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REFLEXÕES SOBRE A METODOLOGIA DE PESQUISA EM PSICODINÂMICA DO

TRABALHO

REFLECTIONS ABOUT THE RESEARCH METHODOLOGY IN PSYCHODYNAMICS


OF WORK

ARTIGO
Renata Sabrina Maciel Lobato Louzada
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira
Universidade Federal do Pará (UFPA)

Resumo
O presente artigo tem como objetivo refletir a utilização da metodologia de
pesquisa qualitativa na Clínica do Trabalho, mais especificamente o uso da
Psicodinâmica do Trabalho, de Christophe Dejours e suas adaptações nos
estudos realizados no Brasil. Neste sentido, procura esclarecer os principais
conceitos da teoria e sua articulação com a prática para compreensão da
subjetividade e vivências de prazer-sofrimento do sujeito no ambiente de
trabalho, bem como suas implicações para a dinâmica das relações sociais.
Dialoga com autores que estudam a metodologia da psicodinâmica do
trabalho e segue com a apresentação de três pesquisas que utilizam a
referida teoria como referencial.

Palavras chave: psicodinâmica do trabalho; subjetividade; prazer-sofrimento.

Abstract
The present article aims to reflect the use of qualitative research
methodology in work clinics, more specifically the use of psychodynamics of
work of Christophe Dejours and adaptations in studies conducted in Brazil.
In this sense, seeks to clarify the main concepts of the theory and its
articulation with practice to understand subjectivity and pleasure-suffering
of the subject in the workplace, as well as its implications for the dynamics
of social relations. Dialogues with authors who study the methodology of
the psychodynamic of work and follows with the presentation of three
studies that used this theory as a reference.

Key-
Key-words: psychodynamics of work; subjectivity; pleasure-suffering.

Resumen
Resumen
Este artículo tiene como objetivo reflejar la utilización de la metodología de
investigación cualitativa en las clínicas del trabajo, más concretamente, el
uso en la Psicodinámica del trabajo, de Christophe Dejours, y sus
adaptaciones nos estudios realizados en Brasil. Para esto, trata de aclarar
los principales conceptos de la teoria y su articulacion con la prática con el

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fin de entender la subjetividad y vivencias de placer-sufrimiento del sujeto


en su ambiente de trabajo, así como las implicaciones para la dinámica de
las relaciones sociales. Concluye con algunos autores que estudian la
metodologia de la psicodinâmica del trabajo y con la presentación de três
investigaciones que utilizan esta teoria como referencial.

Palabras clave: psicodinámica del trabajo; subjetividad; placer-sufrimiento.

1. Introdução integral por seus êxitos e fracassos. Em tal


acepção, o que impera, na maioria das vezes,
Dada a sua importância para as escolhas é um ambiente de trabalho repleto de tensão,
pessoais e profissionais, as quais, na maior cobrança, concorrência e desgaste, o qual
parte do tempo, seguem carregadas de pode contribuir para o adoecimento do
expectativas positivas quanto ao sucesso na trabalhador.
carreira e na posição que cada indivíduo1 irá De acordo com Alves (2005), as
ocupar dentro da sociedade, o trabalho condições e a organização do trabalho, além
desempenha um papel fundamental na vida das vivências de dor, confrontam-se com as
humana. Grande parte do tempo de cada um aspirações, motivações e desejos do sujeito,
é gasto com o trabalho2, as relações que dele pois este passa a reavaliar os aspectos
se estabelecem, os problemas e prazeres por negativos do seu trabalho de maneira a
ele acarretados. Trabalho não é somente caracterizá-lo, ou não, como penoso e de
fator de sobrevivência física, mas é eficaz à menos valia, o que pode gerar insatisfação na
constituição do sujeito e do ‘corpo’ social. execução significativa de determinadas
Nesse sentido, se o trabalho habita entre os atividades.
diversos suportes da atividade humana, ele A temática do trabalho constitui um
“condiciona a perenização de todos os outros imenso campo, portanto, demarcamos um
ao assegurar ou não a sobrevivência de cada recorte de abordagem: alguns efeitos
membro da espécie, mesmo ao preço das subjetivos derivados da relação trabalho e
mais graves desilusões” (Clot, 2006, p. 90). subjetividade, analisados em alguns aportes
Bendassolli (2005) informa que existe teóricos que dão origem ao que a literatura
um novo credo na cultura empresarial, na da área nomeia “Clínicas do Trabalho”, que
qual o indivíduo bem-sucedido é aquele que constitui um conjunto de teorias cujo ponto
consegue construir uma identidade pessoal central é o estudo do trabalho e da
que não dependa de nenhuma outra coisa subjetividade, em uma busca pela articulação
que não seja a sua própria ação, isto é, sua entre aspectos presentes no “mundo psíquico
capacidade e eficiência no agir que e no mundo social” dos indivíduos. Nas
funcionaria como garantia de “superação clínicas do trabalho, o foco de pesquisa é uma
limites”. Nesse “culto à performance”, exige- intervenção da realidade social vivida pelos
se cada vez mais do trabalhador uma postura sujeitos, suas experiências de trabalho.
de excelência, na qual ele é responsável Dentre as citadas clínicas, destacamos a
Psicodinâmica do Trabalho (PDT), criada por
Dejours3,
1
O termo foi aqui utilizado de acordo com a Christophe que procurava
perspectiva do texto “Cultura da Performance”
(Bendassolli, 2005).
2 3
Observamos que a abordagem neste texto diz “Christophe Dejours: Psiquiatra, Assistente de
respeito às relações entre capital e trabalho em uma Medicina do Trabalho da Faculdade de Medicina de
perspectiva referente ao contrato entre um Paris, Membro da AOCIP – Associação para Abertura do
empregador e alguém que vende sua força de trabalho Campo de Investigação Psicopatológica e do
ao mercado. Laboratório de Psicologia do Trabalho do

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caracterizar a organização do trabalho enquanto força capaz de transformar


enquanto fonte de desgaste e sofrimento, sofrimento em prazer (Martins, 2009).
com ênfase nos processos criativos que Para Heloani e Lancman, (2004), a PDT
mobilizam o sujeito de forma a resistir diante procura, através da escuta dos trabalhadores,
das dificuldades oriundas no real do trabalho4 de preferência em grupo, construir com os
(Bendassolli & Soboll, 2010). mesmos uma reflexão acerca de seu trabalho.
As primeiras pesquisas de Dejours, A mobilização pela elaboração é o que
realizadas na década de 1980 (oitenta), com a proporcionaria as condições necessárias para
publicação de seu livro A Loucura do que haja uma transformação no trabalho. É
Trabalho, mostraram que o autor iniciou seus somente através da elaboração dos sentidos e
estudos orientado na lógica dos preceitos da da vivência que o trabalhador poderá
Psicopatologia do Trabalho. Aos poucos, no perceber as dificuldades e sofrimentos nos
entanto, começou a questionar a ideia da quais está inserido e que suas defesas não
rigidez e inflexibilidade com que esta teoria permitem enxergar. Essa abertura possibilita
abordava a relação dos sujeitos e o trabalho, aos sujeitos lutarem por sua emancipação.
isto porque se apoiava em um modelo de Onde existe a desconstrução das ideologias,
patologia profissional, na qual o trabalho era abre-se o espaço para a construção de novos
visto como causa de distúrbios sentidos para o trabalho (Rossi, 2011).
psicopatológicos. Dejours questionou com A teoria criada por Dejours mostra uma
potência essa relação (Dejours, 2011a). dicotomia presente em toda relação de
Em sua origem, a Psicodinâmica do trabalho: O prazer-sofrimento. Tal
Trabalho inicia seus estudos através da descoberta, amparada em uma perspectiva
investigação do sofrimento psíquico do interdisciplinar, o levou a caracterizar o
sujeito na sua relação com o trabalho, trabalho enquanto o hiato que existe entre o
levando em conta, principalmente, os prescrito pela organização e o impacto com a
processos defensivos, individuais e coletivos realidade, que mobilizaria as defesas dos
que os trabalhadores utilizam para trabalhadores na busca pela manutenção do
transformar, de maneira criativa, sua relação equilíbrio da normalidade e fuga do
com a organização do trabalho. Seu método sofrimento, algo sempre em constante
era a escuta do sofrimento do trabalhador em movimento (Dejours, Abdoucheli, & Jayet,
“espaços de discussão” em grupo (Martins, 2010).
2009). Dejours (2011b) aponta, também, que
Ainda de acordo com a autora, tal teoria trabalhar significa buscar reconhecimento. É
aponta para a mobilização do trabalhador uma atividade humana que está além do
frente à realidade da organização do trabalho. controle institucional e informa que o sentido
A distância entre o formal e o real é sempre do trabalho é construído a partir dessa
fonte de desgaste e sofrimento. Nesse valorização, dentro de uma identidade social,
sentido, a experiência do trabalhador, ao e esta expectativa de sucesso e gratidão,
oferecer sua subjetividade na ação, aparece quando não acontecem, podem afetar a
saúde mental do sujeito, pois uma vez
estagnada essa dinâmica, não existe a
“Conservatório Nacional de Artes e Ofícios” de Paris”,
possibilidade de transformar o sofrimento em
Psicanalista e fundador da Psicodinâmica do Trabalho.
DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C.; 2010. prazer.
4
Trabalho Real: Consiste em “respostas as imposições De acordo Bendassolli e Soboll (2011),
determinadas externamente, que são, ao mesmo os trabalhadores não estão passivos diante da
tempo, apreendidas e modificadas pelo próprio organização do trabalho, mas conseguem
trabalhador para realizar o trabalho prescrito”.
resguardar sua saúde mental e encontrar
Disponível em
http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/trarea saídas para se “adaptar às situações
.html concretas” do trabalho. Os sujeitos constroem

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estratégias defensivas, individuais e coletivas, Dejoours, Abdoucheli e Jayet (2010)


para encontrar um equilíbrio para o seu afirmam que a dinâmica do sofrimento
funcionamento psíquico. Aqui, percebemos psíquico caracteriza um “estado de luta” do
que na psicodinâmica do trabalho o foco sujeito contra as forças que o empurram para
passou a ser a questão da “normalidade”, uma doença mental. O sofrimento implica em
como forma estratégica de mediar a relação um bloqueio do sujeito quando em conflito
sofrimento e defesas contra o sofrimento na com a organização do trabalho, isto é, no
perspectiva da dinâmica humana. momento em que todas as suas possibilidades
Ao deslocar o seu objeto de estudo, a de adaptação e ajustamento já foram
supracitada teoria procura analisar o enigma utilizadas e ocorre uma fadiga, resultante da
da normalidade, isto é, o fato da organização impossibilidade de harmonia entre o
do trabalho não afetar de maneira igual a profissional e seu trabalho. Com o aumento
saúde dos trabalhadores. O trabalho, então, da tensão e do desprazer, o sofrimento
não seria causador de patologias, mas apenas começa, tornando o cansaço uma
poderia favorecer o surgimento de algum “testemunha não especificada da sobrecarga
transtorno mental (salvo em casos de que pesa sobre um ou outro dos setores do
síndromes subjetivas pós-traumáticas5). organismo psíquico e somático”.
Assim, pode adoecer quem não consegue se Mendes (2007) informa que as defesas
defender das imposições organizacionais, o psíquicas possuem um importante papel para
que leva a uma desorganização da dinâmica assegurar a saúde mental dos trabalhadores e
dos seus processos psíquicos, quando estes se trabalhadoras. Contudo, elas também podem
confrontam com a realidade do trabalho funcionar como “armadilhas”, na medida em
(Seligman-Silva, 2011). que se transformam em ideologias defensivas,
A metodologia original da PDT, como as quais podem gerar alienação. Tal
proposta por Dejours, constitui um esquema alheamento mascara o sofrimento e atende à
de orientações que inicia com a demanda dos ideologia empresarial dominante, a qual
trabalhadores, a partir da qual o/a abusa do uso das defesas psíquicas para
pesquisador/a se organiza, podendo contar manter o trabalhador produtivo e
com ajuda de auxiliares de pesquisa, para desconhecedor das causas de sua angustia. É
encontrar, no local de trabalho, um espaço de a ambivalência do sofrimento que gera a
discussão pública onde os trabalhadores exploração dos modos de subjetivação do
pudessem falar, individualmente ou em trabalhador.
grupo, sobre a organização do trabalho. Nessa Ainda segundo a autora, ser saudável
perspectiva, é fundamental a escuta desse não implica em ausência de sofrimento, mas
sofrimento para posterior elaboração e em transformação de sofrimento. Isto ocorre
apropriação do trabalho por parte do por meio da tomada de consciência das
trabalhador (Dejours, 1992; Mendes, 2007). causas e conflitos, o que só é possível através
da fala e da escuta dos trabalhadores em uma
reflexão sobre o seu próprio fazer. Dessa
5
Dejours afirma que a “síndrome subjetiva pós- maneira, o trabalhador poderá recuperar sua
traumática”, atualmente conhecida como Estresse Pós capacidade de pensar o trabalho, em uma
traumático (F43.1-Manual de Doenças Relacionadas ao
desalienação, e transformar o sofrimento em
Trabalho, Ministério da Saúde, 2001,é uma “entidade
psicopatológica” que o sujeito poderia desenvolver a algo criativo que sirva para “um aumento da
partir de um “elemento desencadeador no ambiente resistência do sujeito ao risco de
de trabalho” (Dejours, 1992, p. 123) e constitui-se desestabilização psíquica” (Mendes, 2007, p.
exceção por se desenvolver depois de acidentes no 35). Aqui, é possível observar mais
trabalho, e cujos sintomas só agravariam quando o
claramente o papel da ambivalência do
sujeito voltasse para realização de suas tarefas, o que
caracterizaria diretamente a ligação da psicopatologia sofrimento, pois este pode atuar tanto no
ao trabalho. sentido de aumentar a probabilidade do

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profissional adoecer ou pode sinalizar um poderia desenvolver no familiarizar-se


caminho de superação a ser enfrentado pelo cotidianamente com seu ofício (Dejours,
trabalhador. 2012, p.42).
Dejours (2004) informa que são as Segundo Barros e Barros (2007), para a
surpresas das situações de trabalho que PDT, o sujeito não é mera vítima de sua
exigem dos profissionais uma reinvenção do atividade, mas a ele é permitido criar novos
seu cotidiano de trabalho. É na iminência de processos de trabalho dos quais faz emergir,
frustração que a afetividade é colocada em também, novas práticas que vão além do
prática, uma vez que a possibilidade de errar tripé dor-desprazer-trabalho e proporcionam
conduz a sentimentos desagradáveis, mas um aumento da autonomia do pensar-fazer
também é o ponto culminante para que o que envolve o processo de trabalhar.
corpo que “experimenta” o sofrimento possa Contudo, para que tal inteligência astuciosa
transformá-lo em prazer. seja colocada em prática é necessário que a
De acordo com Gernet e Dejours organização do trabalho forneça um
(2011), as ferramentas necessárias para ambiente propício para que cada sujeito
formular respostas nos confrontos com o tenha maior liberdade de atuação.
trabalho levam tempo para se desenvolver no A PDT conceitua o trabalho de forma
trabalhador. Exigem um arranjo a posteriori, mais abrangente a partir do momento que
fruto de uma relação do sujeito com a leva em conta a subjetividade do trabalhador
manipulação dos instrumentos necessários na construção de suas relações sociais, nas
para executar as tarefas que lhe são quais trabalhar consiste no engajamento total
apresentadas. A engenhosidade conduz a do corpo na realização de uma ação. Envolve
experiência de suplantar as diversas situações criatividade, inteligência, subjetividade e
vividas, pois “são as mudanças sofridas pelo intersubjetividade na busca por maneiras que
corpo que mobilizam a curiosidade e consigam preencher o espaço que existe
norteiam a procura de solução” (Gernet; entre o que é prescrito pela organização de
Dejours, 2011, p. 62). trabalho e o fazer. Assim, para o clínico, o
A chamada “inteligência inventiva” (ou assunto trabalho é o que o sujeito utiliza “de
“astuciosa”, “não acadêmica”), é utilizada si mesmo” para enfrentar as diversas
pelo trabalhador para responder aos aspectos situações que lhe são designadas para o
do trabalho para o qual aquele não foi cumprimento de determinada tarefa
preparado. A Métis6 seria a habilidade (Dejours, 2004).
utilizada como forma de trapaça à prescrição A teoria estabelecida por Dejours não se
para a obtenção de resultados positivos. Aqui, orienta exclusivamente como uma área de
o improviso viria para encaminhar a saídas estudos voltada para o conhecimento
triunfantes diante de situações científico, mas está diretamente ligada à ação.
desconhecidas, algo que cada profissional só Partindo dessa lógica, sua metodologia pauta-
se na idéia de que o trabalho não produz só o
6
“Métis é uma deusa. Zeus apaixonou-se por ela que, melhor e pior para o individuo, mas afeta o
em seguida ficou grávida, A preocupação de Zeus foi coletivo e, portanto, sua elaboração deveria
imediata. Receava que a criança acumulasse a partir, preferencialmente, em espaços de
inteligência do pai –que ultrapassava a de todos os
subjetividade para expressão do grupo. Esta
demais deuses- e a inteligência do corpo, a inteligência
astuciosa de Métis, a mãe. Preocupava-se com s riscos inclinação, viável na teoria, na prática
que ficaria submetido se um filho mais inteligente que constitui-se um enorme desafio. (Dejours,
ele decidisse tomar-lhe o lugar no Olimpo (...)Como 2011b).
solução decidiu engolir Métis e conservar para si a A realidade de trabalho no mundo
inteligência da deusa, bem guardada em seu ventre(...)
capitalista não se propõe a dar voz a esse
Desta incorporação mágica, Atena- a filha de Zeus e
Métis- veio à luz com armas em punho, partida da trabalhador, o qual é disciplinado para
cabeça de Zeus” (Dejours, 2012, p.43). desenvolver um comportamento

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persecutório, em permanente conflito com melhor/pior, mas qual técnica viabilizaria, de


seus colegas, cuja relação, em geral, é de maneira mais ampla, o acesso ao
competição e desconfiança, o que permite conhecimento em determinada situação. Aqui
desagregar o conjunto de trabalhadores e temos a base de sustentação do trabalho
uma possível união para reivindicações. Tal científico, pois é a orientação teórica e
fato torna a articulação das escutas coletivas conceitual que indicará a metodologia a ser
difíceis e demanda do/a pesquisador/a utilizada na pesquisa. Não é uma prisão, mas
enriquecer sua pesquisa por meio da um caminho sem o qual o/a pesquisador/a
diversidade de conceitos possíveis de articular poderia facilmente se perder. Segundo
com a prática, aprimorando sua atuação “na Seligman-Silva (2011) é somente através do
tentativa de compreender seu objeto, que estabelecimento de coerência entre teoria e
inexoravelmente remete a complexidade das problema de investigação é que se torna
relações saúde e trabalho”. (Nogueira, 2011, possível criar uma atividade científica capaz
p.134). de se estabelecer no tempo e produzir um
Szenewar, Uchuda e Lancman (2011) conhecimento articulado com a experiência
afirmam que, atualmente, a maioria das significativa de cada sujeito, o que faria
organizações têm se mobilizado de maneira transparecer o compromisso e o respeito à
mais sofisticada no intuito de minar a relação condição humana de cada trabalhador.
de colaboração entre os seus funcionários. A Assim, ao abordar o sujeito dentro de
trilha atual constitui um caminho que leva a uma perspectiva transformadora e dinâmica,
uma maior competição e individualismo, na Dejours traz à tona uma nova maneira de
qual o desempenho sobrepõe-se à enxergar as relações de trabalho, pois não se
solidariedade e leva a uma crescente restringe à simplicidade das relações de causa
dificuldade em encadear os grupos. A e efeito (doenças causadas pelo trabalho),
tendência de “trabalhar sozinho” propicia o mas sua pesquisa constitui-se,
isolamento e compromete a cooperação, o primordialmente, em uma prática de
que pode gerar a “ruína da subjetividade” e intervenção na qual, através da possibilidade
um estímulo para vencer “a qualquer custo” da escuta dos trabalhadores e trabalhadoras,
(Dejours, 2004). torna-se possível a apropriação dos mesmos
De acordo com Gernet e Dejours sobre a ação que desenvolvem.
(2010), a prática de trabalho traz consigo a
figura do outro para além da relação de 2. A metodologia em Psicodinâmica do
simples conviver, mas o cuidar, interagir, Trabalho no Brasil: mudanças e contribuições
confrontar, aprender, servir. Esta
configuração mobiliza as defesas dos sujeitos No Brasil, atualmente, muitas pesquisas
em seu exercício cotidiano com o “vivo” do estão sendo realizadas utilizando como base a
trabalho, isto é, a realidade a sua volta. Logo, psicodinâmica do trabalho. Alguns estudos,
quem resiste melhor à pressão e consegue como por exemplo, os do Laboratório de
criar novas formas de trabalhar caracteriza-se Psicodinâmica e Clínica do Trabalho, da
enquanto sujeito que coloca mais qualidade Universidade de Brasília (LPTC), são pioneiros
no fazer e atender às demandas da hierarquia nessa linha de pesquisa, com destaque para
institucional de trabalho. Além disso, uma grande produção que utiliza na análise
transforma o fracasso em superação, na de seus dados adaptações do método original
tentativa de evitar o sofrimento e o adoecer criado por Dejours.
relacionado ao contexto organizacional. Dentre as supracitadas pesquisas,
Minayo (2002) considera que o/a destaco (3) três: o trabalho de Rossi, Siqueira
pesquisador/a, ao escolher a abordagem que e Araújo (2009), que trata um estudo de caso
utiliza para a pesquisa, pretende demarcar o a respeito do adoecimento de uma bancária.
tema que investiga. Não há valoração de Aqui, percebe-se que não houve uma escuta

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com o grupo, mas uma pesquisa de acordo possibilitar aos pesquisadores a oportunidade
com a demanda individual (afastamento da de aproximar o método à sua realidade, tal
funcionária) que mobilizou os pesquisadores; como visto na utilização da entrevista
Temos, também, o delineamento proposto individual no lugar da clássica visão de
por Antloga e Mendes (2009), com um grupo entrevistas de grupos, ditas preferenciais para
de vendedores de materiais de construção, Dejours, substituição ocorrida em razão
com ênfase para a metodologia que baseou a dessas, na prática, muitas vezes, tornarem-se
análise de seus resultados de acordo com a inviáveis pelas condições de trabalho de
análise de conteúdo, de Bardin, e a pesquisa determinadas organizações.
feita por Machado e Merlo (2009), com um Seligman-Silva (2011), mostra a
grupo de auxiliares e técnicos de enfermagem dificuldade em dar conta da distância entre
de uma unidade crítica de um hospital teoria e realidade em PDT, em razão da
cardiológico, na qual, mais uma vez, chama grande variedade de determinantes dos
atenção o fato dos pesquisadores utilizarem processos que diferenciam o trabalho em
em sua prática de pesquisa, dentro do seus contextos socioeconômicos e culturais.
procedimento metodológico, a técnica de Cabe o repto ao pesquisador de fazer das
entrevistas individuais. Tais pesquisas têm em dificuldades de campo respostas (ou novas
comum a procura por uma articulação teórica perguntas?) ao seu trabalho, bem como ao
com a psicodinâmica do trabalho aliada a uma meio acadêmico ao qual sua pesquisa está
prática de procedimento de coleta e análise inserida e àqueles que cooperam com a
de resultados que se ampara em uma mesma.
diversidade de métodos, o que visa adequá- A teoria criada por Dejours aborda as
los à realidade dos estudos. transformações do mundo do trabalho e o
Mendes (2007) informa que para alocar mesmo é possível verificar em sua teoria, que
o sujeito do trabalho em análise, a pesquisa não é rígida, mas pode ser campo de novas
em PDT privilegia um método científico descobertas a cada inserção ou curiosidade
particular cujo princípio é a escuta e em aprender. Logo, se as relações de trabalho
interpretação da fala, para posterior mudam, assim como a sua organização, a
explicação dos conteúdos numa tentativa de forma de pesquisar também. Nas palavras de
apreender as relações de vivencias de prazer- Merlo e Mendes (2009, p.152):
sofrimento no trabalho:
Acredita-se que todos os métodos devem
A fala permite resgatar a capacidade de ser vistos como instrumentos de trabalho
pensar sobre o trabalho, é um modo de para a pesquisa em permanente
desalienação, bem como uma construção- e por isso dinâmicos-, que
possibilidade de apropriação e dominação precisam ser adequados às realidades nas
do trabalho pelos trabalhadores, sendo se quais são utilizados e para seus horizontes
um aspecto fundamental para dar início à de utilização, que podem e devem ser
construção do coletivo comm base na ampliados. Com a Psicodinâmica do
cooperação e nas mudanças na Trabalho não ocorre diferente. (...). Nesse
organização do trabalho (Mendes, 2007, sentido, buscar seu uso como categoria
p. 32). teórico-metodológica é o cenário ideal
que, muitas vezes, não corresponde ao
real do campo de pesquisa, mas que
Para a autora, de forma nenhuma precisa ser buscada, como possibilidade
somos “escravos do método”, visto que ele de assegurar a perspectiva
permite adaptações, o que, não determina a transformadora desta abordagem.
diminuição do seu caráter científico, mas,
mantendo-se os princípios fundamentais da Um estudo realizado por Mendes e
teoria, as variações podem ampliar a visão Morrone (2010) mostrou como no Brasil já
sobre a complexidade do trabalho e existe uma prática de pesquisa com base na

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supracitada teoria. Nessa pesquisa, os autores mesmo trabalho pode constituir-se em


apontam que, desde 1996 até 2007, foram fonte de prazer e de desenvolvimento
humano do sujeito tanto quanto do
publicados 79 estudos a utilizando como adoecimento (Lancmann & Szenelwar,
referencial, embora, na grande maioria das 2011, p. 42).
vezes, seja um apoio teórico, posto que
apenas cinco dos referidos trabalhos tenham Segundo Dejours (1992), a pesquisa é o
seguido a metodologia original de escutas momento de escuta do trabalhador que,
individuais e coletivas, tal como originalmente através da fala, poderá reconhecer o seu
proposto. trabalho e seus significados. Aqui, existe o
Na região norte do país, alguns privilégio pela escuta de grupos de
trabalhos já estão sendo desenvolvidos, de trabalhadores. Entretanto, a prática,
forma pioneira, sobre saúde mental e principalmente no Brasil, vem sendo
trabalho, envolvendo como perspectiva caracterizada pela adaptação do método ao
teórica a abordagem da PDT, embora seja um campo de realização das pesquisas.
campo que ainda precisa ser mais fortalecido Tais mudanças na maneira de pesquisar
nesse território. Dentre os estudos realizados favorecem novas formas de conhecimento,
na Amazônia podemos destacar a pesquisa pois caracterizam a dinâmica da pesquisa;
feita por Oliveira (1998), sobre a saúde dos uma vez que as relações de trabalho mudam,
trabalhadores de um hospital público; Moraes torna-se coerente que as formas de pesquisar
(2011), que abordou o prazer- sofrimento no também mudem. Dessa maneira, temos a
trabalho com automação; e Nogueira (2011), psicodinâmica do trabalho enquanto uma
em sua pesquisa sobre o sofrimento dos proposição teórico-metodológica, cenário
trabalhadores do Alumínio do Pará. Em todas ideal para a pesquisa e intervenção no campo
as pesquisas, é possível observar uma da construção do saber a respeito do
tentativa de captação do objeto de pesquisa trabalho, que não corresponde, geralmente,
de forma à articular teoria e prática em uma com a prática, por isso faz-se necessário a
tentativa de aproximar o/a pesquisador/a da busca por uma investigação que caminhe em
realidade social onde está inserido. consonância com o caráter transformador
dessa abordagem.
3. Considerações finais
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nova forma de abordar a questão do trabalho Alves, C.F.O. (2005). Entre o cuidar e o sofrer:
baseia-se em uma perspectiva voltada para a O cuidado do cuidador via experiência de
compreensão das dimensões sofrimento e cuidadores/profissionais de saúde mental.
saúde (prazer) dentro de um cenário no qual Dissertação de Mestrado em Psicologia
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do trabalhador ao adoecimento ou à Recife, PE. Recuperado em 6 julho, 2012, de
construção de um equilíbrio que o mantém http://www.unicap.br/tede/tde_arquivos/1/T
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Lancman e Szenelwar: carlos%20alves.pdf.

Assim, se por um lado, o mundo do Antloga, C. S., & Mendes, A. M. (2009).


trabalho é gerador de sofrimento – na
medida em que confronta as pessoas com
Sofrimento e Adoecimento dos vendedores
imposições externas-, por outro, o de uma Empresa de Material de Construção.
trabalho é também a oportunidade Psicologia Teoria e Pesquisa. Vol 25, nº 2,
central de crescimento e de páginas 255 - 262.
desenvolvimento psíquico do adulto. Ou
seja: Se trabalho leva ao sofrimento, este

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