Você está na página 1de 23

PORTAL TERCEIRA VISÃO

Curso de Terapeuta Espiritualista – Módulo Psic. Holística

:: Fundamentos da Psicanálise ::

Portal Terceira Visão


Ensino Multidisciplinar em Terapias Naturais,
Holísticas e Complementares
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

INTRODUÇÃO

Psicanálise é a ciência do inconsciente que foi fundada por Sigmund Freud (1856-1939). Um
método de investigação, que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente
das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito.

Este método baseia-se principalmente nas associações livres do sujeito, que são a garantia da
validade da interpretação. A interpretação psicanalítica pode estender-se a produções
humanas para as quais não se dispõe de associações livres. A psicanálise é um método
psicoterápico baseado nesta investigação e especificado pela interpretação controlada da
resistência, da transferência e do desejo. O emprego da psicanálise como sinônimo de
tratamento psicanalítico está ligado a este sentido; exemplo: começar uma análise.

A psicanálise é um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em que são


sistematizados os dados introduzidos pelo método psicanalítico de investigação e de
tratamento. A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina
da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do complexo de Édipo são
os conteúdos principais da psicanálise e os fundamentos de sua teoria, e quem não estiver em
condições de subscrever todos não deve figurar entre os psicanalistas.

A Psicanálise é ao mesmo tempo um modo particular de tratamento do desequilíbrio mental e


uma teoria psicológica que se ocupa dos processos mentais inconscientes; uma teoria da
estrutura e funcionamento da mente humana e um método de análise dos motivos do
comportamento; uma doutrina filosófica e um método terapêutico de doenças de natureza
psicológica supostamente sem motivação orgânica. Originou-se na prática clínica do médico e
fisiologista Josef Breuer, devendo-se a Sigmund Freud (1856-1939) a valorização e
aperfeiçoamento da técnica e os conceitos criados nos desdobramentos posteriores do
método e da doutrina, o que ele fez valendo-se do pensamento de alguns filósofos e de sua
própria experiência profissional.

A formulação da Psicanálise representou basicamente a consolidação em um corpo doutrinário


de conhecimentos existentes, como a estrutura tripartite da mente, suas funções e
correspondentes tipos de personalidade, a teoria do inconsciente, o método terapêutico da
catarse, e toda a filosofia pessimista da natureza humana difundida na época. Além de
alicerçar-se - como método terapêutico -, nas descobertas do médico austríaco Josef
Breuer, como doutrina tem em seus fundamentos muito do pensamento filosófico de Platão e
do filósofo alemão Arthur Schopenhauer. No entanto, ao serem esses conhecimentos
incorporados na Psicanálise, foi aberto o caminho para um número grande de conceitos
subordinados que eram novos, como os de atos sintomáticos, sublimação, perversão, tipos de

2
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

personalidade, recalque, transferência, narcisismo, projeção, introjeção, etc. A


psicanálise constituiu-se, por isso, em um modo novo de abordar as condições psíquicas
correspondentes a estados de infelicidade e a comportamentos anti-sociais, e deu nascimento
ao tratamento clínico psicológico e psiquiátrico moderno.

A extraordinária popularidade da psicanálise poderá, talvez, ser explicada, em parte, pela sua
ousada concepção da motivação humana, ao colocar o sexo - objeto natural de interesse das
pessoas e também sua principal fonte de felicidade -, como único e poderoso móvel do
comportamento humano. O mundo civilizado, pouco antes chocado com a tese evolucionista de
que o homem descendia dos chimpanzés, já não se surpreendia com a tese de que o sexo
dominava o inconsciente e estava subjacente a todos os interesses humanos. A novidade foi
recebida com divertido espanto e prazerosa excitação. Em que pese os detalhes picarescos
de muitas narrativas clínicas, a abordagem do sexo sob um aspecto científico, em plena era
vitoriana, representou uma sublimação (para usar um conceito da própria psicanálise) que
permitiu que a sexualidade fosse, sem restrições morais, discutida em todos os ambientes,
inclusive nos conventos. Essa permeabilidade subjetiva confundiu-se com profundidade
científica, e a teoria foi levada a aplicação em todos os campos das relações sociais, nas
artes, na educação, na religião, em análises biográficas, etc. Porém, a questão da motivação
sexual foi causa de se afastarem do círculo de Freud aqueles que haviam inicialmente se
entusiasmado pela psicanálise como método de análise do inconsciente, entre eles Carl Jung,
Otto Rank, e Alfred Adler que decidiram por outras teses, e fundaram suas próprias
correntes psicanalíticas. No seu todo, a psicanálise foi fortemente contestada por outras
correntes, inclusive a da fenomenologia, a do existencialismo, e a da logoterapia de Viktor
Frankl.

O pensamento de Freud está principalmente em três obras: "Interpretação dos Sonhos", a


mais conhecida, que publicou, em 1900; "Psicopatologia da Vida Cotidiana", publicada em 1901
e na qual apresenta os primeiros postulados da teoria psicanalítica, e "Três Ensaios sobre a
Teoria da Sexualidade", de 1905, que contem a exposição básica da sua teoria.

Em "Mal Estar na Civilização", publicado em 1930, Freud lança os conceitos de culturas


neuróticas, mais os conceitos de projeção, sublimação, regressão e Transferência. Em "Totem
e Tabu (1913/14) e "O Futuro de uma Ilusão"(1927) expõe sua posição sobre a religião. Os
postulados da teoria são numerosos, e seu exame completo demandaria um espaço muito
extenso, motivo porque somente os aspectos usualmente mais conhecidos da doutrina e do
método serão examinados nesta página.

Importância do instinto sexual. Freud notou que na maioria dos pacientes que teve desde o
início de sua prática clínica, os distúrbios e queixas de natureza hipocondríaca ou histérica
estavam relacionados a sentimentos reprimidos com origem em experiências sexuais

3
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

perturbadoras. Assim ele formulou a hipótese de que a ansiedade que se


manifestava através dos sintomas (neurose) era conseqüência da energia (libido) ligada à
sexualidade; a energia reprimida tinha expressão nos vários sintomas neuróticos que serviam
como um mecanismo de defesa psicológica. Essa força, o instinto sexual, não se apresentava
consciente devido à "repressão" tornada também inconsciente. A revelação da "repressão"
inconsciente era obtida pelo método da livre associação (inspirado nos atos falhados ou
sintomáticos, em substituição à hipnose) e pela interpretação dos sonhos (conteúdo
manifesto e conteúdo latente). O processo sintomático e terapêutico compreendia:
experiência emocional - recalque e esquecimento - neurose - análise pela livre associação -
recordação - transferência - descarga emocional - cura.

Estrutura tripartite da mente. Freud buscou inspiração na cultura Grega, pois a doutrina
platônica com certeza o impressionou em seu curso de Filosofia. As partes da alma de Platão
correspondem ao Id, ao Superego e ao Ego da sua teoria que atribui funções físicas para as
partes ou órgãos da mente (1923 - "O Ego e o Id").

O Id, regido pelo "princípio do prazer", tinha a função de descarregar as tensões biológicas.
Corresponde à alma concupiscente, do esquema platônico: é a reserva inconsciente dos
desejos e impulsos de origem genética e voltados para a preservação e propagação da vida..

O Superego, que é gradualmente formado no "Ego", e se comporta como um vigilante moral.


Contem os valores morais e atua como juiz moral. É a parte irascível da alma, a que
correspondem os "vigilantes", na teoria platônica.

Também inconsciente, o Superego faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura
proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o
órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se á consciência
indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres, e por
meio da educação, pela produção da imagem do "Eu ideal", isto é, da pessoa moral, boa e
virtuosa. O Superego ou censura desenvolve-se em um período que Freud designa como
período de latência, situado entre os 6 ou 7 anos e o inicio da puberdade ou adolescência.
Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social (1923 "O Ego e o Id").

O Ego ou o Eu é a consciência, pequena parte da vida psíquica, subtraída aos desejos do Id e à


repressão do Superego. Lida com a estimulação que vem tanto da própria mente como do
mundo exterior. Racionaliza em favor do Id, mas é governado pelo "princípio de realidade" ou
seja, a necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao Id sem transgredir as
exigências do Superego. É a alma racional, no esquema platônico. É a parte perceptiva e a
inteligência que devem, no adulto normal, conduzir todo o comportamento e satisfazer
simultaneamente as exigências do Id e do Superego através de compromissos entre essas

4
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

duas partes, sem que a pessoa se volte excessivamente para os prazeres ou que,
ao contrário, imponha limitações exageradas à sua espontaneidade e gozo da vida.

O Ego é pressionado pelos desejos insaciáveis do Id, a severidade repressiva do Superego e


os perigos do mundo exterior. Se submete-se ao Id, torna-se imoral e destrutivo; se
submete-se ao Superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa insatisfação
insuportável; e se não se submeter á realidade do mundo, será destruído por ele. Por esse
motivo, a forma fundamental da existência para o Ego é a angústia existencial. Estamos
divididos entre o principio do prazer (que não conhece limites) e o principio de realidade (que
nos impõe limites externos e internos). Tem a dupla função de, ao mesmo tempo, recalcar o
Id, satisfazendo o Superego, e satisfazer o Id, limitando o poder do Superego. No indivíduo
normal, essa dupla função é cumprida a contento. Nos neuróticos e psicóticos o Ego sucumbe,
seja porque o Id ou o Superego são excessivamente fortes, seja porque o Ego é
excessivamente fraco.

O inconsciente, diz Freud, não é o subconsciente. Este é aquele grau da consciência como
consciência passiva e consciência vivida não-reflexiva, podendo tomar-se plenamente
consciente. O inconsciente, ao contrário, jamais será consciente diretamente, podendo ser
captado apenas indiretamente e por meio de técnicas especiais de interpretação
desenvolvidas pela psicanálise.

Atos falhos ou sintomáticos. Os chamados Atos sintomáticos são para Freud evidência da
força e individualismo do inconsciente: e sua manifestação é comum nas pessoas sadias.
Mostram a luta do consciente com o subconsciente (conteúdo evocável) e o inconsciente
(conteúdo não evocável). São os lapsus linguae, popularmente ditos "traição da memória", ou
mesmo convicções enganosas e erros que podem ter conseqüências graves.

Motivação. Para explicar o comportamento Freud desenvolve a teoria da motivação sexual


(sobrevivência da espécie) e do instinto de conservação (sobrevivência individual). Mas todas
as suas colocações giram em torno do sexo. A força que orienta o comportamento estaria no
inconsciente e seria o instinto sexual;

Fases do desenvolvimento sexual. Freud contribuiu com uma teoria das fases do
desenvolvimento do indivíduo. Este passa por sucessivos tipos de caráter: oral, anal e genital.
Pode sofrer regreção de um dos dois últimos a um ou outro dos dois anteriores, como pode
sofrer fixação em qualquer das fases precoces. Essas fases se desenvolverão entre os
primeiros meses de vida e os 5 ou 6 anos de idade, e estão ligadas ao desenvolvimento do Id:

5
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

(1) Na fase oral, ou fase da libido oral, ou hedonismo bucal, o desejo e o prazer
localizam-se primordialmente na boca e na ingestão de alimentos e o seio materno, a
mamadeira, a chupeta, os dedos são objetos do prazer;

(2) Na fase anal, ou fase da libido ou hedonismo anal, o desejo e o prazer localizam-se
primordialmente nas excreções e fezes. Brincar com massas e com tintas, amassar barro ou
argila, comer coisas cremosas, sujar-se são os objetos do prazer;

(3) Na fase genital ou fase fálica, ou fase da libido ou hedonismo genital, o desejo e o prazer
localizam-se primordialmente nos órgãos genitais e nas partes do corpo que excitam tais
órgãos. Nessa fase, para os meninos, a mae é o objeto do desejo e do prazer; para as
meninas, o pai.

Tipos de personalidade.

Aqueles que se detêm em seu desenvolvimento emocional, e por algum motivo se fixam em
qualquer uma das fases transitórias (Freud. 1908), constituem tipos e subtipos de
personalidade nomeados segundo a fase correspondente de fixação.

O tipo que se detém na fase oral é o Oral receptivo, pessoa dependente - espera que tudo lhe
seja dado sem qualquer reciprocidade; ou o Oral sadístico, o que se decide a empregar a
força e a astúcia para conseguir o que deseja. Explorador e agressivo, não espera que alguém
lhe dê voluntariamente qualquer coisa.

O Anal sadístico é impulsivamente avaro, e sua segurança reside no isolamento. São pessoas
ordenadas e metódicas, parcimoniosas e obstinadas.

O tipo genital é a pessoa plenamente desenvolvida e equilibrada

Complexos de Édipo. Depois de ver nos seus clientes o funcionamento perfeito da estrutura
tripartite da alma conforme a teoria de Platão, Freud volta à cultura grega em busca de mais
elementos fundamentais para a construção de sua própria teoria.

No centro do "Id", determinando toda a vida psíquica, constatou o que chamou Complexo de
Édipo, isto é, o desejo incestuoso pela mãe, e uma rivalidade com o pai. Segundo ele, é esse o
desejo fundamental que organiza a totalidade da vida psíquica e determina o sentido de
nossas vidas. Freud introduziu o conceito no seu Interpretação dos Sonos (1899). O termo
deriva do herói grego Édipo que, sem saber, matou seu pai e se casou com sua mãe. Freud
atribui o complexo de Édipo às crianças de idade entre 3 e 6 anos. Ele disse que o estágio
geralmente terminava quando a criança se identificava com o parente do mesmo sexo e
reprimia seus instintos sexuais. Se o relacionamento prévio com os pais fosse relativamente

6
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

amável e não traumático, e se a atitude parental não fosse excessivamente


proibitiva nem excessivamente estimulante, o estagio seria ultrapassado harmoniosamente.
Em presença do trauma, no entanto, ocorre uma neurose infantil que é um importante
precursor de reações similares na vida adulta. O Superego, o fator moral que domina a mente
consciente do adulto, também tem sua parte no processo de gerar o complexo de Édipo.
Freud considerou a reação contra o complexo de Édito a mais importante conquista social da
mente humana. Psicanalistas posteriores consideram a descrição de Freud imprecisa, apesar
de conter algumas verdades parciais.

Complexo de Eletra. O equivalente feminino do Complexo de Édipo é o Complexo de Eletra,


cuja lenda fundamental é a de Electra e seu irmão Orestes, filhos de Agamemnon e
Clytemnestra. Eletra ajudou o irmão a matar sua mãe e o amante dela, um tema da tragédia
grega abordado, com pequenas variações, por Sófocles, Eurípedes e Esquilo.

Narcisismo. Conta o mito que o jovem Narciso, belíssimo, nunca tinha visto sua própria
imagem. Um dia, passeando por um bosque, encontrou um lago. Aproximou-se e viu nas águas
um jovem de extraordinária beleza e pelo qual apaixonou-se perdidamente. Desejava que o
jovem saísse das águas e viesse ao seu encontro, mas como ele parecia recusar-se a sair do
lago, Narciso mergulhou nas águas, foi ás profundezas á procura do outro que fugia, morrendo
afogado. Narciso morrera de amor por si mesmo, ou melhor, de amor por sua própria imagem
ou pela auto-imagem. O narcisismo é o encantamento e a paixão que sentimos por nossa
própria imagem ou por nós mesmos, porque não conseguimos diferenciar um do outro. Como
crítica à humanidade em geral - que se pode vislumbrar em Freud - narcisismo é a bela
imagem que os homens possuem de si mesmos, como seres ilusoriamente racionais e com a
qual estiveram encantados durante séculos.

Mecanismos de defesa são processos subconscientes que permitem à mente encontrar uma
solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência. A psicanálise supõe a existência
de forças mentais que se opõem umas às outras e que batalham entre si. Freud utilizou a
expressão pela primeira vez no seu "As neuroses e psicoses de defesa", de 1894. Os
mecanismos de defesa mais importante são:

Repressão, que é afastar ou recalcar da consciência um afeto, uma idéia ou apelo do instinto.
Um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode ser completamente
esquecido e se tornar não evocável.

Defesa de reação, que consiste em ostentar um procedimento e externar sentimentos ambos


opostos aos impulsos verdadeiros, quando estes são inconfessáveis. Um pai que é pouco
amado, recebe do filho uma atenção por vezes exagerada para que este convença a si mesmo
de que é um bom filho.

7
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

Projeção. Consiste em atribuir ao outro um desejo próprio, ou atribuir a alguém,


algo que justifique a própria ação. O estudante cria o hábito de colar nas provas dizendo,
para se justificar, que os outros colam ainda mais que ele.

Regressão é o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e gratificantes, e às


quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e memórias que
se tornam recorrentes, repetitivas. Aplica-se também ao regresso a fases anteriores da
sexualidade, como acima..

Substituição. O inconsciente, em suas duas formas, está impedido de manifestar-se


diretamente à consciência, mas consegue fazê-lo indiretamente. A maneira mais eficaz para
essa manifestação é a substituição, isto é, o inconsciente oferece à consciência um substituto
aceitável por ela e por meio do qual ela pode satisfazer o Id ou o Superego. Os substitutos
são imagens (representações analógicas dos objetos do desejo) e formam o imaginário
psíquico que, ao ocultar e dissimular o verdadeiro desejo, o satisfaz indiretamente por meio
de objetos substitutos (a chupeta e o dedo, para o seio materno; tintas e pintura ou argila e
escultura para as fezes, uma pessoa amada no lugar do pai ou da mãe, de acordo com as fases
da sexualidade, como acima).

Além dos substitutos reais, o imaginário inconsciente também oferece outros substitutos, os
mais freqüentes sendo os sonhos, os lapsos e os atos falhos. Neles, realizamos desejos
inconscientes, de natureza sexual. São a satisfação imaginária do desejo. Alguém sonha, por
exemplo, que sobe uma escada, está num naufrágio ou num incêndio. Na realidade, sonhou com
uma relação sexual proibida. Alguém quer dizer uma palavra, esquece-a ou se engana, comete
um lapso e diz uma outra que o surpreende, pois nada terá a ver com aquela que queria dizer:
realizou um desejo proibido. Alguém vai andando por uma rua e, sem querer, torce o pé e
quebra o objeto que estava carregando: realizou um desejo proibido.

Sublimação. A Ética pede a renúncia às gratificações puramente instintuais por outras em


conformidade com valores racionais transcendentes. A sublimnação consistitui a adoção de
um comportamento ou de um interesse que possa enobrecer comportamentos que são
instintivos de raiz Um homem pode encontrar uma válvula para seus impulsos agressivos
tornando-se um lutador campeão, um jogador de football ou até mesmo um cirurgião. Para
Freud as obras de arte, as ciências, a religião, a Filosofia, as técnicas e as invenções, as
instituições sociais e as ações políticas, a literatura e as obras teatrais são sublimações, ou
modos de substituição do desejo sexual de seus autores e esta é a razão de existirem os
artistas, os místicos, os pensadores, os escritores, cientistas, os líderes políticos, etc.

Transferência. Freud afirmou que a ligação emocional que o paciente desenvolvia em relação
ao analista representava a transferência do relacionamento que aquele havia tido com seus

8
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

pais e que inconscientemente projetava no terapeuta. O impasse que existiu nessa


relação infantil criava impasses na terapia, de modo que a solução da transferência era o
ponto chave para o sucesso do método terapêutico. Embora Freud demorasse a considerar a
questão inversa, a da atratividade do paciente sobre o terapeuta, esse problema se
manifestou tão cedo quanto ainda ao tempo das experiência de Breuer, que teria se deixado
afetar sentimentalmente por sua principal paciente, Bertha Pappenheim.

Os mecanismos de defesa são aprendidos na família ou no meio social externo a que a criança
e o adolescente estão expostos. Quando esses mecanismos conseguem controlar as tensões,
nenhum sintoma se desenvolve, apesar de que o efeito possa ser limitador das potencialidades
do Ego, e empobrecedor da vida instintual. Mas se falham em eliminar as tensões e se o
material reprimido retorna à consciência, o Ego é forçado a multiplicar e intensificar seu
esforço defensivo e exagerar o seu uso. É nestes casos que a loucura, os sintomas neuróticos,
são formados. Para a psicanálise, as psicoses significam um severa falência do sistema
defensivo, caracterizada também por uma preponderância de mecanismos primitivos. A
diferença entre o estado neurótico e o psicótico seria, portanto, quantitativa, e não
qualitativa.

Perversão. Porém, assim como a loucura é a impossibilidade do Ego para realizar sua dupla
função (conciliação entre Id e Superego, e entre estes e a realidade), também a sublimação
pode não ser alcançada e, em seu lugar, surgir uma perversão ou loucura social ou coletiva. O
nazismo é um exemplo de perversão, em vez de sublimação. A propaganda, que induz no leitor
ou espectador desejos sexuais pela multiplicação das imagens de prazer, é outro exemplo de
perversão ou de incapacidade para a sublimação.

Os sonhos: conteúdo manifesto e conteúdo latente. (Significados conscientes e


subconscientes). A vida psíquica dá sentido e coloração afetivo-sexual a todos os objetos e a
todas as pessoas que nos rodeiam e entre os quais vivemos. As coisas e os outros são
investidos por nosso inconsciente com cargas afetivas de libido. Assim, sem que saibamos por
que, desejamos e amamos certas coisas e pessoas e odiamos e tememos outras.

É por esse motivo que certas coisas, certos sons, certas cores, certos animais, certas
situações nos enchem de pavor, enquanto outras nos trazem bem-estar, sem que saibamos o
motivo. A origem das simpatias e antipatias, amores e ódios, medos e prazeres desde a nossa
mais tenra infância, em geral nos primeiros meses e anos de nossa vida, quando se formaram
as relações afetivas fundamentais e o complexo de Édipo.

A dimensão imaginária de nossa vida psíquica - substituições, sonhos, lapsos, atos falhos,
prazer e desprazer, medo ou bem-estar com objetos e pessoas - indica que os recursos
inconscientes surgem na consciência em dois níveis: o nível do conteúdo manifesto (escada,

9
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

mar e incêndio, no sonho; a palavra esquecida e a pronunciada, no lapso; o pé


torcido ou objeto partido, no ato falho) e o nível do conteúdo latente, que é o conteúdo
inconsciente verdadeiro e oculto (os desejos sexuais). Nossa vida normal se passa no plano de
conteúdos manifestos e, portanto, no imaginário. Somente uma análise psíquica e psicológica
desses conteúdos, por meio de técnicas especiais (trazidas pela psicanálise), nos permite
decifrar o conteúdo latente que se dissimula sob o conteúdo manifesto.

A psicanálise e a psicologia de Schopenhauer, Brentano e Hartmann

Os críticos consideram impressionante o quanto possivelmente Brentano influenciou a Freud.


Este assistiu suas aulas por pelo menos dois anos, e exatamente na época que Brentano
publicou seu famoso livro de 1874, Psychologie vom empirischen Standpunkte (Psychology
from an Empirical Standpoint. Trad. de A. C. Rancurello, D. B. Terrell, and L. L. McAlister. Ed.
Routledge & Kern Paul, Londres, 1973; 448 p. - "A Psicologia de um ponto de vista empírico")
em que seu equacionamento entre o físico e o psíquico, o psicossomático, é mais salientado.
Arthur Schopenhauer é citado inúmeras vezes no referido livro, onde Brentano também
discute amplamente Karl von Hartman, filósofo alemão chamado "o filósofo do inconsciente",
autor de "A filosofia do inconsciente", de 1983, e o faz precisamente na questão dos estados
mentais inconscientes. Brentano gozava de grande popularidade em meio aos estudantes,
entre os quais estavam, além de Sigmund Freud, o psicólogo Carl Stumpf, e o filósofo Edmund
Husserl.

O quanto Freud retirou de Schopenhauer foi provavelmente através de Brentano. Alguns


críticos de Freud dizem que ele não fez muito mais que desenvolver na Psicanálise as idéias
que o filósofo apresentou em seu livro "O mundo como vontade e representação". E o mais
importante, Schopenhauer articula a maior parte da teoria freudiana da sexualidade. A
começar pela sua teoria dos instintos, o poder dos complexos com origem na inibição sexual,
incesto, fixação materna e complexo de Édipo, correspondem perfeitamente à Vontade
opressora que, na psicologia de Schopenhauer, dirige as ações do homem, e o faz de modo
total, não apenas no instinto sexual (Eros) como também no instinto de morte (Tanatus) uma
manifestação da mesma Vontade condutora da natureza.

O conceito de "Vontade" de Schopenhauer contem também os fundamentos do que viriam a


ser os conceitos de "inconsciente" e "Id" da doutrina freudiana. A Vontade como coisa
absoluta e auto-suficiente, tem ela própria "desejos". Quando se manifesta na forma de uma
criatura ela busca se perpetuar por via dos meios de reprodução dessa criatura. Por isso o
sexo é básico para a Vontade perpetuar a si própria. Resulta que o impulso sexual é o mais
veemente de todos os apetites, o desejo dos desejos, a concentração de toda nossa vontade.

10
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

O que Schopenhauer escreveu sobre a loucura antecipou a teoria da repressão e a


concepção da etiologia das neuroses na teoria da Psicanálise e inclusive o que veio a ser a
teoria fundamental do método da livre associação de idéias utilizado por Freud.

SINTESE DA PSICANÁLISE

As Cinco Premissas da Psicanálise:


1. Existe um inconsciente dinâmico.
2. Existe uma sexualidade infantil.
3. O núcleo da neurose é o complexo de édipo.
4. A neurose do adulto é a repetição da neurose infantil.
5. O indivíduo adoece com a diminuição da capacidade de amar.

Notas:
O inconsciente dinâmico exerce grande influência na conduta dos pacientes.
A sexualidade infantil é o conjunto de transformações no corpo e no psiquismo que se iniciam
no nascimento e culminam na fase fálica.

A neurose está ligada a uma tendência a repetir situações traumáticas.


Freud: focalizava suas teorias no complexo de édipo e na sexualidade infantil.
Pós-Freudianos: focalizavam nas primeiras experiências emocionais infantis.

As duas hipóteses fundamentais da Psicanálise:


As duas hipóteses fundamentais são o determinismo psíquico e o inconsciente.

Teoria Psicanalítica é um corpo de hipóteses sobre o funcionamento e desenvolvimento da


mente humana.

O Determinismo Psíquico afirma que nada acontece por acaso na mente, tudo está
relacionado com algo anterior. Os sonhos também estão sujeitos a essa regra.

A Técnica Psicanalítica são métodos indiretos para o estudo de fenômenos psíquicos ocultos.

A Associação Livre é a essência da técnica psicanalítica.

O Pré-consciente detém tudo aquilo que é de fácil acesso, como memórias e lembranças que
podem facilmente tornar-se conscientes.

O Inconsciente detém aquele conteúdo de difícil acesso e exerce grande influência na vida
mental.

11
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

Os Atos falhos ocorrem por influência do inconsciente.

Impulsos
Impulsos são forças instintivas que, juntamente às percepções sensoriais, vinculam a
Psicanálise com a Biologia.

A diferença entre instinto e impulso está na resposta motora do impulso que é mediada pelo
Ego.

Os impulsos são dinâmicos pois possuem uma fonte, uma finalidade, um objeto e uma força,
empregado energia psíquica (catexia); são inatos e internos ao organismo; estão no limite
entre o somático e o psicológico (no limite entre as necessidade fisiológicas e as
necessidades psicológicas); pertencem ao inconsciente, mas tornam-se conscientes quando se
ligam a um afeto ou a uma representação.

Representações abrangem sensações e experiências emocionais primitivas que ficam


impressas no Ego.

Pulsões (impulsos) são dinâmicas, originam-se do corpo (fonte), visam obter satisfação
(finalidade), possuem um objeto que pode ser uma pessoa ou a própria pessoa, e empregam
uma energia e intensidade (força/catexia) que é constante enquanto não há satisfação.

As pulsões passam por vicissitudes, que são a transformação ou deslocamento da energia


psíquica de uma pulsão para outra.

Tensão é o estado de excitação psíquica provocada por um impulso que impele o indivíduo a
buscar alguma gratificação.

A Energia Psíquica é a energia envolvida na tensão provocada por um impulso.

Catexia é a quantidade de energia psíquica associada à representação mental de uma pessoa


ou objeto.

Libido é a energia com um componente erótico originária de um impulso sexual. A libido


abrange todas as pulsões que se relacionam ao amor.

Destruto é a energia com um componente destrutivo originária de um impulso agressivo.

Fases do desenvolvimento psicossexual são fases de fluxo gradual e variável, denominadas


fase oral, fase anal, fase fálica, latência e fase genital. Os nomes estão relacionados ao
objeto e modalidade de gratificação em que está investida grande energia psíquica.

12
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

As três primeiras fases (oral, anal e fálica) compreendem o desenvolvimento


psicossexual da criança. A fase oral e a fase anal são conhecidas também como a fase
narcísica.

Tanto o impulso libidinal quanto o impulso agressivo participam da progressão das fases.

As pulsões normais são aquelas observadas no desenvolvimento psicossexual.

Intercâmbio de pulsões podem ser exemplificadas quando o sadismo vira masoquismo ou o


voyeurismo vira exibicionismo.

A transformação de pulsões pode ser exemplificada pelos mecanismos de sublimação -


quando a energia da pulsão sexual é empregada em outra atividade; repressão - quando a
energia é reprimida para o inconsciente; e pela formação reativa - quando a energia é
manifesta de uma forma contrária à pulsão original.

Compulsão a repetição trata-se da tendência de voltar a catexia para objetos que já foram
altamente catexizados e repetir a modalidade de gratificação.

Fixação da libido é a permanência de forte catexia libidinal em algum objeto ou modalidade


de gratificação de uma fase passada.

Refluxo ou regressão é quando, na progressão normal do desenvolvimento psicossexual, a


catexia libidinal retorna para um objeto de alguma fase anterior. Quando é desencadeada por
um impulso trata-se de uma regressão instintiva.

Auto-erotismo é voltar a catexia libidinal dispensada a um objeto para o próprio corpo.

Infantilismo psicossexual: refere-se àquelas pessoas que se tornam fixadas em algum


estágio do desenvolvimento psicossexual e não atingem a maturação para a
heterossexualidade.

O Aparelho Psíquico
A mente é dinâmica em seu amadurecimento e funcionamento. As fases não possuem uma
divisão bem definida e eventos marcantes em cada fase costumam influência a vida mental
por um longo tempo.

A diferença entre pré-consciente e inconsciente é que aquilo que está no pré-consciente


torna-se consciente facilmente.

13
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

A Psicologia Profunda (ou Ψ do Ics.) trata dos conteúdos e processos mentais


impedidos de atingir a consciência por alguma força psíquica.

As três hipóteses do Aparelho Psíquico:


1ª. Hipótese Telescópica (ou do Trauma): modelo funcional → uma percepção ou sensação
chega a mente e provoca uma resposta motora (sistema perceptivo → mente → sistema
motor). Paradigma: o neurótico possui remanescências que precisam ser revividas.
2ª. Hipótese Topográfica: dividia a mente em consciente, pré-consciente e inconsciente.
Paradigma: o que é inconsciente precisa se tornar consciente.
3ª. Hipótese Estrutural: divide a mente em Id, Ego e Superego. Paradigma: onde há Id
precisa haver Ego.

Diferença entre a 2a e a 3a Hipótese: a 3a hipótese é mais dinâmica.

Id é onde residem os impulsos. Ego é onde a mente interage com o ambiente e onde os
impulsos do Id são intermediados com os preceitos morais do Superego. Superego é onde
residem os preceitos morais.

As funções do Ego são o controle motor, a percepção sensorial, as lembranças, os


sentimentos e os pensamentos.

A Prova da Realidade é uma função do Ego que consiste em distinguir os estímulos do


ambiente (externos) dos impulsos e desejos do Id (internos).

Os fatores de desenvolvimento gradativo do ego são dois: o crescimento físico sistema


nervoso central (maturação) que é geneticamente determinado e os fatores experienciais.

O corpo do bebê tem uma importância fundamental para o desenvolvimento do Ego pois,
diferente dos demais objetos, o corpo não é apenas sentido, mas também sente. Isso define o
Ego corporal.

Identificação é o processo que enriquece o ego para melhor ou para pior.

A identificação com o agressor ocorre quando um objeto é catexizado pela energia agressiva
e o indivíduo sente satisfação de participar ele próprio, pelo menos em fantasia, do poder e
da glória que atribui ao seu oponente.

O Superego é formado durante o complexo de édipo, como subproduto do medo da castração


– é uma instância psíquica que se separou do ego. É a internalização simbólica da figura
paterna e da cultura ideal. O Superego age como consciência, mantendo o senso de moral e de
proibição, e por tender a ficar em constante oposição aos desejos do Id acaba sendo

14
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

agressivo com o Ego. Diz-se que o Superego é o herdeiro do complexo de édipo


por sua formação estar marcada pelas proibições paternais que impedem a realização dos
desejos incestuosos dessa fase. Ele emerge da solução dada pela criança a esse impedimento,
na forma da introjeção dos pais para si (identificação).

O Superego também encontra a energia para sua formação no sentimento de hostilidade da


criança para consigo mesma.

As três funções principais do Superego são:


Auto-observação;
Consciência moral – responsável pela culpa;
Ideal – responsável pelo sentimento de inferioridade.

Ideal do Ego é uma subdivisão do ego, relativamente autônoma, que surge com a perda do
narcisismo individual e permite a submissão de grupos à figura de um líder.

Ego Auxiliar são objetos do Superego que se organizam como aliados do Ego, estabelecendo
limites e impondo valores de forma não agressiva

Processo primário é o modo original como funciona aparelho psíquico, característico de um


Ego imaturo. No processo primário a energia psíquica se desloca e descarrega no Id ou no Ego
imaturo.

A tendência a gratificação imediata, a facilidade com que a catexia pode ser deslocada do
objeto original ou a facilidade com que um método de descarga pode ser substituído por
outro são características do processo primário.

O deslocamento está ligado ao modo como o Ego originalmente se manifesta, até evoluir e se
tornar capaz de retardar a descarga da energia catéxica.

O pensamento do processo primário é ilógico, atemporal, confuso, não verbalizado e sem


seqüência.

15
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

São três os aspectos do pensamento do processo primário:

Deslocamento: uma parte representa o todo ou o todo representa uma parte de uma idéia ou
objeto.

Simbolismo: linguagem inconsciente para objetos e idéias proibidas.

Condensação: várias idéias são representadas por uma idéia ou parte de uma idéia.

Renegação: o indivíduo acredita em nível inconsciente ter sofrido a castração, sem ter sido
deveras castrado.

Perverso polimórfico: é a capacidade de utilizar qualquer tipo de objeto como fonte de


prazer. É característico das fases iniciais do desenvolvimento psicossexual, a catexia fica
dispersa em vários órgãos.

O processo secundário é o modo característico de funcionamento do Ego maduro. São


características do processo secundário o pensamento consciente, primariamente verbal que
obedece as leis habituais da sintaxe e da lógica.

Neutralização é colocar a energia de um impulso a serviço do Ego. No processo primário a


energia do impulso não é neutralizada. No processo secundário a energia do impulso é
neutralizada.

A frustração é importante para a maturação e desenvolvimento do Ego pois estabelece os


limites entre o "eu" e o "não eu".

O Ego pode opor-se aos impulsos e desejos do Id, e até mesmo combatê-los.O
desenvolvimento do Ego determina inevitavelmente um certo grau de enfraquecimento do Id.

Os processos de gratificação fantasiosa são devaneios ou sonhos onde os desejos do Id se


encontram parcialmente realizados, trazendo uma certa gratificação.

O Princípio do Prazer é a tendência da mente em obter prazer e evitar o desprazer. O Id é


dominado pelo princípio do prazer e pelo processo primário.

É importante notar a diferença entre o princípio do prazer e o processo primário: o


processo primário é objetivo, enquanto o princípio do prazer é subjetivo.

16
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

Duas Teorias da Ansiedade


1ª. Teoria da Ansiedade: a ansiedade seria resultado da transformação da libido
represada.
2ª. Teoria da Ansiedade: a ansiedade seria conseqüência da influência de estímulos que
podiam emanar dos impulsos ou do ambiente.

A ansiedade é causada por estímulos internos do Id ou externos do ambiente que ficam


represados e não são adequadamente assimilados pelo Ego, dando origem a uma situação
traumática.

Ansiedade de alarme é uma função do ego que visa prevenir o trauma por meio da
antecipação da ansiedade de uma situação traumática, em uma situação de perigo ou de perigo
eminente.

A função normal da ansiedade é permitir ao Ego inibir os impulsos e desejos perigosos do


Id.

Mecanismos de defesa do Aparelho Psíquico


Defesa (atividade defensiva do Ego) é o controle exercido pelo Ego sobre os impulsos do Id,
usando a ansiedade que age sobre o "onipotente" princípio do prazer.
Contracatexia é a energia empregada pelos mecanismos de defesa e que faz oposição às
catexias.
Supressão: atividade consciente de "esquecer" um conteúdo.

Mecanismos de Defesa:

1. Repressão: atividade inconsciente em que um conteúdo é bloqueado ao acesso do


consciente.
2. Formação reativa: transformar um sentimento em seu oposto.
3. Isolamento do sentimento: uma fantasia ou pensamento aparece no consciente isolada
de seu respectivo sentimento.
4. Anulação: ação que visa anular suposto dano.
5. Projeção: atribuir impulso ou desejo seu a outra pessoa.
6. Voltar-se contra si próprio: utilizar-se como meio de gratificação a um impulso
destrutivo.
7. Negação: negar a realidade externa.
8. Identificação: introjetar as características de outrem.
9. Regressão: voltar a uma fase anterior relacionada ao trauma que desencadeia o
mecanismo.

17
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

10. Sublimação: gratificar os impulsos por meio de uma atividade produtiva e


aceita pelo Superego.

Os mecanismos de defesa raramente são empregados de modo isolado ou mesmo aos pares, ao
contrário, muitos são usados em conjunto. Em geral um ou dois mecanismos sobressaem-se
como sendo os mais importantes.

As Transformações Sofridas pelo Ego


Segundo Freud não haveria ego no recém-nascido, no início apenas o Id está presente.
Madeleine Klein e outros refutam essa idéia, para os pós-freudianos o ego é inato.

O Ego Arcaico (ou Ego do prazer puro) já permite interação com o mundo exterior, mas é
incapaz de diferenciar o "eu" do "não eu" por não possuir condições neurobiológicas para
tanto. Nesta fase o bebê expele (projeta) tudo que for desagradável e retém (introjeta)
tudo o que for agradável.

No Ego da Realidade Primitiva persiste a indiscriminação entre o "eu" e o "outro", a


realidade exterior. O processo de representações no ego está em pleno andamento.

O Ego da Realidade Definitiva é o estágio em que a criança procura reencontrar no exterior


um objeto real que corresponda à representação de um objeto primitivamente satisfatório e
perdido.

As Funções do Ego
Freud definiu o Ego como sendo um conjunto de funções e de representações a nível
inconsciente e consciente. Na Psicanálise Clássica a preocupação era com os conflitos que se
processavam no plano inconsciente entre as pulsões e as defesas; já na Psicanálise
Contemporânea Vincular, embora persista a valorização da abordagem clássica, é concedida
grande importância a muitos outros aspetos do plano consciente.

As Funções Egóicas apresentam implicações inconscientes mas manifestam-se principalmente


no plano consciente. Estão intimamente ligadas aos órgãos dos sentidos, contatam
diretamente a realidade externa com a finalidade adaptativa.

As funções inconscientes do Ego são os mecanismos de defesa e a ansiedade.

Atividades com participação consciente do Ego:

Percepção: é como o indivíduo percebe o mundo exterior e a possível intenção dos outros, e
como o indivíduo percebe a si próprio.

18
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

Pensamento: a capacidade para pensar de forma eficaz tem origem no plano


inconsciente do ego. Depende da capacidade do sujeito se deprimir para possibilitar a
formação de símbolos que permitam a generalização e abstração do pensamento. O ato de
pensar requer o estabelecimento de confrontos e correlações entre idéias, fatos presentes e
passados e entre aspectos contraditórios de si mesmo.

Juízo Crítico: supõe a capacidade do ego em articular e discriminar diversos pensamentos


que são separados entre si, relaciona-se a capacidade de raciocínio (articulação de diversos
juízos).

Capacidade de Síntese: consiste em juntar e integrar os mesmos elementos que estão sendo
pensados, mas com um novo arranjo combinatório de modo a possibilitar um novo significado.

Conhecimento: função egóica importante na prática psicanalítica pois permite tomar ciência
das verdades penosas, externas e internas.

Linguagem e Comunicação: dá boa ou má resolução das funções do pensamento e


conhecimento, e resultará na qualidade da estrutura lingüística e comunicacional.

Ação: função do ego que se refere ao plano comportamental. Depende da harmonia entre as
funções de pensamento de conhecimento com as funções de conduta (ação). A falha nesta
função egóica acarretará na reprodução das vivências de impotência infantil e na descarga da
ansiedade na forma de actings e de condutas sintomas.

Diferença entre a visão Psicanalítica da visão Behaviorista do comportamento: os


Psicanalistas valorizam a participação do Ego (mundo interior) na conduta do indivíduo, já os
Behavioristas preocupam-se apenas com os estímulos positivos e inibitórios provenientes do
ambiente, que geram a resposta ou conduta exterior.

Atividades com participação inconsciente do Ego:

Formação de ansiedade: divide-se em dois tipos de angústia. A angústia automática ocorre


quando há um excesso de estímulos que o Ego não consegue processar e, por isso, reprime-os.
A angústia sinal é concebida como "sinal" emitido pelo ego diante de uma ameça, para então
processar-se a repressão.

Mecanismos de defesa, também são uma atividade inconsciente do Ego.

19
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

Ansiedades e Angústias identificadas por Freud

Ansiedade: receio sem relação com qualquer contexto de perigo de causa psicológica
inconsciente.
Angústia: ansiedade ou aflição intensa.
Angústia de Nascimento: situação traumática primal.
Angústia de Desamparo: deriva da incapacidade do ego em processar os traumas psíquicos e
pode ser considerada como o protótipo de todas as demais angústias. Manifesta-se com uma
terrível sensação de desvalia e abandono.
Angústia de perda: ocorre em momentos de separação do objeto catexizado.
Angústia de perda do amor dos pais: ocorre no complexo de édipo e é importante no
desenvolvimento psicossexual da criança.
Angústia de castração: também ocorre no complexo de édipo. Quando mal resolvida pode
gerar problemas como insegurança.
Angústia de culpa e medo diante do Superego: ameaça de punição em nível de vida mental
caso houver transgressão do código de valores impostos pelo Superego.
Angústia devido à presença do instinto de morte (thanatos): desejo inato ao ser humano de
autodestruição.

1ª. Teoria da Ansiedade: a ansiedade é resultado da descarga de um represamento


inadequado da libido. A ansiedade era a libido transformada em uma manifestação patológica.

2ª. Teoria da Ansiedade: a ansiedade é o problema central da neurose e tinha uma base
biológica herdada. Sendo o ego o local de todas as emoções, a ansiedade deveria, portanto,
ser sentida no ego. Quanto mais desenvolvido for o ego mais ele será capaz de dominar ou
descarregar os estímulos produzidos quer sejam eles de ordem interna ou externa. A
situação se tornaria traumática apenas quando esses estímulos superarem a capacidade do
ego de digerí-los adequadamente.

Diferença entre a 1ª Teoria da Ansiedade e a 2ª Teoria da Ansiedade: na primeira


teoria a ansiedade é originada por estímulos internos, na segunda teoria a ansiedade pode
tanto ser originada por estímulos internos quanto externos.

Mecanismos de Defesa do Ego

São processados pelo Ego e são praticamente inconscientes. Quanto mais imaturo e menos
desenvolvido estiver o ego, mais primitivas e carregadas de magia serão as defesas. O
mecanismo fundamental do ego é rejeitar de qualquer forma a vivência e a tomada de
conhecimento de experiências emocionais ansiogênicas.

20
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

A importância dos mecanismos de defesa: todos os mecanismos de defesa


participam do enriquecimento do Ego, ou seja, são estruturantes para a época do seu
surgimento. A forma e o grau do emprego destes mecanismos diante da ansiedade é que vai
determinar a natureza da formação de uma normalidade ou patologia nas diferentes
estruturas psíquicas.

Símbolos
A Formação de Símbolos é uma capacidade exclusiva do ser humano e é por meio dela que a
criança terá acesso a outras capacidades de conceituar, generalizar, abstrair, verbalizar,
construir metáforas e criar, sendo que a aquisição e a verbalização da palavra que designa
fatos e idéias – característica do processo secundário – representa um dos mais nobres
símbolos.

Identificação
Identificação é a aquisição de um sentimento de identidade coesa e harmônica resulta do
reconhecimento e da elaboração de diferentes identificações parciais que foram sendo
incorporadas aos indivíduos pela introjeção dos valores dos pais que, por sua vez, transmitem
os valores que assimilaram da sociedade.

Dois tipos de identificação


Proto-identificação: tem natureza arcaica e divide-se em 4 modalidades:

• Adesiva, quando há uma fusão e não se forma uma identificação acompanhada de uma
necessária individuação (o indivíduo absorve a característica como ela é, sem adaptá-la
à sua subjetividade).
• Especular, comum na infância quando a criança comporta-se como se fosse uma mera
imagem que só reflete os desejos da mãe.
• Aditiva, quando o indivíduo não encontra sua identidade própria e torna-se dependente
de certas pessoas que complementam as lacunas de sua personalidade.
• Imitativa, que é a identificação saudável, quando a criança introjeta as características
sem anular-se, sem tornar-se dependente, e adaptando-as às sua subjetividade.

Identificação propriamente dita é aquela que resulta dos processos de introjeção de figuras
paternais dentro do ego sob a forma de representação objetais - símbolos - e no superego.

Tipos e causas das identificações propriamente ditas

• Com a figura amada e admirada, tipo mais sadio e harmônico de identificação;


• Com a figura idealizada, costuma ser frágil devido à pequena tolerância às decepções e
custa ao indivíduo um esvaziamento de suas capacidades afetivas;

21
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

• Com a figura odiada, que configura a identificação com o agressor;


• Com a figura perdida, base do processo depressivo;
• Com a figura que, na realidade ou na fantasia, foi atacada - identificação com a vítima;
• Com valores impostos pelos pais, mais evidente ao final do complexo de édipo.

A identificação pode se dar por meio da projeção, onde características do próprio indivíduo
que, de início, não podem ser assimiladas por ele, são projetadas em outrem para então serem
introjetadas.

A aquisição do sentimento de identidade se dá em vários planos - sexual, social, profissional


- e inicia-se com as múltiplas identificações parciais ou totais, saudáveis ou não. A identidade
sofre contínuas transformações ao longo da vida. Existem vários transtornos do sentimento
de identidade, tais como os normais - como a adolescência -, até as formas patológicas que
aparecem em indivíduos psicopatas.

“Falso Self” é uma percepção errada que o indivíduo possui de si mesmo, que o leva a agir de
maneira diferente àquela que seria de se esperar de sua formação.

Difusão de identidade é quando o indivíduo projeta suas características nos outros e as


encontra de maneira desintegrada em si mesmo.

22
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão
Todos os Direitos Reservados – www.portal3visao.com.br

BIBLIOGRAFIA

Amaral Dias, C. (2000). Freud para além de Freud (Vol. 1). Lisboa: Fim de Século.

Amaral Dias, C. (2001). Psicanálise, Psicoterapia, Epistemologia e Método científico: Muitas


questões, algumas considerações. Interacções, nº1: pp. 11-27.

Amaral Dias, C. (2004). Costurando as linhas da psicopatologia borderland (estadoslimite).


Lisboa: Climepsi.

Amaral Dias, C. (2005). Freud para além de Freud (Vol. 2). Lisboa: Climepsi.

Amaral Dias, C. (2007). Da psicanálise à psicoterapia psicanalítica e da psicoterapia


Psicanalítica à psicanálise. Conferência de encerramento do primeiro ano de formação em
psicoterapia psicanalítica. Lisboa.

Bibring, E. 1954). Psychoanalysis and dynamic psychotherapies. Journal of the American


Psychoanalytic Association, 2: pp. 745-770.

Bion, W. R. (1959/1994). Ataques à ligação. In Elementos psicanalíticos revisitados. Rio de


Janeiro: Imago (obra original publicada em 1959).

Bion, W. R. (1970/1993). Attention and interpretation. London: Karnac (obra original


publicada em 1970).

Zimerman, D. (2003). Manual de técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artmed.

23
CURSO DE TERAPEUTA ESPIRITUALISTA – Portal Terceira Visão

Você também pode gostar