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INTRODUÇÃO A PSICOPEDAGOGIA
DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
editorafamart@famart.edu.br
TUTORIA ONLINE
Segunda a Sexta de 09:30 às 17:30
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3
2 O QUE É A PSICOPEDAGOGIA? .................................................................. 4
3 UMA BREVE HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA ......................................... 6
4 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL ............................................................. 10
5 A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA .............................................................. 15
6 AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO ................................................................... 21
7 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPp .................. 23
7.1 História da ABPp ...................................................................................... 24
8 CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO ............................................... 28
9 REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE
PSICOPEDAGOGIA ........................................................................................ 36
9.1 Esclarecimento sobre o PLC 031/2010 .................................................. 37
ENCERRAMENTO ........................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 40
4
1 INTRODUÇÃO
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2 O QUE É A PSICOPEDAGOGIA?
Fonte:https://ingresse.unibrasil.com.br/especializacao/psicopedagogia-institucional-e-clinica/
4
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(BRASIL, 2013)
5
3 UMA BREVE HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA
Fonte:https://www.pngwing.com/pt/search?q=quebracabe%C3%A7a+Globo
6
conhecimento em outros campos, cria o seu próprio objeto, condição essencial
da interdisciplinariedade.
A Psicopedagogia nasceu na Europa, ainda no século XIX. Inicialmente,
pensaram sobre o problema de aprendizagem: os filósofos, os médicos e os
educadores.
Na literatura francesa – encontra-se, entre outros, os trabalhos de Janine
Mery, psicopedagoga francesa, que apresenta algumas considerações sobre o
termo Psicopedagogia e sobre a origem dessas ideias na Europa, e os
trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro médico-
psicopedagógico na França onde se percebe as primeiras tentativas de
articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução
dos problemas de comportamento e de aprendizagem.
Janine Mery (1985) aponta o século XIX como aquele em que teve início
o interesse por compreender e atender portadores de deficiências sensoriais,
debilidade mental e outros problemas que comprometessem a aprendizagem.
Segundo essa autora, no final do século XIX, educadores como Itard, Pereire,
Pestalozzi e Seguin começaram a se dedicar às crianças que apresentavam
problemas de aprendizagem em razão de vários tipos de distúrbios. Jean Itard
mobilizou-se com o caso da reeducação de um enfant sauvage, Victor, uma
história exemplar sob vários aspectos, entre outros pelo choque que esse ser
real representava aos olhos do ideal romântico rousseauniano. Pestalozzi,
inspirado nas ideias de Rousseau, fundou na Suíça um centro de educação
através do trabalho, onde usou o método intuitivo e natural, estimulando, em
especial, a percepção. Educadores como Pereire, Itard e Seguin também se
preocuparam, principalmente, com a percepção. Mery aponta esses
educadores como pioneiros no tratamento dos problemas de aprendizagem,
observando porém, que eles se preocupavam mais pelas deficiências
sensoriais e pela debilidade mental do que propriamente pela desadaptação
infantil.
Em 1898, Édouard Claparède, famoso professor de Psicologia,
juntamente com o neurologista François Neville, introduziu na escola pública as
"classes especiais", destinadas à educação de crianças com retardo mental.
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Esta foi a primeira iniciativa registrada de médicos e educadores no campo da
reeducação.
Em 1904 e 1908 iniciam-se as primeiras consultas médico-pedagógicas,
as quais tinham o objetivo de encaminhar as crianças para as classes
especiais.
Ainda em fins do século XIX, foi formada uma equipe médico-
pedagógica pelo educador Seguin e pelo médico psiquiatra Esquirol. A partir
daí a neuropsiquiatria infantil passou a se ocupar dos problemas neurológicos
que afetam a aprendizagem (MERY, 1985). Nessa mesma época Maria
Montessori, psiquiatra italiana, criou um método de aprendizagem destinado
inicialmente às crianças com retardo mental.
Posteriormente, o método Montessori foi estendido a todas as crianças,
sendo hoje utilizado em muitas Escolas. Sua principal preocupação está na
educação da vontade e na alfabetização, via estimulação dos órgãos dos
sentidos – sendo por isso classificado como sensorial.
O psiquiatra Ovide Decroly também se preocupou com a Educação
infantil, utilizando técnicas de observação e filmagem para estudar as situações
de aprendizagem. Criou os famosos Centros de Interesse, que perduram até os
nossos dias.
Conforme Mery (1985), em 1946 fundaram-se os primeiros Centros
Psicopedagógicos com a finalidade de se unir conhecimentos da Psicologia, da
Psicanálise e da Pedagogia para tratar comportamentos socialmente
inadequados de crianças, tanto na escola como no lar, objetivando a sua
adaptação.
A partir de 1948, o termo pedagogia curativa passa a ser definido como
terapêutica para entender a criança e adolescentes desadaptados que, embora
inteligentes, tinham maus resultados escolares. A Pedagogia Curativa
introduzida na França poderia ser entendida como "método que favorecia a
readaptação pedagógica do aluno", uma vez que pretendia tanto auxiliar o
sujeito a adquirir conhecimentos, como também desenvolver a sua
personalidade. Segundo Debesse, a Pedagogia Curativa "situa-se no interior
daquilo que hoje chamam de Psicopedagogia".
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Do sentido conferido à Psicopedagogia por Debesse, em 1948, ao que
lhe é conferido hoje pelos diversos profissionais da área, podemos observar
algumas transformações que tiveram vários sentidos. Esses diversos sentidos
conferidos à Psicopedagogia falam-no de um novo todo que se está
estruturando, cuja identidade se encontra ainda em processo de maturação.
A Psicopedagogia é uma nova área de atuação profissional que tem, ou
melhor, busca uma identidade e que requer uma formação de nível
interdisciplinar (o que já é sugerido no próprio termo Psicopedagogia).
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4 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL
FONTE: https://www.rihappy.com.br/quebra-cabeca-mapa-do-brasil-2018-100-pecas-
toyster/p
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No início da década de 80, começa a se configurar uma teoria
sóciopolítica a respeito do “problema de aprendizagem escolar”, que passou a
ser chamado de “problema de ensinagem”.
Em 1970, surgiram os primeiros cursos de especialização em
psicopedagogia no Brasil, idealizados para complementar a formação dos
psicólogos e educadores que buscavam solucionar certos problemas. Eles
foram estruturados com base em conhecimentos científicos e dentro de um
contexto histórico.
Entretanto, antes desses cursos, surgiram alguns grupos de
profissionais que atuavam com a problemática de aprendizado no sentido de
organizar os núcleos para estudos e aprofundamentos, como o professor Júlio
Bernaldo de Quirós, médico e professor de Buenos Aires, dedicou aos estudos
de leitura-escrita durante muitos anos e realizou pesquisas na Argentina e
publicou-os nas décadas de 50 e 60 e essas foram baseadas em sua
experiência. Em 1967, foi desenvolvido pelo CPOE um curso com duração de
dois anos para professores especializados no atendimento psicopedagógico
das clínicas de leitura, supervisionado por ele, que publicou vários livros e seu
objetivo era focar questões relacionados à linguagem e a aprendizagem. E em
70, fez uma conferência pelo Brasil.
Tivemos também profissionais de Porto Alegre que organizaram centro
de estudos destinados à formação em psicopedagogia. O professor Nilo
Fichtner fundou o Centro de Estudos Médicos e Psicopedagógicos no RS. Essa
formação dá-se um quadro de referências baseado em um modelo médico de
atuação.
Em 1954, foi patrocinado pelo Centro de Pesquisas e Orientação
Educacional (CPOE) da Secretaria de Educação e Cultura, o primeiro registro
de um curso de orientação psicopedagógica pelas coordenadoras Aracy
Tabajara e Dorothy Fossati e foi criado o Departamento de Educação Especial,
orientado para o atendimento com crianças excepcionais.
Em 1969, o RS havia uma distinção: os psicomotricistas trabalhavam
com a parte corporal e os fonoaudiólogos com a linguagem oral, audição, voz e
leitura- escrita. E devido a isso no ano de 1970 iniciaram os cursos de
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formação de especialistas em psicopedagogia na Clínica Médico – Pedagógica
de Porto Alegre com duração também de dois anos. Em seguida foi
desenvolvido o FACED com nível de especialização, pelo coordenador Nilo
Fichtner, o curso enfatizava duas especializações: uma era a área de
deficiências específicas da aprendizagem e a outra era a área dos
excepcionais (deficiência menta, auditiva e visual).
A PUCRS realizou cursos de especialização relacionados a curso de
reeducação em linguagem em 1979/80 e curso de psicoeducação em 1982/83.
Ela mantém desde 1972 a área de concentração em aconselhamento
psicopedagógico dentro do curso de pós-graduação em Educação.
Outro fato importante na história da psicopedagogia foi o primeiro
encontro de psicopedagogia em SP, em novembro de 1984, com Clarissa
Golbert e Sônia Kiguel que apresentaram trabalhos direcionados as atividades
dos psicopedagogos de Porto Alegre. A partir deste evento foi fundado o grupo
Livre de Estudos em Psicopedagogia (como era chamado), agora passou a ser
Associação de Psicopedagogos com o objetivo de discutir as questões
psicopedagógicas mensalmente.
Em setembro do mesmo ano aconteceu o primeiro seminário de
estudos em psicopedagogia, organizado pelos integrantes da Associação dos
Psicopedagogos, onde foram discutidos os trabalhos apresentados em SP.
Segundo Sonia Kiguel apud Bossa (2007, p.55), diz que “embora a
psicopedagogia seja uma área interdisciplinar, teve uma ampliação
considerável nos últimos anos, ela está ligada historicamente à Educação, mais
do que a Medicina e a psicologia”.
Com isso, em 1970, surgiram no âmbito institucional cursos com
enfoques psicopedagógicos, antecedendo a criação dos cursos formais de
especialização e aperfeiçoamento. Esses cursos tratavam de temas como “a
criança problema em uma classe comum”, “dificuldades escolares”, “pedagogia
terapêutica”, “problemas de aprendizagem escolar”. Eram oferecidos para
psicólogos, pedagogos e professores na área da educação com o objetivo de
conter conhecimentos específicos para atuar com as crianças na sala de aula.
Em 1979, foi criado o primeiro curso de psicopedagogia no Instituto Sedes
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Sapientiae em SP pela pedagoga e psicodramatista Maria Alice e pela diretora
do Instituto Madre Cristina Sodré. O objetivo desse curso era valorizar a ação
do educador. Ele começou abordando o tema da reeducação em
psicopedagogia, depois assumiu um caráter terapêutico com aprofundamento
nos aspectos afetivos da aprendizagem. Daí em diante, as mudanças continuam
e com espaço para refletir e praticar a psicopedagogia. Hoje o curso privilegia
as diferenças no papel do psicopedagogo, buscando análises mais rígidas da
identidade profissional.
A abordagem deste curso reflete na mudança de conceber o problema
do fracasso escolar e a busca pela identidade do professor brasileiro, que
nasce como reeducador e aos poucos amplia seu compromisso, sua
responsabilidade de diminuir os problemas de aprendizagem nas escolas e
assim reduz os altos índices de fracasso escolar.
Devemos enfatizar os estados de SP e RS, pois foram os grandes
pioneiros em formação de profissionais em psicopedagogia, formando cursos
em nível de escolarização e mestrado em Educação, como a PUC-SP, por
exemplo, inclusive na UFRGS no RS, vem sendo desenvolvido desde 1984 o
curso de especialização em aconselhamento psicopedagógico no programa de
pós-graduação na FACED.
Somente na década de 90, os cursos de especialização em Lato
Sensu, multiplicaram, surgindo cursos por mais estados brasileiros.
De acordo com Bossa (2007), a psicopedagogia, enquanto área implica
o exercício de uma profissão (que ainda não está registrada legalmente), ou
seja, uma forma específica de atuação. Ela surge como compromisso de
contribuir para a compreensão do processo de aprendizagem e identificação
dos fatores facilitadores e comprometedores do processo. A grande
necessidade de uma ação efetiva fica evidenciada no interesse que tem havido
pela psicopedagogia no país.
A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), surgiu como órgão
responsável pela organização de eventos de dimensão nacional, através de
publicações com temas que retratam as preocupações e tendências na área.
As temáticas dos encontros e congressos refletem a trajetória da atuação
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psicopedagógica dos primórdios até os dias de hoje. A Associação visa como
principal objetivo, tornar conhecido o campo de atuação de um psicopedagogo.
Conforme Scoz apud Bossa (2007, p.56), “a psicopedagogia no Brasil é
a área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas
dificuldades”. E numa ação profissional deve englobar vários campos do
conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.
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5 A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA
Fonte:https://depsicologia.com/psicologos-malaga-psicoabreu-referentes-con-mas-de-23-
anos-de-experiencia/
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O psicopedagogo atua no objeto de estudo chamado aprendizagem.
Bossa (2000) afirma que a Psicopedagogia nasceu para atender a patologia da
aprendizagem visando propor novas alternativas de ação, voltadas para a
melhoria da prática pedagógica nas escolas.
A Psicopedagogia Institucional tem por finalidade investigar os possíveis
problemas pedagógicos que possam prejudicar o processo ensino-
aprendizagem. Essa investigação acontece por meio do diagnóstico, onde é
possível levantar as demandas apresentadas pelo educando e realizar os
encaminhamentos necessários. Inúmeras são as possibilidades de atuação do
psicopedagogo institucional, no entanto, o foco é a aprendizagem.
Para Bossa (2000) o papel do psicopedagogo na escola é o de entender
o indivíduo enquanto aprendiz, orientá-lo e direcioná-lo em relação às suas
dificuldades, possibilitando tanto a este, como a escola, que encontrem uma
solução para os problemas de aprendizagem.
Ainda segundo a autora, o psicopedagogo possibilita uma intervenção
psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em
espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, ele está
mobilizado na construção de um espaço adequado às condições de
aprendizagem de forma a evitar comprometimentos (defasagens). Elege a
metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou
desobstruir tal processo. Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro
da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação
pessoal e profissional implica a configuração de uma identidade própria e
singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de
atuação na escola.
A Psicopedagogia pode ser compreendida como uma área que estuda e
lida com o processo de aprendizagem e com os problemas decorrentes.
Acredita-se que se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com
essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor
(DIAS, 2013).
Bossa (1994) ressalta a necessidade da escuta na atuação
psicopedagógica quando salienta a percepção do interjogo entre o desejo de
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conhecer e o de ignorar. Para tanto, é importante saber lidar com possíveis
reações como resistências, bloqueios e sentimentos, pois, para muitos, o
psicopedagogo é visto como um fiscalizador e, às vezes, não aceito de forma
positiva por parte dos professores. Para tanto, é fundamental que sua atuação
e seu trabalho no âmbito escolar sejam esclarecidos.
Para Feldman (2016), o trabalho psicopedagógico pode contribuir
auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias
de ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do
conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse
trabalho permite que o educador se olhe como aprendente e como ensinante.
Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os
educadores contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula,
permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas
podem intervir positivamente no processo de aquisição do saber. Para o
psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo
de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora,
principalmente se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não
só a sua intervenção junto ao professor é positiva, mas também é importante a
sua participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos
filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo metodológico; enfim, na
escola como um todo, acompanhando a relação professor e aluno, aluno e
aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades, buscando
estratégias e apoio.
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Além da atuação institucional, o psicopedagogo possui como campo de
atuação a área clínica. Nesta, o psicopedagogo terá o indivíduo como paciente,
portanto, poderá diagnosticar e acompanhar o processo de aprendizagem do
paciente, e cabe ao profissional encaminhar a devolução do diagnóstico com o
elemento da equipe escolar.
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Desta maneira o papel do psicopedagogo é fazer uma análise da
situação apresentada, diagnosticando os problemas e as causas que levam o
indivíduo a não aprender.
Para tanto, este profissional investigará todos os fatores envolvidos:
orgânicos, cognitivos, emocionais, ambientais, sociais e culturais, relacionando
esses fatores às três vertentes: o indivíduo, a família e a escola, sendo que a
família desempenha um papel decisivo na aprendizagem.
Dentro deste contexto, a prática psicopedagógica prevê a atuação em
instituições e clínicas, sempre pautadas pelo Código de Ética do
psicopedagogo. Segundo Bossa (2011), a Psicopedagogia institucional pode
ocorrer em empresas, hospitais, creches e em outras organizações. De acordo
com a natureza do trabalho a ser realizado, a autora expõe ainda que, a
atuação do psicopedagogo pode contribuir para:
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processos educativos, visando evitar possíveis problemas de aprendizagem.
Assim, Peres e Oliveira (2007) destacam três vertentes do trabalho
preventivo na instituição escolar, sendo o primeiro, a intervenção nas questões
didático-metodológico, na formação e orientação dos educadores e
aconselhamento aos responsáveis; o segundo propondo a diminuição e
tratamento dos problemas de aprendizagem já instalados, realizando o
diagnóstico institucional e a elaboração de um plano de intervenção, que
considere a realidade da unidade escolar, o currículo e o trabalho dos
educadores, evitando assim, que os problemas de aprendizagem e transtornos
se repitam; e, por fim, atuando na eliminação dos transtornos que já se
encontram instalados, prevenindo o aparecimento de outros problemas,
decorrentes daqueles que já foram eliminados.
A autora ainda ressalta que o processo de diagnóstico, tanto na
instituição quanto clínica, é contínuo e sempre revisitável, que culmina em uma
atitude investigadora para se chegar à intervenção. Tanto o diagnóstico quanto
o tratamento requerem procedimentos específicos de metodologia, que como
referido no início deste capítulo, devem estar pautados no Código de Ética do
psicopedagogo.
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6 AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO
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com outros profissionais, análise de produção do sujeito em questão como, por
exemplo, o material escolar, desenhos, construções e o que for necessário.
A Anamnese com a família se faz essencial por apresentar a visão
familiar da história de vida do sujeito em relação a preconceitos, normas,
culturas, expectativas, circulação de afetos e conhecimentos, além do peso das
gerações anteriores que às vezes é depositado no sujeito (Weiss, 2008).
Vale lembrar que, o diagnóstico psicopedagógico é um processo, um
contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia numa
atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que essa atitude
investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria
intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução
do sujeito (BOSSA, 2000,p.95).
Mesmo diante da importância de alguns instrumentos de intervenção
avaliativa no diagnóstico psicopedagógico, é essencial destacar, segundo
Weiss (2008), que o sucesso do diagnóstico não está no grande número de
instrumentos utilizados, mas, principalmente, na competência e sensibilidade
do psicopedagogo em explorar a multiplicidade de aspectos revelados em cada
situação.
Como consequência, a elaboração da devolutiva, tanto para o sujeito
como para a família, exige um momento que deve ser considerado desde a
queixa inicial, assim como todo o trabalho desenvolvido, detalhadamente, em
cada sessão, as entrevistas investigativas (família, escola, profissionais e o
próprio sujeito), seguido de orientações e devidos encaminhamentos.
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7 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPp
Fonte: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/nucleo-secoes
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site: www.revistapsicopedagogia.com.br.
24
aprendizagem.
Num terceiro momento através de contatos realizados com grupos de
profissionais do Rio de Janeiro destacando-se as Professoras Maria Lúcia
Lemme Weiss, Maria Aparecida Mamede Neves e Maria Luiza Teixeira,
complementados com a vinda do Professor Jorge Visca da Argentina, aparece
no grupo de São Paulo, uma visão de Psicopedagogia mais voltada para a
pesquisa a partir das causas e dos sintomas.
No período em que se seguiu através de cursos e contatos frequentes
com a Professora Ana Maria Rodrigues Muniz, psicopedagoga, professora da
Universidad El Salvador de Buenos Aires, começa a surgir uma visão mais
dinâmica de Psicopedagogia. A partir daí cresce o interesse por parte da
Associação por ampliar contatos e aprofundar algumas teorias que atendessem
as necessidades de um trabalho psicopedagógico cada vez mais consistente.
Fica assim patente a importância de realizar um Encontro de maiores
proporções que possibilitasse envolvimento mais abrangente de profissionais
brasileiros e estrangeiros. Para realização desse evento, no ano de 1984,
foram convidados todos os Estados do Brasil, por intermédio de suas
Universidades para apresentarem trabalhos que vinham realizando. Onze
estados responderam ao convite. Houve também a participação de alguns
profissionais da América Latina (Chile, Uruguai, Argentina). Na síntese lida ao
final do I Encontro aparecem as preocupações com a interdisciplinaridade e
com a importância de aspecto social inserido na prática psicopedagógica esta
enfaticamente registrada.
Os cursos e atividades que se seguiram dão continuidade à moção
surgida durante o Encontro. Outro marco importante da Associação foi a
criação de um periódico com publicações cunho científico referentes à
trabalhos e pesquisas no que diz respeito aos problemas de aprendizagem.
Tais publicações se iniciaram em 1982 traduzindo os anseios e
preocupações que acompanharam as diferentes fases vividas pela Associação.
Esse trabalho que continua até os dias atuais, atinge uma penetração cada vez
mais crescente no âmbito educacional o que comprova a sua seriedade e a
intenção e democratização do acesso ao conhecimento.
25
Em 1986, realiza-se o II Encontro de Psicopedagogos que atinge
maiores proporções, aumenta o número de participantes passando de 500 para
700 e também a oferta das atividades.
Uma grande preocupação com a Psicopedagogia institucional iniciada
no I Encontro aparece com maior ênfase nesse momento. Outro aspecto que
se apresentou no I Encontro e se concretizou no II Encontro é o da delimitação
do papel profissional, começa a ficar claro que o espaço de trabalho do
psicopedagogo pode ser ocupado por profissionais advindos de diferentes
áreas de atuação, desde que se fundamente numa prática eminentemente
psicopedagógica.
É importante acrescentar o interesse que se reafirma no II Encontro por
grupos de psicopedagogos de outros Estados não só em aprofundar a sua
formação sem depender apenas dos Encontros realizados em São Paulo a
cada 2 anos como também em divulgar em seus Estados de origem a sua área
de atuação. Em vista disso surge como fato mais importante do II Encontro a
transformação da Associação de Psicopedagogos de São Paulo, em
Associação Brasileira de Psicopedagogia com a proposta da criação e
capítulos em outros Estados do Brasil.
Como se pode notar a Associação Brasileira de Psicopedagogia vem
cumprindo um importante papel ao longo desses anos abrindo espaços para
que a troca de experiências de trabalho entre profissionais pertencentes a
várias áreas de atuação possibilite um enriquecimento da prática
psicopedagógica.
Através da abertura de espaços de participações para educadores que
atuam em vários níveis houve democratização da oferta de subsídios para
aqueles profissionais que trabalham nas escolas, fundamentalmente nas
escolas públicas.
A Associação cumpre uma tarefa de relevante importância na
democratização de informações através de artigos publicados em seus
periódicos.
A importância da criação de capítulos da Associação Brasileira de
Psicopedagogia tem um peso muito grande nesse momento, a exemplo do Rio
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Grande do Sul que fundou seu capítulo em 1986 e do Rio de Janeiro que inicia
seu capítulo a partir deste Seminário.
Percebemos que várias tendências de atuação no campo da
Psicopedagogia vem se evidenciando. As experiências surgidas nos vários
grupos geram uma reflexão sobre a identidade do modelo de atuação
psicopedagógica além da união de esforços que se dá com liberdade de
opinião e autonomia, criando coesão de grupo.
Percebemos que pouco a pouco vamos alcançando gradativamente um
melhor nível de desempenho e contribuindo com toda força para uma mudança
no cenário educacional deste país.
27
8 CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO
28
ARTIGO 2º
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza-se de
recursos próprios para a compreensão do processo de aprendizagem dos
sujeitos e sistemas com vistas à intervenção.
ARTIGO 3º
A atividade psicopedagógica tem como objetivos:
propor ações frente aos processos de aprendizagem e suas
dificuldades;
contribuir para os processos de inclusão escolar e social;
realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
mediar as relações interpessoais nos processos de aprendizagem
com vistas à prevenção de dificuldades e/ou à resolução de conflitos.
ARTIGO 4º
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e
elaborar a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação
e Saúde no que concerne às questões psicopedagógicas.
Capítulo II – Da Formação:
ARTIGO 5º
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em
curso de pós-graduação em Psicopedagogia, ministrados em instituições
de educação superior devidamente reconhecidas e autorizadas por órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor.
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Capítulo III – Do Exercício das Atividades Psicopedagógicas:
ARTIGO 6º
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais
graduados e/ou pós- graduados em Psicopedagogia como também, os
profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência legal e os
profissionais reconhecidos pela ABPp.
ARTIGO 7º
O psicopedagogo deve manter o sigilo profissional e preservar a
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua
atividade.
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ARTIGO 8º
O resultado de um processo de avaliação só será fornecido a terceiros
interessados mediante concordância do próprio avaliado ou de seu
representante legal.
ARTIGO 9º
Os registros de atendimento psicopedagógico são documentos sigilosos
cujo acesso é restrito ao profissional psicopedagogo responsável. O material
deve ser guardado por um período de 5 anos.
31
Capítulo IV – Das Responsabilidades:
ARTIGO 11
São deveres do psicopedagogo:
ARTIGO 12
São instrumentos da Psicopedagogia, aqueles que servem ao seu objeto
de estudo - a aprendizagem humana. Sua escolha decorrerá da formação
profissional e competência técnica do psicopedagogo.
32
Capítulo VI – Das Publicações Científicas:
ARTIGO 13
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as
seguintes normas:
as discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em
discussão e não ao seu autor;
em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase
aos autores e seguir normas científicas vigentes de publicação.
em nenhum caso o psicopedagogo se valerá da posição
hierárquica para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos
executados sob sua orientação;
em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências
bibliográficas utilizadas, bem como, esclarecidas as ideias, descobertas
e as ilustrações extraídas de cada autor, de acordo com normas e
técnicas científicas vigentes.
ARTIGO 14
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá
fazê-lo com exatidão e honestidade, cumprindo e fazendo cumprir as
determinações deste Código de Ética.
ARTIGO 15
Os honorários são tratados previamente entre os sujeitos e sistemas
ou seus responsáveis legais e o profissional, a fim de que:
representem justa contribuição pelos serviços prestados,
considerando condições socioeconômicas da região, natureza da
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assistência prestada e tempo despendido;
assegurem a qualidade dos serviços prestados.
ARTIGO 16
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética.
ARTIGO 17
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar e orientar pela fiel
observância dos princípios éticos da classe e alertar ao psicopedagogo em
caso de inobservância, se necessário.
ARTIGO 18
O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do
Conselho Nacional da ABPp, devendo ser aprovado em Assembleia Geral.
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Capítulo X – Das Disposições Gerais:
ARTIGO 19
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos
Nacional e Estaduais da ABPp.
ARTIGO 20
O presente Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional da
ABPp do biênio 1991/1992, reformulado pelo Conselho Nacional da ABPp
biênio 1995/1996, passou por nova reformulação feita pelas Comissões de
Ética da ABPp triênios 2008/2010 e 2011/2013, novamente atualizado pela
Comissão de Ética e com anuência do Conselho Nacional da ABPp
triênio 2017/2019, aprovado em Assembleia Geral realizada em 26/outubro
2019.
35
9 REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE
PSICOPEDAGOGIA
36
de 80% na especialidade. (BRASIL PROJETO DE LEI – no 3.512 de
2008).
37
cancelada em virtude do cumprimento de isolamento social decretado pelo
Ministério da Saúde em todo o Brasil por razões sanitárias devido ao Corona
vírus. Aguardamos uma nova agenda para a votação da matéria. A
regulamentação é uma articulação de todos os psicopedagogos brasileiros, a
sua participação é essencial. (Publicado em 27 de Abril de 2020).
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ENCERRAMENTO
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REFERÊNCIAS
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40
C. R. Baptista, & C. A. Bosa, (Eds.), Autismo e educação: Reflexões e
propostas de intervenção (pp. 127-139). Porto Alegre: Artmed, 2002.
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DIAS, E.M.J. Psicopedagogo: qual a sua função? Educação, Gestão e
Sociedade: Revista da Faculdade Eça de Queirós, ano 3, n.10, junho de 2013.
Disponível em: <www.faceq.edu.br/regs>. Acesso em: 15 nov 2016.
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aprendizagens. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1992.
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20ª ed., 1994.
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