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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA DE EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA

CAMILA LACERDA O. GOMES - 12211PSI065


LARISSA GASPAROTTO FICCIO - 12211PSI032
MARINA
MATHEUS RODRIGUES DE QUEIROZ - 12211PSI011

ANÁLISE EPISTEMOLÓGICA DA PSICANÁLISE FREUDIANA

UBERLÂNDIA
2023
Apresentação da abordagem psicanalítica freudiana:
A teoria da Psicanálise Freudiana é composta por diversos conceitos que são
importantes para o entendimento da visão epistemológica dessa abordagem e para o
desenvolvimento deste trabalho. Começando pela primeira tópica, ou seja, primeira teoria do
aparelho psíquico, Freud divide o psiquismo em inconsciente, pré-consciente e consciente.
Primeiro, a breve definição de dois conceitos é necessária: pulsão e recalque. A pulsão
consiste em uma força que origina de uma excitação corporal e faz o organismo ter o objetivo
de suprimir esse estado de tensão que foi formado, sendo dividida em vários tipos. Já o
recalque é a ação realizada pelo psiquismo de repelir ou manter no inconsciente
representações ligadas à uma pulsão que representam uma ameaça de desprazer. O
inconsciente é composto por conteúdos que foram recalcados, de forma que não alcançaram o
nível da consciência. Esses conteúdos representam as pulsões e são regidos pelos
mecanismos de deformação do desejo, o deslocamento e a condensação (Laplanche et al.,
1970). Segundo ainda o Vocabulário da Psicanálise (1970), o deslocamento consiste em um
fenômeno visível na análise do sonho, onde uma representação se liga à uma representação
pouco intensa, e a condensação “Uma representação única representa por si só várias cadeias
associativas. Vemos operar a condensação no sintoma e, de um modo geral, nas diversas
formações do inconsciente, sendo o sonho que melhor se evidenciou”. Esses mecanismos são
responsáveis por transformar representações inconscientes, que contém o desejo e são
inacessíveis pela consciência, em representações conscientes (conteúdos latentes em
conteúdos manifestos). “Temos que os conteúdos e desejos inconscientes buscam sua
realização através de uma representação consciente, e que, essa representação acontece de
forma indireta pois no percurso a censura realiza modificações no conteúdo, tornando-os
muitas vezes irreconhecíveis.” (Chignoli, G. J., 2020). O trabalho vai abordar os sentidos da
associação livre, atenção flutuante e transferência, e ato falho e chistes. A associação livre foi
desenvolvida por Freud após o abandono do método catártico, e consiste em o paciente deixar
fluir livremente tudo que chega em seus pensamentos. É um meio de evitar a censura e fazer
com que materiais recalcados possam emergir na fala, sendo eficaz até hoje (França et al.,
2021). A atenção flutuante consiste em o analista não direcionar a atenção a nenhum
conteúdo específico. A intenção é que ele esteja preparado para captar com maior
sensibilidade qualquer informação que provenha do inconsciente do analisando (Dias et al.,
2022). Já sobre a transferência, “[...]a transferência - não importa que modalidade de relação
transferencial esteja em pauta - constitui um fenômeno presente desde o início do tratamento.
Comumente, ela corresponde, de início, ao deslocamento de sentimentos amistosos em
relação ao analista; nesse sentido, funciona como um poderoso motor do progresso
analítico[...]” (Santos, M. A. dos., 1994). Os atos falhos são realizações de desejos
inconscientes através de “falhas” na fala, e os chistes são como uma associação livre mas sem
a necessidade de ser induzido, contornando espontaneamente os obstáculos da expressão do
inconsciente (Dias et al., 2022).
Partindo para a segunda tópica, Freud traz o conceito de id, ego e superego. Segundo
o capítulo cinco do livro “Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia” (Bock et al.,
2001), o id é regido pelo princípio do prazer, sendo um reservatório de energia psíquica e
pulsões. O ego é regido pelo princípio da realidade, sendo regulador e buscando evitar o
desprazer. Ainda sobre o ego, ele possui como funções básicas a percepção, a memória, os
sentimentos e o pensamento. Já o superego tem sua origem no complexo de édipo, com a
internalização dos limites. Com isso a proibição passa a fazer parte do indivíduo, e, sem
necessidade de haver mais uma autoridade externa, o próprio pensamento passa a se
encarregar do sentimento de culpa.
O complexo de édipo, que constitui a formação do superego, é explicado com
excelência no livro “Édipo: o complexo do qual nenhuma criança escapa.” (Nasio, J. -D.,
2007). Segundo o autor, “O Édipo é a experiência vivida por uma criança de cerca de quatro
anos que, absorvida por um desejo sexual incontrolável, tem de aprender a limitar seu
impulso e ajustá-lo aos limites de seu corpo imaturo, aos limites de sua consciência nascente,
aos limites de seu medo e, finalmente, aos limites de uma Lei tácita que lhe ordena que pare
de tomar seus pais por objetos sexuais.”. Portanto, o édipo está presente na fase fálica, onde
surge o “falo”, pênis fantasiado e idealizado como representação de poder, o medo de
perdê-lo no menino, e a angústia de tê-lo perdido na menina, caracterizando um possível
complexo de castração.
Situar a Psicanálise freudiana em uma matriz:
A Psicanálise freudiana desenvolvida no fim do século XIX, representa um marco
significativo na compreensão da psique humana. Nesta abordagem psicológica, Freud
apresentou o conceito de inconsciente, propondo um enfoque que buscava elucidar os
processos mentais do pensamento, sentimentos e comportamentos. Ao se analisar a obra de
Freud, percebe-se que a psicanálise não se limita a uma única matriz epistemológica, mas sim
transita entre matrizes. Para compreender a epistemologia da psicanálise, é crucial reconhecer
a coexistência de mais matrizes em sua base de formação, como matrizes compreensivas e
cientificistas, que refletem a natureza complexa dessa abordagem psicológica, assim como
apresenta Figueiredo (2013) a psicanálise não se encaixa como um todo em apenas uma
matriz epistemológica, indo além das matrizes psicológicas, ela incorpora elementos que
dialogam com diversas correntes do pensamento.
Para compreender esta abordagem é preciso fazer um paralelo entre diferentes
conceitos e períodos em que o pensamento foi desenvolvido para atender às demandas e
desafios específicos de cada momento. Diante da profundidade e complexidade da
Psicanálise freudiana, este trabalho tem o objetivo de analisar as diferentes matrizes
epistemológicas presentes nesta abordagem, delineando os elementos principais,
identificando nuances e contrastes que auxiliam na compreensão da psicanálise como uma
abordagem complexa, além de analisar o contexto histórico, as influências e as relações entre
conceitos e metodologias apresentadas pela abordagem.
Neste trabalho, propomos uma análise da matriz epistemológica da psicanálise
freudiana, buscando desvendar como essa abordagem se insere não apenas na matriz
cientificista, mas também em outras matrizes. Conforme apontado por Figueiredo (2003) em
sua palestra “Para além das matrizes: a Psicanálise como enclave da modernidade”, a
psicanálise, de certa forma, revela-se como uma presença intrigante que transcende as
fronteiras das diversas matrizes epistemológicas. Sua presença é tangível, encontrando espaço
em várias delas. No entanto, paradoxalmente, a psicanálise parece ser, em sua essência, uma
forasteira em todos esses domínios. Desafia a conformidade, emergindo como uma figura
estranha em cada espaço teórico. Não se ajusta plenamente a nenhuma matriz do pensamento
psicológico. Essa característica da psicanálise mostra sua natureza intrinsecamente
multifacetada e desafiadora, sendo necessário explorar as nuances de sua presença nas
diferentes correntes de pensamento.
No início dos estudos de Freud, encontramos uma incursão inicial em uma visão
fisiológica dos fenômenos psíquicos, esta perspectiva reforça a ligação da psicanálise com a
matriz cientificista e com a matriz funcionalista organicista, especialmente evidenciada no
texto "Projeto para uma psicologia científica" (1895) de Freud. Nesse contexto, é possível
explorar a relação da psicanálise com a matriz cientificista, considerando os elementos que
emergem ocasionalmente nas manifestações do aparelho psíquico.
As matrizes cientificistas veem a psicologia e a produção de conhecimento
psicológico como semelhantes às ciências naturais, como a física, a química e a biologia. O
critério fundamental para reconhecer essas matrizes é a ideia de que o objeto de estudo, ou
seja, o psiquismo, a vida mental e o comportamento, devem ser compreendidos como eventos
naturais. Isso significa que é considerado um evento organizado e, portanto, determinado,
seguindo uma ordem natural, leis e categorias específicas. Em outras palavras, essas matrizes
seguem métodos de identificação que os cientistas usam para reconhecer a objetividade e a
positividade de seus objetos de estudo. As matrizes cientificistas são movidas por um
interesse prático, buscando produzir conhecimento psicológico para desenvolver técnicas e
instrumentos que ampliem nossa capacidade de prever e controlar eventos psíquicos e
comportamentais.
A matriz funcionalista organicista busca entender o ser humano através da quantidade
de suas experiências, visando medir e classificar essas experiências para encontrar um ponto
de equilíbrio. Da mesma forma, as ideias iniciais da psicanálise freudiana propõem uma
abordagem quantitativa, focada nas experiências do sujeito e em suas consequências para o
funcionamento do aparelho psíquico. A psicanálise se encaixa na matriz funcionalista
organicista, considerando a visão psicanalítica sobre como o aparelho psíquico opera em
relação ao equilíbrio apresentado nesta matriz. Para Carvalho (2019) outros conceitos da
psicanálise, como a intencionalidade de Freud, estão entrelaçados com o processo de
causalidade, onde cada evento é visto como tendo uma causa e uma intenção, visando a
adaptação e estabilidade propostas por esses conceitos. Essa intencionalidade permeia o
aparelho psíquico por meio da dinâmica do id, ego e superego, incluindo fenômenos como
atos falhos e lapsos de memória. Assim, ao revisitar esses conceitos, torna-se evidente que a
psicanálise é influenciada por elementos funcionalistas.
Em contraste com a perspectiva cientificista da psicanálise freudiana, é possível
identificar conceitos que se alinham a outras matrizes, especialmente aquelas de natureza
compreensiva. Figueiredo (2013) destaca a relação da psicanálise com a filosofia da natureza
romântica e com a problemática romântica da expressão e da compreensão, estabelecendo
uma conexão entre essa abordagem e a matriz compreensiva. Ao explorar esses elementos, é
necessário destacar as dimensões da psicanálise e também reconhecer suas nuances e
afinidades com abordagens mais voltadas para a interpretação e compreensão da experiência
humana. As matrizes compreensivas são uma divisão da matriz romântica, que foca em
estudar as ações, produtos e obras da subjetividade, com o objetivo de permitir que as pessoas
se comuniquem consigo mesmas e com os outros. Para isso, são necessárias teorias que
ajudem a entender as diferentes formas de vida subjetiva, como destaca Figueiredo (2003).
Em síntese, a psicanálise revela-se como uma abordagem que apresenta uma
diversidade e complexidade frente às suas matrizes epistemológicas. À medida que
aprofundamos nossa compreensão sobre o contexto histórico e as influências que moldaram a
psicanálise, além de explorarmos os diversos conceitos e áreas de conhecimento dentro desta
abordagem psicológica, torna-se evidente que ela se insere em momentos distintos em cada
matriz discutida. Ao nos dedicarmos a uma análise mais minuciosa, será possível discernir de
maneira mais clara e precisa em quais momentos a psicanálise encontra uma afinidade mais
marcante com as diversas matrizes.
Contexto histórico e influências tidas na teoria psicanalítica freudiana:
Em 1881, Freud se formou médico pela Escola de Medicina da Universidade de
Viena. Nos anos em que lá estudou, teve Ernst Brucke como professor, em que era
considerado um dos principais psiquiatras da época. Brucke era o responsável pelo
Laboratório de Fisiologia da Universidade de Viena e, ao ter contato com esse espaço, Freud
percebe o seu maior interesse pela pesquisa e não pela prática médica. O meio em que o
futuro criador da Psicanálise estava inserido era muito profícuo para pesquisas na área da
fisiologia e da neurologia. Ainda na Universidade, teve contato com importantes cientistas da
época - como Helmholtz, Brucke, Bois-Reymond e Ludwig - e com seus estudos, que
exerceram grande influência na elaboração do livro “Para uma psicologia científica” (1895),
embora esse tenha sido escrito em um momento que já não mais fazia parte da Escola Médica
de Helmholtz. Logo em seguida, em 1885, três anos após deixar o laboratório, recebe uma
bolsa para ir estudar em Paris com o neurologista francês Jean-Martin Charcot, na Escola de
Salpêtrière, considerada na época referência nos estudos sobre neurologia (Carvalho, 2019).
Freud, ao estagiar no Hospital parisiense Salpêtrière, tendo Charcot como orientador,
aprende a técnica da hipnose, já utilizada por seu tutor, e o fenômeno da histeria. Ao terminar
sua bolsa de estudos, o pesquisador volta para Viena e passa a estudar de forma mais
aprofundada sobre a hipnose e a utilizá-la em seus atendimentos. Em 1893, Freud começa a
trabalhar no Hospital Psiquiátrico de Viena ao lado do médico fisiologista Josef Breuer.
Embora Freud tenha tomado conhecimento do fenômeno da histeria com Charcot, é nesse
segundo momento que seus estudos sobre tal fenômeno acontecem, ao escrever, juntamente a
Breuer, “Estudos sobre a histeria” (1893-1895). No entanto, a parceria entre os dois médicos
não se manteve duradoura, pois apresentavam concepções distintas com relação ao
mecanismo psíquico da histeria. Por um lado, Breuer acreditava que tal fenômeno deveria ser
compreendido a partir de uma disfunção fisiológica, por outro, Freud buscava explicá-la a
partir dos fenômenos adquiridos no cotidiano. Além dessa divergência entre os dois, outros
fatores foram fundamentais para o rompimento, como a divisão mental dos histéricos e a
concepção da sexualidade infantil. Em 1900, com a publicação do livro “Interpretação dos
sonhos”, Freud rompe definitivamente com a epistemologia que se valia no século anterior,
fundando a Psicanálise e rompendo com o referencial anatômico adotado por seus
predecessores.
Entretanto, embora esse rompimento possa ser entendido como uma cisão com os
ideais cientificistas da época, não podemos cair nessa conclusão precipitada, pois, assim
como Freud apresenta em um de seus último textos, a Psicanálise nada mais seria do que uma
ciência da natureza: “O que mais ela poderia ser?” (Freud, 1938). Percebe-se, então, a difícil
tarefa em caracterizá-la: se por um lado o criador da teoria que estava surgindo se afastava
das noções biologicistas e fisiológicas, como ferramentas para explicar o funcionamento
psíquico, por outro lado ele colocava a sua teoria dentro de uma redoma de quantificações e
de pura racionalidade. Em 1900, no livro “A interpretação dos sonhos”, Freud busca atribuir
aos fenômenos psíquicos uma função determinada. Assim, elaborações oníricas, atos falhos,
chistes ou lapsos de memória possuem um sentido, e o trabalho da Psicanálise é justamente o
de decifrá-lo. Ao explicar a ideia de liberação das tensões presentes no psiquismo humano,
Freud se vale de conceitos como energias e descarga de energias, em que irá relacioná-los
com a ideia de tensão e de prazer/desprazer, como forma de justificar o fenômeno a partir de
uma perspectiva biologicista. Ou seja, a medida em que o psiquismo se encontra abarrotado
de energias (representações mnemônicas), o que lhe causa desprazer, é preciso que haja a
liberação delas na forma dos fenômenos psíquicos citados anteriormente, como forma de
causar prazer ao inconsciente desse sujeito. Já em 1923, ao conceituar o segundo modelo
topográfico do psiquismo humano, sendo dividido em id, ego e superego, Freud irá apresentar
o equilíbrio dinâmico entre tais instâncias como forma de evitar fenômenos patológicos no
indivíduo. Ademais, ao atribuir o caráter filogenético ao superego (Nasio, 2007) e ao
apresentar a pretensão do “Complexo de Édipo” como sendo um fenômeno universal a todas
as crianças, Freud incorre no mesmo caminho das epistemologias da modernidade ditas como
“fortes”. Assim, percebe-se que em vários momentos da teoria freudiana o autor se vale de
noções da biologia, da fisiologia e de outras ciências naturais para comprovar suas ideias.
Entretanto, a complexidade da obra freudiana não nos permite fazer afirmações
únicas, posto as diversas influências da área da filosofia, da sociologia, da antropologia e da
mitologia em sua construção epistêmica (Fontes & Sales, 2020). Primeiramente, precisamos
destacar três obras cruciais para a psicanálise: Totem e tabu (1923), O mal-estar na
civilização (1930) e O futuro de uma ilusão (1927), em que apresentam como intercessores
conceitos da área da História, da Antropologia, da Filosofia e da religião, como dito acima.
Ademais, autores como Oswaldo Giacóia, Scarlett Marton e Paul-Laurent Assoun trazem em
suas produções a influência de Nietzsche na obra freudiana, atestando que, embora o
psicanalista negasse a leitura dos escritos do filósofo, o texto “Genealogia da Moral” (1887)
constava nas obras debatidas nos encontros da Sociedade Psicanalítica de Viena. Para além
disso, tanto na obra “Genealogia da Moral” (1887) como em “O mal-estar na civilização”
(1930), o conceito de “consciência moral” está presente. Embora os pensadores apresentem
pensamentos convergentes para explicar a gênese da “consciência moral” - interiorização dos
instintos selvagens do homem, devido ao desenvolvimento da cultura ocidental - eles
divergem com relação à natureza dos instintos. Mas, é inegável que haja ressonâncias na
teoria psicanalítica dos escritos filosóficos nietzschianos, o que corrobora com a ideia da
complexidade epistêmica da teoria (Sansi, 2019). Em 1935, no pós-escrito a sua
autobiografia, Freud irá apontar que após ter feito toda uma produção calcada na lógica das
ciências naturais, volta-se para o seu interesse de fascínio inicial: os problemas culturais.
Além disso, nesses mesmos escritos, o pensador aponta como sendo o ponto máximo da sua
vida quando ganha, em 1930, o Prêmio Goethe de literatura. Assim, pode-se notar uma certa
contradição aqui, como é possível alguém que produziu uma vasta teoria a partir das ciências
naturais considerar um prêmio literário como seu maior feito? Na verdade, não há nenhuma
contradição. Considerar a Psicanálise como parte das ciências naturais não é um movimento
epistemológico, mas, como dirá Soubbotnik (2015), um movimento ético.
É preciso agora retomar ao ponto em que Freud afirma o caráter de ciência natural da
teoria psicanalítica. Em sua autobiografia, o autor traz três personagens, dentre eles Darwin,
para exemplificar sua formação científica, ainda na adolescência. Além disso, como afirma
Ernest Jones, o ambiente em que estruturou o pensamento freudiano teve origem nos anos de
1830-1840, em que a prática da “verdade”, ou seja, a construção de teorias para explicar os
fenômenos que aconteciam no interior dos homens, só poderia se dar a partir de critérios
físico-químicos. Assim, pelo fato do autor ser um depositário dessa corrente de pensamento,
postulada por Bois-Reymond e Brucke, a noção de se pensar a ciência a partir de critérios
naturais ou humanos nem era possível de ser concebida, posto a negação da segunda. Mas,
para além desse contexto, existe o fato de Freud colocar a sua teoria ao lado de descobertas
como o heliocentrismo (Copérnico) e a origem das espécies (Darwin). Para se ter uma noção,
o criador da metapsicologia, em 1917, no texto “Uma dificuldade no caminho da
Psicanálise”, aponta dois golpes dados pela ciência na humanidade: o primeiro quando
Copérnico afirma não ser a Terra o centro do universo, mas apenas um dos planetas frente à
imensidão cósmica, e o segundo quando Darwin rompe com a lógica de privilégio do homem
na criação. A partir daqui é possível entender o motivo de Freud colocar a Psicanálise como
uma ciência da natureza, semelhante a biologia e a física: ele considera a sua teoria como
sendo o terceiro golpe sofrido pela humanidade, pois busca provar que o ego não é senhor
nem mesmo em sua própria casa e que a humanidade terá que lidar com a falta de
informações que têm de si, fazendo, assim, alusão ao inconsciente. Mas, pensar o momento
social e histórico em que Freud estava imerso é de suma importância. Pois, o movimento
feito por ele de colocar a Psicanálise enquanto uma ciência natural não deve ser
compreendido apenas como um movimento ético, como afirma Soubbotnik, mas, para além
disso: representa um pensador que sucumbiu aos ideais impostos por uma noção epistêmica
de ciência da sua época. Assim, é possível pensar a teoria partir de duas cosmovisões: a
primeira sendo a que o Freud se vale dos seus intercessores, ainda da sua fase adolescente e
da sua formação em Medicina, como forma de atribuir caráter científico a sua teoria, e a
segunda como sendo o pensador que busca, a partir dos seus próprios interesses, debruçar-se
sobre a cultura e pensar não apenas o sujeito, mas buscar compreender, também, a sociedade.
Como apresentado por Fédida (1992): “foi graças à sua interferência subjetiva que a
Psicanálise nasceu como uma teoria, um método e uma técnica de tratamento”.
Relação entre visão epistemológica, recorte de objeto e metodologia
Para compreender como o recorte de objeto e a metodologia utilizada pela Psicanálise
freudiana são elaborados e compreendidos a partir de uma visão epistemológica, o prelúdio
realizado anteriormente se fez necessário. Freud, ao realizar o movimento de definir o
inconsciente enquanto o objeto de estudo da Psicanálise estabelece um feito paradigmático:
como dito anteriormente, tal instância psíquica é responsável por alterar o privilégio tido
pelos pensamentos conscientes. Em seu texto “O Inconsciente”, de 1915, o criador da
metapsicologia afirma que os processos psíquicos inconscientes rompem com a noção
superestimada outorgada à consciência. Assim, ao se ter a noção do aparelho psíquico
constituído por três instância - inconsciente, pré-consciente e consciente - não há mais como
incorrer no movimento realizado pelas teorias epistemológicas do século XIX, em que
apresentavam apenas a última como campo de estudo considerável, como forma de garantir a
racionalidade humana. Ademais, como apresentado no texto “Interpretação do sonhos”, de
1900, a partir dos processos oníricos, Freud atesta que a única forma de acessar o
inconsciente é a partir do mecanismo da fala e que, de todo modo, as representações se
apresentam deformadas, sendo, assim, necessário a construção de sentido a partir do trabalho
do psicanalista. Essa deformação acontece a partir de duas leis básicas do inconsciente: o
deslocamento e a condensação, em que, como forma de liberar as representações
mnemônicas, que foram formadas a partir de experiências de satisfação anteriores a
constituição sexual dos sujeitos, precisam de tornarem-se irreconhecíveis a ele para
acessarem a consciência.
Diante desse escopo, a metodologia da teoria psicanalítica freudiana se sustenta a
partir de três pilares: da associação livre, da atenção flutuante e da relação transferencial entre
analista e analisando, nos quais são indispensáveis a presença deles no setting analítico para
que seja possível o acesso ao inconsciente. Embora, como afirma Birman (1994), não haja
um “exercício virtuoso de uma técnica” na Psicanálise freudiana, devido à variabilidade
referente tanto ao analista como ao analisando, o que confere o caráter subjetivo dessa teoria,
não se pode considerar a ausência de procedimentos nessa empreitada, como pode ser
observado acima. Para além disso, é imprescindível destacar o movimento de deslocamento
do saber realizado por essa teoria. Pois, a partir da associação livre, a fala é atribuída ao
analisando, enquanto sujeito capaz de verbalizar sobre suas angústias, enquanto ao analista
recai a função de estabelecer vínculo entre a teoria e a prática, ou seja, entre suas leituras
prévias e as demandas apresentadas na fala do paciente. É nesse sentido, que a Psicanálise se
configura enquanto uma ciência empírica, por não ser possível de produzir arcabouço teórico
sem que haja a relação do analista com o inconsciente, sem que haja a escuta psicanalítica
especializada (Coelho & Santos, 2012).
Com relação à atenção flutuante, que deve ser exercida pelo analista, como forma de
escutar o analisando, Laplanche e Pontalis (2011), a partir dos escritos freudianos, advertem
que o psicanalista não deve privilegiar elementos específicos do discurso do outro com base
em seus interesses prévios, sendo necessário deixar o paciente livre para verbalizar sua
própria atividade inconsciente. A clínica da Psicanálise, nesse sentido, deve buscar, a partir
do que está sendo apresentado, estabelecer conexões entre falas nas quais até então eram tidas
como desconexas e dissociadas e não incorrer no erro de guiar o outro em busca de suprir as
próprias expectativas tidas a priori. Diante disso, percebe-se o psicanalista enquanto uma
figura capaz de atribuir vazão aquilo que o paciente quer colocar para fora. Assim, a partir da
forma cordial de prosseguir no setting analítco e do esforço em compreender as demandas
feitas pelo analisando, o analista estabelece um vínculo com seu paciente, denominado de
transferência positiva, em que além de diminuir as resistências na fala, auxiliam no processo
de elaboração das queixas.
A partir das elucidações feitas acima, é preciso, então, pensar na forma em que tanto o
método como o objeto da psicanálise freudiana são constituídos epistemologicamente.
Embora, como apontado ao longo do texto, Freud tenha sempre enfatizado a sua teoria
enquanto uma ciência natural, há uma certa incompatibilidade com a noção de singularidade
apreendida em cada elaboração inconsciente e em cada associação livre. Tendo como
princípios básicos das ciências naturais os elementos quantificadores, o rigor nos resultados, a
racionalidade e a busca por interpretar a realidade, nota-se que a Psicanálise freudiana se
encontra em um caminho oposto a esse, por não priorizar tais aspectos, mas, diferentemente,
priorizar a subjetividade em cada atendimento e a singularidade em cada rede de sentido
construída pela díade analista-analisando. Nesse ínterim, embora Luís Cláudio Figueiredo,
em 2002, em seu livro “Matrizes do Pensamento Psicológico”, tenha apresentado a
Psicanálise enquanto uma teoria pertencente a Matriz Funcionalista, pautada em uma lógica
de causa e efeito, percebe-se, a partir das contribuições elencadas, que o interesse dessa teoria
não é tão pragmático como buscam representar. Somado ao exposto, a tentativa de enquadrar
a Psicanálise freudiana dentro de tal matriz, é bem mais um movimento ligado à forma como
Freud entendia os mecanismos/fenômenos psíquicos e as formações de sintomas, do que com
relação ao manuseio clínico, a construção do setting analítico e a relação analista-analisando.
Desse modo, a observação feita por Fontes e Sales (2020), referente a capacidade da
psicanálise freudiana conseguir adentrar em vários gêneros diferentes, coaduna-se com o
objetivo do que tentou-se fazer até aqui: apresentar a complexidade - multiplicidade e, ao
mesmo tempo, singularidade - da teoria.
Implicações sociais, práticas, científicas da psicanálise freudiana
O pensamento psicanalítico teve amplas implicações em várias áreas do
conhecimento. Socialmente, influenciou a compreensão da psique humana e o papel do
inconsciente. Nas práticas clínicas, introduziu a ideia de associação livre e a importância da
interpretação dos sonhos. Além da importante contribuição para o desenvolvimento da
psicologia em geral.
No âmbito social, a psicanálise freudiana influenciou a compreensão da psicologia,
algumas implicações importantes foram: o conceito de inconsciente. Os conceitos de
sexualidade e repressão, a ênfase de Freud na sexualidade como uma questão fundamental na
psique humana trouxe à tona discussões sobre a repressão sexual e as normas sociais em
relação ao comportamento humano. A teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud, que
descreve as diferentes fases do desenvolvimento humano, influenciou a compreensão das
mudanças do desenvolvimento ao longo da vida. Essa abordagem influenciou áreas como a
educação, a pediatria e a psicologia infantil. Freud também explorou a relação entre a
psicanálise e a cultura, ele argumentava que a cultura desempenha um papel na formação da
psique humana.
O pensamento psicanalítico freudiano teve várias implicações práticas em campos
como a psicoterapia, a psicologia clínica, a educação, a psiquiatria e a cultura em geral.
Alguns conceitos e métodos de Freud contribuíram fundamentalmente para o
desenvolvimento da psicologia clínica, introduzindo conceitos-chave como o inconsciente e
os processos mentais dinâmicos. A psicanálise como forma de psicoterapia foi desenvolvida
por Freud e seus seguidores, a abordagem psicanalítica procura explorar o inconsciente do
paciente, desvendar padrões de pensamento e comportamento, e entender as origens dos
conflitos psicológicos com a utilização de técnicas como a livre associação e interpretação
dos sonhos. As ideias freudianas também influenciaram a avaliação e o tratamento de
distúrbios psicológicos.
Outro campo importante que sofreu influências da psicanálise é o do desenvolvimento
infantil. As teorias freudianas sobre o desenvolvimento psicossexual influenciaram a
compreensão do crescimento e desenvolvimento infantil. A atenção às experiências precoces
e à influência das relações parentais na formação da personalidade é uma ênfase na
abordagem psicanalítica que tem implicações práticas na criação de crianças, na educação e
na cultura e prática escolar.
Todas as contribuições mencionadas anteriormente impactam as esferas social,
política e científica, notadamente na discussão epistemológica das ciências naturais. Ao longo
de sua obra, Freud alinha-se ativamente ao naturalismo, ao mesmo tempo em que parece
propor, de maneira indireta, um naturalismo com uma certa especificidade qualitativa.
Destacando o papel da alteridade e da intersubjetividade na constituição do sujeito, Freud se
distancia do naturalismo positivista, que rejeita as questões que não podem ser tratadas
empiricamente, considerando-as desprovidas de sentido. Mais tarde, ao afirmar que a
psicologia individual não pode se separar da psicologia social, ele provoca – e aqui, o
objetivo não é atribuir mérito à intencionalidade das ações – uma reflexão sobre as
afirmações taxativas de que a Psicologia, e a Psicanálise dentro dela, deveriam encontrar seu
fundamento exclusivamente na neurologia e biologia (Simanke, 2009).
Com o tema da cientificidade da psicanálise em alta, torna-se de extrema relevância
considerar a discussão proposta por Karl Popper (1975) sobre o método científico. A
emergência da Epistemologia no final do século XIX, resultado da matematização da lógica e
logicização da matemática, proporcionou um arcabouço para questionarmos os critérios de
eficácia e comprovação das teorias científicas. Nesse período, ela frequentemente serviu
como ferramenta de fiscalização do Estado, determinando quais ciências deveriam ser
incentivadas e quais seriam relegadas a segundo plano. Nesse contexto, Popper, ao definir
ciência e pseudociência, afirma que toda ciência deve produzir enunciados que podem ser
refutados. O marxismo e a psicanálise, desse ponto de vista, não seriam então considerados
ciências.
Contudo, se há algo no campo psicanalítico, são refutações, desde sua formação,
como o abandono da hipnose pela análise de sua eficácia. Também poderia apontar que a
Matemática é, muitas vezes, parte de proposições que não são demonstradas, como o conceito
de infinito positivo ou a existência do número zero, para chegar em conclusões verdadeiras.
Portanto, pode-se dizer que a história do conhecimento não é necessariamente a história do
ensaio e do erro, e essa proposição por si só não pode ser refutada, o que apresenta uma
contradição do pensamento de Popper. É preciso apontar que, a discussão epistemológica em
torno da cientificidade das humanidades e ciências sociais, presente nas entrelinhas dos textos
freudianos, pode ter implicações políticas significativas, especialmente quando se considera o
perigo da perseguição ou desvalorização dessas disciplinas. Se a ênfase recai apenas nas
ciências naturais como a única forma legítima de conhecimento científico, pode ocorrer um
desequilíbrio na alocação de recursos e financiamento para diferentes áreas acadêmicas,
inclusive, dentro da própria Psicologia.
Levando em conta esse contexto social, prático e científico, é importante considerar a
forma que a Psicanálise Freudiana entende os pacientes na clínica a partir dessa visão de
mundo. “A condução do processo analítico deve possibilitar a descoberta, por parte do
paciente, de que ele é quem sabe de si: um saber que é patrimônio de um território
desconhecido de si mesmo. Para alcançá-lo, além de ser escutado, o paciente deverá
escutar-se. É somente ao assumir a posição de quem não sabe a respeito de quem chega com
uma demanda de ajuda que o analista poderá efetivamente exercitar a escuta
analítica.”(Falcão & Macedo, 2005). Nesse trecho do artigo “A escuta na psicanálise e a
psicanálise da escuta”, as autoras evidenciam que o papel do analista não é proporcionar
soluções, mas sim tornar possível, através dos métodos de escuta já mencionados, que o
paciente encontre a resposta por si só. Outro fator abordado é que, para Freud, o profissional
não deve deixar que a carga teórica ocupe o lugar da história de vida do paciente, respeitando
seu autoconhecimento e liberdade pessoal, diferencial da psicanálise em relação às outras
possibilidades terapêuticas da época do autor. Portanto, a visão psicanalítica dos pacientes na
clínica envolve sensibilidade e empatia, onde o analista pode sentir e pensar como se fosse o
paciente, mas sem perder seus referenciais próprios (Bouwman, 2011).
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