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A PSICANÁLISE

O Sistema ou Estado Inconsciente

• Observados através dos sonhos, fontes indiretas,


atos falhos, transferências, etc.

Características do inconsciente (processo primário)

• Ausência de cronologia
• Ausência de conceito de contradição
• Linguagem simbólica
• Igualdade de valores para a realidade interna e
externa, com supremacia da primeira
• Predomínio do princípio do prazer

Professor Doutor Jorge Wohwey Ferreira Amaro


A PSICANÁLISE
O Sistema Pré-Consciente

As tendências e representações inconscientes chegam


a consciência através do sistema pré-consciente, que
fornece representações verbais adquiridas da realidade.

O Pré-Consciente é regido pelo processo secundário


que compreende:
• Há cronologia na elaboração das representações
• Há correlação lógica
• Há relação de causa e efeito

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A PSICANÁLISE
O Sistema Consciente

É um órgão de percepção para as impressões que nos


absorvem em um dado momento e tem a capacidade
de distinguir processos do mundo externo e do interno.

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A PSICANÁLISE
AS INSTÂNCIAS DO APARELHO PSÍQUICO
O ID: As tendências do ID coexistem em forma independente e
não estão regidas por nenhuma organização unitária.
Tudo que se desenvolve no ID está submetido ao processo
primário. Se rege pelo princípio do prazer.
Todos os setores do ID são inconscientes e uma grande parte é
constituída de elementos arcaicos em parte de origem ontogenética
e em parte de natureza filogenética. Para Freud o Instinto é um
excitante interno contínuo que produz prazer quando é realizado de
forma satisfatória.
Freud salientou a existência do instinto de vida (Eros) e do Instinto
de morte (Tânatos).
O instinto de vida tenderia a unir, fundir, conservação, criação de
novas vidas, etc.
O instinto de morte tenderia a desintegrar, destruir.
Os instintos constituem um fenômeno biológico com
representações psíquicas que os dão a conhecer.
Suas representações psíquicas aparecem sob a forma de desejos,
fantasias.
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A PSICANÁLISE
LIBIDO
É o componente quantitativo da energia dinâmica do
instinto sexual. Todo o ser humano dispõe de uma
quantidade determinada de libido que poderá ser
aumentada ou diminuída pela ação de diversos fatores.
Freud estudou a libido e suas fixações: libido oral, anal e
genital.

O EGO: Para Freud o ego é uma parte do ID modificada


através do impacto e da interação das pulsões internas e
dos estímulos externos da realidade exterior.
O papel do ego é de coordenador entre impulsos internos,
as exigências do superego e o mundo exterior.
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A PSICANÁLISE
O Desenvolvimento do Ego
O ego sofre diferentes transformações no seu desenvolvimento.
Na fase primitiva o ego concebe a realidade como comestível,
com tendência a introjetar o agradável e expulsar o desagradável.
Embora este ego seja débil, ele crê onipotente.
Ao iniciar-se a linguagem começa a fase do ego com
predominância da realidade.
Perceber, adaptar-se a realidade e atuar adequadamente são
funções mais elevadas do ego.
O exame da realidade e o trabalho de síntese são duas funções
importantes do ego.
A tarefa fundamental do ego é perceber e ao mesmo tempo
estabelecer se o percebido se encontra no mundo interno ou no
externo.
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A PSICANÁLISE
Os mecanismos de defesa do Ego

Pressionado pelo ID e controlado pelo superego, o ego


na sua porção primitiva e inconsciente se vê muitas
vezes em estado de perigo, expressado pela angústia.
Os mecanismos de defesa são os meios utilizados pelo
ego de defender-se da angústia.
Alguns mecanismos: Repressão, Regressão, Projeção,
etc.

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A PSICANÁLISE
Os mecanismos de defesa do Ego
É o resultado da incorporação, por parte da criança, das
limitações e proibições impostas pelo mundo exterior, em geral
representadas pelos pais.
Freud nasceu em 1856 e faleceu em 1939, sendo os seus
principais trabalhos que tratam da teoria psicanalítica.
1892: Trabalho sobre a cura de uma histérica. Discrimina e
distingue aspectos representações contrarias. São as primeiras
noções de psicodinâmica escritas por Freud.
1894: Neuropsicose de defesa – Introduz pela primeira vez o
conceito de defesa e repressão.
1895: Descreve o sonho da injeção de Irma. Introduz o conceito e
sistematização do sonho como uma realização de desejos e
sujeito a simbolismos.
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A PSICANÁLISE
Os mecanismos de defesa do Ego
1900: A interpretação dos sonhos. Noção sistematizada do
inconsciente e seus dinamismos.
1905: Três ensaios para uma teoria sexual.
1911: Os dois princípios do funcionamento mental.
1914: Artigo sobre o narcisismo.
1915: Artigo sobre metapsicologia. Desenvolve as teorias sobre a
repressão; o instinto e suas vicissitudes; o inconsciente.
1915: Luto e Melancolia.
1916-1917: A Teoria Geral das neuroses. Aperfeiçoa o conceito
de inconsciente, pré-consciente e consciente, bem como o
conceito de libido e fases da libido. Aperfeiçoa o conceito de
sintoma.
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A PSICANÁLISE
Os mecanismos de defesa do Ego
1919-1920: Além do princípio do prazer - desenvolve o conceito
de instinto de vida e instinto de morte.
1922-1923: O Ego e o ID
1924: Neurose e psicose
1924: O problema econômico do masoquismo
1924: A perda da realidade na neurose e na psicose
1926: Inibição, sintoma e angústia

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A PSICANÁLISE
Artigos sobre transferência

1912: A dinâmica da Transferência


1915: Observação sobre o amor Transferencial
1917: A Transferência
1937: Análise Terminável e Interminável

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A PSICANÁLISE
MELAINE KLEIN

Na década de 1920 Klein lança nova luz sobre o


conhecimento da mente primitiva.
• O complexo de Édipo segundo Klein
• O conceito de posição esquizo-paranóide e posição
depressiva.
O termo posição implica em uma configuração estrutural
específica de relações de objeto, onde ansiedades e
defesas se agrupam especificamente.
• O conceito de objeto total e objeto parcial
• A identificação projetiva e introjetiva
• A inveja na obra de Klein
• O conceito de fantasia inconsciente
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A PSICANÁLISE
BION
Suas contribuições deram uma nova luz ao uso da psicanálise.
Partindo das contribuições de Freud e Klein, introduziu uma
sistematização e uma disciplina mental para o uso do pensar
como instrumento de pesquisa e observação da conduta e do ser.
Suas principais contribuições são:
1. Elementos de Psicanálise
2. Aprendendo pela experiência
3. Transformação
4. Voltando a pensar (Second Thought)
5. Atenção e interpretação
6. Experiências em grupos
7. A grade e a caesura, etc
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A PSICANÁLISE
BION
Bion enumera os principais elementos de psicanálise:
a) Continente – Contido
b) Posição esquizo-paranóide Posição Depressiva
c) A solidão e a Introspeção

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A PSICANÁLISE
BION
d) As dimensões no domínio dos sentidos, no domínio do mito e no domínio
da paixão.
A extensão no domínio dos sentidos significa que o que é interpretado
deve ter outras qualidades o de ser audível ou visível. O fracasso desta
variável pode ser significativo.
A extensão no domínio do mito é o componente que Bion chama de “como
se”. É uma expressão simbólica de uma estrutura na formação do
pensamento. É uma forma primitiva de pré-concepção. A união de uma
pré-concepção com uma realização forma uma concepção mítica.
A extensão no domínio da paixão significa a presença ou ausência dos
elementos L, H e K (Love, Hate e Knowledge).
Para significar a “extensão no domínio da paixão” é necessário que as
duas mentes estejam unidas pelos elementos L, H e K. Esta união de
contato emocional deve ser separada e distinguida da contratransferência
onde há repressão no analista e contra-atuação. Deve ser distinguida da
simples observação de emoção de ódio ou amor no analisando, sem
contato emocional na mente do analista.
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A PSICANÁLISE
BION
e) Elemento de Psicanálise “I”. É a localização na grade do uso
e da origem de tal pensamento ou teoria.
Para Bion, para podermos iniciar a pensar é necessário que
o pensador se transforme em continente impessoal e
observador do conteúdo dos pensamentos.
f) A dor
g) Os instintos e as emoções
Bion considera a emoção e o instinto como elementos de
psicanálise desde que apresente o vértice da observação na
função precursora.
O ódio será um elemento de psicanálise se for o precursor do
amor. O ódio experimentado e consciente do paciente não é
elemento de psicanálise. Bion denominou de premoções.
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A PSICANÁLISE
A Grade
Hipótese PSI Notações Atenção Indagação Ação ...M
definitória 2 3 4 5 6
1
A Elementos Beta A1 A2 A6

B Elementos Alfa B1 B2 B3 B4 B5 B6 Bm

C Pensamentos C1 C2 C3 C4 C5 C6 Cm
oníricos, sonhos

D Preconcepção D1 D2 D3 D4 D5 D6 Dm

E Concepção E1 E2 E3 E4 E5 E6 Em

F Conceito F1 F2 F3 F4 F5 F6 Fm

G Sistema dedutivo G2
científico

H Cálculo Algébrico

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A PSICANÁLISE
A Grade

A Grade é um método de registro dos diferentes


descobrimentos do que acontece na relação e
comunicação durante uma sessão de psicanálise.
Há duas coordenadas: A vertical e a horizontal.
A vertical marcada pelas letras de A, B...H representa o
grau de complexidade que adquire o pensamento e
corresponde ao eixo genético.
A horizontal marcada pelos números de 1,2...M
representa o uso que se pode dar as diferentes
categorias.

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A PSICANÁLISE
Coordenada Vertical
Os elementos Beta e os elementos Alfa não são observáveis
na clínica fenomenológica. São abstrações teóricas
introduzidas para formular níveis iniciais da produção do
pensamento.
Os elementos Beta são primitivos e não representam
pensamentos. São experenciados como “a coisa em si”. Não
há simbolização ou representação da “coisa em si”. São
evacuados através da identificação projetiva.
Os elementos Alfa são o resultado da operação da função Alfa,
onde a “coisa em si” pode ser simbolizada, representada.
A fileira C representa os fenômenos compostos de
pensamentos oníricos, imagens visuais, sonhos e todas as
idéias combinadas na forma de narrativa.
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A PSICANÁLISE
Coordenada Vertical
A fileira D é a Pré-Concepção. É um estado Pré-Existente
de expectativa para receber uma margem restrita de
fenômenos.
A Concepção (Fileira E) é a pré-concepção que foi
acoplada a uma realização.
A fileira F é o conceito, que se caracteriza pela abstração da
concepção liberta dos elementos sensoperceptivos.
A fileira G é representada pelos sistemas dedutivos
científicos.
Finalmente, a fileira H é a representante dos cálculos
algébricos.

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A PSICANÁLISE
Coordenada Horizontal
É o uso que se faz das diferentes categorias da coordenada
vertical.
A hipótese definitória é focalização de fatos em conjunção
constante. Serve para evitar a dispersão. Ao focalizar fatos em
conjunção constante exclui todo aquilo que não está contido na
focalização. O nome dado a este fato são representações e
não a coisa em si.
A coluna 2 corresponde a enunciados falsos e que se sabe que
são falsos, cuja intenção é de impedir enunciados que
provocam angústia.
A coluna 3 contém categorias empregadas para registrar fatos
e que cumprem a função de notação e memória.
A coluna 4 representa a função de atenção e da atenção
flutuante. É importante para explorar e discriminar.
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A PSICANÁLISE
Coordenada Horizontal
A coluna 5 é a coluna da indagação. É a investigação dirigida para
um objeto particular.
A coluna 6 representa o uso dos pensamentos para a ação ou para
transformações em ação.
Bion afirma que o pensar é a função através de cujos exercícios
aprendemos com a experiência.
Procura discriminar função e fator na formação das teorias do
pensamento.
Os fatores são deduzidos da observação das funções das quais são
partes integrantes.
O afastamento do sujeito de um objeto real é uma função. O estudo
desta função nos dará os elementos para localizar os fatores que a
desencadeiam.
Em seus estudos sobre invariantes e transformações Bion nos
ensina que a forma pode sofrer múltiplas transformações e ainda
assim conservar a invariante do conteúdo.
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A PSICANÁLISE
Coordenada Horizontal
É o caso da água que sofre transformações do sólido para o
líquido e para o gasoso.
Bion propõe a letra O para o fato original que se está observando;
T para o processo de transformação.
O meio onde se estabelece a transformação é elemento
importante: meio psíquico (mente); meio somático (corpo); meio
exterior (sociológico).
Bion propõe uma diferenciação entre a parte psicótica e não
psicótica da personalidade.
A parte psicótica tem forte intolerância, a frustração, ódio violento
e realidade, predomínio dos impulsos destrutivos, temores de
aniquilamento iminente, ataques à percepção da realidade a aos
vínculos.

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A PSICANÁLISE
Topografia do Aparelho Psíquico
Campo

O
Superego
Consciente

Pré-Consciente

G
E
Inconsciente
I.D. I.R.

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