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SEXUALIDADE HUMANA
A contribuição dos estudos de Sigmund Freud foi decisiva para que hoje
fosse reconhecida a existência da sexualidade infantil. Formado em neurologia,
Freud dedicou-se a estudar a neurose e organizou uma teoria chamada
psicanálise. Até a época de Freud, os tratados de sexologia do século XIX
apontavam para os perigos da sexualidade, sendo a causadora de doenças
nervosas, fazendo da sexualidade algo a ser combatido e difícil de ser inserida na
vida como natural.
A edição de 1905 dos Três ensaios sobre a sexualidade afirma com maior
ênfase que a sexualidade nasce paralela a uma atividade vital. Souza (1997)
retrata que a sexualidade nasce apoiada numa função biológica, e a característica
dessa análise traz a noção fundamental de sexualidade para a psicanálise.
Freud, que desmonta alguns conceitos e evoluciona o entendimento sobre
a concepção biológica separada da subjetividade, distinguiu a normalidade de
anormalidade, elucidando que tinha influências de ordem biológica, estatística,
moral e social.
As superfícies do corpo são encarregadas de uma função vital, das quais
surge a sexualidade.
Freud criou a teoria do funcionamento mental. Durante muito tempo, os
problemas mentais eram tratados como doenças exclusivamente físicas. Alguns
médicos, como o francês Jean Martin Charcot, usavam a hipnose para curar suas
pacientes. Ocupando-se dos estudos sobre a paralisia surgidas depois dos
traumas, Charcot descobriu que essas paralisias eram consequências de
representações do psiquismo.
Freud, não satisfeito com o método da hipnose, se dedicou ao estudo do
inconsciente, por meio do método da livre associação. Fundou a psicanálise e
defendeu a ideia de que os desequilíbrios emocionais eram consequência de um
complexo aparelho psíquico, dinâmico de forças antagônicas.
As reflexões de Freud sobre o inconsciente em 1915 tiveram destaque
dentro de sua teoria psicanalítica, juntamente com os temas sexualidade,
psicoses, histeria, sonhos etc. Com efeito, possibilitou muitas curas método
fundado por Freud.
A psicanálise deu início ao entendimento das neuroses e formulou ideias
revolucionárias sobre a mente e o inconsciente. Freud, considerado o pai da
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psicanálise, revolucionou a medicina com seus conceitos sobre o significado dos
sintomas. A descoberta predominante de Freud é a de que o sintoma nos
possibilita compreender a doença.
Criou o termo instâncias psíquicas, cujas funções estão interligadas entre
si, representando estruturas na mente e chamou-as de aparelho para mostrar
essa organização psíquica dividida em sistemas, cujas funções estão interligadas
entre si, representando estruturas na mente.
Volpi e Volpi (2003) mostram que a teoria de Freud passou por fases:
inicialmente formulou a primeira tópica, conhecida como teoria topográfica, e
posteriormente trouxe a segunda tópica, conhecida como teoria estrutural ou
dinâmica. Propôs que o aparelho psíquico é constituído por investimentos
energéticos em três sistemas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente.
Segundo Sigmund Freud (1976), o pré-consciente está localizado entre o
inconsciente e o consciente, as informações transitam do inconsciente para o
consciente e vice-versa, e tem a possibilidade de tornar-se consciente de forma
fácil. Volpi e Volpi (2003) destacam que as características do pré-consciente são:
• Ausência de cronologia;
• Ausência de contradição;
• Predomínio do princípio do prazer;
• Igualdade de valores para o mundo interno e externo.
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O consciente é responsável pela percepção do mundo psíquico, inclui tudo
de que estamos cientes e é um amortecedor das sensações, trazendo consciência
atualizada e impressões do mundo interno e externo.
No desenvolvimento do seu trabalho, a teoria do inconsciente permitiu o
entendimento da formação de trauma do indivíduo. Na investigação da origem dos
traumas, ele apresentou que o início dos conflitos está na repressão sexual sofrida
pelos indivíduos na fase infantil.
Característica do inconsciente:
2.1 Pulsão
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2.2 Objeto sexual
2.4 Libido
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Na teoria psicanalítica, Freud retrata a libido como uma energia originada
nas pulsões, direcionando o comportamento humano. Sua teoria mostra que a
libido se faz presente em todas as experiências sensoriais da infância, refletindo-
se nas sensações de prazer e desprazer.
3.1 O Id
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3.2 O Ego
3.3 O superego
• Auto-observação;
• Consciência moral;
• Censura dos sonhos;
• Repressão;
• Exaltação dos ideais.
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então se instala o princípio de realidade. As experiências vão se configurando
como boas ou ruins, prazerosas ou desprazerosas. Se o desenvolvimento ocorrer
de forma saudável, as experiências boas e ruins vão se integrando de forma total.
As energias de desejos, oriundas do id, devem chegar ao nível do ego para
que este possa articular ações das necessidades então impostas.
A meta fundamental da psique é manter um nível aceitável de equilíbrio
dinâmico que aumenta o prazer e diminui o desprazer. A energia que é utilizada
para movimentar todo sistema nasce no id, que é de natureza primitiva, instintiva.
O ego, que emerge do id, existe para lidar com a realidade e as pulsões básicas
do id e agindo ainda como mediador entre as forças que operam no id e no
superego e as exigências da realidade externa. O superego, emergindo do ego,
atua como um freio moral ou força contrária aos interesses práticos do ego,
estabelecendo uma série de normas e regras que definem e limitam a flexibilidade
deste último.
Nesses termos, o propósito é o fortalecimento do ego.
Nunes (1997) retrata que um indivíduo formado sob uma pressão muito
forte do superego no campo sexual faz com que o id, seu reservatório energético,
acumule excesso de energia e ocasiona uma tensão enorme. Biologicamente o
físico reclama um objetivo, que, embora se descubra em processo primário
(sonhos noturnos, conversas no sonhar), anseia por uma real satisfação de si
próprio. Entende-se sexualidade por toda abrangência afetiva da palavra. O ego,
encarregado pelo processo secundário de dirigir-se à realidade, é afetado por uma
pressão muito grande do superego, pois tudo que é sexual lhe é ensinado como
mau e reprovável, mesmo o relacionamento afetivo com outra pessoa. O processo
secundário não responde ao ID no que ele exige; o ego não satisfaz por uma força
muito grande do superego. O social torna-se maior que o biológico (Id) e o
psicológico (ego).
Assim, todo esse conflito de origem sexual é gerador de muita angústia,
novamente vemos as forças da instância biológica e cultural trazendo maiores
reflexões.
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Os mecanismos de defesa são meios utilizados pelo ego para dominar,
controlar para regular a homeostase psíquica. As qualidades necessárias ao
funcionamento resiliente pressupõem a flexibilidade dos modelos de ajustamento
e de manejo de tais mecanismos, seguidas da criatividade nas formas de
adaptação para vencer a adversidade (Fenichel, 2000)
Do conflito entre prazer e desprazer surge a angústia, e para lidar com os
conflitos, surgem defesas, que têm como finalidade aliviar a tensão interior.
De um modo geral, a defesa incide sobre a excitação interna (pulsão) e,
preferencialmente, sobre uma das representações (recordações, fantasias) a que
está ligada, sobre uma situação capaz de desencadear essa excitação na medida
em que é incompatível com este equilíbrio e, por isso, desagradável para o ego.
Os afetos desagradáveis, motivos ou sinais da defesa, podem também ser objeto
dela.
Mecanismos de defesa são ações psicológicas que têm por objetivo reduzir
manifestações que ameacem a integridade do ego. Vejamos alguns mecanismos
de defesa de que o aparelho psíquico lança mão para lidar com a sexualidade.
4.1 Repressão
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4.2 Negação
4.4 Projeção
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4.5 Racionalização
4.6 Sublimação
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causado por impulsos secundários que devem sua existência à supressão da
sexualidade natural.
O autor ainda traz que a fonte da energia da neurose está na diferença
entre o acúmulo e a descarga da tensão. A fórmula seria a seguinte:
TENSÃO MECÂNICA→ CARGA BIOELÉTRICA →DESCARGA
BIOELÉTRICA →RELAXAMENTO.
De acordo com Nunes (1997, p. 44),
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REFERÊNCIAS
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