este método também designado “rotary” (terminologia inglesa), consiste em triturar e desgastar
as formações litológicas, reduzindo-as a pequenas partículas através da utilização de um trépano
giratório. Os movimentos rotativos do trépano são acompanhados pela circulação de um fluido,
usualmente “lamas” constituídas por misturas mais ou menos estáveis densas e viscosas à base
de bentonite e de outras substâncias com água, cuja função é remover e trazer os detritos da
perfuração até à superfície, evitar o desmoronamento das paredes da perfuração, lubrificar e
arrefecer as ferramentas cortantes. A perfuração por rotação pode ser realizada com circulação
direta ou com circulação inversa.

2.3 PERFURAÇÃO POR ROTAÇÃO COM CIRCULAÇÃO DIRETA

No caso da circulação direta, por ação de uma bomba de alta pressão as “lamas” são injetadas
pelo interior da cabeça da sonda, saindo no fundo do furo por orifícios do trépano (trépano de
roletes ou trialeta). De seguida, as “lamas” ascendem pelo espaço compreendido entre a parede
exterior das varas de perfuração e as paredes da sondagem, arrastando consigo os detritos da
formação perfurada até à superfície.

Vantagens do método:

 Eficácia em formações geológicas não consolidadas, acompanhada de um pequeno risco


de colapso do furo, evitando-se muitas vezes a utilização de revestimentos provisórios;
 Permite avanços relativamente rápidos;
 Perdas de fluido de circulação controláveis;
 Maior facilidade de controle das propriedades das lamas bentoníticas (e.g. viscosidade e
peso específico).

Desvantagens do método:

 Equipamento dispendioso;

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 Apresenta custos adicionais resultantes do tempo despendido em manobras de descida e
subida;
 Caracterização da amostragem de formações geológicas dificultada pelo remeximento e
pelo atraso em relação ao avanço da perfuração o que pode conduzir a medições
deficientes das profundidades de posicionamento dos tubos-ralo;
 Pode induzir a impermeabilização e a contaminação das formações produtivas;
 Alguma dificuldade em manter constante a direção de perfuração, sendo requerida uma
boa técnica de execução.

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2.4 PERFURAÇÃO POR ROTAÇÃO COM CIRCULAÇÃO INVERSA

Na circulação inversa , as “lamas” descem diretamente do respetivo tanque até ao fundo do furo
através do espaço compreendido entre a parede exterior das varas de perfuração e as paredes da
sondagem. Posteriormente, a ascensão das “lamas” e dos detritos efetua-se pelo interior das varas
que constituem a coluna de perfuração, com ajuda de ar comprimido, formando-se uma emulsão
ar-lamas de menor densidade. Durante a perfuração, esta ascensão da mistura de lamas, ar e
detritos das formações perfuradas é mantida em equilíbrio com o volume de lamas do tanque.
Este método apresenta, relativamente à rotação direta, as seguintes vantagens e desvantagens
principais:

Vantagens do método:

 Permite a execução de furos de maior diâmetro e geralmente mais produtivos;


 Elevada capacidade de remoção dos detritos de perfuração, o que permite avanços mais
rápidos;
 Boa qualidade da amostragem (boa representividade da amostra relativamente à
profundidade de perfuração).

Desvantagens do método:

 Equipamento de maiores dimensões;


 Necessidade de maior número de operadores;
 Necessidade de um tanque de lamas maior e consumo de água mais exigente face ao
elevado débito de injeção;
 Maior área de estaleiro;
 Perdas elevadas de fluido de circulação, em certas formações, o que pode perturbar ou
deteriorar as zonas produtivas;
 Risco de entupimento das varas por detritos de grande diâmetro.

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2.5 PERFURAÇÃO POR ROTOPERCUSSÃO (Percussão pneumática com martelo de
fundo de furo)

O método baseia-se numa ação principal de esmagamento e corte provocada por uma ferramenta
acionada por ar comprimido, em que se pode combinar um pequeno movimento de rotação de
um “bit” (broca) transmitido pelas hastes de perfuração e um movimento de percussão de
elevada frequência e de pequenocurso, dado por um martelo de fundo de furo. Neste caso, o
fluido de circulação pode ser o próprio ar comprimido, produzido a partir de um compressor, que
é transmitido pelo interior da coluna de perfuração, passando pelo martelo e “bit”, servindo
também como fluido de limpeza. Como complemento à utilização de ar comprimido e visando

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resolver problemas de limpeza e/ou de instabilidade das paredes de perfuração, podem ser
adicionadas “espumas” no fluido de circulação, para diminuição do seu peso específico.

Vantagens do método:

 Elevada eficácia em rochas duras e consolidadas, com rapidez de perfuração/remoção dos


detritos;
 Permite estimar a produtividade das formações aquíferas durante a perfuração;
 Não provoca a impermeabilização das zonas produtivas;
 Redução de custos pela elevada rapidez de perfuração;

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 Em regra, não necessita de água;
 Amostragem com pouco atraso relativamente ao avanço da perfuração.

Desvantagens do método:

 Só é eficaz em formações consolidadas;


 Trata-se de um método destrutivo relativamente à amostragem (amostragem deficiente);
 Conseguem-se, geralmente, furos com diâmetros mais reduzidos do que nos outros
métodos;
 Dificuldade em manter a direção da perfuração.

Diâmetros de perfuração

Caso se opte pela execução prévia de um furo de pesquisa, então o diâmetro definitivo da
captação pode ser, posteriormente, determinado com rigor. Se tal não tiver acontecido, o
diâmetro inicial da perfuração terá de prever o diâmetro do equipamento de bombagem, a
colocação da coluna de revestimento definitivo do furo e, se necessário, do maciço filtrante nas
condições que mais adiante se referem.

Em rochas cristalinas os diâmetros de perfuração são, em regra, bastante inferiores aos diâmetros
das perfurações em sedimentos não consolidados.

2.6 VERTICALIDADE E LINEARIDADE DA PERFURAÇÃO

Embora as captações de água mais comuns sejam verticais, podem realizar-se perfurações com
todas as inclinações até à horizontalidade.

A perfuração e a coluna de revestimento definitivo da captação devem ser executadas de forma a


assegurar tanto quanto possível a sua linearidade, evitando-se variações acentuadas de direção.

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Estas variações de direção podem ocorrer quando se aplica peso incorreto sobre a ferramenta de
corte, ou quando se perfuram formações geológicas intensamente carsificadas, fissuradas ou com
camadas muito inclinadas.

Se as variações de direção forem grandes, surgirão dificuldades na colocação da coluna de


revestimento abaixo da profundidade definida pelo ponto de inflexão. Caso tais variações não
sejam excessivas, podem ser parcialmente corrigidas com a aplicação de centralizadores na
tubagem da coluna de revestimento ou por métodos especiais de perfuração utilizando varas com
retificadores.

Depois de aplicada a tubagem de revestimento do furo, a prova de linearidade pode ser efetuada
com recurso a equipamento de geofísica ou, de forma mais expedita, descendo um cilindro de
prova, constituído por um troço de tubo de 6 m de comprimento e diâmetro ligeiramente inferior
ao diâmetro interior daquela tubagem.

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3. ESTUDOS GEOFÍSICOS

A maioria dos estudos geofísicos envolve medidas de propriedades físicas na região de interesse,
isto é, no campo. Os dados são coletados, muitas vezes automaticamente na forma digital, ou na
forma analógica para depois serem convertidos para a forma digital. Uma vez na forma digital,
os dados podem ser analisados e interpretados.

Nestes processos utilizam-se várias ferramentas matemáticas que vêm a ser, basicamente,
filtros para se eliminar ruídos (sinais indesejáveis que se somam ao sinal procurado), avaliação
do desvio ou erros nas medidas (teoria da propagação de erro), elaboração de mapas de iso-
valores ou de anomalias, ou outro tipo de cálculo que permita transformar a leitura de uma
grandeza física em outra grandeza de interesse que não pode ser medida diretamente.

Cada uma das propriedades físicas abordadas acima, dá origem a um ou mais métodos de
investigação geofísica e que serão abordados a seguir. Todos eles envolvem etapas de trabalho
de campo e outras etapas de laboratório.

3.1 MÉTODOS SÍSMICOS

Estes métodos baseiam-se na emissão de ondas sísmicas geradas artificialmente através do


impacto de explosões, tiros de ar comprimido, impactos mecânicos ou vibradores. Essas ondas
penetram a certas profundidades no interior da Terra, que serão maiores à medida que a energia
liberada no impacto for maior. Durante esse trajeto, as ondas irão atravessar diferentes camadas
geológicas que apresentam características físicas diferentes e, por essa razão, vão sofrer reflexão
e refração. Parte da energia contida numa onda será refletida na interface entre duas camadas
geológicas. O restante seguirá seu caminho, mas segundo um ângulo diferente, pois sofreu
refração. As leis que governam a reflexão e a refração são as mesmas da ótica. Na reflexão, o
ângulo de incidência da onda é igual ao ângulo de reflexão. A refração é governada pela lei de
Snell: a relação dos senos dos ângulos de incidência e de refração é igual à relação da velocidade
da onda incidente e da onda refratada, ou ainda:

sen(i)/sen(r) = V1 /V 2VI-2

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As velocidades das ondas sísmicas dependem da densidade das rochas pelas quais as ondas
circulam e de suas propriedades elásticas. Para baixos níveis de energia, as rochas se deformam
ao passar da onda, mas voltam ao seu estado normal depois da passagem da mesma. Isto quer
dizer que a rocha não se deforma permanentemente, portanto, apresenta características elásticas.
Próximo às fontes sísmicas, sejam elas naturais ou artificiais, onde a energia é mais intensa, a
rocha pode sofrer deformação permanente.

A capacidade de uma rocha sofrer deformação longitudinal (compressão e alongamento) em


função da passagem de uma onda P (longitudinal), é medida pelo parâmetro elástico k e a
deformação cisalhante produzida pela onda S (transversal) é proporcional ao parâmetro ì ou
módulo de cisalhamento. As velocidades das ondas P e S vão depender das características
elásticas e da densidade da rocha que atravessam. Escreve-se então:

VP = Ö(k/ñ) e VS = Ö(ì/ñ)

As ondas sísmicas são detectadas por instrumentos capazes de perceber os movimentos do solo
por ocasião de sua passagem. Esses instrumentos são chamados geofones, ou hidrofones quando
são usados nos oceanos ou lagos. O registro das ondas é feito pelos sismógrafos. Os sismógrafos,
como indicado pelo próprio nome,“escrevem” o registro em papel (sismograma). Entretanto, as
versões modernas fornecem VI-3 registros digitais, cujos dados estão prontos para serem
analisados ou produzir os sismogramas.

Dependendo dos objetivos da pesquisa, pode-se optar por analisar as ondas refletidas (método
sísmico de reflexão) ou as ondas refratadas (método sísmico de refração). No primeiro caso as
sucessivas reflexões irão fornecer mais detalhes das camadas geológicas, sendo, portanto, o
método mais empregado na prospecção de hidrocarbonetos (petróleo e gás). No método de
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refração, as ondas viajam grandes distâncias antes de serem detectadas pelo geofones, por isso
contêm informações de grandes áreas, mas com menos detalhes.

3.2 MÉTODO GRAVIMÉTRICO

O método gravimétrico para a investigação do interior da Terra baseia-se nas medições e


interpretação das variações do campo gravitacional terrestre resultantes das diferenças de
densidade entre as diversas rochas localizadas na superfície e subsuperfície terrestres. Às
variações do campo ou aceleração da gravidade dá-se o nome de anomalia gravimétrica (Dg).
Utiliza-se o termo corpo causador da anomalia à estrutura ou à formação geológica que produz a
anomalia gravimétrica. A tabela abaixo contém os intervalos de variação da densidade de alguns
tipos materiais geológicos:

Material Geológico Intervalo de


densidade (kgm-
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)
Aluvião (úmido) 1960-2000
Argila 1630-2600
Folhelho 2060-2660
Arenito 2050-2550
Calcário 2600-2800
Halita 2100-2400
Granito 2520-2750
Basalto 2700-3200
Gabro 2850-3120
Quartzito 2600-2700
Gnaisse 2610-2990
Na expressão para a força gravitacional, se m1 é a massa constante do gravímetro, dividindo-se F
por m1 temos a força por unidade de massa, ou seja, a aceleração g em m s -2 . As medições da
aceleração da gravidade são efetuadas utilizando-se gravímetros. Estas medidas requerem muita
precisão porque as variações nos valores da aceleração da gravidade devido às variações de

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densidade das rochas são muito pequenas, da ordem de 10-4 ms-2. Medidas de g são efetuadas
sobre a superfície terrestre, em terra, lagos e oceanos. Mais recentemente, com o advento do
sistema de posicionamento global por satélite (GPS= Global Positioning System) de alta
precisão, começa a ser utilizada a gravimetria aérea ou aerogravimetria em locais de difícil
acesso.

O campo gravitacional terrestre varia no espaço e no tempo. Desta forma, para isolar a anomalia
da gravidade devida a corpos geológicos em subsuperfície é necessário remover da medida da
aceleração obtida pelo gravímetro em um ponto sobre a superfície da Terra, as componentes da
aceleração devido à latitude, às marés terrestres e lunares, à deriva do gravímetro e à topografia.

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A interpretação quantitativa da anomalia gravimétrica consiste em, partindo-se da curva de
anomalia, determinar a fonte da anomalia ou seja, as características físicas do corpo ou estrutura
geológica causadora da anomalia. As características físicas são a sua profundidade, extensão
lateral e contraste de densidade. A esta tarefa denominamos de modelagem da anomalia
gravimétrica. Esta modelagem é feita partindo-se do conhecimento da geologia local, em seguida
constroem-se modelos teóricos fixando-se osVI-6 parâmetros físicos como profundidade,
extensão e constraste de densidade, calcula-se a anomalia teórica e compara-se com a anomalia
observada até que ocorra um ajuste entre as duas curvas. Este modelamento é usualmente feito
com computadores e constitui-se hoje em uma especialidade da Geofísica denominada Inversão
Geofísica.

3.3 MÉTODO MAGNÉTICO

Quando se coloca um material na presença de um campo magnético, este corpo adquire uma
magnetização na direção do campo que se anula quando ele é afastado da influência do campo. A
esta magnetização dá-se o nome de magnetização induzida. Este fenômeno pode ser entendido
quando se imagina que o material é constituido por pequenos dipolos (no caso das rochas os

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dipólos são os minerais com características magnéticas) que se orientam na direção das linhas de
força do campo aplicado ou indutor. Diz-se, então que ocorreu uma polarização magnética.
Como resultado do alinhamento, o material passa a se comportar êle próprio como um dipolo.

A maioria dos minerais que compõem as rochas não apresenta propriedade magnética,
entretanto, algumas rochas contêm minerais magnéticos suficientes para produzir anomalias
magnéticas. Da mesma forma, alguns objetos produzidos pelo homem podem gerar anomalias
magnéticas como os materiais arqueológicos que contêm ferro (ferramentas e cerâmicas).

É na medida dessas anomalias do campo magnético da Terra que se baseia o método magnético
e que tem como objetivo fornecer informações da geologia de superfície e subsuperfície, com
ampla ampla variedade de aplicações, desde levantamentos de pequena escala, como em
engenharia e arqueologia, a estudos geológicos regionais com finalidade de prospecção de
recursos naturais.

3.4 MÉTODOS RADIOMÉTRICOS

O método radiométrico ou radiometria, consiste em detectar as emissões nucleares das rochas


que contêm minerais radioativos. Normalmente detecta-se a radiação gama através de um
cintilômetro ou contador Geiger. Os instrumentos radiométricos foram desenvolvidos
primordialmente para a detecção de urânio, mas logo apareceram outras aplicações importantes.

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Atualmente o método é muito usado para mapeamento geológico, identificando as litologias pelo
conteúdo radioativo. Outra aplicação comum, consiste em injetar uma solução radioativa
artificial (traçador) no subsolo ou em um aqüífero, para acompanhar a trajetória dessa solução.
O objetivo nesse caso pode ser, por exemplo, verificar a possibilidade de infiltrações que possam
vir a contaminar o aqüífero.

Em laboratório, entretanto, existe um maior número de aplicações. O emprego de métodos e


técnicas que envolvem a radioatividade caracteriza a área da Geofísica chamada de Geofísica
Nuclear.

3.5 MÉTODO TERMOMÉTRICO

Medidas de temperatura na superfície da Terra revelam a existência de zonas em seu interior


onde a temperatura é maior, ou seja, onde existem anomalias térmicas. Estas anomalias podem
ser devidas à existência de falhas por onde circulam águas quentes, à concentração de elementos
radioativos produzindo calor, ou ainda à existência de zonas anormalmente quentes em regiões
mais profundas.

4. ENSAIO DE CAUDAL / AQUÍFERO

Uma vez terminado o desenvolvimento da captação, dever-se-á ensaiar a sua produtividade


visando:

 A definição e otimização do caudal de exploração;

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 A seleção do tipo de bomba (bomba de aspiração, bomba de eixo vertical e, mais
comummente, bomba submersível);
 O dimensionamento (potência) da eletrobomba submersível e as condições da sua
montagem;
 A obtenção de parâmetros hidrodinâmicos que permitem perspetivar a resposta do
aquífero a determinado regime de exploração.

De facto, para se conhecer com segurança as características do equipamento de bombagem


definitivo a instalar, deve ser feito, e é obrigatório por lei, um ensaio de caudal com bomba
elétrica submersível. Só assim se elimina o risco de colocação de uma bomba sobredimensionada
ou subdimensionada.

No caso de uma bomba sobredimensionada, além do maior consumo energético, pode


comprometer-se a vida útil da captação devido aos fluxos turbulentos induzidos, podendo ainda
verificar-se a inutilização da captação ou da própria bomba pelo súbito ou continuado
arrastamento de areias/finos (ou turvação). Na situação de uma bomba subdimensionada não se
aproveitam as reais capacidades do conjunto furo/aquífero, que até podem ser superiores às
necessidades.

Representa-se o efeito da bombagem de dois furos, um a captar num aquífero livre e outro num
aquífero confinado, evidenciando-se, em particular, o nível hidrostático, o nível hidrodinâmico, o
rebaixamento observado no furo, a curva de rebaixamento do aquífero na vizinhança do furo e o
respetivo raio de influência.

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Efeito da bombagem de furos a captar num aquífero livre A) e num aquífero confinado B)

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Dispositivo de medição de níveis e dispositivos de medição de caudal com tanque de aferição ou
com caudalímetro.

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5. BOMBAS

Definição

Bombas são máquinas geratrizes cuja finalidade é realizar o deslocamento de um líquido por
escoamento. Sendo uma máquina geratriz, ela transforma o trabalho mecânico que recebe para
seu funcionamento em energia, que é comunicado ao líquido sob as formas de energia de
pressão e cinética. Alguns autores chamam-nas de máquinas operatrizes hidráulicas, porque
realizam um trabalho útil específico ao deslocarem um líquido. O modo pelo qual é feita a
transformação do trabalho em energia hidráulica e o recurso para cedê-la ao líquido
aumentando sua pressão e/ou sua velocidade permitem classificar as bombas em dois grandes
grupos apresentados pelo “Hydraulic Institute”:

Bombas de deslocamento positivo, hidrostáticas ou volumógenas (volumétricas); Turbobombas


chamadas também hidrodinâmicas ou rotodinâmicas ou simplesmente dinâmicas.

As bombas são utilizadas nos circuitos hidráulicos, para converter energia mecânica em
energia hidráulica. A ação mecânica cria um vácuo parcial na entrada da bomba, o que permite
que a pressão atmosférica force o fluido do tanque, através da linha de sucção, a penetrar na
bomba.

A bomba passará o fluido para a abertura de descarga, forçando-o através do sistema


hidráulico.

(Classificação dos tipos de bombas)

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As bombas hidráulicas são classificadas como positivas (fluxo pulsante) e não-positivas fluxo
contínuo).

Especificação de Bombas: As bombas são, geralmente, especificadas pela capacidade de


pressão máxima de operação e pelo seu deslocamento, em litros por minuto, em uma
determinada rotação por minuto.

Relações de Pressão: A faixa de pressão de uma bomba é determinada pelo fabricante, baseada
na vida útil da bomba.

5.1 BOMBAS VOLUMÉTRICAS ( Hidrostáticas), ou de Deslocamento Positivo

Fornecem determinada quantidade de fluido a cada rotação ou ciclo. A movimentação do fluído


é causada diretamente pela ação do órgão de impulsão da bomba que obriga o fluído a executar o
mesmo movimento a que está sujeito este impulsor (êmbolo, engrenagens, lóbulos, palhetas).
Dá-se o nome de volumétrica porque o fluído, de forma sucessiva, ocupa e desocupa espaços no
interior da bomba, com volumes conhecidos, sendo que o movimento geral deste fluído dá-se na
mesma direção das forças a ele transmitidas, por isso a chamamos de deslocamento positivo. As
Bombas Volumétricas dividem-se em:

(a) Êmbolo ou Alternativas (pistão, diafragma, membrana);

(b) Rotativas (engrenagens, lóbulos, palhetas, helicoidais, fusos, parafusos, peristálticas).

5.2 BOMBAS HIDRODINÂMICAS (Turbobombas)

São bombas de deslocamento não-positivo, usadas para transferir fluidos e cuja única resistência
é a criada pelo peso do fluido e pelo atrito.

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Nas turbobombas a movimentação do fluído ocorre pela ação de forças que se desenvolvem na
massa do mesmo, em conseqüência da rotação de um eixo no qual é acoplado um disco (rotor,
impulsor) dotado de pás (palhetas, hélice), o qual recebe o fluído pelo seu centro e o expulsa pela
periferia, pela ação da força centrífuga, daí o seu nome mais usual (Bomba Centrífuga).

5.3 BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO

Possuem uma ou mais câmaras, em cujo interior o movimento de um órgão propulsor comunica
energia de pressão ao líquido, provocando o seu escoamento ( fornecem determinada quantidade
de fluido a cada rotação ou ciclo. Proporciona então as condições para que se realize o
escoamento na tubulação de aspiração até a bomba e na tubulação de recalque até o ponto de
utilização.

Como nas bombas hidrostáticas a saída do fluido independe da pressão, com exceção de perdas e
vazamentos, praticamente todas as bombas necessárias para transmitir força hidráulica em
equipamento industrial, em maquinaria de construção e em aviação são do tipo hidrostático. As
bombas hidrostáticas produzem fluxos de forma pulsativa, porém sem variação de pressão no
sistema.

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Esquema de bomba rotativa de engrenagem.

As bombas de deslocamento positivo podem ser:

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Exemplos de bombas de deslocamento positivo: (a) Bomba de êmbolo; (b) Bomba de
engrenagens; (c) Bomba helicoidal; (d) Bomba de palhetas; (e) Bomba de lóbulos triplos; ( f)
Bomba de pistão duplo circunferencial; (g) Bomba de tubo flexível ou de rolete.

5.4 BOMBA DE ENGRENAGEM

A bomba de engrenagem consiste basicamente de uma carcaça com orifícios de entrada e de


saída, e de um mecanismo de bombeamento composto de duas engrenagens.

Uma das engrenagens, a engrenagem motora, é ligada a um eixo que é conectado a um elemento
acionador principal. A outra engrenagem é a engrenagem movida.

No lado da entrada, os dentes das engrenagens desengrenam, o fluido entra na bomba, sendo
conduzido pelo espaço existente entre os dentes e a carcaça, para o lado da saída onde os dentes
das engrenagens engrenam e forçam o fluido para fora do sistema.

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Uma vedação positiva neste tipo de bomba é realizada entre os dentes e a carcaça, e entre os
próprios dentes de engrenamento. As bombas de engrenagem têm geralmente um projeto não
compensado.

A bomba de engrenagem que foi descrita acima é uma bomba de engrenagem externa, isto é,
ambas as engrenagens têm dentes em suas circunferências externas.

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5.5 BOMBA DE PALHETA

As bombas de palheta produzem uma ação de bombeamento fazendo com que as palhetas
acompanhem o contorno de um anel ou carcaça. O mecanismo de bombeamento de uma bomba
de palheta consiste de: rotor, palhetas, anel e uma placa de orifício com aberturas de entrada e
saída.

O rotor de uma bomba de palheta suporta as palhetas e é ligado a um eixo que é conectado a um
acionador principal. À medida que o rotor é girado, as palhetas são “expulsas” por inércia e
acompanham o contorno do cilindro (o anel não gira). Quando as palhetas fazem contato com o
anel, é formada uma vedação positiva entre o topo da palheta e o anel.

O rotor é posicionado fora do centro do anel. Quando o rotor é girado, um volume crescente e
decrescente é formado dentro do anel. Não havendo abertura no anel, uma placa de entrada é
usada para separar o fluido que entra do fluido que sai. A placa de entrada se encaixa sobre o
anel, o rotor e as palhetas. A abertura de entrada da placa de orifício está localizada onde o
volume crescente é formado. O orifício de saída da placa de orifício está localizado onde o
volume decrescente é gerado.

Todo o fluído entra e sai do mecanismo de bombeamento através da placa de orifício (as
aberturas de entrada e de saída na placa de orifício são conectadas respectivamente às aberturas
de entrada e de saída na carcaça das bombas).

Exemplo de uma bomba de palheta.

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5.6 BOMBA DE PISTÃO

As bombas de pistão geram uma ação de bombeamento, fazendo com que os pistões se alterem
dentro de um tambor cilíndrico.

O mecanismo de bombeamento de uma bomba de pistão consiste basicamente de um tambor de


cilindro, pistões com sapatas, placa de deslizamento, sapata, mola de sapata e placa de orifício.

Vista explodida de uma bomba de pistão.

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5.7 BOMBAS CENTRÍFUGAS (TURBOBOMBAS)

As turbobombas, também chamadas bombas rotodinâmicas e kinetic pumps pelo Hydraulic


Institute, são caracterizadas por possuírem um órgão rotatório dotado de pás, chamado rotor, que
exerce sobre o líquido forças que resultam da aceleração que lhe imprime. Essa aceleração, ao
contrário do que se verifica nas bombas de deslocamento positivo, não possui a mesma direção e
o mesmo sentido do movimento do líquido em contato com as pás. As forças geradas são as de
inércia e do tipo v , já vistas. A descarga gerada depende das características da bomba, do
número de rotações e das características do sistema de encanamentos ao qual estiver ligada:

A finalidade do rotor, também chamado “impulsor” ou “impelidor”, é comunicar à massa líquida


aceleração, para que adquira energia cinética e se realize assim a transformação da energia
mecânica de que está dotado, É, em essência, um disco ou uma peça de formato cônico dotada de
pás.

Rotores de turbobombas fechado, semi-aberto e aberto, respectivamente.

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Bomba centrífuga com pás guias.

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6. CONCLUSÃO

É necessário ter em consideração que, quando é realizado um furo com objetivo de captação de
água sem rigor e qualidade, o mesmo pode conduzir a atrasos na execução das obras e mesmo a
desastres financeiros ou ambientais por isso se torna importante que o furo seja realizado com o
conhecimento de técnicas e devem ser obras devidamente planeadas. A fase de pesquisa é
essencial para o dimensionamento correto da captação a executar face aos caudais de extração
necessários.

E por ultimo , para o funcionamento dos furos e necessário as bombas , geralmente,


especificadas pela capacidade de pressão máxima de operação e pelo seu deslocamento, em litros
por minuto, em uma determinada rotação por minuto.

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7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
 Decifrando a TerraW. Teixeira, M.C.M. de Toledo, T.R.
Fairchild, F. Taioli (organizadores) Oficina de Textos/USP, São
paulo, 2000, 568 pp. q A Terra - um planeta em debate:
Introdução à Geofísica pela análise da deriva continental
 H. Takeuch, S. Uyeda, H. KanamoriEDART – Editora da Universidade de São Paulo,
1970, 186 pp.
 Introdução à Geofísica – Curso de Extensão Universitária M.
Ernesto (coordenadora) IAG/USP, 1983, 212pp.
 Radioatividade – Apostila Educativa da Comissão Nacional de
Energia Nuclear, 19 pp. http://www.cnen.gov.br
( também disponível na Biblioteca do IAG/USP )

 REIAS, M. J. (1998) – A Construção de Captações de Água Mineral, in Prospeção,


Pesquisa e Captação de Águas Minerais Naturais, Recursos Geotérmicos e Águas de
Nascente. Comunicações apresentadas nas II Sessões Técnicas integradas nas
Comemorações dos 150 anos da criação da 1ª Comissão Geológica. Instituto Geológico e
Mineiro (2002), Lisboa, pp 43-66.
 CARVALHO, D. P. (1998) – Valorização da Captação, Tipo Furo: Desenvolvimento e
Ensaios, in Prospeção, esquisa e Captação de Águas Minerais Naturais, Recursos
Geotérmicos e Águas de Nascente. Comunicações apresentadas nas II Sessões Técnicas
integradas nas Comemorações dos 150 anos da criação da 1ª Comissão Geológica.
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 CUSTODIO, E & LLAMAS, M. R. (1996) – Hidrologia Subterrânea. Ediciones Omega,
S.A, Barcelona. Segunda Edición, Tomos I-II, 2347 p.
 DRISCOLL, F. G. (1986) – Groundwater and Wells. U. S. Filters/ Johnson Screens, St.
Paul, Minnesota. Second Edition, 1089 p.
 GRUNDFOS (2004) – Sistemas com Bombas Submersíveis in Águas Subterrâneas,
Manual de Engenharia GRUNDFOS. Lisboa, pp 37-109. LAND and WATER
BIODIVERSITY COMMITTEE, AUSTRALIA (2003) – Minimum Construction
Requirements for Water Boles in Australia. Edition 2, 90 p.

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