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UFF-UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE PSICOLOGIA
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA -GSI

EDITAL PIBIC/CNPq/UFF 2023/2024 - PROGRAMA INSTITUCIONAL


DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Sofrimento psíquico e ideais culturais: um estudo psicanalítico.

PROPONENTE: Pedro Sobrino Laureano


DISCENTE: Beatriz Soares de Andrade Zava
Resumo: o presente projeto de pesquisa centra-se em uma das hipóteses que
caracterizam o caráter inédito das descobertas de Freud: a de que há uma relação
intrínseca, estrutural, entre ideais morais, expectativas sociais e sofrimento psíquico
excessivo. Desta forma, propomos , na pesquisa, acompanhar a forma como Freud
traça tal relação, a partir dos impasses encontrados na clínica. Em u segundo
momento, nossa proposta é a de pensar, a partir do paradigma freudiano, a relação
entre os ideias próprios ao contemporâneo e as novas formas de adoecimento
psíquico.

Palavras chave: inconsciente; sexualidade; moral; clínica.

3. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA.

Nosso projeto de pesquisa centra-se em um aspecto fundamental da clínica


psicanalítica: a ideia de que o adoecimento psíquico pode ser situado na relação entre
o sujeito e a dimensão dos ideais culturais, o que Freud chama de “moral sexual
civilizada” (Freud,, 1908/1996). De maneira que podemos pensar o percurso clínico
na psicanálise a partir da transformação da relação entre o sujeito e estes ideais.
Partimos da ideia de que a experiência clínica, nos dias de hoje, em que operam-
se transformações nos valores morais, confirma a relação descoberta por Freud entre
sofrimento psíquicos e ideais civilizados, demarcando o papel da clínica psicanalítica
como centrada na elaboração, pelo sujeito, dos impasses inerentes a suas formas de
socialização.
Sabe-se que o percurso freudiana ( 1924/1996) o leva a centrar , cada vez
mais, a clínica em torno da elaboração da fantasia primordial e do complexo de
Édipo. O Édipo vem demarcar a cena em que o sujeito é propriamente socializado,
em que entra em contato não apenas com as interdições, mas com os ideais,
demandas e expectativas da cultura, transmitidos através dos agentes parentais.
Como Freud coloca em O ego e o Id ( 1923/1996), é em torno do Édipo que o sujeito
irá construir seu ideal do eu e, como saldo da interdição edipiana, o supereu.
Em que se pese os inúmeros impasses evidenciados na construção da teoria
do Édipo, em Freud e nos pós-freudianos, nossa hipótese para esta pesquisa é a de
que o caráter nuclear do complexo mantém-se como orientação para a clínica nos
dias de hoje. Na medida em que vem demarcar a forma como o sujeito relaciona-se
com as expectativas e interdições da cultura, encarnada nos primeiros agentes de
autoridade simbólica, o Édipo, quando compreendido através do paradigma conflitual
que é próprio a perspectiva psicanalítica de Freud, continua sendo estruturante.
Nossa hipótese, então, é a de que é possível balizar a experiência clínica
inaugurada pela psicanálise em torno de algumas questões centrais, que remetem à
invenção freudiana: trata-se de um processo de queda, ou de subversão, de ideais e de
elaboração, pelo sujeito, da relação entre seus fantasmas e o caráter narcísico do
sofrimento. Processo de simbolizacão da castracão relacionada ao complexo de
édipo, a partir do qual o sujeito pode retornar ao laço social, evitando a fuga narcísica
implicada no adoecimento.
Isto é, trata-se da ideia de Freud ( 1914/1996) de que o processo clínico deve
substituir o sofrimento neurótico por um sofrimento comum. Tal orientação clínica,
então, declina-se em uma estratégia de cura, que modula-se de acordo com cada
forma de mal estar e de laço social, enfrentando, no contemporâneo, os impasses de
uma sociedade centrada em ideais narcísicos. .
A ideia da Simbolizacão da castracão, ou da perda narcísica, como elemento
central da constituicão do sujeito e, portanto, da clínica, foi articulada por Lacan
( 1953-54/1986) em seu ensino já a partir dos anos 50. E , em que se pesem as
transformações no ensino psicanalista, permanece como um importante fio de
continuidade em suas proposições. Desta forma, não há clínica do sujeito sem
clínica dos ideais da civilização, e sem a perspectiva de que há uma relação
intrínseca, estrutural, entre sofrimento neurótico, narcisismo e ideais morais..
Neurose e moralidade.

Quando Freud ( 1914/1996) relaciona a divisão psíquica manifesta no


sofrimento neurótico ao conceito de repressão, a “pedro angular da psicanálise”,
assenta o terreno do sofrimento psíquico sobre aquele do laço social e dos ideais que
constituem a cultura. O percurso da clínica, portanto, foi pensado por Freud como
elaboração do caráter repressor inerente a estes ideais e da forma como cada sujeito
os vivência em sua história singular.
A substituição do método catártico por aquele de associação livre significa que
o sujeito deve simbolizar o material reprimido, vencendo as resistências e tornando
consciente o inconsciente. De forma que o percurso clínico deve orientar-se em torno
da travessia das instâncias morais relacionadas ao ego que, no psiquismo, constituem
os agentes de recalque, denegação ou rejeição, agentes relacionados às defesas que
buscam expulsar a sexualidade inconsciente como um mal insuportável.
A associação livre, desta forma, é proposta em estrita oposição ao uso da
hipnose, já que nesta a autoridade moral introjetada pelo sujeito, que levou a
constituição da repressão, é meramente substituída pela autoridade do médico, capaz
de sugestioná-lo na direção da rememoração do material inconsciente, das
representações expulsas da consciência. Na verdade a emergência da associação livre
é tributária, neste sentido, da descoberta da fantasia, no sentido em que ênfase do
método freudiano passa a girar em torno das instancias morais introjetadas pelo
sujeito no momento do complexo de Édipo como fantasma fundamental.
Associar livremente significa, então, que as resistências devem ser
atravessadas na clínica, e que o material emergente da análise vai no sentido da
elaboração e reconhecimento, pelo sujeito, do discurso inconsciente.
Reconhecimento, portanto, daquilo que não se adequa as instâncias egoicas e
conscientes, do que constrói-sé à revelia do processo secundário, e que retorna nos
sintomas através do fracasso da consciência em expulsar a diferença representada
pela vida pulsional. O sujeito descobre-se, na cena do Édipo, não apenas seu desejo
parricida e incestuoso, portanto: mais fundamentalmente, descobre-se como sujeito
dividido, divisão que a moralidade relacionada ao eu consciente busca negar.
Para Freud, o processo interpretativo na clínica, portanto, não busca a
significação do sintoma ou das formações do inconsciente no sentido de uma
hermenêutica, de uma interpretação pela via da significação . Como observou
Lacan(1999[1957-58]), o registro significação remete as instancias imaginárias de
reconhecimento pautadas na centralidade da consciência e do ego, quando se trata
justamente do contrário, isto é, de compreender a heterogeneidade das palavras que
marcam e atravessam o sujeito, dividindo-o. Palavras que Lacan (1999[1957-
58])buscará relacionar ao que chama de significante.

Desta forma, o que a interpretação busca desvelar por trás dos sintomas não
é um sentido em que o sujeito pode se reconhece enquanto indivíduo, após haver sido
“dividido” pela intrusão do sintoma ou do mal estar, mas sim sua divisão
simbolizada, reconhecida. A cena edípica não é fundamental apenas porque nela o
sujeito se reconhece como ser imoral, portanto, mas porque se reconhece em um
conflito que, estritamente, é insolúvel, conflito que divide o ego, abrindo a dimensão
do sujeito.
O problema da cura em psicanálise, portanto, relaciona-se à possibilidade do
sujeito, na clínica, elaborar os efeitos adoecedores dos ideais que introjeta dos
agentes parentais e, no limite, da cultura.
Daí que Lacan ( 1959-1960/1997) tenha antevisto que o uso do teatro trágico
Grego para batizar o conceito de complexo de Édipo não era mero acaso, na
psicanálise, mas decorrente do método inaugurado por Freud, já que este procura
pensar o sujeito em uma divisão insolúvel, denunciando a recusa desta divisão como
a razão mesma do adoecimento. Da mesma forma, então, como o teatro trágico
pautou-se no reconhecimento da contradição entre a Lei dos homens e as Leis divinas
que dilacerava o homem Grego. Forma artística que inaugura uma forma inédita de
narrativa, em que comédia e tragédia uniam-se na representação de um homem que
não mais coincidia consigo mesmo.Ora, a aposta de que o conflito não deve ser
oculto, mas sim tornar-se produtivo, é característica fundamental, como viu Lacan,
da ética psicanalítica e, portanto, de sua clínica.
O sintoma neurótico, desta forma, apresenta-se como uma espécie de
testemunho do caráter impossível dos ideias, dejetos em que o sujeito reencontra sua
divisão, restos que subvertem as tentativas do ego de expulsar a negatividade
representada pelo inconsciente.

JUSTIFICATIVA

Justificamos a presente pesquisa tendo em vista o caráter epidêmico que


questões envolvendo a saúde mental tem tomado, na contemporaneidade, e também
devido ao caráter enigmático através do qual as novas formas de patologia ainda se
apresentam, para os pesquisadores e clínicos.
Em termos psicanalíticos, um dos papeis fundamentais do sofrimento psíquico
é produzir deslocamentos, furos no saber positivo da ciência, no saber sustentado por
aqueles que ocupam o lugar de autoridade simbólica em determinado laço social. A
cena primeira da descoberta do inconsciente, como se sabe, é aquela da análise da
histeria, marcada pelo desafio que esta forma de sofrimento colocava para o tempo de
Freud, época que assistiu à generalização e, ao mesmo tempo, a crise do positivismo
científico.
Podemos dizer, junto a autores como Zizek ( 2017) e Byung-Chul Han
( 2015)., que a Lei social atual se apresenta para o sujeito como imperativo de gozo,
aquilo que Byung-Chul Han chama de “excesso de positividade.” Trata-se da
conversão do sofrimento, do mal estar, em uma espécie de tabu social, característica
de uma sociedade narcísica, baseada em ideais inatingíveis de performance e sucesso.
Desta forma, pensamos que nossa pesquisa pode contribuir para a clínica do
sofrimento psíquico contemporâneo, através da hipótese de que, apesar da
singularidade inerente a cada sujeito e a cada manifestação psicopatológica, estas
podem ser compreendidas a partir de uma matriz comum, relacionada aos impasses
do encontro do sujeito com os ideais sociais. Matriz que é, portanto,
fundamentalmente marcada pelas transformações da cultura.
A autoridade simbólica , no capitalismo contemporâneo, parece “saber o
que quer,” no sentido da forma como a lei funciona na perversão, impondo (e não
proibindo) ao sujeito um objeto, nomeando e demandando o gozo, suturando a falta
através da compulsão e da ligação a um objeto erigido como fetiche. O que escapa a
este imperativo, a este ideal, é testemunhado pelo campo do mal estar, portanto:
desde os sintomas até a angústia e a culpa, passando pelas compulsões e transtornos
diversos que sinalizam para o desarranjo, o caráter impossível da demanda supergoica
do Outro.
Buscamos sustentar, então, que a hipótese clínica da psicanálise, mesmo em
se tratando desta nova sintomatologia, reside na escuta dos sintomas como
mensagens que testemunham o desarranjo dos ideias que presidem o
contemporâneo. Mesmo que os novos sintomas como as compulsões, transtornos
de ansiedade, depressões, etc., pereçam se colocar como gozos “autísticos”,
individualistas, sem apelo ao Outro e à palavra, pensamos que é neste aparente
mutismo que eles se revelam como produtos de uma cultura do narcisismo.

4.
OBJETIVOS.

Objetivos gerais: 1) Contribuir para a clínica psicanalítica contemporânea,


através da investigação da pertinência do modelo proposto por Freud, ainda, perante
os novos sintomas inerentes a uma sociedade que organiza-se de forma distinta
daquela de Freud.
2) Caracterizar o laço social e os ideais morais como
inerentes ao campo do psiquismo, e fundamentais à compreensão das quesões
inerentes ao campo da saúde mental, através de Freud e Lacan.
3) trabalhar a hipótese de que osc sintomas contemporâneos
se caracterizam, justamente, por uma negação do conflito psíquico que pode ser
compreendida através dos mecanismos de defesa freudianos, principalmente, aquele
de denegação. Isto é, trata-se de desenvolver a hipótese de que os novos sintomas ,
em sua face manifesta, constituem formas de recusa do conflito psíquico, simbolizado
em Freud pela cena/ fantasia edípica.
4) trabalhar a hipótese de que a clínica psicanalítica contemporânea carateriza-
se pela interpretação dos novos sintomas a partir da possibilidade de reconhecimento
do conflito psíquico e do mal estar estrutural. E de que tal reconhecimento equivale
ao reconhecimento do próprio inconsciente, isto é, do sujeito, perante um ideal social
que, majoritariamente, busca excluí-lo.

Objetivos específicos.

1) Investigar as proposições de pesquisadores atuais da psicanálise sobre os novos


sintomas, procurando a forma como escolas contemporâneas de psicanálise
interpretam, leem, seu aparecimento.
2) Pesquisar em Freud a emergência das reflexões sobre a cultura como determinante
nas formas de adoecimento.

3) Investigar estratégias específicas da clínica psicanalítica, no sentido de pensar a


atualização de suas categorias, como as de transferência, repetição, sujeito suposto
saber e real, frente aos impasses colocados pelos ideais contemporâneos.

5. MÉTODO

Nosso método se baseará na leitura de textos acerca da questão da relação entre a


clínica psicanalítica e os ideais morais e na elaboração de hipótese teóricas e clínicas,
a partir destes textos.
No verbete para uma enciclopédia ( 1917/1996), a respeito do método
psicanalítico, Freud o distingue entre método de intervenção, relacionado a prática
clínica, e método de investigação, relacionado a pesquisa. Ora, segundo Freud, o
método psicanalítico tem o inconsciente como objeto, e não deixa de sofrer as
vississitudes relacionadas a seu objeto.
De fato, em termos do método científico, a pesquisa psicanalítica já coloca um
ponto problemático na medida em que não aceita a distinção , a exterioridade, entre
sujeito e objeto. Pelo contrário, o pesquisador, em certo sentido, inclui-se naquilo que
é pesquisado de forma estrutural, isto é, não como eu psicológico, mas como sujeito,
através de sua falta.
Desta forma, em termos psicanalíticos, podemos pensar que existe
impossibilidade de totalizacão, ou de conhecimento exaustivo, do objeto estudado .
No nosso caso, é salutar observar que os chamados novos sintomas, segundo a
hipótese que investigaremos, supõe justamente a incompletude dos ideais sociais
contemporâneos, introduzindo um não saber inerente ao conhecimento positivo. Isto
é, como furos no saber, eles subvertem os ideias de totalizacão e exclusão da
negatividade inerentes ao contemporâneo.
Desta forma, o método de decifração de sintomas, na clínica freudiana, que
tem como modelo o método de interpretação dos sonhos, nos vale nesta pesquisa, na
articulação que propomos realizar entre o aspecto cultural dos chamados novos
sintomas e sua face clínica, relacionado à singularidade do sujeito no um a um da
clínica.
Não se trata, como Lacan enfatiza, de partir do conteúdo manifesto para o
pensamento latente no sentido de uma hermenêutica em que o trabalho de
interpretação estaria relacionado à busca de um sentido prévio, porém reprimido pela
consciência. Pelo contrário, o que interessará a psicanálise em seu método é
justamente captar os impasses relacionados a natureza simbólica das formações do
inconsciente, isto é, de chistes, atos falhos, sonhos e sintomas. De maneira que a
questão principal é compreender o sintoma como solução de compromisso
relacionada as formas de socialização do sujeito, aos ideais morais que este
interioriza.

6. Plano de trabalho e cronograma.


Duração: 12 meses;

Data prevista para o início: maio de 2023;


Levantamento bibliográfico: 04 meses. ( maio, junho, julho, agosto). Artigos e livros referentes
ao tema da pesquisa;
Relatório parcial da pesquisa: 3 meses (setembro, outubro, novembro);
Análise final dos dados: 2 meses (dezembro , janeiro); Relatório final
da pesquisa: 2 meses (fevereiro, marco);
Produção de artigo pelo bolsista de Iniciação Científica: 01 artigo (abril); Encontro
semanal e resenha dos textos a serem lidos. Preparação para a produção de artigos e
apresentação em Congressos;

Apresentação do trabalho de pesquisa no Seminário de Iniciação Científica promovido


pela UFF.

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Levantamento X X X
bibliográfico:
Artigos e
livros
referentes ao
tema da
pesquisa
Relatório x x x
parcial da
pesquisa
Análise final x x
dos dados
Relatório final x
da pesquisa
Produção de X X X
artigo pelo
bolsista de
Iniciação
Científica

7. Referências bibliográficas.

FREUD, S. (1908) Moral sexual ‘civilizada’ e doença nervosa moderna. Edição


Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. IX. Rio de
Janeiro: Imago, 1996.
FREUD, S. A história do movimento psicanalítico. Edição standard brasileira das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud, Vol. XIV, Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FREUD, S. (1924a) A dissolução do complexo de Édipo. Edição Standard. Brasileira das
Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FREUD, Sigmund. O ego e o id, 1923. In: ______. O ego e o id. Rio de Janeiro: Imago,
1996.
FREUD, Sigmund (1914a). A História do Movimento Psicanalítico in: _____. Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. vol.XIV. Rio de
Janeiro: Imago, 1996.

HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis:


Vozes, 2015.

LACAN, J.O Seminário–Livro 1 – Os Escritos Técnicos De Freud (1953-1954). Rio de


Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1986.ACAN, J. (1999[1957-58])
LACAN, J. O Seminário, livro 5: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, p.440.
LACAN, J. (1959 – 60) O seminário, livro 7: A ética da psicanálise. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.

ZIZEK, S. O acontecimento: Uma viagem filosófica através de um conceito. Rio de janeiro:


Zahar, 2017.

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