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116 – 173 – Miniteste


Tópicos a abordar:
- Fotossíntese e captação da energia luminosa
- Breve abordagem da quimiossíntese
- Absorção pela raiz
- Transporte no xilema
- Hipóteses: pressão radicular e tensão-coesão-adesão

- Transporte no floema
- Hipótese do fluxo de pressão/massa
- Sistemas de transporte nos animais

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1. Fotossíntese

A fotossíntese é um processo realizado por seres autotróficos (plantas, algas e bactérias


fotossintéticas) para obtenção de matéria orgânica.

H2O + CO2 → Compostos orgânicos (glicose) + O2 + H2O

Nas plantas e nas algas, a fotossíntese ocorre no interior dos cloroplastos. Estes organelos
possuem pigmentos especializados na absorção de luz: a clorofila a (única que participa
diretamente nas reações que ocorrem na fotossíntese) e clorofila b, de cor verde, e os
carotenoides (xantofilas e carotenos), de cor amarelada.

A existência de diferentes pigmentos permite a absorção de luz com diferentes comprimentos


de onda, tornando o processo mais eficaz. Estes pigmentos absorvem sobretudo na região do
azul-violeta e do vermelho-laranja, refletindo a luz verde, que é menos absorvida, atribuindo
assim a cor característica das plantas às mesmas.

Quando os pigmentos absorvem luz, os seus eletrões ficam excitados, e libertam energia,
transmitida para a clorofila a, ao regressarem ao seu estado original. A molécula de clorofila a,
estando excitada, cede eletrões a moléculas designadas aceitadores, conduzindo a uma reação
em que a molécula perde os eletrões e fica oxidada, e o aceitador fica reduzido. Ocorre, então,
uma reação de oxidação redução.

Os pigmentos encontram-se organizados em fotossistemas, dispersos na bicamada fosfolipídica


da membrana interna dos cloroplastos.
Oxidação-redução:

NADP+ + e- + H+ → NADPH + H+ redução

NADPH + H+ → NADP+ + e- + H+ oxidação

ATP → ADP + Pi + E desfosforilação (ATPhidrolases; reação exoenergética)

ADP + Pi + E → ATP fosforilação (ATPsintetases; reação endoenergética)

Etapas da fotossíntese:

1 – Oxidação/excitação da clorofila

2 – Fotólise/Oxidação da molécula de água → libertação de O2 (H2O → H+ + O2 + e-)

3 – Fotofosforilação do ADP, formando-se ATP (ADP + Pi + E → ATP)


Redução do NADP+, formando-se NADPH (NADP+ + e- + H+ → NADPH + H+)

4 – Fixação/Assimilação/Absorção do CO2

5 – Redução do CO2
Oxidação do NADPH (NADPH + H+ → NADP+ + e- + H+)
Desfosforilação do ATP (ATP → ADP + Pi + E)

6 – Formação de compostos orgânicos (glicose)

7 – Regeneração RuDP

1 – 3 → Fase fotoquímica – depende diretamente da luz, ocorre na membrana dos tilacoides

4 – 7 → Fase química/ Ciclo de Calvin – não depende diretamente da luz, ocorre no estroma

A fotossíntese pode ser traduzida na seguinte equação:

6 CO2 + 12 H2O → C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O


1.1. Quimiossíntese

Realizada por bactérias quimioautotróficas. Pode ser traduzida na equação:

6 CO2 + 12 H2S → C6H12O6 + 6 S + 6 H2O

Tal como na fotossíntese, o processo divide-se em duas fases:

Uma fase de produção de ATP e NADPH. Durante esta fase, ocorre a oxidação de compostos
minerais como NH3 e H2S. Esta oxidação permite a obtenção de protões e eletrões que são
transportados ao longo de uma cadeia, no sentido de produzir ATP e reduzir o NADP+ a NADP.

Numa segunda fase, ocorre o ciclo das pentoses e, tal como na fotossíntese, produzem-se
compostos orgânicos a partir do dióxido de carbono absorvido, do poder redutor do NADPH e
da energia contida no ATP, gerados na primeira fase.

2. Transporte nas plantas

O transporte de substâncias nas plantas vasculares compreende vários fenómenos, tais como a
absorção, a nível radicular, de água e sais minerais e o seu transporte até às folhas, onde ocorre
a fotossíntese, bem como a distribuição dos compostos orgânicos resultantes para todas as
células da planta. As trocas gasosas que ocorrem ao nível dos estomas, nomeadamente a
entrada de CO2, necessário ao processo fotossintético e a saída de água por transpiração, são
fundamentais em todo este processo.

- As raízes absorvem água e os sais minerais dissolvidos do solo.

- A água e os minerais (seiva bruta) são transportados para o resto do organismo através dos
vasos xilémicos.

- A transpiração, perda de água através das folhas (a maioria através dos estomas), cria a força
necessária para que a seiva bruta suba.

- As folhas trocam dióxido de carbono e oxigénio através dos estomas, captando dióxido de
carbono, que providencia o carbono necessário para a fotossíntese, e expelindo oxigénio.

- O açúcar é produzido nas folhas, através do processo fotossintético,

- O açúcar é transportando na seiva elaborada, pelo floema, até às restantes partes da planta,
incluindo as raízes.
O transporte de água e sais minerais desde a raiz até às folhas é assegurada por um sistema de
vasos comunicantes denominado xilema. Já o movimento de água e solutos orgânicos
resultantes da fotossíntese, que se deslocam, essencialmente, das folhas para os outros órgãos
da planta, é efetuado por um outro sistema de vasos denominado floema. O transporte de
solutos orgânicos no interior da planta denomina-se translocação.

- Seiva bruta/xilémica – 99,5% água e 0,5% sais minerais

- Seiva elaborada/floémica – 80% água e 20% compostos orgânicos

Constituintes dos tecidos de transporte nas plantas:

- xilema: elementos de vaso e tracoides (transporte da seiva bruta), fibras lenhosas (suporte) e
parênquima lenhoso (único constituído por células vivas, desempenha funções metabólicas).

- floema: células do tubo crivoso e células de companhia (transporte da seiva elaborada), fibras
liberinas (único constituído por células mortas, função de suporte) e parênquima liberino
(desempenha funções metabólicas).

2.1. Transporte no xilema + hipóteses

Após a absorção radicular, a água e os sias minerais que entram no xilema constituem a seixa
bruta/xilémica, a qual sofre um movimento ascendente em direção às folhas. Apesar de a água
ser absorvida em grandes quantidades, cerca de 95% desta é perdida através da transpiração
que ocorre na epiderme das folhas e alguns caules, através de poros denominados estomas, que
realizam as trocas gasosas entre o meio e a planta.

A quantidade de água que é absorvida está relacionada com a taxa de transpiração da planta:
durante o dia quando a temperatura ambiente é mais elevada e, consequentemente, há uma
maior absorção de água, as células guarda dos estomas ficam túrgidas, forçando a sua abertura
(com pressão de turgescência), e fazendo com que a transpiração seja mais intensa. Já durante
a noite, com as temperaturas mais baixas e a consequente menor absorção de água, os estomas
permanecem (parcialmente) fechados, e a intensidade da transpiração diminui.

Hipótese da Pressão Radicular:

- Acumulação de iões presentes no solo por transporte ativo nos tecidos radiculares;
- Entrada de água nas raízes, por osmose, devido à diminuição do potencial hídrico;
- Subida da seiva bruta no xilema por conta da pressão positiva gerada na raiz.

Evidências desta teoria são, por exemplo, a gutação (excesso de água libertado sob forma
líquida, durante a noite, pela margem das folhas de plantas de pequeno porte), e a exsudação
(fenómeno que ocorre quando se efetuam podas tardias, onde se verifica a saída de água pela
zona dos cortes efetuados). Apesar de a teoria ajudar a explicar a ascensão xilémica, esta não
pode ser responsável pelo processo, visto apenas ser capaz de forçar a ascensão da seiva por
alguns metros.
Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão:

- Saída de água nos estomas (transpiração);


- Aumento da pressão osmótica nas células do mesófilo foliar, o que leva a um défice de água
na folha, aumentando o stress hídrico;
- Ascensão da coluna de água;
- Défice de água na raiz;
- Absorção de água na raiz.

Nota: Para que o mecanismo de tensão-coesão-adesão funcione, tem que haver uma
continuidade n coluna de água ao longo do interior dos vasos xilémicos. Quando tal não
acontece, seja por interposição de bolhas de ar ou com o arrefecimento intenso da água, por
exemplo, a ascensão xilémica cessa, sendo apenas reposta por pressão radicular. Caso isso não
aconteça, o vaso xilémico deixa de funcionar.

2.2. Transporte no floema + hipótese

O floema transporta a seixa elaborada, constituída por água e compostos orgânicos produzidos
na fotossíntese, desde as folhas até às outras partes da planta. O principal soluto da seiva
floémica é a sacarose, apesar de esta poder conter ainda outros açúcares, aminoácidos,
nucleótidos, hormonas e sais minerais.

Ao longo do tempo, graças a estudos e à observação de diversos fenómenos, foi possível concluir
que o conteúdo do floema se encontra sob pressão e flui em várias direções, a uma velocidade
variável. O avanço no conhecimento levou à criação de diversas teorias, na tentativa de explicar
este transporte.

Hipótese do fluxo de massa/pressão (Münch):

- Produção de compostos orgânicos por fotossíntese;

- A glicose produzida é convertida em sacarose;

- Por transporte ativo, a sacarose é transportada para as células de companhia e destas para as
células dos tubos crivosos, através das ligações citoplasmáticas;

- Aumenta a pressão osmótica nas células dos tubos crivosos;

- Entrada de água, por osmose, para as células dos tubos crivosos;

- As células dos tubos crivosos ficam túrgidas, aumentando a pressão de turgescência;

- A seiva elaborada é conduzida, sob pressão, ao longo do floema, do local onde a concentração
é mais elevada (fonte) para o local onde a concentração é menor (células consumidoras ou
armazenadoras);
- A sacarose movimenta-se, por difusão, para a célula consumidora/armazenadora;

- Diminuição da pressão osmótica nas células dos tubos crivosos;

- A água sai do floema, por osmose, para as células envolventes, nomeadamente para o xilema.

3. Transporte nos animais

Animais mais simples como os Cnidários (hidra-do-mar, anémonas, medusas), os Platelmintes


(planárias), e os Nematelmintes (lombrigas, ténia) não têm sistemas de transporte
especializados. As trocas de substâncias ocorrem diretamente (difusão direta) entre cada célula
e o meio externo.

Elementos do sistema de transporte:

- fluido circulante
- órgão propulsor
- vasos

3.1. Sistema circulatório aberto

Os artrópodes (insetos, aracnídeos, crustáceos) e os moluscos (polvo, lula, caracol, bivalves…)


possuem sistemas circulatórios abertos ou lacunares. Neste tipo de sistema circulatório, um ou
mais corações bombeiam o líquido circulante através de um conjunto de vasos transportadores,
que drenam para uma série de cavidades denominadas lacunas. Neste conjunto de lacunas,
chamado hemocélio, o líquido circulante banha diretamente as células, fornecendo-lhes
nutrientes e recebendo produtos de excreção. Este líquido denomina-se hemolinfa, e entra nos
corações através de aberturas denominadas ostíolos.
Nota: Apesar de os insetos apresentarem sistema circulatório aberto, estes possuem taxas
metabólicas elevadas. Isto dá-se porque os gases respiratórios não são transportados pela
hemolinfa, sendo diretamente conduzidos às células através de um sistema de canais,
denominados traqueias. O sistema respiratório é, então, independente do sistema circulatório.

3.2. Sistema circulatório fechado

Os anelídeos (minhoca) e os vertebrados (mamíferos, aves, répteis, peixes e anfíbios) possuem


sistemas circulatórios fechados. Nestes sistemas, o líquido circulante denomina-se sangue e, em
condições normais, nunca abandona os vasos sanguíneos. O coração bombeia o sangue, que
circula no interior de vasos sanguíneos, cujo calibre vai diminuindo até serem tão finos que as
suas paredes são formadas por apenas uma camada de células. Estes finos vasos sanguíneos
denominam-se capilares e formam uma rede em cada um dos órgãos. As trocas de substâncias
realizam-se entre o sangue dos capilares e o líquido que banha as células (linfa intersticial). O
sangue fornece oxigénio e nutrientes e recebe dióxido de carbono e outros produtos de
excreção.

Sistema circulatório do peixe:

- O coração apresenta duas cavidades (uma aurícula e um


ventrículo);

- No coração circula apenas sangue venoso;

- Em cada ciclo, o sangue passa apenas uma vez no coração


(circulação simples);

- Como o sangue passa apenas uma vez no coração, o sangue


arterial proveniente das brânquias é conduzido, a baixa pressão, a
todos os órgãos. Por isso, a oxigenação dos tecidos nos peixes é
menos eficaz.
Sistema circulatório dos anfíbios e dos répteis:

- O coração apresenta três cavidades (duas aurículas e um


ventrículo);

- Em cada ciclo, o sangue passa duas vezes no coração (circulação


dupla);

- Ocorre uma mistura parcial do sangue venoso e arterial ao nível


do ventrículo;

- O sangue é conduzido às células dos órgãos é menos bem


oxigenado, por isso, as células produzem menor quantidade de
energia. Assim, estes animais não conseguem manter a sua
temperatura corporal constante. São animais poiquilotérmicos.

Sistema circulatório das aves e dos mamíferos:

- O coração apresenta quatro cavidades (duas aurículas e dois


ventrículos);

- Em cada ciclo, o sangue passa duas vezes no coração (circulação


dupla);

- Não ocorre mistura parcial do sangue venoso e arterial. O sangue


venoso circula no lado direito do coração e o arterial no esquerdo.

- O sangue é conduzido às células dos órgãos é muito bem


oxigenado, permitindo às células produzem mais energia. Parte
dessa energia é utilizada para manter a temperatura corporal
constante. São animais homeotérmicos.

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