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INTRODUÇÃO A PSICOPEDAGOGIA

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INTRODUÇÃO A PSICOPEDAGOGIA

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3
2 O QUE É A PSICOPEDAGOGIA? .................................................................. 4
3 UMA BREVE HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA ......................................... 6
4 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL ............................................................. 10
5 A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA .............................................................. 15
6 AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO ................................................................... 21
7 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPp .................. 23
7.1 História da ABPp ...................................................................................... 24
8 CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO ............................................... 28
9 REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE
PSICOPEDAGOGIA ........................................................................................ 36
9.1 Esclarecimento sobre o PLC 031/2010 .................................................. 37
ENCERRAMENTO ........................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 40

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1 INTRODUÇÃO

O material aqui apresentado trata-se de uma compilação de artigos e


monografias, que discorrem sobre a Psicopedagogia.
Inicialmente, apresentamos as ideias de duas autoras Jaqueline Picetti e
Tânia Marques, que trazem alguns conceitos básicos sobre o tema central, no
artigo intitulado “Psicopedagogia: alguns conceitos básicos para reflexão e
ação”.
Em seguida, Ana Costa, Telma Pinto e Márcia Andrade trazem no artigo
“Análise histórica do surgimento da psicopedagogia no Brasil” , uma breve
história da Psicopedagogia.
E Denise Santos nos traz a partir da monografia entitulada “Como a
Psicopedagogia pode contribuir no tratamento das crianças autistas”, recortes
de como foi o surgimento da psicopedagogia no Brasil.
O texto de André Groba, “A prática (práxis) psicopedagógica e os
alcances e limites de atuação”, apresenta o campo de atuação do
psicopedagogo trazendo informações relevantes sobre seu objeto de estudo da
psicopedagogia.
Samira Germano, traz em seu texto “A importância da avaliação e
diagnóstico psicopedagógico” algumas imformações básicas sobre o processo
da avaliação diagnóstica.
Por fim, podemos encontrar o código de ética do psicopedagogo e
informações sobre a regulamentação da profissão, conteúdo esse,
disponibilizado pelo site da ABPp.

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2 O QUE É A PSICOPEDAGOGIA?

Fonte:https://ingresse.unibrasil.com.br/especializacao/psicopedagogia-institucional-e-clinica/

A Psicopedagogia é o campo que estuda a aprendizagem em suas


diferentes relações e circunstâncias. Ela se ocupa do processo de
aprendizagem e suas variações e da construção de estratégias para a
superação do não-aprender, tendo como um de seus focos principais a autoria
do pensamento e da aprendizagem.
A Psicopedagogia tem uma visão integrada da aprendizagem,
entendendo que todas as dimensões do sujeito são coparticipantes de seus
processos de aprendizagem, por meio do entrelaçamento e da manifestação
dos processos cognitivos, afetivo-emocionais, sociais, culturais, orgânicos,
psíquicos e pedagógicos, concebendo o sujeito como individual e coletivo.
A Psicopedagogia transita entre os aspectos pedagógicos e psíquicos e
entre os processos de desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos. Sua
intervenção possibilita que indivíduos, grupos e instituições desenvolvam seus
processos de aprendizagem de forma saudável, resgatando o prazer de
aprender e descobrindo- se como autores de seus próprios processos.
Nota-se, com base na experiência na área da Psicopedagogia, que é
preciso diferenciá-la da Educação Especial, conforme o Artigo 58 da Lei nº
12.796, de 2013:

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Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(BRASIL, 2013)

Assim, pode-se dizer que a Psicopedagogia atende aos sujeitos que


necessitam de um olhar articulador sobre seu processo de aprendizagem,
criando estratégias para a superação do não aprender e a autoria. Já a
Educação Especial, conforme a Lei n° 12.796 de 2013, tem o seu trabalho
direcionado para os sujeitos com Necessidades Educativas Especiais.

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3 UMA BREVE HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA

Fonte:https://www.pngwing.com/pt/search?q=quebracabe%C3%A7a+Globo

É comum se ouvir, em diversos espaços acadêmicos, pessoas


envolvidas direta ou indiretamente com a educação, afirmarem a conceituação
do termo Psicopedagogia como sendo um somatório de duas ciências:
pedagogia e psicologia, visto que, a própria etimologia da palavra
Psicopedagogia sugere isto.
É certo afirmar que a Psicopedagogia é um campo do conhecimento que
implica uma integração entre a psicologia e a pedagogia, porém, não se
resume somente às duas disciplinas, porque estas, apenas, não dão conta do
ser humano em sua totalidade, tal é a sua complexidade. O ser humano é um
ser pluridimensional.
Sendo uma ciência em construção, a Psicopedagogia se respalda em
outras ciências entre elas a filosofia, fisioterapia, neurologia, psicolingüística e
a psicanálise pois, contribuem para a compreensão do processo de
aprendizagem humana. Os diversos autores que tratam da Psicopedagogia
enfatizam o seu caráter interdisciplinar. Reconhecer tal caráter significa admitir
a sua especificidade enquanto área de estudos, uma vez que, buscando

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conhecimento em outros campos, cria o seu próprio objeto, condição essencial
da interdisciplinariedade.
A Psicopedagogia nasceu na Europa, ainda no século XIX. Inicialmente,
pensaram sobre o problema de aprendizagem: os filósofos, os médicos e os
educadores.
Na literatura francesa – encontra-se, entre outros, os trabalhos de Janine
Mery, psicopedagoga francesa, que apresenta algumas considerações sobre o
termo Psicopedagogia e sobre a origem dessas ideias na Europa, e os
trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro médico-
psicopedagógico na França onde se percebe as primeiras tentativas de
articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução
dos problemas de comportamento e de aprendizagem.
Janine Mery (1985) aponta o século XIX como aquele em que teve início
o interesse por compreender e atender portadores de deficiências sensoriais,
debilidade mental e outros problemas que comprometessem a aprendizagem.
Segundo essa autora, no final do século XIX, educadores como Itard, Pereire,
Pestalozzi e Seguin começaram a se dedicar às crianças que apresentavam
problemas de aprendizagem em razão de vários tipos de distúrbios. Jean Itard
mobilizou-se com o caso da reeducação de um enfant sauvage, Victor, uma
história exemplar sob vários aspectos, entre outros pelo choque que esse ser
real representava aos olhos do ideal romântico rousseauniano. Pestalozzi,
inspirado nas ideias de Rousseau, fundou na Suíça um centro de educação
através do trabalho, onde usou o método intuitivo e natural, estimulando, em
especial, a percepção. Educadores como Pereire, Itard e Seguin também se
preocuparam, principalmente, com a percepção. Mery aponta esses
educadores como pioneiros no tratamento dos problemas de aprendizagem,
observando porém, que eles se preocupavam mais pelas deficiências
sensoriais e pela debilidade mental do que propriamente pela desadaptação
infantil.
Em 1898, Édouard Claparède, famoso professor de Psicologia,
juntamente com o neurologista François Neville, introduziu na escola pública as
"classes especiais", destinadas à educação de crianças com retardo mental.

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Esta foi a primeira iniciativa registrada de médicos e educadores no campo da
reeducação.
Em 1904 e 1908 iniciam-se as primeiras consultas médico-pedagógicas,
as quais tinham o objetivo de encaminhar as crianças para as classes
especiais.
Ainda em fins do século XIX, foi formada uma equipe médico-
pedagógica pelo educador Seguin e pelo médico psiquiatra Esquirol. A partir
daí a neuropsiquiatria infantil passou a se ocupar dos problemas neurológicos
que afetam a aprendizagem (MERY, 1985). Nessa mesma época Maria
Montessori, psiquiatra italiana, criou um método de aprendizagem destinado
inicialmente às crianças com retardo mental.
Posteriormente, o método Montessori foi estendido a todas as crianças,
sendo hoje utilizado em muitas Escolas. Sua principal preocupação está na
educação da vontade e na alfabetização, via estimulação dos órgãos dos
sentidos – sendo por isso classificado como sensorial.
O psiquiatra Ovide Decroly também se preocupou com a Educação
infantil, utilizando técnicas de observação e filmagem para estudar as situações
de aprendizagem. Criou os famosos Centros de Interesse, que perduram até os
nossos dias.
Conforme Mery (1985), em 1946 fundaram-se os primeiros Centros
Psicopedagógicos com a finalidade de se unir conhecimentos da Psicologia, da
Psicanálise e da Pedagogia para tratar comportamentos socialmente
inadequados de crianças, tanto na escola como no lar, objetivando a sua
adaptação.
A partir de 1948, o termo pedagogia curativa passa a ser definido como
terapêutica para entender a criança e adolescentes desadaptados que, embora
inteligentes, tinham maus resultados escolares. A Pedagogia Curativa
introduzida na França poderia ser entendida como "método que favorecia a
readaptação pedagógica do aluno", uma vez que pretendia tanto auxiliar o
sujeito a adquirir conhecimentos, como também desenvolver a sua
personalidade. Segundo Debesse, a Pedagogia Curativa "situa-se no interior
daquilo que hoje chamam de Psicopedagogia".

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Do sentido conferido à Psicopedagogia por Debesse, em 1948, ao que
lhe é conferido hoje pelos diversos profissionais da área, podemos observar
algumas transformações que tiveram vários sentidos. Esses diversos sentidos
conferidos à Psicopedagogia falam-no de um novo todo que se está
estruturando, cuja identidade se encontra ainda em processo de maturação.
A Psicopedagogia é uma nova área de atuação profissional que tem, ou
melhor, busca uma identidade e que requer uma formação de nível
interdisciplinar (o que já é sugerido no próprio termo Psicopedagogia).

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4 A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL

FONTE: https://www.rihappy.com.br/quebra-cabeca-mapa-do-brasil-2018-100-pecas-
toyster/p

O movimento da psicopedagogia no Brasil remete ao seu histórico na


Argentina, devido ao acesso fácil à literatura, as ideias argentinas têm
influenciado a prática dos brasileiros.
Antigamente os problemas de aprendizagem eram considerados como
fatores orgânicos e determinava a forma de tratamento, inclusive no Brasil. Só
na década de 70 é que foi difundida a ideia de que esses problemas eram
causados devido a uma disfunção neurológica não detectável em exame
clínico, chamada de disfunção cerebral mínima (DCM). Cypel apud Bossa
(2007), relata que em curto espaço de tempo pais e professores adotaram o
rótulo DCM para qualquer problema de aprendizado sem antes terem o
diagnóstico médico.
A autora Nadia Bossa (2007), é uma das grandes historiadoras da
Psicopedagogia no Brasil. Vejamos alguns dos principais fatos e descobertas
que ela destaca:

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No início da década de 80, começa a se configurar uma teoria
sóciopolítica a respeito do “problema de aprendizagem escolar”, que passou a
ser chamado de “problema de ensinagem”.
Em 1970, surgiram os primeiros cursos de especialização em
psicopedagogia no Brasil, idealizados para complementar a formação dos
psicólogos e educadores que buscavam solucionar certos problemas. Eles
foram estruturados com base em conhecimentos científicos e dentro de um
contexto histórico.
Entretanto, antes desses cursos, surgiram alguns grupos de
profissionais que atuavam com a problemática de aprendizado no sentido de
organizar os núcleos para estudos e aprofundamentos, como o professor Júlio
Bernaldo de Quirós, médico e professor de Buenos Aires, dedicou aos estudos
de leitura-escrita durante muitos anos e realizou pesquisas na Argentina e
publicou-os nas décadas de 50 e 60 e essas foram baseadas em sua
experiência. Em 1967, foi desenvolvido pelo CPOE um curso com duração de
dois anos para professores especializados no atendimento psicopedagógico
das clínicas de leitura, supervisionado por ele, que publicou vários livros e seu
objetivo era focar questões relacionados à linguagem e a aprendizagem. E em
70, fez uma conferência pelo Brasil.
Tivemos também profissionais de Porto Alegre que organizaram centro
de estudos destinados à formação em psicopedagogia. O professor Nilo
Fichtner fundou o Centro de Estudos Médicos e Psicopedagógicos no RS. Essa
formação dá-se um quadro de referências baseado em um modelo médico de
atuação.
Em 1954, foi patrocinado pelo Centro de Pesquisas e Orientação
Educacional (CPOE) da Secretaria de Educação e Cultura, o primeiro registro
de um curso de orientação psicopedagógica pelas coordenadoras Aracy
Tabajara e Dorothy Fossati e foi criado o Departamento de Educação Especial,
orientado para o atendimento com crianças excepcionais.
Em 1969, o RS havia uma distinção: os psicomotricistas trabalhavam
com a parte corporal e os fonoaudiólogos com a linguagem oral, audição, voz e
leitura- escrita. E devido a isso no ano de 1970 iniciaram os cursos de

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formação de especialistas em psicopedagogia na Clínica Médico – Pedagógica
de Porto Alegre com duração também de dois anos. Em seguida foi
desenvolvido o FACED com nível de especialização, pelo coordenador Nilo
Fichtner, o curso enfatizava duas especializações: uma era a área de
deficiências específicas da aprendizagem e a outra era a área dos
excepcionais (deficiência menta, auditiva e visual).
A PUCRS realizou cursos de especialização relacionados a curso de
reeducação em linguagem em 1979/80 e curso de psicoeducação em 1982/83.
Ela mantém desde 1972 a área de concentração em aconselhamento
psicopedagógico dentro do curso de pós-graduação em Educação.
Outro fato importante na história da psicopedagogia foi o primeiro
encontro de psicopedagogia em SP, em novembro de 1984, com Clarissa
Golbert e Sônia Kiguel que apresentaram trabalhos direcionados as atividades
dos psicopedagogos de Porto Alegre. A partir deste evento foi fundado o grupo
Livre de Estudos em Psicopedagogia (como era chamado), agora passou a ser
Associação de Psicopedagogos com o objetivo de discutir as questões
psicopedagógicas mensalmente.
Em setembro do mesmo ano aconteceu o primeiro seminário de
estudos em psicopedagogia, organizado pelos integrantes da Associação dos
Psicopedagogos, onde foram discutidos os trabalhos apresentados em SP.
Segundo Sonia Kiguel apud Bossa (2007, p.55), diz que “embora a
psicopedagogia seja uma área interdisciplinar, teve uma ampliação
considerável nos últimos anos, ela está ligada historicamente à Educação, mais
do que a Medicina e a psicologia”.
Com isso, em 1970, surgiram no âmbito institucional cursos com
enfoques psicopedagógicos, antecedendo a criação dos cursos formais de
especialização e aperfeiçoamento. Esses cursos tratavam de temas como “a
criança problema em uma classe comum”, “dificuldades escolares”, “pedagogia
terapêutica”, “problemas de aprendizagem escolar”. Eram oferecidos para
psicólogos, pedagogos e professores na área da educação com o objetivo de
conter conhecimentos específicos para atuar com as crianças na sala de aula.
Em 1979, foi criado o primeiro curso de psicopedagogia no Instituto Sedes

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Sapientiae em SP pela pedagoga e psicodramatista Maria Alice e pela diretora
do Instituto Madre Cristina Sodré. O objetivo desse curso era valorizar a ação
do educador. Ele começou abordando o tema da reeducação em
psicopedagogia, depois assumiu um caráter terapêutico com aprofundamento
nos aspectos afetivos da aprendizagem. Daí em diante, as mudanças continuam
e com espaço para refletir e praticar a psicopedagogia. Hoje o curso privilegia
as diferenças no papel do psicopedagogo, buscando análises mais rígidas da
identidade profissional.
A abordagem deste curso reflete na mudança de conceber o problema
do fracasso escolar e a busca pela identidade do professor brasileiro, que
nasce como reeducador e aos poucos amplia seu compromisso, sua
responsabilidade de diminuir os problemas de aprendizagem nas escolas e
assim reduz os altos índices de fracasso escolar.
Devemos enfatizar os estados de SP e RS, pois foram os grandes
pioneiros em formação de profissionais em psicopedagogia, formando cursos
em nível de escolarização e mestrado em Educação, como a PUC-SP, por
exemplo, inclusive na UFRGS no RS, vem sendo desenvolvido desde 1984 o
curso de especialização em aconselhamento psicopedagógico no programa de
pós-graduação na FACED.
Somente na década de 90, os cursos de especialização em Lato
Sensu, multiplicaram, surgindo cursos por mais estados brasileiros.
De acordo com Bossa (2007), a psicopedagogia, enquanto área implica
o exercício de uma profissão (que ainda não está registrada legalmente), ou
seja, uma forma específica de atuação. Ela surge como compromisso de
contribuir para a compreensão do processo de aprendizagem e identificação
dos fatores facilitadores e comprometedores do processo. A grande
necessidade de uma ação efetiva fica evidenciada no interesse que tem havido
pela psicopedagogia no país.
A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), surgiu como órgão
responsável pela organização de eventos de dimensão nacional, através de
publicações com temas que retratam as preocupações e tendências na área.
As temáticas dos encontros e congressos refletem a trajetória da atuação

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psicopedagógica dos primórdios até os dias de hoje. A Associação visa como
principal objetivo, tornar conhecido o campo de atuação de um psicopedagogo.
Conforme Scoz apud Bossa (2007, p.56), “a psicopedagogia no Brasil é
a área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas
dificuldades”. E numa ação profissional deve englobar vários campos do
conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.

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5 A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA

Fonte:https://depsicologia.com/psicologos-malaga-psicoabreu-referentes-con-mas-de-23-
anos-de-experiencia/

O psicopedagogo é o profissional que atua no aspecto clínico e


institucional e demais áreas, no entanto seu trabalho está pautado em facilitar a
aprendizagem e torná-la prazerosa; isso significa também que este profissional
orienta o educando de como estudar, possibilitando intervenções que facilitem
o processo de aprendizagem (DIAS, 2013).
De acordo com Dias (2013), as práticas psicopedagógicas recorrem a
um amplo conjunto de técnicas e estratégias de intervenção como entrevistas,
coordenação de trabalhos interdisciplinares, grupos terapêuticos, técnicas de
coleta de dados diagnósticas, estratégias terapêuticas, assessoramento e
coordenação de projetos educativos institucionais e projetos pedagógicos
inovadores, entre várias estratégias mais específicas.
Segundo Bossa (2000), o campo de atuação do psicopedagogo refere-
se não só ao espaço físico onde se dá esse trabalho, mas especialmente ao
espaço epistemológico que lhe cabe, ou seja, o lugar deste campo de atividade
e o modo de abordar o seu objeto de estudo. Ao delimitar o campo de atuação
do trabalho psicopedagógico, é preciso que o psicopedagogo saiba o que é
ensinar e o que é aprender.

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O psicopedagogo atua no objeto de estudo chamado aprendizagem.
Bossa (2000) afirma que a Psicopedagogia nasceu para atender a patologia da
aprendizagem visando propor novas alternativas de ação, voltadas para a
melhoria da prática pedagógica nas escolas.
A Psicopedagogia Institucional tem por finalidade investigar os possíveis
problemas pedagógicos que possam prejudicar o processo ensino-
aprendizagem. Essa investigação acontece por meio do diagnóstico, onde é
possível levantar as demandas apresentadas pelo educando e realizar os
encaminhamentos necessários. Inúmeras são as possibilidades de atuação do
psicopedagogo institucional, no entanto, o foco é a aprendizagem.
Para Bossa (2000) o papel do psicopedagogo na escola é o de entender
o indivíduo enquanto aprendiz, orientá-lo e direcioná-lo em relação às suas
dificuldades, possibilitando tanto a este, como a escola, que encontrem uma
solução para os problemas de aprendizagem.
Ainda segundo a autora, o psicopedagogo possibilita uma intervenção
psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em
espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, ele está
mobilizado na construção de um espaço adequado às condições de
aprendizagem de forma a evitar comprometimentos (defasagens). Elege a
metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou
desobstruir tal processo. Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro
da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação
pessoal e profissional implica a configuração de uma identidade própria e
singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de
atuação na escola.
A Psicopedagogia pode ser compreendida como uma área que estuda e
lida com o processo de aprendizagem e com os problemas decorrentes.
Acredita-se que se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com
essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor
(DIAS, 2013).
Bossa (1994) ressalta a necessidade da escuta na atuação
psicopedagógica quando salienta a percepção do interjogo entre o desejo de

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conhecer e o de ignorar. Para tanto, é importante saber lidar com possíveis
reações como resistências, bloqueios e sentimentos, pois, para muitos, o
psicopedagogo é visto como um fiscalizador e, às vezes, não aceito de forma
positiva por parte dos professores. Para tanto, é fundamental que sua atuação
e seu trabalho no âmbito escolar sejam esclarecidos.
Para Feldman (2016), o trabalho psicopedagógico pode contribuir
auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias
de ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do
conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse
trabalho permite que o educador se olhe como aprendente e como ensinante.
Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os
educadores contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula,
permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas
podem intervir positivamente no processo de aquisição do saber. Para o
psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo
de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora,
principalmente se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não
só a sua intervenção junto ao professor é positiva, mas também é importante a
sua participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos
filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo metodológico; enfim, na
escola como um todo, acompanhando a relação professor e aluno, aluno e
aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades, buscando
estratégias e apoio.

Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no


processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade
educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações
metodológicas de acordo com as características e particularidades
dos indivíduos do grupo e realizando processos de orientação, já que,
no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes
responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto
teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os
professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da
escola frente à sua docência e às necessidades individuais de
aprendizagem da criança ou da própria ensinagem (BOSSA, 1994,
p.23).

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Além da atuação institucional, o psicopedagogo possui como campo de
atuação a área clínica. Nesta, o psicopedagogo terá o indivíduo como paciente,
portanto, poderá diagnosticar e acompanhar o processo de aprendizagem do
paciente, e cabe ao profissional encaminhar a devolução do diagnóstico com o
elemento da equipe escolar.

É preciso que a devolução se encerre clarificando o Modelo de


Aprendizagem do paciente e de sua família junto à escola, suas
facetas saudáveis e suas dificuldades, bem como as possibilidades
de mudança na busca do prazer e eficiência no aprender. (WEISS,
1992, p.142).

Segundo Weiss (1992), a psicopedagogia clínica desmistifica o fato de


que o fracasso escolar seja sempre decorrente do aluno ou da família. Muitas
vezes esse fracasso está conectado a problemas, anomalias ou traumas
adquiridos ou vivenciados pela criança, que muitas vezes não foram
diagnosticados ou tratados. Daí a importância da intervenção clínica, diante da
situação a ser investigada.
Bossa (2000) afirma que o trabalho clínico se dá na relação entre um
sujeito com sua história pessoal e sua modalidade de aprendizagem. Os
problemas de aprendizagem escolar são tratados através da Psicopedagogia
Clínica, que visa detectar os diversos fatores que podem provocar o fracasso
escolar. É importante ressaltar que a Psicopedagogia é uma área
multidisciplinar e que não atua sozinha, dependendo e enriquecendo outras
áreas de atuação e trabalhando em parceria com os diversos profissionais da
organização.
Na atuação psicopedagógica é fundamental que o profissional leve em
consideração a importância da família no processo de aprendizagem, já que a
família é o primeiro contato da criança, e é nela que o indivíduo é estimulado e
estabelece os vínculos. A família também é responsável por grande parte da
sua educação e da sua aprendizagem; é por meio desta aprendizagem que a
criança é inserida no mundo cultural e começa a construir conhecimentos e
saberes. No entanto, existe resistência em algumas famílias em aceitar o
problema de aprendizagem de seus filhos.

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Desta maneira o papel do psicopedagogo é fazer uma análise da
situação apresentada, diagnosticando os problemas e as causas que levam o
indivíduo a não aprender.
Para tanto, este profissional investigará todos os fatores envolvidos:
orgânicos, cognitivos, emocionais, ambientais, sociais e culturais, relacionando
esses fatores às três vertentes: o indivíduo, a família e a escola, sendo que a
família desempenha um papel decisivo na aprendizagem.
Dentro deste contexto, a prática psicopedagógica prevê a atuação em
instituições e clínicas, sempre pautadas pelo Código de Ética do
psicopedagogo. Segundo Bossa (2011), a Psicopedagogia institucional pode
ocorrer em empresas, hospitais, creches e em outras organizações. De acordo
com a natureza do trabalho a ser realizado, a autora expõe ainda que, a
atuação do psicopedagogo pode contribuir para:

 a Psicopedagogia empresarial: na ampliação das formas de treinamento,


ressaltando as múltiplas inteligências, a criatividade, o imaginário, a função
humanística, as diferentes alternativas sobre sua atuação, utilizando-se
como metodologia de trabalho o diálogo e a construção de projetos;
 a Psicopedagogia hospitalar: mediando a partir da intervenção lúdica e
oficinas psicopedagógicas, a aprendizagem dos pacientes internos;
 a Psicopedagogia familiar: propondo o resgate da família sobre sua
atuação com a escola e na aprendizagem de seus filhos, a partir do
respeito das diferentes formas de aprender;
 a Psicopedagogia escolar: auxiliando na busca de sua identidade, na
instrumentalização dos profissionais, na reprogramação curricular, no
diagnóstico, no diálogo com as famílias, na ressignificação dos sistemas de
recuperação dentre outros (BOSSA, 2011).

Em todos os ramos de atuação da Psicopedagogia institucional fica claro


o papel preventivo deste profissional. Destacando a escola, como grande
precursora do processo de aprendizagem de crianças, adolescentes e adultos,
o papel preventivo é amplo, tendo o psicopedagogo atuação sobre os

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processos educativos, visando evitar possíveis problemas de aprendizagem.
Assim, Peres e Oliveira (2007) destacam três vertentes do trabalho
preventivo na instituição escolar, sendo o primeiro, a intervenção nas questões
didático-metodológico, na formação e orientação dos educadores e
aconselhamento aos responsáveis; o segundo propondo a diminuição e
tratamento dos problemas de aprendizagem já instalados, realizando o
diagnóstico institucional e a elaboração de um plano de intervenção, que
considere a realidade da unidade escolar, o currículo e o trabalho dos
educadores, evitando assim, que os problemas de aprendizagem e transtornos
se repitam; e, por fim, atuando na eliminação dos transtornos que já se
encontram instalados, prevenindo o aparecimento de outros problemas,
decorrentes daqueles que já foram eliminados.
A autora ainda ressalta que o processo de diagnóstico, tanto na
instituição quanto clínica, é contínuo e sempre revisitável, que culmina em uma
atitude investigadora para se chegar à intervenção. Tanto o diagnóstico quanto
o tratamento requerem procedimentos específicos de metodologia, que como
referido no início deste capítulo, devem estar pautados no Código de Ética do
psicopedagogo.

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6 AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO

Ao se colocar diante de um sujeito e sua familia, de primeiro momento já


há uma implicação do psicopedagago em se situar nas posssibilidades de
escuta da história de vida que irá se apresentar a partir daí para além de uma
simples queixa.
Receber alguém que pede esclarecimentos em relação a determinadas
questões e dúvidas que envolvem o aprendizado, requer, antes de mais nada,
respeito e comprometimento com o que está por vir.
Assim se dá o começo de uma avaliação psicopedagógica: de maneira
apurada e investigativa, a escuta analítica é priomordial para se promover um
encontro da fala da família e do sujeito, com o saber do profissional que o
escuta.
Trata-se de uma investigação que consiste na compreeensão, de ordem
global, com base em Weiss (2008), na forma de aprender e dos desvios que
estão ocorrendo nesse processo. É a organização de dados em relação a vida
biológica, intrapsíquica e social de forma única e pessoal.
Após o acolhimento com a família, existe a necessidade de apurar as
formulações de hipóteses através de encontros com o sujeito, sendo possível
utilizar alguns instrumentos bem como entrevistas com a equipe da escola e

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com outros profissionais, análise de produção do sujeito em questão como, por
exemplo, o material escolar, desenhos, construções e o que for necessário.
A Anamnese com a família se faz essencial por apresentar a visão
familiar da história de vida do sujeito em relação a preconceitos, normas,
culturas, expectativas, circulação de afetos e conhecimentos, além do peso das
gerações anteriores que às vezes é depositado no sujeito (Weiss, 2008).
Vale lembrar que, o diagnóstico psicopedagógico é um processo, um
contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia numa
atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que essa atitude
investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria
intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução
do sujeito (BOSSA, 2000,p.95).
Mesmo diante da importância de alguns instrumentos de intervenção
avaliativa no diagnóstico psicopedagógico, é essencial destacar, segundo
Weiss (2008), que o sucesso do diagnóstico não está no grande número de
instrumentos utilizados, mas, principalmente, na competência e sensibilidade
do psicopedagogo em explorar a multiplicidade de aspectos revelados em cada
situação.
Como consequência, a elaboração da devolutiva, tanto para o sujeito
como para a família, exige um momento que deve ser considerado desde a
queixa inicial, assim como todo o trabalho desenvolvido, detalhadamente, em
cada sessão, as entrevistas investigativas (família, escola, profissionais e o
próprio sujeito), seguido de orientações e devidos encaminhamentos.

22
7 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPp

Fonte: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/nucleo-secoes

A Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp, é uma entidade


de caráter científico-cultural, sem fins lucrativos, que congrega profissionais
atuantes na área da Psicopedagogia.
Em 12 de novembro de 1980, um grupo de profissionais já envolvidas
e atuantes nas questões relativas aos problemas da aprendizagem fundou a
Associação Estadual de Psicopedagogos do Estado de São Paulo, a AEP.
Devido ao grande interesse em torno dessa Associação, a sua expansão a
nível nacional surgiu como necessidade imperiosa. Em 1986, a AEP
transformou-se na ABPp e gradativamente foram sendo criadas unidades
afiliadas representação na maioria dos estados brasileiros, denominados de
Núcleos e Seções.
Durante esses anos a ABPp trata questões referentes à formação, ao
perfil, à difusão do profissional psicopedagogo e a regulamentação da
Psicopedagogia no Brasil.
Atualmente (2020), a ABPp possui 15 Seções e 5 Núcleos, distribuídos
pelo território nacional, estando devidamente vinculados e sob sua orientação.
A ABPp promove congressos, simpósios e cursos, atualidades que
podem ser consultadas em seu site: www.abpp.com.br, bem como mantém
uma publicação periódica de trabalhos científicos sobre sua área de atuação,
por meio da revista Psicopedagogia, que pode ser acessada diretamente pelo

23
site: www.revistapsicopedagogia.com.br.

7.1 História da ABPp

A Associação Brasileira de Psicopedagogia


Excertos Boletim ABPp Ano 6 n. 13, junho/1987 (p. 19-22)
Por Beatriz Lima Scoz / Mônica Hoehne Mendes.

A Associação de Psicopedagogos de São Paulo surge em 1980, a partir


dos questionamentos a respeito do perfil profissional do psicopedagogo e da
necessidade de definição de suas funções que começam a aparecer nas
primeiras turmas de alunas do Instituto Sedes Sapientiae.
Nesse momento os professores do curso incentivam as alunas a criar
uma Associação como meio de canalizar as inquietações que começavam a
aparecer. Para tal finalidade, os espaços do Instituto Sedes Sapientae são
oferecidos sem qualquer interferência na autonomia do grupo de alunas.
Numa primeira fase as iniciadoras da Associação sob coordenação de
Leda Maria Codeço Barone sentem a necessidade de trocar com seus pares as
técnicas de trabalho e algumas vivências que vinham realizando. Para isso
realizaram várias reuniões incluindo posteriormente a participação de todos os
associados. A preocupação com a prática psicopedagógica aparece
constantemente.
A partir dessas reuniões surgem propostas para realização das primeiras
atividades promovidas pela Associação, cuja preocupação central era de
instrumentalizar o profissional para seu trabalho. Nesse sentido são
promovidos cursos e ciclos de palestras que abordam questões acerca do
tema.
Numa segunda etapa, emerge com muita força no grupo da Associação
de Psicopedagogos a importância da interdisciplinaridade para realização do
trabalho psicopedagógico. Por essas razões profissionais de várias áreas de
atuação são convidados a participar dos eventos promovidos pela Associação,
abordando temas inerentes aos fenômenos psicopedagógicos envolvidos na

24
aprendizagem.
Num terceiro momento através de contatos realizados com grupos de
profissionais do Rio de Janeiro destacando-se as Professoras Maria Lúcia
Lemme Weiss, Maria Aparecida Mamede Neves e Maria Luiza Teixeira,
complementados com a vinda do Professor Jorge Visca da Argentina, aparece
no grupo de São Paulo, uma visão de Psicopedagogia mais voltada para a
pesquisa a partir das causas e dos sintomas.
No período em que se seguiu através de cursos e contatos frequentes
com a Professora Ana Maria Rodrigues Muniz, psicopedagoga, professora da
Universidad El Salvador de Buenos Aires, começa a surgir uma visão mais
dinâmica de Psicopedagogia. A partir daí cresce o interesse por parte da
Associação por ampliar contatos e aprofundar algumas teorias que atendessem
as necessidades de um trabalho psicopedagógico cada vez mais consistente.
Fica assim patente a importância de realizar um Encontro de maiores
proporções que possibilitasse envolvimento mais abrangente de profissionais
brasileiros e estrangeiros. Para realização desse evento, no ano de 1984,
foram convidados todos os Estados do Brasil, por intermédio de suas
Universidades para apresentarem trabalhos que vinham realizando. Onze
estados responderam ao convite. Houve também a participação de alguns
profissionais da América Latina (Chile, Uruguai, Argentina). Na síntese lida ao
final do I Encontro aparecem as preocupações com a interdisciplinaridade e
com a importância de aspecto social inserido na prática psicopedagógica esta
enfaticamente registrada.
Os cursos e atividades que se seguiram dão continuidade à moção
surgida durante o Encontro. Outro marco importante da Associação foi a
criação de um periódico com publicações cunho científico referentes à
trabalhos e pesquisas no que diz respeito aos problemas de aprendizagem.
Tais publicações se iniciaram em 1982 traduzindo os anseios e
preocupações que acompanharam as diferentes fases vividas pela Associação.
Esse trabalho que continua até os dias atuais, atinge uma penetração cada vez
mais crescente no âmbito educacional o que comprova a sua seriedade e a
intenção e democratização do acesso ao conhecimento.

25
Em 1986, realiza-se o II Encontro de Psicopedagogos que atinge
maiores proporções, aumenta o número de participantes passando de 500 para
700 e também a oferta das atividades.
Uma grande preocupação com a Psicopedagogia institucional iniciada
no I Encontro aparece com maior ênfase nesse momento. Outro aspecto que
se apresentou no I Encontro e se concretizou no II Encontro é o da delimitação
do papel profissional, começa a ficar claro que o espaço de trabalho do
psicopedagogo pode ser ocupado por profissionais advindos de diferentes
áreas de atuação, desde que se fundamente numa prática eminentemente
psicopedagógica.
É importante acrescentar o interesse que se reafirma no II Encontro por
grupos de psicopedagogos de outros Estados não só em aprofundar a sua
formação sem depender apenas dos Encontros realizados em São Paulo a
cada 2 anos como também em divulgar em seus Estados de origem a sua área
de atuação. Em vista disso surge como fato mais importante do II Encontro a
transformação da Associação de Psicopedagogos de São Paulo, em
Associação Brasileira de Psicopedagogia com a proposta da criação e
capítulos em outros Estados do Brasil.
Como se pode notar a Associação Brasileira de Psicopedagogia vem
cumprindo um importante papel ao longo desses anos abrindo espaços para
que a troca de experiências de trabalho entre profissionais pertencentes a
várias áreas de atuação possibilite um enriquecimento da prática
psicopedagógica.
Através da abertura de espaços de participações para educadores que
atuam em vários níveis houve democratização da oferta de subsídios para
aqueles profissionais que trabalham nas escolas, fundamentalmente nas
escolas públicas.
A Associação cumpre uma tarefa de relevante importância na
democratização de informações através de artigos publicados em seus
periódicos.
A importância da criação de capítulos da Associação Brasileira de
Psicopedagogia tem um peso muito grande nesse momento, a exemplo do Rio

26
Grande do Sul que fundou seu capítulo em 1986 e do Rio de Janeiro que inicia
seu capítulo a partir deste Seminário.
Percebemos que várias tendências de atuação no campo da
Psicopedagogia vem se evidenciando. As experiências surgidas nos vários
grupos geram uma reflexão sobre a identidade do modelo de atuação
psicopedagógica além da união de esforços que se dá com liberdade de
opinião e autonomia, criando coesão de grupo.
Percebemos que pouco a pouco vamos alcançando gradativamente um
melhor nível de desempenho e contribuindo com toda força para uma mudança
no cenário educacional deste país.

27
8 CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO

O Código de Ética tem o propósito de estabelecer parâmetros e orientar


os profissionais da Psicopedagogia brasileira quanto aos princípios que regem
a boa conduta profissional e instituir diretrizes para o exercício profissional.
A atualização do Código de Ética é prevista para que se mantenha em
conformidade com as expectativas da categoria profissional e da sociedade.

Capítulo I – Dos Princípios:


ARTIGO 1º
A Psicopedagogia é um campo de conhecimento e ação interdisciplinar
em Educação e Saúde com diferentes sujeitos e sistemas, quer sejam
pessoas, grupos, instituições e comunidades. Ocupa-se do processo de
aprendizagem considerando os sujeitos e sistemas, a família, a escola, a
sociedade e o contexto social, histórico e cultural.
Utiliza instrumentos e procedimentos próprios, fundamentados em
referenciais teóricos distintos, que convergem para o entendimento dos sujeitos
e sistemas que aprendem e sua forma de aprender.

Parágrafo 1º - A intervenção psicopedagógica é da ordem do conhecimento,


relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável
entre os processos de aprendizagem, as dificuldades e as possibilidades
dos sujeitos e sistemas.

Parágrafo 2º - A intervenção psicopedagógica ocorre com diferentes sujeitos


e sistemas, quer sejam pessoas, grupos, instituições e comunidades,
considerando os processos de aprendizagem e seus contextos, em
situações de pesquisa, de atendimento clínico e /ou institucional.

28
ARTIGO 2º
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza-se de
recursos próprios para a compreensão do processo de aprendizagem dos
sujeitos e sistemas com vistas à intervenção.

ARTIGO 3º
A atividade psicopedagógica tem como objetivos:
 propor ações frente aos processos de aprendizagem e suas
dificuldades;
 contribuir para os processos de inclusão escolar e social;
 realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
 mediar as relações interpessoais nos processos de aprendizagem
com vistas à prevenção de dificuldades e/ou à resolução de conflitos.

ARTIGO 4º
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e
elaborar a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação
e Saúde no que concerne às questões psicopedagógicas.

Capítulo II – Da Formação:

ARTIGO 5º
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em
curso de pós-graduação em Psicopedagogia, ministrados em instituições
de educação superior devidamente reconhecidas e autorizadas por órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor.

29
Capítulo III – Do Exercício das Atividades Psicopedagógicas:

ARTIGO 6º
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais
graduados e/ou pós- graduados em Psicopedagogia como também, os
profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência legal e os
profissionais reconhecidos pela ABPp.

Parágrafo 1º - O psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação


de seus serviços, por meio de recursos físicos e/ou virtuais, deverá fazê-lo de
acordo com as normas da ABPp e os princípios deste Código de Ética.

Parágrafo 2º - O atendimento psicopedagógico deve ser realizado com


equidade em ambiente apropriado.

ARTIGO 7º
O psicopedagogo deve manter o sigilo profissional e preservar a
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua
atividade.

Parágrafo 1º - Não se entende como quebra de sigilo informar sobre os


sujeitos e sistemas a especialistas e/ou instituições comprometidos com o
atendido e/ou com o atendimento, desde que autorizado pelos próprios
sujeitos e/ou seus responsáveis legais e sistemas.

Parágrafo 2º - O psicopedagogo não revelará, como testemunha, fatos de que


tenha conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja
intimado a depor perante autoridade judicial, e/ou em situações que envolvam
risco à integridade física, moral ou risco iminente de morte.

30
ARTIGO 8º
O resultado de um processo de avaliação só será fornecido a terceiros
interessados mediante concordância do próprio avaliado ou de seu
representante legal.

ARTIGO 9º
Os registros de atendimento psicopedagógico são documentos sigilosos
cujo acesso é restrito ao profissional psicopedagogo responsável. O material
deve ser guardado por um período de 5 anos.

Parágrafo 1º - Os registros psicopedagógicos, em suporte de papel ou em


eletrônico, deverão permanecer arquivados por um período de 5 anos após o
encerramento do atendimento.

Parágrafo 2º - A divulgação pública de registros, imagens e áudios, decorrentes


de atendimento psicopedagógico, só poderá ser feita mediante
consentimento e/ou autorização dos sujeitos e sistemas ou seu responsável
legal. Sobre o uso de imagens para qualquer finalidade deve haver
autorização por escrito, inclusive imagens em mídias sociais e/ou quaisquer
meios de comunicação.

O psicopedagogo procurará desenvolver e manter boas relações com os


componentes de diferentes categorias profissionais, observando, para esse fim,
o seguinte:
 trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;
 reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de
especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e
qualificados para o atendimento.

31
Capítulo IV – Das Responsabilidades:

ARTIGO 11
São deveres do psicopedagogo:

a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que


tratem da aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela
atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos
parâmetros da competência psicopedagógica;
d) colaborar com o desenvolvimento da Psicopedagogia por meio da
participação em eventos, pesquisas e publicações, entre outras possibilidades;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas e fornecer definição clara
do seu parecer oral e/ou escrito aos sujeitos e sistemas atendidos e/ou
aos seus responsáveis;
f) preservar a identidade dos sujeitos e sistemas nos relatos e discussões feitos
a título de exemplos e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da
classe e a manutenção do conceito público;
h) submeter-se à supervisão psicopedagógica e ao processo terapêutico
pessoal.

Capítulo V – Dos Instrumentos:

ARTIGO 12
São instrumentos da Psicopedagogia, aqueles que servem ao seu objeto
de estudo - a aprendizagem humana. Sua escolha decorrerá da formação
profissional e competência técnica do psicopedagogo.

32
Capítulo VI – Das Publicações Científicas:

ARTIGO 13
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as
seguintes normas:
 as discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em
discussão e não ao seu autor;
 em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase
aos autores e seguir normas científicas vigentes de publicação.
 em nenhum caso o psicopedagogo se valerá da posição
hierárquica para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos
executados sob sua orientação;
 em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências
bibliográficas utilizadas, bem como, esclarecidas as ideias, descobertas
e as ilustrações extraídas de cada autor, de acordo com normas e
técnicas científicas vigentes.

Capítulo VII – Da Publicidade Profissional:

ARTIGO 14
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá
fazê-lo com exatidão e honestidade, cumprindo e fazendo cumprir as
determinações deste Código de Ética.

Capítulo VIII – Dos Honorários:

ARTIGO 15
Os honorários são tratados previamente entre os sujeitos e sistemas
ou seus responsáveis legais e o profissional, a fim de que:
 representem justa contribuição pelos serviços prestados,
considerando condições socioeconômicas da região, natureza da

33
assistência prestada e tempo despendido;
 assegurem a qualidade dos serviços prestados.

Capítulo IX – Da Observância e Cumprimento do Código de Ética do


Psicopedagogo:

ARTIGO 16
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética.

Parágrafo único - Constitui inobservância ética:


 utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;
 permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas
psicopedagógicas;
 fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática
psicopedagógica;
 encaminhar ou desviar, por qualquer meio, atendimentos para si;
 receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado;
 assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros,
ou solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos.

ARTIGO 17
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar e orientar pela fiel
observância dos princípios éticos da classe e alertar ao psicopedagogo em
caso de inobservância, se necessário.

ARTIGO 18
O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do
Conselho Nacional da ABPp, devendo ser aprovado em Assembleia Geral.

34
Capítulo X – Das Disposições Gerais:

ARTIGO 19
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos
Nacional e Estaduais da ABPp.

ARTIGO 20
O presente Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional da
ABPp do biênio 1991/1992, reformulado pelo Conselho Nacional da ABPp
biênio 1995/1996, passou por nova reformulação feita pelas Comissões de
Ética da ABPp triênios 2008/2010 e 2011/2013, novamente atualizado pela
Comissão de Ética e com anuência do Conselho Nacional da ABPp
triênio 2017/2019, aprovado em Assembleia Geral realizada em 26/outubro
2019.

Comissão de Ética do Conselho Nacional da ABPp – Triênio 2017 - 2019


Maria Cristina Natel (SP) - Coordenadora
Cheila Araujo Mussi Montenegro (ES)
Laura Monte Serrat Barbosa (PR)
Lucila Menezes Guedes Monferrari (GO)
Maria de Nazaré do Vale Soares (PA)
Michele Fabiane Garcia Paes (PR)
Simone Carlberg (PR)
LUCIANA BARROS DE ALMEIDA
Presidente do Conselho Nacional
Triênio 2017-2019
Associação Brasileira de Psicopedagogia

35
9 REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE
PSICOPEDAGOGIA

Dispõe sobre a regulamentação do exercício da atividade de


Psicopedagogia. Especifica os profissionais aptos a exercerem a atividade de
psicopedagogia; determina as atribuições do psicopedagogo; impõe a
obrigatoriedade de observância de sigilo profissional; dispõe sobre a
necessidade de inscrição junto ao órgão competente para o exercício da
profissão; define infrações disciplinares.
A formação do Psicopedagogo, no Brasil, vem ocorrendo em caráter
regular e oficial, desde a década de setenta em instituições universitárias. Esta
formação é regulamentada pelo MEC em cursos de pós-graduação e
especialização, com carga mínima de 360 horas, sendo que a maioria dos
cursos são oferecidos com 600 horas ou mais, conforme orientação da ABPp
estabelecida nas Diretrizes Básicas de Formação de Psicopedagogos no
Brasil. Atualmente existem cursos oficiais em todo território nacional. Com a
expansão da formação e da área de atuação surgiram no século XXI cursos de
graduação em Psicopedagogia, atualmente (2016) duas instituições brasileiras
de ensino superior mantém seus cursos em pleno funcionamento.
A clientela desses cursos é constituída por profissionais que buscam
apropriar-se do estudo do processo de ensino-aprendizagem, objetivando atuar
nos seguintes campos: clínico e/ou institucional (seja escola, hospital ou
empresa/organização) além de pesquisadores na área. Consoante ao critério
estabelecido no Projeto de Lei que regulamenta o exercício da atividade em
Psicopedagogia atualmente tramitando no Congresso Nacional prevê em seu
texto original:

Art. 2º Poderão exercer a atividade de Psicopedagogia no País: I - os


portadores de diploma em curso de graduação em Psicopedagogia
expedido por escolas ou instituições devidamente autorizadas ou
credenciadas nos termos da legislação pertinente; II - os portadores
de diploma em Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, ou
Licenciatura que tenham concluído curso de especialização em
Psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e carga horária

36
de 80% na especialidade. (BRASIL PROJETO DE LEI – no 3.512 de
2008).

A Psicopedagogia tem como objeto de estudo a aprendizagem, abrange


a compreensão e intervenção nos problemas de aprendizagem. Tem caráter
interdisciplinar contando com a contribuição de outras áreas do conhecimento,
dentre eles: psicologia, fonoaudiologia, medicina em suas especificidades.
Portanto, regulamentar o exercício da atividade em Psicopedagogia é o
que se pretende, tendo como principal objetivo oficializar o que já está
legitimado socialmente e em decorrência disto a normatização da formação e
do exercício profissional, além de estender este atendimento à população de
baixa renda visando a melhoria da educação e prevenção da saúde.
Este texto foi originalmente escrito pelo Conselho Nacional da
Associação Brasileira de Psicopedagogia, em setembro/1997. Foi revisado pela
Comissão de Divulgação, triênio 2002/2004, em agosto/2002.
Reformulado pela Comissão de Formação e Regulamentação,
triênio 2014/2016, em março/2016.

9.1 Esclarecimento sobre o PLC 031/2010

Aos associados e público em geral A Associação Brasileira de


Psicopedagogia – ABPp e parlamentares adeptos apresentaram no Congresso
Nacional, em 1997, um Projeto de Lei que regulamenta o exercício da atividade
de Psicopedagogia. Em todo esse tempo a ABPp acompanha e colabora com
informações pertinentes nesta matéria mantendo-se atenta às tramitações
decorrentes. Esclarecemos que em relação a esse assunto estamos
continuamente em contato com os parlamentares e disponíveis para dialogar
com nossos associados e psicopedagogos brasileiros. Recentemente em
contato com a assessoria do Senador Izalci Lucas, fornecemos dados para
instruir o relatório designado e, portanto o PLC 031/10 encontra-se pronto para
pauta na Comissão de Educação do Senado Federal. Informamos ainda que
em 17/março de 2020 estava pautado para votação, porém a reunião foi

37
cancelada em virtude do cumprimento de isolamento social decretado pelo
Ministério da Saúde em todo o Brasil por razões sanitárias devido ao Corona
vírus. Aguardamos uma nova agenda para a votação da matéria. A
regulamentação é uma articulação de todos os psicopedagogos brasileiros, a
sua participação é essencial. (Publicado em 27 de Abril de 2020).

38
ENCERRAMENTO

Parabéns por ter concluído os estudos desta matéria da sua


especialização!
A Editora Famart e seus parceiros (a) conteudistas, prepararam esta
apostila baseando-se em temas e discussões relativas à esta disciplina.
Reunimos conteúdos de autores e pesquisadores que são referência na
temática apresentada, concebendo um compilado desta abordagem de forma
didática visando melhor aproveitamento no seu processo de conhecimento e
aprendizagem. Na presente apostila, foram utilizados materiais que estão
devidamente referenciados ao final em conjunto com as demais referências de
todas as citações, viabilizando, desta forma, a identificação e eventual consulta
às fontes.
Busque materiais auxiliares de estudo para que possam agregar ainda
mais no seu conhecimento.
Dúvidas, elogios, questionamentos ou orientações quanto ao conteúdo
estudado, disponibilizamos para esta finalidade a opção de abertura de
requerimento através de sua área de estudo. Nossos tutores estarão
disponíveis para te atender!

39
REFERÊNCIAS

ABPp. Código de Ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Disponível


em:
<http://www.abpp.com.br/leis_regulamentacao_ etica.htm> acesso em
06/10/2020.

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temáticos para cursos de formação em Psicopedagogia. Disponível em:
<http://www.abpp.com.br/leis_diretrizes_eixos.htm> acesso em 06/10/2020.

ABPp. Atualização da ABPp a respeito do andamento da PCL 31/2010 que


regulamenta a atividade de psicopedagogia. Disponível em: http://abpp-
rj.com.br/noticias/informe-abpp/ acesso em 06/10/2020.

ABPp. A Psicopedagogia no Brasil: evolução histórica. Disponível em:


https://www.abpp.com.br/psicopedagogo_historia_abpp.html acesso em
06/10/2020.

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ercicio_da_atividade_em_psicopedagogia.html acesso em 06/10/2020.

ANDRADE, M. S. Rumos e diretrizes dos cursos de Psicopedagogia: análise


crítica do surgimento da Psicopedagogia na América Latina. Cadernos de
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AJURIAGUERRA, J. de. Manual de Psiquiatria Infantil. 2 ed. Paraná: Masson


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BRASIL. Projeto de Lei no 3.512-B, de 2008. Dispõe sobre a regulamentação


do exercício da atividade de Psicopedagogia; tendo pareceres: da Comissão de
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(relatora: DEP. GORETE PEREIRA); e da Comissão de Constituição e Justiça
e de Cidadania, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa deste
e das Emendas da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público
(relator: DEP. MAURÍCIO QUINTELLA LESSA). Disponível em < http://
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