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Podem ser citadas como quatro teorias Assinala Gilbert Cardoso Bouyer (2010,
clínicas do trabalho: clínica da atividade, p. 250) que são noções centrais da CPDT:
psicossociologia do trabalho, psicodinâmica do “reconhecimento; identidade; compromisso
trabalho e ergologia. entre sofrimento e defesa; sublimação;
Louis Le Guillant e Paul Sivadon racionalidade pática (pathique); alienação
foram dois dos percursores da corrente da social”.
psicopatologia do trabalho, sendo o primeiro O trabalho forma a identidade do sujeito.
destacado pelo contributo do estudo da A clínica psicodinâmica do Trabalho (CPDT)
neurose das telefonistas acerca do trabalho
estuda a questão da normalidade (“enigma
das empregadas domésticas.
da normalidade”), a fim de compreender
Já a psicodinâmica do trabalho (PDT) é
uma abordagem científica de origem do médico as estratégias para evitar descompensações
do trabalho e psiquiatra Christophe Dejours, mentais. A CPDT busca descobrir como as
oriunda da psicopatologia, e consiste numa pessoas conseguem se manter trabalhando,
metodologia em que os trabalhadores podem suportando todo o sofrimento na “normalidade
se expressar acerca dos seus sentimentos e das
enigmática”1, em que parecem estar normais
contradições do trabalho.
diante dos outros, mas intimamente estão
O objeto de estudo da PDT é “o estudo
das relações dinâmicas entre organização em sofrimento; avaliando a organização
do trabalho e processos de subjetivação” do trabalho e a relação prazer-sofrimento-
(MENDES, 2007a, p. 30). trabalho.
Christophe Dejours (2008) aponta que Singulariza Cristophe Dejours (2008)
em uma primeira análise da clínica do trabalho,
acerca do trabalho das secretárias, que são
são cinco as barreiras para perceptibilidade do
“secret-taire”2
trabalho efetivo:
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A ergologia não se caracteriza como uma 7 Dejours e Bègue (2010) fazem uma
nova disciplina ou um novo campo do reflexão acerca do trabalho vivo, a conferir:
saber, mas sim como uma perspectiva “Realmente, a clínica do trabalho e, sobretudo, a
ergonomia mostraram, já há um bom tempo, que o
de análise e de intervenção sobre o
trabalho ordinário é incansável e inexoravelmente
trabalho gestada entre o final dos anos perturbado por incidentes, panes, disfunções,
60 e o início dos anos 80. [...] Como imprevistos e acidentes. Em outros termos: as
perspectiva de análise e intervenção ciências do trabalho mostram que, mesmo quando
o trabalho é rigorosamente organizado por pessoas
sobre os problemas que emergem do
que sabem o que é o trabalho - notadamente
trabalho, a ergologia explora o ponto engenheiros -, pelo serviço dos métodos ou
de vista da atividade humana em pelos projetistas, em realidade a previsibilidade
suas circulações, entendendo que a do trabalho é inevitavelmente desmentida por
imprevistos, ou seja, por aquilo que justamente
atividade do trabalho opera como uma
foge à previsão (incidentes, panes, disfunções,
matriz. (BRITO, 2011, p. 479). imprevistos, acidentes). Esta é a razão pela qual é
necessário - e será necessário sempre - o trabalho
vivo.” (DEJOURS; BÈGUE, 2010, p. 50).
A Ergologia amplia os estudos da
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Talvez não haja qualquer outra situação profissão que exerce na sociedade, ao invés de
em que a importância adquirida ser estimado pela honestidade com que exerce
pelo trabalho assalariado na vida
o seu trabalho. Disso, o trabalhar assume
das pessoas no mundo industrial se
revele tão claramente como quando posição crucial na saúde mental dos sujeitos.
dois desconhecidos se encontram e Os transtornos mentais são
perguntam: ‘o que você é?’, e não estigmatizados no trabalho. Edith Seligmann-
respondem como o que fazem nas Silva (2011) revela que os trabalhadores
horas vagas: criador de pombos, nem
têm receio de exteriorizar os sintomas dos
com a confissão religiosa: católico,
nem com alusão ao ideal de beleza: transtornos mentais10 relacionadas ao trabalho,
como você pode ver, ruivo e musculoso pois:
– mas, com a maior naturalidade de
um mundo que a bem da verdade [...] a resistência em assumir que não
parece meio fora dos eixos com uma havia suportado, suficientemente, o
tal resposta, com a profissão: técnico trabalho, conjugada ao receio de ser
da Siemens. Se sabemos a profissão do considerado ‘vagabundo’ e simulador
nosso interlocutor, acreditamos saber de doença para obter vantagens. O
quem ele (ela) é. A profissão serve de chefe geralmente lhes transmitem a
parâmetro mútuo de identificação, insatisfação e o menosprezo com que
com cujo auxílio contamos para avaliar encaravam ‘os que só viviam indo ao
as necessidades e capacidades pessoais médico e arranjando atestado para não
e a posição econômica e social daquele trabalhar’. (SELIGMANN-SILVA, 2011,
que a ‘tem’. Por mais curioso que seja, p. 272, grifo nosso).
produz-se a equivalência da pessoa
com sua profissão. Na sociedade em A citação da autora evidencia um
que a vida se alinha pela trama da
problema grave, que é o sofrimento, negado
profissão, se revela de fato algumas
informações-chave: renda, status,
pelo próprio trabalhador, decorrente do receio
conhecimentos linguísticos, interesses de revelar sua condição de saúde, por medo.
possíveis, contatos sociais etc. (BECK, Foi difundido falaciosamente, mesmo no meio
2016, p. 204). da saúde, o relatado pela autora, ou seja, que
quem sofre de algum transtorno ou doença
Essa constatação de Beck manifesta
pode ou poderia estar simulando uma doença.
a centralidade do trabalho ainda hoje, que
Configura atitude discriminatória contra
define a pessoa para o outro, ao mesmo tempo
o doente, acusá-lo de estar praticando simulação
em que expõe a curiosidade alheia, de tentar
sem apresentação de provas concretas da
identificar a posição econômica e social do outro
alegação, por quem a imputa, o que caracteriza,
a partir dessa pergunta: “o que você é”? Como
na realidade, um meio de humilhar, silenciar e
diz Beck, acaba-se por estabelecer parâmetros
de distinção ou identificação de alguém pela
10 Ressalta-se a incorreção do termo “doença
profissão que exerce, revelando informações- mental”, devendo ser utilizada transtorno mental.
chave. Logo o trabalhador percebe que é Nesse sentido, a American Psychiatric Association
(2014) faz uso da expressão “transtornos mentais”
digno de ser respeitado ou desrespeitado pela e a OPAS/OMS (2003) no CID-10 faz uso do termo
“transtornos mentais e comportamentais”.
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parte perversos, sádicos, psicóticos, dizem que desconfortável. Estar fora da lei é por
as queixas referentes à saúde mental, que se si só desagradável. Para a maioria
das pessoas isso é ameaçador. [...]
dão nos consultórios médicos da empresa, não
Estar na ilegalidade é, às vezes, tão
passam de lamentações dos trabalhadores, insuportável que as pessoas, frequente
não lhes dando a atenção devida por isso; que ou sistematicamente, tentam se
os trabalhadores que sofrem adoecimento desembaraçar da responsabilidade
mental são indivíduos a serem expurgados da da fraude remetendo-a ao vizinho.
(DEJOURS; JAYET, 2014, p. 102-103).
empresa. E, o mais grave, que o médico do
trabalho que tudo isso evidencia, simplesmente
Essa revelação dejouriana é essencial
cumprindo o seu dever legal, ético e moral de
para se compreender os acidentes do
proteger a saúde dos trabalhadores, é tachado
trabalho e as doenças ocupacionais que, na
de estar provocando o problema. Assim,
realidade cotidiana dos médicos do trabalho,
quem diagnostica a relação causal entre o
são visualizados pelas empresas como os
trabalho e o transtorno mental do trabalhador
culpados pelos acidentes e doenças físicas,
é considerado o culpado, não os responsáveis
além dos transtornos mentais, pelo fato de
pela definição da organização do trabalho e da
os evidenciarem às claras. Não se tem como
gestão da empresa. Além do que, como visto, os
prevenir acidentes com essa concepção
médicos do trabalho ainda sofrem o desrespeito
empresarial, de considerar que o médico do
de terem a sua qualidade questionada pelos
trabalho deve praticar clandestinidades para
dirigentes empresariais e serem vistos como
proteger a empresa, sob pena de ser visto como
pessoas que intencionalmente querem
inimigo da empresa. Assim, o bom médico
prejudicar a empresa, enquanto na realidade é
do trabalho para a empresa é aquele que a
exatamente o contrário.
defende a qualquer custo, pelas falcatruas e
Exatamente é o que ocorre com o
manipulações documentais. É preciso que a
profissional do SESMT o que Dejours e Jayet
sociedade tenha conhecimento disso, para
(2014) afirmam que o trabalhador constata:
decidir, politicamente, que tipo de médico do
trabalho irá permitir que uma empresa possua.
se quebro-galhos, corro o risco de ser
puindo; se não o faço, corro o risco Ressalta-se que o atual modelo brasileiro é
de ser acusado de falta de iniciativa. É fracassado, com médicos do trabalho submissos
exatamente essa injunção paradoxal, aos dirigentes empresariais, pelo medo do
que é: causa de sofrimento, mal- desemprego diante da falta da garantia
entendidos, sonegação e má circulação
provisória de emprego, e ainda assim por
de informações, fechamento sobre si
mesmo e de desconfiança individual, serem empregados, não servidores públicos do
sentimento de injustiça, fechamento Estado, em serviço nas empresas, para, aí sim,
de coletivos face a outros coletivos terem total independência profissional.
e de constituição de antagonismos A desestruturação social do trabalho,
e conflitos interequipes. [...] A
a ceifar a solidariedade e a cooperação, “os
fraude conduz o sujeito a uma
posição psicológica extremamente principais componentes do viver-junto no
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Pelo que se examina, os que sofrem de a empresa busca de forma dolosa a exploração
transtornos mentais, relacionados ao trabalho, do sofrimento dos trabalhadores, como forma
encontram dificuldades de se recolocarem de aumento da produção do trabalho; assim
no mercado de trabalho, sendo submetidos como explora a ansiedade dos trabalhadores,
a trabalhos precários e subempregos, o que pois o “medo é também um instrumento de
pode agravar ainda mais sua condição mental, controle social na empresa”. Há uma desolação
com repercussão por toda a vida. nos trabalhadores, em parte promovida pelas
Christophe Dejours e Christian Jayet avaliações individualizadas de desempenho,
(2014, p. 89-90) indicam as expressões diretas que ocasiona concorrência entre os colegas de
do sofrimento vivenciado pelos trabalhadores, trabalho e deslealdade (DEJOURS, 2008, p. 80).
que os levam a “atitudes agressivas, medo de Não se trata de repelir as avaliações
boatos, sentimento de não reconhecimento e o controle de qualidade, mas de amplificá-
dos méritos específicos, vivência de injustiça, los “[...] aos próprios avaliadores, para que
destruição da confiança recíproca entre fosse feita por pesquisadores com qualidades
trabalhadores; desenvolvimento de um específicas para realizá-la, pesquisadores
individualismo, o fechamento de cada um que saberiam ajudar e não punir as pessoas
em sua esfera privada etc”. Já as defesas avaliadas, que saberiam treinar e estimular
contra esse sofrimento são evidenciadas os profissionais em vez de desencorajá-los e
quando o trabalhador se “desvencilha das desmoralizá-los. (CHAMPAGNE, 2008, p. 16)
responsabilidades, a adotar a conduta de O sofrimento acarreta o
‘cada um por si’, à desconfiança sistemática, desenvolvimento de estratégias defensivas,
em enfrentar o sofrimento no silêncio e só individuais e coletivas, de proteção, adaptação
verbalizá-lo no consultório médico, recusar a ou exploração, acabando por se tornar uma
cumprimentar os colegas, denunciar outros ideologia defensiva, fruto de uma alienação.
grupos de incompetentes no trabalho, etc”. Dejours (2008) reflete acerca das
(DEJOURS; JAYET, 2014, p. 90-92). estratégias de defesa contra o sofrimento:
A realidade evidencia que ampla parcela
das empresas propositadamente não tem O trabalho também provoca uma
série de sofrimentos em razão de
interesse de criar um ambiente de trabalho
constrangimentos deletérios, como os
saudável na seara mental dos trabalhadores,
constrangimentos de cadências ou de
pois adota conscientemente a gestão pelo qualidade; os constrangimentos sociais
medo. Destaca Christophe Dejours (1992, p. da dominação, injustiça, desprezo,
96) que “a erosão da vida mental individual humilhação; as exigências de usuários e
clientes – eventualmente sua violência,
dos trabalhadores é útil para a implantação de
um vez que esta entrou na ordem do
um comportamento condicionado favorável à
dia. Trabalhar é também suportar esse
produção. O sofrimento mental parece como sofrimento. Isso faz parte do trabalho.
intermediário necessário à submissão do Para tanto, os agentes constroem
corpo”. estratégias coletivas e individuais de
defesa que fazem parte, sem sombra
Destaca Dejours (1992, p. 102-113) que
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Delírio, excitação e
Detemina a Organização Mundial da
Benzeno depressão, embriaguez, Saúde (2010) que:
desorientação
O stress no trabalho está ligado a
um aumento de 50% do risco de
Alucinações, excitação
aterosclerose coronariana (Marmot,
Chumbo e depressão, insônia,
2004; Kivimäki et al., 2006) e existem
convulsão, coma
provas consistentes segundo as quais
a elevada exigência no trabalho, baixo
Riscos impulsivos,
nível de controle e desequilíbrio entre
Manganês tremores, hipomímica
esforço e recompensa são fatores de
facial, queixas sensoriais
risco para problemas de saúde mental
e física (Stansfeld & Candy, 2006).
Alucinação, excitação e
Mercúrio1 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,
depressão, paralisia
2010, p. 78).
Monóxido de Tetania, embriaguez,
carbono cefaleia, paralisia, coma Assim, são diversas as repercussões
decorrentes dos estressores mentais, podendo
Sulfeto de carbono Cefaleia, coma atingir além do aparelho psíquico. Há casos
Estresse, instabilidade de morte pelo excesso de trabalho (karoshi)11,
neurovegatativa (distúrbios em uma morte súbita pelos estressores
digestivos), estado de ocupacionais físicos e/ou psíquicos.
Ruído
angústia, distúrbios
psíquicos, aumento de
depressão. 11 Esclarace a Enciclopédia de Saúde e Segurança
no Trabalho da Organização Internacional do Trabalho
Fonte: CAMARGO et. al., 2010, p. 140. que “Karoshi é uma palavra japonesa que significa morte
por excesso de trabalho. Este fenômeno foi inicialmente
1 No Brasil, o Decreto Legislativo n° 99/2017 Brasil reconhecido no Japão”, e que uma análise de ocorrências
aprovou o texto da Convenção de Minamata sobre Mercúrio, apontou que “os casos de karoshi eram de trabalhadores
com o objetivo de “proteger a saúde humana e o meio ambiente entusiasmados e dedicados, então eles tenderam a
das emissões e liberações antropogênicas de mercúrio e de
esquecer sua necessidade de descanso periódico, e até
compostos de mercúrio”. (BRASIL, 2017a)
mesmo a necessidade de atenção médica”. (HARATANI,
1998, p. 5.20).
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com um baixo poder de controle e decisão existência de uma doença, lesão cerebral ou
no trabalho. E, certas vezes, o assédio ao outra afecção que justifique a disfunção cerebral;
trabalhador é promovido obrigando-se este os transtornos mentais e de comportamento
a se deslocar para um trabalho passivo, decorrentes do uso de substâncias psicoativas
desmotivado. (F10-F19) são definidos como transtornos
Um trabalho ativo permite aprendizado relacionados à intoxicação e uso nocivo
e motivação, decorrentes de sua demanda de substâncias psicoativas, como álcool,
psicológica alta (com moderação) e também o canabinoides, cocaína, tabaco, uso de solventes
controle no trabalho. voláteis, múltiplas drogas e outras substâncias;
Conforme a Classificação Estatística a esquizofrenia, transtornos delirantes, outros
Internacional de Doenças e Problemas (F20-F29) têm como considerações gerais
Relacionados à Saúde, em sua décima revisão, serem qualificados por sintomas alucinatórios,
(CID-10), da Organização Pan-americana de delirantes, modificações do comportamento,
Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da sem lesão cerebral comprovada; os transtorno
Saúde (OMS), é a seguinte, a classificação geral de humor (F30-F39) são especificados por
dos transtornos mentais e de comportamento: alterações do humor e afetos, como transtorno
(F00-F09) transtornos mentais orgânicos, afetivo bipolar, mania, depressão, transtornos
inclusive os somáticos; (F10-F19) transtornos depressivos, transtornos persistentes do
mentais e comportamentais devidos ao humor; os transtornos mentais neuróticos,
uso de substância psicoativa; (F20-F29) relacionados ao estresse e somatoformes
esquizofrenia, transtornos esquizotípicos (F40-F48) são descritos por sintomas ansiosos,
e delirantes; (F30-F39) transtornos do depressivos, fóbicos, obsessivos-compulsivos,
humor; (F40-F48) transtornos neuróticos, dissociativos e somatoformes; as síndromes
transtornos relacionados com o “stress” comportamentais associadas a transtornos
e transtornos somatoformes; (F50-F59) fisiológicos e fatores físicos (F50-F59) têm
síndromes comportamentais associadas com predomínio de desordens de alimentação,
distúrbios fisiológicos e a fatores físicos; sono, função sexual, puerpério e outros; os
(F60-F69) transtornos da personalidade e transtornos de personalidade (F60-F69) são
do comportamento do adulto; (F70-F79) definidos por padrões de comportamento
retardo mental; (F80-F89) transtornos do permanente, sendo os principais tipos de
desenvolvimento psicológico; (F90-F98) personalidade a paranoide, esquizoide,
transtornos do comportamento e transtornos antissocial, emocionalmente instável,
emocionais que aparecem habitualmente na histriônica, anancástica, ansiosa e dependente.
infância ou na adolescência; (F99) transtorno (CAMARGO et. al., 2010, p. 23-29).
mental não especificado. (OPAS/OMS, 2003, p. O CID-10 ainda especifica fatores que
303). influenciam o estado de saúde e o contato dos
Cabe uma análise dos principais serviços de saúde, como nítida repercussão
transtornos citados: os transtornos mentais no mundo do trabalho, especificados entre
orgânicos (F00-F09) são caracterizados pela os códigos Z00-Z99. São exemplos destes: Z56
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análise a ser realizada em caso de trabalhador lesão e disfunção 4. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e
cerebrais e de
apresentando suposto transtorno mental doença física
Z57.5) (Quadro XIII)
e do comportamento relacionado com o (F06.-): Transtorno 5. Manganês e seus compostos
trabalho, antes de adentrar na apuração de Cognitivo Leve tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV)
(F06.7)
riscos psicossociais, é a averiguação dos riscos 6. Mercúrio e seus compostos tóxicos
de natureza orgânica a que está exposto, a (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI)
exemplo dos referidos agentes neurotóxicos. 7. Sulfeto de Carbono (X49.-;
Z57.5) (Quadro XIX)
Quadro II – Transtornos Mentais e do
8. Outros solventes orgânicos
Comportamento Relacionados com o Trabalho
(Grupo V da CID-10). neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5)
IV - Transtornos de
Agentes Etiológicos ou Fatores de 1. Tolueno e outros solventes
Doenças personalidade e de
Risco de Natureza Ocupacional aromáticos neurotóxicos (X46.-;
comportamento Z57.5) (Quadro III)
decorrentes de
2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno,
1. Manganês X49.-; Z57.5) (Quadro doença, lesão e
Tricloroetano e outros solventes
XV) de disfunção de orgânicos halogenados neurotóxicos
I - Demência e personalidade (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
outras doenças 2. Substâncias asfixiantes: CO, H2S, (F07.-): Transtorno
3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e
específicas etc. (seqüela) (X47.-; Z57.5) (Quadro Orgânico de Z57.5) (Quadro XIII)
classificadas em XVII) Personalidade
4. Manganês e seus compostos
outros locais (F07.0); Outros
3. Sulfeto de Carbono (X49.-; tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV)
(F02.8) transtornos de
Z57.5) (Quadro XIX) 5. Mercúrio e seus compostos tóxicos
personalidade e de
(X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI)
comportamento
1. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e 6. Sulfeto de Carbono (X49.-;
II - Delirium, não decorrentes de
Z57.5) (Quadro XIII) Z57.5) (Quadro XIX)
sobreposto a doença, lesão ou
disfunção cerebral 7. Outros solventes orgânicos
demência, como 2. Sulfeto de Carbono (X49.-;
neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5)
descrita (F05.0) Z57.5) (Quadro XIX) (F07.8)
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francesa:
1. Problemas relacionados com o
XI - Transtorno do emprego e com o desemprego: Má
Ciclo Vigília-Sono [...] todos os profissionais de saúde –
adaptação à organização do horário
Devido a Fatores de trabalho (Trabalho em Turnos ou a começar pelos médicos do trabalho
Não-Orgânicos Trabalho Noturno) (Z56.6) – estão de acordo em um ponto:
(F51.2) 2. Circunstância relativa às condições as patologias mentais ligadas ao
de trabalho (Y96) trabalho não param de crescer e essa
evolução é indissociável do impacto
no trabalho provocado pelas novas
XII - Sensação de formas de avaliação e gestão que foram
Estar Acabado 1. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) introduzidas há cerca de quinze anos
(“Síndrome de 2. Outras dificuldades físicas e na França. (DEJOURS, 2008, p. 80).
Burn-Out”, “Sín- mentais relacionadas com o trabalho
drome do Esgota- (Z56.6)
mento Profissio- Com a evolução da proteção à saúde e
nal”) (Z73.0) segurança dos trabalhadores, nos processos
industriais, reduziram-se as SPORT; mas com
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos
da Lista B do Decreto n° 3.048, de 6 de maio de a precariedade no trabalho e o aumento de
1999. conflitos, ampliaram-se as SPNROT atualmente
Quanto às SPNORT não são derivadas pelos trabalhadores com os referidos
de intoxicações por agentes neurotóxicos ou estressores acima.
por lesões cerebrais. As SPNORT são as mais
conhecidas doenças de natureza psiquiátrica 3 Síndrome de Burnout
relacionadas ao trabalho, pois estão vinculadas
A Síndrome de Burnout (SB) foi
às condições de trabalho, à organização do
inicialmente manifestada em 1970 e é
trabalho e aos conflitos no trabalho.
definida pela literatura como uma combinação
Dispõem Duílio Antero de Camargo et.
de exaustão emocional (falta de energia),
al. (2010) como estressores psicossociais do
despersonalização (falta de sensibilidade e
trabalho:
distrato às pessoas) e baixa realização pessoal
Excesso de atividades, pressão de (diminuição do sentimento de competência)
tempo e trabalho repetitivo; Conflito causada pelo estresse ocupacional crônico.
de papéis entre subordinados e (MASLACH; JACKSON, 1986).
superiores; Falta de apoio social, por Seu surgimento técnico foi oriundo de
parte da chefia, colegas e família;
estudos na tentativa de se descobrir os fatores
Estressores físicos: produtos químicos,
ruídos, altas temperaturas e outros; envolvidos no adoecimento dos profissionais de
tecnologia de produção em série e saúde, “pois essa é uma categoria profissional
processos de trabalho extremamente que reconhecidamente possui alto risco de
automatizados; trabalho em turnos. adoecimento mental”. (CODO; LAGO, 2010, p.
(CAMARGO et. al., 2010, p. 58-59).
179).
Destacam Duílio Antero de Camargo
Destaca Dejours (2008) uma realidade
et. al. (2010, p. 67) que o Burnout é vinculado
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indicar quais indivíduos com essa ideação tem contornos de uma sociedade de risco, que
acabam elaborando um plano de suicídio ou envolve a todos. Como exemplo, destaca-se o
de fato tentam cometer suicídio”. (AMERICAN caso do voo Germanwings 9525 (uma empresa
aérea de baixo custo do Grupo Lufthansa),
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. 278).
em 2015, que partiu da Espanha, com destino
À vista disso, deve-se aclarar os riscos
à Alemanha, e caiu matando todos os 144
psicossociais no ambiente de trabalho para
passageiros e 6 integrantes da tripulação, por
prevenção do TEPT, que pode ocasionar uma atitude intencional do copiloto, conforme
até mesmo o suicídio da vítima. Ressalta- investigação oficial do Ministério Público de
se que, conforme o Quadro IX, o TEPT é Düsseldorf (2017), sendo que o trabalhador
reconhecidamente um transtorno mental copiloto já havia passado por consulta em
relacionado ao trabalho, pela Decreto n° aproximadamente 40 médicos, incluindo
3.048/1999, pela Portaria de Consolidação n° psiquiatras, sem conhecimento por parte da
empresa, pelo receio de os médicos serem
5/2017 do Ministério da Saúde e expressamente
processados por quebra do sigilo médico.
pela Recomendação 194 da OIT.
A repercussão mundial fez com que fossem
6 Trabalho e suicídio alterados os regulamentos de aviação em
diversos países17.
O suicídio15 16
do trabalhador também Já na França, de 2006 a 2007 ocorreram
suicídios entre funcionários da Renault, com
15 “No Brasil, dados do Sistema de Informação recrudescimento após 2013.
sobre Mortalidade (SIM) apontam que, por ano, 11 Entre 2008 e 2009 uma onda de
mil pessoas tiram a própria vida. O suicídio já é a
quarta maior causa de morte de jovens entre 19 suicídios ocorreu na France Telécom (atual
e 29 anos e a terceira maior entre homens dessa
faixa etária no país. […] idosos de 70 anos ou mais
apresentaram as maiores taxas de mortalidade por armas de fogo ou colocar barreiras nas pontes) […]
suicídio: 8,9 casos para cada 100 mil habitantes, Há indícios de que, para cada adulto que morreu
sendo a taxa geral de 5,5 por 100 mil habitantes de de suicídio, pode haver mais de 20 outros tentando
2011 a 2016 no país”. (CONSELHO FEDERAL DE suicidar. Os suicídios são evitáveis. Para que as
MEDICINA, 2017, p. 11). respostas nacionais sejam efetivas, é necessária
uma estratégia multisetorial abrangente de
16 A Organização Mundial da Saúde (2014)
prevenção do suicídio […] O comportamento suicida
anuncia que “estima-se que 804.000 mortes por
geralmente ocorre como uma resposta ao estresse
suicídio ocorreram em todo o mundo em 2012 […]
psicológico pessoal em um contexto social onde
Em países mais ricos, três vezes mais homens
faltam fontes de apoio e podem refletir uma maior
morrem de suicídio do que as mulheres, mas,
ausência de bem-estar e coesão.”.
nos países de baixa e média renda, a relação
entre homens e mulheres é muito menor em 1,5 17 A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC),
homens para cada mulher. […] Em alguns países, do Brasil, em 2015, recomendou as companhias áreas
as taxas de suicídio são mais altas entre os jovens “[...] implementar procedimentos que assegurem a
e, globalmente, o suicídio é a segunda principal permanência de pelo menos duas pessoas autorizadas
causa de óbito entre 15 a 29 anos. […] A ingestão na cabine de comando, em todos os momentos do voo,
de pesticidas, enforcamento e armas de fogo estão sendo que pelo menos uma delas seja sempre um piloto.
entre os métodos de suicídio mais comuns em Essa recomendação está em consonância com a de outras
todo o mundo. […] Restringir o acesso aos meios autoridades reguladoras da aviação civil do mundo, com
de suicídio é um elemento-chave dos esforços de base nas informações atualmente disponíveis sobre o
prevenção do suicídio. No entanto, significa políticas acidente com o voo 4U9525, da empresa Germanwings
de restrição (como limitar o acesso a pesticidas e [...]” (ANAC, 2015).
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concordando com as atitudes violentas e que 23 O art. 1° da CR/88 define que constituiu
como um dos fundamentos do Brasil a cidadania.
realmente é merecedor disso. Não tendo mais (BRASIL 1988).
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de 1931, foi promulgada pela Sua Santidade, de exploração “a falta de segurança no trabalho
o Papa Pio XI, por comemoração aos quarenta e também com a ausência de garantias quanto
anos da magistral Encíclica RN; revela que as às condições de saúde e de vida dos mesmos
legislações trabalhistas no mundo sofreram operários e das suas famílias” (§ 11); que “As
influência da RN, como na temática dos despesas relacionadas com as necessidades
acidentes do trabalho. A Encíclica QA reitera de cuidar da saúde, especialmente em caso de
o princípio da subsidiariedade, ressalvando a acidentes no trabalho, exigem que o trabalhador
intervenção do Estado para garantir o bem- tenha facilmente acesso à assistência sanitária”
estar; alerta para os riscos do socialismo, (§ 19); que “há que ter sempre presente o
dispondo que “ninguém pode ser ao mesmo direito a dispor de ambientes de trabalho e de
tempo bom católico e verdadeiro socialista”. processos de laboração que não causem dano
Em prosseguimento da DSI, a Encíclica à saúde física dos trabalhadores nem lesem a
Mater et Magistra (MM), de 1961, da Sua sua integridade moral” (§ 19).
Santidade o Papa João XXIII, promove aclarações Vale observar que a Encíclica LE revelou
e ampliações da Encíclica RN, reiterando a mensagem cristã de exigir uma postura que
o contexto em que a RN foi promulgada; não pode o trabalho causar danos à saúde dos
“nenhuma consideração tinham pela saúde trabalhadores e que se deve ter uma óptica
física, pela moral e pela fé religiosa”. abrangente, incluindo não só o trabalhador,
A Constituição Pastoral Gaudium et Spes mas também a saúde e a vida de sua família.
Afirma, ainda, que o trabalho não é mercadoria
(GS), de 1965, do Concílio Vaticano II, ensinou
(§ 7).
que são infames “as condições degradantes
Em 1991, a Sua Santidade o Papa João
de trabalho, em que os operários são tratados
Paulo II promulgou a Encíclica Centesimus
como meros instrumentos de lucro e não como
Annus (CA), no centenário da RN, e definiu a
pessoas livres e responsáveis” (§ 27).
necessidade de implantar-se uma ecologia
Determina a Encíclica MM no §23 que social do trabalho, prestando o seguinte
“Operários e empresários devem regular as reconhecimento em relação a Encíclica RN:
relações mútuas, inspirando-se no princípio
da solidariedade humana e da fraternidade A Encíclica e o Magistério social, a
ela conexo, tiveram uma múltipla
cristã, uma vez que, tanto a concorrência
influência naqueles anos entre os
de tipo liberal, como a luta de classes no
séculos XIX e XX. Essa influência é visível
sentido marxista, são contrárias à natureza e à em numerosas reformas introduzidas
concepção cristã da vida”. Desse modo, elucida nos setores da previdência social, das
os riscos sociais do capitalismo selvagem pensões, dos seguros contra a doença,
da prevenção de acidentes, no quadro
e do marxismo à sociedade e aos próprios
de um maior respeito dos direitos
trabalhadores.
dos trabalhadores. (IGREJA CATÓLICA,
A Encíclica Laborem Exercens (LE), de 2014, grifo nosso).
1981, de autoria da Sua Santidade o Papa João
Paulo II, por ocasião do 90° aniversário da Tal excerto lastreia o fundamento
Rerum Novarum elucidou que são elementos exposto de que a DSI é um verdadeiro marco
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satisfação na vida e no trabalho; enfim, a serem pacientes idosos com câncer, o bem-
instrumento de paz. estar espiritual representou um fator
de proteção, estando relacionado
Abraham Verghese (2008, tradução
a atitudes positivas de combate à
nossa) 33
revela que “a espiritualidade enfermidade, diminuição da ansiedade
produz qualidades no homem, como amor, e das demandas impostas pela doença.
honestidade, paciência, tolerância, compaixão, Em estudantes universitários, esteve
sensação de desapego, fé e esperança” e associado à diminuição do risco de
depressão e suicídio. (VOLCAN et. al.,
prosseguindo que:
2003, p. 440-441).
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