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UP CURSOS 2022

Consultoria de Imagem
Personal Stylist

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O que é personalidade ....................................................................................... 2

Teorias Psicodinâmicas: Freud, Jung, Reich, Adler, Fromm e Horney............... 3

Teorias humanistas existenciais: Frederick Perls, Abraham Maslow e Carl


Rogers ............................................................................................................. 12

Teoria social cognitivista de Albert Bandura ..................................................... 14

Influência da Personalidade e efeitos sobre a Administração .......................... 16

Teoria da Personalidade: a psicanálise e a teoria crítica................................. 18

O vínculo, os afetos, a angústia, a separação e a morte .................................. 21

Referências bibliográficas ............................................................................... 24

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O QUE É PERSONALIDADE

Personalidade é o conjunto de características psicológicas que


determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a
individualidade pessoal e social de alguém.

Carver e Scheier dão a seguinte definição: "Personalidade é uma organização


interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de
comportar-se, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa". Esta
definição de trabalho salienta que personalidade:

 é uma organização e não uma aglomerado de partes soltas;


 é dinâmica e não estática, imutável;
 é um conceito psicológico, mas intimamente relacionado com o corpo e
seus processos;
 é uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa
com o mundo que a cerca;
 mostra-se em padrões, isto é, através de características recorrentes e
consistentes
 expressa-se de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e
emoções.

Há a possibilidade de haver uma real relação entre forma física e


características psicológicas.

Forma física → autopercepção → autoestima → comportamento

Forma física → autopercepção → interesses e motivos → comportamento

Forma física → juízo alheio (reação dos outros ao indivíduo) → autoestima →


comportamento

Forma física → juízo alheio → interesses e motivos → comportamento

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TEORIAS PSICODINÂMICAS

Psicodinâmica é o estudo e teorização sistemáticos das forças psicológicas


que agem sobre o comportamento humano, enfatizando a interação entre as
motivações consciente e inconsciente.

O conceito original de "psicodinâmica" foi desenvolvido por Sigmund Freud.

Suas teorias e seus tratamentos foram controversos na Viena do século XIX, e


continuam a ser muito debatidos hoje. Sua teoria é de grande influência na
psicologia atual e segue se desenvolvendo através de estudos e prática clínica
na área, com psicanalistas que vieram depois dele. Estes criaram suas próprias
teorias, mas sempre com base nos pressupostos intrínsecos colocados por
Freud, como a noção de inconsciente e transferência.

Em suas teorias, Freud afirma que os pensamentos humanos são


desenvolvidos por processos diferenciados, relacionando tal ideia à de que o
nosso cérebro trabalha essencialmente no campo da semântica, isto é, a
mente desenvolve os pensamentos num sistema intrincado de linguagem
baseada em imagens, as quais são meras representações de significados
latentes. Em diversas obras, como "A Interpretação dos Sonhos", "A
Psicopatologia da Vida Cotidiana" e "Os Chistes e suas Relações com o
Inconsciente", Freud não só desenvolve sua teoria sobre o inconsciente da
mente humana, como articula o conteúdo do inconsciente ao ato da fala,
especialmente aos atos falhos. Para Freud, a consciência humana subdivide-se
em três níveis: Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente – o primeiro contém
o material perceptível; o segundo, o material latente, mas passível de emergir à
consciência com certa facilidade; e o terceiro contém o material de difícil
acesso, isto é, o conteúdo mais profundo da mente, que está ligado
aos instintos primitivos do homem.

Os níveis de consciência estão distribuídos entre as três entidades que formam


a mente humana, ou seja, o Id, o Ego e o Superego.

Segundo Freud, o conteúdo do inconsciente é, muitas vezes, reprimido pelo


Ego. Para driblar a repressão, as ideias inconscientes apelam aos mecanismos

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definidos por Freud em sua obra "A Interpretação dos Sonhos", como
deslocamento e condensação. Estes dois, mais tarde, seriam relacionados por
Jacobson à metonímia e metáfora, respectivamente.

Portanto, as representações de ideias inconscientes manifestam-se nos sonhos


como símbolos imagéticos, tanto metafóricos quanto metonímicos. Aplicando o
conceito à fala, o inconsciente consegue expelir ideias recalcadas através
dos chistes ou atos falhos. Freud propõe que as piadas ou as "trocas de
palavras por acidente" nem sempre são inócuas. Antes, são mecanismos da
fala que articulam ideias aparentes com ideias reprimidas, são meios pelos
quais é possível exprimir os instintos primitivos.

Semelhante à análise dos sonhos, a análise da fala seria um caminho


psicanalítico para investigar os desejos ocultos do homem e as causas
das psicopatologias.

"É na palavra e pela palavra que o inconsciente encontra sua articulação


essencial."

Deste modo, Freud cria uma inter-relação entre os campos da linguística e da


psicanálise, que será retomada por estudiosos posteriores, como Jacques-
Marie Émile Lacan.

O objetivo da terapia freudiana ou psicanálise é, relacionando


conceitos cartesianos da mente e conceitos da hidráulica, mover (mediante a
associação livre e a interpretação dos sonhos) os pensamentos e sentimentos
reprimidos (explicados como uma forma de energia) através do consciente para
permitir, ao sujeito, a catarse que provocaria a cura automática.

Enquanto elementos, as representações são originadas da percepção sensorial


do indivíduo. São unidades mentais tanto de objetos, como de situações,
sensações, relações.

A representação de objeto, também chamada de representação da "coisa", é


"um complexo de associações, formado por uma grande variedade de
apresentações visuais, acústicas, táteis, cinestésicas e outras", de acordo com
Freud.

As emoções, por exemplo, são processos de descarga de energia, que são


percebidos como os sentimentos. São as chamadas representações
imagéticas, que não formam imagens psíquicas, e sim traços mnésicos de
sensações.

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É preciso destacar que as relações entre as representações não são a
demonstração e a manifestação dos sentimentos, dos afetos, das emoções. A
relação entre os tipos de representação formam as ideias, ou seja, as relações
associativas contidas nas representações de objeto (captadas pelos processos
perceptivos) formam os complexos de sensações associados, dando origem a
uma representação completa. Portanto, um único objeto representado na
mente é constituído por seus vários aspectos sensoriais da realidade externa:
cor, gosto, textura, cheiro e coisas do gênero.

Segundo Freud, o processo de pensamento é a ativação ou inibição dos


complexos de sensações associadas que tornam, possível, o fenômeno
representacional psíquico, o que se dá através da energia que flui no sistema
nervoso pelos sistemas de neurônios. Podemos distinguir, neste
processamento, um nível primário e um secundário.

Freud procurou uma explicação à forma de operar do inconsciente, propondo


uma estrutura particular. No primeiro tópico, recorre à imagem do iceberg em
que o consciente corresponde à parte clara, e o inconsciente corresponde à
parte não visível, ou seja, à parte submersa do iceberg. De sua teoria, ele
estava preocupado em estudar o que levava à formação dos sintomas
psicossomáticos (principalmente a histeria, por isso apenas os conceitos de
inconsciente, pré-consciente e consciente eram suficientes). Quando sua
preocupação se virou para a forma como se dava o processo da repressão,
passou a adotar os conceitos de id, ego e superego.

O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo


Freud, o reservatório das pulsões, dessa forma toda energia envolvida na
atividade humana seria advinda do Id. Inicialmente, considerou que todas
essas pulsões seriam ou de origem sexual, ou que atuariam no sentido de
autopreservação. Posteriormente, introduziu o conceito das pulsões de morte,
que atuariam no sentido contrário ao das pulsões de agregação e preservação
da vida. O Id é responsável pelas demandas mais primitivas e perversas.

O Ego, permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e


nossas crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a consciência.
Um eu saudável proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e
interagir com o mundo exterior de uma maneira que seja cômoda para o id e o
superego.

O Superego, a parte que contra-age ao id, representa os pensamentos


morais e éticos internalizados.

Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da


mente. Argumentou que essa relação é influenciada por fatores ou energias

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inatas, que chamou de pulsões. Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros,
uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e Tânato, a pulsão
da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas
as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto.
Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal
a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão
de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingeri-
lo, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação.

As percepções de um acontecimento, do mundo externo ou interno, pode ser


algo muito constrangedor, doloroso, desorganizador, para evitar esse
desprazer, a pessoa “deforma” ou suprime a realidade – deixa de registrar
percepções externas, afasta determinados conteúdos, psíquicos, interfere no
pensamento. São vários mecanismos que o indivíduo pode realizar essa
deformação da realidade, chamados mecanismos de defesa, são eles:

RECALQUE: indivíduo “não vê” ou “não ouve” o que ocorre. Existe a supressão
de uma parte da realidade.

FORMAÇÃO REATIVA: o ego procura afetar o desejo que vai para


determinada direção, e para isso o indivíduo adota uma atitude oposta á esse
desejo.

REGRESSÃO: o indivíduo retorna as etapas anteriores do seu


desenvolvimento, é passagem para modos de expressão primitivos.

PROJEÇÃO: é uma confluência de distorções do mundo externo e interno. O


indivíduo localiza no mundo externo e não percebe que aquilo foi projetado
com algo que considera indesejável.

RACIONALIZAÇÃO: o indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente


convincente e aceitável, que justifica os estados “deformados” de convivência.

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Como pesquisador em um hospital psiquiátrico na Suíça, Jung chamou a
atenção de Sigmund Freud, fundador da psicanálise, e vários conceitos
desenvolvidos pelos dois apresentam semelhanças, embora eles não tenham
chegado a trabalhar juntos. Conclusões mais notáveis observadas por ele:

Nenhum indivíduo é totalmente introvertido ou extrovertido

Em Tipos Psicológicos, um de seus livros mais influentes, Jung analisa os


padrões da personalidade e comportamento que compõem as singularidades
de um indivíduo. Para o psiquiatra, todas essas características são resultado
da maneira única como cada pessoa opta por utilizar suas capacidades
mentais.

Jung afirma que existem duas “atitudes” opostas, conhecidas como extroversão e
introversão: cada indivíduo parece dividir sua energia entre o mundo externo e
interno, em diferentes escalas.

Ele identificou quatro funções psicológicas fundamentais: a sensação,


pensamento, sentimento e intuição. Cada uma delas pode operar tanto através
do indivíduo introvertido como do extrovertido. Normalmente, apenas uma
dessas características é mais dominante – a chamada “função superior”. As
demais funções são mantidas no inconsciente, menos notáveis e
desenvolvidas.

Para Jung, o ego é um dos principais arquétipos da personalidade e o centro


da consciência. Ele fornece direção às nossas “vidas conscientes” e tenta nos
convencer de que devemos sempre planejar e analisar nossas experiências
conscientemente. A explicação é parecida com a versão do psicanalista
Sigmund Freud: o ego surge do inconsciente e reúne várias memórias e
experiências, desenvolvendo assim a verdadeira divisão entre o inconsciente e
consciente.

Todos os indivíduos passam por essa adaptação, que tem aspectos negativos
e positivos. A persona pode ser crucial para o desenvolvimento da
personalidade, quando o ego passa a se identificar com o papel que
desempenhamos. De acordo com Jung, é comum derrubarmos essa
identificação para aprender quem somos de verdade no processo de
individualização, mas é possível que as pessoas também passem a acreditar
de verdade nessa “máscara” ilusória da persona.

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Reich condenava frontalmente a prática de Yoga, que via como uma tentativa
de reprimir os impulsos vitais por meio de técnicas respiratórias, o que
impediria a liberação da energia vital e, portanto, ajudaria na manutenção dos
bloqueios psíquicos (causadores das neuroses) e musculares (causadores
concorrentes de doenças somáticas).

Para Alfred Adler, os seres humanos vivem de acordo com idéias puramente
ficcionais, sem nenhum equivalente na realidade. Essas ficções, por exemplo",
todos são iguais", " a honestidade é a melhor política" e "os fins justificam o
meio", permitem que os humanos lidem com a realidade de forma mais efetiva.
São construtos ou suposições e não hipóteses que podem ser testadas e
confirmadas. Elas podem ser dispensadas quando deixam de ser úteis.

Adler refuta o determinismo histórico de Freud, isto é, as experiências durante


a infância inicial determinam a personalidade. Para Adler os humanos são mais
motivados por suas expectativas em relação ao futuro do que pelas
experiências do passado.

As metas existem subjetivamente ou mentalmente, aqui e agora, como metas


ou ideais que afetam o presente comportamento. A meta final pode ser uma
ficção, isto é, um ideal impossível de realizar, mas continua sendo um estímulo
muito real para a busca humana e para a explicação final da conduta. Se uma
pessoa, por exemplo, acredita que existe um céu para as pessoas virtuosas e
um inferno para as pecadoras, essa crença exercerá uma considerável
influência em sua conduta.

A pessoa normal pode libertar-se da influência dessas ficções e enfrentar a


realidade quando necessária atitude que a pessoa neurótica é incapaz de
tomar. Adler identificava a teoria de Freud com o princípio da causalidade, e a
sua própria teoria com o princípio do finalismo.

Adler descreveu quatro estilos de vida diferentes, cada um conceitualizado em


termos do grau de interesse social e atividade:

O tipo "dominante" tem muita atividade, mas pouco interesse social. Tais
pessoas tentam lidar com os problemas da vida dominando-os.

O tipo "obtentor", que certamente é o mais freqüente, espera que lhe dêem
tudo o que precisa.

O tipo "evitante", tenta não ser derrotada pelos problemas da vida evitando os
próprios problemas.

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O tipo "socialmente útil", é ativo a serviço dos outros. Essas pessoas
enfrentam as tarefas da vida e tentam resolvê-las de uma maneira consistente
de acordo com as necessidades dos outros indivíduos.

O neurótico desenvolve os sintomas como uma proteção contra o esmagador


senso de inferioridade que está tentando evitar tão desesperadamente. Essa
tentativa incessante de proteger o self da inferioridade se transforma em um
círculo viciosos, pois a falta de interesse social que levou ao problema também
impede sua solução.

A incapacidade do neurótico de lidar com os problemas da vida o leva a criar


"salvaguardas". Essas salvaguardas são análogas aos mecanismos de defesa
freudianos, mas servem para proteger o neurótico da baixa auto-estima gerada
pela inferioridade e pelo fracasso nas tarefas de vida, não da ansiedade gerada
por um conflito entre pulsões instintuais e proibições morais.

Adler descreveu três categorias gerais de salvaguardas:

 As desculpas se referem a qualquer tentativa de evitar a culpa pelos


fracassos da vida.
 A agressão envolve culpar os outros pelo fracasso.
 O distanciamento inclui protelações, alegações de impotência ou
tentativas de evitar problemas.

Experimentação da identidade por individualidade ou conformidade

(Erich Fromm)

Sentir-se como um “eu”, portanto como ser separado de seu ambiente, não é
apenas um problema filosófico, mas uma importante premissa de saúde da
alma. Como o homem deve viver independentemente e sem raízes naturais,
ele tem de ser capaz de formar uma imagem de si. Neste ponto está a
premissa para toda e qualquer transcendência, pois apenas desta maneira o
homem pode experimentar-se como sujeito de suas ações e estar consciente
de seu ser autônomo. A necessidade da experimentação de uma identidade é
tão essencial, que isto por vezes é expressado em forma de conformidade
exacerbada, pela qual o ser está preparado até mesmo a dar sua vida, apenas
para agir de acordo ao grupo e, desta forma, receber um sentimento de
identidade. A experimentação de identidade só pode ser desta maneira sempre
ilusória.

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Horney tinha uma perspectiva sobre a neurose diferente de outros psicanalistas
da sua época. Seu expansivo interesse no assunto a levou a compilar uma
detalhada teoria da neurose, com dados de seus pacientes. Horney acreditava
que a neurose era um processo contínuo - com neuroses comumente
ocorrendo esporadicamente na vida de alguém. Isso contrastava com as
opiniões de seus contemporâneos que acreditavam que a neurose era, como
outras doenças mentais severas, uma disfunção da mente em resposta à
estímulos externos, como luto, divórcio ou experiências negativas durante
a infância e adolescência.

Horney acreditava que esses estímulos eram menos importantes, exceto por
influências durante a infância. Ao invés disso, ela deu ênfase significativa na
indiferença parental pela criança, acreditando que a percepção infantil dos
eventos, em contraste com as intenções dos pais, é a chave para entender a
neurose de alguém. Por exemplo, uma criança pode sentir falta de carinho e
afeição se um pai tirar sarro dos sentimentos dela. Um pai também pode ser
negligente quanto à cumprir promessas, o que pode ter um efeito negativo no
estado mental da criança.

Das suas experiências como psiquiatra, Horney nomeou dez tipos de


necessidades neuróticas. Essas dez necessidades são baseados nas coisas
que ela pensava que todos humanos precisam para ter êxito na vida. Horney
alterou essas necessidades para o que ela pensava corresponder a neuroses
individuais. Uma pessoa neurótica podia, teoricamente, exibir todas essas
necessidades, embora um número bastante inferior seja necessário para uma
pessoa poder ser considerada neurótica.

Horney também compartilhava a visão de Abraham Maslow de que a auto-


realização é algo que todas as pessoas buscam. Por "self" ela entendia a
essência de um próprio ser e seu potencial. Horney acreditava que se nós
tivermos uma percepção apropriada de nós mesmos, estaremos assim aptos a
alcançar nosso potencial e realizar o que desejamos, dentro dos limites do
razoável. Ela acreditava que a auto-realização é o objetivo da pessoa saudável
durante a vida - se opondo ao apego neurótico para com algumas
necessidades chave.

De acordo com Horney nós podemos ter duas visões diferentes de nós
mesmos: o "self real" e o "self ideal". O self real é quem e o que nós somos de
fato. O self ideal é a pessoa que nós sentimos que deveríamos ser. O self real
tem o potencial para o crescimento, felicidade, força de vontade, realizações,
etc., mas também tem deficiências. O self ideal é um modelo usado para
auxiliar o self real a desenvolver o seu potencial e atingir a auto-realização.
(Engler 125)Mas é importante saber as diferenças entre o nosso self real e
ideal.
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O self da pessoa neurótica está dividido entre o idealizado e o real. Como
resultado, indivíduos neuróticos sentem que não vivem de acordo com o self
ideal. Eles sentem que tem uma falha em comparação com o que eles
"deveriam" ser. Seus objetivos não são realistas, ou sequer possíveis. O self
real então se degenera tornando-se um "self desprezível" e a pessoa neurótica
assume que esse é o seu self "verdadeiro”. Assim, o neurótico é como um
pêndulo de relógio, oscilando entre uma "perfeição" falaciosa e uma
manifestação de ódio a si mesmo. Horney se referiu a este fenômeno como a
"tirania do dever" e a desesperançosa "busca por glória" do neurótico. Ela
concluiu que esses traços arraigados na psique evitam que o potencial do
indivíduo um dia seja atingido, a não ser que o ciclo de neurose seja de algum
modo quebrado, através de tratamento.

Temperamento, competências e as disposições ligadas à ação são traços de


personalidade ligados ao comportamento. Um outro grupo de traços está ligado
às particularidades da valoração ou do juízo de valor. Valorar um objeto da
percepção ou imaginário é dar-lhe um valor e esse valor gera preferências - e
estas podem tornar-se relevantes para o comportamento.

Por postura de valores (Werthaltungen) entende-se a tendência individual de se


julgarem determinados objetivos (ex. liberdade, igualdade) ou disposições de
ação (ex. honestidade, prestatibilidade) como desejáveis ou indesejáveis. Entre
os diferentes tipos de postura e as disposições de comportamento
correspondentes há uma relação de correlação - ou seja, pessoas que
valorizam novidades (postura) tendem a ser curiosas (disposição de
comportamento); pessoas ansiosas (disposição de comportamento) costumam
valorizar a segurança (postura).

A autoestima, como parte valorativa do conhecimento de si mesmo, ou seja, o


juízo que eu faço sobre mim mesmo, pode ser concebida como a atitude de
uma pessoa sobre si mesma e assim também é uma característica da
personalidade, se bem que menos estável do que a autoimagem por ser
sensível a variações do humor. A autoestima é uma característica situação-
específica, ou seja, ela varia de acordo com a situação: eu posso estar
satisfeito comigo mesmo quando estou na universidade, mas insatisfeito
quando estou na quadra de esportes.

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TEORIAS HUMANISTAS EXISTENCIAIS:

FREDERICK PERLS, ABRAHAM MASLOW E CARL ROGERS

A psicologia humanista é um ramo da psicologia em geral, e da psicoterapia,


considerada como a terceira força, ao lado da psicanálise e da psicologia
comportamental.

A psicologia humanista surgiu como uma reação ao determinismo dominante


nas outras práticas psicoterapêuticas, ensinando que o ser humano possui em
si uma força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de
uma personalidade criativa e saudável.

O primeiro teórico a desenvolver uma teoria humanista na psicologia


foi Abraham Maslow, com sua pirâmide das necessidades. Suas ideias foram
recebidas, mais tarde, por Carl Rogers na sua terapia centrada no cliente,
assumindo assim um significado prático. A tese central de Carl Rogers é:

““O indivíduo possui possibilidades inimagináveis de compreender-se de


modificar os conceitos que tem de si-mesmo, suas posturas e seu
comportamento; esse potencial pode ser liberado se a pessoa puder ser trazida
a uma situação caracterizada por um clima favorável para o desenvolvimento
psíquico".

Os transtornos mentais originam-se, assim, através do bloqueamento do


desenvolvimento natural do ser humano por fatores externos.

Uma série de autores, que originalmente não pertenciam à psicologia


humanista, desenvolveram abordagens que lhe são muito próximas. Entre eles
o fundador da logoterapia Viktor E. Frankl, o psicanalista humanista Erich
Fromm, e Fritz Perls, fundador da gestaltoterapia. Pressupostos básicos de
todas essas linhas são:

O ser humano é mais do que a soma de suas partes tomadas individualmente;

 ele vive em relações interpessoais;


 ele é um ser consciente e pode desenvolver sua percepção;
 ele pode decidir-se;
 ele comporta-se de maneira intencional.

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Atualmente, com suas semelhanças e diferenças, há várias correntes da
psicologia identificadas como a Terceira Força em Psicologia Humanista,
algumas delas são a Gestalt-terapia, a Psicoterapia centrada na pessoa,
o Psicodrama, a Psicologia fenomenológico-existencial e o Daseinsanalyse.

“O elemento básico do campo do conhecimento é a experiência direta e íntima.


(…). Não há substituto para a experiência”.

– Abraham Maslow –

A psicologia humanista tem como principal característica considerar o ser


humano como um todo. Ela se baseia no fato de que há múltiplos fatores
envolvidos na saúde mental. Todos eles convergem e estão interligados:
as emoções, o corpo, os sentimentos, o comportamento, os pensamentos, etc.

“Percebo que se fosse estável, prudente e estático, viveria na morte. Portanto,


aceito a confusão, a incerteza, o medo e os altos e baixos emocionais, porque
esse é o preço que estou dispostoa pagar por uma vida fluida, rica e excitante”..

– Carl Rogers –

A psicologia humanista é uma corrente da psicologia que surgiu no meio do


século XX. Nasceu como uma alternativa para as duas escolas principais: o
behaviorismo e a psicanálise. Seu objetivo era dar uma resposta diferente,
abordando os problemas do ser humano, oferecendo uma perspectiva da área
da saúde ao invés da doença.

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TEORIA SOCIAL COGNITIVISTA DE ALBERT BANDURA

A fase inicial da pesquisa de Bandura analisou os fundamentos


da aprendizagem de crianças e adultos, particularmente em imitar o
comportamento observado em outros, em particular, comportamentos
agressivos.

A desobrigação moral seletiva (ou desengajamento) ocorre por meio de uma


reestruturação cognitiva para transformar um comportamento, que um indivíduo
consideraria desumano em outras situações, em uma ação socialmente
justificável. Para Bandura essa desobrigação moral seletiva pode ocorrer pelos
seguintes processos psicológicos:

Justificação moralista: Princípios religiosos, imperativos nacionalistas


e ideologias são usadas desde a pré-história para justificar violência e condutas
destrutivas.

Exemplo: Matar, torturar ou agredir para defender a moral religiosa, os


interesses do país ou a tradição e bons costumes.

Linguagem saneantes: Eufemismos são usados para sentir menos culpa.

Exemplo: Chamar inocentes mortos por mísseis de "efeitos colaterais" e


soldados da sua equipe mortos na batalha de "baixas" ou "perdas".

Comparação social exoneratória: Comparar um comportamento errado com


outra possibilidade pior para minimizá-la ignorando a incerteza do futuro.

Exemplo: Defender que a guerra fria foi importante para evitar a escravidão e
miséria no país que o avanço comunista causaria.

Difusão da responsabilidade: Quanto mais pessoas em um grupo com


potencial de ajudar, menor a responsabilidade de cada uma delas por não
ajudar. Assim a culpa é diluída entre todos os responsáveis.

Exemplo: Acreditar que se outras empresas também poluem, a


responsabilidade do nível atual de poluição não é da própria empresa. As
outras empresas usam a mesma lógica e ninguém se sente responsável.

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Deslocamento da responsabilidade: Responsabilizar outro pelas suas ações,
principalmente autoridades superiores, divinas, instintos ou efeito de drogas.
Exemplo: Quando soldados ou policiais sentem que apenas cumprem ordens
ou leis; quando religiosos defendem suas agressões como ordens de seu livro
sagrado, profeta ou deus; quando consideram seguir a "lei da selva" ou "lei do
mais forte"; quando justificam a bater na esposa como culpa do álcool.

Ignorar ou minimizar os efeitos prejudiciais de suas ações: Quando menos


visível é a consequência prejudicial de um ato, mais fácil é executá-lo. Pelo
contrário, ver as consequências de seus atos torna mais difícil a agressão.

Exemplo: Lançar um míssil teleguiado para destruir um edifício incomoda


menos que entrar no edifício com uma metralhadora e ver pessoas morrerem
mesmo quando o número de mortos é o mesmo. De forme similar, explorar
funcionários é mais fácil em empresas grandes, em que os grandes
empresários não vêem os funcionários.

Desumanização das vítimas: Ao desumanizar, a vítima não é visto como uma


pessoa digna de sentimentos, pena e preocupações. Envolve não reconhecer
nessas vítimas suas similaridades, direitos humanos e legitimidade de suas
causas.

Exemplo: Considerar que chineses/árabes/indianos/latinos/africanos são como


ratos/insetos/pragas ao migrarem para outro país em busca de melhores
condições de vida. Culpar o governo, a quantidade de pessoas ou a religião
desses lugares por sua suposta inferioridade e miséria.

Bullying

Entre crianças em escolas a desobrigação moral seletiva é muito mais


frequente entre meninos e as principais justificativas usadas
para bullying foram moralismo e desumanização. Questionar esses argumentos
e repreender os responsáveis em sala de aula diminuiu a frequência
de bullying na escola estudada.

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INFLUÊNCIA DA PERSONALIDADE E EFEITOS SOBRE A
ADMINISTRAÇÃO

Ser flexível – Algumas vezes a pessoa de difícil convivência pode estar


passando por algum momento fatigante em sua vida pessoal. Ainda que isso
não seja de interesse de outros, as condutas e atitudes desse sujeito podem
ser apenas uma reprodução desses problemas. Se colocar no lugar da pessoa
em questão, pode dar uma nova perspectiva quanto à convivência com a
mesma.

Gestão de Conflitos é o segmento de uma organização responsável pela


administração de conflitos entre indivíduos, grupos e organizações presentes
dentro de uma empresa, tal como conflitos entre uma organização e outra.

Berg (2012, p.28) ainda complementa que: “O conflito nos tempos atuais é
inevitável e sempre evidente. Entretanto, compreendê-lo, e saber lidar com ele,
é fundamental para o seu sucesso pessoal e profissional”.

Gestão de Conflitos por Chiavenato (2004), o conflito se dá pela diferença de


objetivos e interesses particulares, característica natural do ser-humano. O
termo conflito está ligado à discórdia e atrito interpessoal, ou seja,
necessariamente deve haver um elemento que – por também querer o sucesso
de seus interesses pessoais – acabe interferindo no processo de outro sujeito
na busca pela concretização de seus objetivos.

Chiavenato (2004, p.416), “O conflito é muito mais do que um simples acordo


ou divergência: Constitui uma interferência ativa ou passiva, mas deliberada
para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus
objetivos”.

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Reais ou emocionais

 Diferenças de personalidade;
 Diferenças de valores;
 Interferências de Status;
 Objetivos/Metas diferentes;
 Disputa por recursos/Recursos compartilhados;
 Interdependência/Existência de atividades interdependentes no trabalho;
 Talvez, até mesmo, uma percepção distorcida da realidade (Diferenças
de informação e percepção)

Estudos realizados por Chester Barnard mostraram que as pessoas se


comportam de maneira diferente quando estão em sua função organizacional e
quando atuam separadamente dentro da organização.

Existem vários tipos de maus-tratos que os funcionários enfrentam nas


organizações, incluindo: supervisão abusiva, intimidação, incivilidade e assédio
sexual.

Supervisão abusiva - Supervisão abusiva é a medida em que um supervisor


se envolve em um padrão de comportamento que prejudica os subordinados.

Intimidação - Embora as definições de bullying no local de trabalho variem,


isso envolve um padrão repetitivo de comportamentos prejudiciais direcionados
a um indivíduo.

Invencibilidade - A incivilidade no local de trabalho consiste em um


comportamento descortês e rude de baixa intensidade e é caracterizada por
uma intenção ambígua de prejudicar e violar as normas sociais que regem o
comportamento apropriado no ambiente de trabalho.

Assédio sexual - O assédio sexual é um comportamento que denigra ou


maltrata um indivíduo devido ao seu gênero, geralmente criando um local de
trabalho ofensivo que interfere no desempenho do trabalho.

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TEORIA DA PERSONALIDADE: A PSICANÁLISE E A TEORIA CRÍTICA

A teoria psicanalítica foi desenvolvida pelo neurologista austríaco Sigmund


Freud (1856-1939) e está intimamente relacionada a sua prática
psicoterapêutica.

É uma teoria que procura descrever a etiologia dos transtornos mentais,


o desenvolvimento do homem e de sua personalidade, além de explicar
a motivação humana. Com base nesse corpo teórico Freud desenvolveu um
tipo de psicoterapia. Ao conjunto formado pela teoria, a prática psicoterapêutica
nela baseada e os métodos utilizados dá-se o nome de psicanálise.

O ser humano, no entanto, não se dá conta de todo esse processo de geração


e liberação de energia. Para explicar esse fato, Freud descreve três níveis de
consciência:

O consciente (al. das Bewusste), que abarca todos os fenômenos que em


determinado momento podem ser percebidos de maneira consciente pelo
indivíduo;

O pré-consciente (al. das Vorbewusster), refere-se aos fenômenos que não


estão conscientes em determinado momento, mas podem tornar-se, se o
indivíduo desejar se ocupar com eles;

O inconsciente (al. das Unbewusster), que diz respeito aos fenômenos e


conteúdos que não são conscientes e somente sob circunstâncias muito
especiais podem tornar-se. (O termo subconsciente é muitas vezes usado
como sinônimo, apesar de ter sido abandonado pelo próprio Freud.)

Freud não foi o primeiro a propor que parte da vida psíquica se desenvolve
inconscientemente. Ele foi, no entanto, o primeiro a pesquisar profundamente
esse território. Segundo ele, os desejos e pensamentos humanos produzem
muitas vezes conteúdos que causariam medo ao indivíduo, se não fossem
armazenados no inconsciente. Este tem assim uma função importantíssima de
estabilização da vida consciente. Sua investigação levou-o a propor que o

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inconsciente é alógico (e por isso aberto a contradições); atemporal e a
espacial (ou seja, conteúdos pertencentes a épocas ou espaços diferentes
podem estar próximas). Os sonhos são vistos como expressão simbólica dos
conteúdos inconscientes.

Através da compreensão do conceito de inconsciente torna-se clara a


compreensão da motivação na psicanálise clássica:

Muitos desejos, sentimentos e motivos são inconscientes, por serem muito


dolorosos para se tornarem conscientes.

No entanto esse conteúdo inconsciente influencia a experiência consciente da


pessoa, por exemplo, através de atos falhos, comportamentos aparentemente
irracionais, emoções inexplicáveis, medo, depressão, sentimento de culpa.
Assim, os sentimentos, sonhos, desejos e motivos inconscientes influenciam e
guiam o comportamento consciente.

Freud descreveu muitos mecanismos de defesa no decorrer da sua obra e seu


trabalho foi continuado por sua filha Anna Freud; os principais mecanismos
são:

Repressão é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e


frustrações demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou
lembrados, reprimindo-os e recalcando-os para o inconsciente; o que é
desagradável é, assim, esquecido;

Formação reativa consiste em ostentar um procedimento e externar


sentimentos opostos aos impulsos verdadeiros, indesejados.

Projeção consiste em atribuir a outros as ideias e tendências que o sujeito não


pode admitir como suas.

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Regressão consiste em a pessoa retornar a comportamentos imaturos,
característicos de fase de desenvolvimento que a pessoa já passou.

Fixação é um congelamento no desenvolvimento, que é impedido de continuar.


Uma parte da líbido permanece ligada a um determinado estágio do
desenvolvimento e não permite que a criança passe completamente para o
próximo estágio. A fixação está relacionada com a regressão, uma vez que a
probabilidade de uma regressão a um determinado estágio do desenvolvimento
aumenta se a pessoa desenvolveu uma fixação por este.

Sublimação é a satisfação de um impulso inaceitável através de um


comportamento socialmente aceito.

Identificação é o processo pelo qual um indivíduo assume uma característica


de outro. Uma forma especial de identificação é a identificação com o agressor.

Deslocamento é o processo pelo qual agressões ou outros impulsos


indesejáveis, não podendo ser direcionados à(s) pessoa(s) a que se referem,
são direcionadas a terceiros.

A fase oral apresenta, assim, cinco modos de funcionamento que podem se


desenvolver em características da personalidade adulta:

O incorporar do alimento se mostra no adulto como um "incorporar" de saber


ou poder, ou ainda como a capacidade de se identificar com outras pessoas ou
de se integrar em grupos;

O segurar o seio, não querendo se separar dele, se mostram posteriormente


como persistência e perseverança ou ainda como decisão;

Morder é o protótipo da destrutividade, assim do sarcasmo, cinismo e tirania;

Cuspir se transforma em rejeição e

O fechar a boca, impedindo a alimentação, conduz a rejeição, negatividade ou


introversão.

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O VÍNCULO, OS AFETOS, A ANGÚSTIA, A SEPARAÇÃO E A MORTE

Podemos chamar de angústia a forte sensação psicológica, caracterizada por


"abafamento", insegurança, falta de humor, ressentimento e dor. Na
moderna psiquiatria é considerada uma doença que pode produzir
problemas psicossomáticos.

A angústia é também uma emoção que precede algo (um acontecimento, uma
ocasião, circunstância), também pode-se chegar a angústia através de
lembranças traumáticas que dilaceraram ou fragmentaram o ego.

Angústia quando a integridade psíquica está ameaçada, também costuma-se


haver angústia em estados paranoicos onde a percepção é redobrada e em
casos de ansiedade persecutória.

A angústia exerce função crucial na simbolização de perigos reais (situação,


circunstância) e imaginários (consequências temidas).

Sigmund Freud, pai da Psicanálise, realizou estudos sobre o problema da


angústia. Neste ínterim, se faz mister observar o quão suscetível o Ocidente
está às doenças próprias desse sistema econômico, tais como a esquizofrenia.
Contudo, a mais eminente colaboração da Psicanálise para essa temática pode
ser percebida na sua análise do aparelho psíquico: um conflito interno entre
três instâncias psíquicas fundamentais ao equilíbrio do ser: as vontades (Id)
vivem em constante atrito com o instinto repressor (Superego). O balanço entre
as vontades e as repressões tem que ser buscado pelo Ego, a consciência. É o
Ego que analisa a possibilidade real de por em prática uma ação desejada pelo
Id. Não obstante, controla o excessivo rigor imposto pelo Superego. A esse
conflito entre o Id e o Superego, Freud denominou angústia. Cabe ao Ego,
portanto, a busca de um equilíbrio entre estas partes do psíquico e, não
obstante, entre o sujeito e o todo social.

Qual é o seu medo?

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O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado
pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado,
tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo.

O medo pode se transformar em uma doença (a fobia) quando passa a


comprometer as relações sociais e a causar sofrimento psicológico. A técnica
mais utilizada pelos psicólogos para tratar o medo se chama Dessensibilização
Sistemática. Com ela se constrói uma escala de medo, da leve ansiedade até o
pavor, e, progressivamente, o paciente vai sendo encorajado a enfrentar o
medo. Ao fazer isso o paciente passa, gradativamente, por um processo de
reestruturação cognitiva em que ocorre uma reaprendizagem, ou
ressignificação, da reação que anteriormente gerava a resposta de alerta no
organismo para uma reação mais equilibrada.

Fobia é um tipo de perturbação da ansiedade caracterizado por medo ou


aversão persistente a um objeto ou uma situação. As fobias geralmente
causam o aparecimento súbito de medo e estão presentes por mais de seis
meses. A pessoa afetada exerce grandes esforços para evitar a situação ou o
objeto, geralmente a um grau superior em relação ao perigo real do próprio
objeto ou situação. Quando não é possível o objeto ou a situação serem
evitados, a pessoa afetada apresenta sinais acentuados de aflição. No caso de
fobia ao sangue ou a ferimentos pode ocorrer desmaio, e no caso
de agorafobia são comuns ataques de pânico. Geralmente, um indivíduo
apresenta fobias a diversos objetos ou situações.

As fobias podem ser divididas em fobias específicas, fobias sociais


e agorafobia. Entre os tipos de fobias específicas estão fobias a determinados
animais, situações no ambiente natural, sangue, ferimentos ou outro tipo de
situações específicas. As mais comuns são o medo de aranhas, medo de
cobras e medo das alturas. Em alguns casos, as fobias são desencadeadas por
uma experiência negativa com o objeto ou a situação. As fobias sociais são as
fobias em que a pessoa afetada tem receio do julgamento de outras pessoas. A
agorafobia é o medo de uma situação de que a pessoa sente que não é
possível fugir.

As fobias específicas podem ser tratadas com terapia de exposição, na qual a


pessoa é introduzida à situação ou objeto em questão até o medo ser vencido.
Neste tipo de fobias a medicação não tem utilidade. As fobias sociais e a
agorafobia são muitas vezes tratadas com uma combinação de psicoterapia e
medicação. Entre os medicamentos usa dos estão os antidepressivos,
benzodiazepinas ou betabloqueadores.

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O processo de separação deve ser vivenciado para poder ser elaborado e
enfim assimilada a experiência, como algo positivo que te faz evoluir como ser
humano.

Muitas vezes as pessoas buscam formas compensatórias para lidar com seus
conflitos e não são saudáveis.

O comer, por exemplo, é um desses mecanismos, ele “nubla” a visão da


angústia que a mulher está enfrentando, colaborando para a piora de sua
autoestima na medida em que as consequências do comer demais vão
afetando seu corpo.

Falar sobre a situação é sempre um bom remédio e aí entram os amigos que


se dispõem realmente a “ouvir” e ajudar essa pessoa a encarar essa nova
etapa de vida. É fundamental construir a autoestima.

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Referências Bibliográficas

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade

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HUMBERTO ABDO. Revista Galileu. Ed.Globo. 6 reflexões para entender o


pensamento de Carl Jung.

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entender-o-pensamento-de-carl-jung.html

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Wikipédia, a enciclopédia livre.Karen Horney.

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Wikipédia, a enciclopédia livre.Psicologia humanista.

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A mente é maravilhosa.O que é a psicologia humanista?

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https://amenteemaravilhosa.com.br/psicologia-humanista/

Wikipédia, a enciclopédia livre.Albert Bandura.

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Software. Gestão de Conflitos nas Organizações: O que é? Como Lidar?.

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https://blog.softwareavaliacao.com.br/gestao-de-conflitos-nas-organizacoes/

Wikipédia, a enciclopédia livre.Comportamento organizacional.

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Wikipédia, a enciclopédia livre.Angústia.

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Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ang%C3%BAstia

Wikipédia, a enciclopédia livre.Medo.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Medo

Wikipédia, a enciclopédia livre.Fobia.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fobia

Entrevista cedida pela psicóloga Branca Maria Amado Frias dos Santos CRP
06/16140-5 para o portal Bolsa de mulher - jornalista Bianca de Souza.

Disponível em:

http://www.marisapsicologa.com.br/dor-da-separacao.html

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