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DADOS BIBLIOGRÁFICOS
Autor: SÁ, António Lopes De
Título Ética profissional
Editora: Atlas
Lugar e data de edição: São Paulo, 2007
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa resumir todos os tópicos que constam na Parte 1 e Parte 2 do
livro “Ética Profissional- 7ª Edição”, do autor Antônio Lopes de Sá.
Na primeira parte deste livro, o autor traz consigo várias abordagens sobre a ética,
mostrando como é que os pensadores modernos olhavam para este assunto, ou seja
qual era o posicionamento que eles tomaram perante a ética.
Traz ainda a concepção dos grandes pensadores, onde destacam se Thomas Hobbes,
René Descartes, Baruch Espinosa, John locke, Gottfried Leibniz, David Hume,
Immanuel Kant e Jeremy Bentham cada um com seu posicionamento mas alguns
inspirados nos outros desta mesma época.
A primeira concepção da ética dá etender que é uma ciência da conduta humana
perante o ser e seus semelhantes ou seja so se fala da ética onde existe o Homen.
O que é considerado ético por alguns pode não ser considerado ético por outros,
todavia não se pode padronizar os seus objetivos como ciência.
Os pensadores clássicos olham a ética sob dois aspectos, onde primeiro analisam-
na como ciência que estuda a conduta dos seres humanos onde deve se analisar os
meios pelos quais devem ser empregados para que a referida conduta se reverta
sempre em favor do Homen.
Para Bergson a ética podia ser vista sob duas asferas que são: como conceitos de
suas razões.
Ele classificava a moral fechada como derivado do instinto, na preservação das
sociedades em que ae agrupam os seres.
Como móvel de conduta humana, a Ética tem uma concepção de objeto da vontade
ou das regras que a direcionam. O bem, nesse caso, não se enfoca como algo básico
de realidade ou perfeição, mas, sim, como o que passa a ser matéria nos domínios
do volitivo.
Assim pode se dizer que quando o corpo humano recebe um estímulo a sua reação
depende das circunstâncias e condições. O que significa que o comportamento é
uma resposta a um estímulo cerebral, mas é constante enquanto que a conduta
depende da vulnerabilidade de efeitos.
Analisando a ética como doutrina da conduta Protágoras enfatizou o
comportamento virtuoso perante os terceiros; o Xenofonte indicou os caminhos da
ação do Homen para que fossem observados de forma adequada perante cada um
dos aspectos de sua presença ou seja perante a sociedade e ainda defendeu a ideia
de que aquele que não sabe administrar sua casa não sabe, também, administrar o
Estado ou seja um boa administração começa em casa.
Ainda nesta época temos a destacar o Paracelso, apesar de não ter tido notoriedade
no campo da Ética, mas destacou se na medicina e defendeu que a Medicina só
estaria completa quando associasse o estudo do corpo aquele do espírito.
Baruch Espinosa que pode se dizer que seguiu a linha de Hobbes defende que
desejar o bem para si mesmo é uma questão relevante, mas que conhecer a natureza
divina é algo que a tudo se sobrepõe.
Espinosa fez os seus estudos centrados mais para a religião, para ele Deus esta
acima de qualguer um na natureza.
Ao afirmar que pertence a natureza da razão considerar as coisas não como
contigentes, mas como necessários, tenta nos fazer perceber que as coisas da
natureza são indespensaveis; todo Homen precisa de ter coisas que possam fazer
parte do seu ambiente.
Jonh Locke com enfoque na alegria, afirma que tudo é adquirido, condicionado,
pois, a estrutura mental a um processo de conquista de verdade por processo
educacional e cultural, obrigatório, por iniciativa do ser ou de terceiros.
Para ele ideia é o objeto do pensamento e todas as idéias derivam da sensação ou
reflexão sendo o objeto da sensação uma fonte das ideias.
Gottfried Wilhelm Leibniz nos seus estudos sobre o entendimento humano diz que
existem verdades inatas pois defende a ideias de se ter um comportamento
desejavel por todos ou seja fazer o bem para outrem. Nao fugindo muito da ideia de
Espinosa de que Deus está acima de tudo, Leibniz admite que cada ser age como se
fosse um universo à parte, por suas próprias ideias, mas em busca sempre de uma
composição entre os outros seres existentes, ou seja o Homen deve ter um
comportamento ou conduta aceitavel na natureza.
David Hume destacou-se nessa era por ser um questionador das causas promotoras
das virtudes, dos vícios, da verdade, da falsidade, da beleza e da fealdade e como
um precursor de conceitos sobre os móveis da conduta humana. Ele defendia mais
a ciência pelo conhecimeto das causas e não dos agentes que possam promover a
causa ou seja para ele o que tinha significado era o conhecimento, a busca de
conhecimeto para entender o fim.
Para Hume a conduta nem sempre está ligada à virtude, atendendo e considerando
o que hoje em dia se pode assistir quase que em todo mundo.
Immanuel Kant com influências de Leibniz e mais tarde deixa se influenciar por
Rousseau, na sua crítica a razão pura demonstra que coisa alguma do que
conhecemos pode transcender a experiência, mas, desta preliminarmente, é
extraido.
A moral é guiado pela razão daí que não se pode falar da razão sem se sustentar
Deus, liberdade e imortalidade. E numa situação em que a razão se desvia ou seja
não se aplica moral deixa de ter sentido e se sujeita a produzir sofismas.
Kant considera ética onde ha razão ou seja o homen deve agir sob impulso de um
sentimento de dever, daquela dimanado.
Aqui neste capítulo dá-se enfase ao estudo da mente. Como a mente influencia o
nosso comportamento desde quando nascemos até a fase de constituirmos uma
família.
Daí que os estudos científicos da mente chegaram a conclusões comuns no que
tange à influência dos conhecimentos adquiridos nas primeiras idades, em relação
às estruturas dos pensamentos, logo, das ações.
As conclusões a que se chegam são de haver sempre uma ligação com o passado ou
seja uma parte do comportamento tem influências no passado.
CONSCIÊNCIA ÉTICA
Neste capítulo aborda se a questão da essência da ética. Pois a expressão não tem o
mesmo significado comum, nem religioso, de ponto de vista filosófica.
O conceito da ética não pode ser padronizado pois depende do momento e do lugar
onde é abordado.
A consciência ética, portanto, é esse estado decorrente de mente e espiríto, através
do qual não só aceitamos modelos para a conduta, como efetivamos julgamentos
próprios.
Para a filosofia, consciência resulta da relação íntima do homem consigo mesmo, é
fruto da conexão entre as capacidades do eu e aquelas das energias espirituais,
responsáveis pela nossa vida. Portanto, consciência ética é um estado decorrente de
mente e espírito, através do qual não só aceitamos modelos para a conduta, como
efetivamos julgamentos próprios; condicionamo-nos, mentalmente para a
realização dos fatos inspirados na conduta sadia.
A consciência se forma através das parcelas de ensinamento, informações,
influências ambientais, observações e percepções, são através desse conhecimento
adquirido que criamos nossos parâmetro.
Espírito é a energia que nos rege, que atua sobre a nossa massa orgânica, não
necessita de influência externa e independe de nossa vontade, está programada
para manter o nosso organismo em plena atividade. Como exemplo, podemos citar:
Ter fome, sentir sede, cicatrizar uma ferida, etc.
Nosso ego confunde-se com nossa consciência, embora sejam coisas distintas
quando nos propomos a estudá-las.
A consciência se instala e age na relação entre o espírito e a sensibilidade amente,
neste âmbito nada ocorre
automaticamente, tudo é feito através de autoprogramações, através de nossas
propriedades materiais vai condicionar-se a utilização de nossos recursos
inteletuais para que se atinja o objetivo proposto.
Essa observação torna-se evidente, quando imaginamos que louvor pode ser efeito
de uma forma particular de ver as coisas, relativa a um grupo de pessoas, ou
também, uma óptica particular de conduta grupal..
A virtude não é apenas o que se pode louvar, pois, isto dependeria de parametrias
variáveis e incertas;
para um grupo de assassinos pode ser louvável o atirador impiedoso e veloz,
mas,
para homens de conduta humana correta, tal comportamento seria
reprovável.
Por ser ás vezes rara, em determinadas sociedades, como os metais raros, tende a
ganhar qualidade.
A ciência hoje também nos atribui algumas lembranças adquiridas pela genética de
forma biológica ou por estados espirituais. Alguns pesquisadores que estudam
cientificamente o espírito acreditam que, podemos herdar lembranças ou memórias
através da reencarnação. Isso explicaria alguns comportamentos que influem em
nosso modo de agir.
Há também a defesa que, de tempos em tempos temos o surgimento de pessoas com
intelectos superiores, que estando em contato com seu meio próprio são capazes de
se destacar em seu campo de actuação, justificando assim que estes
comportamentos em boa parte são advindos de vidas passadas que a eles são
transmitidas pela herança do espírito.
E verdadeiramente, mesmo com a aplicação de testes, como o electro
encefalograma e de estímulos realizados a partir dos três anos, para se medir a
“inteligência emocional” ou como defendia Binet o “QI”, pouco ou nada podemos
dizer que temos de concreto ou definitivo sobre o assunto neural ou cerebral.
De concreto temos a evidente cobrança dentro do indivíduo de sempre agir em
direcção do que é “correto’, “normal” e usual dentro das situações expostas na
convivência social.
Kant denominou este comportamento como “boa vontade”, e é verdade que quando
contrariamos o agir “correcto” surgem cobranças do nosso próprio cérebro, e essas
cobranças também chamadas de “peso de consciência” geralmente nos surgem
como sinais eléctricos e neurais. A excepção a regra são os indivíduos com má
formação psicológica, quando lhes falta a “consciência” dos atos.
VONTADE ÉTICA
Neste capítulo aborda se a questão da vontade reflexa que se caracteriza por atitude
aparentemente impensada, automática, como imposição de uma energia que se
situa em nossa mente e que nos compele a praticar a virtude sem maiores
raciocínios.
A tendência ética tem sua explicação nos efeitos de uma sensação de inclinação
para a prática virtuosa.
Apesar de não se ter ainda uma lógica sobre as suas tendências,
ha quem defende que provém de efeitos atávicos;
outros preferem atribui-la aos genes;
outros preferem atribuí-la a captações inconscientes diversas;
em suma, as causas permanecem no campo da polêmica e dos diversos
critérios de estudiosos.
Mas o fato inequívoco é que o pendor, a vocação para a ética, é inato em
determinados seres, e isso tem-se comprovado pela experiência.
Existem tendências inatas e outras derivadas de hábito e observação que venham a
ligar as virtudes naturais com as exigíveis para o desempenho das tarefas.
O instinto busca a utilidade porque é uma forma de ação que visa ao indíviduo,
mas, no sentido ético, deve ser tomado com a relatividade que liga o ser a seu
conjunto. E para a atividade ideomotriz é a que provém do condicionamento mental
ao ato ético, ou seja, ao agir não só porque a vontade consciente o determinou, mas
também porque o cérebro o impõe, por uma forte disposição inconsciente, ou ainda
porque o fim está plenamente consolidado no ser, como determinante.
A competividade no campo do trabalho exige que racionalmente seja o profissional
um leal executor de normas éticas, pois, as transgredindo, marginaliza-se em seu
mercado.
Por mais que se tenham corrompido os costumes, por mais que se tenham deixado
sem punição os que furtaram em suas funções públicas, em tempo nenhum essas
coisas conseguirão destruir a verdade contida na virtude.
O sucesso, tal como admitimos para um homem integral, jamais poderá ser
alcançado sem a prática da ética.
Embora deixemos de concordar com alguns itens dos princípios de Carrel,
admitimos que o sucesso repousa na associação do amor com a sabedoria, somado
tudo à ação e a uma constante reflexão sobre tudo o que se faz.
Em tudo parece haver uma tendência para a organização e os seres humanos não
fogem a essa regra e vocação. Todo agregado, todo sistema, entretanto, depende de
uma disciplina comportamental e de conduta.
Onde cada ser, assim como a somatória deles em classe profissional, tem seu
comportamento específico, guiado pela característica do trabalho executado.
O valor ético do esforço humano é variável em função do seu alcance, em face da
comunidade.
Se o trabalho executado é só para auferir renda, tem em geral seu valor restrito. Os
serviços realizados, visando o benefício de terceiros com consciência do bem
comum, passa a existir a expressão social do mesmo. Aquele que só se preocupa
com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo e a ele pouco
importa o que ocorre com a sua comunidade e muito menos com a sociedade. O
número dos que trabalham visando primordialmente o rendimento é muito grande,
fazendo assim com que as classes procurem defender-se contra a dilapidação de
seus conceitos, tutelando o trabalho e zelando para que uma luta encarniçada não
ocorra na disputa dos serviços, pois ficam vulneráveis ao individualismo.
O sucesso, tal como admitimos para um homem integral, jamais poderá ser
alcançado sem a prática da ética. Embora deixamos de concordar com alguns itens
dos princípios de Carrel, admitimos que o sucesso repousa na associação do
amor com a sabedoria, somado tudo à ação e a uma constante reflexão sobre tudo
o que se faz .
É pelo exercício do espírito que o homem alcança seus maiores objetivos, ou seja
pela crença firme em sí mesmo, pela determinação obstinada em seus propósitos
honestos, pelo desejo de dar a seu semelhante as mesmas oportunidade e respeito
que recebe.
Se amamos o que fazemos, o fruto de nosso trabalho será de boa qualidade e trará
proveito.
Se nos valorizamos pela sabedoria, é possivel, profissionalmente, cada vez mais,
auferimos melhores rendimentos.
Se agimos sem tréguas, eticamente, conseguimos realizar e materializar os ideais.
Nessa ação está compreendida a qualidade do trabalho que busca a possível
perfeição e o respeito às necessidades dos utentes dos serviços que prestamos.
Finalmente, se refletimos, estamos sempre em conexão com as forças
transcendentais que parecem vir a nós pela ligação que estabelecemos pelo
pensamento reflexivo. ( a oração tem sido um caminho, quando ela é uma forma
livre de lançar ao espaço nossos juízos).
Parte II
ÉTICA PROFISSIONAL
PROFISSÃO E EFEITOS DE SUA CONDUTA
A segunda parte deste livro tras consigo a definição da ética profissional mas antes
aborda a questão da profifissão, e diz que a expressão profissão provém do Latim
professione, do substantivo professio, que teve diversas acepções naquele idioma,
mas foi empregado por Cícero como “ acção de fazer profissão de” ( Cícero, Marco
Túlio. De oratore. 1, 21. Bolonha:Zanichelli,1992.).
O conceito de profissão, na actualidade, aquele que se aceita, representa:” trabalho
que se pratica com habitualidade a serviço de terceiros”, ou seja, “ prática
constante de um ofício. A profissão tem, pois, além de sua utilidade para o
indivíduo, uma rara expressão social e moral.
Basta lembrar os pontos que Cuvillier, com rara felicidade e oportunidade, destaca:
- É pela profissão que o individuo se destaca e se realiza plenamente, provando
sua capacidade , habilidade, sabedoria e inteligência, comprovando sua
personalidade para vencer obstáculos.
- Através do exercício profissional, consegue o homem elevar seu nível moral.
- É na profissão que o homem pode ser útil a sua comunidade e nela se eleva e
destaca, na prática dessa solidareidade orgânica.( Cuvillier, Manuel de
philosophie. 9 ed. Paris: Armand Colin, 1947. P.358-359.).
De facto, se acompanharmos a vida de um profissional, desde a sua formação
escolar até seu êxito final, vamos observar o quanto ele produz e recebe de
utilidade.
Dando exemplo da profissão em contabilidade, sendo uma das profissões mais
antigas do homem, evoluiu com a sociedade e hoje se situa entre as mais
requeridas ( não há, praticamente, crise em seu mercado de trabalho) e as mais
difundidas, pois toda empresa e toda instituição precisam, obrigatóriamente, de
tais serviços.
O trabalho é um dever social ( Aristóteles A politica cap.2 paragráfo 2), mas, além
de tudo, algo que realiza quem o faz, se, realmente , no exercício de suas tarefas,
emprega o amor como guia de suas ações.
A profissão permite que o individuo exerça sua função de solidariedade para
com seus semelhantes, recebendo, em troca, não só dignidades, mas
compensações que permitem, inclusive, o enriquecimento material. Ao exercer sua
profissão, o contabilista pratica uma função nitidamente social como um
autêntico médico de empresas e instituições, e ao mantê-las sadias cuida, também,
da riqueza social ( que é uma concepção abstracta, decorrente da somatória dos
patrimónios celulares ).
O trabalho nessa área não serve apenas ao profissional e a sua família, mas,
quando de qualidade, tem condições de dignificar sua classe e cumprir a finalidade
abrangente das organizações humanas.
ÉTICA E PROFISSÃO
Neste capítulo é observada em tese, em seu sentido geral, a profissão, como
exercício habitual de uma tarefa, a serviço de outras pessoas, insere-se no
complexo da sociedade como uma atividade específica.
Trazendo tal prática benefícios recíprocos a quem pratica e a quem recebe o fruto
do trabalho, também exigi, nessas relações, a preservação de uma conduta
condizente com os princípios éticos específicos.
O grupo de profissionais que exercem o mesmo ofício termina por criar as
distintas classes profissionais e também a conduta pertinente.
Quem pratica a profissão dela se beneficia, assim como o utente dos serviços
também desfruta de tal utilidade. Isto não significa, entretanto, que tudo o que é
útil entre duas partes o seja para terceiros e para a sociedade. Um empresário que
precisa estar informado e orientado sobre seus negócios, em face do que vai
ocorrendo com seu capital, necessita de um profissional especializado em
contabilidade. Em reciprocidade, o diplomado em contabilidade necessita do
trabalho e de oportunidade que o empresário vai lhe oferecer. Estas são relações
directas entre quem presta o serviço e o que deste se beneficia.
DEVERES PROFISSIONAIS
Neste capítulo o autor aborda questões que tem haver como os deveres
profissionais. Analisa se aquilo que é da responsabilidade do profissional perante o
seu trabalho. Sendo o propósito do exercício profissional a prestação de uma
qualidade a terceiros, todas as qualidades pertinentes à satisfação da necessidade,
de quem requer a tarefa, possam a ser uma obrigação perante o desempenho.
Logo, um complexo de deveres envolve a vida profissional, sob os ângulos da
conduta a ser seguida para a execução de um trabalho. Esses deveres impõem-se a
passam a orientar a acção do profissional perante seu utente, se grupo, seus
colegas, a sociedade, o Estado e especialmente perante sua própria conformação
mental e espiritual.
Para o dever da execução das tarefas e das virtudes exigiveis a profissão eleva o
nível moral do individuo, por sua vez, também exige dele uma prática valorosa,
como escolha, pelas vias da virtude. O êxito tende a ser uma natural decorrência de
quem trabalha de modo eficaz, em plenitude ética.
Segundo o autor do texto, existem virtudes, denominadas básicas, cujo impacto nas
práticas profissionais provocarão uma maior eficácia no seu exercício . Neste
sentido, a execução de forma ética dos princípios que regem o bom exercício de
uma profissão passará, portanto pela aplicação de princípios básicos e comuns a
qualquer profissão e serviços prestados. Neste sentido, o autor destaca quatros
pilares essenciais: zelo, honestidade, sigilo e competência. Não excluindo, por sua
vez, outras virtudes denominadas por complementares.
A primeira virtude levantada pelo autor é o zelo. Segundo o texto, o zelo aqui
descrito parte de uma responsabilidade individual e tem inicio na relação do
profissional e seu objeto de trabalho. Nesse sentido, o profissional deve utilizar
todos os recursos e meios disponíveis para atender ao seu objeto. Assim, é possível
entender que, uma vez aceito, o profissional deve ir até o final, caracterizando
assim um pacto mediado a partir de um contrato estabelecido entre ambas as
partes, tendo como objeto exclusivamente o cumprimento do trabalho assumido
pelo profissional. Opiniões precipitadas, sem levar em consideração as possíveis
conseqüências também podem caracterizar uma negligencia que no âmbito de uma
relação e significa a falta de ética e zelo profissional.
O sigilo profissional aparece por assim dizer como uma reserva essencial para que
o zelo e a honestidade encontrem no sigilo uma aliada essencial na manutenção do
vinculo profissional e objecto. A quebra do sigilo, revela uma grave dificuldade de
expressão de uma ética essencial em qualquer profissão, no que se refere a
profissional e seu objecto.
Por fim, a virtude da competência resume de forma convincente a relação das
virtudes citadas anteriormente. A eficiência e a eficácia na realização de um
trabalho tem a ver com o exercício do conhecimento de forma adequada e
pertinente a um trabalho.
ÉTICA DA MENTIRA
Neste capítulo, para o autor a ética analisa a mentira como objecto de
conhecimento, assim como a patologia especula as anormalidades do corpo e o
direito compreende os delitos.
A mentira tem seus aspectos qualitativos vinculados, pois nem tudo que se propaga
na mídia ou uma informação que nos é dada pode ser considerada verdadeira,
porém, isso não quer dizer que sejamos mentirosos, apenas estaremos difundindo
aquilo que nos fizeram crer, que nos foi ensinado.
Se nos forçam a crer que água é um explosivo, sem explicar que os explosivos são
apenas seus componentes, sob determinadas condições, e, se divulgamos o que nos
foi imposto como dogma, estaremos veiculando o que nos fizeram crer; estaremos
difundindo algo falso, em realidade, sem, contudo, sermos mentirosos
essencialmente.
Algumas mentiras também podem ser consideradas válidas, mesmo que praticadas
de maneira consciente. Isso, para ele, acontece, quando, contada uma mentira a
alguém essa se materializa de forma virtuosa, ou seja, não tem a intenção e nem a
finalidade de prejudicar a pessoa a quem está sendo contada e tampouco
desencadear algum tipo de situação maléfica.
Essa grande licção, verdadeira, plena de sabedoria, sugere que os ânimos sejam
detidos para que a razão prevaleça, ou seja, mostra que a “a inteligência emocional”
é uma importante arma em prol do sucesso, e, também, que algumas mentiras
podem ser válidas, ainda que conscientemente praticadas, quando os efeitos das
mesmas se materializam em uma finalidade virtuosa de qualificada expressão